Você está na página 1de 10

CIBER SAÚDE | RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA Página 1 de 10

07 de Junho de 2010

» Busca
Avançada
» Revistas
» Livros
Artigo Original
» Expediente
» Conheça a Levantamento e análise da condição vacinal de crianças
Editora institucionalizadas de 7 a 16 anos
» Dados das Rising and analysis of 7-16 years old institutionalized children's condition vaccinal
Publicações
» Agenda
» Cápsulas
Tiago Cristiano de Lima
» Serviços
Acadêmico do 8º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Efoa/Ceufe e bolsista, desde 2001, do Programa
» Links Especial de Treinamento - PET Enfermagem da Efoa/Ceufe.

Francesca Garcia Inoue


Acadêmica do 8º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Efoa/Ceufe.

Lana Ermelinda da Silva Santos


Doutora pela Universidade Federal de São Paulo e docente da Disciplina de Saúde da Criança e do Adolescente da
Efoa/Ceufe.

Bernadete Vieira de Souza Rehder


Mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais, coordenadora e consultora de Epidemiologia da Diretoria de Ações
Descentralizadas de Saúde de Alfenas (DADS).
Trabalho realizado na Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas - Centro Universitário Federal, Efoa/Ceufe,
Departamento de Enfermagem. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714 - Centro - CEP 37130-000 - Alfenas - MG. Tel: (35)
3291-6020.

Unitermos: crianças, assistência em instituições, vacinação.


Unterms: children, institutional assistance, vaccination.

Numração de páginas na revista impressa: 290 à 300

Resumo

Esta pesquisa teve por objetivo estudar a cobertura vacinal de crianças e adolescentes de 7
a 16 anos, que freqüentam uma instituição de cuidados no município de Alfenas/MG,
visando identificar o estado vacinal das crianças matriculadas no Serviço de Assistência e
Recuperação do Adulto e da Infância (Sarai), no município de Alfenas/MG; verificar a
importância que as mães e/ou responsáveis das crianças matriculadas no Sarai dão à
vacinação; comparar os resultados após aplicação de estratégias (comunicado escrito e
palestra às mães e/ou responsáveis) para regularização do calendário vacinal. Trata-se de
um estudo descritivo, sendo os dados submetidos ao teste de uma afirmação sobre uma
proporção. Observou-se que aproximadamente 94% das crianças/adolescentes
encontravam-se com o calendário vacinal em atraso, particularmente em relação às vacinas
contra hepatite B e febre amarela. No segundo registro, realizado após a primeira
intervenção, esse número caiu para aproximadamente 73%, aumentando para 100% no
terceiro registro (após segunda intervenção). Concluiu-se que, em relação ao atraso das
vacinas, de um modo geral, não há evidências suficientes para apoiar a afirmação de que o
comunicado às mães e/ou responsáveis e a palestra educativa cumpriram seu objetivo de
melhorar o calendário vacinal. Em relação à quantidade de crianças com atraso no cartão de
vacinação no primeiro registro, há evidência suficiente para apoiar a afirmação de que tal
fato é reflexo da quantidade de mães que trabalham fora e da carga horária relativa à
jornada de trabalho cumprida por estas mães.

Introdução

Um dos avanços mais substanciais em Pediatria foi o declínio das doenças infecto-
contagiosas durante os últimos 60 anos, em virtude do uso disseminado da imunização. O
esquema de imunização atualmente recomendado começa durante a fase de lactância e,
com exceção dos reforços, é completado durante a fase inicial da infância(1).

A vacinação representa a melhor e mais conhecida aplicação dos princípios imunológicos

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3659 07/06/2010
CIBER SAÚDE | RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA Página 2 de 10

para a saúde do homem, envolvendo imunidade adaptativa e seu princípio fundamental


consiste na produção de preparações antigênicas a partir de um patógeno. Segundo os
mesmos autores, são características fundamentais de uma vacina: segurança suficiente,
indução ao tipo correto de imunidade e ser acessível às populações-alvo(2).

A prática de vacinação constitui uma das medidas mais eficazes dentre as propostas dos
programas de Saúde Pública, uma vez que oferece proteção individual e duradoura às
pessoas. Levando-se em consideração o ponto de vista econômico, diversos estudos já
demonstraram que o baixo custo das vacinas utilizadas e o reduzido pessoal necessário para
o desenvolvimento de programas de vacinação são altamente compensadores, quando
comparados ao elevado custo dos atendimentos médico-hospitalares para tratamento,
reabilitação e, o mais importante, diante do sofrimento e das angústias a que está sujeita a
população com a doença(3). A vacinação sempre foi uma preocupação presente nas
propostas das políticas do setor de saúde de forma geral e, em particular, nas de atenção
primária de saúde, apontando para aspectos da prevenção de doenças e/ou proteção
específica(4).

No Brasil, as atividades sistematizadas de vacinação começaram a ser desenvolvidas de


forma localizada e, já em 1973, foi criado o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que
mais tarde incorporou as diretrizes técnicas de atuação do Programa Ampliado de
Imunizações (PAI) criado pela Organização Mundial da Saúde, em 1974. A regulamentação
do PNI foi feita a partir de1975, com a Lei nº 6259 (Lei do Sistema Nacional de Saúde), que
organiza as ações de vigilância epidemiológica e inclui as atividades de vacinação que já
vinham sendo postas em prática por alguns Estados, tal como São Paulo(5).

A vacinação, principalmente no primeiro ano de vida, pode ser considerada de fundamental


importância para prevenir um grande número de doenças infecto-contagiosas e suas
possíveis conseqüências. Associadas a essa necessidade estão a orientação e a educação da
família a respeito do calendário vacinal a que a criança deve ser submetida, além dos riscos
de não se cumprir esse calendário.
Com a utilização cada vez mais ampla das vacinas contra doenças imunopreveníveis, pode-
se observar uma diminuição acentuada na incidência destas doenças, fazendo com que a
infecção natural, hoje, seja improvável em alguns casos. Destaca-se a recente incorporação
da vacina contra hepatite B no Programa Nacional de Imunizações (PNI), o que permite
uma redução significativa nas seqüelas tardias desta infecção(6).

A Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde, realizada no ano de 1996, mostrou que as
coberturas vacinais aumentaram, comparando-se com a década anterior, atingindo 92,6%
para BCG, 80,3% para três doses da vacina DPT, 80,7% para três doses da vacina Sabin,
82,2% para vacina anti-sarampo e 72,5% com todas as vacinas tomadas(7).
Contudo, nos países em desenvolvimento como o Brasil, ainda hoje, pode ser observada
uma taxa significativa de morbimortalidade relacionada a doenças preveníveis pela
imunização, sendo que as coberturas vacinais são mais deficientes principalmente nos
Estados do Norte e Nordeste, nas regiões rurais e periféricas das grandes cidades. Também
se encontram associados à não imunização problemas relativos à baixa renda e à
desnutrição, o que potencializam o risco de morte por doenças infecto-contagiosas(8).

Apesar da melhoria das coberturas vacinais observada no Brasil, uma parcela das crianças
continua sem ser vacinada adequadamente, mesmo em locais com ampla disponibilidade
dos serviços de saúde. Após ampla revisão de vários estudos de avaliação da cobertura
vacinal e dos fatores relacionados à não vacinação, desenvolvidos no mundo e no Brasil(9),
observa-se que relacionam tal fato a uma série de fatores de risco para a não vacinação,
destacando-se: baixa renda, residência em área rural, extremos de idade materna, maior
número de filhos, baixa escolaridade materna, maior número de moradores no domicílio,
residência há menos de um ano na área, falta de conhecimento acerca das doenças
preveníveis por imunização, dificuldades de transporte, conflitos trabalhistas motivados pela
perda de dias de trabalho para o cuidado com os filhos, ausência de seguro-saúde e
presença de doenças na criança.

Os fatores relacionados aos usuários estão associados a níveis mais baixos de cobertura
vacinal, mostrando que fatores estruturais relacionados aos serviços de saúde, tais como o
retardo no agendamento das consultas, falta de consultas noturnas ou nos finais de
semana, filas, tempo de espera, falta de brinquedos e distrações para as crianças durante a
espera, também dificultam as vacinações(10).

Assim, uma das dificuldades encontradas para se manter atualizado o cartão vacinal de uma
criança estão relacionadas à falta de conhecimento dos pais sobre o modo de transmissão e
os danos que as doenças imunopreveníveis podem acarretar(11).

Diante de tais obstáculos, é fundamental que todo profissional que trabalhe com criança
(creche, escola, hospitais, orfanato, entre outros) desempenhe um papel no controle das
doenças imunopreveníveis, garantindo a manutenção adequada do estado vacinal dela(12).

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3659 07/06/2010
CIBER SAÚDE | RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA Página 3 de 10

A avaliação do estado vacinal e da história pregressa de infecções nos adolescentes deve


ser feita em todas as consultas, como é recomendado na infância, tendo em vista que o
adolescente em geral não vai ao consultório com a mesma freqüência que o fazia quando
criança, sendo de extrema importância completar as vacinas de acordo com a faixa etária e
o atraso delas(6).

Nos últimos anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana


de Saúde (OPAS) vêm desenvolvendo e propondo novas iniciativas voltadas para a redução
da mortalidade e para a melhoria da saúde de crianças em países em desenvolvimento,
aprimorando a qualidade da assistência. O Ministério da Saúde do Brasil vem empenhando-
se na implementação dessa iniciativa, buscando um conhecimento mais significativo a
respeito da qualidade da assistência prestada à população infantil em nível de atenção
primária(13).

Assim, o conhecimento do estado vacinal de uma população infantil se torna fundamental


para a reorientação de políticas de saúde e implementação de novas estratégias, assim
como para a alocação de recursos com a finalidade de ampliar cada vez mais a cobertura
vacinal, levando a uma redução das doenças infecto-contagiosas e de suas possíveis
complicações.

Uma das estratégias para o aumento da cobertura vacinal é o incremento das atividades de
educação em saúde, com o intuito de difundir informação aos grupos-alvo, além da
necessidade da realização de estudos qualitativos para identificar conteúdos prioritários
para discussão de informação, educação e comunicação(9).

Além disso, deve-se levar em consideração a ausência de dados referentes à cobertura


vacinal de crianças de 7 a 16 anos em instituições de cuidados no município de Alfenas, MG.

Em face do exposto, esta pesquisa teve por objetivo o estudo da cobertura vacinal de
crianças e adolescentes que freqüentam uma instituição de cuidados no município de
Alfenas, MG.

Objetivos

1. Identificar o estado vacinal das crianças matriculadas no Serviço de Assistência e


Recuperação do Adulto e da Infância (Sarai) no município de Alfenas, MG.
2. Verificar a importância que as mães e/ou responsáveis das crianças matriculadas no
Sarai dão à vacinação.
3. Comparar os resultados após aplicação de estratégias (comunicado escrito e palestra)
para regularização do calendário vacinal.

Método de estudo

Para o desenvolvimento da presente pesquisa se utilizou o Método de Inferência sobre os


Dados, utilizando o Teste de uma Afirmação sobre uma Proporção(14). Foi realizada no
Serviço de Assistência e Recuperação do Adulto e da Infância (Sarai) em Alfenas, MG,
entidade beneficente fundada em 1962, atuando no município desde 1998 na assistência a
80 crianças/adolescentes na faixa etária de 7 a 16 anos, com a finalidade de formar
cidadãos íntegros que contribuam para elevar a condição de vida de sua família e,
conseqüentemente, para a melhoria da sociedade em que vivem.

A população investigada foi composta pelo cartão de vacinação das crianças e adolescentes,
matriculados no Sarai e também por suas mães ou responsáveis. Com relação a estas,
fizeram parte da amostra 41 mães e/ou responsáveis que estiveram presentes no local e no
horário determinado pelos pesquisadores, após convocação escrita prévia.

Para coleta de dados primários foi utilizado um questionário formado por questões
estruturadas e não estruturadas, que buscou informações para estudar as questões
relacionadas à importância dada pelas mães e/ou responsáveis à imunização.

Os dados secundários foram coletados do cartão da criança e estão relacionados ao estado


vacinal, utilizando-se uma ficha de registro para anotação.

Os dados foram coletados, de acordo com a disponibilidade dos pesquisadores e os cartões


de vacina foram solicitados uma semana antes do dia marcado para a coleta. A entrevista
com as mães foi realizada na própria instituição, agendada com uma semana de
antecedência com a direção que se responsabilizou por comunicar a data.

Dentre as variáveis investigadas se encontram:

· Grau de escolaridade: importante para se conhecer o grau de instrução das mães e/ou

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3659 07/06/2010
CIBER SAÚDE | RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA Página 4 de 10

responsáveis;
· Profissão: para saber a disponibilidade de tempo que essas mães e/ou responsáveis
apresentam para procurar um posto de saúde;
· Presença de filhos pequenos em casa: o que pode levar a uma maior necessidade de
procurar um posto de vacinação e conseqüentemente adquirir novas informações;
· Importância dada à vacinação: pelas mães e/ou responsáveis por vacinar seus filhos.

Para responder ao primeiro objetivo foram solicitados os cartões de vacinas das crianças e
adolescentes, sendo feito um levantamento do seu estado vacinal.

O segundo objetivo foi obtido por meio da convocação das mães e/ou responsáveis das
crianças, aos quais foi aplicado um questionário.

Atendendo o terceiro objetivo, utilizou-se como primeira estratégia um comunicado escrito a


cada mãe sobre as vacinas em atraso, com encaminhamento ao posto de saúde mais
próximo de sua casa. Posteriormente foi aplicada a segunda estratégia, ou seja, os
pesquisadores fizeram uma palestra informativa sobre vacinação após convocação das mães
e/ou responsáveis e 60 dias após foram solicitados os cartões de vacina das crianças e feito
um novo registro. Em seguida, foi realizada uma comparação entre o estado vacinal inicial e
o subseqüente.

Fez-se uma avaliação entre os três registros, utilizando para a análise estatística o Teste de
uma Afirmação sobre uma Proporção, com nível de significância igual a 5%(14).

Para o desenvolvimento deste estudo, primeiramente, o projeto de pesquisa passou pela


avaliação e aprovação do comitê de Ética da Efoa/Ceufe. Em seguida, foi solicitada a
autorização da coordenadora geral do Sarai e, antes da coleta, foi apresentado o Termo de
Consentimento Livre Esclarecido para a coordenação da instituição e para a entrevista com
as mães ou responsáveis. Também foi solicitado o consentimento de acordo com a
Resolução 196, de 10 de outubro de 1996.

Resultados

Análise e discussão
Para hepatite B, no geral, sem especificação de dose, observou-se:

· 58 (90,62%) com atraso no 1º registro;


· 27 (45%) com atraso no 2º registro;
· 55 (91,67%) com atraso no 3º registro.

Na Tabela 1 estão os dados dos três registros realizados após utilização de cada estratégia
para atualização dos cartões de vacina das crianças em atraso. No 1° registro tem-se o total
de cartões participantes da pesquisa (n=64), sendo que, destes, 60 (93,75%)
apresentavam uma ou mais vacinas em atraso. Destas, merece destaque a vacina contra
hepatite B, com 90,62% dos cartões, enfatizando o atraso na 1ª dose da vacina, com
79,69%.

A baixa atualização da cobertura da vacina contra hepatite B pode estar relacionada à sua
recente inclusão no Programa Nacional de Imunização (PNI), em 1998. Atualmente, a
primeira dose é preconizada logo após o nascimento da criança, a segunda 30 dias após e a
terceira seis meses após a primeira dose. Em casos de atraso entre a primeira e a segunda
dose, o intervalo entre a segunda e terceira deve ser de no mínimo 60 dias.

Questiona-se se não tem sido relegada a um segundo plano a orientação da população em


geral, quanto à vacinação como uma atividade preventiva e necessária a qualquer faixa
etária(5). Entende-se que o atraso pode ser causado por falta de orientações a crianças e
adolescentes na faixa etária em estudo, pois os profissionais de saúde, em sua maioria,
ainda enfatizam a imunização especialmente para crianças pequenas. Este comportamento
tende a se modificar, pois crianças e adultos estão sendo vacinados no Programa Nacional
de Imunização. Desta forma, espera-se que na atualidade seja dada maior importância a
esta população, com orientações em setores diversos e em escolas, nos programas de
saúde.

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3659 07/06/2010
CIBER SAÚDE | RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA Página 5 de 10

Com relação à vacina contra febre amarela, tem apresentado atraso. Nesse caso, deve-se
levar em consideração a realização de uma Campanha Estadual de Intensificação em 1999,
quando foi entregue um comprovante de vacinação, não sendo feito registro no cartão da
criança. Quando questionados a respeito da vacina, as mães e/ou responsáveis afirmavam
que a criança já havia tomado, mas não tinham documento comprovando. Assim, não se
pode afirmar que a ausência de registro signifique que não tenha sido vacinada, pois pode
ter havido perda de comprovante. Contudo, não foi considerado como dose administrada.
Por isso, sugere-se que esse aspecto seja melhor trabalhado em outro estudo.

No momento de efetuar o 2° registro, observou-se uma melhora no estado vacinal da


população. Cabe ressaltar que foi enviado após o primeiro registro um comunicado escrito a
todos que estavam em atraso. As vacinas antipoliomielite e DPT foram totalmente
atualizadas, restando 44 (73,33%) cartões em atraso.

Lembre-se que o 3º registro foi realizado após palestra proferida aos pais e/ou responsáveis
das crianças com o cartão em atraso. Verificou-se que 100% dos cartões voltaram a
apresentar algum atraso, estando este relacionado, principalmente, à hepatite B; 91,67%
dos cartões apresentaram atraso nesta vacina. Os freqüentes atrasos nas doses agendadas
contra a hepatite B podem ser devido ao longo esquema de vacinação(15).

Os adolescentes que não receberam a vacina contra hepatite B, quando eram crianças,
devem fazê-lo, uma vez que a doença pode causar sérios danos ao fígado. Algumas pessoas
contaminadas por esse vírus ficam condenadas a carregá-lo pelo resto da vida e ainda
podem infectar outras pessoas. Os intervalos mínimos entre as doses de vacina devem ser
respeitados e não existe intervalo máximo entre as doses, devendo-se, portanto, retornar à
vacinação a partir da interrupção(16, 17).

O melhor momento para atualizar o esquema vacinal é entre 11 e 12 anos, pois nessa
idade, além de ser mais fácil o controle pelos pais, o que facilita a adesão a esquemas
demorados e complexos, ainda não houve o início da vida sexual e a probabilidade de
gravidez e transmissão de agentes por esta via é baixa. Caso isso não ocorra, ela deve ser
feito na primeira oportunidade possível. Assim, o momento do ingresso à escola torna-se
uma oportunidade estratégica para atualização do esquema vacinal de crianças,
adolescentes e adultos, exigindo-se, no momento da matrícula, uma cópia da carteira de
vacinação e só permitindo a matrícula àqueles que estiverem com a carteira em dia(6,18).

Assim, torna-se necessário um profissional capacitado para identificar as vacinas em atraso,


encaminhando essas crianças/adolescentes a um posto de vacinação. Contudo, a ausência
de profissionais de saúde em instituições de ensino dificulta esta prática, uma vez que não
se tem pessoal capacitado para interpretar os cartões de vacina nem para prestar as
orientações necessárias às crianças, adolescentes, pais e/ou responsáveis.

Pela análise da Figura 1 se constatou que 45,1% das mães não tinham filhos com menos de
5 anos em casa, 27,45% os tinham com idade entre 5 e 7 anos e apenas 27,45% possuíam
filhos menores de cinco anos em casa.
Sabe-se que com o esquema básico de vacinação se recebem orientações sobre a aplicação
das vacinas obrigatórias no primeiro ano de vida e que a meta principal do PNI (Programa
Nacional de Imunização) é vacinar as crianças com menos de um ano de idade,
administrando as vacinas incluídas no esquema básico, bem como aplicação dessas em
crianças de 1 a 4 anos completos que não tenham sido vacinadas ou que tenham o
esquema básico incompleto(19). Acredita-se que mães com filhos menores de 5 anos em

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3659 07/06/2010
CIBER SAÚDE | RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA Página 6 de 10

casa poderiam ter uma maior acessibilidade aos postos de vacinação e assim levá-los para
vacinar; com esse contato com os profissionais de saúde poderiam estar sendo informadas
a respeito dos novos calendários de vacinação e da sua importância.

Figura 1 - Freqüência de mães com filhos menores de sete anos em casa, segundo faixa
etária.

Quando a comunidade procura os serviços de saúde, os profissionais, além de adotarem


estratégias para atraí-la, devem, também, buscar outras formas para estimular os pais e/ou
responsáveis a procurarem esses serviços, principalmente por meio da busca ativa,
promovendo a vacinação das crianças e estando atentos a não adotarem condutas que
possam levá-los a se afastar desses serviços(19).

Destaca ainda a atitude de alguns profissionais de saúde como causa de atraso nos cartões
de vacina. Dentre estas atitudes estão: não perguntar sobre a situação vacinal do cliente
enquanto aguarda atendimento, receio de perder a vacina ao abrir um frasco multidoses,
falha na identificação dos esquemas de vacina e divulgação insuficiente de informações aos
pais e/ou responsáveis(19).

A Figura 2 apresenta os dados referentes ao número de anos de estudo concluído pelas


mães e/ou responsáveis, sendo que 43,9% estudaram de 4 a 7 anos e 24,39% de 1 a 3
anos.

Ao referir-se sobre a questão da vacinação, deve-se levar em consideração o grande


número de informações que são transmitidas aos pais e/ou responsáveis com relação ao
calendário vacinal, importância da vacinação, reações normais da vacina, entre outras.
Assim, pode-se considerar que o baixo nível de escolaridade dos pais reflete diretamente na
condição de saúde de seus filhos, pois muitas informações podem deixar de ser
compreendidas, inclusive aquelas relativas à imunização das crianças(5).

O aumento do nível de escolaridade dos pais, especialmente das mães, propicia maior
conhecimento dos problemas de saúde de seus filhos, resultando em maior acesso,
conhecimento e habilidade para interagir com os serviços de saúde(9).

A capacidade materna em dedicar tempo e atenção à criança pode ser considerada


fundamental para garantir seu adequado estado de saúde, incluindo a regularização dos
cartões de vacina. Assim, a questão das mães trabalharem fora pode ser considerado fator
determinante para o atraso no estado vacinal destas crianças. Conforme mostra a Figura 3,
70,73% das mães e/ou responsáveis trabalhavam fora, enquanto 29,27% não o faziam.

Dentre as atividades mencionadas pelas mães, destaca-se a profissão de empregada


doméstica com 72,41%, sendo mencionadas ainda o de técnica de enfermagem, serviços
gerais, funcionária pública e professora do ensino médio.

Estudos realizados na América Latina e países asiáticos apontam como principais causas de
atraso nos cartões de vacina o esquecimento, a falta de disponibilidade para levar a criança
ao serviço de saúde, a falta de conhecimento das mães e/ou responsáveis sobre o assunto,
a distância do serviço, o medo que as mães têm de vacinar seus filhos quando apresentam
qualquer doença, falsas contra-indicações percebidas pelos profissionais de saúde ou
mesmo pelos pais e/ou responsáveis (diarréia, vômitos, resfriado e tosse). Nesse caso,
70,73% das mães trabalham fora e os horários podem ser incompatíveis com o horário de
funcionamento dos postos de vacinação(20).

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3659 07/06/2010
CIBER SAÚDE | RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA Página 7 de 10

Figura 2 - Escolaridade das mães agrupada em anos de estudos concluídos.

Figura 3 - Freqüência das mães que trabalham fora.

Figura 4 - Duração da jornada de trabalho mencionada pelas mães e/ou responsáveis.

Uma importante barreira com relação ao cumprimento do calendário vacinal pode ser a
jornada de trabalho das mães. Na Figura 4 se nota que 51,72% têm de 7 a 10 horas de
carga horária no trabalho, dificultando a ida ao posto de vacinação, que normalmente
funciona no município de Alfenas, MG, entre 8 e 17 horas, de segunda a sexta-feira.

No final da década de 90 foi apresentado um modelo teórico contendo os prováveis


determinantes para o adequado cuidado infantil, que depende diretamente das habilidades
ou capacidades maternas em adequar sua carga de trabalho e disponibilidade de tempo,
devendo considerar a possibilidade de contar com substitutos adequados, quando
necessário, dentro da família ou da própria comunidade para suprir eventuais deficiências
(21).

Quando nos referimos à questão da acessibilidade, estamos nos referindo à facilidade que
as mães e/ou responsáveis têm de irem até um posto de vacinação e serem atendidas.
Assim, o acesso ao posto de vacinação pode contribuir com a manutenção do calendário
atualizado. Nesse caso, 92,68% das mães têm esta facilidade, pois o Serviço se encontra
próximo de suas casas ou existem ônibus disponíveis para o transporte.

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3659 07/06/2010
CIBER SAÚDE | RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA Página 8 de 10

Figura 5 - Facilidade de acesso ao posto de vacinação.

Questões locais, compreendidas como dificuldade de acesso ao serviço de saúde, distância


da residência, tempo de espera para o atendimento, estabelecimento do dia e hora para
serem aplicadas determinadas vacinas, são fatores que refletem significativamente,
dificultando o retorno à unidade de saúde para dar continuidade aos esquemas de
imunização previstos(22).

Desta forma, observa-se que esta variável tem pouca influência no atraso dos cartões de
vacina.
Outros dados de interesse são o conhecimento das mães e/ou responsáveis em relação ao
calendário de vacinação das crianças (90,24% disseram estar em dia o cartão), a
justificativa para os cartões atrasados (50% disseram não ter conhecimento do atraso nos
cartões) e a importância que as mães atribuem à vacinação (100% consideraram a
vacinação importante, mencionando que ela protege a criança e que toda criança deve ser
vacinada). Observou-se uma contradição entre os dados encontrados nos cartões das
crianças e as respostas dadas pelas mães e/ou responsáveis, quando questionados a
respeito da atualização dos cartões de vacina. Em contrapartida, 90,24% disseram estar em
dia os cartões de vacina, sendo que no 2º registro (momento anterior à entrevista), 73,33%
dos cartões permaneciam em atraso, mesmo após a aplicação da primeira estratégia para
tentar atualizá-los. Outros 7,32% disseram não ter conhecimento dos cartões da criança e
apenas 2,44% assumiram que os cartões de vacina estavam em atraso.

Estes dados podem refletir a falta de conhecimento das mães e/ou responsáveis em relação
ao cartão de vacinação de seus filhos, principalmente no que diz respeito às vacinas recém-
incorporadas ao calendário vacinal (hepatite B) e aos reforços que devem ser administrados
(BCG).

Embora os dados obtidos no 3º registro, após palestra educativa, não tenham sido
positivos, insiste-se na necessidade de buscar novas formas de fortalecer o conhecimento
das mães em relação ao calendário de vacinação a ser cumprido e aos riscos de não fazê-lo.

Para maior adesão à imunização se deve conscientizar a comunidade da importância desse


fator para o desenvolvimento integral da criança; isso pode ser realizado por meios de
comunicação, por incentivo e fiscalização realizados pelos agentes de saúde e nos próprios
postos de vacinação e por orientações fornecidas pela equipe multidisciplinar, durante o
pré-natal, entre outros(22).

Por intermédio da análise estatística e aplicação do "Teste de uma Afirmação sobre uma
Proporção", podemos afirmar que:

· Em relação ao atraso das vacinas, em geral, não há evidências suficientes para apoiar a
afirmação de que o comunicado às mães e a palestra educativa cumpriram seu objetivo de
melhorar a quantidade de crianças com a data de vacinação em dia;
· No entanto, desconsiderando a vacina contra hepatite B, há evidências suficientes para
admitir que houve melhora estatisticamente significativa em relação à quantidade de
crianças com as datas de vacinação em dia e podemos afirmar que o comunicado às mães e
a palestra educativa cumpriram seu objetivo de melhorar a quantidade de crianças com a
data de vacinação em dia;
· Em relação à vacina contra hepatite B:
- 1ª dose - há evidências suficientes para apoiar a afirmação de que houve diminuição da
quantidade de crianças em atraso do 1º para o 2º registro;
- 1ª dose - não há evidências suficientes para apoiar a afirmação de que houve diminuição
da quantidade de crianças em atraso do 2º para o 3º registro;
- 2ª dose - não há evidências suficientes para apoiar a afirmação de que houve diminuição
da quantidade de crianças em atraso de um registro para o imediatamente posterior;

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3659 07/06/2010
CIBER SAÚDE | RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA Página 9 de 10

- 3ª dose - não há evidências suficientes para apoiar a afirmação de que houve diminuição
da quantidade de crianças em atraso do 1º para o 2º registro;
- 3ª dose - há evidências suficientes para apoiar a afirmação de que houve aumento da
quantidade de crianças em atraso do 2º para o 3º registro;
· Em relação à vacina contra febre amarela, não há evidências suficientes para apoiar a
afirmação de que a quantidade de crianças com a data de vacinação em dia aumentou de
um registro para o imediatamente posterior;
· Em relação às vacinas BCG, antipólio e DPT não há evidências suficientes para apoiar a
afirmação de que houve diminuição da quantidade de crianças com atraso destas vacinas;
· Em relação à quantidade de crianças com atraso no cartão de vacinação no 1º registro:
- Há evidência suficiente para apoiar a afirmação de que tal fato é reflexo da quantidade de
mães que trabalham fora e da carga horária na jornada de trabalho cumprida por estas
mães;
- Não há evidências suficientes para apoiar a afirmação de que tal fato é reflexo da
escolaridade das mães ou mesmo da facilidade de acesso ao posto de vacinação.

Conclusão e considerações finais

Não há dúvida de que o procedimento de maior efetividade e de melhor relação entre custo
e benefício em Saúde Pública é a vacinação contra as doenças infecciosas, visto que as
vacinas, ao contrário dos medicamentos, são produtos biológicos destinados a proteger
quem não está doente.

Nesta pesquisa se conclui que um grande número das crianças matriculadas no Sarai se
encontravam com o cartão de vacina em atraso. Mas quando verificado a importância que
as mães e/ou responsáveis davam à vacinação, estas consideraram-na fundamental à saúde
da criança e adolescente. Constatou-se, ainda, que ao comparar os resultados após a
aplicação de estratégias (comunicado escrito e palestra) para a regularização do calendário
vacinal, de um modo geral estas não cumpriram o seu objetivo de melhorar a quantidade de
crianças com o cartão de vacinação em dia.

Observando-se, principalmente, a grande necessidade de implementar novas estratégias, a


fim de conseguir a regularização do calendário vacinal dessas crianças, sugere-se que seja
trabalhada a informação com as mães e/ou responsáveis sobre a importância da
imunização, destacando os seguintes pontos:

· A orientação deve ser clara;


· Deve conter informações adequadas sobre os benefícios e riscos das vacinas;
· Deve conter informações sobre o número de doses necessárias para imunizar;
· Devem ser entregues, de preferência, informações por escrito, buscando responder a
possíveis dúvidas e mitos sobre a imunização.
Com base em outros estudos(22), são propostas modificações na abordagem da população
a respeito das campanhas de vacinação:
· Maior divulgação de informes visando motivar a população para imunização, especialmente
pais e adultos responsáveis por crianças;
· Participação dos veículos de comunicação existentes na comunidade, instruindo
apresentadores de TV e rádio, jornalistas e lideranças para estimular a vacinação,
explicando seus benefícios para o desenvolvimento integral da criança, levando em
consideração, também, a vacinação de adolescentes e adultos (principalmente no caso da
vacina contra hepatite B);
· Na participação dos indivíduos, familiares e da comunidade no planejamento e implantação
dos programas de Saúde Pública, deve-se instrui-los sobre a importância, conseqüências e
das vantagens de se imunizar cada indivíduo e toda comunidade;
· O governo deve aumentar a alocação de recursos para os cuidados primários à saúde, no
sentido de facilitar, por exemplo, o acesso da população aos postos de vacinação;
· Deve-se instruir os agentes comunitários de saúde, componentes das equipes do
Programa de Saúde da Família, de maneira que conheçam o programa de vacinação,
saibam verificar as carteiras de cada criança da comunidade, geograficamente delimitada,
procurando atualizar cada uma delas.

Bibliografia

1. Wong DL. Whaley, Wong. Enfermagem pediátrica: elementos essenciais à intervenção


efetiva. 5ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999, 1118 p.
2. Roitt I, Brostoff J, Male D. Imunologia. 5ª ed. São Paulo: Manole, 1999. 423p.
3. Costa AA. Programa de imunização: um desafio continuado. 1995. Dissertação. Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto, USP, São Paulo, 1995.
4. Gonçalves ML, Almeida MCP, Gera SC. A municipalização da vacinação em Ribeirão Preto,
Estado de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública 1996; 12(1):79-87.

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3659 07/06/2010
CIBER SAÚDE | RBM REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA Página 10 de 10

5. Malta RF et al. A utilização do inquérito domiciliar como instrumento de acompanhamento


de ações de saúde em microáreas: analisando a situação vacinal de menores de um ano.
Rev. Latino-Am. Enfermagem 2002; 10(1): 28-33.
6. Pone MV et al. Imunizações na adolescência. Pediatria Moderna 2001; 37:33-36.
7. Bemfam. Pesquisa nacional sobre demografia e saúde, 1996. Rio de Janeiro:
BEMFAM/DHS; 1997.
8. Miura C et al. Soros e vacinas. In: Sroferneker ML, Pohlmann PR. Imunologia básica e
aplicada. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1998, p.402-421.
9. Silva AAM et al. Cobertura vacinal e fatores de risco associados a não vacinação em
localidade urbana do Nordeste brasileiro, 1994. Rev. Saúde Pública 1999; 33(2):147-156.
10. Lannon C. What mothers say about why poor children fall behind on immunizations: a
summary of focus groups in North Carolina. Arch Pediatr Adolesc Med 1995; 149:1070-75.
11. Guerra AL et al. Soroprevalência de sarampo entre pediatras de um hospital-escola.
Rev. Saúde Pública 1999; 33(4):374-378.
12. Oselka GW, Levi GC, Naspitz CK. Higiene antiinfecciosa. In: Marcondes E. Pediatria
Básica. 8ª ed. São Paulo: Sarvier, 1999, p.114-120.
13. Santos SR et al. Avaliação da assistência à saúde da mulher e da criança em localidade
urbana da região Sudeste do Brasil. Rev. Saúde Pública 2000; 34(3):266-271.
14. Triola MF. Introdução à Estatística. 7ª ed. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos,
1998, 410 p.
15. Weckx LY. Imunização: esquema de vacinação. Ped. Moderna 2003; 39(5):123-131.
16. Bruce DF. Vacinas - mitos e verdades. Vida e Saúde 2002; 64(10):12.
17. Weckx LY, Carvalho ES. Calendário vacinal: dinâmica e atualização. Jorn. de Pediatria
1999; 75(1):149-154.
18. Farhat CK et al. Nova norma do programa de imunização do Estado de São Paulo. Ped.
Moderna 1998; 34(7):374-388.
19. CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. A criança e a
vacinação no município: todo dia é dia de vacinação. Porto Alegre: CNBS/Sociedade
Brasileira de Pediatria.
20. Novaes VLR. Ocorrência de oportunidades perdidas de imunização infantil - Distrito
Sanitário Barra / Rio Vermelho, Salvador - BA, 1994. Rev. Baiana de Enfermagem 1998; 11
(1):87-100.
21. Engle L, Menon P, Hoddad L. Care and Nutrition: concepts and measurement.
Washington: International Food Policy Research Institute, 1997.
22. Modenez SS et al. Duração do aleitamento materno e cobertura vacinal de crianças na
periferia da região sul da cidade de São Paulo. Rev. da Faculdade de Medicina da
Universidade de Santo Amaro (Unisa) - Iatros 2001; 16(1):17-27.

http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3659 07/06/2010

Você também pode gostar