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ALIMENTE-SE DE CRISTO

As pessoas são aquilo que comem. Os nutricionistas dizem que somos o que comemos, pois a comida que
ingerimos passa a fazer parte de nós mesmos.
Ao dar ao seu povo o maná para comer, Deus indicava que sua intenção era mudar-lhes a natureza. O povo
já havia mudado de lugar. Antes, estava no Egito; agora, estava com o Senhor no deserto. Mas não basta uma
mudança de lugar, deve haver também uma mudança interior.
A maneira de Deus produzir essa mudança em seu povo é mudando sua dieta. Por comer comida egípcia, o
povo de Deus era constituído por elementos egípcios. A dieta egípcia torna as pessoas egípcias, alimenta a
carne e no fim causa morte. Mas a dieta celestial torna as pessoas celestiais e as capacita para cumprir o
propósito de Deus.
Por que Deus deu o maná ao seu povo? Ele deu o maná com uma intenção específica. Deus queria alimentá-
los com a comida do céu, a fim de enchê-los com o elemento celestial. O seu desejo era preenchê-los, nutri-
los, fortalecê-los por meio da comida espiritual e, através desse comer, transformá-los num povo celestial.
O povo de Deus precisa ser transformado em pedras espirituais para a edificação da casa de Deus na terra. A
intenção de Deus não é introduzir uma porção de egípcios redimidos no céu. A maneira como Deus faz essa
transformação é mudando a nossa dieta.
Qual o Significado Do Comer?
Comida é tudo o que introduzimos em nosso interior visando á nossa satisfação. Comida é tudo aquilo que
entra pelos cinco sentidos visando o nosso prazer e satisfação.
O conceito do comer é básico em toda a Bíblia. A primeira menção de algo na Bíblia governa seu significado
por toda a Escritura. Após criar o homem, Deus lhe deu uma ordem e aviso acerca do comer: “De toda árvore
do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás” (Gn 2.16-27).
O comer é uma concepção básica porque diz respeito ao relacionamento do homem com Deus. O Senhor
colocou de que este o tomasse para dentro de si como a sua própria vida.
No quadro da redenção, em Êxodo 12, temos o sangue borrifado nas portas e, dentro da casa, comi-se o
cordeiro com pães asmos e ervas amarga. Em João 6, o Senhor Jesus diz ser Ele o verdadeiro maná que veio
do céu para ser alimento do seu povo. Jesus disse: “Quem de mim se alimenta, por mim viverá” (Jo 6.57).
Para vivermos corretamente, precisamos comer corretamente. O homem caiu por comer corretamente. No
mesmo princípio, somos salvos e curados por comer de maneira correta. O homem caiu por comer do fruto
da árvore do conhecimento, mas ele é salvo e transformado por comer da árvore da vida.
O Maná é Um Tipo De Cristo (Jo 6.31-35, 48-51, 57-58)
Como verdadeiro maná, Cristo foi enviado ao seu povo para que este vivesse por meio d’Ele. Precisamos
comer para viver. A única maneira de não ficarmos subnutridos espiritualmente é comermos sempre do
Senhor Jesus.
O nosso espírito foi regenerado, mas a nossa alma está sendo transformada. A maneira de sermos
transformados é pela nossa dieta. Se comermos da comida egípcia, tornamo-nos pessoas egípcias, mas se
comermos do maná celestial, que é o Senhor Jesus, tornamo-nos cada vez mais semelhantes a Ele e nos
enchemos de vida.
A maneira de Deus nos transformar é mudando a nossa dieta. Nós nos tornamos semelhantes aquilo que
comemos. Quando comemos, estamos sendo fortificados e também transformados. O Senhor tinha também
isso em mente quando instituiu a ceia como memória da aliança. Ao comer da ceia, estamos comendo d’Ele
próprio: Ele é o maná que desceu do céu para a nossa satisfação.
As Características Do Maná
Do Céu (16.4)
A palavra “maná” no hebraico significa: “o que é isso?” Eles não foram capazes de definir o que comiam e os
supria, assim como não podemos definir Cristo, mas sabemos que Ele é o nosso suprimento de vida.
A cada dia, o inimigo tem preparado planos a ardis contra você. O Senhor, porém, tem preparado toda
provisão, suprimento e graça no maná diário. Tudo o que você precisa diariamente é do maná e você deve
recebê-lo pela manhã. Embora seja aparentemente pequeno, ele carrega toda a provisão de Deus para você
naquele dia.
A primeira característica do maná é que ele é celestial (16.4). Não podemos explicar o maná, apenas desfrutar
dele. Muito embora não possamos explicar Cristo em sua essência e composição, Ele é muito real. Apesar de
ser invisível e intangível, é substancial e sustenta o seu povo.
De Manhã (16.12)
O fato de o maná vir a cada manhã nos mostra que devemos ter renovada a nossa fome pelo Senhor a cada
novo dia. Cada dia é um novo começo para com Deus. Precisamos lembrar ainda que ninguém poderia guardar
o maná para o dia seguinte, pois este se perdia. A experiência de ontem não serve para hoje. O mantimento
de ontem não pode nos sustentar hoje.
Não podemos guardar o maná para o dia seguinte. Quando o maná era guardado, ele cheirava mal e dava
bichos. Deus não quer que seu povo seja independente d’Ele. Esta é a razão por que Ele nos ensinou a orar
dizendo: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Não é o pão para a semana ou para o mês, mas é o
suprimento para cada dia.
Com o Orvalho (16. 13,14)
Em Êxodo 16. 13,14, notamos que o maná veio com o orvalho. Se compararmos esse texto com o Salmo 133,
iremos notar que o orvalho é a graça de Deus sobre nós. Em Lamentações 3. 22-23, lemos que as misericórdias
se renovam a cada manhã. O maná sempre vem junto com a graça e o amor de Deus. O maná é o nosso
suprimento diário da Palavra de Deus liberada a nós. A maneira como o Senhor a libera sobre nós é como as
gotas de chuva. Você sabia que numa nuvem pode haver milhões de litros de água? Se toda essa água fosse
liberada de uma só vez, poderia destruir quase tudo. Mas Deus é tão sábio que faz com que ela se transforme
em gotas na atmosfera, de forma que até aquela flor mais delicada seja preservada.
A Palavra de Deus é liberada sobre nós do mesmo modo, como gostas de chuva que trazem refrigério, em
pequenas porções, que são como bocados que nos suprem. Deus não nos dá toda a sua sabedoria de uma
vez, mas Ele a envia na forma de maná.
Pequeno (16.14)
Em Êxodo 16.14, percebemos que o maná era algo pequeno. O Senhor é tão grande que o universo inteiro
não o pode conter, mas é tão pequeno que pode ser assimilado por nós e habitar em nosso espírito. O que
colheu pouco tem o mesmo poder, provisão e graça daquele que colheu muito. Não se preocupe sobre o que
você não entende na Palavra, mas deguste o que você já entende.
O maná não podia ser guardado para o dia seguinte. Isso significa que precisamos de uma revelação fresca da
Palavra a cada dia. Não importa se é ouvido a pregação num CD, lendo a Palavra ou meditando num livro
cheio de Cristo, o importante é que seja diário.
Muitos buscam grandes revelação de Cristo, mas o Senhor quer nos suprir a cada dia com pequenas
revelações. O maná era pequeno e fino. Ainda que não há nada realmente pequeno quando se refere a Cristo.
Muitos casais acreditam que precisam fazer grandes coisas para o seu cônjuge, para fortalecer o seu
casamento. Ficam meses esperando um grande evento para alimentar o casamento. Mas a verdade é que
não são as grandes coisas, grandes demonstrações, que fazem o casamento, mas as pequenas atitudes no dia
a dia.
Parece algo pequeno, mas quando o povo colhia uma porção de maná, aquilo era uma grande provisão.
Todavia, perdemos isso quando procuramos pelas grandes revelações.
Quando Jesus veio, ninguém celebrou o nascimento do Rei dos reis, apenas os anjos e alguns pastores
estavam lá. Ele nasceu numa das menores vilas de Israel chamada “Casa do Pão”, Belém. Veio como um
pequeno bebê. Quem imaginaria que esse bebê cresceria e purificaria leprosos, abriria os olhos dos cegos,
ressuscitaria os mortos e andaria sobre o mar? Quem diria que Ele abriria os braços e nos livraria de toda
condenação e da escravidão do pecado? Não despreze as pequenas revelações. Naquele momento, ter a
revelação de que Cristo seria o salvador talvez parecesse pequeno.
Como Geada (16.14)
A geada é intermediária entre o orvalho e a neve. Tanto o orvalho como a geada é refrescante, mas a geada
tem a característica de matar os germes (16.14). Assim também, cada vez que comemos do Senhor em nosso
espírito, somos refrescados e ao mesmo tempo há uma limpeza de todo germe lançado pelo diabo em nossa
mente.
Branco (16.31)
Ser branco significa ser limpo, puro, sem qualquer tipo de mistura. Nossa pureza também está em nos
alimentarmos d’Ele, comendo de sua Palavra. Sua Palavra é água que nos lava e santifica. Se comermos do
Senhor diariamente, seremos cada vez mais puros e limpos. Ser branco significa ser sem mancha. Quando
comemos do Senhor, as manchas dentro do nosso caráter vão sendo eliminadas.
Sabor Como Bolos De Mel (16.31)
O óleo tem o aroma e o mel tem a doçura. Aroma e doçura são os dois aspectos mais importantes do paladar.
A comida saborosa é sempre aromática e doce. Quando desfrutamos do Senhor, podemos sentir a sua
fragrância e doçura. Desejável, doce, fragrante, amável e terno é o nosso amado, nosso alimento, nosso
desfrute, nossa vida.
Quando você veio para Cristo, você foi motivado pelo seu problema, enfermidade ou alguma necessidade.
Mas quando você ouviu a Palavra, percebeu que havia algo tão doce e tão agradável. Era a presença e a vida
de Cristo vindo a você. Precisamos ter muito cuidado para não perder essa sensação de prazer e alegria.
O Maná e as Riquezas
Deuteronômios 8.16-18 diz que o Senhor deu o maná para que tivéssemos forças para adquirir riquezas. Ele
nos sustenta com o maná para que não pensemos que é o nosso braço que nos dá riquezas. O maná não dá
a riqueza, mas dá força para adquiri-las.
No fim do capítulo 16 de Êxodo, o Senhor mandou que Arão guardasse um ômer. Esta era a décima parte do
que o povo colhia a cada dia. Este é o princípio do dízimo. Aquela porção era guardada como memorial diante
do Senhor. A décima parte sagrada, separada ao Senhor. A décima parte era do Senhor e ninguém poderia
tocar nela.
A décima parte são as primícias. Quando as primícias são devolvidas ao Senhor, toda colheita é santificada.
Romanos 11.16 diz que “se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for
santa a raiz, também os ramos serão”. Precisamos lembrar que o dinheiro é sempre imundo. Nós
simplesmente não sabemos de onde veio o dinheiro que estamos usando. Ele está sempre circulando, mas
quando damos o dízimo, ele é santificado em nossas mãos. Por que precisamos santificá-lo? Porque o diabo
não pode tocar no que é santo. Ele toca apenas no que é imundo.
Lembre-se de que o maná deveria ser colhido cedo, de manhã. Não se preocupe em definir que horas seria
cedo o suficiente, apenas esteja certo de que o maná é a sua primeira prioridade a cada dia. Se ele é a
prioridade, será a primícia que vai santificar o seu dia.
I. Os Que Não Desejam o Maná
Em Números 11, lemos que o populacho que estava no meio do povo se cansou do maná. Aquele populacho
era constituído de egípcios que quiseram sair do Egito junto com o povo de Israel. Eles não eram, de fato,
povo de Deus.
Deus deu o maná para ser alimento, mas eles diziam que sua alma estava seca. Não tinham prazer em Cristo.
O texto diz que eles tentavam produzir coisas com o maná. Moíam, cozinhavam em panelas, faziam bolos,
mas não tinham satisfação. Isso simboliza aqueles que espremem a Palavra buscando novas revelações
porque não estão satisfeitos com Cristo.
Há muitos que desejam aprender sobre coisas como milagres, prosperidade ou teologia. Eles moem a Palavra
e fazem bolos, mas no fim essa comida perde a doçura do mel.
J. O maná Escondido (Ap 2.17)
O povo comeu do maná público, mas existe um maná escondido reservado para o vencedor. Há aqueles que
perdem o interesse em comer o maná, mas para o crente faminto do Senhor há a promessa do maná
escondido.
O maná era o alimento para a edificação do tabernáculo. Sem o maná, a igreja não pode ser edificada
simplesmente porque não teremos forças para isso. A única coisa que o povo fez no deserto foi edificar o
tabernáculo, e fizeram isso comendo apenas maná.
Observe que, depois de receber do maná escondido, receberemos uma pedrinha branca. A pedra é para a
edificação do tabernáculo de Deus entre os homens: a Igreja. Mas certamente aponta para o fato de que,
quando comemos de Cristo, somos também transformados em pedras para a edificação.

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