O cinema utiliza vários artifícios para atrair seu determinado público, assim os
jogos trabalham, com seus artifícios voltados a imersão e o lúdico, buscando
levar a essência de um mundo projetado através de algoritmos que necessitam de comandos para flexibilizar e usar como janela para o mundo real, mais um ponto em que o cinema se centraliza como janela para seus espectadores, fazendo com que os mesmos fiquem em uma posição passiva, já nos jogos essa posição acaba seguindo uma versatilidade, dependendo da mecânica do jogo, no entanto nunca deixa o seu público na posição passiva. Jogos que carregam a essência do cinema como “Batman Begins” trás cenas do próprio filme para as cut'scenes, fazendo um paralelo do filme com o jogo, colocando o jogador para ser o batman do filme e agir conforme o jogo direciona, pois diferente do filme, os jogos direcionam o jogador através do tutorial, onde cada comando é ensinado normalmente no início do jogo ou quando o personagem ganha uma habilidade nova, dentro dessas habilidades e combinações fica mais fácil de resolver o problema de um personagem, existindo várias formas de utilizá-los, entretanto no cinema já somos direcionados somente pela câmera enquanto o personagem acaba seguindo em sua forma uniforme para resolver seus problemas, não necessitando da ajuda do espectador para fazer determinada função, é importante lembrar da filosofia de Bergson e Deleuze sobre o tempo, pois a medida que o jogo passa, ocorre o estado de memória em que sempre vai se repetir, por exemplo um jogador começa um MMO e depois de 30 minutos jogando ele já sabe os comandos básicos para solucionar problemas iniciais do jogo, logo a temporalidade nos jogos existem assim como a maneira de pensar essa filosofia dentro do cinema, já que qualquer jogador não inicia sabendo dos comandos do jogo e leva um certo tempo até as ideias se fixarem e criar esses paralelos de evolução do personagem. Nos dias de hoje, a mecânica é bem mais valorizada do que a narrativa, isso por conta da acessibilidade que acaba abrindo certas brechas para jogos indies entrarem com tudo, no caso dos filmes, quanto melhor for a técnica, visualmente/sensorialmente melhor o filme vai estar, por isso que geralmente se vê pessoas criticando a técnica da Marvel, que usa o chroma key em suas produções, a relação do chroma nos dias atuais é mais bem recebida quando se está em uma produção de jogos, pois tem todo um sistema de captura de movimentos para os personagens conseguirem chegar a um movimento mais natural possível, dentro daquele mundo, essa só é uma das diferenças de como cada instrumento é aceito pelo público, sendo a mecânica começando a ser inserida no meio cinematográfico, com filmes e séries interativos, cujo o propósito é fazer o espectador decidir e até experimentar vivenciar a jornada do personagem com base em escolhas, deixando um pouco de lado a ideia do espectador passivo, mesmo sendo algo de expectativas vai perpassa por certos atritos com os jogos e desde que foram lançados, surgem comentários do que seria a essência dos jogos, que mesmo sendo algo híbrido de cinema e outros, continua tendo o seu próprio propósito e levando ideais em suas narrativas como no jogo “Metal Gear Solid Rising”, até mesmo em certas mecânicas como foi dito na aula sobre a posição de colonizador que os jogos MMO nos colocavam, os filmes tratam certos temas com naturalidade ou desaprovação e os jogos acabam fazendo o mesmo, com camadas mais realistas ou mais fantasiosas, gerando discussões dentro de seus ninchos levando através da estética mais satisfatória para o público alvo, outro ponto é que assim como o cinema, os jogos não são auraticos, na verdade eles são até bem mais manipuláveis enquanto estão em um computador, os mods acabam tirando toda essa áurea do jogo, em um filme o mínimo de áurea que se tira são as cópias, no caso dos jogos são as cópias e os mods, fora que alguns jogos podem ser jogados ainda enquanto estão em desenvolvimento, isso tudo para testar a jogabilidade e satisfação do jogador como foi o caso de “Yandere simulator” que gerou até reclamações por conta dos bugs que haviam no jogo e a demora da sua finalização, uma situação parecida e mais recente oi com o jogo “Cyberpunk 2077” onde entregaram o jogo com muitos bugs, isso acabou levando quase ao boicote do jogo, pois os desenvolvedores prometeram uma experiência única para os seus jogadores que acabaram ficando bastante decepcionados, além de banir players que usavam mods com o personagem do ator Keanu Reeves. A questão de usar atores em jogos se tornou bastante frequente por conta da captura de movimentos, atores consagrados como Elliot Page, Willian Dafoe, Mads Mikkelsen, Norman Reedus e outros já fazem parte desse meio dos jogos, atuando em filmes e séries, interpretando personagens de jogos que tem narrativas muito presentes e um trabalho mais cirúrgico até de expressões, como um filme exigiria para um personagem, o jogo também exige essa presença dos artistas envolvidos e o making of desses jogos são bem interessantes pois é basicamente atores em estúdio com um cenário pré- montado com coisas básicas para segurar, agarrar e até mesmo fazer certas manobras, diferente de um estúdio de cinema que normalmente monta o cenário com cada detalhe, como um quarto ou uma cozinha, os jogos trabalham mais da maneira “esquelética” de um quarto ou cozinha, justamente pela a animação intervir e criar ao ambientes. Então pode-se dizer que essa relação entre cinema e jogos está cada vez mais perto e tomando formas oriundas de se contar histórias, trazendo novas perspectivas para todos.