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27/05/2020 Disciplina Portal

Biologia Celular

Aula 3 - Membranas celulares: estrutura,


funções e especializações
INTRODUÇÃO

Não temos mais dúvidas quanto ao importante papel estrutural e funcional das células no nosso organismo. Agora
precisamos entender como é a estrutura de uma célula e de que forma isso está relacionado com o seu funcionamento
e com a atividade de todo o organismo.

Nesta abordagem estrutural, vamos começar por um estudo detalhado das membranas celulares, passando pela sua
composição química, pela sua organização e importância para que as células desempenhem as suas funções
corretamente.

Veremos, por m, que as funções da membrana e, ainda, as estruturas especiais que podemos encontrar nela estão
intimamente relacionadas a isso.

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OBJETIVOS

Analisar a composição e a estrutura das membranas celulares;

Enumerar e compreender as funções da membrana plasmática;

Identi car as especializações da membrana plasmática e as suas funções.

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AS MEMBRANAS CELULARES
Nós vimos que uma das características das células eucariontes é a grande quantidade de membranas:

Todas essas membranas possuem uma estrutura muito parecida e composta, basicamente, por lipídeos e proteínas.

A partir de agora, vamos nos dedicar ao estudo da membrana plasmática, que, como foi dito, delimita a célula e separa
o conteúdo do meio intracelular do meio extracelular. Contudo, veremos, que sua função vai muito além disso.

ESTRUTURA DA MEMBRANA PLASMÁTICA


A membrana plasmática é formada pela combinação de três tipos de biomoléculas:

Lipídeos;
Proteínas; e
Carboidratos.

Essas biomoléculas estão presentes em diferentes quantidades, em diferentes proporções.

Veremos a seguir esses detalhes.

LIPÍDEOS DA MEMBRANA PLASMÁTICA


Os lipídeos são as biomoléculas mais abundantes na membrana plasmática e um grupo deles forma a estrutura básica
da membrana.

Esses lipídeos são os:

Glicerofosfolipídeos (fosfolipídeos) (glossário);


Es ngofosfolipídeos; e
Glicolipídeos.

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Atenção!
, Todos os lipídeos encontrados na membrana plasmática possuem uma coisa em comum: são an páticos., , Isso quer dizer que
eles possuem:, ,
Uma parte que é polar, e, por isso, hidrofílica (que se relaciona com a água); e
Uma parte apolar e hidrofóbica (que não se relaciona com a água).

OS FOSFOLIPÍDEOS
Tomaremos os fosfolipídeos, já estudados na aula anterior, como exemplo.

Vimos que os fosfolipídeos são formados por dois ácidos graxos ligados ao glicerol e que um radical fostato se liga,
ainda, ao glicerol, como na imagem abaixo:

Na imagem, vemos a estrutura de um fosfolipídeo. A parte azul, chamada de cabeça, é a parte polar, formada pelo
glicerol ligado ao fosfato. A parte amarela, denominada cauda, é a parte apolar, formada pelos dois ácidos graxos.

Observamos as três formas de organização que os fosfolipídeos podem fazer, sempre mantendo as partes polares das
moléculas expostas (cabeças) e protegendo as partes apolares (caudas).

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No caso da membrana plasmática, é exatamente isso que acontece: os fosfolipídeos se organizam formando uma
dupla camada em que as cabeças (polares) cam voltadas para fora e as caudas (apolares) cam voltadas para
dentro.

Veja a imagem abaixo.

No esquema, vemos as duas camadas de fosfolipídeos (parte vermelha com amarelo) formando a estrutura básica da
membrana celular.

Atenção!
, Na membrana plasmática, existe ainda um outro lipídeo, do grupo dos lipídeos esteroides., , Nas células animais, o lipídeo
esteroide encontrado é o colesterol. Na imagem acima, podemos observá-lo também em amarelo e entre os fosfolipídeos., , O
colesterol também é an pático e se dispõe na membrana da mesma forma que os fosfolipídeos. A sua presença restringe o
movimento dos fosfolipídeos e, por isso, faz com que a membrana plasmática que menos uida e, portanto, mais rígida.

PROTEÍNAS DA MEMBRANA PLASMÁTICA


As proteínas estão presentes na membrana em menor proporção, mas a sua quantidade pode variar entre as células.

Elas podem ser:

Proteínas integrais

São assim chamadas porque se inserem na dupla camada de fosfolipídeos, podendo


atravessar de um lado a outro ou não. Quando elas atravessam de um lado a outro são
chamadas de proteínas transmembrana.

Proteínas periféricas

Estão apenas aderidas à superfície externa ou interna da membrana. Nessa mesma


imagem, que já vimos tantas vezes, podemos observá-las:

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Na imagem, vemos as proteínas da membrana, desenhadas de azul. Observamos que


algumas são integrais, atravessando de um lado a outro da membrana e outras não.
Podemos observar também as proteínas periféricas, apenas aderidas à superfície da
membrana.

FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS DA MEMBRANA


Essas proteínas da membrana exercem diferentes funções:

Algumas são receptores para moléculas sinalizadoras, como hormônios e neurotransmissores;


Algumas são canais ou transportadores, que permitem a passagem de substâncias como íons e outras moléculas
maiores;

Outras atuam como enzimas, acelerando reações químicas;


Outras, ainda, são proteínas envolvidas na adesão a outras células ou a moléculas do material que existe entre as
células, chamado de matriz extracelular.

Na imagem abaixo, podemos observar as proteínas desempenhando estas funções:

Na imagem, observamos as proteínas da membrana atuando de diferentes formas: como transportadoras, como
proteínas de adesão, como receptoras e como enzimas.

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Na imagem, observamos os oligossacarídeos ligados às proteínas da membrana, formando glicoproteínas.

Atenção!
, Esses carboidratos variam em tipo e quantidade de acordo com:, ,
O tipo celular;
A atividade funcional da célula; e
A localização da membrana na célula.
, , O glicocálice está envolvido em mecanismos de adesão celular e também de reconhecimento e sinalização celular., , Os grupos
sanguíneos humanos, por exemplo, são caracterizados pela combinação de carboidratos formando o glicocálice das hemácias ―
as células sanguíneas que transportam oxigênio.
Portadores de sangue tipo A apresentam uma determinada combinação que é diferente da combinação presente nas
hemácias de portadores de sangue tipo B, AB e O.

A imagem abaixo ilustra esse mecanismo de reconhecimento e sinalização celular.

Na imagem, observamos as hemácias dos diferentes tipos sanguíneos (A, B, AB e O) e as combinações de


carboidratos que são encontradas nas duas membranas, que determinam o tipo sanguíneo a que pertencem.

O MODELO DO MOSAICO FLUIDO

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A membrana plasmática é descrita como um mosaico uido, devido a sua organização molecular que lembra um
mosaico (várias moléculas diferentes encaixadas umas nas outras) e a sua uidez, que é determinada pela constante
movimentação das moléculas que a compõe.

Os fosfolipídeos se movimentam constantemente, o que podemos observar nessa imagem. Eles se difundem
lateralmente (difusão lateral), giram em torno do seu próprio eixo (rotação), estão constantemente trocando a posição
dos ácidos graxos de sua cauda ( exão) e, mais raramente, mudam de um lado para o outro da membrana ( ip- op).

Atenção!
, No entanto, vimos que a quantidade de colesterol na membrana pode limitar esses movimentos, deixando a membrana menos
uida e mais rígida.
A temperatura também pode interferir na uidez da membrana, assim como o fato dos ácidos graxos que formam os
fosfolipídeos serem saturados ou insaturados.

Nesse último caso, quando os ácidos graxos são saturados, os fosfolipídeos cam mais encaixados uns nos outros e
isso limita a sua movimentação, como vemos na imagem abaixo.

Na imagem, vemos uma membrana formada apenas por fosfolipídeos que têm ácidos graxos saturados e outra
formada por uma mistura de saturados e insaturados. No primeiro caso, os fosfolipídeos cam mais próximos e
encaixados, o que limita a sua movimentação.

Funções da membrana plasmática


Precisamos entender que a membrana plasmática não é só algo que delimita a célula e que, com isso, separa o meio
intracelular do extracelular. Claro, esta é uma função da membrana. Mas ela tem outras.

Controle da entrada e saída de substâncias

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A membrana plasmática controla a entrada e saída de substâncias nas células, uma vez que ela tem permeabilidade
seletiva, ou seja, deixa passar algumas moléculas, mas, ao mesmo tempo, impede o intercâmbio indiscriminado de
substâncias.

Na imagem abaixo, observamos a permeabilidade seletiva da membrana. Podemos ver que gases, moléculas
hidrofóbicas e moléculas hidrofílicas pequenas conseguem atravessá-la livremente. No entanto, moléculas polares
grandes e íons não conseguem passar através dela.

SUPORTE FÍSICO PARA ENZIMAS


Outra função da membrana plasmática é atuar como suporte físico para muitas enzimas que cam xadas nela.

Por exemplo, a Adenil ciclase, uma enzima importante para o mecanismo de sinalização celular, como ilustra a imagem
abaixo.

Na imagem, vemos a enzima Adenil ciclase, que ca xada na membrana plasmática, desempenhando seu papel no
mecanismo de sinalização celular feito pelos hormônios esteroides.

FORMAÇÃO DE VESÍCULAS PARA TRANSPORTE

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Na imagem, é ilustrada a participação da membrana na formação de vesículas, que servem para o transporte de
substâncias e partículas, tanto dentro da célula como também no transporte de fora para dentro da célula (endocitose)
e de dentro para fora da célula (exocitose).

SINALIZAÇÃO CELULAR
A membrana plasmática participa também dos mecanismos de interação química celular.

Essa interação ocorre por meio de receptores proteicos especí cos presentes na membrana, que interagem com
moléculas, como neurotransmissores, hormônios e fatores de crescimento.

Veja na imagem abaixo como essa interação pode acontecer.

Na imagem, veri camos como a membrana plasmática participa dos processos de sinalização celular. Muitas vezes,
células liberam moléculas sinalizadoras, que se ligam a receptores presentes na membrana de outra célula. Outras
vezes, as células apresentam as moléculas sinalizadoras aderidas à sua membrana e o contato com a outra célula, que
possui o receptor, é necessário.

ESPECIALIZAÇÕES DA MEMBRANA PLASMÁTICA


Além das funções que falamos anteriormente, a membrana pode desempenhar funções especiais que estão
relacionadas com as especializações que ela pode apresentar.

Essas especializações podem estar presentes em uma das regiões da célula (glossário):

Apical;
Lateral; e
Basal.

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Na imagem, vemos as três regiões que a célula apresenta.

ESPECIALIZAÇÕES DA REGIÃO APICAL


Na região apical das células, podemos encontrar especializações como as microvilosidades e estereocílios, que estão
relacionadas com o aumento da superfície da membrana.

Outras especializações, como os agelos e cílios, estão relacionadas com o movimento celular.

Veja:

MICROVILOSIDADES
As microvilosidades são prolongamentos do citoplasma recobertos por membrana. Elas aumentam a superfície de absorção das
células e, por isso, são encontradas em células do intestino e tubos contorcidos proximais dos rins, que precisam absorver muitas
substâncias.

ESTEREOCÍLIOS
Os estereocílios são semelhantes às microvilosidades, porém possuem maior comprimento e se rami cam frequentemente. Eles
também aumentam a superfície de absorção facilitando o transporte de água e outras moléculas para dentro das células. São
encontrados nos epidídimos e no pavilhão auditivo.

CÍLIOS
Os cílios são projeções móveis semelhantes a pelos. São nos, curtos e móveis, presentes em grande quantidade em células do
revestimento do sistema respiratório e de tubas uterinas. Eles movimentam substâncias e partículas que estão sobre as células.
Alguns protozoários utilizam cílios para a sua locomoção.

FLAGELOS
Os agelos são projeções móveis longas, presentes em menor quantidade. São utilizados para movimentação das células, como
em espermatozoides, protozoários, algas unicelulares e bactérias.

ESPECIALIZAÇÕES DA REGIÃO LATERAL


As células também podem apresentar outras especializações da membrana na superfície lateral delas.

Essas especializações estão relacionadas com:

Adesão entre as células


Adesão entre as células e a matriz extracelular
Oclusão entre as células
Comunicação entre as células

Algumas dessas especializações podem ser vistas na imagem abaixo.

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A imagem mostra as especializações da região lateral das células.

Especialização 1 - Junções Oclusivas, que servem para vedar os espaços entre as células de
forma a impedir a passagem de moléculas;

Especialização 2 - Desmossomos, que servem para unir fortemente as células umas às outras;

Especialização 3 - Junções Comunicantes, que servem para permitir a comunicação entre as


células.

EXERCÍCIOS
1. Quanto à estrutura da membrana plasmática, é correto a rmar que:

As proteínas estão sempre inseridas na dupla camada de fosfolipídeos.


As cabeças polares dos fosfolipídeos cam voltadas para a face interna da membrana.
As caudas apolares dos fosfolipídeos cam voltadas para a face externa da membrana.
O colesterol está presente apenas nas células animais e interfere na sua uidez.
Apenas o colesterol se movimenta na membrana plasmática.

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Justi cativa

2. A membrana plasmática desempenha várias funções, exceto:

Controlar a entrada e saída de substâncias da célula.


Participar dos mecanismos de adesão celular.
Permitir o reconhecimento e sinalização celular.
Servir de suporte físico para enzimas.
Produzir proteínas nas células.

Justi cativa

3. Na superfície das células epiteliais, podemos encontrar algumas especializações da membrana, como, por exemplo,
algumas que têm como nalidade aumentar a superfície de absorção das células, como no intestino delgado. Essa
especialização é:

Cílios
Queratina
Microvilosidades
Flagelo
Desmossomos

Justi cativa

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Glossário
GLICEROFOSFOLIPÍDEOS (FOSFOLIPÍDEOS)

Os glicerofosfolipídeos são os mais comuns, encontrados na grande maioria das células. Por isso, serão os mais considerados
aqui. Para simpli car, serão chamados apenas de fosfolipídeos.

REGIÕES DA CÉLULA

Cada região pode apresentar especializações características.

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