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1. INTRODUÇÃO
O ideal de promover o bem estar, o desenvolvimento das potencialidades, além da noção
do que seja bem comum constituem a finalidade do Estado.
O Estado moderno paga os bens e serviços de que necessita, gerando despesa pública,
exercendo uma atividade financeira. Conceitua-se tal atividade como a atuação estatal para
obter, gerir e aplicar recursos financeiros necessários à consecução de suas finalidades,
desdobrando-se em receita, despesa e crédito público.
O Estado somente que pode explorar a atividade econômica quando por imperativo de
segurança nacional ou relevante interesse coletivo, sujeitando-se ao regime das empresas
privadas. O poder de dirigir a economia agora não é mais privativo da União, que retém
atribuição de regulação geral da matéria. Fala-se em Estado ali, mas entende-se Federação,
incluindo Estado e Município.
FEDERAIS
ESTADUAIS ESTADUAIS
Imposto sobre vendas a varejo ICM
Imposto sobre Transmissão (Causa-Mortis) Imposto sobre Transmissão (Causa-Mortis)
Imposto sobre Expedição
Imposto sobre Atos Regulados
Impostos Especiais
MUNICIPAIS MUNICIPAIS
Imposto Territorial Rural
Imposto sobre Transmissão (Inter-vivos)
IPTU IPTU
Imposto de Indústrias e Profissões ISS
Imposto de Licença
Imposto sobre Diversões Públicas
Imposto sobre Atos de Economia
Para compensar as perdas de arrecadação dos estados e dos municípios, criou-se fundos
de participação e as partilhas do imposto único. O Imposto de Renda foi prejudicado pelo
tempo que decorria entre a apuração e o recolhimento em relação à inflação elevada.
A carga tributária brasileira ao longo do período que vai de 1946 até a reforma de 1966
girou em torno de 15% do PIB. Em seguida, passou para 25% e manteve-se nesse patamar
até o período pós-plano Real quando atingiu 30% do PIB.
Diz-se que temos hoje um sistema tributário deformado em relação à década de 60,
devido, principalmente, a maior descentralização e cumulatividade.
3. CONCEITOS DE DIREITO
Direito Financeiro
Direito Tributário
4. TEORIA DA TRIBUTAÇÃO
Pelo conceito da equidade, cada indivíduo deve contribuir com uma quantia "justa"; pelo
conceito da progressividade, as alíquotas devem aumentar à medida que são maiores os
níveis de renda dos contribuintes; pelo conceito da neutralidade, a tributação não deve
desestimular o consumo, produção e investimento; e, por fim, pelo conceito da simplicidade,
o cálculo, a cobrança e a fiscalização relativa aos tributos devem ser simplificados a fim de
reduzir custos administrativos.
Impostos são tributos cobrados cujo valor arrecadado não tem um fim específico. As
contribuições são tributos cujos recursos devem ser legalmente destinados a finalidades
préestabelecidas.
Taxas são tributos para manutenção do funcionamento de um serviço dirigido a
uma comunidade de indivíduos.
A obrigação cuja causa de vontade das partes é de direito privado. Já a que surge por
determinação legal é de direito público. A obrigação tributária tem como a causa a lei. A
obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador, estabelecendo uma relação
jurídica que vincula o sujeito ativo (Estado), que pode exigir do sujeito passivo (particular)
uma prestação patrimonial (dinheiro), em virtude da vontade da lei que instituiu o tributo.
5.1 Princípios
· Princípio da legalidade -significa que não pode ser exigido ou aumentado tributo sem
que haja estipulação de lei. (Art.5°, II e Art.150, I da CF).
· Princípio da Isonomia -todos os contribuintes são iguais perante o fisco. (Art.5° e
Art.150, I da CF)
· Princípio da anterioridade -proíbe a União, os estados e os municípios de cobrar tributos
no mesmo exercício de sua instituição (ou seja, os impostos só podem ser cobrados no ano
seguinte de sua aprovação em lei). As exceções para esse princípio são o Imposto de
Importação, o Imposto de Exportação, o IPI, o IOF e os impostos extraordinários (em caso de
guerra). (Art.150, III a, da CF).
t. 2, p. 383) .
O Código Tributário Nacional tem natureza de lei orgânica, de lei quadro ou como se diz
na terminologia francesa loi cadre ou alemã Rahmengesetz. O Código Tributário Nacional não
é um Código sinônimo de lei ordinária integral ou uma consolidação de legislação ordinária
como entre nós e exemplo a Consolidação das Leis do Trabalho ou os Códigos Civil,
Comercial, Penal, etc. Uma das leis orgânicas sobre leis tributárias daquela natureza e que
serviu de uma das fontes principais do CTN foi precisamente a Ordenação Tributária
(Abgabenordnung, abreviadamente AO) da Alemanha.
Assim, ao definirem o tributo, oferecem o modelo geral para impedir que a título de
tributo o poder público possa requisitar prestações que o não sejam ou que por confusão se
apliquem regras tributárias, por exemplo, aos preços públicos.
7. DEFINIÇÃO DE TRIBUTOS
Tributos são as receitas derivadas que o Estado recolhe do patrimônio dos indivíduos,
baseado no seu poder fiscal (poder de tributar, às vezes consorciado com o poder de
regular), mas disciplinado por normas de direito público que constituem o Direito Tributário.
As outras receitas chamadas originárias e provenientes do próprio patrimônio do Estado,
nada têm que ver com o Direito Tributário, este direito somente disciplina as receitas
derivadas, provenientes da exigência sobre a economia dos particulares e que são os
tributos.
O Código Tributário Nacional -C.T.N. preceitua em seu artigo 3º que “tributo é toda
prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. ”
Essa divisão, entretanto, não se baseia em critério jurídico. O crédito de imposto se funda
sempre numa obrigação pessoal, pois a lei, ao tributar, sempre obriga um determinado
sujeito vinculado ao fato gerador, que se chama contribuinte ou responsável.
Outra distinção usual é a de imposto direto e imposto indireto e esta distinção tem
relevância dentro do sistema tributário.
O imposto direto tem a virtude de poder graduar diretamente a soma devida por um
contribuinte, de conformidade com sua capacidade contributiva. Exemplo típico de imposto
direito é o imposto sobre a renda pessoal. O imposto indireto, diferentemente, liga o ônus
tributário a um evento jurídico ou material e não dispõe de um parâmetro direto para apurar
a capacidade econômica do contribuinte. Somente de modo teórico e genérico poderá
graduar a tributação por meio do sistema ad valorem e em razão de índices de capacidade
Portanto, tratando-se de imposto, o Estado não precisa criar nenhum serviço nem dispor
de qualquer atividade especial para oferecer ao contribuinte em troca do que este irá pagar,
pois não há, no imposto, a contrapartida que vamos encontrar na taxa. Basta que a pessoa
jurídica de direito público tenha competência, crie o imposto por lei, naturalmente
escolhendo, em boa técnica, as situações que revelem, direta ou indiretamente, capacidade
contributiva.
Os impostos devem ser arrecadados com um fim destinado, mas os recursos provenientes
deles não podem ser vinculados diretamente a uma causa específica, indo direto para o
Tesouro Nacional.
· pessoais ou reais;
· diretos ou indiretos;
· fixos ou proporcionais;
· progressivos ou regressivos;
· cumulativos ou não-cumulativos;
· ordinários ou extraordinários;
· residuais;
· federais, estaduais, distritais, municipais.
A instituição de impostos está prevista na Constituição Federal de 1988 e a competência
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de instituí-los distribui-se entre os entes políticos nacionais (União, Estados, Distrito Federal
e Municípios): À União cabe a instituição do IR, IPI, II, IE, IOF, ITR, IGF; Aos Estados cabe a
instituição do ICMS, IPVA, ITD; Aos Municípios cabe a instituição do ISS, IPTU, ITBI.
Impostos federais:
II -Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros.
IE -Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados.
IR (IRPJ/ IRPF)-Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza doze.
IPI -Imposto sobre Produtos Industrializados.
IOF -Imposto sobre Operações Financeiras.
ITR -Imposto Territorial Rural.
IGF -Imposto sobre Grandes Fortunas.
Impostos extraordinários -em caso de guerra.
Impostos estaduais:
ICMS -Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços.
IPVA -Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores.
ITCMD -Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou Direito.
Aire -Adicional do Imposto da União sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
Impostos municipais:
IPTU -Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana.
ITBI -Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens e Imóveis e de Direitos Reais a Eles
Relativos.
IVVC -Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos (extinto).
ISS -Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza.
9. TAXAS
Na legislação tributária brasileira, taxa "é a contraprestação de serviços públicos ou de
benefícios feitos, postos à disposição ou custeados pelo Estado, em favor de quem paga ou
por este provocado" (definição de Aliomar Baleeiro, amplamente utilizada nos circuitos
jurídicos).
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Ou seja, é uma quantia em dinheiro paga ao Estado em troca de algum serviço prestado
por ele. Como a "contratação" de tal serviço não é formalmente obrigatória (embora muitas
vezes sejam essenciais), taxas não são formalmente consideradas "obrigatórias" (ao
contrário de impostos).
Outra categoria de taxas é a chamada "taxas de exercício de poder de polícia", que são
taxas de atividades do Estado que (teoricamente) servem para atender o interesse da
comunidade na forma de regulação e fiscalização (que não é necessariamente feita). Se o
exercício do poder de polícia não for regular ou o serviço não for de atribuição da entidade
tributante, a taxa será ilegítima. Por exemplo: taxa para construção, taxa de licença de
publicidade, taxa de localização,etc.
Como se vê, a disciplina para a instituição da taxa, entre nós, é hoje bastante rigorosa e
isto porque, antes da reforma, eram freqüentes as invasões de competência e os conflitos
em razão de indiscriminada criação de verdadeiros impostos, rotulados com a denominação
de taxas e que fraudavam a disciplina dos imposto.
Contribuição especial
Contribuição de melhoria
Na legislação tributária brasileira, contribuição de melhoria são taxas que surgem quando
um determinado imóvel ou propriedade são valorizados por conseqüência de obra pública.
Também incide quando os imóveis que circundam a propriedade se valorizam.
Teoricamente, só são devidas quando há efetiva melhoria, e devem ser amparadas em lei
complementar.
Empréstimo compulsório
· INSS
· FGTS
· PIS/PASEP
Contribuições sobre o faturamento ou sobre o lucro:
10.406/2002).
O laudêmio não é um tributo (este sim, cobrável na forma que a lei determinar, em razão
da soberania do ente público), mas uma relação contratual, de direito obrigacional, na qual o
ente público participa na condição de contratante e como tal sujeito aos princípios gerais dos
contratos.
O foro, o laudêmio e a taxa de ocupação não são tributos, receitas derivadas, mas sim
receitas originárias, às quais a União tem direito em razão do uso por terceiros de seus bens
imóveis. Não estão sujeitos, portanto, às normas do Código Tributário Nacional.
A taxa é uma receita pública derivada, isto é, retirada de forma coercitiva do patrimônio
dos particulares, vindo a se integrar no patrimônio do Estado. A tarifa visa o lucro, a taxa visa
o ressarcimento.
12. CONCLUSÃO
Existem três formas clássicas de tributação: a renda, o patrimônio e o consumo. O resto
são variações ou combinações dessas bases clássicas, com exceção, naturalmente, dos
impostos de natureza regulatória, incidentes sobre o comércio exterior e sobre as operações
financeiras.
No que se diz respeito à eficácia e falhas no sistema tributário, algumas considerações são
feitas atualmente.
O imposto de renda é uma tributação direta muito eficaz. Segundo dados históricos, o
IRPF tem apresentado características de progressividade ao longo do tempo. Infelizmente o
IRPJ não tem alcançado muito sucesso. Além de inibir a produção ele pode causar perda de
competitividade do produto nacional frente ao produto importado, pelo o que se observa.
Os impostos sobre o patrimônio, como o IPTU e o IPVA, são de fácil cobrança e controle e
tendem a penalizar os indivíduos com maior poder aquisitivo. Entretanto, o IPTU, por
exemplo, é falho no momento em que o inquilino de um imóvel paga o imposto ou um
estabelecimento comercial encarece seus produtos, embutindo tal imposto nos preços. O
imposto sobre as vendas, embora muito utilizado, não é o mais indicado por questões de
progressividade. Além disso, um bem com maior número de etapas de produção é mais
penalizado do que os demais.
BIBLIOGRAFIA
BORGES, Humberto Bonavides. Gerência de impostos: IPI, ICMS e ISS. 3ed. São Paulo: Atlas,
2000.
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e tributário. 14ed. São Paulo: Atlas, 2005.
FURLAN, Valéria C.P. Apontamentos de direito tributário. São Paulo: Max Liminad, 1999.
Código Tributário Nacional / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração
de Antônio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos e Lívia Céspedes. 34ed. São
Paulo: Saraiva, 2005.
FABRETTI, Láudio Camargo. FABRETTI, Dilene Ramos. Direito Tributário para cursos de
administração e ciências contábeis. 3ed. São Paulo: Atlas, 2004.