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Índice
Página 2 EM DESTAQUE
A Odisseia de África
O Café e a Sua História
Página 4 INOVAÇÃO
Após na edição anterior termos traçado a Linha do Tempo do Café, com
Bean Machine
os principais marcos do seu percurso até ao dias de hoje, baseamo-nos na
obra de Mary Banks, Christine McFadden e Catherine Atkinson para lhe
Página 5 O CAFÉ NA COZINHA
descrevermos a misteriosa e turbulenta viagem do grão de café, desde o
Maminha ao Molho de seu berço etíope, através da Arábia e do Médio Oriente, até à Europa e ao
Café Novo Mundo. Continuaremos ainda nas próximas edições a revelar como
o café se arreigou irrevogavelmente nas culturas ocidentais, e a analisar o
Tiramisu de Beber
seu papel vital na vida política, económica e cultural em todo o mundo,
Página 6 COCKTAILS E BEBIDAS historicamente e até aos dias de hoje.
Próximos Workshops
Workshop Café: Latte Art
Lisboa: 1 de Junho - Das 16h às 19h
Workshop Café: Um Produto Desconhecido – Módulo Avançado
Lisboa: 22 de Junho - Das 10h às 13h
Workshop Café Menu: Bebidas de Verão e de Inverno
Lisboa: 22 de Junho - Das 16h às 19h
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A Odisseia de África
A planta do café foi da Etiópia para a Arábia, algures entre 575 e
850. Como lá chegou não é claro, embora uma hipótese refira
que as sementes poderão ter sido levadas por gente das tribos
africanas, quando migraram para norte, do Quénia e da Etiópia
para a Península Arábica. Acabaram por ser repelidos pelas
lanças dos persas, mas deixaram atrás de si cafeeiros, crescendo
na região que é hoje o Iémen.
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termo que acabou por ser usado Alpinus. Neste livro sobre os
tanto para o vinho como para o remédios e plantas do Egipto,
café. Uma vez que o vinho fora Alpinus escreve: “É um excelente
proibido por Maomé, o café foi remédio contra a cessação dos
alcunhado de “vinho das arábias”. fluxos das mulheres e elas fazem
muitas vezes uso dele, quando o
Parece também possível que o café
seu fluxo não é tão rápido quanto
tenha sido usado como alimento na
desejariam... é um remédio rápido
Arábia e só mais tarde misturado
e certeiro para aquelas mulheres,
com a água para fazer uma bebida.
que, não tendo os seus fluxos, são
A primeira versão desta bebida foi,
atormentadas por dores
provavelmente, um líquido
violentas”.
produzido macerando alguns grãos
com pergaminho em água fria. Alpinus prossegue, descrevendo
Mais tarde, esses grãos foram como se fazia o café: “Esta
torrados em fogueiras e depois decocção, fazem-na de duas BUN E BUNCHUM
fervidos em água durante cerca de maneiras: uma com a pele ou o
A palavra africana para o cafeeiro
30 minutos, até se obter um líquido exterior do referido grão e outra
era bun, que depois deu, em
amarelo-claro. com a própria substância do grão.
árabe, bunn, significando tanto a
A que é feita com a pele tem
Por volta do ano 1000, a bebida era planta como a baga. Rhazes (850-
maior poder do que a outra...
ainda uma decocção relativamente 922), médico que viveu no Iraque
grosseira, feita com grãos verdes e O grão é colocado num persa, seguidor de Galeno e de
os seus pergaminhos. instrumento de ferro, firmemente Hipócrates, compilou uma
Provavelmente, foi apenas por fechado com a tampa, por este enciclopédia médica na qual se
alturas do século XIII que se instrumento introduzem um refere ao grão como bunchum. A
começou a secar os grãos antes de espeto por meio do qual o voltam sua dissertação sobre as
os usar; eram postos ao sol e, uma no fogo, até que fique bem propriedades curativas levou
vez secos, podiam guardar-se por torrado; depois do que, tendo-o indubitavelmente a crer que o
longos períodos. Depois disso, foi pisado bem até ficar um pó muito café era conhecido como remédio
um pequeno passo até os torrarem fino, se pode fazer uso dele, havia mais de mil anos.
sobre um fogo de carvão. proporcionalmente ao número de Referências semelhantes surgem
pessoas que o vão beber: a terça nos textos de Avicena (850-1037),
PRIMEIROS USOS
parte de uma colher para cada outro distinto médico e filósofo
Inicialmente, o café era consumido pessoa, e deite-a num copo de muçulmano.
apenas no decurso de cerimónias água a ferver juntando também
religiosas ou por conselho médico. A palavra “café”, enquanto
um pouco de açúcar. E depois de
Depois que os homens da medicina bebida, é uma forma modificada
ter fervido um pouco, deve deitá-
constataram os efeitos benéficos do do termo turco kahveh que, por
lo em pires de porcelana ou de
sua vez, deriva do árabe kahwa
café, foram cada vez mais os que o qualquer outro tipo e deixar bebê-
começaram a receitar. (ou qahwah).
lo aos poucos, o mais quente que
O café era usado para tratar uma se possa suportar.”
variedade surpreendente de in Manual Enciclopédico do Café
problemas, incluindo pedras nos
rins, gota, varíola, sarampo e tosse.
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Bean Machine
O carro movido a café
O engenheiro britânico Martin monóxido de carbono e Assista ao vídeo em
Bacon desenvolveu um carro que hidrogénio, que servem para http://www.youtube.com/watch
se move com um subproduto do alimentar um motor a combustão ?v=5ZXKyEhW6x8.
café. O Bean Machine,, ou Coffee adaptado. Os gases são filtrados e
Car Mark 2, como é chamado o arrefecidos. Depois, o hidrogénio
automóvel, estabeleceu, em é canalizado para o motor, onde
Fevereiro deste ano, em entra em combustão, move
Manchester, um recorde de os cilindros e coloca o
velocidade reconhecido pelo carro em movimento.
Guiness Book of Records: foi
A ideia não é
considerado o veículo mais rápido
necessariamente nova.
da história a ser movido por café,
Em termos de
tendo alcançado a velocidade de
racionamento de
104 km/h.
combustível na Segunda
A Bean Machine foi construída Guerra Mundial,
sobre uma antiga pick-up Ford aproximadamente 100
F100 de 1989. mil veículos no Reino
Unido passaram a usar a
Embora não use gasolina ou
queima de gases para circular.
diesel, o sistema ainda precisa de
carvão para aquecer o café a 700º. Em 2010, Martin Bacon já tinha
Contudo, de acordo com o modificado outro
inventor, a solução é mais carro, o Mark 1,
ecológica do que o uso de tendo ido de
derivados de petróleo. No Manchester até
entanto, o custo é entre 25 e 50 Londres. A viagem
vezes mais caro do que a gasolina. entrou no livro
Outra desvantagem é o enorme Guiness Book of
peso acrescido pela caldeira. Records como
sendo a maior
O carro é equipado com um
jornada
sistema gaseificador que queima o
percorrida por
material orgânico a altas
um carro movido
temperaturas. Como resultado,
a café.
gera gases combustíveis, como
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www.academiadocafe.pt Nº 18, Maio 2013
O Café na Cozinha
INGREDIENTES:
1 peça de maminha, limpa, com uma pequena camada de gordura
100 ml de café
INGREDIENTES:
1 chávena (chá) de biscoitos Amaretto
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www.academiadocafe.pt Nº 18, Maio 2013
Cocktails e Bebidas
Café com Creme de Laranja
A laranja é o fruto produzido pela laranjeira. É um fruto híbrido,
criado na antiguidade a partir do cruzamento da cimboa com a
tangerina. O sabor da laranja varia do doce ao levemente ácido.
Frequentemente, esta fruta é descascada e comida ao natural, ou
espremida para obter sumo. As pevides (pequenos caroços
duros) são habitualmente removidas, embora possam ser usadas
em algumas receitas. A casca exterior pode ser usada também
em diversos pratos culinários, como ornamento, ou mesmo para
dar algum sabor. A camada branca entre a casca e as gomas, de
dimensão variável, raramente é utilizada, apesar de ter um sabor
levemente doce. É recomendada para “quebrar” o sabor ácido da
laranja na boca, após terminar de consumir o fruto.
INGREDIENTES:
2/3 chávena (chá) de natas frescas
Bata as natas com as raspas de laranja e o açúcar até engrossar um pouco. Encha as taças com metade do creme. Bata o
restante até obter picos firmes e reserve. Acrescente o
café e o chocolate nas taças. Finalize com o restante
creme batido e decore com chocolate em pó.