Você está na página 1de 12

7 POSSÍVEIS Temas

REDAÇÃO
ENEM
2020
OLÁ, VESTIBULANDO!
Todos os anos é mesma coisa: à medida que a prova do ENEM vai se aproximando,
vestibulandos de todo o país começam a se familiarizar com os possíveis temas da
Redação.
Assim como todo o resto dessa prova, a parte da Redação também tem suas próprias
especificidades. Com o passar dos anos mais e mais alunos têm conseguido atingir a
tão famosa nota 1000, mas para chegar a essa pontuação é preciso obter 200 pontos
nas 5 competências analisadas:

5 Competências da Redação ENEM:


1. Demonstrar o domínio da modalidade escrita formal da Língua
Portuguesa;
2. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias
áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites
estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa;
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos,
opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;
4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos
necessários para a construção da argumentação;
5. Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado,
respeitando os direitos humanos.
2
POSSÍVEIS TEMAS PARA 2020
Agora que você já sabe um pouco sobre as competências cobradas na Redação ENEM, chegou a
hora da gente te apresentar eles: os possíveis temas para a redação ENEM 2020.

1. Movimento antivacina e o ressurgimento de doenças erradicadas


Toda a prova do ENEM é feita muito antes da aplicação. Por isso, é bem pouco provável (quase
impossível) afirmar que você encontrará questões sobre o novo coronavírus. No entanto, o mesmo
não acontece com a Redação e pode ser que o tema dela tenha alguma relação com toda essa
confusão que vivemos hoje. Com o possível surgimento de uma vacina contra o Coronavírus até o
começo de 2021, esse pode ser um tema interessante para ser abordado. Além disso, de acordo
com a Organização Mundial da Saúde, a atual hesitação das pessoas em se vacinar é uma das
dez maiores ameaças à saúde global. A questão é realmente de saúde pública.
A concepção errada que algumas pessoas têm sobre a vacina coloca a saúde
de todos à sua volta em risco. O sarampo, por exemplo, que havia sido
erradicado das Américas em 2016, voltou a aparecer após surtos em
2018 nos estados de Roraima e Amazonas. Além deles, São Paulo, Rio
Grande do Sul, Rondônia e Rio de Janeiro também registraram casos.
Por isso, o movimento antivacina e o ressurgimento de doenças erradicadas
são temas extremamente importantes especialmente para o Brasil
que já tem seu sistema público de saúde comprometido.

www.biologiatotal.com.br 3
2. Valorização do SUS: saúde pública e seus desafios
Esse é um tema que tem ganhado bastante destaque na discussão pública e especialmente na
ala de oposição ao atual governo. Mesmo antes do atual presidente Jair Bolsonaro, já se discutia
a necessidade de priorização de projetos e reformas para a saúde pública brasileira, que está em
constante colapso e a pandemia do novo coronavírus só evidenciou ainda mais tal situação.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o maior sistema público do mundo. Os Estados Unidos, por
exemplo, não possuem um sistema tão vasto e que está disponível para toda a sua população em
tantas áreas da saúde. O SUS atinge 3 estágios federativos (federal, estadual e municipal) e faz
com que o Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes, seja o único país a oferecer serviço de
saúde para toda a população.
Em um país tão extenso e diverso como o que vivemos, os problemas econômicos e sociais atingem
também a saúde. Assim, as dificuldades geográficas e os problemas estruturais são encontrados
em todo o território brasileiro. A falta de recursos, ou a melhor distribuição dos mesmos, é um dos
principais empecilhos. Lembre-se que os recursos para a saúde são fixados por lei:
» Governo Federal deve destinar 13,2% para a saúde
» Estados 12%
» Municípios 15%
*Porcentagem em cima daquilo que é arrecadado por impostos

No entanto, a arrecadação acontece na união e a mesma envia apenas 13% para os


municípios, que são os lugares que efetivamente fazem as políticas de saúde, educação
e segurança. Na Suécia, por exemplo, acontece o oposto: 72% do que é arrecadado
vai para os municípios. De acordo com dados da Politize!, até 2016 o governo federal
gastava uma média de R$ 3,00 por dia com a saúde dos brasileiros.
4
Alie à má distribuição do que é arrecadado com a
corrupção e tenha o resultado que vemos hoje: saúde
sucateada e fazendo vítimas em todo o país. Por isso, é preciso
pensar aqui em medidas fiscais, logísticas e sanitárias para que os
corretores percebam que você tem conhecimento completo sobre o
tema.

3. Desafios e perspectivas da educação a distância no Brasil


A educação à distância já é uma realidade no Brasil há algum tempo. O crescimento do
acesso à internet fez com que a modalidade fosse disseminada e permitisse que áreas antes mais
isoladas conseguissem dialogar mais de perto com a educação básica e superior.
A Associação Brasileira de Educação a Distância divulgou em 2019 um aumento de 17% nas
matrículas, sendo esse crescimento maior no Sudeste. Antes da Pandemia, o Brasil já contava com
9 milhões de estudantes EAD. Se antes do novo coronavírus a procura acontecia especialmente
por conta da dificuldade de se chegar a uma instituição física, hoje o isolamento mostra que o EAD
é uma opção para todo mundo. Mas quem é todo mundo?
Em um país tão desigual é importante saber que existem pessoas que vivem, por exemplo, em
áreas com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Haiti. Ou seja, ter acesso à internet,
a um notebook e a um ambiente propício para o estudo ainda é privilégio em nosso país. Além
disso, a metodologia mais aceita hoje é o modelo professor + sala de aula, mas seria esse o melhor
modelo para educação à distância?

www.biologiatotal.com.br 5
Será que os alunos respondem aos mesmos estímulos
estando do outro lado da tela? Ainda existe a desconfiança,
inclusive no mercado de trabalho, sobre a qualidade dos
profissionais que estão sendo formados no modelo EAD.
Provavelmente o modelo EAD crescerá ainda mais nos próximos
5 anos, mas é preciso pensar em como combater as dificuldades
apresentadas hoje.

4. Inclusão digital e acesso à internet


Esse é um ponto que se entrelaça com o anterior. Inclusão digital não é a mesma coisa que acesso
à internet. É isso mesmo. Um governo que se compromete com a inclusão digital é aquele que se
compromete com a democratização da tecnologia. Ou seja, incluir uma população digitalmente é
garantir que todos, independentemente de classe social, etnia, religião terão como usufruir daquilo
que é proporcionado pelas ferramentas tecnológicas de comunicação. Pensando rapidamente
sobre a realidade do Brasil hoje, é fácil dizer que a tal inclusão digital não acontece.
De acordo com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), 98,2% da população podem
ter acesso a dados móveis (2018). Ou seja, 98,2% dos brasileiros estão em áreas cobertas pelos
dados móveis. Ainda nesse ano, a UNICEF divulgou uma pesquisa que mostra que 4,8 milhões de
crianças e adolescentes (9 a 17 anos) não têm acesso à internet. Número corresponde a 17% da
população nessa faixa etária.
Por isso, é preciso pensar que a internet ainda não é lugar para todo mundo e que
medidas governamentais precisam ser tomadas para que tal fato se torne realidade.
Que medidas podem ser essas? Por que é importante que a inclusão digital aconteça?
5
6
Essas são algumas perguntas que precisam ser
respondidas na sua redação.

5. Crimes virtuais
Em 2017 a delegada Daniela Terra, da Delegacia de Repressão a
Crimes de Informática, informou que os crimes de pedofilia que
começam ou acontecem na internet tiveram aumento de 50% no
Rio de Janeiro. O número é alarmante e mostra que o ambiente
virtual está longe de ser um ambiente neutro de crimes.
No Brasil, crimes que acontecem na rede mundial de computadores são tratados
como qualquer outro crime. Além disso, por aqui temos também duas leis que
garantem alguma proteção aos usuários: o Marco Civil da Internet (2004) e a lei
Carolina Dieckman (2012).
E tem mais: uma pesquisa divulgada pela UNICEF em setembro de 2019 diz que um em cada 3
jovens em 30 países diz ter sido vítima de bullying online. A mesma pesquisa mostra que um em
cada cinco saiu da escola por conta do cyberbullying e violência. Aqui no Brasil, as redes sociais
foram o espaço responsável por conter mais casos desse tipo de violência, sendo o Facebook o
principal meio.
Não é de hoje que o comportamento do ser humano na internet vem sido discutido,
especialmente com o aumento do tempo que gastamos na rede mundial de computadores.
Sem dúvida nenhuma, é preciso pensar que medidas devem ser tomadas para que
o ambiente virtual não se torne tão violento quanto o que enfrentamos aqui fora.

www.biologiatotal.com.br 7
Seria essa uma responsabilidade do governo? Das
pessoas? Ou das empresas como Google e Facebook?
Além disso, é preciso pensar também na relação entre o online
e o off-line. A forma como agimos individualmente e em sociedade está
ligada a forma como agimos na internet e vice-versa? Numa sociedade
cada vez mais conectada, crimes virtuais não são só virtuais.

6. A importância da preservação do Meio Ambiente


Por mais que seja difícil ter uma redação com tema ambiental, é importante lembrar
que ninguém imaginou que na prova de 2019 teríamos uma redação com tema de
cunho cultural. Em 2019 tivemos desastres ambientais de larga escala no Brasil que
afetaram também a nossa economia e imagem internacional: o rompimento da barragem de
Brumadinho (MG) e o derramamento de óleo no nordeste (que atingiu todo o litoral nordestino e
também o Espírito Santo e Rio de Janeiro).
As ações humanas estão constantemente causando efeitos negativos no meio ambiente.
Diariamente temos visto as consequências de nossas ações batendo em nossa porta:
derretimento das geleiras, verões cada vez mais quentes, tempestades mais constantes,
oceanos ameaçados pelo plástico e microlixo. No entanto, nada disso tem sido suficiente
para nos fazer tomar ações mais efetivas em relação à preservação do meio ambiente.
Por isso, é importante pensar globalmente e também individualmente. Como você pode,
no cotidiano, ajudar nessa luta? Como seu município pode fazer isso? Como o Brasil pode
adotar medidas mais efetivas?

8
7. Mobilidade Urbana
Mobilidade urbana é aquilo que permite nosso
deslocamento dentro das cidades para que possamos
estabelecer nossas relações sociais e também econômicas.
Em 10 anos, 2008 a 2018, o Brasil ganhou 28,6 milhões de
automóveis e 13,7 milhões de motocicletas. Sendo as principais
regiões metropolitanas as maiores responsáveis por esse aumento.
Se por um lado esse marco é positivo para a economia, para o meio
ambiente e para a mobilidade é uma dor de cabeça.
» Saiba que se você decidisse ficar 1 dia na semana sem usar o seu carro,
440 kg de dióxido de carbono deixariam de ser lançados na atmosfera. Se a
quantidade já é relevante individualmente, imagine se a medida fosse adotada
socialmente?
» No Brasil, capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Recife já sofrem muito com
trânsitos impraticáveis. Recife, por exemplo, foi eleita pela a Traffic Index como tendo o 10º
pior trânsito do mundo. Imagine, então, o que é ter ainda mais automóveis adicionados a um
dia-a-dia que já tira o sono de muita gente?
De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente pelo Denatran, o Brasil já tem 1 carro
para cada 4 habitantes. Ainda de acordo com o Denatran, apenas 19 das 5.570 cidades do país
registraram queda no número de veículos automotivos.
Além disso, é importante pensar também que a população das grandes cidades só fazem aumentar
e os transportes públicos estão cada vez mais cheios….e precários. De acordo com o Ipea, 44,3% da

www.biologiatotal.com.br 9
população brasileira conta apenas com o transporte público para deslocamento. Se esse número
representa quase metade da população (e pensando também que oferecer transporte público é
um dos deveres do Estado), como então é mais comum vermos obras de ampliação ou construção
de novas ruas/avenidas/rodovias do que ações para a melhoria do transporte público?
Para que brasileiros deixem o conforto de seus carros, é preciso que as capitais brasileiras
apresentem um outro nível de conforto, segurança e estrutura em seu transporte público. Em
2012 a Lei de Mobilidade Urbana foi sancionada para ser aplicada em municípios brasileiros
com mais de 20 mil habitantes. Em 2015, apenas 5% das prefeituras haviam entregue
um plano consistente. De acordo com a lei, as cidades devem:
» Melhorar o deslocamento das pessoas pela cidade
» Integrar os meios de transporte
» Ter um preço acessível em suas tarifas
O prazo máximo era abril de 2018 e muito não foi
feito. Sendo esse um dos principais pontos para
o aumento da qualidade de vida, o que Brasil e as
grandes capitais podem fazer para ter mobilidade
urbana cada vez mais sustentável?

10
At

Você também pode gostar