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A ÁFRICA POR ELA MESMA: UMA ANÁLISE DOS ASPECTOS

TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA


(VOLUMES I E II)

Muryatan Santana Barbosa1

Esta comunicação apresenta a síntese preliminar de uma pesquisa sob os aspectos


teórico-metodológicos da escrita da história nos oito volumes da História Geral da
África (HGA), publicados sob auspícios da UNESCO, entre 1980 e 1993. Para isto,
investigar-se-á os dois primeiros volumes da referida obra: a) Metodologia e pré-
história da África, coordenado pelo professor Joseph Ki- Zerbo; b) A África antiga,
coordenado pelo professor G. Mokhtar. Trata-se de um material amplo, perfazendo 58
artigos de especialistas africanos e não africanos sobre a história do continente. O
objetivo primordial desta análise é qualificar as principais concordâncias e
discordâncias teórico-metodológicas entre os autores ali presentes. Em especial, no que
concerne ao dilema de escrever a história da “África por ela mesma” – uma das
principais diretrizes da HGA, conforme determinado pelo Comitê Científico
Internacional para a Redação de uma História Geral da África, principal órgão
responsável pela realização do projeto.

Palavras chave: historiografia africana – história da África – metodologia

1
Bacharel em História, Mestre em Sociologia e Doutorando em História Social, todos pela FFLCH-USP.
Professor universitário, membro do Núcleo de África, Colonialidade e Cultura Política (NEACP-DH-
USP:). Email: murybarbosa@hotmail.com/ ou murybarbosa@usp.br.
CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO E PARTICIPAÇÃO DA
COMUNIDADE NEGRA: ESPAÇO DE LUTA E RESISTÊNCIA NA
CONTEMPORANEIDADE

Maria Luisa da Costa Fogari2


Neide Aparecida de Souza Lehfeld3

O presente estudo foi delineado para atender às reflexões relacionadas ao povo


afrodescendente no contexto das políticas públicas em Santa Rita do Passa Quatro - SP,
especificamente analisando se os líderes dos Departamentos de: Educação, Cultura,
Saúde e Assistência Social estão atentando para o planejamento, coordenação e
execução de ações que levem em consideração as questões étnicas raciais. Constatamos
através da coleta de dados, que dos cinco negros entrevistados, somente dois tem uma
formação crítica e reflexiva; nesse sentido a construção de uma sociedade mais justa,
equitativa e democrática desfalece. Partindo dessa premissa, surgem tais
questionamentos: Como buscar a construção, a efetivação de direitos, se ao menos os
afrodecendentes sabem quais são os meios e trâmites legais para alcançá-los? Nos dados
finais, um quesito relevante, a população negra desconhecia a existência, e também não
souberam definir sobre a importância do Conselho da Participação da Comunidade
Negra. Quanto aos respectivos diretores dos Departamentos de: Educação, Cultura e
Saúde a democracia racial se faz presente em todas as esferas municipais, por meio das
políticas públicas. Concluímos que o Serviço Social, deverá instituir ações sócio-
educativas, com o intuito de politizar e empoderar a comunidade negra, para buscar a
efetivação e concretização dos direitos por meio do conselho municipal da comunidade
negra, enquanto espaço de luta e resistência na sociedade contemporânea.

Palavras-Chave: Conselho Municipal da Participação da Comunidade Negra;


Afrodescendentes; Serviço Social.

2
Assistente Social Município de Tambaú-SP, mestranda/pós-graduação em Serviço
Social Unesp/Franca
3
Docente pós-graduação Unesp/Franca e Coordenadora do Curso Serviço Social
Unaerp/Rib. Preto
POLÍTICA DE AÇÃO AFIRMATIVA

Francismeire Neves da Silva4

O objetivo deste trabalho é analisar a constitucionalidade da Política de Ação


Afirmativa e as opiniões a favor e contra sua adoção. Contém um breve histórico
social e constitucional para entender como a questão racial se tornou uma das
prioridades na agenda do governo. Em particular, o trabalho procura mostrar como o
Governo Federal respondeu as pressões dos movimentos negros, na década de 1990.
Ademais, uma das razões para a criação de tais Políticas reside na própria natureza
do Estado Democrático, constituído por uma sociedade que busca igualdade de
oportunidade, respeito e reconhecimento social, ideais a serem aspirados pela
população negra e por todos aqueles a favor de uma sociedade verdadeiramente
eqüitativa e justa. Já existem ações afirmativas adotadas no país, tanto pela esfera
pública quanto privada, no mercado de trabalho, educação e comunicação. Há
também o Estatuto da Igualdade Racial, criado através do projeto de lei 3.198/2000
para combater a discriminação e as desigualdades raciais, mas ainda aguarda sua
aprovação.

Palavras-chave: Discriminação Racial, Política de Ação Afirmativa, Igualdade de


Oportunidade.

4
Mestranda em Economia do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Economia da Universidade
Federal de Uberlândia (UFU) e Pesquisadora Associada do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB),
Uberlândia / MG, francismeire_neves@hotmail.com
ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA NAS
LICENCIATURAS DA UNICASTELO

Bas´Ilele Malomalo5
Maria Candelaria Moraes6

A aprovação da Lei Federal 10.639 que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de


História e Cultura Afro-brasileira e História da África para os cursos de licenciatura,
proporcionou ao colegiado do curso de História da Unicastelo discussões e reflexões
sobre a importância não apenas da lei propriamente dita, mas sobre a ausência desta
discussão no âmbito acadêmico e seus reflexos em sala de aula. Estes temas eram por
vezes abordados implicitamente em disciplinas como Antropologia Cultural ou Cultura
Brasileira, porém sem o detalhamento e as especificidades requeridas. Nesta
comunicação pretende-se relatar o processo de inserção das disciplinas no Projeto
Pedagógico de Curso, sua implementação em sala e a possibilidade de certificação
intermediária aos alunos interessados em levar este conhecimento e debate para fora da
Universidade. O relato abrangera também as experiencias nos demais cursos de
licenciatura da Unicastelo (Artes Visuais, Pedagogia, Letras) e o retorno obtido junto
aos alunos de diferentes cursos.

Palavra-chaves: africanidades, legislação, educação

5 Mestre em ciências da religião – área de concentração: Ciências sociais; doutorando em sociologia pela
Unesp; pesquisador do Centro dos Estudos das Culturas e Línguas africanas e das diásporas negras
(CLADIN-UNESP) e Docente da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira da Unicastelo. E-mail:
bmalomalo@yahoo.com.br
6 Mestre em História do Brasil; coordenadora e docente do curso de História da Unicastelo; historiadora
especialista em patrimônio histórico e história urbana. E-mail: coord.historia.sp@unicastelo.br
1

A LEI 10.639/2003 NA VALORIZAÇÃO DA MEMÓRIA E DA HISTÓRIA DOS


AFRO-BRASILEIROS.

Antonio Carlos Lopes Ptean7


Sergio Luiz de Sousa8

Os descendentes dos africanos buscam, no resgate de suas raízes, construírem uma


identidade positiva e uma reparação histórica. Assim procedem entre outros aspectos,
para desconstruírem as representações negativas sobre o negro e sobre as manifestações
culturais de matriz africana. Representações negativas presentes nos relatos dos
viajantes europeus que passaram pelo continente africano e pela América entre os
séculos XVI e XIX. Construções imaginárias criadas, também, nos século XIX e XX
por diferentes grupos sociais e intelectuais como Nina Rodrigues e Silvio Romero. A
lei 10.639/2003 responde a demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento
e valorização de suas manifestações culturais. De acordo com essa lei, o ensino de
História da África e das culturas afro-brasileira e africana, se articulará com a história
dos afros descendentes no Brasil. Nesse caso, serão abordados temas como: o papel dos
griots como guardiões da memória, os núbios, os egípcios, os reinos do Mali, Congo e
Zimbabwe, o tráfico de escravos, o papel de europeus e africanos nesse tráfico e o
estudo das universidades africanas de Timbuktu, Gao e Djene, que floresceram no reino
do Mali. Outro tema a ser trabalhado é o neocolonialismo e a luta dos países africanos
pela independência, dando ênfase a luta dos países de língua portuguesa. Quanto ao
ensino da cultura afro-brasileira, devemos dar destaque ao Candomblé, a Umbanda, as
Congadas, Maracatus, ao tambor de crioula e tambor de mina, entre outras.

Palavras-Chave: Cultura, Afro-descendentes, História da África.

7
Licenciado em História pela U.F.O.P. e doutorando em sociologia pela UNESP/ campus Araraquara.
Email: acpetean@usp.br
8
Licenciado em História pela O.E.B.M. e doutorando em sociologia pela UNESP/ campus Araraquara.
Email: srgioluz@yahoo.com.br

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