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AMBIENTAÇÃO EM EAD

Ilka Márcia Ribeiro de Souza Serra


Elisa Flora Muniz Araújo
Sandra Regina Costa dos Santos
1. CONHECENDO A EAD: CONCEITOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E POSSIBILIDADES.

O que é EaD?

O debate sobre Educação a Distância não é algo


novo! No entanto, estamos vivenciando um
momento em que a EaD encontra-se em plena
evidência e cheio de muitas perspectivas. Os
conceitos da EaD foram sendo construídos ao longo
do tempo e, por isso, são inúmeras as definições
encontradas na literatura a esse respeito. Vamos
refletir sobre alguns desses conceitos.
1. CONHECENDO A EAD: CONCEITOS, PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E POSSIBILIDADES.

Mas antes, precisamos refletir sobre o que destaca a


legislação educacional brasileira. Observe:
Artigo 80 da LDB Lei nº 9.394/96
“O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a
veiculação de programas de ensino a distância, em
todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada”, conforme BRASIL (1996).
Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005
Caracteriza-se a educação a distância como
modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem
ocorre com a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com estudantes e
professores desenvolvendo atividades educativas em
lugares ou tempos diversos. (BRASIL, 2005).
Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017
Modalidade educacional na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem
ocorra com a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com pessoal qualificado,
com políticas de acesso, com acompanhamento e
avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva
atividades educativas por estudantes e profissionais da
educação que estejam em lugares e tempos diversos.
(BRASIL,2017).
Agora, vamos ver a definição da EaD na visão de três importantes estudiosos:

O Ensino a Distância é um sistema tecnológico de


comunicação bidirecional, que pode ser massivo e que
substitui a interação pessoal, na sala de aula, entre
professor e aluno, como meio preferencial de ensino,
e que, através da ação sistemática e conjunta de
diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma
organização e tutoria que propiciam a aprendizagem
independente e flexível dos alunos. (ARETIO, 1994).
Estamos reduzindo as distâncias entre alunos e
professores e também entre os próprios alunos em
sala de aula pelo aumento da interatividade. Com
materiais interativos acessados fora da sala de aula,
o aluno se aproxima do conteúdo e pode ter mais
motivação intrínseca pelo aumento da autonomia e
do significado do que e por que está
aprendendo.(TORI, 2017).
A EaD é a modalidade de educação que se caracteriza,
fundamentalmente, pela separação física (espaço-
temporal) entre aluno e docente, bem como pela
intensificação do uso das Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação (TDIC) para mediar a relação
de ensino e aprendizagem. (BELLONI, 2003; MILL, 2018;
MORRE; KEARLEY, 2008, 2014; PETERS, 2006; MILL, 2020).
CARACTERÍSTICAS da EaD

Separação física espaço-temporal - a


presencialidade do facilitador não é indispensável
para que o estudante aprenda. A EaD não deve estar
ligada a uma ideia de separação, mas a uma forma
peculiar de presença.
Autonomia no aprendizado - o estudo
individualizado desenvolve a capacidade do estudante
de construir o seu próprio conhecimento.
CARACTERÍSTICAS da EaD

Comunicação bidirecional - o estudante não é um


mero receptor de informações. Apesar da distância,
estabelecem-se relações de diálogo, de afinidades,
relações criativas, de críticas construtivas e
participativas.
Aprendizagem independente e flexível - estudo
individual, de acordo com as suas possibilidades, mas
não isolados e sozinhos. A personalização do
processo de aprendizagem deve obedecer ao ritmo
de cada estudante.
POSSIBILIDADES DA EaD

No mundo contemporâneo, a EaD tem sido discutida como


um processo de mudança amplo e contínuo, alicerçada em um
cenário de possibilidades:
Democratização do acesso - oportunidade de acesso a todas
as pessoas, a níveis crescentes de escolaridade e atualização
permanente, na perspectiva de inclusão social.
Autonomia de aprendizagem - adoção de novos conceitos
de aprendizagem, visando à formação de sujeitos autônomos
com capacidade de refletir, criar, recriar e aprender ao longo
da vida.
POSSIBILIDADES DA EaD

Qualidade como pilar - educação concebida numa lógica que


envolve planejamento, produção, linguagem, tecnologias e
controle de tempo.
Convergência de tecnologias - uso de diferentes tecnologias
de informação e comunicação: o rádio, a televisão, o telefone e,
especialmente, a Internet, reduzindo a distância, facilitando o
acesso rápido às informações e aproximando as pessoas.
Processo de ensino-aprendizagem mediado - apoio tutorial
e/ou de meios tecnológicos que viabilizem e incentivem a
autonomia do estudante nos processos de aprendizagem.
1.2 EVOLUÇÃO DA EAD

Inicialmente, é preciso entender o que estamos


chamando de Evolução da EaD. Pois bem, a evolução
da EaD está relacionada, também, aos avanços e
inovações da tecnologia. É importante lembrar que os
recursos que hoje consideramos ultrapassados já foram
vistos como inovadores; a exemplo, o quadro de giz,
uso do lápis, da caneta, do caderno, do mimeógrafo,
da máquina de datilografia... Depois, muitos outros
foram surgindo: o rádio, a televisão, o fax, o
computador, o telefone móvel, a Internet etc.
1.2 EVOLUÇÃO DA EAD

Em função do surgimento desses sucessivos recursos


tecnológicos, as formas de ensinar e aprender a distância
também foram se transformando ao longo do tempo.
Considerando a longa história da EaD e para facilitar a
compreensão desse percurso, vários estudiosos se
debruçaram e classificaram a história da EaD em
períodos. Alguns desses autores classificam em três,
outros em cinco e outros até em seis gerações. Um dos
estudos mais citados na nossa literatura é o de Moore e
Kearsley (2007), que classificam a EaD em cinco gerações.
1ª GERAÇÃO (1880)

oO ensino feito por correspondência;


oA evolução dos serviços postais e a massificação de material impresso
impulsionaram a EaD;
oA troca de material entre professor e aluno, feita através do correio
tradicional;
oA comunicação pelo correio - bidirecional e assíncrona.
2ª GERAÇÃO (1921)

oEnsino Mediatizado;
oDifusão por meio de rádio, televisão, cassetes de áudio e/ou vídeo;
oMaterial didático enviado para o aluno, utilizando principalmente os
correios (comunicação unidirecional e interatividade quase inexistente);
oAtendimento esporádico pelo telefone para tirar dúvidas - comunicação
bidirecional síncrona;
oAprendizagem individual.
3ª GERAÇÃO (1970)

oTecnologia e mídias utilizadas – Universidade aberta;


oIntegração de vários meios de comunicação e tecnologias – integração
de áudio, vídeo e correspondência;
oSistema de comunicação bidirecional, síncrono e assíncrono,
notadamente, com base em redes de computadores (multimídia interativa,
correio eletrônico, fórum e videoconferência);
oEncontros presenciais esporádicos (interação face a face);
oFeedback imediato no processo de aprendizagem.
4ª GERAÇÃO (1980)

o Surgem as salas de aulas virtuais - aulas baseadas no computador e na Internet;


o Interação virtual entre alunos, professores e tutores;
o Sistema de comunicação bidirecional, síncrono e assíncrono;
o Expansão da Internet no ambiente universitário;
o Planejamento e organização de estudos pelo próprio aluno;
o Aprendizado em colaboração – método construtivista;
o Recepção de lições veiculadas por rádio, televisão e audioconferência.
5ª GERAÇÃO (2000)

oSistema de comunicação bidirecional, síncrono e assíncrono;


oAtendimento regular por um tutor, em determinado local e horário;
oInteração em tempo real ou não, com o professor do curso e com os
colegas de curso;
oFlexibilidade e inteligência no modelo de aprendizagem e na utilização
de suas principais ferramentas: a multimídia interativa on-line e a Internet;
oSistema de respostas automáticas do computador.
REFERÊNCIAS

ARETIO, L.G. Educación a distancia hoy. Universidad Nacional de Educación a Distancia, 1994.
In: Guarezi, R.C.M; Matos, M.M. Educação a distância sem segredos. Curitiba. Ibpex, 2009.
BRASIL. Lei nº 9394 de 10 de dezembro de 1996. Estabelece sobre a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 1996.
______. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto nº 5.622,
de 19 de Dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Diário Oficial da
União, 2005.
______. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto nº 9.057,
de 25 de Maio de 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 ,
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.Brasília: Diário Oficial da União,
2017.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP: Papirus,
2003.
]MIIL, Daniel et al. (Org.). Dicionário crítico de educação e tecnologia e de educação a
distância. Campinas, São Paulo: Papirus, 2018.
______. Escritos sobre Educação a Distância: perspectivas e dimensões teórico-práticas. São
Paulo: Artesanato Educacional, 2020.
MOORE, Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo:
Thomson Learning, 2007.
MORAN, J. M; Marcos T. Masetto, M. T.; Behrens, M. A. Novas tecnologias e mediação
pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000.
SCHLEMMER, E. A aprendizagem com o uso das Tecnologias Digitais: Viver e Conviver na
Virtualidade. Revista Série-Estudos. Campo Grande - MS, n. 19, p. 103-126, jan./jun. 2005,
publicado em 2013-09-23.
TORI, Romero. Educação sem Distância: as tecnologias interativas na redução de distâncias
em ensino e aprendizagem. 2. ed. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017.

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