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RIO DE JANEIRO
2016
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen/FGV
CDD – 658.3
À memória de minha avó materna, Alice
Hoffmann, por nunca ter deixado de acreditar
na minha pessoa, pelo exemplo de mulher
guerreira e pelo seu sorriso singelo que
irradiava a vida de todos em sua volta.
AGRADECIMENTO
Aos amigos que a vida me trouxe. Mencionar nomes seria injusto, pois meus
amigos são a família que tive a honra de escolher ou ser a escolhida. Muito
obrigada! Todavia, para que essa dissertação fosse possível, compartilhei
pensamentos, li trechos de minha pesquisa para uma grande amiga: Bianca Firmino!
Irmã que a vida me deu: obrigada pelo apoio e a sua disponibilidade. E sem uma
pessoa, essa irmã e várias outras amizades não seriam possíveis: Gisele Hoffmann,
prima de sangue, mas amiga de coração.
Por fim, o maior agradecimento: minha mãe, Maria Alice, por todo amor
incondicional, por respeitar a minha ausência nesses últimos meses e entender a
necessidade da “solidão” para que esse sonho pudesse ser concluído. Obrigada!
Se quiser ter prosperidade por um ano, cultive
grãos. Por dez cultive árvores. Mas para ter
sucesso por 100 anos cultive gente.
Confúcio
RESUMO
Esta pesquisa teve como principal objetivo identificar a percepção dos gestores do
setor de gestão de pessoas sobre as influências das soft skills – no Brasil,
compreendida como habilidade sociais/competências comportamentais – na atuação
do gestor do século XXI, em especial em sua contratação. Os dados foram
coletados em duas etapas: 1) através do levantamento bibliográfico sobre o papel do
gestor no século XXI, os diversos conceitos sobre competências desses gestores e
as soft skills necessárias para a atuação neste cenário; 2) por meio de entrevistas
em profundidade com profissionais do setor de gestão de pessoas de empresas
privadas de médio a grande porte sediadas no Brasil. Os resultados do estudo
indicam que os gestores compreendem soft skills como competências
comportamentais e que, portanto, essas skills atuam como papel fundamental na
atuação dos gestores, podendo impactar na contratação.
Key words: soft skills; skills; manager; XXI century; behavioral skills.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 11
2. PROBLEMA DA PESQUISA ..................................................................... 14
3. OBJETIVOS .............................................................................................. 15
3.1. Objetivo geral .................................................................................. 15
1. INTRODUÇÃO
2. PROBLEMA DA PESQUISA
Com base neste novo cenário pode-se enunciar o problema da pesquisa: De que
forma os profissionais de gestão de pessoas analisam e priorizam as soft
skills do gestor do século XXI, em especial no momento de sua contratação?
15
3. OBJETIVOS
Tal pesquisa propôs uma reflexão sobre quais competências são necessárias
para a atuação do gestor contemporâneo, especialmente as soft skills. Neste ponto
é válido lembrar este objetivo da pesquisa, uma vez que não nos propomos a
pesquisar como as soft skills são ou podem ser desenvolvidas, e sim qual a sua
relevância para o gestor do século XXI.
É válido pontuar que o presente trabalho utilizou o conceito de gestor, ao
decorrer da pesquisa, calcado no profissional que exerce cargos de gerência,
liderança ou chefia, tendo outras pessoas sob sua direção (MINTZBERG, 1990;
MOTTA, 2001).
Por fim, é importante pontuar que este estudo é fixado em determinado
período, de modo que estudos semelhantes podem ser desenvolvidos em outro
momento com as mesmas empresas e alcançar resultados distintos.
21
4. REFERENCIAL TEÓRICO
O presente trabalho teve como objetivo investigar a influência das soft skills
na atuação do gestor. Para isto, foi necessário realizar uma revisão da literatura
sobre a temática em questão. Dessa forma, o referencial teórico foi estruturado da
seguinte forma:
O primeiro capítulo trouxe a questão do papel do gestor diante o cenário de
imprevisibilidade e complexidade do século XXI, apresentando, segundo a literatura
com viés empresarial, possibilidades para esse novo gestor atuar no mercado de
trabalho.
Em seguida, o objetivo foi elencar os diversos conceitos de competência,
principalmente através da abordagem norte-americana e francesa. Acrescentamos a
vertente brasileira e suas contribuições, bem como possíveis tipologias de
competências. Inicialmente, abordamos o conceito amplo de competência para, em
seguida, identificarmos a existência de competências humanas, gerenciais,
comportamentais, transversais/ soft skills.
No capítulo subsequente, abordou-se com mais profundidade a relevância
das soft skills, as abordagens recentes sobre este conceito e a possível relevância
na atuação do gestor/ nas organizações.
Frente a este cenário, toda e qualquer instituição – seja uma empresa, uma
escola ou até mesmo uma igreja – necessita de esforços específicos para estarem
abertas às mudanças e perceber o lado benéfico para a organização. “Não se pode
gerenciar as mudanças, somente estar a sua frente” (DRUCKER, 2006, P.65). É
necessário liderar as mudanças. Percebê-las como oportunidades. Le Boterf
acrescenta que “as empresas que apresentam um “saber-fazer” estático estão
fadadas a desaparecer” (2003, p.17). Para que isso não aconteça, as organizações
devem ser organizadas para constantes transformações, de modo que inovar se
torne ação necessária para que se tenha vantagem competitiva.
Esta complexidade exige modificações nas estruturas antes rígidas por
opções mais flexíveis, na qual fronteiras organizacionais são reduzidas, ocasionando
uma substituição do modelo vertical pelo modelo horizontal de gestão, com foco na
redução dos níveis hierárquicos e dando relevância à formação de estruturas de
rede (MOTTA, 2001; VERGARA, 2008).
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Mas até agora, poucos executivos fizeram algum esforço para decidir
o que necessitam e menos ainda como organizá-las. Eles têm
tendido a deixar que os produtores de dados – pessoal de TI e
contadores – tomem essas decisões por eles. Mas os produtores de
dados não podem saber de que dados os usuários necessitam para
transformá-los em informações. Somente o trabalhador do
conhecimento e o executivo podem converter dados em informações
e decidir como organizá-los de forma que se transformem em chaves
para ações eficazes (DRUCKER, 2006, p.103).
proposta por Fayol não contempla funções essenciais para os gestores, tais como a
habilidade de negociação e relevância da formação de equipe em redes. Nesse
contexto, é válido pontuar a definição de gerente para Mintzberg:
Papéis Interpessoais
Papéis Informacionais
Papéis Decisórios
Frente aos papéis propostos por Mintzberg, é possível perceber que os três
agrupamentos estão permeados por funções que vão além das propostas
elaboradas por Fayol. Medeiros et al. (2016) aponta que os papéis interpessoais
correspondem às relações sociais e humanas que o gestor possui dentro e fora da
organização. Já os papéis informacionais dizem respeito às atividades relacionadas
às informações que este gerente obtém e transmite tanto para o ambiente interno da
organização como para o externo. Por último, os papéis decisórios abrangem a
capacidade de resolução de conflitos e as tomadas de decisão diante destes. É
válido pontuar que os gestores devem estar preparados para assumirem qualquer
um desses papéis, visto que “os dez papéis gerenciais não podem ser facilmente
separados porque, na verdade, estão em um todo integrado” (MEDEIROS et al,
2016, p. 99). A relevância para cada papel está relacionada ao nível hierárquico, a
área em que atua, ao contexto em que o gestor está inserido e às suas
competências individuais (SOBRAL e PECI, 2008).
29
Sobre este último mito, Mintzberg (1990; 2004) pontua que a administração
não deveria ser considerada apenas uma ciência ou uma profissão. Gerenciar é uma
atividade, é um “agir melhor” (MINTZBERG, 2004, p.22). Para ele, o ato de
administrar envolve três variáveis interligadas: a arte, a habilidade prática e a
ciência. A arte seria responsável por instigar a criatividade, dando origem a “insights”
e intuição. Já a habilidade prática corresponde à capacidade de fazer conexões,
gerando um acumulo de aprendizados tangíveis. Por fim, a ciência refere-se à
ordem, através de análises sistemáticas.
Para descrever a função de um gerente, Mintzberg utiliza a metáfora de um
“ofício de artesão, significando que repousa na experiência – de aprender fazendo”
(2004, p.21). Portanto, este autor ressalta:
A science involves the enactment of systematic, analytically
determined procedures or programs. If we do not even know what
procedures managers use, how can we prescribe them by scientific
analysis? And how can we call management a profession if we
cannot specify what managers are to learn? For after all, a profession
involves “knowledge of some department of learning or science”
(Random House Dictionary) (1990, p.4).
Boterf, é necessário que o gestor saiba agir com pertinência, saiba mobilizar
recursos em um determinado contexto organizacional, tenha a capacidade de saber
integrar pessoas e saberes multidisciplinares e, também, “saber transpor, saber
aprender e aprender a aprender e saber envolver-se” (Ibid., p.38). Para este autor, o
gestor deve ir além do que lhe foi proposto, deve saber interpretar um determinado
contexto com informações assimétricas e, diante disso, “saber o que fazer”, seja agir
ou reagir.
Neste contexto, é válido pontuar o estudo de M. T. L. Fleury e A. Fleury
(2001) baseado no “saber agir” de Le Boterf, no qual esses autores sugerem uma
nova forma de agregar valor econômico para a companhia e valor social para o
indivíduo nela inserido. Sendo assim, esses autores consolidaram em sete verbos o
que deveria ser o comportamento competente de um profissional, iniciando pelo
“saber agir”, conforme pode ser observado no quadro abaixo:
4.2. Competência
que tenham competências para exercer determinada função com maestria (DUTRA,
HIPOLITO; SILVA, 1998; FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A., 2001; DE PAIVA; MELO,
2008). Este viés é considerado por Pereira (2005) como uma corrente construtivista.
Com o objetivo de elucidar este conceito, o presente trabalho optou pela
utilização da literatura americana e francesa (FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A., 2001;
DE PAIVA; MELO, 2008), acrescentando vertentes brasileiras que buscam uma
perspectiva integradora das abordagens citadas anteriormente, além de algumas
tipificações (FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A., 2001; BITENCOURT, 2001; VERGARA,
2009; RUAS, 2000; DE PAIVA; MELO, 2008).
Nunes e Hutz (2002) acrescentam que este modelo tem sido vastamente
estudado e utilizado, visto que o mesmo apresenta uma descrição de personalidade
de forma objetiva, simples e de fácil compreensão. Neste ponto, Heckman e Kautz
(2012) complementam que a teoria de Big Five deu origem aos testes de traços de
personalidade, tais como Big Three, MPG, Big Nine.
Dado os múltiplos conceitos referente à competência, Woodruffe (1993)
diante da confusão por parte da literatura ao buscar definir o conceito de
competência, sugere uma nova abordagem, muita influenciada pelos estudos de
Boyatzis (1982). Para se chegar a um resultado de alta performance, o indivíduo
deve estimular um conjunto de comportamentos. Partindo dessa premissa
Woodruffe (1993) propôs uma lista, conforme o quadro abaixo, de competências de
alta performance que indicam um grupo de comportamentos para se alcançar tal
competência.
atendesse a três critérios: prover benefícios aos clientes externos, possuir baixa
capacidade de imitação e fornecer acesso a mercados diferentes. Sendo assim, a
competência pode ser compreendida como a capacidade de combinar e integrar os
diversos recursos da organização de modo a produzir de forma eficiente e eficaz
produtos ou serviços a diversos clientes.
Lawler (1996) complementa que as demandas organizacionais
contemporâneas necessitam do envolvimento dos seus funcionários, que estes
estejam motivados e engajados com a companhia. Este seria um fator de vantagem
competitiva para se chegar aos resultados esperados. Segundo M. T. L. Fleury e A.
Fleury (2001), as pesquisas de Edward E. Lawler contribuíram para o debate sobre
competências que vão ao encontro do pensamento da vertente europeia,
principalmente a francesa.
Com o avanço dos estudos sobre competências, Zarifian traz novas questões
para este debate que vão além do conceito de qualificação. Segundo Zarifian (2001)
três grandes eventos justificam as mudanças do ambiente organizacional e contribui
para a relevância das competências:
organização em questão.
Houve uma inversão dos valores tayloristas, no qual o indivíduo passou a ser
mais qualificado a partir do momento que este tem mais autonomia em seu trabalho
para decidir as regras e as tarefas que definem sua função na organização.
Entretanto, Zarifian (2001) pontua que a autonomia não caracteriza que o indivíduo é
competente em suas tarefas. Ele traz para o debate o impacto que a autonomia no
ambiente de trabalho pode gerar na individualidade, visto que cada indivíduo possui
suas aspirações e capacitações. Portanto, a autonomia torna-se condição
necessária para o desenvolvimento da competência, visto que a autonomia está
associada à tomada de iniciativa.
Tendo em vista esta mudança de paradigma, Zarifian (2001) considera
competência como a inteligência prática aplicada ao contexto organizacional calcada
nos conhecimentos adquiridos. Este autor propõem a junção de três elementos para
complementar a definição de competência:
atrelado à ação: “não existe competência no vazio, mas apenas competência no ato”
(BÜNDCHEN; ROSSETTO; DA SILVA, 2011, p.404).
A proposta para o constructo sobre competência de M. T. L. Fleury e A. Fleury
(2001) está associada a sete verbos essenciais: saber agir, saber mobilizar
recursos, saber assumir responsabilidades, saber aprender, saber comunicar-se,
saber criar engajamento e comprometimento e possuir visão estratégica. As
conjugações desses verbos devem agregar valor tanto para a organização como
para o indivíduo. Enquanto a organização agrega valor econômico, o indivíduo valor
social, conforme a Figura 33. Portanto, M. T. L. Fleury e A. Fleury (2001) sugerem
um novo conceito para competência:
das tarefas prescritas, faz com que “o conceito de competência assuma poder de
decisão, influência e participação nas questões estratégias da empresa”.
Já a contribuição de Borbas et al. (2011) sobre esta temática faz referência ao
estudo de Durand ao propor que competência seja um conjunto de conhecimentos,
habilidades e atitudes. Para estes autores, tais características fazem parte das
qualidades deste profissional que auxiliam na conclusão das metas pessoais e
organizações propostas em determinado contexto. Vale pontuar que esses autores
definem esses três elementos como:
A competência encontra-se
conceituada em dois nichos:
competência visível (referente a
Spencer e Spencer (1994) conhecimentos e habilidades do Comportamental Americana
indivíduo) e competências
ocultas (relacionadas aos traços
e motivações)
Competência é um conjunto de
Woodruffe (1993) partitura de comportamentos do Comportamental Americana
indivíduo capaz de elevar o
resultado de uma tarefa.
Conceito de competência
vinculado ao contexto
organizacional, tendo como
objetivo combinar e integrar Comportamental/ Construtivista
Lawler (1996)
recursos da organização em prol Americana
da produção eficiente e eficaz de
um produto, serviço ou processo
organizacional.
Competência é compreendida
em dois grupos: pessoal e do
trabalho. A primeira faz
Lauprête (1990) referência a formação geral do Construtivista Francesa
indivíduo enquanto a segunda
compete ao modo como esse
indivíduo utilizará essa formação.
Competência é a capacidade de
Perrenoud (1999) agir de forma eficaz diante de Construtivista Francesa
uma determinada situação,
Conjunto de conhecimento,
Durand (1999) habilidade e atitude para a Construtivista Francesa
realização de um objetivo.
Inteligência prática aplicadas ao
Zarifian (2001) contexto organizacional, calcada Construtivista Francesa
nos conhecimentos adquiridos
Competência é uma atitude de
saber agir de modo pertinente a
Le Boterf (2003) uma determinada situação, Construtivista Francesa
utilizando os conhecimentos
necessários.
57
Competência é a capacidade de
mobilizar, integrar e colocar em
ações os conhecimentos
Ruas (2000; 2005) específicos para cada contexto. Construtivista Brasileira
Pode ser compreendida como a
capacidade de saber agir em um
contexto profissional.
Corresponde ao comportamento
Brandão e Bahry (2005) ou desempenho esperado sobre Construtivista Brasileira
o que o profissional deve ser
capaz de realizar.
Conjunto de conhecimento,
Carbone et al (2009) habilidade e atitude atrelados a Construtivista Brasileira
um determinado contexto
organizacional
O conceito de competência
encontra-se relacionado ao
Bundchen et al (2011) poder de decisão, capacidade de Construtivista Brasileira
influência e participação em um
ambiente organizacional.
Conjunto de conhecimentos,
Borbas et al (2011) habilidades e atitudes que Construtivista Brasileira
auxiliam na realização das metas
da organização.
Conjunto de conhecimentos,
OCDE (2014) capacidades e atributos, que Construtivista
podem ser aprendidas, em prol
de um desempenho superior.
Quadro 7 - Conceitos de Competências
Fonte: Elaborado pela autora a partir de Bitencourt, 2001
4.3.1. O conceito
Mintzberg, em seu livro MBA – Não obrigada. Uma visão crítica sobre a
gestão e o desenvolvimento de gerentes, questiona a ênfase dos currículos das
escolas de gestão em ensinar prioritariamente as habilidades cognitivas. Com isto,
este autor pontua que outras habilidades, como as habilidades gerenciais e
humanas, são deixadas em segundo plano: “Perguntados sobre o necessário para
uma melhoria no MBA, os respondentes invocaram mais ensino das “habilidades
sociais e de comunicação” (soft skills). Eles sempre fazem tal recomendação”
(MINTZBERG, 2004, p.49).
Dessa forma, para Mintzberg, o termo soft skills está relacionado às
habilidades sociais e de comunicação. Porém, percebe-se uma falta de consenso
sobre a possível definição deste termo (WOODRUFFE, 1990; JAMES R. F; JAMES,
M. L., 2004; MITCHELL; SKINNER; WHITE, 2010; HECKMAN; KAUTZ, 2012;
SWIATKIEWICZ, 2014).
Segundo Evans et al. (2012), a origem do termo soft skills pode ser remetida
ao estudo inicial de Robert Katz (1974). Este autor definiu que as habilidades (skills,
na versão original) dos gestores podem ser divididas em três grandes grupos:
técnica, humana e conceitual. Em seu artigo Skills of an effective administrator,
publicado em 1974 pela Harvard Business Review, Katz conclui que essas três
habilidades são importantes para as atividades do gestor. Porém, algumas passam a
ser necessárias de acordo com o nível hierárquico.
A vertente técnica diz respeito à capacidade que o gestor possui para utilizar
as ferramentas, os processos e conhecimentos específicos de um cargo. Por sua
vez, a habilidade conceitual se refere à aptidão do administrador para organizar e
integrar os múltiplos interesses e recursos presentes no ceio de uma organização,
remetendo à visão de competência de Zarifian (2001) e Le Boterf (2001). Por último,
o viés humano corresponde à capacidade em trabalhar cooperativamente com
outras pessoas, buscando compreendê-las, escutá-las e motivá-las quando
necessário, sendo capaz de ter uma liderança eficaz (Katz, 1974).
Conforme a figura 4, é possível perceber que as habilidades técnicas estão
relacionadas ao nível operacional, enquanto as habilidades conceituais se tornam
essenciais no nível estratégico, tendo em vista que os gestores assumem
59
Para Heckman e Kautz, soft skills podem ser compreendidos como os traços
de personalidade, as motivações e as preferências que são mais valorizadas no
mercado de trabalho. Sobre este ponto, esses autores chamam a atenção para a
falta de consonância por parte da literatura na tentativa de definir tais atributos de
personalidade que podem influenciar o sucesso de um indivíduo. Em suas próprias
palavras:
61
Figura 5: Esquema sobre soft skills de acordo com Heckamn e Kautz, 2012
Fonte: Elaborado pela autora
Outra abordagem sobre esta dicotomia é vista nos estudos de Deepa e Seth
(2013), que sugerem que hard skills podem ser compreendidas como competências
técnicas e conhecimentos de domínio, enquanto as soft skills são um conjunto de
habilidades individuais, habilidades interpessoais, habilidades de comunicação e
inteligência emocional.
Por sua vez, Swiatkiewicz, em seu artigo, sugere que soft skills (ou
competências transversais) seriam:
Hard skills are generally acquired with the aid of training and
education programs at schools, colleges and universities. The
relevant abilities necessary to perform a particular job and master it
are obtained through a degree, diploma or a certificate course. To
acquire any mode of employment technical competence is a
prerequisite, however, technical competency alone will not be
sufficient to find a better and successful position in an organization.
To complement the Hard Skills one need Soft Skills, while the former
is a relatively straightforward concept, that latter is somewhat very
difficult to pin down, because they pertain to a very large range of
abilities. Contrastingly they are by and large interpersonal
competencies and difficult to gauge because of the obscurity in
defining (PADAMAJ, 2012, p.174).
Entretanto, apenas essas skills não são suficientes para atender à demanda
do contexto organizacional atual. Dito isso, através da literatura, pôde-se inferir que
as soft skills representam um diferencial competitivo no mercado de trabalho para o
gestor contemporâneo (RAINSBURY et al., 2002; DEEPA; SETH, 2013;
66
Mitchell, Skinner e White publicaram o estudo “Essential soft skills for success
in the twenty-first century workforce as perceived by business educators” (2010), no
qual tinham como objetivo identificar quais são as soft skills mais demandadas pelo
mercado de trabalho. De acordo com o resultado de sua pesquisa, realizada com
uma amostra de 149 profissionais da área de educação em administração e
recrutadores, no que tange às questões de quais soft skills são mais valorizadas
pelo mercado de trabalho do século XXI, foram identificadas as seguintes
(MITCHELL; SKINNER; WHITE, 2010, p. 49): comunicação geral (“general
communication”), ética geral (“general ethics”), gestão de tempo (“time
management”), comunicação escrita (“written communication”), trabalho em equipe
(“teamwork”), etiqueta empresarial (“business etiquette”), diversidade (“diversity”),
serviço ao cliente (“customer service”), solução de problema/ pensamento crítico
(“problem solving/ critical thinking”), comunicação oral (“oral communication”) e
liderança (“leadership”).
Category M SD
General Communication 5.71 .497
General Ethics 5.71 .561
Time Management/Organization 5.53 .564
Written Communication 5.51 .622
Teamwork 5.43 .670
Business Etiquette 5.38 .631
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5. METODOLOGIA DE PESQUISA
Optou-se pela metodologia qualitativa, dado que esta é mais flexível do que a
quantitativa no que tange à descoberta de novos fenômenos e situações não
pensadas anteriormente (BRYMAN, 1984). A abordagem qualitativa para os estudos
das relações sociais é de vital relevância, pois esta contempla a pluralização das
diversas esferas da vida que vão além de informações quantificáveis (FLICK, 2009).
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Categorias Definição
Desafios do Gestor do Século XXI
Desafios do século XXI para o gestor Características do cenário atual e
conceito do gestor do século XXI
contemporâneo;
(MINTZBERG, 2004; DRUCKER, 2006)
Papel do gestor no século XXI;
Competências do gestor contemporâneo
Compreensão do conceito de
competência;
Conceito de competências (BOYATZIS,
Competências valorizadas do gestor 1982; DURAND, 1999; ZARIFIAN, 2001;
contemporâneo; FLEURY; FLEURY; 2003)
Competências no momento da
contratação;
77
Lacunas de competência na
contratação
Soft Skills
Compreensão do termo soft skill;
Soft skills mais requisitadas do
gestor; Conceito de Soft Skills e sua relevância
(HECKMAN,2012; ROBLES, 2012)
Impacto das soft skills na
contratação; Qua
dro
Mensuração das soft skills 11:
Con
sonância entre literatura e percepção dos profissionais de Gestão de Pessoas
Fonte: Elaboração própria
Por fim, na quarta etapa consta a reflexão crítica, bem como a conclusão e
sugestões futuras de pesquisa baseadas no presente estudo.
Como explicado anteriormente, a opção escolhida no trabalho foi realizar
entrevistas semiestruturadas com uma amostra intencional de gestores do setor de
Gestão de Pessoas do mercado brasileiro localizados na cidade do Rio de Janeiro.
79
Anos de
Entrevistado Cargo Graduado em:
Experiência
E1 Diretora de Recursos Humanos 6 Matemática e Letras
E2 Coordenadora de RH 9 Administração
E3 Especialista de Recrutamento 4 Psicologia
E4 Especialista de Gente e Gestão 9 Administração
E5 Diretor de Recursos Humanos 12 Engenheiro Naval
E6 Coordenadora de RH 9 Psicologia
E7 Coordenadora de RH 9 Psicologia
80
E8 Gerente de RH 20 Psicologia
Esta nova geração traz uma nova roupagem para o conceito de trabalho. Eles
desejam encontrar um propósito. Caso não encontrem, eles mudam de empresa.
“Como você faz para motivar, manter essa galera com você diante de
tantas adversidades e oportunidades que esse jovem possui? [...]
Hoje em dia está muito comum o perfil inovador, empreendedor,
então como é que você, como uma multinacional com processos
definidos pré-estabelecidos onde não tem muito lugar para a pessoa
inovar, criar, ousar... então esse é o primeiro desafio. Os valores e
princípio dessa garotada que está chegando, por exemplo, essa nova
geração tem menos paciência do que a gente tinha no passado, uma
galera muito mais aflita por crescer, por andar, por desenvolver e se
as coisas não acontecem no tempo que elas esperam elas já acham
que aqui não é para elas” (E4).
Além disso, foi observado através dos relatos que nos últimos anos houve
uma valorização do controle horizontal da companhia em detrimento da
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verticalização desta, exigindo uma postura mais participativa do gestor diante este
cenário.
“O gestor do século XXI precisa cada vez mais estar aberto a fazer
uma coisa participativa, inclusiva. Passou a era em que esse gestor
dava as ordens e a equipe seguia, e ele era o que dominava tudo e
sabia tudo. Essa era já acabou totalmente [...] Como o mundo está
mudando, as pessoas não querem receber ordem. Tem que fazer
sentido [...] Os bons profissionais hoje querem se sentir parte do que
está sendo construído, querem ter um legado” (E1).
“Como você cria essa massa crítica sem encarreirar essa massa
crítica?” (E5).
“A nova geração não sabe lidar com crise, ainda mais a crise politica
e econômica do ano 2016 [...] As pessoas estão acostumadas a lidar
com cenários prósperos, mas diante de cenários complexos,
apresentam muito dificuldade em lidar sob pressão, ainda mais essa
liderança jovem que não tem vivência para lidar com cenários de
divergências. Como reter esses talentos?” (E6).
“Ele que tem que estar junto com a equipe, como um coaching da
equipe, de mostrar, de acreditar, desenvolver, motivar, tem que ser
muito mais forte” (E4).
“As pessoas que tem facilidade de exposição, que são cara de pau,
conseguem mais coisas que outras achavam que não era possível
[...] Esse cara faz a diferença, essa habilidade faz muita
diferença”(E6).
“Além dela ter que ter os requisitos técnicos, uma aderência mínima
a cultura em que ela trabalha, a parte relacional e essa de influência
para baixo, para cima e para os lados é vista com muita relevância”
(E7).
“Para uma primeira liderança, ele tem que ter uma visão sistêmica,
ele tem que saber quais são as outras áreas que vão conversar da
área dele. Ele precisa ter um senso de trabalho em equipe muito
forte, uma comunicação muito boa, porque ele vai ter que comunicar
a equipe dele o que ele espera e ele tem que adaptar a comunicação
dele a cada um, então ele vai ter pessoas mais formais menos
informais, pessoas com um nível de instrução melhor, um nível de
instrução mais baixo, então ele tem que adaptar a comunicação dele
a cada público[...} E empatia, empatia é fundamental para um líder
saber o que se passa com seus liderados” (E3).
“[...] um exemplo você vai pegar uma equipe que está substituindo
alguém nesta equipe, um líder, que a equipe está totalmente
destruída, passou por situações complicadas ou fez entregas mal
executados, você tem que pegar um líder que tenha um jogo de
cintura para lidar com aquilo. Agora vamos supor que você tenha
uma equipe super ajeitada, mas não está tendo, não está com a
necessidade técnica que precisa, então precisa de alguém que
consiga interferir e fazer a troca de competência. Então talvez a
competência técnica seja mais exigida nessa situação” (E1).
“A gente não tem usado na nossa empresa esse termo, mas desde
sempre a gente usa essa parte comportamental sendo, tão, ou mais
relevante que o aspecto técnico. Esse sempre foi nosso viés” (E1).
“Olha, posso estar falando besteira, mas a primeira vez que ouvi falar
sobre isso foi com você” (E4).
“O termo eu não conhecia, talvez por uma falha minha, mas eu não
conhecia, a gente não utiliza esse termo aqui na companhia” (E6).
“Eu acho que seria essa parte, pelo menos dentro da realidade que
eu vivo, essa parte de comunicação, influência, persuasão também e
negociação, eu acho” (E7).
Outro ponto que foi revelado durante a pesquisa foi a importância da empatia
e o processo de autoconhecimento do gestor. Nos depoimentos dos entrevistados
E5, E6 e E8, a importância do autoconhecimento foi ressaltada:
“Tem coisa que a pessoa tem que viver. Aprendendo, vivendo, ela
enxergar a experiência na plenitude: “o que eu vivi? O que eu
aprendi com isso?” Que aí entra a inteligência emocional, “o que eu
senti? O que eu reconheço, que emoções me tomaram nesse
momento?” Essas reflexões, esse autoconhecimento, eu acho que,
quando você é jovem, ter alguém te ajudando a identificar isso, ele
sozinho, fica difícil” (E6).
““Tem uma coisa que é muito importante, que eu costumo falar que
está dentro de maturidade: é o protagonismo. Que é você, realmente,
assumir a rédea da sua carreira, da sua vida, da sua área, aqui a
gente fala sentimento de dono, você ser protagonista e não vítima.
Eu acho que isso é uma competência, não sei se isto não está nos
livros, mas acaba sendo” (E6).
Para as entrevistadas E1, E3 e E6, a visão sistêmica também é uma soft skill
valorizada:
“Visão sistêmica também. O gestor não pode ter uma visão fechada,
ele precisa ter um olhar mais amplo” (E1).
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“100% (cem por cento). A pessoa pode ser perfeita tecnicamente, ter
estudado em Harvard, mas se na entrevista dele, a gente perceber
que ele não fala a nossa língua, não cuida do cliente, não pensa em
pessoas, ele não entra” (E8).
“ [...] não quer dizer que eu vou abrir mão das questões técnicas,
mas quer dizer que, se eu tenho dois bons técnicos, e um eu já
entendi que alguns aspectos comportamentais são complicados, eu
não tenho dúvida de pegar um com um pouquinho, entre aspas,
menos bom, um pouquinho inferior tecnicamente, mas com o
comportamental desenvolvido [...] porque são esses que você te
quem pegar pronto, são esses que você não consegue desenvolver
no curtíssimo prazo. Esses você não compra. Caso ele não tenha
alguma competência técnica requerida, ele coloca alguém na sua
equipe que tenha. Agora o comportamental a gente não consegue
adquirir rápido ou ele se transformar rápido” (E1).
“Às vezes, a gente tem que abrir mão de um excelente técnico por
questões comportamentais que acabaram atrapalhando a entrega
[...] Quando você contrata pelo técnico, você geralmente demite pelo
comportamental” (E1).
“Hoje, 99% das pessoas que são desligadas, são por aspectos
comportamentais. Seja de não aderência a aspectos éticos e
aspectos de valores da companhia [...] A gente desliga as pessoas
porque elas não conseguem mudar o comportamento delas. Tem
coisas que são da essência: exemplo pessoas grossas [...] Você não
muda isso de uma hora para a outra” (E6).
“Temos uma dificuldade em identificar, pois hoje tem muita gente boa
na competência “de fazer entrevista”, aí fica mais difícil. A gente tenta
ao máximo, através das entrevistas, o quanto ela está sendo sincera,
como os exemplos. É um processo bem intuitivo. Possui um caráter
subjetivo muito forte” (E6).
A partir dos resultados das entrevistas pôde ser observado que os gestores
de gestão de pessoas compreendem soft skills como sinônimo de aspectos e
competências comportamentais, que englobam capacidade emocional, social e
relacional, indo ao encontro do que Woodruffe (1993) e Rainsbury (2002) propõem
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sobre o conceito de soft skills. Para esses autores, soft skills pode ser compreendida
como um conjunto de “skills” que envolvem aspectos comportamentais, pessoas e
interpessoais. Rainsbury (2002) ressalta a ênfase do comportamento pessoal ao se
falar sobre soft skills.
Outro aspecto revelado pela pesquisa foi a percepção sobre soft skills ser
uma nova definição para o que o ambiente organizacional denomina de competência
comportamental. Ou seja, seria uma questão de terminologia apenas. Neste ponto,
foi revelado uma dificuldade por parte dos gestores de gestão de pessoas sobre a
divergência e redundância de alguns termos utilizados na literatura do campo da
Administração.
Todavia, foi identificado que alguns entrevistados não conheciam o termo
“soft skills” até a realização da pesquisa. Nesses casos, esses gestores
compreendem a distinção entre competências técnicas (e/ou as requeridas pela
organização) das competências comportamentais ou competências do indivíduo.
Nesse sentido, para Bitencourt (2001) e Brandão e Guimarães (2001), as
competências podem ser compreendidas em dois grupos: competência pessoal e
competência da organização. A primeira diz respeito à formação formal, social,
familiar e ao desenvolvimento e aprimoramento deste indivíduo como pessoa. Já a
competência organizacional refere-se às estratégias, valores e cultura da
organização.
Neste contexto, fica evidente a relevância das soft skills para a atuação do
gestor contemporâneo, visto que grande parte das competências citadas como
relevantes pelos entrevistados fazem referência a competências não cognitivas, ou
seja, relacionadas a comportamentos do indivíduo e chamadas – segundo a
literatura americana – de soft skills (HECKMAN; KAUTZ, 2012; ROBLES, 2012;
MITCHELL et al. 2010). Os resultados da pesquisa apontam que a utilização do
termo soft skills é ainda pouco utilizada no ambiente organizacional, porém, a
compreensão sobre esta nomenclatura faz referência a um conjunto de
competências comportamentais que abrangem a capacidade emocional, social e
relacional do gestor (WOODRUFFE, 1993; RAINSBURY, 2002; HECKMAN; KAUTZ,
2012).
Com o intuito de colaborar com a construção de uma definição de soft skills
para o ambiente organizacional brasileiro, o presente estudo, calcado nos resultados
desta pesquisa, sugere como conceito para soft skills o conjunto de comportamentos
oriundos dos traços de personalidade de cada indivíduo que podem ser estimulados
(ou não) de acordo com o contexto em que este indivíduo está inserido e os
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Neste ponto, vale ressaltar a dificuldade por parte da literatura e também dos
entrevistados em avaliar as soft skills. Estas estão condicionadas a variáveis
instáveis, como os incentivos e o contexto organizacional em que o gestor está
inserido. Heckamn e Kautz (2012), salientam que para inferir um conjunto de
comportamentos seria necessário a padronização dos fatores (estímulos e contexto)
que interferem no comportamento observado. Neste contexto, surge a pergunta: é
possível padronizar estímulos e contexto?
Dessa forma, pode-se inferir que as soft skills contribuem tanto ou mais que
as hard skills para a atuação do gestor contemporâneo, em especial no momento de
sua contratação.
Por fim, diante da complexidade do tema, esta pesquisa sugere as seguintes
propostas de trabalhos futuros:
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Recruiters' Perspective. IUP Journal of Soft Skills, v. 7, n. 1, p. 7, 2013.
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119
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WEF. New vision for Education: Unlocking the Potential of Technology. Disponível
em:
<http://www3.weforum.org/docs/WEFUSA_NewVisionforEducation_Report2015.pdf>
Acesso em: 30 out. 2016.
ANEXOS
Você é livre para pedir para não mais participar a qualquer momento. (você
compreende?)
Assinatura:
125
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