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MAURÍCIO ALVES RIZZI

OS DESAFIOS DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

Porto Alegre
2019
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MAURÍCIO ALVES RIZZI

OS DESAFIOS DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade Anhanguera de
Porto Alegre, como requisito parcial para
obtenção do título de graduado em
Administração.

Orientadora: Camila Wentz

Porto Alegre
2019
3

MAURÍCIO ALVES RIZZI

OS DESAFIOS DO EMPREENDEDORISMO NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade Anhanguera de
Porto Alegre, como requisito parcial para a
obtenção do título de graduado em
Administração.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Esp. Adão Rocha

Prof. Me. Jamur Fraga

Prof. Me. Marcos Nunes

Porto Alegre, 11 de Dezembro de 2019.


4

Dedico este trabalho primeiramente a


Deus, e a todas as mulheres de
minha vida, como minha mãe
Marilda, minha irmã Fabiana, irmã
Lisdaiana, irmã Juliana e Marcela,
são essas mulheres que me
ajudaram a ser o homem que sou
hoje, amo vocês.
5

AGRADECIMENTOS

A todos os meus mestres que contribuíram nesta jornada de


conhecimento, espero fazer jus aos seus ensinamentos, em especial ao mestre
e amigo Marcos Nunes, sempre grato.
6

RIZZI, Maurício Alves. Os desafios do empreendedorismo no Brasil. 2019.26.


Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Administração – Faculdade
Anhanguera de Porto Alegre, Porto Alegre, 2019.

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo descrever os principais desafios do


empreendedorismo no Brasil, conceituar o tema e sua aplicação perante a
sociedade. O empreendedorismo desempenha papel fundamental no
desenvolvimento econômico do país, o tema começou a se desenvolver no Brasil
na década de 90 e permanece em evolução constante. Apresenta como objetivo
específicos os conceitos de empreendedorismo, identificação dos desafios do
empreendedor no Brasil e a relevância do fato gerador, o empreendedor no
Brasil. Para isso, utilizou-se na metodologia pesquisas bibliográficas confiáveis.
Como resultado desta análise teórica, observação, estudos e reflexões sobre o
tema que permitem reconhecer a vital importância da identificação dos desafios
de se empreender no Brasil. Os resultados levam a conclusão da real
importância do empreendedor para o desenvolvimento e crescimento do Brasil.

Palavras-chaves: Empreendedorismo; Brasil; Desafio; Oportunidade;


Desenvolvimento.
7

RIZZI, Maurício Alves. The challenges of entrepreneurship in Brazil. 2019. 26.


Course Conclusion Paper Bachelor of Business Administration – Anhanguera
College of Porto Alegre, Porto Alegre, 2019.

Abstract

This paper aims to describe the main challenges of entrepreneurship in Brazil, to


conceptualize the theme and its application to society. Entrepreneurship plays a
fundamental role in the economic development of the country; the theme began
to develop in Brazil in the 90’s and remains in constant Evolution. It presentes as
specific objective the entrepreneur in Brazil and the relevance of the generating
fact, the entrepreneur in Brazil. For this, the bibliographical reserarch was used
in the methodology. As a result of this theoretical analysis, observation, studies
and reflections on the theme that allow us to recognize the vital importance of
identifying the challenges of undertaking in Brazil. The results lead to the
conclusion of the real importance of the entrepreneur for the development and
grwth of Brazil.

Keywords: Entrepreneurship; Brazil; Challenge; Opportunity; Development;


8

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 9
2. CONCEITOS DE EMPREENDEDORISMO ............................................... 11
3. IDENTIFICAÇÃO DOS DESAFIOS DO EMPREENDEDOR NO BRASIL 15
4. RELEVÂNCIA DO FATO GERADOR, O EMPREENDEDOR NO BRASIL.
19
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 25
9

1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa abordou o tema dos desafios do empreendedorismo


no Brasil, os principais entraves que o empreendedor encontra no processo
desta atividade, partindo desde o processo lento e burocrático da abertura de
uma empresa, ao não apoio social e governamental para o desenvolvimento e
manutenção desta atividade.
O empreendedor brasileiro se constrói em sua grande maioria na
adversidade, seja por oportunidade ou por necessidade de empreender. É um
processo complicado, uma vez vista que realizar está atividade é de extrema
dificuldade no nosso país, um sistema burocrático ultrapassado, sem apoio
governamental e malvisto pela sociedade de um modo geral, o empreendedor
possui desafios além de somente desenvolver um negócio de sucesso perante
todos os obstáculos, seu desafio diário é manter seu negócio em funcionamento
diante deste cenário burocrático e incerto.
Este tema apresentado foi escolhido, pois guarda em si o importante
aspecto relacionado a grande complexidade do processo de empreender no
Brasil e a difícil realidade de quem desiste do emprego formal e busca através
da atividade empreendedora a realização do sonho da sua própria empresa,
dotado pela desejo de prosperar o empreendedor é o fato gerador de
crescimento socioeconômico da sua região, do seu estado e do seu país, a
abordagem vontade ao incentivo de o assessorar nesta jornada é um dever
mutuo de governo e sociedade, uma vez que o retorno se faz presente para
todos.
O problema desta pesquisa constituiu em compreender os desafios de
empreender no Brasil e como é a trajetória daqueles que decidem perante todas
as adversidades se tornarem empreendedores. As dificuldades enfrentadas
perante um modelo e uma cultura contrária ao que de fato é a atividade do
empreendedor são os entraves que se procura elucidar na presente pesquisa a
fim de um crescimento de toda a sociedade.
10

O objetivo desta pesquisa constitui na busca em compreender a realidade


e a dificuldade do empreendedor em manter-se ativo e competitivo na busca do
sucesso de seu negócio no Brasil. Possuiu como objetivos secundários os
principais conceitos do empreendedorismo, a identificação das dificuldades de
se empreender no país e apontar as principais vantagens do empreendedorismo
no Brasil.
No cenário disposto aos empreendedores no Brasil, seja ele grande ou
pequeno porte , enfrenta uma sequência interminável quase que diariamente
para manter seus negócios, os entraves burocráticos (jurídico e
regulamentação), gestão financeira, inovação, marketing digital, vendas e de
todos o mais importante a gestão de pessoas negar a importância das questões
que desafiam o empreendedor no país a prosperar é deixar de beneficiar a
sociedade como um todo, com empresas, encorajadas e bem estruturadas para
trazer retornos significativos e em prol da melhoria e crescimento da economia
nacional.
A metodologia desta pesquisa caracterizou-se em utilizar por meio de
revisão bibliográfica, analisadas e escolhidas devido a fundamentação em
definições cientificas de fontes confiáveis e de forma secundária será possível
conhecer a visão dos autores sobre o tema como Chiavenato e Sapiro (2004),
Schumpeter (1988), Costa, Barros e Carvalho (2011), Lemos (2005), Giugliani
(2018) e Dolabela (2006). Foram utilizados trabalhos publicados nos últimos 35
anos, fazendo uma linha com pensadores oriundos do tema, livros, artigos e
matérias em site voltados para a administração. E ao optar pela revisão
bibliográfica, entende-se que ao longo do trabalho as pesquisas realizadas
levarão ao resultado descritivo e qualitativo.
11

2. CONCEITOS DE EMPREENDEDORISMO

A definição do termo empreendedor possui diferentes características, o papel


que desempenha aquele que empreende em sociedade é de grande destaque
social e econômico, uma vez que o mesmo não segue a regra de um emprego
formal, pois agora é o criador, o fato gerador para a sociedade, dotado da
iniciativa por oportunidade ou necessidade o empreendedor se destaca como o
norte criador de um futuro para si e para seu país.
Sobre empreendedorismo, o SEBRAE compreende como:
O conceito de empreendedor fica mais refinado quando são
considerados alguns princípios e termos de uma perspectiva
empresarial, administrativa e pessoal. Em especial, o conceito de
empreendedorismo, de uma perspectiva individual foi explorado neste
século. Essa exploração está refletida nas três definições de
empreender que se seguem.
Em quase todas as definições de empreendedorismo, há um consenso
de que estamos falando de uma espécie de comportamento que inclui:
(1) tomar iniciativa; (2) organizar e reorganizar mecanismos sociais e
econômicos a fim de transformar recursos, e situações para proveito
prático e (3) aceitar o risco ou fracasso. (SEBRAE, 2006).

Há diversos fatores intervenientes na atividade empreendedora do Brasil,


compreende-se que o conjunto deles é o que torna a exercer a atividade um
desafio constante, muitas vezes insuperáveis. Fazendo uma relação aos
conceitos históricos do que é o ser empreendedor e sua importância para com a
sociedade em diferentes períodos, contando com um acúmulo de melhorias e
modificações que a atividade desenvolveu perante o tempo, apresenta-se os
conceitos do empreendedor.
Sobre o assunto Chiavenato e Sapiro definem como:
O empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas
acontecerem, pois é dotado de forte sensibilidade para os negócios,
tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades que passam
despercebidas para os outros. Com todo esse arsenal transforma
ideias em realidade, para benefício próprio e para o benefício da
organização ou da comunidade. (CHIAVENATO E SAPIRO, 2004, P.
346),

Para o empreender é necessário um agrupamento de características,


algumas desenvolvidas com o tempo e outras a qual o indivíduo já detém, fatores
relacionados, como os incentivos com políticas governamentais, apoio financeiro
e educação juntamente com capacitação, já citados acima, são pilares do
desenvolvimento deste empreendedor, as junções destas habilidades
12

juntamente com as oportunidades sejam elas criadas pelo mesmo, ou pela


própria necessidade do mercado tornam o ser empreendedor no diferencial
frente a seu tempo.
Assim como Schumpeter define:
De acordo com Schumpeter (1988), o empreendedor apresenta
características excepcionais que o tornam “acima da média” e são
motivados não apenas pelas questões econômicas. O sentido de sua
ação assenta-se no sonho e desejo de fundar um reino privado, no
desejo de conquistar, no impulso para lutar, no esforço para provar-se
superior aos outros e na alegria de criar e fazer coisas novas.
(SCHUMPETER, 1988, p. 65)

O empreendedor, contudo, ter uma definição que pode ser entendida de


forma clara, está diretamente ligado a complexidade de outros fatores para o
desenvolvimento de determinada atividade, complexidade está que segue sendo
trabalhada e estudada ao longo de muitos anos, pois o empreendedor está
vinculado as perspectivas atuais da sociedade e desejos muitas vezes
imediatistas porém momentâneos vinculados a eles fatores culturais,
econômicos, ou mesmo organizacionais.
Para Costa, Barros e Carvalho:
Se antes o comportamento empreendedor era algo raro, capacidade
encontrada em alguns poucos indivíduos, hoje ele passa a ser de
fundamental importância para o desenvolvimento econômico. Portanto,
nesse cenário, o comportamento empreendedor passa a ser
estimulado de todas as formas possíveis, isto é, sob a lógica e o
controle da empresa, a ideia de empreendedorismo adquire papel
primordial na sociedade: assegurar que cada indivíduo assuma, como
suas, as metas de reprodução do sistema capitalista. (COSTA;
BARROS; CARVALHO, 2011

A capacidade do empreendedor de se adaptar as dificuldades que o


mesmo encontra durante sua jornada, fez com que a inovação fosse uma de
suas características principais, a história mostra este aperfeiçoamento durante o
exercício de sua atividade, o conceito de empreendedor percorre está mesma
história e a seguir se encontra uma linha do tempo desta teoria.
13

Figura 1: Desenvolvimento da teoria do empreendedorismo e do termo


empreendedor.
Origina-se do Francês: significa aquele 1964: Peter Druker – o empreendedor

que está entre ou estar entre. maximiza oportunidades.

Idade Média: participante e pessoa 1975: Adalberto Shapero – o empreendedor toma

encarregada de produção em grande escala. iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e

econômicos, e aceita riscos de fracassos.

Século XVII: pessoa que assumia riscos de lucro 1980: Karl Vésper – o empreendedor é visto

(ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o como diferente por economistas, psicólogos,

governo. negociantes e políticos.

1725: Richard Cantillon – pessoa que assume 1983: Gifford Pinchot – o intra-empreendedor é

riscos é diferente que fornece capital. um empreendedor que atua dentro de uma

organização já estabelecida.

1803: Jean Baptiste Say – lucros do empre- 1985: Robert Hisrich – o empreendedorismo é

endedor separados do lucro de capital. o processo de criar algo diferente e com valor,

dedicando o tempo e o esforço necessários,

1876: Francis Walker – distinguiu entre os que assumindo os riscos financeiros, psicológicos

fornecem fundos e recebiam juros e aqueles e socias correspondentes e recebendo as

que obtenham lucro com habilidades consequentes recompensas da satisfação eco-

administrativas. nômica e pessoal.

1934: Joseph Shumpeter– o empreendedor é um

Inovador e desenvolve tecnologia que ainda não

foi testada.

1961: David Mclelland – o empreendedor é alguém

dinâmico que corre riscos moderados.

Fonte: Robert D. Hisrich – Empreendedorismo Editora Artemed


14

Os dados históricos revelam que o empreendedor é o agente de mudança


em seu meio, assim como as suas definições e teorias apresentam contornos e
diferentes percepções, o empreendedor fez dos obstáculos degraus para seu
crescimento durante todo este período que a história revela.
O empreendedorismo é o processo de criar algo novo, é um processo
dinâmico que requer esforço e tempo necessários para obtenção de resultados,
resultados que visam a criação de mais riquezas, além destes esforços é preciso
assumir os riscos financeiros, psíquicos e socias que o desempenho da atividade
reserva, está incerteza é a busca pela realização de um sonho, de uma conquista
que apesar de profissional, na grande maioria dos que se arriscam por este
sonho, a maior realização é a pessoal. Desta forma o próximo capítulo irá
abordar os desafios do empreendedor no Brasil na busca da realização deste
sonho.
15

3. IDENTIFICAÇÃO DOS DESAFIOS DO EMPREENDEDOR NO BRASIL

Uma vez definido o conceito de empreendedorismo é importante


enquadrar dentro do cenário do Brasil onde o empreendedor é visto muitas vezes
de forma distorcida para o lado ruim da ganância, forma está equivocada, e não
como agente gerador de mudança e crescimento econômico, ao qual se deve
diretamente sua atividade central. Dentro outros fatores, a grande relevância é
diretamente está, unir sociedade e empreendedor em prol de um crescimento
único e vantajoso para todos. Assim como define Lemos:
Aquele que empreende movido por interesse econômico é muitas
vezes malvisto pela sociedade e pelos trabalhadores que emprega,
que se sentem explorados pelo patrão ... em oposição à visão heroica
do empreendedor norte-americano, a imagem do empresário brasileiro
é associada à ganância e exploração (LEMOS, 2005, p. 2).

Diante de todo o cenário cultural que se depara o empreendedor no Brasil,


as políticas tributárias aplicadas pelo governo em suas diferentes esferas,
oneram ainda mais e dificultam o papel que o mesmo busca desempenhar na
sociedade. Sobre o assunto Giugliani define:
No Brasil, além de termos uma carga excessiva de tributos, que
oneram demais o consumo, seja ele de bens ou serviços, a forma como
somos cobrados, exigidos e fiscalizados é muito desleal (para não dizer
cruel). Aqui, diferentemente dos demais países do mundo, além de
tributarmos o lucro, somos tributados também pelo faturamento; ou
seja, sobre o que você vende, seja bens ou serviços. Também
tributamos nossas despesas, como é o caso da folha de salários.
(GIUGLIANI, ANDREA.)

Os desafios enfrentados pelos empreendedores são diários e


praticamente intermináveis sejam eles de grande ou pequeno porte. É preciso
estar sempre atento as mudanças sejam elas na regulamentação de alguma
nova lei, ou a mudança no prazo para pagamento de tributos sem aviso prévio,
com isso comprometendo a gestão financeira, alterações e capacitação em seu
quadro de funcionários, com isso o comprometimento de sua gestão de pessoas,
perante diversos outros fatores que impossibilitam o desenvolvimento de sua
atividade pois tiram o foco do principal desafio do empreendedor que é estar
sendo o tempo todo competitivo perante ao mercado.
Com base nestes entraves praticamente unanimes para os
empreendedores que a Endeavor (Maior rede de empreendedores de alto
impacto no Brasil e no Mundo) realizou uma pesquisa abordando os desafios
16

dos empreendedores brasileiros de diferentes portes. A seguir os dez desafios


identificados pelo estudo:
Gestão de Pessoas: Pessoas são consideradas o maior ativo que uma
empresa pode ter, pois antes de mais nada empresas são feitas por pessoas e
com isso este é o ponto que mais dói para todo e qualquer tipo de empreendedor,
dentro da gestão de pessoas, a principal dificuldade é encontrar estes ativos de
valor para formar lideranças dentro da organização, pois ter um bom time é o
que precisa qualquer negócio para crescer e gerar impacto perante seu mercado
de atuação.
Gestão Financeira: O dia a dia e perante as mudanças constantes do
mercado, os custos aumentando acima da receita e mudanças na tributação o
setor financeiro é apontado por todos os grupos pesquisados como grande
dificuldade de superar, algo que passa a preocupar ainda mais os
empreendedores uma vez que o tempo de vida da empresa depende
diretamente da boa gestão financeira.
Jurídico e regulação (contratos e processos e complexidade dos
impostos): A burocracia é o maior entrave do país, sobretudo para os
empreendedores, isso todos sabemos. A pesquisa aponta que um a cada cinco
empreendedores gerais entrevistados apontam esse como o maior desafio de
sua empresa, porém aos empreendedores de pequeno e médio porte a
complexidade burocrática é algo ainda mais difícil de ser superada.
Inovação (criação e/ou melhoria dos produtos e processos): Os
desafios da inovação são mais significativos e estão mais presentes nas
empresas de tecnologia. Porém, o Brasil se encontra na 70ª posição entre 141
países no Global Innovation Index, um ranking mundial de inovação entre países.
Isso mostra que o desafio de inovação é grande para todos os setores da
economia brasileira e que deveria receber mais atenção dos empreendedores.

Marketing e vendas (marca, ponto de venda, precificação, satisfação


do cliente): Os empreendedores de alto impacto são os que mais se preocupam
com os desafios ligados ao marketing e vendas, identifica-se que empresas de
grande porte apontam o marketing como um investimento para seu negócio e
não como um custo desnecessário, algo que muitos novos empreendedores ou
pequenos não aplicam a devida atenção a este ponto. A satisfação do cliente
17

aparece como principal ponto para os empreendedores de alto impacto, seguido


pelo trabalho de divulgação.
Operações e processos (estoque, controle de qualidade e/ou custos
operacionais): Logo após o desafio do marketing e vendas surge o de
operações e processos, afinal ter uma operação eficiente, com seus processos
transparentes e bem organizados garante a qualidade do produto, qualidade
essa que está diretamente ligada a satisfação dos clientes, com isso sendo
interdependente com o marketing e vendas. Dos empreendedores de modo geral
é possível identificar problemas extremos em várias outras situações incluindo o
próprio controle das operações e processos.
Estratégia (falta de visão, de foco e/ou gestão de metas): Os
empreendedores de alto impacto são os que sentem menos os reflexos deste
desafio, uma vez que por estabelecerem metas claras e estratégias bem
definidas para os próximos anos, algo que passa mais segurança aos
planejamento traçado e quanto ao tempo de retorno na execução, atenção essa
que deve ter um alerta para pequenos e médios empreendedores, afinal a
estratégia montada e seguida com precisão mantém a empresa firme e
competitiva.
Infraestrutura (tecnologia, engenharia e/ou segurança nas
instalações): A infraestrutura da empresa costuma não preocupar tanto os
empreendedores quanto outras áreas da organização. Mas manter instalações
funcionando bem pode gerar mais eficiência para as empresas, mesmo no curto
prazo. Portanto, não deve ser uma área negligenciada pelos empreendedores.
Um fato é que o ambiente de trabalho bem desenvolvido e organizado gera
impacto no processo como um todo, pois evita problemas futuros e muitas vezes
uma estrutura bem planejada até antecipa determinado erro no processo.
Acesso a crédito e/ou investimentos: Toda e qualquer empresa na
maioria das vezes vai precisar de recursos externos para seu crescimento, seja
com a obtenção de crédito ou investimentos, uma vez que com seus recursos
próprios não é possível realizar bem mais do que já está em desenvolvimento.
Recursos públicos e a falta de garantia para a toda de crédito são os principais
obstáculos
Governança corporativa (problemas com sócios, conselheiros e/ou
familiares na empresa): A governança corporativa é o último desafio citado
18

pelos empreendedores, com pouca relevância perante os demais pontos


identificados. Porém este é um tipo de desafio que pode acontecer a qualquer
momento no caminho do empreendedor, geralmente quando este problema
aparece ele costuma ocupar boa parte da atenção dos empreendedores.
Familiares e a sucessão das lideranças nas empresas são os outros pontos
dentro da governança corporativa citados pelos empreendedores de um modo
geral.
Para a superação dos desafios apresentados, é necessário que os
empreendedores sejam apoiados por instituições, por grupos de
empreendedores, por funcionários e familiares, uma mentoria com outras
pessoas que já passaram por este caminho é sempre um diferencial para o
empreendedor, pois o agrega em teoria e prática na superação dos desafios de
se negócio. Perante todas estas circunstâncias a qual se depara o
empreendedor no Brasil, uma forma de superação para todas as áreas de
dificuldade da empresa está dentro do planejamento, com isso temos a definição.
Chiavenato relata planejamento:

O planejamento é a função administrativa que define objetivos e decide


sobre os recursos e tarefas necessários para alcança-los
adequadamente. A sua principal consequência são os planos. Planejar
significa olhar para frente, visualizar o futuro e o que deverá ser feito
(CHIAVENATO, 2003, p. 242)

O planejamento é fundamental para que o negócio consiga sobreviver às


adversidades do mercado, afinal o planejamento é o gerenciamento de recursos
para o médio e longo prazo, o olhar para o futuro com a devida atenção e
projeção que ele merece.
19

4. RELEVÂNCIA DO FATO GERADOR, O EMPREENDEDOR NO


BRASIL.

A grande dinâmica da evolução da economia do país está diretamente


associada ao empreendedor que com o passar dos anos apenas comprovou que
este seria o fator determinante para o crescimento do Brasil. Devidamente
assessorado pelo governo e com um ambiente favorável os retornos e
crescimento do país serão a certeza de um investimento bem aplicado, afinal
aquele que não investe no presente com os olhos voltado para o futuro, está
fadada as adversidades inesperadas que diretamente levam ao insucesso, este
dos quais os levantamentos dos últimos anos apenas comprovam esta
afirmação. Na visão de Dornelas:
Com a globalização das economias e os mercados mundiais e com a
estabilização econômica do país, o Brasil passou a ser visto como um
celeiro de oportunidades a serem exploradas pelos capitalistas, ainda
mais com a elevação dos país ao status de grau de investimento pelas
agências internacionais que avaliam os riscos de investir nos países.
Esses mesmos capitalistas preferiam aplicar suas divisas no mercado
financeiro, que lhes proporciona retornos imbatíveis. Passa a ser
comum encontrar uma figura do capitalista de risco no país e,
principalmente, do investidor-anjo, que prefere arriscar em novos
negócios a deixar seu dinheiro aplicado em bancos. Isso vem
ocorrendo nos setores nos quais as empresas podem crescer
rapidamente, como o de empresas de tecnologia, e já está mudando
todo um paradigma de investimentos no Brasil, o que é saudável para
o país e para os novos empreendedores que estão surgindo.
(DORNELAS, 2016, pág. 34)

O Brasil como visto acima, está em um novo patamar para investimentos


de longo prazo, o empreendedor precisa usar desta iniciativa para seu benefício,
a disposição do cenário requer melhorias e incentivos em diversas esferas,
porém a iniciativa foi dada, e com devido planejamento é possível obter os
retornos financeiros esperados pelo empreendedor.
Usando os dados do último levantamento do ano de 2018 Global
Entrepreneurship Monitor (GEM) faremos uma abordagem segundo os
especialistas para melhorias das condições para empreender no Brasil, com a
finalidade de agregar e completar o estudo sobre o empreendedor e seus
desafios no Brasil.
O programa de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de
abrangência mundial, é uma avaliação anual do nível nacional de atividade
empreendedora. Teve início em 1999, com a participação de 10 países, por meio
20

de uma parceria entre a London Business Scholl, da Inglaterra, e o Babson


College, dos Estados Unidos. Ao longo dessa trajetória mais de 100 países
participaram do programa, que permanece crescendo ano a ano. Atualmente, no
mundo, o GEM é o maior estudo contínuo sobre a dinâmica empreendedora.
Compreende-se que está é a maior e mais complexa pesquisa cooperativa
sobre empreendedores e seus empreendimentos no mundo; que estuda o
ambiente para criar e manter novos negócios, a pesquisa também apura a
percepção que a sociedade, em cada país, no nosso estudo o Brasil, se
manifesta sobre o empreendedorismo de uma forma geral.

Quadro 1: Recomendações dos especialistas: áreas de intervenção para melhoria das


condições para empreender no país¹ - Brasil - 2018
Fatores que se enquadram as recomendações % dos
especialistas

Políticas governamentais 75,00

Educação e capacitação 42,5

Apoio Financeiro 32,5

Fonte: GEM Brasil 2018


1 Percentual dos respondentes que mencionaram o fator. O especialista pode ter mencionado
mais de um fator.

A partir da divisão entre as recomendações dos especialistas segundo o


último levantamento do programa de pesquisa Global Entrepreneurship Monitor
(GEM), nota-se que as políticas governamentais encabeçam a maior
porcentagem das recomendações, e compreende-se que um governo que auxilia
e incentiva seu empreender parte dos mesmo resultados lucrativos deste agente,
e conta também com o crescimento socioeconômico que aquece toda uma
sociedade, o quadro a seguir lista as sugestões dos mesmos especialistas do
quadro anterior para a melhoria da atividade no Brasil.
21

Quadro 1.1 Principais recomendações dos especialistas para melhoria das condições para
empreender no Brasil - 2018
Políticas Governamentais Educação e Capacitação Apoio Financeiro

Incentivos fiscais para novos Maior difusão da educação Criação e expansão de linhas
empreendedores e diminuição da empreendedora nas escolas, de crédito de fácil captação
carga tributária. Criando um desenvolvendo práticas que para alavancagem e
regime especial para novos estimulem o empreendedorismo crescimento, seja giro ou
empreendimentos, estabelecendo infanto-juvenil. investimento.
um período de carência para o
pagamento dos tributos.
Impostos diretos menores para Além da elevação da qualidade Incentivos financeiros e
empreendedores iniciais. da educação, de forma geral, é operacionais aos investidores
necessária a inclusão da anjo.
temática do empreendedorismo
nos diferentes níveis do percurso
formativo, com início no ensino
fundamental e estendendo-se
até o ensino de formação
superior, em níveis de
graduação e pós-graduação. Ao
longo dessa formação, os
discentes participantes desses
programas poderão discernir, de
forma mais assertiva, seus
interesses e condições objetivas
para se tornar um empreendedor
ou não.
Celeridade dos processos de Promover conscientização para Disponibilização de recursos
abertura de empresa e de licenças a conversão de early adopters, com juros zero para abertura
regulatórias em geral. favorecendo, assim, os negócios de empresas, mediante
Implementar projetos para focados em diversificação de critérios que garantam o
realização dessas atividades de mercado. desenvolvimento local.
forma virtual.
Encargos sociais menores sobre o Valorização dos professores Aumento de oferta de capital
custo de mão de obra, sobretudo, como forma indispensável, para para os empreendedores
22

para novos, micro e pequenos a melhoria da educação em poderem desenvolver ou


empreendimentos. todos os níveis e em todos os ampliar os seus negócios.
contextos gerais e específicos
relacionados com a temática
empreendedora.
Desenvolver iniciativas com foco Desenvolvimento de iniciativas Melhores condições para a
em aumentar a produtividade com foco em aumentar a tomada de financiamentos
geral do país relacionadas a produtividade geral do país relacionados com a
tributos. Implementar uma política relacionadas à educação da implementação de novos
tributária que favoreça a força de trabalho. projetos empresariais por parte
produtividade das empresas, de empreendedores iniciais,
reduzindo o número de impostos e sobretudo, nas questões
o ônus financeiro na gestão relativas à apresentação de
tributária dos empreendimentos. garantias reais.
Simplificação do sistema
tributário.
Revisão na estrutura dos impostos
sobre importação e exportação.

Aumento da rigidez e da
velocidade de cobranças e
execuções de dívidas, garantindo,
assim, mais segurança nas
operações comerciais.
Desenvolver políticas públicas de
incentivo ao empreendedorismo,
tais como: mapeamento dos
setores com potencial de geração
de riqueza em cada região;
criação de mecanismos facilitados
para o adequado acesso aos
mercados, potenciais e
estruturação tecnológica.
Implementar políticas regionais
consistentes de atração de
grandes empresas nacionais e
internacionais tendo como
23

contrapartida garantias de apoio


ao desenvolvimento das cadeias
produtivas localizadas.
Fonte: GEM Brasil 2018

Após a avaliação do último relatório do GEM 2018 juntamente com a


análise de forma condensada dos especialistas se consuma que o apoio ao
empreendedor se faz necessário e essencial, pois é o crescimento do setor, o
crescimento da geração de empregos e a circulação maior de capital, assim
como o crescimento da sociedade. A respeito das assessorias que necessita o
empreendedor brasileiro Dornelas relata:

{...}São as assessorias que ajudarão o empreendedor a ultrapassar a


primeira e, em geral, a mais difícil fase do empreendimento; a da
sobrevivência. No início, empresas costumam ser frágeis, não têm
marca, não são conhecidas e tampouco conhecem muito bem o
mercado em que atuam, devem ser cautelosas em suas ações, o que
não significa dizer que devam ser lentas. O empreendedor, por mais
otimista que seja, caso não esteja devidamente amparado na fase
inicial do negócio, pode se ver em dificuldades, e seu sonho pode
torna-se pesadelo em pouco tempo. (DORNELAS, 2016, pág. 202)

Talvez esteja ocorrendo, na atualidade, uma releitura do juízo que se faz


do empreendedor por meio de formações discursivas específicas, pois não
parece claro para o senso comum se ser empreendedor no Brasil é bom ou ruim,
se é um vício ou uma virtude. O que fica claro é o desejo de mudança, a busca
por uma condição melhor, a mudança do próprio indivíduo que se dedica a
exercer esta atividade cheia de entraves e incertezas, consequentemente a sua
mudança bem-sucedida impacta de forma positiva na sociedade e economia,
que mesmo sem entender suas dificuldades, e sem a devida atenção com
incentivos perante o assunto, como qualificação, educação e incentivo diante do
tema está a se beneficiar de seu esforço e progresso.
24

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O empreendedor é responsável por um importante papel perante a


sociedade, pois sua função tem como por objetivo o crescimento econômico e o
desenvolvimento da sociedade como um todo, ser empreendedor é aceitar os
riscos diante das incertezas do caminho.
As dificuldades acompanham o empreendedor aos passar dos anos e de
certa forma sempre o acompanharão, pois perante destas mesmas dificuldades
que se desenvolve este ser transformador, muitas das vezes por necessidade
ou por oportunidade, mas em todas as vezes acompanhado pelo seu espírito de
aventura e de realização para ver seus sonhos sendo concluídos.
A referência que acaba se transformando o empreendedor, pois ele é elo,
o fato gerador da mudança, o exemplo para outros em sua área, ou mesmo
desbravando novos horizontes. A máxima conclui-se que a sociedade não é
sociedade sem o empreendedor e o empreendedor não seria empreendedor
sem a sociedade, ambos se conectam e se completam.
É muito importante que o empreendedorismo seja abordado e estudado
com a total relevância que merece, a sua função denomina-se como futuro, e
devemos sempre planejar o futuro, se preparar para usufruir do melhor que ele
pode oferecer, e com os estudos e análises, casos complexos possam ser
resolvidos de forma simples, altos tributos devam ser justos. Com o passar dos
anos e com o devido auxílio que de momento ainda não ocorre por parte do
governo e por uma parte da sociedade consigamos evoluir e melhorar, e que
assim se construa um futuro melhor e propicio para se empreender no Brasil.
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REFERÊNCIAS

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