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Aula 05

Noções de Economia p/ Polícia Federal - 2017 (Agente) - Com videoaulas

Professores: Daniel Saloni, Heber Carvalho


Noções de Economia
Agente da Polícia Federal
Prof Heber Carvalho e Daniel Saloni – Aula 05

AULA 05 – Equilíbrio da firma no curto e longo prazo.


Estruturas de Mercado (Parte I)

Sumário
1. TIPOS DE MERCADOS ..................................................................................................................... 1
2. A HIPÓTESE DE MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS ................................................................................. 3
3. CONCORRÊNCIA PERFEITA ............................................................................................................. 8
3.1. CURVAS DE RECEITA DA FIRMA (EM CONCORRÊNCIA PERFEITA) ........................................... 11
3.2. CURVAS DE CUSTO ................................................................................................................ 13
3.3. EQUILÍBRIO DA FIRMA NO CURTO PRAZO ............................................................................. 13
3.4. ÁREAS DE LUCRO TOTAL, RECEITA TOTAL E CUSTO TOTAL ..................................................... 15
3.5. CURVA DE OFERTA DA FIRMA NO CURTO PRAZO .................................................................. 16
3.6. CURVA DE OFERTA DA INDÚSTRIA NO CURTO PRAZO ........................................................... 19
3.7. EQUILÍBRIO DA FIRMA NO LONGO PRAZO ............................................................................. 20
3.8. O CASO DA CURVA DE OFERTA NEGATIVAMENTE INCLINADA ............................................... 22
3.10. O CASO DA CURVA DE OFERTA HORIZONTAL ...................................................................... 23
MAIS QUESTÕES COMENTADAS ...................................................................................................... 29
LISTA DE QUESTÕES APRESENTADAS ............................................................................................... 34
GABARITO ....................................................................................................................................... 38

Olá caros(as) amigos(as),

Hoje, começaremos o estudo das estruturas de mercado. O tema de hoje é


bastante extenso. Por isso, o tópico será dividido em 02 aulas. A primeira aula
conterá os assuntos da concorrência perfeita, e a segunda aula conterá os demais
assuntos. O CESPE tem exigido um nível de conhecimento um pouco maior nos
últimos anos, então, preferimos, como já avisamos em aulas anteriores, aprofundar
um pouco os conceitos. Por isso, fizemos essa divisão. Hoje, daremos início no
estudo da principal estrutura, ok?

Bem... então, chega de papo, e vamos à aula de Mercados!

1. TIPOS DE MERCADOS

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Aqui, nós veremos apenas as diferenças de cada mercado. As características
e especificidades de cada um deles serão vistas a partir do item 3 da aula.
Basicamente, são três as variáveis que diferenciam as estruturas de mercado:

 Número de firmas produtoras no mercado;


 Diferenciação do produto;
 Existência ou não de barreiras à entrada de novas empresas.

Alguns autores ainda colocam outras variáveis1, mas, para fins de concursos,
estas três são suficientes. Podemos classificar os mercados em: concorrência
perfeita, monopólio, concorrência monopolística, oligopólio, oligopsônio e
monopsônio. Vejamos, sucintamente, as características principais de cada um
deles:

i. Concorrência perfeita: número infinito de produtores e consumidores,


produto transacionado é homogêneo, não há barreiras à entrada de firmas e
consumidores, perfeita transparência de informações entre consumidores e
vendedores, perfeita mobilidade de fatores de produção. Exemplo mais
próximo: mercado agrícola.

ii. Monopólio: é o oposto da concorrência perfeita. Há apenas uma empresa


para inúmeros consumidores. O produto não possui substitutos próximos e
há barreira à entrada de novas firmas. Exemplo: Companhias de energia
elétrica dos municípios ou estados.

iii. Oligopólio: pequeno número de firmas que dominam todo o mercado, os


produtos podem ser homogêneos ou diferenciados, com barreiras à entrada
de novas empresas.

iv. Concorrência monopolística (ou imperfeita): muito semelhante à


concorrência perfeita, com a diferença que o produto transacionado não é
homogêneo2. Isto é, cada firma possui o monopólio do seu produto/marca,
que é diferenciado dos demais. Exemplo: lojas de roupas (muitas firmas,
muitos compradores, porém o produto é diferenciado, cada loja possui o
monopólio da sua marca).

v. Monopsônio: é a antítese do monopólio. Neste, há apenas um vendedor,


enquanto, no monopsônio, existe apenas um comprador. É o caso, por
exemplo, de regiões em que há várias fazendas de gado e apenas um
frigorífico. Naturalmente, este frigorífico será o único comprador
(monopsonista) da carne das fazendas.

vi. Oligopsônio: de forma inversa ao oligopólio, no oligopsônio, existe um grupo


de compradores que dominam o mercado. Temos como exemplo o mercado
de peças automotivas em que um pequeno grupo de compradores (Ford,
GM, Fiat, etc) adquirem grande parte da produção de peças automotivas.

1
Mobilidade dos fatores de produção e conhecimento de tecnologia.
2
Apesar de não serem homogêneos, os produtos transacionados são semelhantes e facilmente substituíveis
entre si.

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Não confunda “concorrência monopolística” com “monopólio”.


O primeiro é um mercado concorrencial, onde cada produtor detém
o monopólio do seu produto/marca. Veja que, apesar de a firma
inserida em uma concorrência monopolística deter o monopólio de
seu produto, ela está inserida dentro de uma concorrência. Ou seja,
ela não é a única produtora no mercado (não é monopolista).

Vejamos questões de prova:

01. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro - Ciências Econômicas


– SEGER/ES) - Mercados organizados sob a forma de concorrência
monopolista envolvem um número relativamente grande de firmas que
operam de forma não-colusiva e caracterizam-se por adotarem estratégias de
diferenciação do produto.

COMENTÁRIOS:
A maior dificuldade da questão era relacionada ao Português, afinal, o que significa
“não-colusiva”? Operar de forma “não-colusiva” significa operar de forma que não
seja imprópria. Desta forma, está correta a assertiva, pois as firmas inseridas em
uma concorrência monopolísitca concorrem “ferozmente” entre si, o que as
diferencia de uma concorrência perfeita é o fato de que cada firma possui
monopólio sobre o seu produto. Ou seja, elas adotam estratégias de diferenciação
para seus produtos.

GABARITO: CERTO

02. (CESPE/Unb – Analista de meio ambiente – SEAMA) - Na agricultura, a


presença de muitos estabelecimentos agrícolas, aliada a relativa
homogeneidade do produto e à inexistência de barreiras à entrada, faz que
esse mercado seja uma boa ilustração da concorrência perfeita.

COMENTÁRIOS:
A agricultura é o exemplo clássico da existência da concorrência perfeita. Em
qualquer livro de microeconomia, o autor exemplificará esta estrutura de mercado
citando a agricultura.

GABARITO: CERTO

2. A HIPÓTESE DE MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS

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Antes de adentrarmos a fundo no estudo da nossa primeira estrutura de
mercado (a concorrência perfeita), no item 3, devo falar da condição de
maximização dos lucros. Resolvi fazer isto em um tópico separado, pois esta
condição de maximização de lucros que eu vou explicar para vocês vale para
qualquer firma, independentemente do mercado em que ela esteja (concorrência
perfeita, monopólio, oligopólio, etc).
Em nossas análises, estaremos a todo instante supondo que o objetivo das
firmas é a maximização de lucros e que o seu equilíbrio acontece neste momento.
Esta suposição decorre da racionalidade econômica de supor que o objetivo do
empresário é, a todo o momento, buscar o nível de produção que maximize o seu
lucro.
Ressalto que existem várias teorias que procuram explicar o que realmente
as firmas buscam ou o seu objetivo. Algumas dizem que elas buscam maximizar a
participação no mercado; outras dizem que elas buscam maximizar a margem sobre
os custos (maximizar o mark up).
A teoria que utilizaremos em nosso curso é a chamada teoria neoclássica ou
marginalista, cujo pressuposto básico é o de que as firmas buscam maximizar os
lucros (receitas MENOS despesas).
Indo direto ao que interessa, vamos estatuir a condição de maximização de
lucros da empresa, válida para qualquer mercado:

A empresa maximiza lucros quando o custo marginal


(Cmg) se iguala à receita marginal (Rmg).

Maximização de lucros  Rmg=Cmg

Mas o que é receita marginal?


O conceito é bem parecido com o de custo marginal, só que avaliando sob o ponto
de vista da receita, é claro.
A receita marginal é o acréscimo na receita total decorrente da produção e venda
de uma unidade a mais de um bem produzido.
Exemplo: suponha uma firma produtora de cervejas e que, em determinado
momento, ela venda 10.000 garrafas por mês e tenha uma receita total (Receita
Total = preços x quantidades) de R$ 30.000. Pense agora que ela aumenta a
produção em 01 unidade e, como consequência, a receita total vá para R$ 30.003.
Qual foi o acréscimo na receita total em decorrência desta garrafa adicional de
cerveja vendida?
A resposta é fácil, o acréscimo na receita total foi de R$ 3,00. Assim, a Receita
marginal é igual a 3 para essa última garrafa produzida e vendida.
10.000 garrafas  Receita total = 30.000
10.001 garrafas  Receita total = 30.003  Receita marginal = 3
Algebricamente, podemos representar a receita marginal da seguinte

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maneira:

Pois bem, vamos analisar essa condição de maximização de lucros, para que
o entendimento fique claro. Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar que essa
condição vale para qualquer estrutura ou tipo de mercado,
independentemente se é curto ou longo prazo. Assim, qualquer empresa
(estando inserido em um mercado monopolista, oligopolista, concorrência perfeita,
etc), estando no curto ou no longo prazo, buscará produzir até o ponto em que o seu
custo marginal de produção seja igual à receita marginal. Por isso, resolvi colocar
esse item separado na aula.
Existem variadas maneiras de provarmos este teorema da maximização de
lucros dentro da nossa abordagem marginalista da teoria firma. Faremos uma
demonstração intuitiva, sem cálculos.
Pense comigo e tente responder às seguintes perguntas:
- O que acontece se a empresa está com um nível de produção tal em que a
receita marginal seja superior ao custo marginal?
- E o que acontece se o custo marginal for superior à receita marginal?
No primeiro caso, a firma está estimulada a aumentar a produção, uma vez
que o fazendo, estará aumentando os lucros. Isto ocorre justamente porque a
receita adicional decorrente da produção adicional (receita marginal) é superior ao
custo adicional (custo marginal). Ou seja, produzir mais significa ter mais lucro, uma
vez que o acréscimo de receita será superior ao acréscimo de custo.
No segundo caso, a firma deve reduzir a produção, uma vez que o fazendo,
estará aumentando os lucros. Isto ocorre porque se reduzir a produção, o
decréscimo de custo (custo marginal) será superior ao decréscimo de receita
(receita marginal). Ou seja, reduzindo a produção, o custo total será reduzido em
montante maior que a redução na receita total, fazendo os lucros aumentarem.
Esquematicamente, temos o seguinte:

Empresário AUMENTA a produção Empresário REDUZ a produção

Nível de
Rmg > Cmg produção
Rmg < Cmg
(Q)
Rmg = Cmg

Observe que, se a receita marginal é superior ao custo marginal de produção,


é interessante para o empresário continuar produzindo, pois se o fizer, o lucro será
aumentado. No entanto, à medida que a produção aumenta (caminhamos para a
direita), o custo marginal de produção vai crescendo (lembre que o custo marginal,
em regra, é crescente com o aumento da produção) e chega uma hora em que ele

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passa a ser maior que a receita marginal. Quando isto ocorre (Rmg<Cmg), o
empresário deve reduzir a produção.
Quando o custo marginal é maior que a receita marginal, o empresário deve
reduzir a produção, pois a redução de custo proveniente da redução de produção é
superior que a redução de receita. Logo, se reduzir a produção (quando Cmg>Rmg),
haverá aumento de lucro.
O único ponto em que não é possível aumentar os lucros é exatamente
onde a receita marginal é igual ao custo marginal. Este ponto representa o
equilíbrio da firma (lucro máximo).
Podemos resumir desta forma o que foi colocado nos parágrafos acima:

 Se Rmg > Cmg; aumenta-se a produção;


 Se Cmg > Rmg; reduz-se a produção;
 Se Cmg = Rmg; não se altera a produção (a firma está no lucro máximo).

Diante do exposto, percebe-se que, nos casos em que os valores da receita e


custo marginal são diferentes, a firma estará sempre buscando aumentar ou reduzir
a produção. O único ponto em que ela estará em equilíbrio (não sendo possível
aumentar os lucros) é onde o custo marginal é igual à receita marginal.
Por fim, destaco que esta condição de maximização de lucros reflete um dos
princípios da racionalidade econômica, que explica que os agentes econômicos
pensam “na margem”. Isto é, quando algum consumidor ou empresa toma uma
decisão econômica, ele(a) pensará naquela decisão em uma perspectiva
incremental, adicional, “na margem”, ou marginal; sendo este último o termo
preferido dos economistas.
Assim, uma empresa que está na dúvida se aumenta ou não a produção, se
contrata ou não mais um empregado, pensará assim: quanto a mais eu vou
ganhar3? Quanto a mais eu vou ter de gastar4? Se, por exemplo, o que ela ganhar a
mais (marginalmente) superar o que vai ter de gastar a mais (marginalmente), a
produção será aumentada; caso contrário, não. Se o ganho adicional for igual ao
gasto adicional, nada será feito (a produção não se altera).
Por fim, ressalto mais uma vez que esta condição de maximização de lucros
vale para qualquer estrutura de mercado (concorrência perfeita, monopólio,
oligopólio, concorrência monopolística, etc), tanto para o curto quanto para o longo
prazo.

Vejamos agora alguns exercícios sobre esta questão


da maximização dos lucros. Estas questões se
apresentam extremamente simples :

03. (CESPE/Unb - Banco da Amazônica) - Empresas monopolistas e


empresas em mercados de concorrência perfeita maximizarão seus lucros

3
Em economês: qual será minha receita marginal?
4
Em economês: qual será meu custo marginal?

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quando suas receitas marginais e seus custos marginais se igualarem.

COMENTÁRIOS:
Moleza, não?! Esta nem precisa comentar, certo!?

GABARITO: CERTO

04. (CESPE/Unb – Analista do MPU) – A regra de que o lucro é maximizado


quando a receita marginal é igual ao custo marginal é válida para todas as
empresas, sejam competitivas ou não.

GABARITO: CERTO

05. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA) - A regra segundo a qual as


empresas maximizam seus lucros quando a receita marginal iguala-se ao
custo marginal aplicase unicamente às empresas que atuam em mercados
competitivos.

COMENTÁRIOS:
Aplica-se a qualquer estrutura de mercado.

GABARITO: ERRADO

06. (CESPE/Unb – Analista do Meio Ambiente – SEAMA) - Quando a


fabricação de uma unidade adicional de um determinado produto conduz a
um aumento no custo total superior ao aumento da receita total, a
necessidade daí decorrente de se restringir a produção desse bem contradiz
a hipótese de maximização de lucros nesse mercado.

COMENTÁRIOS:
Quando o aumento no custo total é superior ao aumento na receita total, o custo
marginal é superior à receita marginal. Nesse caso, deve-se reduzir a produção,
pois haverá redução do custo marginal em montante superior à redução da receita
marginal, de forma que o custo total será reduzido em montante maior que a
redução da receita total, havendo, portanto, aumento dos lucros. Restringir a
produção neste caso, portanto, não contradiz, mas se alinha com a hipótese de
maximização de lucros.

GABARITO: ERRADO

Passadas estas noções iniciais, podemos iniciar a análise mais


pormenorizada das estruturas de mercado, a começar pela concorrência perfeita.

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3. CONCORRÊNCIA PERFEITA

A essência do modelo de concorrência perfeita é a de que o mercado é


inteiramente impessoal, no sentido de que o mercado é tão diversificado, possui
tantos produtores e tantos consumidores que não sobra espaço para “rivalidades”
pessoais. Ou seja, não existe aquele negócio de a empresa X ser rival direta da
empresa Y, que é rival direta da empresa W e assim por diante.
O fato de o mercado em concorrência perfeita (também chamado de mercado
competitivo) ser inteiramente impessoal, nos leva, portanto, à conclusão da não
existência de “rivalidade” entre os vendedores no mercado; ao mesmo tempo, os
compradores não reconhecem a sua competitividade vis-à-vis5. Vale ressaltar que
estamos falando da rivalidade no sentido de concorrência direta entre os agentes
econômicos.
Quando vemos a concorrência entre as empresas produtoras de automóveis,
por exemplo, há uma concorrência direta ou pessoal entre as firmas. É possível
para os compradores reconhecer a competitividade vis-à-vis; sabe-se que a Fiat é
rival da Ford, e que essas duas são rivais da GM. Ou seja, os consumidores
percebem uma competição de forma mais pessoal ou vis-à-vis entre as firmas. Este
conceito de concorrência, entretanto, aplica-se ao mundo empresarial, mas não à
teoria econômica. Para esta, a concorrência perfeita é aquela em que há total
impessoalidade nas transações de mercado.
Assim, quando a Hyundai vai à televisão e diz que o Tucson é o melhor carro
do mundo (?!) e, na propaganda seguinte, a Volkswagen diz que os seus carros são
os mais confiáveis, temos um exemplo de concorrência, mas apenas para o mundo
empresarial. Esta concorrência é feita de forma pessoal, vis-à-vis. Este mercado,
portanto, para a teoria econômica, não configura uma concorrência perfeita.
Por outro lado, quando você vai à Rua 25 de Março, em São Paulo, ou à Rua
Uruguaiana, no Rio de Janeiro, comprar DVDs pirateados a R$ 2,00 a unidade,
certamente, a concorrência entre os vendedores é feita de forma impessoal e os
compradores não reconhecem a competitividade vis-à-vis, de forma pessoal ou
personalizada, então, neste caso, temos um mercado que se assemelha ou poderia
ser enquadrado como concorrência perfeita para a teoria econômica.
Basicamente, são quatro as condições que definem a concorrência perfeita.
Juntas, estas condições garantem um mercado livre e impessoal, no qual as forças
da demanda e da oferta determinam os preços e as quantidades transacionadas.
Explicaremos agora essas quatro condições:

1) Atomicidade (grande número de pequenos vendedores e compradores)


Todos os agentes econômicos devem ser pequenos em relação ao mercado,
de forma a não exercer influência significativa sobre o todo. Assim, compradores e
vendedores devem ser como “átomos”, de tal forma que um “átomo” isolado não
tenha condições de afetar os preços.
A principal consequência desta atomicidade (grande número de vendedores
e compradores) é o fato de que as empresas e os consumidores simplesmente
5
Frente a frente.

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aceitarão o preço que o mercado impõe. Desta forma, o preço dos bens é decidido
pelo mercado e os vendedores e consumidores apenas aceitam este preço.
Podemos dizer, portanto, que, em concorrência perfeita, empresas e
consumidores são tomadores (ou aceitadores) de preços6.
O fato de a empresa ser uma aceitadora de preços, bastante pequena em
relação ao mercado, tem uma importante consequência para a curva de demanda
com a qual a empresa individualmente se defronta. Por ser tomadora de preços, a
empresa praticará exatamente o preço determinado pelo mercado. Se decidir
vender o produto acima deste preço determinado pelo mercado, nenhum
consumidor adquirirá o produto. Ao mesmo tempo, não venderá abaixo do preço de
mercado, pois a firma não é boba! Deste modo, a curva de demanda com a qual a
empresa se defronta será uma reta horizontal exatamente no nível do preço de
mercado. Por isso, dizemos que a curva de demanda individual da empresa, em
concorrência perfeita, é uma reta horizontal. Veja:

DEMANDA DE MERCADO E DEMANDA INDIVIDUAL


(FIRMA ISOLADA) EM MERCADOS COMPETITIVOS

Figura 01
Não haverá demanda para
Preço Demanda de o produto, caso a firma
s mercado O adote preço acima do O
mercado
PE2
E1 DFIRMA
PE1 E1 PE1

Demanda para a
firma competitiva
DMERCADO
QE1 Quantidade QE1
de produtos

a) MERCADO TOTAL b) FIRMA INDIVIDUAL

Veja, através da figura 1.b, que o preço que a firma isolada deve praticar é
aquele mesmo preço de equilíbrio do mercado (PE1). Se a firma praticar um preço
acima de PE1, simplesmente não haverá interseção entre este preço (PE2) e a curva
de demanda, pois só há qualquer demanda quando o preço é P E1. Isto é, ela deve
praticar exatamente o preço de equilíbrio decidido pelo mercado (P E1). Se praticar
um preço acima do mercado, ninguém comprará o produto. De forma oposta, pela
racionalidade econômica, ela não venderá o produto por um preço abaixo do preço
de mercado, pois estará sendo “burra” se o fizer.
Por fim, o fato de a curva de demanda para a firma ser horizontal nos permite
concluir que a demanda para a firma em concorrência perfeita é infinitamente
elástica ou perfeitamente elástica, conforme aprendemos na aula 00.

6
Também denominados de price-takers.

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2) Produto homogêneo
Uma segunda condição da concorrência perfeita é que o produto de qualquer
vendedor num mercado de concorrência perfeita deve ser homogêneo ao produto
de qualquer outro vendedor. Esta homogeneidade pode ser encontrada quando os
produtos de todas as empresas em um mercado são substitutos perfeitos entre si.
Neste caso, nenhuma empresa pode elevar o preço de seu produto acima do
preço de mercado, porque todos os consumidores trocariam o consumo do seu
produto pelo consumo dos produtos das outras empresas, que são substitutos
perfeitos, em virtude da homogeneidade.
Um exemplo clássico de produtos homogêneos são os produtos primários
(matérias-primas, produtos agrícolas, etc). Como a qualidade destes produtos
primários é bastante similar entre os produtores, não faz diferença para os
compradores de quem eles estão comprando o produto. Ou seja, temos uma
impessoalidade nas transações.
Como exemplo destes produtos primários, temos os produtos agrícolas
(feijão, milho, algodão), petróleo, gás, minérios, metais como o ferro, alumínio,
cobre, ouro, etc. Esses produtos caracterizados pela sua homogeneidade são
chamados de commodities.
Em contrapartida, quando os produtos não são homogêneos, cada empresa
pode elevar seu preço acima do preço praticado pelo concorrente, desde que seu
produto seja de qualidade superior, descaracterizando, portanto, a homogeneidade.

3) Livre mobilidade de fatores de produção (recursos) – livre entrada e


saída
Esta pré-condição implica que cada fator de produção ou recurso pode
imediatamente entrar e sair do mercado como resposta a mudanças em suas
condições (alterações de preços, por exemplo).
Baseado neste pressuposto, temos outros dele decorrentes:
 O fator de produção mão-de-obra é móvel, podendo mudar de uma empresa
para outra;
 Os requisitos para exercer qualquer trabalho por parte da mão-de-obra são
poucos, simples e fáceis de aprender;
 Os fatores de produção estão disponíveis para todas as empresas, ou seja,
não existe insumo ou fator de produção que seja monopolizado por um
proprietário ou produtor.
 Novas empresas podem entrar e sair livremente, sem maiores dificuldades.
Neste ponto, ressalto que se, grandes investimentos ou patentes/licenças
iniciais são necessários, então, não temos livre entrada e saída, nem livre
mobilidade de recursos.

4) Perfeito conhecimento
Os consumidores devem ter perfeito conhecimento dos preços, caso
contrário eles podem comprar a preços altos quando outros menores estão
disponíveis. Os produtores, similarmente, devem conhecer seus custos tão bem

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quanto os preços, a fim de atingir o lucro máximo. Lembre-se de que supomos que
as firmas sempre buscam maximizar os lucros e a existência de desinformações
que afastem a firma desse seu objetivo não se coaduna com as características da
concorrência perfeita.
Vendo estas quatro características acima, podemos ser levados à conclusão
de que não existe nenhum mercado perfeitamente competitivo (concorrência
perfeita). Essa é uma questão polêmica, mas várias bancas (o CESPE/Unb é uma
delas) aceitam os mercados agrícolas como um exemplo clássico de concorrência
perfeita. Mas a regra geral é que os mercados, na vida real, no cotidiano, não sejam
organizados sob a forma de concorrência perfeita. A partir daí, você pode se
perguntar: por que é que estudamos algo que é extremamente difícil de ser
verificado na realidade?
Existem várias respostas, mas, para os nossos objetivos, basta uma:
devemos estudar porque cai no concurso.

3.1. CURVAS DE RECEITA DA FIRMA (EM CONCORRÊNCIA PERFEITA)

Nós já vimos que a curva de demanda individual da firma, na concorrência


perfeita, é uma reta horizontal, na mesma linha do preço de mercado P 0 (figura
01b). Definiremos agora qual será a curva da receita média (Rme) e da receita
marginal (Rmg) da firma.
A receita média (Rme) é a receita total por unidade de produto vendida.
Algebricamente, Rme=RT/Q. Como a receita total é preço multiplicado pelas
quantidades (RT=P.Q); então:

Ou seja, a receita média de uma firma é o próprio preço unitário de


mercado do bem (Rme=P).
Obs: essa afirmação de que a receita média é igual ao preço também é válida para
qualquer estrutura de mercado (concorrência perfeita, monopólio, etc).
A receita marginal (Rmg) é o acréscimo na receita total ( RT) decorrente da
venda adicional de 01 produto ( Q). Acompanhe a figura 02 e raciocine comigo.
Qual será a receita marginal se a empresa aumentar a produção de 1 para 2? Ao
vender mais um produto no mercado ( Q=1), a firma receberá exatamente o valor
de seu preço. Neste caso, o acréscimo de receita ( RT) será igual a P e o Q será
igual a 1. Assim,

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Note que a receita marginal da firma, na concorrência perfeita, também é
igual ao preço de mercado do bem (esta afirmação só é válida para a
concorrência perfeita, pois somente nela a curva de demanda individual da firma é
horizontal, como está nas figuras 01 e 02). Se fizermos o mesmo procedimento para
qualquer nível de produção, a receita marginal será sempre igual a P.

Importante: na concorrência perfeita (e somente nela), a


receita marginal é igual ao preço.

Concorrência perfeita  Rmg=P

A conclusão a que chegamos é que as curvas de demanda, da receita média


e da receita marginal serão equivalentes, isto é, serão linhas retas horizontais ao
nível do preço de equilíbrio do mercado. Na figura 02, este preço é P

P (R$)
Fig. 02

RT=P
P0 P=Rme=Rmg
Q=1

A receita total (RT) é PxQ. Assim, a RT,


para determinado nível de produção Q=2, é
a área abaixo da curva de demanda da
firma, representada pela área cinza.
Quantidade
0 1 2 3 4 5 6 produzida (Q)

Por fim, a receita total, dado um nível de produção (Q), será exatamente a
área abaixo da curva de demanda limitada pela linha que passa por Q. Na figura 02,
nós apontamos a receita total (área do retângulo cinza) para o nível de produção
Q=2. A receita total (RT) é PxQ, ou seja, é a base do retângulo (Q) multiplicada pela
altura do mesmo (P).
Dica: em regra, quando temos uma curva de alguma coisa “média”, a área
abaixo dessa curva indicará a coisa “total”. Por exemplo, a área abaixo da curva de
receita média indica o valor da receita total. O retângulo abaixo da curva do custo
médio indica o custo total, o retângulo abaixo da curva do custo variável médio
indica o custo variável, e assim por diante.

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3.2. CURVAS DE CUSTO

As curvas de custos são as mesmas vistas na aula passada, onde


estudamos os custos.

Custo Fig. 03
em R$

Cmg

Cme
B
CVme
A

(Q)
0

Ou seja, aquelas curvas que nós estudamos na teoria dos custos nos servem
também na análise das estruturas de mercado (elas servem para qualquer estrutura
de mercado).

3.3. EQUILÍBRIO DA FIRMA NO CURTO PRAZO

Conforme provado no item 2, a firma está em equilíbrio (maximização de


lucros) quando a receita marginal é igual ao custo marginal. Na concorrência
perfeita, a receita marginal é igual ao preço (Rmg=P), de forma que o equilíbrio é
alcançado quando Cmg=P. Assim, a firma inserida em um mercado de
concorrência perfeita terá o seu equilíbrio quando a curva do custo marginal
interceptar a linha do preço (que é igual à linha da Rmg). Veja:

Custo Fig. 04
em R$
Cmg

A B
P P=Rme=Rmg

(Q)
0 QA QB

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Importante: como na concorrência perfeita, Rmg=P, e o equilíbrio (maximização de


lucros) de qualquer firma é atingido quando Rmg=Cmg, então, na concorrência
perfeita (somente nela), a firma se equilibra quando Cmg=P. Este nível de preço
existente na concorrência perfeita, que é igual ao custo marginal, é chamado de
preço socialmente ótimo.
A princípio, pode nos parecer que há dois equilíbrios (pontos A e B), pois há
dois níveis de produção, QA e QB, em que o Cmg=P=Rmg. No entanto, apenas em
um deles o lucro é maximizado. Observe que o ponto A não pode ser o ponto de
maximização de lucros, uma vez que, se aumentarmos a produção além de Q A, o
lucro será aumentado. À direita de Q A e à esquerda de QB, a receita marginal
(acréscimo de receita) é maior que o custo marginal (acréscimo de custos), o que
indica que os lucros serão aumentados se aumentarmos a produção além de Q A até
QB.
Se é assim, o que temos então no ponto A, ao nível de produção Q A? No
ponto A, ao nível de produção Q A, onde Rmg=Cmg=P, ocorre o ponto de prejuízo
total máximo. O prejuízo (Prej) pode ser entendido como a diferença entre os custos
totais (CT) e a receita total (RT). Assim,

Prej = CT – RT

Matematicamente, não é difícil demonstrar por que o ponto A é o ponto de


prejuízo máximo. Mas tal demonstração não nos interessa. Apenas guarde o
seguinte: no lucro máximo, o custo marginal é crescente; no prejuízo máximo,
o custo marginal é decrescente.
Vemos, então, que a igualdade entre o preço e o custo marginal é condição
necessária para a maximização de lucro, mas, geralmente, não constitui condição
suficiente. O fato de encontrarmos um ponto onde o preço é igual ao custo marginal
não significa que encontramos o ponto de lucro máximo. Mas, por outro lado, se
encontrarmos o ponto de lucro máximo, sabemos que, obrigatoriamente, o preço
tem que igualar-se ao custo marginal.
Assim, podemos definir de forma mais precisa a situação de lucros máximos
na concorrência perfeita:

Rmg = P = Cmg  sendo Cmg crescente

Se Cmg é decrescente, e P=Cmg, temos prejuízo máximo.


No entanto, se cair na sua prova uma questão em que a banca afirme que o
lucro máximo é atingido quando preço é igual a custo marginal. Você deve marcar
certo ou errado?
Primeiro, você deve verificar se se trata de concorrência perfeita. Se não for
concorrência perfeita, então é errado (apenas em concorrência perfeita, temos
P=Cmg, nas outras estruturas, temos Rmg=Cmg).

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Agora, se for concorrência perfeita, você deve marcar certo, pois esta é a
regra geral (lucro máximo  P=Cmg). Agora, se vier algo do tipo “sempre que
tivermos preço igual ao custo marginal, em concorrência perfeita, haverá lucros
máximos”, aí, neste caso, você deve marcar errado, pois a palavra sempre torna a
assertiva incorreta, tendo em vista que se tivermos custo marginal decrescente e, ao
mesmo tempo, P=Cmg, teremos prejuízo máximo e não lucro máximo.

3.4. ÁREAS DE LUCRO TOTAL, RECEITA TOTAL E CUSTO TOTAL

Acompanhe as explicações pela figura 05.


A receita total (RT), conforme visto na figura 02, será a área abaixo da curva
de demanda da firma (não é a curva de demanda do mercado! Esta é
negativamente inclinada) limitada pela linha do nível de produção (Q) no equilíbrio
(quando Cmg=Rmg=P; isto ocorre no ponto A da figura 18). Na figura 05, a RT será
a área representada pelo retângulo 0_QE_A_P.
O custo total (CT) pode ser encontrado através da curva de custo médio. O
custo médio (Cme), por definição, é CT/Q. Observando a equação, vemos de modo
claro que CT=CmexQ. Vejamos:

O custo total, então, será o custo médio (Cme) multiplicado por (Q). O valor
de (Q) é a quantidade produzida no equilíbrio, Q E (quando Cmg=P). O Cme será o
preço (ou custo) encontrado quando a linha vertical que sai do nível de produção de
equilíbrio (Q) encontra a curva do Cme (na figura 05, isso ocorre no ponto B). O
custo total (CT) será a multiplicação de (Q) pelo (Cme). Na figura 05, o CT é a área
do retângulo 0_QE_B_Cme, que é a área abaixo da curva de custo médio para o
nível de produção QE, onde a firma maximiza lucros (onde P=Cmg).
O lucro total (LT) será a diferença entre a receita total (RT) e o custo total
(CT). Por conseguinte, a área representativa do lucro total será a área da receita
total menos a área do custo total. Na figura 05, o LT será a área Cme_B_A_P.

Custo Fig. 05
em R$
Cmg

A
P P=Rme=Rmg
Cme
Cme
B

(Q)
0 QE

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3.5. CURVA DE OFERTA DA FIRMA NO CURTO PRAZO

Em primeiro lugar, devemos relembrar o que é curva de oferta: é a curva que


relaciona a produção da firma (oferta) de acordo com o nível de preços do mercado.
Então, o ponto chave para determinar a curva de oferta da firma é traçar uma curva
que mostre níveis de quantidades (níveis de produção – Q) para cada nível de preço
que o mercado imponha à firma.
Na figura 06, diagrama a, nós temos o trecho ascendente da curva de custo
marginal de uma firma. Suponha que o nível de preço seja P 1. A este nível de preço,
a firma está em equilíbrio no ponto 1 (onde P=Cmg), e ofertará (produzirá) Q 1
produtos. Se o preço aumentar para P2, a firma ofertará Q2 (no ponto 2, teremos
novamente P=Cmg). Se o preço aumentar para P 3, a oferta será Q3 (no ponto 3,
teremos também P=Cmg) e assim por diante. No diagrama b, nós temos uma curva
que representa as diversas quantidades ofertadas (quantidades produzidas)
relacionadas a diversos níveis de preços. Ora, a curva que relaciona preços e
quantidades ofertadas/produzidas é a nossa famosa curva de oferta. Então, pelo
que se vê na figura 06, a curva de oferta da firma, no curto prazo e na
concorrência perfeita, é derivada a partir do trecho ascendente da curva de
custo marginal.

Figura 06

Derivação da curva de oferta a curto prazo de um


produtor em concorrência perfeita
Preço
s Curva de Curva de
Cmg oferta
3
P3 O3
2 O2
P2
1 O1
P1

Q
Q1 Q2 Q3 Q1 Q2 Q3
a) Posições de equilíbrio a b) Quantidades ofertadas nos
curto prazo para a firma. equilíbrios de curto prazo da firma.

Entretanto, isto (curva de oferta = curva de Cmg) é apenas a regra geral e


necessitamos neste momento refinar nossa análise.

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Pode haver situações em que, mesmo estando no trecho ascendente da


curva de custo marginal, a firma optará por não produzir ou não ofertar produtos.
Acompanhe o raciocínio pela figura 07. Imagine que o preço de mercado do produto
seja P1. A este nível de preço, a Rmg será igual a P 1 e o equilíbrio da firma
acontecerá no ponto 1 quando P1=Rmg1=Cmg1. Neste equilíbrio, a produção/oferta
seria Q1, mas se isto acontecer, a firma incorrerá em prejuízos. Vejamos por quê:

Figura 07
Custo Cmg
em R$ Cme

CVme
3
P3 P3=Rmg3=Rme3=Cmg3
CVme A 2
P2 P2=Rmg2=Rme2=Cmg2
1
P1 P1=Rmg1=Rme1=Cmg1

(Q)
0 Q1 Q2 Q3

Se o preço for P1 e a firma produzir Q1 (equilíbrio no ponto 1), a receita total


será a área do retângulo 0_Q1_1_P1. No entanto, neste ponto 1, o custo variável
médio de Q1 é CVme (o total do custo variável será a área do retângulo
0_Q1_A_CVA). Observe que, produzindo Q1, a firma obtém menos receita do que
deve pagar de custo variável, uma vez que a receita média (P 1) é menor que o custo
variável médio (CVme). Então, podemos concluir que, produzindo a este nível, a
firma teria que pagar custos variáveis superiores à receita total. Pior: além de ter
prejuízo no confronto “receita x custos variáveis”, a firma ainda teria que pagar os
custos fixos, que são a diferença entre o custo total e o custo variável. Diante disto,
pergunto-lhe se é interessante produzir se o preço for P1? A resposta, obviamente, é
não! A firma terá custos variáveis superiores à receita total e ainda terá que pagar
os custos fixos. Ou seja, prejuízo certo!
Se o preço for P3, a firma produzirá Q3 (equilíbrio no ponto 3). Neste nível de
produção, a receita média (P3) obtida será maior que os custos variáveis médios,
uma vez que o ponto de equilíbrio 3 (onde P 3=Rme3=Cmg3) está acima da
intersecção da linha vertical que sai de Q 3 e intercepta a curva do CVme. Ou seja,
ao preço P3 e ao nível de produção Q3, a receita total supera os custos variáveis.
Diante disto, pergunto-lhe: é interessante produzir? A resposta não é tão fácil, mas
já lhe adianto que é positiva, sim, a firma deve produzir.
Observe que, no ponto 3, a receita média supera os custos variáveis médios,
mas não supera o custo total médio, uma vez que a curva do Cme está bem acima
do nível de P3. Como o custo (total) médio é maior que a receita média, podemos
concluir que o custo total também será maior que a receita total. Ainda que

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tenhamos a receita total superando os custos variáveis, o custo total supera a
receita total em virtude do custo fixo, que é a diferença entre o custo total e o custo
variável. Se a receita total superasse o custo total, o ponto de equilíbrio estaria
acima da curva de Cme (custo total médio). Desta forma, no ponto 3, temos a
seguinte situação: a receita total serve para pagar os custos variáveis e apenas uma
parte dos custos fixos.
Mesmo que os custos fixos superem a diferença entre a receita total e os
custos variáveis, a empresa deve continuar a produzir. A justificativa para isso está
na própria definição de custos fixos. Se a firma decidir parar de produzir, não haverá
redução nos custos fixos, uma vez que eles não dependem do nível de produção.
Em outras palavras, se a firma pára de produzir, não há redução de custos fixos.
Então, ainda que os custos fixos superem o montante a maior da receita total
sobre os custos variáveis, a firma deve continuar a produzir. Nesta situação a firma
apresentará prejuízos7, mas ela não deve paralisar a produção, pois assim teria que
pagar todos os custos fixos. Dessa forma, se pára, tem que pagar todo o custo fixo.
Se produz, a receita total permite pagar todos os custos variáveis e ainda uma parte
dos custos fixos, de tal forma que o prejuízo será menor.
Se o preço for P2, no ponto de mínimo do CVme, em que temos o equilíbrio
P2=Cmg, a receita média (P2) será exatamente igual aos custos variáveis médios;
por conseguinte, a receita total será igual aos custos variáveis. Neste caso, será
indiferente para a firma produzir ou não, pois, produzindo ou não, o prejuízo será
exatamente igual ao valor dos custos fixos8.
Diante do exposto, resumimos assim as possíveis situações em que pode se
encontrar o preço do produto em relação ao nível de custos variáveis médios da
firma:

Situação Decisão da firma


A firma não produz (não há oferta), uma vez que a receita total não
P < CVme
cobre nem os custos variáveis.
A firma produz (há oferta), mesmo que o nível de custos fixos faça
com que o custo total supere a receita total. Neste caso, a
P > CVme
empresa deve produzir, pois a receita total pagará os custos
variáveis e uma parte dos custos fixos, reduzindo o prejuízo.
A firma é indiferente entre produzir ou não produzir. Em qualquer
P = CVme uma destas duas situações, o prejuízo será igual ao valor dos
custos fixos.

7
Nesta situação em que os custos fixos superam a diferença entre a receita total e os custos
variáveis, temos o seguinte: CF > RT CV => CF + CV > RT => CT > RT => PREJUÍZO.
8
Lucro/prejuízo=RT CT => Lucro/prejuízo=RT CF CV => Se RT=CV, então, Lucro/prejuízo= CF.

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Vale ressaltar que se tivermos um nível de preço que esteja acima da curva
do Cme (P > Cme), então, neste caso, a receita média (que é o próprio preço) será
superior ao custo (total) médio. Por conseguinte, a receita total será superior ao
custo total (custos variáveis + custos fixos). Conforme vimos na aula passada, isto
caracteriza uma situação de lucros extraordinários ou lucro econômico puro, em que
a receita total é mais que suficiente para pagar os custos dos fatores de produção.
Diante de tudo o que foi exposto nas últimas duas páginas, podemos afirmar
com precisão que a firma só ofertará/produzirá se o preço do bem estiver acima
do custo variável médio. Assim, nossa conclusão inicial, em que verificamos que a
curva de oferta da firma era o trecho ascendente da curva de custo marginal, deve
ser reformulada: a curva de oferta da firma, em curto prazo e em concorrência
perfeita, será o trecho ascendente da curva de custo marginal que estiver acima da
curva do custo variável médio.
Como a curva de custo marginal intercepta a curva do custo variável médio
em seu ponto de mínimo, podemos finalmente escrever a proposição que define a
derivação da curva de oferta da firma:
A curva de oferta de curto prazo de uma firma em concorrência perfeita
é, precisamente, a curva de custo marginal para todos os níveis de produção
iguais ou maiores que o nível de produção associado ao custo variável médio
mínimo. Para os preços de mercado menores que o custo variável médio
mínimo, a quantidade ofertada de equilíbrio é zero.

3.6. CURVA DE OFERTA DA INDÚSTRIA9 NO CURTO PRAZO

A curva de oferta da indústria será o somatório das curvas de oferta das


firmas. Veja a figura 08 e considere a indústria/setor sendo composto por 100
firmas:
Figura 08

Preço
Cmg Oferta
s
P=Cmg P=Cmg

P1

D1
Q1 Quantidade 100Q1
de produtos

9
Entende-se por indústria um conjunto de firmas produzindo um produto homogêneo. Em muitas
obras, usa-se o termo curva de oferta do mercado ou oferta do setor em vez de oferta da indústria.
Assim, podemos entender como sinônimas as expressões: oferta da indústria, do setor, ou do
mercado.

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A curva de custo marginal de cada empresa nos diz a quantidade que a
empresa fornecerá a cada preço. Dessa maneira, a curva de oferta da
indústria/setor (diagrama à direita) pode ser deduzida diretamente a partir das
curvas de custo marginal das empresas no mercado. Ao preço P1, uma firma produz
Q1. Ao mesmo preço, a indústria/setor produzirá 100Q 1, considerando que o setor
contém 100 firmas. Desta forma, podemos entender que a curva de oferta do
mercado é a soma horizontal das curvas de ofertas individuais.

3.7. EQUILÍBRIO DA FIRMA NO LONGO PRAZO

Antes de tudo, é importante que saibamos que, no longo prazo, as firmas


competitivas também buscam o nível de produção em que a receita marginal se
iguala ao custo marginal, conforme comentado no item 02 da aula.
A diferença do longo para o curto prazo é a possibilidade de a firma variar
todos os fatores de produção. Como custo significa remuneração ou preço de fator
de produção, podemos considerar que no longo prazo todos os custos são
variáveis, uma vez que podemos variar todos os fatores de produção.
Assim, em longo prazo, CT=CV e Cme=CVme. Como o equilíbrio também é
alcançado quando Rmg=Cmg, o nosso equilíbrio será bastante semelhante à
situação vista no curto prazo, com a existência de apenas uma diferença que será
crucial para a nossa análise. Vejamos essa diferença:
No longo prazo, o mercado só estará em equilíbrio se a receita total das
firmas for exatamente igual aos custos totais. Em outras palavras, no equilíbrio de
longo prazo da concorrência perfeita, só possuímos lucro econômico igual a
zero, ou lucro normal, que é a situação em que a receita é o valor exato utilizado
para remunerar ou pagar os fatores de produção (dentre estes fatores de produção,
está o lucro do empresário e todos os custos de oportunidade implícitos). Maiores
detalhes, releia o início da aula.
Se as firmas estiverem obtendo receita total superior ao custo total, haverá
lucro econômico positivo, ou lucros extraordinários. Nesta situação, a firma recebe
mais dinheiro do que o necessário para bancar o custo dos fatores de produção.
Quando isto acontece, há estímulos para a entrada de novas empresas nesse
mercado, uma vez que é pressuposto da concorrência perfeita a livre entrada e
saída de empresas. Com a atração de novas firmas, a curva de oferta do mercado
será deslocada para baixo e para a direita. Se você relembrar as interações entre
oferta e demanda que estudamos na aula 00, verá que este deslocamento da curva
de oferta provocado pela entrada de novas firmas fará reduzir o preço de equilíbrio
do mercado. Esta redução de preço, por sua vez, fará diminuir o lucro econômico da
firma até o ponto em que tivermos lucro econômico zero ou lucro normal.
Se as firmas estiverem obtendo receita total inferior ao custo total, haverá
prejuízo econômico. Nesta situação, há estímulos para a saída de empresas, o que
faz com que a curva de oferta do mercado seja deslocada para a esquerda e para
cima. Este deslocamento fará aumentar o preço de equilíbrio de mercado, reduzindo
o prejuízo econômico até o ponto em que tivermos novamente lucro econômico zero
ou lucro normal.

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Assim, vê-se que o equilíbrio competitivo de longo prazo é a situação em
que há lucro econômico zero (RT = CT). Como, nesta situação, temos RT=CT,
então, obrigatoriamente, temos também Rme=Cme. Em concorrência perfeita, nós
já vimos que a Rme é igual ao preço, que é igual à Rmg. Então, no equilíbrio
competitivo10 de longo prazo, temos:

1) RT = CT (lucro econômico zero ou lucro normal)

2) Rmg = Rme = P = Cme = Cmg

Desta forma, é importante que você guarde o seguinte:

 Em curto e em longo prazo, a firma competitiva


maximiza lucros quando Rmg=Cmg.
 Em curto prazo, o equilíbrio pode ocorrer com
a firma obtendo lucro extraordinário, lucro normal
ou prejuízo econômico.
 No entanto, em longo prazo, o equilíbrio ocorre
necessariamente com lucro econômico zero
(lucro normal).

Graficamente, o equilíbrio de longo prazo será o ponto em que a curva de


custo marginal de longo prazo intercepta a curva de custo (total) médio de longo
prazo, ressaltando que esta intersecção representa o ponto de mínimo da curva de
custo total médio (é a escala ótima da firma, aprendida lá na teoria dos custos).
Vejamos a figura 09:

Custo,
Fig. 09
Preço
CmgLP
P = Rme = Rmg = Cmg = Cme

C
Po
O Equilíbrio de longo prazo
acontece quando temos
CmeLP mínimo.
Quantidade
0 Qo produzida (Q)

10
Quando falamos em equilíbrio competitivo, estamos querendo falar em equilíbrio na concorrência
perfeita.

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No ponto O, a receita total será a área do retângulo 0_Qo_O_Po. O custo
total terá a mesma área. Assim, o ponto O é o único ponto em que haverá equilíbrio
no longo prazo. Para preços maiores que Po, haverá estímulos à entrada de mais
empresas para o mercado, pois teremos RT > CT, ou seja, lucro econômico positivo
(=lucros extraordinários). Para preços menores que Po, haverá estímulos à saída de
empresas, pois teremos RT < CT, ou seja, prejuízo econômico.
Por fim, é interessante lembrar que, no ponto O, os custos marginais e
médios de curto e de longo prazo também são iguais (ver figura 13 da aula 03) e
neste mesmo ponto, ainda, temos retornos constantes de escala (ver figuras 9 e 10
da aula 03).

3.8. O CASO DA CURVA DE OFERTA NEGATIVAMENTE INCLINADA

Até o presente momento, nós falamos que a curva de oferta é sempre


positivamente inclinada, indicando que preços maiores indicam maiores quantidades
ofertadas. No entanto, existe um caso singular em que a curva pode ser
negativamente inclinada, isto é, preços maiores indicam menores quantidades
ofertadas.
Trata-se da curva de oferta de mercado (ou setor, ou indústria) no longo
prazo quando este setor possui economias de escala (ou rendimentos crescentes
de escala). Neste caso específico, a existência de economias de escala no longo
prazo faz com que o setor possa tirar proveito da redução de custos (ou custos
decrescentes) a partir do aumento de produção.
Assim, ao aumentar a produção, o setor reduz o custo médio e os preços.
Isso pode alavancar as vendas e acaba fazendo com que o setor acabe por
aumentar as quantidades ofertadas e reduzir os preços. Ou seja, a curva de oferta
será negativamente inclinada nesta situação.
Mas veja que isso é uma situação em que temos a curva de oferta do setor,
indústria ou mercado. Note que não se aplica para a análise da curva de oferta de
uma firma individual. Nós podemos ter curvas de oferta positivamente inclinadas
para cada firma, mas se o setor, como um todo, possuir custos decrescentes
(economias de escala, ou rendimentos crescentes), a curva de oferta do setor será
negativamente inclinada, ainda que as curvas individuais possuam inclinação
ascendente.
Outra observação importante é que estamos falando de longo prazo. Afinal,
toda a análise envolvendo rendimentos ou economias de escala só tem sentido no
longo prazo, que é o prazo no qual podemos variar todos os fatores de produção.
Se estivermos no curto prazo, não podemos variar todos os fatores de produção,
logo, não há meios de se verificar, por exemplo, se a produção possui rendimentos
crescentes11 de escala, nem se há economias de escala12.

11
Para verificarmos se uma produção possui rendimentos crescentes de escala, nós devemos
multiplicar todos os fatores de produção por um número qualquer e verificar se a produção
resultante crescente em uma proporção maior. Ou seja, se multiplicamos todos os fatores de
produção por um número, significa que estamos variando todos os fatores de produção. Isto indica
que estamos no longo prazo.

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Assim, se tivermos concomitantemente os seguintes fatores:

i. Curva de oferta do setor, indústria ou mercado; e


ii. Longo prazo (se a questão falar em economias ou rendimentos de escala,
então, já está implícito que se trata do longo prazo); e
iii. Custos decrescentes (economias de escala, ou rendimentos crescentes de
escala);

(...) teremos também uma curva de oferta com inclinação descendente.

Isso raramente é exigido em provas, mas pode acontecer de ser cobrado e


devemos estar preparados .

3.10. O CASO DA CURVA DE OFERTA HORIZONTAL

A análise deste caso é bastante semelhante àquela que fizemos no item


passado. No item 3.9, nós vimos que a existência de economias de escala (custos
decrescentes) no longo prazo faz com que a curva de oferta do setor seja
negativamente inclinada.
Pois bem, quando temos retornos constantes de escala (= custos constantes)
no longo prazo, isso faz com que a curva de oferta do setor seja uma reta horizontal.
Ou seja, como o custo é constante, ele não muda de acordo com o nível de
produção. Neste caso, não importa se a produção é baixa ou alta, o custo será o
mesmo, o que implica dizer que o setor cobrará o mesmo preço pelo produto, não
importando o nível de produção.
Neste caso, então, em que temos custos constantes (ou rendimentos
constantes de escala) a curva de oferta do setor em longo prazo será uma reta
horizontal.
A exemplo do que foi abordado no item 3.9, isto também é raramente
cobrado em provas, mas já aconteceu.
Antes de prosseguirmos para as questões de concorrência perfeita, segue
um resumo para facilitar a sua memorização:

Resumo da concorrência perfeita:

 Todos os agentes são tomadores de preço;

 Curva de demanda da firma é perfeitamente elástica (horizontal);

12
A conclusão sobre a existência de economias de escala é extraída da curva de custo médio de
longo prazo. Logo, sua verificação e ocorrência são estritamente ligadas ao longo prazo.

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 Única estrutura de mercado em que o preço é igual à receita marginal.
Consequentemente, o ponto de maximização de lucros da firma (equilíbrio)
é atingido quando o preço é igual ao custo marginal (P=Cmg);

 A curva de oferta é a curva do custo marginal acima do custo variável


médio;

 No curto prazo, a firma pode obter prejuízo, lucro zero (normal) ou lucro
econômico. No longo prazo, ela obterá obrigatoriamente lucro normal
(zero), onde lucro total é igual ao prejuízo total (ou Rme=Cme);

 Em longo prazo, no equilíbrio (ponto de mínimo da curva de custo médio):


Rmg=Cmg=P=Rme=Cme.

 Em longo prazo, se tivermos custos decrescentes (economias de escala),


a curva de oferta do setor será negativamente inclinada. Se tivermos
custos constantes (retornos constantes de escala), a curva de oferta do
setor será horizontal.

Vejamos agora alguns exercícios sobre a concorrência


perfeita:

07. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serviços de Transp.


Aquaviários – ANTAQ) - Em concorrência perfeita, o equilíbrio da firma,
definido no ponto em que a receita marginal se iguala ao custo marginal, só é
válido como ponto de maximização de lucros se o custo marginal for
crescente.

COMENTÁRIOS:
Conforme vimos no item 3.3, o ponto de maximização de lucros na concorrência
perfeita exige que o custo marginal seja crescente. Se o custo marginal for
decrescente, estaremos no ponto de prejuízo máximo.

GABARITO: CERTO

08. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. De


Telecomunicações – ANATEL) - A estrutura de um mercado em concorrência
perfeita, no qual inexistiriam desvantagens, seria o ideal para o consumidor;
contudo, ele é praticamente inexistente no contexto da economia mundial.

COMENTÁRIOS:
Realmente o mercado em concorrência perfeita é muito difícil de ser encontrado,
mas não podemos dizer que é praticamente inexistente na economia mundial (o
mercado agrícola e de commodities são exemplos de concorrência perfeita).
Ademais, nem sempre a concorrência perfeita é o mercado ideal para o

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consumidor. Quando existem economias crescentes de escala no processo de
produção, conforme veremos na próxima aula, o monopólio (natural) é o tipo de
mercado que poderá oferecer o produto ao consumidor com o menor preço, já que
os custos de produção do monopolista serão muito menores do aqueles que seriam
verificados caso tivéssemos um mercado concorrencial.

GABARITO: ERRADO

09. (CESPE/Unb - Economista – DFTRANS) - Em um mercado concorrente


perfeito, os empresários têm lucro zero no curto prazo e, portanto, estão
sempre insatisfeitos, o que força o governo a subsidiar esses empresários.

COMENTÁRIOS:
Na concorrência perfeita, os empresários têm lucro zero no longo prazo. No curto
prazo, podem ter lucro ou prejuízo econômico, desde que igualem o preço ao custo
marginal.

GABARITO: ERRADO

10. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA) - Para as empresas que


atuam em ambientes competitivos, no equilíbrio de curto prazo, a competição
entre firmas obriga-as a fixar o preço ao nível do custo médio, anulando,
assim, os lucros econômicos dessas empresas.

COMENTÁRIOS: As firmas competitivas, no curto prazo, adotam (elas não fixam o


preço, mas apenas o aceitam) o preço de mercado e o igualam ao custo marginal,
e não ao custo médio.
Apenas em longo prazo, os preços adotados serão iguais ao custo médio (em
longo prazo: Cme=Cmg=P).

GABARITO: ERRADO

11. (CESPE/Unb – Técnico Municipal - Pref. Vila velha) - Em concorrência


perfeita, o lucro do empresário será zero no curto prazo.

COMENTÁRIOS:
No curto prazo, a firma competitiva, em equilíbrio, poderá ter lucro econômico
positivo, nulo ou negativo. Apenas no longo prazo, o equilíbrio ocorrerá
obrigatoriamente com lucro econômico zero.

GABARITO: ERRADO

12. (CESPE/Unb - Analista Geral – SEBRAE/AC) - Empresas que atuam em


mercados competitivos podem, no longo prazo, obter lucros maiores que
aqueles mínimos suficientes para induzi-las a permanecer nesses mercados.

COMENTÁRIOS:
Na concorrência perfeita, em longo prazo, as empresas possuem lucro
econômico zero, em que a receita total é o valor que exato que cobre as
remunerações dos fatores de produção. Ou seja, em longo prazo, a receita total

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cobre o exatamente custo total e isso faz com que a firma permaneça no mercado.

GABARITO: ERRADO

13. (CESPE/Unb – Analista de Meio Ambiente – SEAMA) - No equilíbrio de


longo prazo, nos mercados competitivos, o custo médio de produção é o
menor possível, para uma dada tecnologia.

COMENTÁRIOS:
No equilíbrio de longo prazo da concorrência perfeita, o ponto de equilíbrio
acontece no ponto de mínimo da curva de custo médio, ou seja, com o menor custo
médio de produção possível (ver figura 22).

GABARITO: CERTO

14. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC) - A curva de oferta


de longo prazo das indústrias competitivas, caracterizadas por custos de
produção crescentes, é perfeitamente inelástica.

COMENTÁRIOS:
Em regra, a curva de oferta de longo prazo do mercado (=indústria) competitivo é
ascendente e não perfeitamente inelástica (vertical).

GABARITO: ERRADO

15. (CESPE/Unb – Analista do MPU) - Uma empresa competitiva pode


continuar funcionando mesmo que o preço de mercado seja menor do que o
custo total médio.

COMENTÁRIOS:
A assertiva não especificou se devemos considerar o curto ou o longo prazo.

No curto prazo, a firma competitiva continua operando desde que o preço de


mercado seja superior ao custo variável médio.

No longo prazo, a firma competitiva continua operando desde que o preço de


mercado seja superior ao custo total médio, uma vez que, em longo prazo, o custo
total médio é igual ao custo variável médio.

Assim, vemos que é possível sim que a firma continue funcionando mesmo que o
preço de mercado seja menor que o custo total médio. Basta que consideremos
uma situação de curto prazo (no curto prazo, o preço pode ser menor que o custo
total médio, mas superior ao custo variável médio).

GABARITO: CERTO

16. (CESPE/Unb – Analista do MPU) - Em uma empresa competitiva, quando


todos os custos fixos são irreversíveis, a curva de oferta no curto prazo
corresponde à curva de custo marginal acima da curva de custo total médio.

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COMENTÁRIOS:
A curva de oferta no curto prazo corresponde à curva de custo marginal acima da
curva de custo variável médio.

GABARITO: ERRADO

17. (CESPE/Unb – Analista do MPU) - A curva da demanda de uma empresa


competitiva é ao mesmo tempo sua curva de receita marginal e do custo
marginal.

COMENTÁRIOS:
A curva de demanda de uma empresa competitiva é ao mesmo tempo sua curva de
receita marginal e receita média. A curva de custo marginal da firma competitiva
nos dá a curva de oferta da firma competitiva.

GABARITO: ERRADO

18. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia) – Uma condição para o encerramento


de uma empresa é os custos marginais excederem os preços cobrados pela
empresa.

COMENTÁRIOS:
A assertiva utilizou indevidamente a expressão “custos marginais”. O correto seria:

Uma condição para o encerramento de uma empresa é os custos variáveis médios


excederem os preços cobrados pela empresa.

GABARITO: ERRADO

19. (CESPE/Unb – Analista – STM) - Se o preço de um produto de determinada


empresa encontrar-se acima do ponto mínimo da curva de custo variável
médio e os preços dos insumos sejam dados, a curva de oferta de curto prazo
dessa empresa coincidirá com a curva de custo
marginal.

COMENTÁRIOS:
Em primeiro lugar, veja que a questão não nos fala se se trata de um mercado de
concorrência perfeita. Como nós acabamos de ler a aula, você sabe que a
assertiva está correta, pois define de modo preciso a curva de oferta de curto
prazo.
Apenas fique atento que se a banca omitir o tipo de mercado de que se trata,
geralmente, ela está falando da concorrência perfeita, que é o referencial teórico
usualmente adotado.

GABARITO: CERTO

20. (CESPE/Unb – Analista – STM) - Para maximizar seus lucros, as firmas


deveriam escolher o nível de produção em que a diferença entre a receita
marginal e o custo marginal fosse a maior possível.

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COMENTÁRIOS:
Para maximizar seus lucros, as firmas devem escolher o nível de produção em que
a diferença entre Rmg e Cmg seja nula. Ou seja, quando Rmg=Cmg.

GABARITO: ERRADO

21. (CESPE/Unb - Diplomacia – Instituto Rio Branco) – A presença de


substanciais economias externas de escala em determinada indústria é
compatível com a existência de uma curva de oferta de longo prazo
positivamente inclinada.

COMENTÁRIOS:
Conforme vimos no item 3.9, quando temos um setor/indústria com a existência de
economias de escala, sua curva de oferta de longo prazo será negativamente
inclinada (ou seja, não terá inclinação positiva como é o usualmente aceito).

Nesta questão, ainda, não era necessário a banca dizer que se trata da curva de
oferta de longo prazo, pois ela fala da existência de economias de escala. Logo, já
fica implícito que a situação descrita envolve uma análise de longo prazo.

GABARITO: ERRADO

22. (CESPE/Unb – Analista – STM) - Em uma indústria competitiva


caracterizada por custos decrescentes, aumentos da quantidade ofertada
coexistem com reduções no preço do produto desse setor, gerando uma
curva de oferta de longo prazo negativamente inclinada.

COMENTÁRIOS:
Quando a questão fala em custos decrescentes, ela quer se referir à existência de
economias de escala. Conforme comentamos na questão passada, e no item 3.9,
tal situação coaduna-se com uma curva de oferta negativamente inclinada, onde
aumentos da quantidade ofertada coexistem com reduções no preço do produto.

GABARITO: CERTO

Bem pessoal, por hoje é “só”!

Na próxima aula, falaremos das outras esturutras de mercado (Monopólio,


Oligopólio, Concorrência Monopolística).

Abraço e bons estudos!


Heber Carvalho e Daniel Saloni

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MAIS QUESTÕES COMENTADAS

23. (CESPE - Auditor de Controle Externo – Fiscalização – Economia - TCE-PA


- 2016) - Em um mercado em concorrência perfeita, o preço é independente da
quantidade de bens produzida por uma empresa e a receita total é linear.

Comentário:
Em concorrência perfeita, o preço é dado e a firma não, independentemente da
quantidade que produza, não influencia o preço de mercado.

A receita total é dada pela multiplicação do preço (P) pela (Q), RT=PxQ.

Sendo P constante, sabemos que esta função é linear.

Gabarito: Certo

24. (CESPE - Auditor de Controle Externo – Fiscalização – Economia - TCE-PA


- 2016) - Em um mercado em concorrência perfeita, a firma maximiza seus
lucros quando seu preço é igual ao custo médio de produção.

Comentários:
Em um mercado em concorrência perfeita, a firma maximiza seus lucros quando seu
preço é igual ao custo MARGINAL de produção.

Gabarito: Errado

25. (CESPE - Tecnólogo - Negócios Imobiliários - FUB - 2015) - Em relação aos


principais tipos de concorrência da economia, julgue o próximos item.

Em concorrência perfeita, as firmas fixam os preços dos seus produtos acima


do custo marginal.

Comentário:
Em concorrência perfeita, Rmg=Rme=P=Cmg, no equilíbrio.

Gabarito: Errado

26. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo - Controle Externo -


Auditoria Governamental - 2013) - Acerca da teoria microeconômica clássica,
julgue o item subsequente.

Em concorrência perfeita, o custo marginal é igual à receita média no ponto


ótimo.

Comentários:

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Em todas as outras estruturas de mercado, a firma maximiza lucros quando o custo
marginal é igual à receita marginal. Em concorrência perfeita, entretanto, a receita
marginal = receita média = preço. Portanto, o custo marginal é igual à receita média
no ponto ótimo.

Gabarito: Certo

27. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Economia - TCE-RO - 2013) -


Normalmente o Estado intervém na economia quando os mercados são
imperfeitos, quando existem externalidades ou quando é preciso oferecer
bens públicos à população. Julgue o próximo item, que versam sobre o
Estado regulador e suas políticas econômicas.

Uma empresa competitiva precisa de intervenção do Estado caso os preços


de mercado em curto prazo sejam menores que os seus custos totais médios.

Comentários:
Vimos na aula que se, em curto prazo, os preços forem inferiores ao seu custo
variável médio CVme, a firma não deve produzir.

Já em longo prazo, a se o preço for inferior aos custos totais médios, a empresa
deverá deixar o mercado.

Em nenhum deste casos, haverá intervenção do Estado, o próprio mercado atrairá


novas firmas, se houver lucro econômico de longo prazo e repelirá as firmas que
apresentam prejuízo econômico. Isso ocorre devido a livre entrada e saída de
empresas que é uma das características do mercado em concorrência perfeita.

Gabarito: Errado

28. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Economia - TCE-RO – Economia -


2013) - Normalmente o Estado intervém na economia quando os mercados são
imperfeitos, quando existem externalidades ou quando é preciso oferecer
bens públicos à população. Julgue o próximo item, que versam sobre o
Estado regulador e suas políticas econômicas.

Uma empresa em um mercado competitivo com lucro econômico zero em


longo prazo está obtendo um retorno normal sob o investimento feito; ou seja,
ela deve permanecer no negócio.

Comentários:
O equilíbrio competitivo de longo prazo é a situação em que há lucro econômico
zero (RT = CT) .

Gabarito: Errado

29. (CESPE - Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e


Audiovisual/II - 2013) - No que se refere às diferentes estruturas de mercado,
julgue o item a seguir.

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Em um mercado com concorrência perfeita, todos os bens são substitutos
perfeitos, não existem barreiras à entrada de novas firmas concorrentes e
nenhuma firma pode afetar o preço de mercado, de forma que, no equilíbrio de
longo prazo, há lucro econômico positivo para todas as firmas.

Comentários:
No equilíbrio de longo prazo, NÃO há lucro econômico positivo para todas as firmas.
Todo o restante da assertiva está correto.

Gabarito: Errado

30. (CESPE - Especialista em Regulação de Saúde Suplementar - 2013) - Com


relação ao dilema econômico entre escassez e escolha, representado pela
curva de possibilidade de produção (CPP), e ao equilíbrio de mercado,
resultado da interação das curvas de oferta e demanda, julgue o item a seguir.

Um mercado perfeito é representado por um mercado fechado, com um


pequeno número de compradores e vendedores, os quais trocam informações
entre si e negociam uma grande variedade e qualidade de produtos e serviços.

Comentários:
Um mercado perfeito é representado por ausência de barreiras à entrada e saída de
empresas, com um grande número de compradores e vendedores, os quais trocam
informações entre si e os produtos são homogêneos, ou seja, não há uma grande
variedade e qualidade de produtos e serviços.

Gabarito: Errado

31. CESPE - Analista do Ministério Público da União- Perícia – Economia -


2013) - Com relação às estruturas de mercado e às estratégias competitivas,
julgue o item a seguir.

Nos mercados organizados sob a forma de concorrência perfeita, o lucro


econômico das empresas será nulo no equilíbrio de longo prazo.

Comentários:
O equilíbrio competitivo de longo prazo é a situação em que há lucro econômico
zero (RT = CT) .

Gabarito: Correto

32. (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de


Telecomunicações – Economia - 2014) - Com relação à teoria da firma, da
produção e dos custos, julgue o item abaixo.

Se uma empresa em concorrência perfeita se defrontar com a situação em que


o preço de mercado seja superior ao custo variável médio e obtiver, assim,
lucro negativo, ela deverá encerrar suas atividades.

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Comentários:
Se o preço de mercado for INFERIOR ao custo variável médio e obtiver, assim,
lucro negativo, ela deverá encerrar suas atividades .
Gabarito: Errado

33. (CESPE - Agente de Polícia Federal - 2014) - A respeito dos mercados que
compõem o sistema econômico, julgue o item subsequente.

Em determinado mercado, a existência de grande número de compradores e


vendedores, a homogeneidade dos produtos e a existência de informação
completa acerca do preço do produto são requisitos insuficientes para a
classificação desse mercado como de concorrência perfeita.

Comentários:
São quatro as condições que definem a concorrência perfeita:
Atomicidade (grande número de pequenos vendedores e compradores), produto
homogêneo, livre mobilidade de fatores de produção (recursos) – livre entrada e
saída e perfeito conhecimento.

Os requisitos apresentados são insuficientes, portanto.

Gabarito: Errado.

34. (CESPE - Auditor Governamental – Geral - CGE PI - 2015) - Julgue o item


que se segue, referente à teoria microeconômica clássica.

Em concorrência perfeita, a receita marginal é igual à receita média no ponto


ótimo.

Comentários:
Em concorrência perfeita, Rmg=Rme=P=Cmg, no equilíbrio.

Gabarito: Certo

35. (CESPE - Auditor Governamental – Geral - CGE PI - 2015) - Em relação às


estruturas de mercado, julgue o próximo item.

Se existirem rendimentos constantes à escala em uma indústria perfeitamente


competitiva, então a curva de oferta da indústria será horizontal no longo
prazo.

Comentários:

Quando temos retornos constantes de escala (= custos constantes) no longo prazo,


isso faz com que a curva de oferta do setor seja uma reta horizontal. Ou seja, como
o custo é constante, ele não muda de acordo com o nível de produção.

Gabarito: Certo

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36. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2014) - Com relação a
características dos mercados e comportamento de produtores e
consumidores, julgue (C ou E) o item subsequente.

Uma das características de um mercado competitivo ou de concorrência


perfeita é a homogeneidade do produto, ainda que as marcas acentuem
diferenças nas qualidades do produto; nesse caso, os consumidores irão
preferir marcas de menor preço.

Comentários:
A homogeneidade dos produtos em concorrência perfeita é total, ou seja os
produtos são idênticos entre si. São substitutos perfeitos, de forma que qualquer
diferença na qualidade dos produtos levaria os consumidores a migrar se consumo
para o produto mais qualificado.

Gabarito: Errado

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LISTA DE QUESTÕES APRESENTADAS

01. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro - Ciências Econômicas –


SEGER/ES) - Mercados organizados sob a forma de concorrência monopolista
envolvem um número relativamente grande de firmas que operam de forma não-
colusiva e caracterizam-se por adotarem estratégias de diferenciação do produto.

02. (CESPE/Unb – Analista de meio ambiente – SEAMA) - Na agricultura, a


presença de muitos estabelecimentos agrícolas, aliada a relativa homogeneidade do
produto e à inexistência de barreiras à entrada, faz que esse mercado seja uma boa
ilustração da concorrência perfeita.

03. (CESPE/Unb - Banco da Amazônica) - Empresas monopolistas e empresas em


mercados de concorrência perfeita maximizarão seus lucros quando suas receitas
marginais e seus custos marginais se igualarem.

04. (CESPE/Unb – Analista do MPU) – A regra de que o lucro é maximizado quando


a receita marginal é igual ao custo marginal é válida para todas as empresas, sejam
competitivas ou não.

05. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA) - A regra segundo a qual as


empresas maximizam seus lucros quando a receita marginal iguala-se ao custo
marginal aplicase unicamente às empresas que atuam em mercados competitivos.

06. (CESPE/Unb – Analista do Meio Ambiente – SEAMA) - Quando a fabricação de


uma unidade adicional de um determinado produto conduz a um aumento no custo
total superior ao aumento da receita total, a necessidade daí decorrente de se
restringir a produção desse bem contradiz a hipótese de maximização de lucros
nesse mercado.

07. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serviços de Transp. Aquaviários –


ANTAQ) - Em concorrência perfeita, o equilíbrio da firma, definido no ponto em que
a receita marginal se iguala ao custo marginal, só é válido como ponto de
maximização de lucros se o custo marginal for crescente.

08. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Púb. De Telecomunicações


– ANATEL) - A estrutura de um mercado em concorrência perfeita, no qual
inexistiriam desvantagens, seria o ideal para o consumidor; contudo, ele é
praticamente inexistente no contexto da economia mundial.

09. (CESPE/Unb - Economista – DFTRANS) - Em um mercado concorrente perfeito,


os empresários têm lucro zero no curto prazo e, portanto, estão sempre insatisfeitos,
o que força o governo a subsidiar esses empresários.

10. (CESPE/Unb - Ciências Econômicas – UEPA) - Para as empresas que atuam


em ambientes competitivos, no equilíbrio de curto prazo, a competição entre firmas
obriga-as a fixar o preço ao nível do custo médio, anulando, assim, os lucros
econômicos dessas empresas.

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11. (CESPE/Unb – Técnico Municipal - Pref. Vila velha) - Em concorrência perfeita,
o lucro do empresário será zero no curto prazo.

12. (CESPE/Unb - Analista Geral – SEBRAE/AC) - Empresas que atuam em


mercados competitivos podem, no longo prazo, obter lucros maiores que aqueles
mínimos suficientes para induzi-las a permanecer nesses mercados.

13. (CESPE/Unb – Analista de Meio Ambiente – SEAMA) - No equilíbrio de longo


prazo, nos mercados competitivos, o custo médio de produção é o menor possível,
para uma dada tecnologia.

14. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo - TCE/AC) - A curva de oferta de


longo prazo das indústrias competitivas, caracterizadas por custos de produção
crescentes, é perfeitamente inelástica.

15. (CESPE/Unb – Analista do MPU) - Uma empresa competitiva pode continuar


funcionando mesmo que o preço de mercado seja menor do que o custo total
médio.

16. (CESPE/Unb – Analista do MPU) - Em uma empresa competitiva, quando todos


os custos fixos são irreversíveis, a curva de oferta no curto prazo corresponde à
curva de custo marginal acima da curva de custo total médio.

17. (CESPE/Unb – Analista do MPU) - A curva da demanda de uma empresa


competitiva é ao mesmo tempo sua curva de receita marginal e do custo marginal.

18. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia) – Uma condição para o encerramento de


uma empresa é os custos marginais excederem os preços cobrados pela empresa.

19. (CESPE/Unb – Analista – STM) - Se o preço de um produto de determinada


empresa encontrar-se acima do ponto mínimo da curva de custo variável médio e os
preços dos insumos sejam dados, a curva de oferta de curto prazo dessa empresa
coincidirá com a curva de custo marginal.

20. (CESPE/Unb – Analista – STM) - Para maximizar seus lucros, as firmas


deveriam escolher o nível de produção em que a diferença entre a receita marginal
e o custo marginal fosse a maior possível.

21. (CESPE/Unb - Diplomacia – Instituto Rio Branco) – A presença de substanciais


economias externas de escala em determinada indústria é compatível com a
existência de uma curva de oferta de longo prazo positivamente inclinada.

22. (CESPE/Unb – Analista – STM) - Em uma indústria competitiva caracterizada


por custos decrescentes, aumentos da quantidade ofertada coexistem com
reduções no preço do produto desse setor, gerando uma curva de oferta de longo
prazo negativamente inclinada.

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23. (CESPE - Auditor de Controle Externo – Fiscalização – Economia - TCE-PA -
2016) - Em um mercado em concorrência perfeita, o preço é independente da
quantidade de bens produzida por uma empresa e a receita total é linear.

24. (CESPE - Auditor de Controle Externo – Fiscalização – Economia - TCE-PA -


2016) - Em um mercado em concorrência perfeita, a firma maximiza seus lucros
quando seu preço é igual ao custo médio de produção.

25. (CESPE - Tecnólogo - Negócios Imobiliários - FUB - 2015) - Em relação aos


principais tipos de concorrência da economia, julgue o próximos item.

Em concorrência perfeita, as firmas fixam os preços dos seus produtos acima do


custo marginal.

26. (CESPE - Auditor Federal de Controle Externo - Controle Externo - Auditoria


Governamental - 2013) - Acerca da teoria microeconômica clássica, julgue o item
subsequente.

Em concorrência perfeita, o custo marginal é igual à receita média no ponto ótimo.

27. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Economia - TCE-RO - 2013) -


Normalmente o Estado intervém na economia quando os mercados são imperfeitos,
quando existem externalidades ou quando é preciso oferecer bens públicos à
população. Julgue o próximo item, que versam sobre o Estado regulador e suas
políticas econômicas.

Uma empresa competitiva precisa de intervenção do Estado caso os preços de


mercado em curto prazo sejam menores que os seus custos totais médios.

28. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Economia - TCE-RO – Economia -


2013) - Normalmente o Estado intervém na economia quando os mercados são
imperfeitos, quando existem externalidades ou quando é preciso oferecer bens
públicos à população. Julgue o próximo item, que versam sobre o Estado regulador
e suas políticas econômicas.

Uma empresa em um mercado competitivo com lucro econômico zero em longo


prazo está obtendo um retorno normal sob o investimento feito; ou seja, ela deve
permanecer no negócio.

29. (CESPE - Especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e


Audiovisual/II - 2013) - No que se refere às diferentes estruturas de mercado, julgue
o item a seguir.

Em um mercado com concorrência perfeita, todos os bens são substitutos perfeitos,


não existem barreiras à entrada de novas firmas concorrentes e nenhuma firma

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pode afetar o preço de mercado, de forma que, no equilíbrio de longo prazo, há
lucro econômico positivo para todas as firmas.

30. (CESPE - Especialista em Regulação de Saúde Suplementar - 2013) - Com


relação ao dilema econômico entre escassez e escolha, representado pela curva de
possibilidade de produção (CPP), e ao equilíbrio de mercado, resultado da interação
das curvas de oferta e demanda, julgue o item a seguir.

Um mercado perfeito é representado por um mercado fechado, com um pequeno


número de compradores e vendedores, os quais trocam informações entre si e
negociam uma grande variedade e qualidade de produtos e serviços.

31. CESPE - Analista do Ministério Público da União- Perícia – Economia - 2013) -


Com relação às estruturas de mercado e às estratégias competitivas, julgue o item a
seguir.

Nos mercados organizados sob a forma de concorrência perfeita, o lucro econômico


das empresas será nulo no equilíbrio de longo prazo.

32. (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de


Telecomunicações – Economia - 2014) - Com relação à teoria da firma, da produção
e dos custos, julgue o item abaixo.

Se uma empresa em concorrência perfeita se defrontar com a situação em que o


preço de mercado seja superior ao custo variável médio e obtiver, assim, lucro
negativo, ela deverá encerrar suas atividades.

33. (CESPE - Agente de Polícia Federal - 2014) - A respeito dos mercados que
compõem o sistema econômico, julgue o item subsequente.

Em determinado mercado, a existência de grande número de compradores e


vendedores, a homogeneidade dos produtos e a existência de informação completa
acerca do preço do produto são requisitos insuficientes para a classificação desse
mercado como de concorrência perfeita.

34. (CESPE - Auditor Governamental – Geral - CGE PI - 2015) - Julgue o item que
se segue, referente à teoria microeconômica clássica.

Em concorrência perfeita, a receita marginal é igual à receita média no ponto ótimo.

35. (CESPE - Auditor Governamental – Geral - CGE PI - 2015) - Em relação às


estruturas de mercado, julgue o próximo item.

Se existirem rendimentos constantes à escala em uma indústria perfeitamente


competitiva, então a curva de oferta da indústria será horizontal no longo prazo.

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36. (CESPE - Diplomata - Terceiro Secretário - 2014) - Com relação a
características dos mercados e comportamento de produtores e consumidores,
julgue (C ou E) o item subsequente.

Uma das características de um mercado competitivo ou de concorrência perfeita é a


homogeneidade do produto, ainda que as marcas acentuem diferenças nas
qualidades do produto; nesse caso, os consumidores irão preferir marcas de menor
preço.

GABARITO
01 C 02 C 03 C 04 C 05 E 06 E 07 C
08 E 09 E 10 E 11 E 12 E 13 C 14 E
15 C 16 E 17 E 18 E 19 C 20 E 21 E
22 C 23 C 24 E 25 E 26 C 27 E 28 E
29 E 30 E 31 C 32 E 33 E 34 C 35 C
36 E

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