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Autores:
Tatiana Yonekura
Nancy Molina Achury
Armando De Negri
São Paulo
2013
1
Sumário
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4
2. Objetivos ......................................................................................................... 17
2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 17
2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 17
3. Finalidade........................................................................................................ 17
4. Procedimentos metodológicos ......................................................................... 19
4.1 Critérios de inclusão .................................................................................................... 19
4.1.1 Tipos de estudo ................................................................................................... 19
4.1.2 Fenômenos de interesse ............................................................................................ 19
4.2 Critérios de exclusão ................................................................................................... 19
4.3 Estratégia de busca ..................................................................................................... 20
4.3.1 Bases de dados .................................................................................................... 20
4.3.2 Descritores .......................................................................................................... 20
4.4 Forma de avaliação crítica ................................................................................................. 20
4.5 Forma de descrição dos dados .......................................................................................... 20
4.6 Forma de análise dos dados .............................................................................................. 21
5. Resultados .......................................................................................................... 23
5.1 Características dos estudos ............................................................................................... 24
5.2 Síntese dos dados .............................................................................................................. 25
5.2.1 Literatura científica .................................................................................................... 25
5.2.2 Análise da literatura cinza .............................................................................................. 47
Experiência de Portugal....................................................................................................... 47
Experiência de Escócia (Scottish Executive, 2007) .............................................................. 51
Experiência de Cuba ............................................................................................................ 57
Experiência do Canadá ........................................................................................................ 63
Experiência da Espanha ....................................................................................................... 66
Experiência do Japão ........................................................................................................... 69
Experiência do Brasil ........................................................................................................... 72
2
Rede Sarah de Hospitais de reabilitação ............................................................................. 72
Rede de Reabilitação Lucy Montoro ................................................................................... 76
Núcleo de Apoio à Saúde da Família ................................................................................... 80
Viver sem Limite .................................................................................................................. 81
Outros Projetos na área de reabilitação descritos na literatura cinza ................................ 83
Legislações Nacionais .......................................................................................................... 84
Recomendações ..................................................................................................... 87
6 Referências bibliográficas .................................................................................... 91
Apêndices .............................................................................................................. 95
Anexos ................................................................................................................. 101
3
Introdução
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho congrega parcela de um projeto maior denominado “Apoio ao
Desenvolvimento de Sistemas Regionais de Atenção Integrada a Saúde / Regiões de
Saúde.”, cujo objetivo geral é de potencializar um conjunto de capacidades
estratégicas na gestão regional aplicada a gestores municipais e estaduais e promover
o desenho de modelos integrados de serviços em redes.
Reabilitação pode ser definida como a restauração do máximo potencial
funcional no decorrer de uma doença, ferimento ou da ocorrência de um dano (Shaw,
2004). Segundo a OMS, a reabilitação é “um conjunto de medidas que ajudam pessoas
com deficiências ou prestes a adquirir deficiências a terem e manterem uma
funcionalidade ideal na interação com seu ambiente” (OMS, 2011, p.100). Pode ser
definida também como uma estratégia para equalização de oportunidades e
integração social de todas as pessoas com deficiência (WHO). A Figura 1 descreve o
processo de reabilitação, descrita pela OMS.
4
Figura 1 – O processo de reabilitação.
5
Os conceitos de funcionalidade e incapacidade são descritos pela OMS (CCOMS,
2003, p.13): “Funcionalidade é um termo que abrange todas as funções do corpo,
atividades e participação; de maneira similar, incapacidade é um termo que abrange
deficiências, limitação de atividades ou restrição na participação.”
As Classificações Internacionais de Saúde, produzidas pela Organização Mundial
da Saúde (OMS), representam modelos consensuais que podem ser utilizados pelos
governos, gestores e usuários a nível mundial, através de uma linguagem comum.
Estas classificações facilitam o armazenamento, recuperação, análise e interpretação
dos dados consistentes, além de permitir comparações dos dados ao longo do tempo,
em populações e entre populações1.
A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
(International Classification of Functioning, Disability and Health), mais comumente
conhecida como CIF, é uma classificação da OMS de domínios com descrição da saúde
e estados relacionados à saúde, relacionados às perspectivas corporais, individuais e
sociais. Uma vez que a funcionalidade e a incapacidade de um indivíduo ocorrem em
um contexto, o ICF também inclui uma lista de fatores ambientais2. A CIF é composta
por duas partes (CCOMS, 2003):
(1): Funcionalidade e incapacidade – com os componentes
- Funções do corpo e estruturas do corpo
- Atividades e participação
(2): Fatores contextuais
- Fatores ambientais
- Fatores pessoais
A Figura 2 descreve a CIF de acordo com as diferentes partes.
Em comparação à versão de 1980, a classificação da CIF passou de
“consequência da doença” para “componentes as saúde” e possibilita “uma
abordagem com múltiplas perspectivas da classificação da funcionalidade e da
incapacidade como um processo interativo e evolutivo” (CCOMS, 2003, p.30).
1
Disponívels em: http://www.who.int/classifications/en/ Acesso em: 03/06/2013
2
Disponível em: http://www.who.int/classifications/icf/en/index.html Acesso em: 03/06/2013
6
Figura 2 – Uma visão geral da CIF.
7
Figura 3 - Interações entre os componentes da CIF
8
Experimentar um grau de influência Inatividade dos membros pode levar à
em sentido contrário atrofia muscular; a institucionalização
pode resultar em perda das habilidades
sociais
Fonte: CCOMS (2003).
9
completos de habilitação e reabilitação, particularmente
nas áreas de saúde, emprego, educação e serviços sociais
(Brasil, 2007, p.30).
10
transporte, e informação. Tais dificuldades são exacerbadas
nas comunidades mais pobres (OMS, 2011, p. 11).
11
mundial (Figura 4). Segundo os dados do Censo de 2010, 45 milhões de pessoas
declararam possuir algum tipo de deficiência no Brasil3.
3
Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/caracteristicas_religiao_deficiencia/de
fault_caracteristicas_religiao_deficiencia.shtm Acesso em: 22/04/2013
12
Em relação à desigualdade social, a OMS (2011) identificou maiores
prevalências de pessoas com deficiência em países de renda baixa (Figura 5) e
desvantagens das pessoas com deficiências em termos da educação e mercado de
trabalho.
13
Figura 6 - Pessoas que buscam a assistência médica e não recebem a atenção
necessária.
14
Implementar as recomendações requer o envolvimento de
vários setores – saúde, educação, proteção social, trabalho,
transporte, moradia – e diferentes agentes – governos,
organizações da sociedade civil (incluindo organizações de
pessoas com deficiência), profissionais, setor privado, e as
pessoas com deficiência e suas famílias (OMS, 2011, p. 272).
15
Objetivos
16
2. Objetivos
3. Finalidade
Fomentar o debate sobre modelos de serviços de reabilitação, adequados à
realidade brasileira, tendo em vista às necessidades sociais em saúde.
17
Procedimentos metodológicos
18
4. Procedimentos metodológicos
Este é um projeto de revisão da literatura integrativa (RI). Cooper (1982)
conceituou RI como um recurso para sintetizar o estado da arte relativo a um
determinado tópico de interesse e ressaltar questões importantes de pesquisa que
ainda não estão devidamente esclarecidas. É um tipo de revisão com questões amplas
que possibilita a inclusão de diversos tipos de estudos, metodologias e teorias. Desta
forma a RI tem o potencial de aprofundar a análise de um determinado tema
(Whittemore, Knafl, 2005).
A estratégia PICo auxilia a construção da pergunta de pesquisa de natureza
diversa, representando o acrônimo de P (problema de pesquisa), I (intervenção) e Co
(Contexto). O PICo desta revisão é:
P – manejo da reabilitação
I – modelos de serviços
Co – rede de atenção à saúde
19
4.3 Estratégia de busca
A estratégia de busca dos artigos incluiu duas bases de dados e a literatura
cinza (sites institucionais, manuais, legislações, entre outros).
4.3.2 Descritores
Foram utilizados os seguintes descritores na estratégia de busca, a depender da
base ou fonte de dados:
Rehabilitation
Rehabilitation centers
20
4.6 Forma de análise dos dados
Primeiramente, os estudos foram classificados por ano, procedência dos
autores, tema/objeto específico analisado, natureza, tipo de estudo, resultados
obtidos, país de publicação e outras classificações que respondam aos objetivos
específicos. Em seguida, os conteúdos foram analisados de acordo com os modelos
identificados, propostos ou avaliados.
21
Resultados
22
5. Resultados
A Figura 7 descreve o fluxograma desta revisão. Foram identificadas 430
referências através das bases/fontes de dados e selecionadas 87 através dos títulos e
resumos (Quadro 2). Após a avaliação crítica, 30 referências que contemplavam os
critérios de inclusão foram incluídas. O Apêndice 3 descreve as estratégias de busca
por base de dados.
(n = 426) (n = 13)
(n = 439)
Referências excluídas pelo
Seleção
título e resumo
(n = 347)
indisponíveis
Referências avaliadas e
(n = 5)
elegíveis na íntegra
(n = 87)
Referências excluídas
(n = 57)
Estudos incluídos
Inclusão
(n = 30)
23
Quadro 2 – Descrição das referências identificadas e selecionadas por base/fonte de
dados.
Referências
Bases/Fontes de dados
Identificadas Selecionadas Incluídas
PubMed 407 70 15
LILACS 19 4 2
Outras formas 1 1 1
Literatura cinza 12 12 12
Total 439 87 30
Canadá 5 27,8
Austrália 3 16,7
EUA 2 11,1
Inglaterra 2 11,1
Brasil 1 5,6
Papua Nova Guiné 1 5,6
Irlanda 1 5,6
Alemanha 1 5,6
Colômbia 1 5,6
Bolívia 1 5,6
Total 18 100
24
Tabela 2 – Ano de publicação dos estudos incluídos. São Paulo, 2013.
Ano N %
2004 1 5,6
2005 2 11,1
2008 5 27,8
2009 4 22,2
2010 3 16,7
2011 1 5,6
2012 1 5,6
2013 1 5,6
Total 18 100
25
Quadro 2 – Descrição dos tipos de reabilitação, modelos de serviço por tipo de serviço
e faixa etária.
Tipos de reabilitação Modelos de serviço
26
Quadro 3 – Descrição dos serviços de reabilitação por categoria.
Categoria Descrição
27
Quadro 4 – Principais características, vantagens e desvantagens de serviços de reabilitação por modelo.
Modelo de serviço de
Principais características Vantagens Desvantagens
reabilitação
28
classificados como auto-gestão, habilidades e conhecimentos incapazes de cuidar da
devido à centralidade do usuário própria saúde
em tomar decisões Custos de produção do material
didático
Base comunitária Modelo utilizado principalmente Acessibilidade e inclusão São necessários grandes
em países em desenvolvimento, Desenvolvimento de esforços contínuos para a
onde recursos humanos e habilidades e capacidades na organização e
materiais são escassos. prática. desenvolvimento, recursos
Desenvolve programas Participação do usuário financeiros, humanos e
tipicamente em ONG materiais
considerado um recurso
disponível na comunidade
Gestão de caso Um gestor de caso gerencia os Coordenação de múltiplos Profissionais que não
serviços necessários, incluindo serviços aderem ao modelo e não
medicina familiar e serviços de Diminui as visitas ao médico fornecem informações
reabilitação da atenção primária adequadas e em tempo
Responde às necessidades de
usuários com condições
29
complexas
30
Segundo a OMS (2011, p.13), a reabilitação baseada na comunidade “tem sido
uma importante estratégia para responder às necessidades das pessoas com
deficiência, particularmente nos países em desenvolvimento”. Esta estratégia foi
implementada em mais de 90 países e rompe com o enfoque biomédico da
reabilitação, já que visa à equalização de oportunidades, redução da pobreza, e
inclusão social das pessoas com deficiência (WHO, 2004).
A Figura 8 ilustra a matriz da reabilitação baseada na comunidade.
31
Figura 9 - Modelo tradicional ou institucional.
32
Figura 11 - Estratégia de reabilitação baseada na comunidade.
4
Disponível em: http://www.phasa.org.za/wp-content/uploads/2012/11/Harsha_capacity-of-the-SA.pdf
Acesso em: 29/06/2013
33
Figura 12 – Contexto institucional para melhorar o serviço de reabilitação.
34
2 Programa pós- Duração média Mais comum e maior disponibilidade. Visa
alta de 2 a 16 fornecer suporte pós-alta e a transferência
antecipada semanas após do cuidado hospitalar para o ambulatorial,
programada alta hospitalar reintegração social, familiar e ao trabalho.
Contêm exercícios e atividades psico
educativas, monitoramento estruturado e
supervisionado do estado clínico e
psicossocial, encorajamento de mudanças no
estilo de vida.
3 Programa de Longa Período continuado, com menor intensidade
longa- permanência de supervisão. Visa manter atividades diárias,
permanência assistir usuários com necessidades
prolongadas.
35
Modelo médico: consideração da deficiência como um comportamento
anormal e permanente do indivíduo. Tem como objetivo de cura da pessoa e
caracteriza-se numa relação estreita de médico-paciente.
Modelo biopsicossocial: integração dos modelos médico e social. O
modelo social considera a deficiência como um problema social e não exclusivamente
como uma característica individual. O modelo psicossocial leva em consideração os
elementos biológicos, psicológicos e as condições sociais, de forma fragmentada.
Modelo de reabilitação baseada na comunidade: o problema da
deficiência não se limita apenas à pessoa, envolve também a família, comunidade,
sociedade e cultura em geral. É uma forma coordenada de integrar diferentes atores
sociais (pessoas com deficiência, família, escola, empregadores, governo e sociedade
civil) na busca de alternativas que visem a integração social das pessoas com
deficiência, através da participação ativa da sociedade e tendo em conta os recursos
existentes. Tem sido utilizado amplamente e com resultados positivos em vários países
latino-americanos como México, Bolívia, El Salvador e Colômbia.
Modelo ecológico: está constituído por quatro componentes: processo,
contexto, tempo e pessoa. Este modelo sugere que a pessoa é influenciada por três
sistemas, cada um incluído dentro do outro. O microssistema é caracterizado pelas
características próprias do indivíduo como aparência física, tipo de deficiência e
família. O mesossistema é caracterizado pela comunidade onde vive a pessoa e a
família. Por ultimo, o macrossistema que reflete os aspectos sociais, políticos e
culturais da sociedade.
Bottino-Bravo e Reid (2009) descreveram o Serviço de Visita de Enfermagem de
Nova York (“Visiting Nurse Service of New York”) que há 119 anos presta assistência
domiciliar de reabilitação e de base comunitária. É o maior serviço sem fins lucrativos
dos EUA e é reconhecido nacionalmente pela inovação de seus programas e serviços.
Visa responder às necessidades de três populações: adultos (18 anos ou mais que
necessitam de serviços de curta duração para restauração de habilidades funcionais
relacionadas a atividades de vida diárias), idosos (que necessitam cuidados de longa
permanência para manter ou minimizar os agravos da funcionalidade) e crianças com
36
deficiências e atrasos no desenvolvimento. Além disso, populações especiais também
são assistidas, como usuários com doença terminal que necessitam de cuidados
paliativos.
O serviço tem cerca de 11 mil enfermeiros, terapeutas de reabilitação,
assistentes sociais e outros profissionais que prestam cuidados a uma média diária de
mais de 30.000 usuários (Bottino-Bravo, Reid, 2009).
Os resultados esperados da reabilitação domiciliar são: melhoria dos
indicadores de qualidade, melhores resultados, maior satisfação do usuário e do
trabalhador, menor rotação de trabalhadores, menores taxas de desgaste, e maior
envolvimento do trabalhador (Bottino-Bravo, Reid, 2009).
Shaw (2004) relata que os serviços de reabilitação de base comunitária são
atualmente aceitos como a melhor forma de responder tanto as necessidades físicas,
quanto as sociais das pessoas com deficiência em países desenvolvidos.
Já Evans (2008) descreve dois serviços de reabilitação em demência e ressalta
os benefícios de serviços de reabilitação para usuários com demência no cuidado
intermediário (Quadro 5 e 6)
37
Localização Em domicílio, hospital, cuidado Em domicílio, hospital,
residencial, unidades de enfermaria residencial, centros
reabilitação domiciliar. dia e casas de enfermagem
Trabalhadores Enfermeiro assessor de saúde Coordenador, terapeuta
mental, assistente especializado, ocupacional, fisioterapeuta,
fisioterapeuta, terapeuta fonoaudiólogo, assistente
ocupacional, assistentes sociais, social, gerente de
geriatra consultor, enfermeiro atendimento, assistente de
reabilitação e cuidado
38
indicadores de diagnóstico dos sistemas locais de reabilitação para atender idosos
vítimas de acidentes e violência.
Vicent et al (2010) apresentaram tipos de deficiências passíveis de serviços
especializados: intelectual, linguagem, comportamental, senso e percepção, atividade
motora, deglutição, incontinência, função sexual e proteção.
Landry, Passalent e Cott (2008) identificaram 17 condições clínicas relevantes
que necessitam atenção dos serviços de reabilitação e a OMS (2011) descreveu 20
problemas de saúde associada à deficiência moderadas e severas (Quadro 7)
Quadro 7 – Descrição das condições clínicas relevantes que necessitam atenção dos
serviços de reabilitação.
39
16. Debilidade 16. Alzheimer e outras demências
17. Complexidade medicamentosa 17. Síndrome do pânico
Medically complex
18. Doença cerebrovascular
19. Artrite reumatoide
20. Dependência de drogas
40
Ações de estímulo à participação em grupos de terceira idade, conselhos
comunitários, etc.
41
(a) Quais as necessidades de serviços de reabilitação para população indígena da
Austrália?
(b) Quais as necessidades de serviços de reabilitação para população idosa da
Austrália?
4. Quais tipos de serviços de reabilitação adicionais são necessários? Por exemplo, as
categorias de serviços de reabilitação, subespecialidades de reabilitação.
5. Como podem ser atendidas as necessidades de serviço de reabilitação em regiões
rurais e remotas da Austrália?
(a) O serviço ambulatorial da coluna vertebral é um modelo adequado para responder
as necessidades de serviço de reabilitação rural e em áreas remotas?
(b) O projeto de unidade de AVC rural é um modelo adequado para responder as
necessidades de serviço de reabilitação rural e em áreas remotas?
(c) A reabilitação comunitária é um modelo adequado para responder as necessidades
de serviço de reabilitação rural e em áreas remotas?
(d) Como o serviço Royal Flying Doctors pode ajudar a atender às necessidades de
serviços de reabilitação nas áreas rurais e remotas?
(e) Como a Faculdade de Medicina de Reabilitação da Australásia pode auxiliar a
responder às necessidades de serviços de reabilitação em áreas rurais e remotas?
Fonte: Graham, Cameron (2009).
42
2. Você conhece alguma fonte de dados disponíveis que quantifica essas mudanças ?
Por favor, explique.
3. Quais condições clínicas (por exemplo, AVC) terão as maiores mudanças por
demanda nos próximos anos? Por favor, explique.
4. Em sua opinião, qual serviço de saúde (por exemplo, atenção primária, hospitalar,
domiciliar) terá uma significante mudança na demanda nos próximos anos? Por favor,
explique.
43
Força de trabalho
Em relação à força de trabalho, alguns autores identificaram os seguintes
profissionais em serviços de reabilitação (Ribeiro e Barter, 2010; Killaspy, 2013):
médico fisiatra, médico psiquiatra, médico com formação em saúde mental,
fonoaudiólogo, enfermeira, assistente social, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional, farmacêutico, responsável técnico, técnico/auxiliar de
enfermagem e técnico com experiência ou capacitação em reabilitação e ex-usuário.
Gupta, Castillo-Laborde e Landry (2011) descrevem nove categorias
ocupacionais relacionadas aos serviços de reabilitação através da Classificação
Internacional de Ocupações (Quadro 10):
44
Chen e Yang (2009) relatam que os serviços de reabilitação podem ser providos
por somente médico, somente fisioterapeuta, ou juntos como parte de uma equipe.
Lavin et al (2005) identificaram os seguintes trabalhadores e as jornadas de trabalho
por semana em 1998 e 2003, em serviço de reabilitação cardíaco na Irlanda. Ressalta-
se o importante aumento das horas trabalhadas nos anos de 1998 e 2003 (Quadro 11):
45
Fonte: Lavin et al (2005).
46
5.2.2 Análise da literatura cinza
Experiência de Portugal
47
sequência de internação hospitalar, originada por situação clínica aguda, recorrência
ou descompensação de processo crônico.
Os objetivos principais são: restabelecer a independência funcional tanto
quanto possível, favorecer a adaptação à nova situação de dependência, controlar ou
estabilizar sintomas ou sequelas, facilitar e potencializar a reinserção familiar e social,
e potencializar a formação e educação de profissionais e cuidadores.
A finalidade é restabelecer, tanto quanto possível, as funções ou atividades
afetadas, total ou parcialmente, por diferentes patologias.
A unidade de convalescença destina-se a internações com previsibilidade de até
30 dias.
Resultado:
6 leitos de Unidades de AVC de agudos
7 leitos de U Convalescença de AVC para 400 doentes/ano para 18 dias de internação
em média.
48
11 leitos de U Convalescença de AVC para 400 doentes/ano para 30 dias de internação
em média.
Localização:
- áreas de maior prevalência de AVC.
- áreas de influência de hospitais com unidades de agudos de AVC.
- referência na RNCCI de AVC, identificando-se áreas de maior número de referências
para a patologia.
Força de trabalho:
Em relação à força de trabalho, baseado em recomendações internacionais, a
unidade de convalescença de AVC de 30 leitos deverá conter (Figura 14):
Cuidados prestados:
Os cuidados prestados foram classificados em sete categorias:
- médicos
- enfermagem
49
- exames de diagnóstico, laboratoriais e radiológicos, próprios ou contratados
- cuidados de reabilitação
- apoio psicossocial
- higiene, conforto e alimentação
- convívio e lazer
50
Experiência de Escócia (Scottish Executive, 2007)
A reabilitação é um elemento central no plano executivo para melhorar a saúde
e o bem estar da população da Escócia. A estrutura do plano foi desenvolvida com a
participação das partes interessadas, incluindo os usuários dos serviços e
trabalhadores da área da saúde e social. Um grupo nacional de coordenação e três
grupos de ação foram estabelecidos e cada um contava com um usuário de serviço.
O processo de desenvolvimento incluiu:
Uma análise temática das evidências pela Escola Escocesa de Atenção
Primária;
Uma série de consultas com os usuários dos serviços;
Um evento de consenso com trabalhadores de saúde e social;
Uma consulta nacional de três meses sobre o esboço do documento.
51
Manejo do cuidado por equipe multidisciplinar da atenção primária: para
pessoas com necessidades menos complexas e seus cuidadores;
Manejo de caso por enfermagem comunitária ou especialista e equipe
multidisciplinar e equipe de várias agências: para um pequeno número de
pessoas com necessidades complexas e seus cuidadores, com maior risco de
internação hospitalar.
52
Figura 15 – Componentes do futuro modelo de reabilitação.
53
O modelo futuro para a reabilitação identifica, em primeiro lugar, as
oportunidades para a intervenção precoce para o grupo de autocuidado com o auxílio
de centros de lazer e de cultura da comunidade e serviços das agências voluntárias.
Esta fase pode ser chamada de pré-reabilitação e visa o cuidado antecipatório ou
preventivo.
A próxima fase é o manejo da condição, na qual um indivíduo pode se acessar
diretamente, quando apropriado, a equipe de reabilitação através de um único ponto
de acesso para permitir que sua necessidade específica, seja social ou de saúde, seja
respondida. Ressalta-se que quanto melhor e mais apropriado manejo da condição,
menor será as admissões hospitalares. Quando a internação for necessária, as equipes
de reabilitação irão facilitar a alta segura e efetiva.
O modelo, em seguida, aborda a necessidade de serviços de reabilitação para
cuidado agudo, de transição e de longo prazo com o objetivo de assegurar que os
indivíduos podem acessar o serviço a qualquer momento, seja por meio do serviço de
agudos ou por acesso direto através de uma equipe de reabilitação da comunidade.
Na fase aguda, as intervenções especializadas são realizadas por equipes de
reabilitação do hospital, com o objetivo de estabilizar o paciente e garantir um
processo de alta em tempo e condições adequadas. Na Escócia, haverá uma
necessidade contínua de serviços especializados em reabilitação aguda.
O modelo reflete a necessidade de transições cuidadosas e planejadas a partir
de reabilitação do hospital para a comunidade, enfatizando a importância de trabalhar
com os cuidadores. O objetivo é ter um serviço flexível que facilita transições
ininterruptas através de cuidados primários e secundários e incentiva o trabalho
conjunto. Há evidências de que os serviços de extensão após a alta deve seguir o
manejo de caso.
A fase de reabilitação de longa permanência requer equipes de reabilitação da
comunidade para trabalhar em parceria, não só com as equipes de reabilitação aguda,
mas também em todas as instâncias da saúde, autoridades locais, setores
independentes e voluntárias e, fundamentalmente, com indivíduos, cuidadores e
comunidades.
54
O objetivo global para serviços de reabilitação deve ser construir sobre os
pontos fortes dos serviços existentes para desenvolver uma rede de equipes de
reabilitação. A participação social é fundamental para esta construção.
A reabilitação profissional tem características particulares com serviços
alternativos.
O modelo exigirá ainda o desenvolvimento de equipes de reabilitação
multidisciplinares e de várias agências com uma força de trabalho adequadamente
qualificada para prestar serviços que são focados na atenção integral aos usuários. A
Figura 16 descreve os trabalhadores sugeridos para os serviços de reabilitação e a
Figura 17 os locais de atuação dos mesmos.
55
Figura 17 – Locais de trabalho das equipes de reabilitação.
56
Experiência de Cuba
O Sistema de Saúde cubano é fortemente fundamentado na prevenção, na
promoção e na educação em saúde. Em Cuba, não há a medicina privada, sendo esta
totalmente pública e um sistema único.
Os serviços de saúde devem ser acessíveis a toda população e devem ser
desenvolvidos com a participação ativa da comunidade organizada. O sistema Nacional
de Saúde em Cuba é um conjunto de unidades administrativas de produção e de
serviços responsabilizados com atenção integral da Saúde de toda população. Existem
três níveis hierárquicos: o nível central, o nacional, o nível provincial.
O nível Central define as políticas de Saúde, as normas gerais, aprovação do
planejamento na Saúde e hierarquização de unidades. O nível Provincial é integrado
por um diretor, designado pelo governo provincial e quatro vices diretores e três
chefes de departamento. O nível nacional de sistema de Saúde Cubana dispõe de:
prestação de serviços ambulatoriais, médicos e odontológicos, atenção médica e
hospitalar, atenção médica e odontológica de urgência, atenção médica domiciliar,
controle epidemiológico de doenças transmissíveis, controle higiênico do ambiente,
assistência social a idosos deficientes, educação sanitária da população,
desenvolvimento de investigações da saúde e formação e especialização de recursos
humanos, produção, importação e distribuição de medicamentos e equipamento
médico, coleta, análise e apresentação de informação estatística da saúde,
planejamento de desenvolvimento da saúde pública, informações relacionadas com as
ciências médicas e atividades científicas.
Os serviços de cuidados primários em reabilitação em Cuba são altamente
desenvolvidos e estão disseminados por áreas rurais, oferecendo cobertura a toda a
população.
Em 1984, foi criado o programa médico e de enfermeiro de família que
incorporou a reabilitação em cuidados de saúde primários. Atualmente, existem cerca
de 456 Centros de cuidados de reabilitação, todos equipados com comodidades
modernas, abrangendo também necessidades de assistência, pesquisa e ensino.
57
De acordo com a Medicina de Rehabilitación en Cuba5, o Serviço de
Reabilitação Integral é uma estratégia do sistema de saúde em nível primário para o
atendimento e reinserção social das pessoas com deficiência, bem como para a
garantia de uma melhor qualidade de vida. Seu objetivo principal é reduzir o impacto
da deficiência de expansão da cobertura e integração destas pessoas. Esta abordagem
inclui a disponibilidade de recursos de reabilitação na comunidade para aproveitar e
potencializar os recursos humanos e materiais.
As informações sobre os usuários que frequentam serviços de reabilitação são
monitoradas e visam:
Igualdade de acesso aos serviços, tecnologias e informações de saúde,
independente da área geográfica e nível de atenção.
Aumento da qualidade do cuidado do usuário;
Análises e investigações científicas de dados confiáveis e atualizados;
Optimização de recursos;
Redução do tempo de espera para o acesso a serviços especializados;
Planejamento das ações em saúde;
Melhora das condições de trabalho para os trabalhadores de saúde.
5
Disponível em: http://www.sld.cu/sitios/rehabilitacion/temas.php?idv=4582 Acesso em:20/05/2013.
58
- análise da situação: identificar informações da população e comunidade para
assegurar que o programa responda às necessidades reais da mesma (número de
pessoas com deficiência, idade, sexo, tipos de deficiência, condições de vida, taxa de
mortalidade, causas de morte, serviços de saúde locais, taxa de alfabetização, renda,
religião, clima, geografia, entre outros); identificar as partes interessadas (Figura 15);
59
- planejar junto com as partes interessadas para determinar as prioridades, desenhar
planos do programa e preparar pressupostos. É importante que as pessoas com
deficiência e suas famílias estejam representados.
- identificar a maior necessidade para decidir sobre prioridades, já que os recursos são
limitados.
- preparar um plano de programa (meta, propósito, atividades, resultados, indicadores,
métodos de avaliação e riscos durante o programa).
- Etapa 4: Avaliação
Etapa para tomada de decisão (continuação, mudança ou finalização do
programa). A avaliação revela evidências sobre o programa, ou seja, se é uma
estratégia capaz de igualar oportunidades, reduzir a pobreza e alcançar a inclusão
social das pessoas com deficiência. Envolve a relevância, eficiência, efetividade,
impacto e sustentabilidade.
A Figura 16 descreve várias formas de coletar informações relevantes para a
programação de serviços.
60
Figura 16 – Métodos para coleta de dados.
61
CIREN
O Centro Internacional de Restauración Neurológica (CIREN) foi fundado em
1989 em Havana e o método de reabilitação intensiva surgiu para dar resposta aos
usuários com Parkinson.
O CIREN criou tecnologia para o tratamento neuro-restaurativo, multifatorial,
intensivo e personalizado, para conseguir a recuperação estrutural e funcional do
sistema nervoso lesionado. É composto por equipes multidisciplinares altamente
qualificados em suas seis clínicas e possui ações terapêuticas integralmente
concebidas para cada paciente, por até 7 horas por dia, sob a direção do neurologista
responsável pelo caso.
O CIREN tem uma infraestrutura para pesquisa, serviços clínicos e não clínicos
rigorosamente organizados e instalações hospitalares modernas e confortáveis,
equipadas com instrumentação de última geração, profissionais de alta qualificação.
Este programa consiste em duas etapas ou fases:
A primeira, até 7 dias após o diagnóstico e avaliação integral, neurológica e
clínica, no qual é definido o grau e o tipo de agravo, para identificar as possibilidades
terapêuticas, determinar o potencial de recuperação e projeção de tratamento
personalizado.
A segunda etapa é a implementação do programa terapêutico desenvolvido
especificamente para cada paciente com base nos resultados da avaliação e com
duração de pelo menos 28 dias.
O centro já atendeu 16 mil usuários de 70 países até 2004.
62
Experiência do Canadá
63
0,5 -1 nutricionista;
0,5 -1 psicólogo;
1 assistente administrativo;
0,5 -1 diretor operacional (um dos trabalhadores de saúde);
0,5 trabalhador em tempo integral para auxiliar o cumprimento das
responsabilidades da coordenação.
Algumas recomendações foram extraídas (Arthur et al, 2010):
- O planejamento de serviços de reabilitação cardíaca deve ser integrado aos serviços
cardiológicos gerais;
- Redes regionais de reabilitação cardíaca devem ser desenvolvidas para apoiar
processos de referências, comunicação, para compartilhar recursos regionais, além de
integrar e padronizar o atendimento ao usuário.
- O acesso ao serviço deve ser realizado através de processos automáticos de
referência na internação e o desenvolvimento de um sistema de classificação de
prioridade de encaminhamento para serviços de reabilitação;
- O tempo de espera não deve exceder 30 dias (preferencialmente) ou 60 dias
(aceitável);
- O local dos programas deve considerar a demanda local;
- Um registro de dados dos usuários deve ser desenvolvido, com a inserção de dados
abrangentes dos usuários e medidas de resultados dos serviços.
- Pesquisas sobre o custo-efetividade devem ser realizadas para avaliar os serviços de
reabilitação.
Estratégias para o planejamento de serviços de reabilitação cardíaca para
atender as necessidades regionais e provinciais fora também identificadas:
Desenvolvimento de critérios de localização (siting criteria) de reabilitação
cardíaca;
Identificação das regiões que necessitam construir novos serviços no atual
sistema e regiões com grandes necessidades de infraestrutura;
64
Estratégias para direcionar os usuários agudos mais graves para os serviços de
reabilitação, incluindo processo de referência automática durante a internação
do usuário, instrumentos recomendados de estratificação de risco.
Um plano de crescimento de cinco anos, com base na capacidade do sistema de
responder às mudanças nas práticas de referência e padrões.
6
Disponível em: http://www.gnb.ca/0383/pdflibrary-e/ServiceDeliveryGuide_E.pdf Acesso
em:27/06/2013
65
Experiência da Espanha
A Espanha elaborou um plano denominado “Estratégia Espanhola sobre
Deficiência 2012-2020” com os seguintes princípios (Espanha, sem data):
Não descriminação, igualdade de tratamento perante a lei e igualdade
de oportunidades;
Vida independente: poder de decisão sobre sua vida e participação ativa
na vida e comunidade;
Normalização: o princípio segundo o qual as pessoas com deficiência
devem ser capaz de levar uma vida normal, acessando os mesmos lugares, áreas, bens
e serviços que estão disponíveis para qualquer outra pessoa.
Acessibilidade universal; ambientes, processos, produtos e serviços
Design para todos: projeção de ambientes, processos, produtos e
serviços, de modo que estes possam ser utilizados por todos.
Diálogo civil: as organizações representativas das pessoas com
deficiência e suas famílias devem participar na elaboração, execução, seguimento e
avaliação das políticas oficiais;
Integração das políticas sobre deficiência: as ações das autoridades
públicas não se limitam a compreender as políticas e diretrizes, mas também
considerar as necessidades e demandas das pessoas com deficiência;
Participação: a participação dos cidadãos é essencial para definir
políticas, estratégias e ações que respondam às reais necessidades de todos os
cidadãos;
Responsabilidade pública: o envolvimento de autoridades públicas deve
ser refletido no estabelecimento de competência específica na área da deficiência
(muito especificamente sobre a acessibilidade);
Integralidade e extensão: ações que são definidas e desenvolvidas para
o benefício da plena integração das pessoas com deficiência;
Eficiência e eficácia: tendo em consideração o princípio da integração e
compatibilidade em ações do ponto de vista da sustentabilidade econômica e social;
66
Economia da deficiência: analisar o efeito positivo sobre o mercado e a
economia europeia, em especial os serviços sociais e os dispositivos de apoio, bem
como novas profissões e atividades relacionado ao cuidado e promoção dos direitos
das pessoas com deficiência.
Sensibilização: sensibilizar o público sobre todos os assuntos
relacionados com a deficiência e acessibilidade;
Imaginação e criatividade: promoção de soluções criativas e
imaginativas, levando em consideração de que toda a situação poderia ser melhorada
ou resolvida.
7
Disponível em: http://www.imserso.es/imserso_01/centros/crmf/index.htm#ancla1 Acesso em:
28/06/2013
67
Serviços de tele assistência – disponíveis 24 horas por dia e 365 dias por
ano com assistência telefônica de seguimento a cada 15 dias ou de
acordo com as necessidades específicas.
Serviços de suporte ao domicílio – atenção às necessidades no domicilio
do usuário, através de apoio psicossocial, familiar, comunitário,
assistência às atividades de vida diária, incontinências, entre outras.
Centros residenciais e Centros dia e noite – os centros devem prover
pelo menos, as seguintes características: acomodações (para centros
residenciais e centros noite), assistência às atividades de vida diária,
restauração e autonomia, atenção e cuidados personalizados,
assistência médica, de enfermagem, social e psicológica, suporte à
família.
8
Disponível em: http://www.boe.es/buscar/doc.php?id=BOE-A-2010-13541 Acesso em: 28/06/2013
68
Experiência do Japão
Os serviços de assistência e apoio às pessoas com deficiência estão descritos no
Quadro abaixo. Os dados quantitativos são referentes ao ano de 20119 (Quadro 12):
Número de Número de
Serviços Características dos serviços
serviços usuários
9
Disponível em: http://www.mhlw.go.jp/english/wp/wp-hw5/09.html Acesso em:25/06/2013
69
crianças com deficiência com instruções
sobre as ações básicas na vida
diária, treinamentos de
adaptação à vida em grupo, etc.
Serviços de curta 3.308 30.632 Provisão de suporte às pessoas
permanência com necessidades de cuidado
de enfermagem de curta
duração em instalações,
incluindo internações noturnas
Assistência médica de 36 2.120 Provisão de suporte às pessoas
longa permanência com deficiência que necessitam
de cuidados médicos e de
enfermagem permanente com
treinamento funcional, gestão
de cuidados, cuidados de
enfermagem, cuidados diários,
etc, em instituições médicas
Cuidado para a vida 6.157 192.177 Provisão de suporte às pessoas
diária com deficiência que necessitam
de cuidados de enfermagem de
forma contínua com cuidado
para banho, eliminação,
refeições, bem como
oportunidades para atividades
criativas, principalmente
durante o dia
Apoio noturno 1.892 102.820 Provisão de suporte às pessoas
(suporte para cuidados com deficiência que vivem em
residenciais) instalações de apoio com
cuidado para banho,
70
eliminação, refeições, etc
durante a noite e feriados
Grupo de cuidado 3.771 46.551 Provisão de suporte às pessoas
domiciliar (cuidado em na comunidade com cuidado
casa) para o banho, a eliminação,
refeições, etc, em sua
residência durante a noite e
feriados
Serviço de reabilitação 1.250 14.167 Provisão de treinamentos às
(treinamentos para pessoas com deficiência para
melhorar a função física melhorar a função física ou
e social) habilidades sociais por um
determinado período, para que
possam viver a vida diária e
social de forma independente
Apoio à transição para o 2.206 22.696 Provisão de suporte às pessoas
trabalho com deficiência que desejam
trabalhar em uma empresa,
através de treinamentos para
melhorar o conhecimento e as
habilidades necessárias
Apoio contínuo ao 7.143 149.355 Provisão de suporte às pessoas
trabalho com deficiência que têm
dificuldades para trabalhar em
uma empresa, através de
oportunidades de emprego,
bem como treinamentos para
melhorar o conhecimento e as
habilidades necessárias
Grupo domiciliar 3.214 23.181 Provisão de suporte às pessoas
71
Group home with aid na comunidade com consulta e
(group home) outros apoios em suas vidas
diárias em sua residência
durante a noite e feriados
Experiência do Brasil
10
Disponível em: http://www.sarah.br/Cvisual/Sarah/ Acesso em:20/06/2013.
72
Quadro 13 – Localização, inauguração, capacidade instalada, atendimentos em 2012,
função e características por serviços de reabilitação.
Capacidade Atendimentos
Localização Inauguração Função e características
instalada em 2012
73
escolares), brinquedoteca,
anfiteatro e salão comunitário.
Salvador 1994 157 271.564 É um hospital horizontal,
adequado à reabilitação,
possibilitando uma total
integração entre seus espaços
interno e externo.
74
alterações no desenvolvimento
neuropsicomotor ou patologias
de caráter não progressivo.
Dispõe de uma equipe
interdisciplinar especificamente
qualificada em ciências de
reabilitação, de serviços de
apoio, como laboratório e
oficina ortopédica, hidroterapia
e um amplo ginásio
poliesportivo.
Belém 2007 Dado não 14.475 Atende a crianças e
disponível adolescentes entre 0 e 16 anos,
que nasceram em situação de
risco ou têm problemas no
desenvolvimento motor ou
neuropsicológico.
Rio de 2009 Dado não 135.379 Voltado ao tratamento de
Janeiro disponível doenças neurológicas. O usuário
já deve ter recebido a alta do
hospital onde se encontrava
internado
75
programas de reabilitação, definidos conforme os indicadores epidemiológicos da
região em que cada unidade está inserida. Dessa integração, resultam, por exemplo, os
amplos espaços dos hospitais SARAH, e a humanização do ambiente hospitalar e as
enfermarias coletivas, com o sistema de "assistência progressiva" com aproveitamento
ótimo dos recursos disponíveis. Este sistema, pela primeira vez implantada no Brasil,
data das origens do Projeto, caracterizando-se pela possibilidade de manter o paciente
em locais de maior ou menor concentração de recursos humanos e materiais. Surgiu
desse conceito a criação do "Primeiro Estágio" onde permanecem os usuários que
necessitam de cuidados intensivos e freqüentes, com a característica de permitir a
presença de seus familiares.
Os ambientes foram preparados para os pacientes das diversas especialidades
médicas e terapêuticas, com piscinas, ginásios para fisioterapia, unidades de exames
complementares ao diagnóstico, blocos de serviços operacionais, entre vários outros
espaços.
Os hospitais da Rede SARAH estão interligados por tecnologias de
telecomunicação desde 1997. Diagnósticos de patologias, casos e exames podem ser
discutidos conjuntamente, em tempo real, por meio de vídeo-conferência, pelas
equipes das diversas unidades, multiplicando o potencial e o conhecimento do staff.
Também é possível consultar todos os prontuários, que são eletrônicos
(informatizados), de qualquer outra unidade, promovendo o mesmo nível de qualidade
de atendimento em toda a Rede e permitindo permanentes interconsultas e
programas de atualização.
11
Disponível em: http://redelucymontoro.org.br/ Acesso em 26/06/2013
76
O objetivo principal é “propiciar melhoria na qualidade de vida, participação na
sociedade e capacitar plenamente a pessoa com deficiência para o exercício de seus
direitos”, dentro dos parâmetros do SUS. A Rede tem como foco o usuário lesão
medular, amputação e má-formação, lesões encefálicas do adulto, paralisia cerebral e
dor incapacitante e de acordo com o Decreto Lei 58050/12 é composta por (Quadro
14):
77
auxiliares de locomoção;
b) serviço de reabilitação:
1. Em oncologia;
2. Em geriatria;
3. Infantil;
4. Na Síndrome de Down;
5.Na deficiência auditiva;
6. Na deficiência visual;
7. Na deficiência intelectual;
78
Médicos consultores nas áreas de Cardiologia, Urologia, Reumatologia e
Ortopedia.
As Unidades da Rede de Reabilitação Lucy Montoro estão localizadas em São
Paulo (2), Ribeirão Preto (1) e São José do Rio Preto (1).
A Rede também possui uma Unidade Móvel que realiza atendimento através de
uma carreta com 15m de comprimento, 2,60m de largura e 20 toneladas. Possui
elevador hidráulico e banheiro totalmente adaptados às necessidades da pessoa com
deficiência, além de consultório médico, sala de espera e oficina ortopédica com sala
de prova. O objetivo é realizar atendimento em regiões do Estado de São Paulo onde
não há fornecimento de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção.
Em relação à unidade de Ribeirão Preto, o número de atendimentos tem
aumento anualmente, conforme Figura 1712.
12
Disponível em:
http://www.hcrp.fmrp.usp.br/sitehc/upload%5CInstituto%20de%20Reabilita%C3%A7%C3%A3o%20Lucy
%20Montoro.pdf Acesso em: 29/06/2013
79
Núcleo de Apoio à Saúde da Família
Através da Portaria GM nº 154 de 2008, o Ministério da Saúde criou o Núcleo
de Apoio à Saúde da Família (NASF) com o objetivo de apoiar a inserção da Estratégia
de Saúde da Família na rede de serviços, além de ampliar a abrangência e o escopo das
ações da Atenção Primária em Saúde (APS), e aumentar a resolutividade dela,
reforçando os processos de territorialização e regionalização em saúde (Brasil, 2009).
As ações dos NASF envolvem atuação intersetoriais e interdisciplinares em
(Brasil, 2009):
- Promoção da saúde e prevenção de doenças
- Reabilitação da saúde e cura
13
Disponível em http://www.ibirite.mg.gov.br/secretarias/secsaude/vigilancia/221-centro-de-
reabilitacao-e-fisioterapia-do-nasf.html Acesso em: 11/07/2013
80
- Grupo de lombalgia;
- Programa de saúde auditiva;
- Programa de órteses, próteses e dispositivos para deslocamento;
- Atividade física continuada;
- Programa de prevenção de incapacidade em hanseníase
Em relação à força de trabalho, o núcleo deverá conter os seguintes
trabalhadores, a depender da modalidade do NASF (Brasil, 2009):
NASF 1: composto por no mínimo cinco profissionais com formação
universitária, entre os seguintes: psicólogo, assistente social, farmacêutico,
fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico ginecologista, profissional da educação física,
médico homeopata, nutricionista, médico acupunturista, médico pediatra, médico
psiquiatra e terapeuta ocupacional.
Cada um desses NASF deve estar vinculado a um mínimo de oito e máximo de
20 equipes de SF, exceto nos estados da Região Norte, onde o número mínimo passa a
ser cinco.
NASF 2: composto por no mínimo três profissionais, entre os seguintes:
psicólogo, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, profissional
da educação física, nutricionista e terapeuta ocupacional; e se vincular a no mínimo
três equipes de SF.
81
Acesso à educação: o Governo Federal vai investir até 2014 em recursos
e serviços de apoio à educação nas ações e programas: implantação de Salas de
Recursos Multifuncionais a promoção de acessibilidade arquitetônica nas escolas, a
formação de professores para realização do Atendimento Educacional Especializado
(AEE), a aquisição de ônibus escolares acessíveis, Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), Programa de Acessibilidade na Educação
Superior – Incluir, formação de professores e tradutores – intérpretes em Língua
Brasileira de Sinais (Libras)
Atenção à saúde: tem como objetivo ampliar o acesso e qualificar o
atendimento às pessoas com deficiência (temporária ou permanente; progressiva,
regressiva ou estável; intermitente ou contínua) no SUS, com foco na organização de
rede e na atenção integral à saúde. O Governo Federal prevê a criação da Rede de
Cuidados à Pessoa com Deficiência e o planejamento das seguintes ações até 2014:
o Qualificação das equipes de atenção básica;
o Criação de Centros Especializados em Reabilitação (CER) e
qualificação dos serviços já existentes;
o Criação de oficinas ortopédicas e ampliação da oferta de órteses,
próteses e meios auxiliares de locomoção, vinculados aos serviços de reabilitação física
do Sistema Único de Saúde (SUS);
o Qualificação da atenção odontológica, tanto na atenção básica
quanto na especializada e cirúrgica.
Inclusão social: com o objetivo de desenvolver ações para incidir
desigualdades, exclusões ou restrições, valorizando o reconhecimento e participação
dos usuários com deficiência, o governo vai investir em: implantação de serviços em
Centros-Dia de Referência, implantação de Residências Inclusivas, e Prestação
Continuada da Assistência Social (BPC).
Acessibilidade: em decorrência deste programa, foi criada a Secretaria
Nacional de Acessibilidade e Programas Urbanos (SNAPU), dentro do Ministério das
Cidades para promover a inserção do tema acessibilidade urbana nos projetos
governamentais. As seguintes ações são propostas: construção de casas e
82
apartamentos adaptáveis no Programa Minha Casa, Minha Vida, instalação de centros
tecnológicos para formação de treinadores e instrutores de cães-guia; e instituição do
Centro Nacional de Referência em Tecnologia Assistiva (CNRTA), linha de crédito
facilitado para aquisição de serviços e equipamentos de tecnologia assistiva.
14
Disponível em: http://extranet.ffm.br/atuacaodaffm/projetos/AtencaoPortadoresDeficiencia.ashx
Acesso em: 11/07/2013
15
Disponível em http://www.abrasil.gov.br/nivel3/index.asp?id=56&cod=GSADI Acesso em: 11/07/2013
83
Legislações Nacionais
O Quadro 15 indica as principais publicações nesse âmbito.
84
Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito
do Sistema Único de Saúde.
Decreto nº 58.050/ SP 2012 Dispõe sobre a Rede de Reabilitação “Lucy Montoro”
85
intermitente ou contínua, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A organização
desta Rede abrangerá:
I - Atenção Básica: tem como ponto de atenção as Unidades Básicas de Saúde
(UBS), contanto com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), quando houver e
atenção odontológica.
II- Atenção Especializada em Reabilitação Auditiva, Física, Intelectual, Visual,
Ostomia e em Múltiplas Deficiências: tem como ponto de atenção estabelecimentos
de saúde habilitados em apenas um Serviço de Reabilitação; centros Especializados em
Reabilitação (CER); e centros de Especialidades Odontológicas (CEO).
III- Atenção Hospitalar e de Urgência e Emergência: devem responsabilizar-se
pelo acolhimento, classificação de risco e cuidado nas situações de urgência e
emergência das pessoas com deficiência; instituir equipes de referência em
reabilitação em portas hospitalares de urgência e emergência vinculadas à ação pré-
deficiência; ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde para pessoa com
deficiência em leitos de reabilitação hospitalar; ampliar o acesso regulado da atenção à
saúde para pessoas com deficiência em hospitais de reabilitação; e ampliar o acesso às
urgências e emergências odontológicas, bem como ao atendimento sob sedação ou
anestesia geral, adequando centros cirúrgicos e equipes para este fim.
16
Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/sas/sapd/area.cfm?id_area=915 Acesso em:
02/06/2013
86
Recomendações
87
Recomendações
88
Contatos
89
Referências
90
6 Referências bibliográficas
Bjarnason-Wehrens B, McGee H, Zwisler AD, Piepoli MF, Benzer W, Schmid JP, Dendale
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Secretaria de Direitos Humanos. Brasília : Secretaria Especial dos Direitos Humanos
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91
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Chen JJ. Yang RK. The Future of UIHC Rehabilitation Services: Defining and Measuring
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Doentes com Dor Crônica. In: Teixeira MJ. Dor Manual para o clínico. Rio de Janeiro:
Atheneu, 2007.
94
Apêndices
95
Apêndice 1 -Instrumento de avaliação das referências
96
Apêndice 2
Instrumento de descrição dos dados
Afiliação Objetivo do Tipo de Método de Tipo de Tipo de Força de Modelo de
N Título Ano Autor(es) País Idioma Resultado
dos autores estudo estudo coleta de dados serviço reabilitação trabalho serviço
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
97
Apêndice 3
Estratégias de busca por base de dado
98
Apêndice 4
Indicadores aos serviços do atendimento de reabilitação (Ribeiro e Barter (2010)
Proporção de unidades que possuem mecanismos próprios ou integração com
a rede de serviços para suporte para laboratório de radiologia e de patologia
clínica.
Proporção de unidades que possuem protocolos para o atendimento de
reabilitação aos idosos vítimas de acidentes/ violências.
Proporção de unidades de referência que realizam as principais atividades
propostas para seu nível de complexidade.
Proporção de unidades que realizam atividades voltadas para reinserção na
vida comunitária, ações de promoção do autocuidado, ações de fomento da
rede de solidariedade para idosos frágeis e sua família e ações de estímulo à
participação dos idosos em grupos de terceira idade, conselhos comunitários.
Proporção de unidades que possuem equipes multidisciplinares para a
reabilitação domiciliar dos idosos vítimas de acidentes e violências.
Proporção de unidades que oferecem uma abordagem preventiva com
aplicação de instrumentos de avaliação e testes de triagem para detecção de
distúrbios cognitivos, visuais, mobilidade, audição, depressão,
comprometimento da funcionalidade, distúrbios nutricionais e isolamento
social.
Proporção de unidades cujos profissionais recebem capacitação para
identificação e atendimento dos casos de idosos vítimas de acidentes e
violência.
Índice de recursos humanos de unidades primárias para atendimento ao idoso
– Proporção de unidades primárias que possuem equipe mínima de
profissionais indispensáveis para seu funcionamento; e que possuem
profissionais com formação em gerontologia/geriatria.
Índice de recursos humanos de unidades intermediárias para atendimento ao
idoso – Proporção de unidades intermediárias que possuem equipe mínima de
99
profissionais indispensáveis para seu funcionamento; e que possuem
profissionais com formação em gerontologia/geriatria.
Índice de recursos humanos de unidades de referência para atendimento ao
idoso – Proporção de unidades de referência que possuem equipe mínima de
profissionais indispensáveis para seu funcionamento; e que possuem
profissionais com formação em gerontologia/geriatria.
Índice de integração da unidade/serviço com a rede – Proporção de unidades
que possuem integração com equipes do PSF visando à manutenção da
capacidade funcional do idoso; e recebem ou encaminham pacientes do
PSF/Pacs, CAPs, hospitais gerais, psiquiátricos, unidades de saúde, Ministério
Público, delegacias, conselhos de direitos, Secretaria de
Desenvolvimento/Assistência/Ação Social.
Índice de registro e análise dos dados – Proporção de unidades que realizam o
registro do atendimento aos acidentes/violências classificados de acordo com a
CID-10 e que fazem análise sistemática deles.
100
Anexos
101
Anexo 1