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SUJEITO

Classificações
Sujeito
Vimos que sujeito é o termo da oração, de natureza
substantiva, que está em concordância com o verbo;
exercendo o papel de argumento externo desse
predicador.

Os alunos entregaram os trabalhos solicitados.


Classificação do Sujeito
SUJEITO DETERMINADO: É aquele que se pode identificar com precisão a partir da
concordância verbal.
Pode ser:
a) Simples
Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo.
A rua estava deserta.
b) Composto
Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo.
Tênis e natação são ótimos exercícios físicos.
c) Desinencial ou implícito ( Oculto)
É determinado por meio da desinência verbal de pessoa
Dispensamos todos os funcionários.
Classificação do Sujeito
SUJEITO INDETERMINADO: É aquele que, embora existindo, não se pode determinar
nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três
maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração:
a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:
O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum
termo identificado anteriormente (nem em outra oração):
Por exemplo:
Procuraram você por todos os lugares.
Estão pedindo seu documento na entrada da festa.
OBSERVAÇÃO
Marcia e Marcelo estiveram aqui. Procuraram você por todos os lugares.
Neste caso, o sujeito será determinado composto, visto que podemos recuperá-lo
na oração anterior.
Classificação do Sujeito
SUJEITO INDETERMINADO:
b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se:
O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de
indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não
apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de
ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.

Exemplos:
Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)
Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto)
No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação)
Entendendo a partícula Se
As construções em que ocorre a partícula se
podem apresentar algumas dificuldades quanto à No caso a, o se é uma partícula
classificação do sujeito. apassivadora e o verbo está na voz
passiva sintética, concordando com o
sujeito. Observe a transformação das
Veja: frases para a voz passiva analítica:
a) Aprovou-se o novo candidato.
( Verbo T.D)
O novo candidato foi aprovado.
Sujeito paciente
Sujeito
Aprovaram-se os novos candidatos. Os novos candidatos foram aprovados.
Sujeito Sujeito paciente
b) Precisa-se de professor. (Sujeito Indeterminado)
No caso b, se é índice de
(Verbo T. I.) indeterminação do sujeito e o verbo está
Precisa-se de professores. (Sujeito Indeterminado) na voz ativa. Nessas construções, o
sujeito é indeterminado e o verbo fica
sempre na 3ª pessoa do singular.
Classificação do Sujeito
SUJEITO INDETERMINADO

c) Com o verbo no infinitivo impessoal:


Por exemplo:
Era penoso/ estudar todo aquele conteúdo. ( oração S. Substantiva Subjetiva
reduzida do infinitivo)
É triste/ assistir a estas cenas tão trágicas. ( oração S. Substantiva Subjetiva
reduzida do infinitivo)
Classificação do Sujeito
Oração sem sujeito
Uma oração sem sujeito é formada apenas pelo predicado e articula-se a
partir de um verbo impessoal. Observe a estrutura destas orações:

Sujeito Predicado
X Havia formigas na casa.
X Nevou muito este ano em Nova Iorque.
A indeterminação do sujeito é uma noção semântica
Apesar de julgar desnecessárias as nomenclaturas de classificação do sujeito, uma vez que nada
acrescentam de importante sobre o uso da língua, Inez Sautchuk afirma que a indeterminação do
sujeito acontece contextualmente, quando desconhecemos sua identidade ou desejamos que ela
permaneça desconhecida e embora ele exista sintaticamente, sua ocorrência não é explícita na
oração.

Vejamos o exemplo citado pela autora “ Naquela noite, provocaram a reação da polícia. ” Sim,
naquela noite, (eles/elas/vocês) provocaram a reação da polícia. ”

Duarte, afirma que a indeterminação do sujeito é uma noção semântica e diz que o conceito de
sujeito indeterminado só faz sentido em oposição ao conceito de sujeito determinado. Sendo
assim, sua proposta para classificar determinação ou indeterminação do sujeito seria pautada no
critério forma/estrutura, o sujeito pode vir expresso ou não expresso e no critério da referência (
valor semântico), o sujeito pode ter referência definida não expressa “ Fomos ao teatro” ou
expressa Nós fomos ao teatro, indefinida não expressa “ Roubaram as rosas do jardim” ou
expressa “ Eles roubaram as rosas do jardim” ou ainda não ter qualquer referência “ Choveu
muito”, constituindo o que a GT denomina oração sem sujeito.
Tudo vai depender a intenção comunicativa.
Classificação do Sujeito
Oração sem sujeito
É possível constatar que as orações não têm sujeito quando:
➢ Constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado.
➢ O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-se no processo verbal.

Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com:

a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza:


Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc.
Por exemplo:
Choveu muito no inverno passado.
Amanheceu antes do horário previsto.

Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado.
Por exemplo:
Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito)
Já amanheci cansado. (eu=sujeito)
b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia de
tempo ou fenômenos meteorológicos:
Ser:
É noite. (Período do dia)
Eram duas horas da manhã. (Hora)
Obs.: ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o
acompanha. (É uma hora/ São nove horas)
Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)
Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra
dia, ou então irá para o plural, concordando com o número de dias.
Estar:
Está tarde. (Tempo)
Está muito quente.(Temperatura)

Fazer:
Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido)
Fez 39° C ontem. (Temperatura)

Haver:
Não a vejo há anos. (Tempo decorrido)
Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)
O sujeito no texto
O gênero anúncio utiliza-se uma estrutura frasal
própria: a voz passiva sintética (Procuram-se
ideias) e o sujeito indeterminado ( Paga-se bem).
Apesar de as duas orações serem classificadas de
modos diferentes pela gramática, o usuário da
língua interpreta-as da mesma forma: ambas dão
a ideia de impessoalidade.
Sempre que o mais importante seja revelar a
ação, e não aquele que a pratica (como em um
anúncio classificado), são utilizadas tanto a voz
passiva sintética quanto orações com sujeito
indeterminado, pois ambas as estruturas servem
para ocultar a identidade do agente.
O sujeito no texto
A crítica à arte feita pelo personagem é, na
verdade o centro da crítica feita pelo cartunista, ou
seja, crítica ao senso comum e a falta de criticidade
na leitura.
Ao fazer a crítica, o personagem utiliza a construção
textual de sujeito indeterminado
“ Pintam um quadro com um rombo no meio e
acham que é obra-prima,,,” Essa estrutura, além de
demonstrar certo distanciamento em relação à arte
moderna ( falta de conhecimento por parte do
leitor), coloca o foco nas ações “ pintam e acham”,
que ao serem correlacionadas com a legenda da
arte “Peça orçamentária realista”, corrobora para a
compreensão da crítica contida na charge: A falta
de criticidade do senso comum.
Cientistas encontram provas
irrefutáveis de que a terra é plana
Os terraplanistas tinham razão. A Nasa divulgou hoje o verdadeiro
vídeo que prova que a terra é plana. O material vinha sendo escondido
de todos, mas a trama foi desmascarada por um grupo de
terraplanistas americano.
Eles conseguiram hackear o sistema da agência espacial. Para isso,
compraram um supercomputador que custou vinte bilhões de dólares.
O dinheiro não foi problema porque eles aplicaram o método da Betina
para levantar fundos.
A ideia de invadir os computadores foi dada pela boneca Momo,
embutida em vídeos populares entre os terraplanistas. Ela começou a
aparecer no dia em que o Brasil vendeu a Copa aos Estados Unidos.

O gênero textual notícia pressupõe a escolha textual de sujeito determinado, visto que o
objetivo desse tipo de texto é narrar fatos.
Gênero anúncio publicitário

A troca de construção da
estrutura sintática tem a ver com
a intencionalidade do autor:

Ao escolher a estrutura de
sujeito desinencial o leitor
pressupõe um “nós” que o levará
a marca Artex.
Seguida pela construção do
sujeito determinado “ A gente”,
uma forma coloquial que
pressupõe proximidade do leitor
com a marca.
Memórias de um sargento de milícias
A obra conta as aventuras de Leonardo* ou Leonardinho, filho ilegítimo dos portugueses Leonardo Pataca
e Maria da Hortaliça. Como os pais não desejassem criá-lo, Leonardo fica por conta de seu padrinho (um
barbeiro) e de sua madrinha (uma parteira), após a separação dos seus progenitores.
Sempre metido em travessuras, desde cedo Leonardo mostra-se um grande malandro. Já moço
, apaixona-se por Luisinha**, mas põe o romance a perder quando se envolve com a mulata Vidinha. A
primeira decide, então, casar-se com outro. Tempos depois, Leonardo é preso pelo Major
Vidigal, enfrenta diversos problemas, mas acaba sargento de milícias. Quando da viuvez de
Luisinha, reaproxima-se da moça. Os dois casam-se e Leonardo é reabilitado. [...]
◦ Uol Vestibular. Disponível em: <http://mod.lk/3671c>.
Acesso em: 5 jun. 2017. (Fragmento).
repetição do sujeito determinado = elemento coesivo de retomada e ênfase para o personagem
Sujeito implícito na desinência verbal = ênfase para as ações do personagem
substituição do sujeito por expressão semanticamente relacionada = elemento coesivo de retomada de
termos anteriores

04/05/2021

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