Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
No mundo das Ideias existe o Demiurgo, uma divindade, o Deus para Platão. Com ele
também estão presentes as Ideias, as formas perfeitas, originais, de cada coisa que nós
vemos no mundo material: a Ideia da arvore, do cavalo, do belo, do justo.
Fora do mundo inteligível existia uma matéria informe, chamada chorna. Nela, o
Demiurgo cria o mundo material tomando as Ideias como modelo. Ele imprime a Ideia na
chorna como aquele põe a massa na forma para fazer biscoito. Continuando essa analogia,
de cada forma (Ideia) ele fez vários biscoitos.
Sendo assim, vê-se que o mundo material é uma cópia, impressão, representação do
mundo sensível. As coisas que existem lá de forma perfeita, única, ideal possuem
representações no mundo sensível.
Porém, como sabemos, a cópia nunca é igual a original, existindo várias cópias
veremos muitas representações diferentes de uma mesma Ideia. Tomando o exemplo da
árvore: existe uma Ideia arvore, uma forma perfeita, completa, e existe as várias cópias no
mundo sensível, arvore grande ou pequena, tronco mais reto ou mais inclinado.
Junto do corpo a alma está em contato com o mundo material, com as representações
do mundo das Ideias. É no contato com as cópias que a alma pode entrar em um processo
de recordação, reminiscência. Para fazer isso e chegar novamente ao conhecimento das
Ideias em si ela deve fazer um esforço dialético, da razão, do pensamento próprio da
filosofia, ou melhor, do filósofo.
Para realizar esse feito o homem deve passar da Eikasia, que é a percepção primeira
das coisas que existem, as nossas sensações, e da Pístis que é o processo de formação de
hipóteses, crenças, opiniões que fazem parte do conhecimento meramente sensível.
Prosseguindo com esse esforço dialético chega-se a Diánoia, que é o conhecimento
matemático, primeiro estágio de conhecimento que sai do mundo sensível, para, por fim,
poder chegar ao último estágio, o mais sublime, a Noésis, que é a contemplação das
Ideias.
Conclui-se, portanto, que para passar por esse processo dialético, próprio do
verdadeiro filósofo, para conduzir a alma do homem novamente para o conhecimento das
Ideias, da verdade, é preciso afastar-se das aparências do mundo sensível, que muitas
vezes pode nos enganar, e conduzi-la novamente para o além do aparente, para onde está a
verdade de fato.