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Começamos este texto com um problema: a aporia eleática, uma gigantesca questão da
filosofia que surgiu há muito tempo, mais ou menos 500 anos a.C., com os primeiros filósofos
chamados pré-socráticos. Esse problema filosófico diz respeito ao questionamento sobre o
que muda e o que permanece nas coisas que existem. Os filósofos responsáveis pelo
surgimento desta aporia foram Heráclito e Parmênides.
O primeiro, observando a natureza, percebeu como a vida nasce, cresce e morre, o dia
começa e termina, a água flui na correnteza e concluiu que tudo está em constante mudança,
tudo flui, e a isso ele chamava devir. Porém, mesmo percebendo a mudança, sabemos que
algo deve permanecer, exemplo: Joãozinho foi bebê e hoje é adulto, mudou, mas não deixou
de ser Joãozinho.
A aporia eleática surge diante disso. Nossa razão conclui que algo deve permanecer,
mas os nossos sentidos percebem que as coisas mudam. Então, eis o problema: o que muda
e o que permanece? Os filósofos posteriores tentarão responder essa pergunta.
Comecemos a falar sobre o tema do racionalismo ético. Ética diz respeito à forma
como devemos viver, o que é bom e faz bem para os homens. Para Sócrates o homem é sua
alma (razão) e o que é bom e faz bem para ela é o exercício da racionalidade e o
conhecimento. Dessa forma, o viver ético identifica-se com a capacidade de conhecer e,
logicamente, o viver imoral, o que é mau e faz mal, corresponde à ignorância, ao não uso da
razão.
Assim sendo, chega-se ao princípio moral socrático: quem conhece faz o bem e vive
eticamente, quem é ignorante vive imoralmente, peca por não saber o que é bom e não por
pura maldade. Apesar de fazer sentido, essa explicação perde força se observarmos o que
acontece na prática, pois, mesmo sabendo o que é certo, bom, ético, as vezes fazemos o
contrário, pois não basta saber, é preciso ter a vontade de fazer e o autocontrole diante do
que não deve ser feito.