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TECNOLOGIA DE COSTURA E MODELAGEM Módulo 1777

FORMADORA. Maria Teresa de Paiva Lages

1. Tecnologia de costura e modelagem

Sumário:

1. MODELAGEM
Surgimento
Definição
A importância da modelagem no mercado da moda
Antropometria
Conhecimentos básicos para o início do trabalho de modelagem
Materiais de modelagem
2. ESTILISTA, MODELISTA E PILOTEIRA 16 DRAPING
Preparação do tecido
Desenvolvimento do draping (molde) da saia básica
Planificação da saia básica
Molde do corpo
Planificação do corpo
3. LINHAS
4. AGULHAS DE MÃO
5. PONTOS À MÃO
6. MÁQUINAS DE COSTURA
Regulagens que podem ser feitas na overlock e galoneira
Regulagens que podem ser feitas na reta
Introdução a máquina de costura reta doméstica
Enfiamento da linha na parte superior
Enrolamento da bobina
Escolha da agulha, linha e comprimento do ponto adequado
Pressão e avanço
7. PREPARAÇÃO PARA O CORTE
8. COMO EXECUTAR UMA COSTURA
Pences
Aselhas
Viés
Embebimento
Bolsos
9. EXERCICIOS
Exercício 1- tipos de costuras
Exercício 2 - pregas e bainhas
Exercício 3 - bolsos

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10. Exercício
Estudo do corpo básico feminino
Fontes

Modelagem Surgimento

Os primeiros sinais do surgimento da


modelagem propriamente dita datam do século
XVIII. Aparecem os primeiros catálogos de
roupas prontas à venda, em Hamburgo,
enquanto em Paris, no ano de 1770, Dartigalongue
declara estar apto a fornecer vestuário em todos os
tamanhos e modelos, porém, sua produção permaneceria manual
e de modo arcaico. A industrialização permanecia distante do
setor do vestuário, o que se estendeu ao longo do século XIX.
Entretanto, com o desenvolvimento das cidades e o aumento
significativo no volume de habitantes exigiam o estabelecimento
de novos direcionamentos neste segmento. Composto, em sua
maioria, por homens do campo, que buscavam empregos nas
novas fábricas, visto que a subsistência nos campos se apresentava
em declínio, a indústria foi, para essa classe da população, uma nova possibilidade de trabalho.
Com poucos recursos, essa fatia da população buscava um vestuário barato. Fato este serviu de
estímulo ao desenvolvimento da indústria do vestuário, a fim de atender as necessidades desse
novo grupo de habitantes nas cidades. Porém, muitas dificuldades viriam, pois para a produção em
série, fator primordial seria uma tabela de medidas. Para Mello (2006), pode-se afirmar que o
estabelecimento de medidas, embora de modo incipiente, deu-se com a necessidade de fabricar
uniformes militares, ainda no século XVIII, com grande diferenciação de modelos, para atender
exércitos com quadros profissionais definidos e regulamentação rígida. Porém, durante o século
XIX, esta situação permaneceu sem muitos progressos, embora a indústria têxtil se apresentasse
em pleno avanço tecnológico. Definição A modelagem é a técnica responsável pela construção de
peças do vestuário, através de leitura e interpretação de modelos específicos. Tal procedimento
implica na tradução das formas da vestimenta, estudo da silhueta,
tecidos entre outros elementos da peça a ser produzida.

1. A modelagem pode ser desenvolvida em dois planos:


– Bidimensional e tridimensional.

O primeiro, denominado como modelagem plana industrial,


consiste na arte e técnica da construção de peças a partir do
estudo anatômico do corpo humano, utilizando os princípios da

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geometria para o traçado de diagramas que resultarão em formas a envolver o corpo. Pode ser
produzida manualmente sobre papel ou utilizando sistema CAD/CAM (Computer aided design/
Computer aided manufacturing), denominada
Modelagem Computadorizada ou Modelagem
Assistida por Computador. Oriunda da
modelagem plana, a Modelagem
Computadorizada – CAD/CAM utiliza os
mesmos princípios, porém, subsidiada pela
tecnologia. O processo de modelagem
computadorizada representa o conceito de
modernização e otimização tecnológica,
proporcionando maior agilidade no processo,
precisão nas medidas e consequentemente gerando mais lucratividade a indústria de coinfecções.
No plano tridimensional, essa técnica também conhecida como moulage, derivada de “moule”
palavra francesa que significa forma, ou draping, outra denominação originada do inglês – a base a
ser trabalhada é o tecido ou tela, assim chamado. Nessa
técnica, a modelagem é desenvolvida sobre o próprio
corpo ou busto de costura industrial, que possibilita a
visualização do corpo em três dimensões: altura,
largura e profundidade, diferenciando-se da
modelagem plana que utiliza apenas a altura e largura a
partir de medidas adquiridas do corpo humano. Apesar
de serem distintas, atualmente uma modalidade
depende da outra. Muitos modelistas associam as duas
técnicas a fim de obter maior precisão e agilidade em
determinados trabalhos a serem modelados. Além
disso, com o advento da industrialização e a
necessidade da produção em série, a modelagem tridimensional após aprovação é transportada
para o plano bidimensional, possibilitando assim a produção em escala industrial atendendo a toda
grade de tamanhos, por meio do método de graduação.

2. A importância da modelagem no mercado da moda. Técnica responsável pela construção de


peças do vestuário, a modelagem é a estrutura da roupa. É ela que dará a forma, os volumes, o
caimento perfeito, quando bem executada. Etapa fundamental na concretização da criação do
estilista, o amplo conhecimento nessa arte possibilita soluções na interpretação dos modelos a
serem produzidos. A modelagem é a verdadeira “arquitetura” da roupa: é um trabalho que exige
ao mesmo tempo conhecimento, habilidade técnica e senso estético no sentido de criar algo
original e ao mesmo tempo usável. Conhecimentos em modelagem não se limitam apenas aos
modelistas, mas é de extrema importância que os criadores também dominem esta técnica. O
processo de criação deve estar sempre ligado à execução; além disso, muitos estilistas partem da
modelagem quando vão criar uma coleção. Para o estilista, o especto fundamental na construção
das peças, a modelagem é o esqueleto da roupa e é a partir dela que uma roupa se sustenta. Além
disso, acredita-se que é

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Importante que o estilista conheça a base de modelagem, facilitando o diálogo entre criação e
execução. Por sua vez, o estilista começa parte das suas coleções, pela modelagem tridimensional,
na maioria das vezes. Acredita-se que só assim é possível entender o que realmente funciona,
descobrir novas possibilidades, além de solucionar problemas futuros que a modelagem pode vir a
apresentar. As escolas de moda em Portugal e do mundo responsáveis pela formação de novos
profissionais desenvolvem um importante papel, colocando-os
no mercado, aptos a produzir moda com design e qualidade.
Ainda assim, a presença desses profissionais experientes em
modelagem é escassa. A pouca demanda de profissionais neste
setor no mercado é algo negativo, fator que reflete uma
necessidade urgente por mudanças como a profissionalização do
setor e a consciência da importância desta função para o novo
estilista. A capacitação e a maior oferta no mercado desse
profissional da moda possibilitam mais agilidade no
desenvolvimento e produção das coleções, uma vez que o
conhecimento na área de moda facilita a comunicação entre os
setores na indústria do vestuário.

3. Antropometria Derivada de Anthropos – a palavra grega significa “homem”, “ser humano” e


metrikos – que tem o sentido de justa proporção, a antropometria é o processo ou técnica de
mensuração do corpo humano ou de várias partes. O
aparecimento da antropometria na história da civilização
não é recente. Na era romana, a antropometria e o
design eram considerados como relacionados. Para
Marcus Vitruvius Pollio, teórico e arquiteto romano que
viveu no século I a.C., o design de edifícios deveria ser
baseado em certos princípios estéticos pré-estabelecidos
do corpo humano. Vitruvius criou o sistema de
proporções humanas mais detalhado que se tem
conhecimento dos tempos clássicos. No renascimento,
período de valorização da teoria da estética, Leonardo
da Vinci (1452-1519) desenvolveu um desenho, onde o homem é mostrado inscrito dentro de
um quadrado e um círculo, inspirado no livro romano Vitruvius, que explica a relação entre a
simetria e a perfeição das proporções do corpo humano. Mas foi no final do século XIX e o
início do século XX que houve um desenvolvimento da ciência antropométrica.
4. A necessidade de conhecer e classificar a raça humana de acordo com a estrutura física do
corpo incentivou nomes como H. Gugliemo Compaign, alfaiate francês e um dos pioneiros da
antropometria moderna, a desenvolver um quadro comparativo das idades e do crescimento,
onde foram demonstradas as transformações graduais do corpo humano, desde o
nascimento até a velhice e como as partes do corpo crescem proporcionalmente entre si.
Com conhecimentos de matemática e

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geometria, o francês partiu do princípio de que, se é possível a redução de qualquer objeto, o
mesmo poderia ocorrer com o traçado determinado molde. O molde de uma peça poderia ser
reduzido ou ampliado de acordo com a medida desejada. Nos anos
40, as medidas começaram a ganhar importância.

A necessidade de produção em massa pelas indústrias levou


Willian Sheldon (1940) a desenvolver um estudo mais
detalhado do corpo humano, com peso e altura da população,
além de fotografias dos indivíduos de frente, de perfil e de
costas. Esse estudo possibilitou a Sheldon determinar três
tipos básicos com características dominantes endromorfo,
mesomorfo e ectomorfo. Porém, a maioria dos indivíduos não
se enquadra rigorosamente em um único tipo básico,
apresentando características de mais de um tipo, podendo ser
meso-endomorfos, endo-ectomorfos, ecto-mesomórficos, etc.
Apesar da enorme
variação na aparência externa dos seres humanos, tanto
em diâmetro como no alongamento, todos os corpos
possuem a mesma estrutura, são compostos por ossos,
músculos, gorduras, vísceras, fluídos, determinando a
massa corporal. Porém, pode haver diferenciações
decorrentes do tamanho do esqueleto, da forma dos
músculos, da espessura da camada de gordura abaixo da
pele, da elasticidade da pele ou do excesso desta, da idade
e sexo do indivíduo. Segundo Weerdmeester (1995), quanto ao biótipo, caracteres hereditários
que definem grupos pela inter-relação, os corpos humanos podem subdividir-se em três tipos:
- corpo longilíneo, possui tórax alongado, estatura alta, membros longos; - corpo brevilíneo,
apresenta membros curtos em relação ao tórax com grande diâmetro, estatura baixa e
pescoço curto ressaltando a largura; - corpo médio, com membros e tórax dentro da
normalidade, caracteriza-se pela harmonia entre verticalidade e horizontalidade. As
características antropométricas da população são subdivididas em dois tipos: dados
antropométricos estáticos e dados antropométricos dinâmicos.

o O primeiro, também conhecido como estrutural, diz respeito às dimensões estruturais


fixas do corpo humano.
o O segundo, nomeado também como funcional, diferentemente dos dados estáticos, a
medida pode ser de uma extensão de movimento de uma articulação ou da forma das
várias ações da articulação.

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Para levantamento de medidas antropométricas são necessários alguns passos fundamentais.

o Em primeiro lugar, é necessário definir os objetivos do levantamento.


o Em seguida, é necessário definir as medidas a serem levantadas, escolher o método de
medida e selecionar a amostra.
o E enfim, realizar a tiragem das medidas e, caso haja necessidade, realizar uma análise
estatística.

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Existem duas maneiras para aferir a medição do corpo humano.

o A primeira, o sistema mecânico consiste em um processo manual executado por uma


equipe de medição com o uso de antropômetros, balanças, fitas métricas, entre outros.
o A outra, o sistema computadorizado, constituído por cabine equipada com sensores, em
poucos segundos é capaz de ler os contornos físicos, além de identificar mais de cem
medidas do corpo humano.

Tendo em vista que a tabela de medidas antropométricas se


refere sempre a uma determinada população, e nem sempre pode
ser aplicada a outras, as diferenças físicas decorrentes da etnia, da
diferença sexual, da faixa etária e das condições climáticas da
região determinada devem ser levadas em consideração.

 Um grupo étnico, população de indivíduos que fazem


parte de uma região específica, apresenta em comum
certas características físicas que os distinguem de outros
grupos. Porém, a miscigenação – mistura de raças
decorrentes das migrações – é um dos fatores que
influenciam as diferenças humanas.

Quanto ao sexo, homens e mulheres apresentam diferenças


antropométricas significativas, o sexo masculino geralmente
excede a estatura do feminino da mesma origem étnica.

 Outro fator determinante no estudo antropométrico é o


crescimento.

Nas diversas fases da vida o corpo humano sofre alterações na sua forma e dimensões. O peso
aumenta e por volta dos 50 anos nos homens e dos 60 das mulheres, tende a diminuir. Com o
maior acesso aos cuidados médicos nos países mais desenvolvidos e o aumento também nos países
do terceiro mundo para a população idosa, a longevidade está também a aumentar.

 E por fim, as condições climáticas da região estudada.

Nas regiões frias os indivíduos, geralmente, apresentam o contorno do corpo com forma mais
volumosa e arredondada, facilitando a conservação do calor. Enquanto a população de regiões de
climas quentes tende a ter o corpo mais fino e os membros inferiores e superiores mais longos, o
que facilita a troca de calor com o ambiente.

 Vale lembrar que, constantemente, as medidas padronizadas precisam ser revistas, visto
que as mudanças na saúde, na alimentação e nos valores atribuídos ao corpo alteram a
forma e consequentemente as medidas.
5. Como já foi definida anteriormente, a modelagem é uma técnica responsável pela construção
de peças do vestuário; A modelagem plana industrial utiliza os princípios da geometria para
traças os diagramas

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bidimensionais que serão transformados em moldes e, num processo seguinte da tecnologia da
coinfecção, resultarão na peça do vestuário. A construção do
diagrama faze-se através de combinações de retas – horizontais
e verticais e curvas onde são colocadas as medidas do corpo
humano cirando a estrutura da vestimenta. Para tanto, é
necessário conhecer os princípios básicos da geometria, além de
noções de cálculos. A seguir, serão apresentados a definição de
alguns princípios e sua aplicação na modelagem plana industrial.
Ponto Menor representação gráfica de uma coordenada em um
plano. Reta Linha que estabelece a mãos curta distância entre
dois pontos Paralelas Linha equidistante de outra em toda a sua
extensão. Paralelas verticais Paralelas horizontais Paralelas para
construção do revel Ângulos Figura formada por duas semi-retas
que partem do mesmo ponto Ângulo 30° Ângulo 45° Ângulo 60°
Ângulo reto (90°) Perpendicular Diz-se da linha perpendicular a
reta que forma ângulos adjacentes iguais com outra no ato da
intersecção.

Formas geométricas:

 Quadrado Quadrilátero de lados iguais e ângulos retos.


 Retângulo Quadrilátero composto por ângulos retos, com dois lados iguais e dois
diferentes.
 Círculo Superfície plana, limitada por uma circunferência
 Triângulo Polígono composto por três ângulos e três lados.
 Triangulo equilátero – apresenta três ângulos iguais.
 Triangulo isósceles – dois lados iguais entre si
 Triangulo retângulo – apresenta um ângulo reto

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6. Materiais de modelagem.

O desenvolvimento do trabalho de modelagem, o modelista deverá ter à sua disposição alguns


materiais de apoio, que irão agilizar a construção dos moldes.

- Instrumentos necessários para a execução da modelagem:

 Régua milimétrica de 1 metro. O ideal e a fabricada em aço, pois é mais precisa.


Porém as de acrílico também suprem as necessidades.
 Régua de alfaiate geralmente encontrada em acrílico e madeira; a primeira é mais
indicada, pois não sofre deformações com o tempo. Será utilizada no traçado de
curvas longas
 Curva francesa a curva francesa apresenta vários tipos de curvas e será utilizada

no traçado de decotes, cavas, cabeças de manga entre outras curvaturas pequenas.


Comercialmente é encontrada em diversos tamanhos. No entanto para o trabalho de modelagem
recomenda-se a referência n° 1118.

 Jogo de esquadros Composto por dois esquadros, sendo o primeiro com o


ângulo

de 90° e dois de 45° cada e o segundo com ângulo de 90°, 60° e 30°. Utilizados para traçamentos de
pontos, marcação de ângulos e traçado de perpendiculares, é indicado adquiri-lo em tamanhos
grandes para facilitar o trabalho.

 Fita métrica Ferramenta indispensável no departamento de modelagem, as fitas

métricas são na maioria das vezes de 150 cm. É essencial que seja de boa qualidade para que não
haja problemas, quanto à precisão das medidas.

 Lapiseira e borracha como a modelagem é uma técnica de precisão, aconselha-se

que o trabalho seja desenvolvido utilizando lapiseira para um traçado fino e perfeito. O ideal é que
os traçados de construção sejam feitos com grafite 0,5 e o contorno final do molde com 0,7 para
ficar em evidência. Além disso, borracha macia é indispensável.

 Tesoura. É importante que o modelista tenha a disposição uma tesoura somente

para o corte de moldes. Jamais utilizar tesouras destinadas ao corte de tecido, pois o papel
costuma fazer com que a tesoura perca o corte.

 Carretilha Ferramenta composta por uma roda metálica giratória serrilhada ou

dentada é indicada para fazer marcações no molde.

 Alicate de picote Ferramenta que possibilita eficiência, rapidez e precisão na

execução de piques e sinalizações, o alicate de picote é muito utilizado na produção de


modelagens.

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 Calculadora por se tratar de uma atividade que envolve muitos cálculos, é

importante que o modelista tenha uma calculadora em mãos para agilizar o processo.

 Vazador e perfurador. Esses materiais são de grande importância na

nomenclatura de moldes industriais. Serão utilizados na sinalização de pences, marcações de


bolsos, entre outros detalhes que possa vir a ter

 Papel pardo uma sugestão de

papel facilmente encontrado no mercado é o papel


craft ou pardo.

Para o desenvolvimento de modelagens aconselha-


se usar rolo de metro, podendo ser em folhas ou
bobinas. Porém, após aprovadas e feitas as devidas
correções, na indústria esses moldes são
transportados para um papel de maior espessura
ou
chapas
de plástico, tornando-os mais duráveis e de melhor
manuseio pelo setor de corte.

7. ESTILISTA, MODELISTA E PILOTEIRA O estilista é o


profissional que cria o modelo, baseando-se em
pesquisas de tendências de moda ou simplesmente
lança a sua própria tendência. Muitas vezes o
estilista não tem noções de modelagem, corte e
costura; ele simplesmente traça no papel a ideia do
modelo sem planejamento e sem saber da
viabilidade de sucesso do mesmo, cabendo posteriormente ao modelista tornar a ideia
concreta. Algumas vezes pode ocorrer que, ao modelar a peça, ela se revele sem a beleza e a
elegância mostrada no desenho ou até mesmo pode ser impossível de concretizar a ideia
proposta. O ideal é que o estilista seja o próprio modelista ou que tenha noções (mesmo que
mínimas) de modelagem, para poder ao menos imaginar o efeito da peça pronta e indicar
exatamente no desenho os
recortes, pences e costuras
desejados, evitando, assim,
possíveis erros e até mesmo
frustrações por não realizar tal
modelo como gostaria. O
modelista por sua vez, pode ser
responsável pelo sucesso ou pelo
fracasso de uma coleção, pois nem

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sempre o modelo da roupa é o principal, mas sim o vestir bem. Ele deve estar sempre
atualizado com as tendências de moda, pois modelar exige habilidade e muita observação
estética. Enfim,

quando o estilista não for o próprio modelista, é imprescindível para o sucesso de uma coleção que
estes dois profissionais trabalhem em sincronia, esclarecendo todos os detalhes pertinentes ao
modelo e eventuais dúvidas. Depois de modelada a peça, é hora de executar o protótipo (peça-
piloto). Esta função cabe a piloteia, que deve ser capaz de analisar o produto e entender
juntamente com o modelista as dificuldades
encontradas ao costurar a peça e propor alterações
que a tornem mais fácil de se produzir. A piloteia irá
ver os defeitos a serem corrigidos e o
comportamento dos tecidos na máquina, tipos de
máquinas que devem ser usadas para costurar cada
peça. O protótipo deve ser aprovado com
experimentações no fim de se, verificar as medidas

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corretas, se veste bem ou não, se precisa ser feito ajustes ou dar folgas, se tem bom caimento e a
qualidade.

 DRAPING – Fundamentos de Design de Moda – Richard Sorger e Jenny Udale


Materiais: - morim / algodão cru (1m) - Alfinetes - Tesoura (para tecido e para
papel) - Fita métrica - Régua e esquadro - Lápis e borracha - Carretilha - EVA -
Papel carbono (1 folha) - 1,50m de fita de gorgorão de 1cm.
TIPOS DE MORIM O Morim é um tecido de algodão cardado e com uma
construção leve. Normalmente branco, compreende tecidos de diferentes
características, onde quanto menor a fibra usada, melhor será a qualidade do
tecido produzido. Há diferentes tipos de texturas, variando assim a utilidade do
tecido para o Draping(ou prova em busto):
 Morim leve - é utilizado para fazer blusas, vestidos e lingerie
 Morim médio – utilizado para a maioria das roupas
 Morim pesado – utilizado para jaquetas e casacos preparando o tecido

1. Faça um pequeno corte com a tesoura para


emparelhar o tecido

2. Rasgue-o no sentido oposto do fio fora a fora

3. Meça o tecido no sentido do fio para uma medida


de comprimento desejada

4. Ao encontrar a medida necessária, faça o outro pique e rasgue o tecido (não esqueça de deixar
uma margem)

5. Estique o tecido sempre de um canto para o outro oposto. Use um esquadro para ver se o
tecido está reto

6. Passe o tecido a ferro no sentido da largura e depois no comprimento, cuidado para não
deformar.

8. Desenvolvimento do draping (Molde) da saia básica


primeiro faça as marcações no manequim com fita de
cetim presas por alfinetes:

- Linha da cintura

- Linha do quadril

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- Linhas princesa (frente e costas)

- Linha do centro da frente e das costas

- Linhas laterais

PREPARAR O TECIDO

1. No comprimento

– Meça da linha da cintura até a medida desejada de comprimento e acrescente 3,5cm para cada
lado (margem)

2. Na largura

– Meça do centro até a lateral sobre a linha do quadril e acrescente 3,5cm de margem para cada
lado.

3. No sentido da altura, marque a margem de 3,5cm e trace uma reta de cima abaixo (este será o
centro da frente).

o Meça 3,5cm para baixo no início da linha e marque um ponto (este será a linha da cintura).
o Meça da linha da cintura até o quadril e marque o mesmo no tecido, com o esquadro e
traçar uma linha paralela que vai formar a linha do quadril.
o Nesta linha marque a medida de metade do quadril da frente.

DRAPING (MOLDE) DA FRENTE DA SAIA

1. Alinhe o tecido na linha do centro da frente prenda no ponto de encontro com a linha da cintura
e desça até o comprimento.

2. Alfinete o tecido sobre a linha do quadril horizontalmente.

3. Alfinete o tecido sobre a linha lateral, suavizando, a começar debaixo para cima (sentido
comprimento – linha da cintura), acende o tecido sobre a curvatura próxima da cintura.

DESENHO DA LINHA DA CINTURA E PENCES

1. Suavize o tecido na linha da cintura no sentido linha do centro – lateral e alfinete na linha
princesa.

2. Na linha da cintura faça piques na margem excedente


do tecido (cuidado para não cortar demais). Pince a
sobra do tecido sobre a linha princesa e alfinete,
formando assim a pence.

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3. Prenda a pence com alfinetes posicionando-os verticalmente fazendo a pence morrer de forma
suave.

4. Com um lápis, faça pontos sobre a linha lateral na parte da curva, na linha da cintura e em
ambos o lado do pence retire a lateral da frente da saia para fazer as costas DRAPING DAS COSTAS
DA SAIA BÁSICA

1. Prepare o tecido igual como o que preparou o da frente só que utiliza as medidas das costas sem
esquecer da margem de 3,5cm no comprimento e altura

2. Alfinete o tecido na linha do centro das costas, começando na linha da cintura até o
comprimento

3. Prenda o tecido horizontalmente na linha do quadril

4. Alfinete na linha lateral, a começar debaixo para


cima suavizando perto da cintura para realizar a
curvatura

5. A começar do centro das costas, assente o tecido


sobre a linha da cintura até a linha princesa e prenda
com um alfinete

6. Faça piques na margem da cintura para o tecido se


acomodar melhor fase à curvatura

7. Prenda a sobra do tecido na linha da cintura sobre a


linha princesa com outro alfinete, forme a pence. 8.
Repita os processos 3 e 4 da parte da frente da saia

9. Prenda a lateral da saia da frente para realizar


ajustes se necessário

Planificação da saia básica

1. Retire o tecido do manequim

2. Meça a cintura com a fita métrica de pé. A frente e as costas devem ter ¼ da circunferência da
cintura (sem contar a pence)

3. A linha do Centro da Frente e Costas deve ser reta e a linha do quadril deve ficar em um ângulo
de 90 graus partindo delas

4. Desenhe a linha da cintura com uma régua curva

5. Repita os mesmos passos nas costas

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 PENCES
1. Para desenhar a pence utilize uma régua curva
2. Feche a pence, coloque papel carbono debaixo dela (entre os tecidos) e seguindo a curva
passe a carretilha sobre a parte superior do pence, formando assim a margem para a
cintura
3. Trace a curva lateral utilizando a régua de alfaiate
4. Passe a saia a ferro
5. Passe a saia a limpo para o papel utilizando a carretilha e papel carbono.
6. Acrescente as marcações e nomenclaturas

Draping (molde) do corpo primeiro marque as linhas no manequim:

 linha do busto,
 linha lateral,
 linha do decote,
 linhas princesa,
 linha do ombro,
 linha das costas,
 Centro da frente e das costas

PREPARAÇÃO DO TECIDO

Comprimento

1. meça da linha do ombro (ponto mais alto onde a linha se encontra com a linha do decote)
até a linha da cintura, acrescente 3,5cm de margem em cada ponta

Largura

1. meça do centro da frente até a lateral sobre a linha do busto e acrescente 3,5cm em cada
ponta
2. Trace uma linha reta com a margem de 3,5 formando assim a linha do centro da frente,
meça sobre a linha do centro marque o início do decote até a linha do busto, e trace uma
reta perpendicular com o esquadro e medida do busto para seguir a orientação do molde
da frente (MOLDE DA FRENTE)
3. Alinhe o tecido alfinetando siga a reta sobre a linha do centro da frente, comece da
cintura até o pescoço

4. Alfinete o tecido siga horizontalmente sobre a linha do busto


8. DECOTE

a. Assente o tecido sobre o pescoço, corte fora o excesso, mas deixe uma margem onde será feito
piques com a tesoura

b. Alfinete sobre a linha do decote até chegar no ombro (faça mais piques se necessário para
assentar bem o tecido, o mesmo deve deitar suavemente sobre o busto e ombro sem ser esticado)

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PENCE DO OMBRO

1. Coloque um alfinete na linha do ombro onde ela se encontra com a linha princesa
2. Alfinete a lateral do corpo, comece na cava para a cintura (a cava localiza-se 2 dedos acima
da linha do busto)
3. Pince o excesso do tecido do ombro e alfinete na linha princesa (linha do meio) forme a
pence.
4. Prenda com um alfinete.
5. Prenda a pence com alfinetes posicionados verticalmente sobre a linha princesa até o
ponto do busto sem esticar o tecido.
6. Alfinete o resto do ombro

PENCE DA CINTURA

1. Coloque alfinetes sobre a linha da cintura, faça piques com a tesoura para assentar o
tecido
2. Retire os alfinetes e assente o tecido partindo da linha do centro da frente sobre a linha da
cintura, marque com um alfinete sobre a linha princesa para prender
3. Pince a sobra do tecido formando a pence sobre a linha princesa.
4. Alfinete a linha da cintura e a pence que deve morrer suavemente no ponto do busto

MARCAÇÕES SOBRE O TECIDO

A. Com um lápis faça pontos sobre a linha da cintura e lateral. Faça o mesmo em ambos os
lados das pences, decote e ombro
B. Corte o excesso do tecido do ombro
C. Marque com uma pequena reta o final do ombro e a parte inferior da cava (2 dedos
acima da linha do busto) Retire os alfinetes do ombro e da lateral para realizar o molde
das costas

DRAPING DAS COSTAS DO CORPO

Comprimento

1. Meça do ponto mais alto do ombro até a cintura a partir da linha


do Largura

2. Meça do centro das costas até a linha lateral sobre a linha do


busto marque a margem de 3,5cm no centro das costas, depois
marque o ponto do decote sobre esta mesma linha e a linha do
busto utilizando um esquadro e faça o mesmo com a linha das costas.
3. Alinhe o tecido sobre o centro das costas e alfinete da cintura até o pescoço
4. Alfinete sobre a linha do busto horizontalmente
5. Alfinete sobre a linha do decote fazendo piques para o melhor caimento do tecido

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PENCE DO OMBRO

A. Suavize o tecido a partir do ponto do pescoço até a linha princesa. O tecido deve cair
suavemente sem ser esticado na linha do decote
B. Pince o excesso de tecido sobre o ombro e alfinete para formar a pence

PENCE DA CINTURA

a. Prenda o tecido na lateral, sem esticar


b. Prenda a cintura com alfinetes e faça piques na margem para melhor assentar o tecido.
Depois retire os alfinetes
c. Pince a sobra sobre a linha princesa e alfinete em ambos os lados sobre a linha da cintura
d. Alfinete verticalmente a pence

MARCAÇÕES SOBRE O TECIDO

A. Faça pontinhos a lápis marcando a cintura e a lateral


B. Faça pontos em ambos os lados do pence, na linha do decote, ombro.

UNIR FRENTE E COSTAS

A. Una frente e costas, fazendo bater as linhas do busto e cintura.


B. Aplique a fita de gorgorão (fita métrica) sobre a linha da cintura (isto vai facilitar o
traçado da mesma)
C. Uma os ombros com o excesso do tecido colocado para baixo (deixe 2,5cm de margem,
corte fora a medida que sobrar)
D. Aplique alfinetes para prender os ombros cuidando para que os pences estejam
encontrados
E. Com as linhas a encontrarem-se, trace a cava com pontinhos
9. Planificação do corpo
A. Remova o tecido do manequim mantendo a lateral unida (os ombros devem ser
desencaixados)
B. Com as pences fechadas, meça a cintura da frente e das costas para ver se estão de
acordo
C. Com o esquadro, trace uma linha reta de 2,5cm partindo da linha do centro da frente
sobre a cintura
D. Use uma régua curva para continuar a traçar a linha da cintura sobre os pontos. Feche a
pence e trace uma reta para acrescentar a margem

E. Tire os alfinetes do pence. Desenha as pernas do


pence com uma régua reta
F. Retrace a cava com uma régua curva 8.g. Separe
as laterais e retrace-as com uma linha reta.
G. Coloque papel carbono sob a pence do ombro e
passe a carretilha para obter a margem

17
H. Uma os ombros novamente e trace o decote com uma régua curva
I. Analise a cava e retoque se necessário. Recorte os moldes deixando 2cm de margem
(não recorte a margem de 3,5cm do centro da frente e costas
10. LINHAS
A utilização de linhas de costura está dependente do tipo de tecido em que vão ser aplicadas.
Assim, quando se pretende costurar em tecidos de algodão, deve utilizar-se uma linha de
algodão; no caso de um tecido à base de fibras artificiais (sintéticas), é indicado usar-se uma
linha sintética. Para todos os tipos de linha é válida a afirmação de que, quanto maior for o
número da linha (etiqueta ou grossura), menor será a sua espessura. Em linhas de costura, as
mais utilizadas são as
dos números: 30, 40,
50, com
predominância para
este último. É
importante combinar
a cor da linha com a
do tecido. Num tecido
liso, use sempre linha
da mesma cor, mas num tom ligeiramente mais escuro; num tecido estampado ou xadrez,
costure com uma linha de cor igual à predominante.

TIPOS DE LINHAS
 Linha de alinhavar – Linhas para alinhavar de algodão de baixa
resistência, o que lhes permite serem facilmente retiradas dos
trabalhos em que são aplicadas.
 Linha “glacê” (lustrosa) – Linhas de algodão a que um
tratamento aplicado ao revestimento exterior confere uma
maior resistência. Normalmente, são utilizadas em calçados,
malas, encadernação, para pregar botões, encher bordados ou em costura que exige
uma resistência especial. Enquanto para a costura se utilizam os números normais
(24 a 40), para as outras finalidades aplicam-se os números mais baixos (2, 4, etc.)
que correspondem a uma linha muito mais grossa.
 Linha de casear e pespontar – Linhas de seda ou sintéticas, normalmente à venda
para uso doméstico, em pequenos tubos de 10m. Linha de costura

 Em algodão – De modo geral, o nº 50, em branco e preto, é o mais amplamente


utilizado. Pode-se dizer que todas estas linhas, que se destinam tanto para costurar à
mão como à máquina, são mercerizadas. Isto quer dizer que foram sujeitas a um
tratamento final que lhes confere maior brilho no revestimento exterior e elimina
todos os pequenos pelos ou resíduos de fibras de algodão que normalmente
aparecem nos contornos externos. Além do mais, a mercerização é um fator que

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aumenta a solidez da cor, reduzindo as possibilidades de a linha desbotar em
consequência das lavagens efetuadas em condições impróprias.
 Em poliéster – Tipo de linha, muito versátil, de variadas utilizações, tanto para
costurar à mão quanto à máquina. Apesar do seu uso generalizado, é, no entanto,
especialmente recomendada para costurar tecidos sintéticos e de malha (tipo
Jersey). A grossura mais utilizada é a 50.

Tipos de bobinas

 1. Carrinho
 2. tubo
 3. Vicone
 4. Cone 5. Bobina

11. AGULHAS DE MÃO

Número da agulha/etiqueta – (ex: 2/0 – 1 - 3 – 5 – 6 – 7-8 – 9 – 12). Quanto mais alto o número
das agulhas mais finas elas serão. Devido à variedade da grossura / tamanho das agulhas, elas
podem ser usadas em tecidos leves, médios e pesados. Composição: aço niquelado e aço cromado
(não enferrujam) Aplicação: Para costurar a mão,
bordados, cerzidos, pregar botões, etc. Costura à
mão em geral Este grupo de agulhas é utilizado
para os trabalhos de costura comuns. Estas
agulhas têm, na sua maioria, o bico pontiagudo e
existem numa gama de tamanhos suficiente para
permitir usá-la para costurar a maior parte dos
tecidos. Trabalhos de agulha Este grupo de
agulhas de mão é utilizado num vasto número de
trabalhos, como bordar, enfiar pérolas, aplicar
lantejoulas, etc.

19
Trabalhos especiais. Estas agulhas de mão são ideais para trabalhos que exigem agulhas muito
resistentes. A agulha para luvas e a agulha para lona apresentam bicos facetados que perfuram o
material de modo que os orifícios produzidos não se rasguem. Para costurar a mão Escolha da
agulha. Escolha uma agulha que seja adequada ao tecido e à linha e cômoda para si. As agulhas
finas são as mais indicadas – agulhas curtas, no caso de pontos pequenos, e agulhas mais longas,
para pontos compridos como os alinhavos. Cor e tipo de linha. Para alinhavar ou fazer marcações,
utilize uma linha branca ou de cor clara que

contraste com o tecido; uma linha escura poderá deixar marcas num tecido claro. Para costura
definitiva, a linha pode ser em tom condizente ou contrastante, segundo as suas preferências. Uma
linha torcida ou com nós pode causar problemas na costura. O problema surge com uma linha de
qualquer tipo, mas especialmente com aquelas em cuja composição entra, no todo ou em parte,
fibras sintéticas. Para minimizá-los, não costura com linha muito comprida nem a estique demais.
No entanto, se a linha se torcer, proceda da seguinte

forma: deixe a linha pender com a agulha para baixo, de modo que se destorça por si; passe
então os dedos suavemente ao longo da linha, de cima para baixo.

Como arrematar uma costura

Para arrematar uma costura, passe a agulha e a linha do


avesso. Dê um pequeno ponto atrás apanhando o mínimo
de fios possíveis do tecido. Puxe a agulha e a linha
deixando uma pequena laçada.

12. PONTOS À MÃO


Mesmo quando se costura a máquina, os pontos à
mão são necessários.
 Pontos de marcação. Os pontos de
marcação são utilizados para marcar a localização de bolsos, alterações da bainha,
correção de costuras, linhas de cintura, pregas, etc.

 Fios de Alinhavo Técnica utilizada sobretudo nos tecidos muito delicados, como a
musseline, o georgette, etc. Execução: Passe o alinhavo sobre uma camada singela
para fazer a marcação. Coloque esta
camada sobre a outra a marcar. Espete
alfinetes sobre as marcações, prendendo

20
as duas camas. Passe o alinhavo sobre as marcas dos alfinetes – deste modo ficam
transferidas as marcações.
 Marcação de Alfaiate São especialmente indicadas para lãs e outros tecidos que não
escorreguem. Execução: Com a agulha enfiada com uma ponta de linha comprida,
introduza-a de modo a atravessar as duas camadas de tecido sobre a marcação a giz.

 Puxe a agulha e a linha, deixe-a laça a fim de formar uma argola com cerca de 2,5cm.
Repita este processo até o final da marcação. Por último, afaste cuidadosamente as
duas camadas de tecido até atingir os limites das argolas e corte as linhas pelo
centro. Deste modo obtém as marcações nos dois lados. Alinhavo corrente e largo
utilizam-se alinhavos a mão para unir provisoriamente duas ou mais camadas de
tecidos. Pode ser o alinhavo corrente: pontos curtos provisórios (cerca de 6mm).
Trabalhando da direita para a esquerda,30. dê um ou dois pontos antes de puxar a
agulha.

Alinhavo largo: tal como o alinhavo corrente, é formado por pontos provisórios (cerca de 2,5cm).

 Alinhavo em diagonal utilizam-se para unir


camadas de tecido para uma determinada
área durante a coinfecção e ao passar a
ferro. O alinhavo em diagonal curto utiliza-
se para manter acamadas as margens das
costuras enquanto se costura ou passa a
ferro; o alinhavo em diagonal comprido
emprega-se, por exemplo, para prender
provisoriamente entretelas à peça do
vestuário.

 Ponto furtado para alinhavar Ponto provisório


que permite acertar as costuras do tecido xadrez, rica e de alguns estampados com
motivos grandes. É igualmente indicado para alinhavar partes com curvas muito
acentuadas ou para
proceder a ajustes
pelo lado direito.

21
Execução: vinque e dobre para dentro uma beira ao longo da respetiva linha de costura.
Com o direito virado para cima, coloque a beira dobrada sobre a linha de costura da parte
correspondente da peça de vestuário, acertando o padrão dos tecidos; prenda com
alfinetes. Trabalhar da direita para a esquerda e formando pontos com cerca de 6mm, dê
um ponto através da parte inferior e, em seguida, outro atravessando a dobra da parte
superior.
 Pontos para construção Ponto atrás O ponto atrás, devido à sua grande elasticidade, é um
dos pontos mais resistentes. É utilizado para rematar e reparar costuras à mão. Bem como
para costurar a
costura do
gancho, em
calças, e aplicar
fechos de
correr. Embora
existam
variantes deste
ponto, a forma
de o executar é
idêntica:
introduz-se a agulha atrás do local onde

surge a linha do ponto anterior Execução: passe a agulha e a linha para a parte de trás.
Atravessando todas as camadas de tecido, introduza a agulha atrás do local em que surge a linha, a
uma distância equivalente ao comprimento do ponto, e faça-a surgir imediatamente atrás desse
local. Remate seguro: dê um ponto atrás muito pequeno imediatamente atrás do local em que
emerge a linha; não puxe a linha completamente para que esta forme uma laçada. Dê outro ponto
atrás sobre o primeiro, e passe a agulha e a linha pela laçada. Aperte ambos os pontos e corte a
linha.

Ponto Picado Pode-se assemelhar-se a qualquer dos tipos de ponto atrás, diferindo, contudo, no
fato de o ponto só atingir uma camada do tecido, a superior. Ponto essencialmente decorativo, é
utilizado em golas, sobretudo no estilo alfaiate. Execução: executa-se como qualquer dos pontos
atrás, mas sem atingir a camada inferior do tecido. Deste modo, a parte de baixo do ponto não é
visível.

22
Ponto Casamento Utiliza-se para unir duas beiras dobradas. Permite consertar rapidamente uma
costura pelo direito,
sendo, portando
indicado em especial
nos casos em que se
tornaria difícil fazê-lo
pelo avesso.

23
Ponto Luva Ponto pequeno e regular,
utilizado para unir duas beiras acabadas,
como acontece, por exemplo, quando se
prega uma renda ou uma fita numa peça de
vestuário. Execução: Introduza a agulha em
diagonal através da beira posterior e da
anterior, apanhando apenas um ou dois fios
de cada vez. A agulha é introduzida
precisamente por detrás da linha
proveniente do ponto anterior e surge um
ponto mais a frente. O tamanho dos pontos e os espaços intermediários devem manter-se
regulares. Ponto Luva inclinado Variante do ponto luva, residindo a diferença principal no ângulo
segundo o qual a agulha é introduzida.

Ponto Chuleado Ponto habitualmente utilizado no acabamento das beiras a fio, a fim de evitar que
estas se desfiem. De um modo
geral, quanto maior for a

24
tendência de um tecido para desfiar, mais fundos e mais juntos deverão ser os pontos Ponto
Corrido Ponto miúdo e regular, utilizado para franzir e executar outros trabalhos delicados. Este
ponto assemelha-se ao alinhavo corrente, com a diferença de serem os pontos mais curtos e
geralmente definitivos. Execução: trabalhando da direita para a esquerda, introduza a agulha várias
vezes no tecido, a espaços regulares, antes de puxá-la. Ponto de Enchumaçar É utilizado
essencialmente na coinfecção estilo alfaiate para pregar a entretela ao tecido. Os pontos quando
curtos e justos,

destinam-se também a dar forma a certas partes da peça de vestuário, como gola e lapelas;
quando se pretende apenas segurar a entretela, os pontos serão mais longos, semelhantes a um
alinhavo em diagonais, com a diferença de serem definitivos e mais curtos.

Pontos de remate e decorativos Mosca Ponto em forma de triângulo e exclusivamente decorativo.


Utiliza-se em saias, no final da costura dos
machos e nas extremidades dos bolsos.
Executa-se do lado direito da obra. Bride
ou aselha Ponto de reforço que forma
uma linha reta, utilizado em passadeiras
para os cintos, aselhas para botões e em
substituição dos colchetes femininos.
Execução: Prenda a linha e passe a agulha
para o direito. Dê dois ou três pontos
compridos no mesmo lugar (a medida dos
pontos corresponde comprimento
pretendido. Apanhando as linhas, dê
pontos de cobertor juntos até cobrir
totalmente as linhas.

Ponto de cobertor embora tradicionalmente considerado um ponto de


bordado, pode também ser utilizado na coinfecção
de vestuário. Serve para decorar beiras de tecido.
Abaixo seguem vários exemplos de pontos
decorativos:

13. MÁQUINAS DE COSTURA São


equipamentos projetados para unir pedaços de
tecido com laçadas (quando utiliza dois fios de
linha) ou pontos de cadeia (quando utiliza
apenas um fio). A maioria das máquinas de costura modernas utiliza dois fios separados para

25
formar uma laçada. O fio superior passa através de um buraco situado na ponta da agulha e o
fio inferior sai de uma bobina ou carretel e une-se ao fio superior, enlaçando-se ou
retorcendo-se, com o movimento horizontal ou rotativo da bobina. Além de vários modelos
de máquinas domésticas, há cerca de dois mil tipos diferentes de máquinas de costura
industriais.

Os principais tipos de máquinas de costura industrial são: - Reto ponto fixo (classe 300) – Utilizada
como equipamento básico para todo o tipo de vestuário, costura da lycra ao couro, tendo como
básico o ponto 301.

Overlock (classe 500) – Utilizada para fechar ou fazer o


acabamento de malha e tecidos planos; “overlock” é uma
palavra em inglês que significa chulear, dar reforço,
resistência ou segurança à extremidade do tecido. Essa
máquina forma o ponto corrente e as linhas são
entrelaçadas em cima e em baixo do tecido pela agulha e
pelos loopers. Nessa classe de pontos a linha alimenta
diretamente os loopers dispensando o uso de bobinas. A
máquina de overlock que é da classe 500 trabalha com 3
ou 4 fios.

Galoneira (classe 600) – Utilizada basicamente em


malharia para fazer bainhas, aplicações de viés, costuras decorativas, etc. Ela forma o ponto
corrente e as linhas são entrelaçadas em cima e em baixo do tecido pela agulha, pelo looper e
pelo trançador. Nesta classe de ponto a linha alimenta diretamente o looper, dispensando o
uso da bobina. Essa máquina trabalha com 3, 4 ou 5 fios.

14. TIPOS DE PONTOS DAS MÁQUINAS DE COSTURA Ponto fixo classe 300 É um dos

26
pontos mais utilizados nas operações de costura em geral. Com a correta regulagem das tensões, a
amarração da linha superior e inferior fica no centro do material e em seguida o ponto é formado.
O ponto fixo não desfia e tem pouca ou nenhuma elasticidade Ponto corrente classe 400, 500, 600
e variantes O ponto é formado no lado de baixo do tecido, ao invés da bobina existe o looper, que
transporta a linha de baixo para completar a amarração do ponto. É utilizado em costura que exija
elasticidade.

15. CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA COSTURA Para a qualidade de uma costura, a linha que
une os materiais tem uma grande
importância. As características que denotam
a qualidade de uma costura são: resistência,
elasticidade, segurança e boa apresentação.
Para alcançar essas características e, assim
dar à costura uma boa qualidade, é preciso
observar os seguintes fatores: tipo e
tamanho do ponto; elasticidade; tensão e
resistência da linha e adequação da linha ao
material utilizado. Regulagens que podem ser
feitas na overlock e galoneira

- Tensão das linhas: essa regulagem permite


soltar ou apertar as linhas da agulha e dos loopers

- Tensão do pé calcador: essa regulagem permite tirar ou dar pressão no pé calcador de acordo
com a espessura do tecido que será costurado. Quanto mais fino for o tecido, mais pressão deve
ser dada no pé calcador e quanto mais grosso for o tecido (ou várias camadas de tecido) menos
pressão deve ter no pé calcador. Outro problema que pode ocorrer é que o tecido pode ficar
marcado se o pé calcador estiver com muita pressão.

- Posição do diferencial: essa regulagem permite


ajustar a aparência da costura realizada que pode
ficar esticada (ondulada) ou franzida (tecido plano

27
com trama bem fechada). Geralmente, o diferencial fica centralizado. Se for baixado, tende a
franzir o tecido e se for levantado, tende a esticar o tecido.

- Tamanho (comprimento do ponto: permite definir a quantidade de pontos por centímetro, por
exemplo: quanto menor o espaçamento entre
os pontos, mais elástica fica a costura, logo
podemos dizer que quanto mais elasticidade
tiver o tecido, menor deve ser o tamanho do
ponto. Regulagens que podem ser feitas na
reta

28
- Tensão da linha da agulha: essa regulagem permite soltar ou apertar a linha da agulha conforme
o tecido que será costurado (linha de cima)

- Tensão da linha da bobina: essa regulagem


permite soltar ou apertar a linha da bobina
conforme o tecido será costurado (linha de
baixo).

- Tensão do pé calcador: essa regulagem


permite tirar ou dar pressão no pé calcador de
acordo com a espessura do tecido que será
costurado. Quanto mais fino for o tecido, mais
pressão deve ser dada no pé calcador e quanto
mais grosso for o tecido (ou várias camadas de
tecido) menos pressão deve ter no pé calcador.
Outro problema que pode ocorrer é que o
tecido pode ficar marcado se o pé calcador
estiver com muita pressão. - Tamanho
(comprimento do ponto):
essa regulagem permite
definir a quantidade de
pontos por centímetro, por exemplo: quanto menor o espaçamento entre os
pontos, mais elástica fica a costura, logo podemos dizer que quanto mais
elasticidade tiver o tecido, menor deve ser o tamanho do ponto.

 Introdução a máquina de costura reta tradicional embora o fato da


grande diferença existente entre os diversos tipos e modelos de
máquinas de costura, os seus funcionamentos são muito
semelhantes. Abaixo segue os nomes
das partes da máquina reta. O modo
de enfiar a máquina tradicional é
quase sempre igual.

1)Botão seletor

2) Limitador do enchedor de bobina

3) Enchedor de bobina

29
4) Guia do enchedor

5) Estica-fio

6) Guia-fio superior

7) Regulador da tensão superior

9) Chapa da agulha

10) Base removível (porta acessórios)

1 1) Sapata

12) Botão de retrocesso

13) Alça

14) Porta carretel

15) Volante

16) Interruptor da lâmpada

17) Tomada do motor

18) Braço livre

19) Alavanca do calcador

8) Agulha(s)conforme indicado na figura abaixo, a linha proveniente do carro ou do tubo de linha


passa pelos discos tensores, seguidamente pela alavanca de freio da linha, descendo finalmente
para

a agulha. O número de guias da linha existente entre estes pontos pode variar de máquina para
máquina. É, no entanto, no conjunto tensor que as diferenças são mais acentuadas.

30
Enrolamento da bobina em qualquer máquina de costura a linha necessária para formar a parte
inferior do ponto encontra-se armazenada na bobina, peça cilíndrica situada sob a agulha e a chapa
desta e alojada na respetiva caixa. Como funciona o ponto

Escolha da agulha, linha e comprimento do ponto adequado

Pressão e avanço Numa máquina de costura, o termo – pressão – significa a força exercida sobre o

tecido à medida que este se move sob o pé calcador por ação dos dentes impelentes. A pressão
tem várias funções: prender as camadas de tecido de modo que elas se desloquem com a mesma
regularidade; manter o tecido esticado, e evitar que este seja puxado para a zona da bobina e se
enrole em torno da agulha, o que pode dar origem a pontos em falso. Em alguns trabalhos a ação
do

impelente é totalmente eliminada – por exemplo, quando se pregam botões. A pressão correta
assegura um avanço regular das camadas do tecido, que ficam assim convenientemente
costuradas, sem sofrerem qualquer dano. A

31
pressão a utilizar dependerá do peso do tecido. De um modo geral, quanto mais leve for o tecido,
menor deverá ser a pressão. No entanto, com alguns tecidos é difícil conseguir uma pressão
adequada para fazer avançar regularmente as camadas de tecido. É o caso, por exemplo, dos

tecidos com pelo. Uma pressão correta permite que as camadas de tecido sejam uniformemente
impulsionadas, assegurando pontos regulares em comprimento e tensão; o tecido não é danificado
nem pelo impelente nem pelo pé calcador. Um excesso de pressão pode ter várias consequências.
Frequentemente, a parte superior desliza e a inferior franze. Os pontos podem apresentar-se
irregulares em comprimento e tensão. O impelente pode causar estragos na camada inferior do
tecido. A ação combinada do pé calcador e do impelente podem danificar a parte exterior das
camadas de tecido. Uma pressão insuficiente pode também ter consequências desagradáveis. Uma
das mais frequentes consiste na falta de controle para guiar as camadas de tecido, mesmo que o

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avanço destas se esteja a processar regularmente. Em alguns tecidos uma pressão insuficiente
pode também dar origem a pontos em falso ou que o tecido seja puxado para a zona da bobina.
Comprimento do ponto. O comprimento de ponto apertado, de 1-1,5mm (16-24 pontos por
polegada), utiliza-se para costurar tecidos leves. O comprimento de ponto normal, de 1,5-2,5mm
(10-15 pontos por polegada), é utilizado para tecidos de peso médio. Os pontos de alinhavar
quando utilizados para franzir, são de 3-5mm (6-9 pontos por polegada)

16. PREPARAÇÃO PARA O CORTE

Estrutura do Tecido Plano O tecido é formado pelo entrelaçamento de dois fios que se cruzam
perpendicularmente:

- Fio transversal, no sentido da largura, que forma a trama

- Fio longitudinal, no sentido do comprimento, que forma o urdume ou urdidura. O arremate


lateral, no sentido do comprimento, é chamado OURELA.

O caimento perfeito da roupa está relacionado com o a queda do fio, ou seja, a direção do fio em
relação ao solo. Quando estiver fazendo o molde é importante determinar o sentido do fio. As
ilustrações abaixo demonstram a relação entre o sentido do fio determinado no molde e a ourela
do tecido. Como colocar as indicações do fio do tecido: Fio reto - Trace uma paralela ao meio da
roupa Fio atravessado - Trace uma perpendicular ao meio da roupa Fio enviesado - Use um
esquadro de 45 graus apoiado no meio da roupa

33
Observe nas ilustrações o caimento da ourela em relação
ao solo.

Queda do fio reto - A ourela cai perpendicular ao solo. - O


caimento da roupa é firme, mas não muito rígido.

Queda do fio atravessado - A ourela cai paralela ao solo. -


O caimento da roupa é armado.

Queda do fio
enviesado - Nem trama, nem ourela caem perpendicular ao
solo, mas em diagonal.

- O caimento da roupa é mole e flexível. Obs. Nem sempre é


obrigatório que a roupa seja cortada no mesmo sentido.

1. Uma blusa pode ser cortada a fio reto e a manga em pleno


viés.

2. Um vestido pode ter a blusa cortada a fio reto e a saia com


o fio atravessado. Como primeira operação antes de cortar, é
necessário endireitar as beiras em todos os tecidos para que
seja possível dobrá-los convenientemente, bem como
verificar o alinhamento do fio. É necessário passar a ferro um
tecido que apresente rugas ou vincos. Como reconhecer o
direito do tecido Antes de cortar é indispensável identificar o
direito do tecido. Se o tecido estiver dobrado, o direito está

34
sempre para dentro. Há ainda outras formas para identificação: os tecidos macios são mais
brilhantes e macios do lado do direito. Nos tecidos com

textura bem definida, esta é mais evidente do lado direito. Os tecidos deste tipo apresentam com
frequência, no avesso, pequenas irregularidades. Os tecidos com textura de fantasia, como o
brocado, são mais macios do direito, com fios levantados do lado avesso. Nos tecidos estampados,

as cores são mais vivas do direito. Algumas malhas, quando esticadas transversalmente, enrolam-
se para o direito.

Piques: Devem ser feitos para identificar a


peça depois de cortada. Uma peça cortada no
viés, normalmente parece perder as formas.
Os piques ajudam a identificar a parte
superior e as bordas que devem ser unidas.
Servem também para unir trechos grandes
evitando que as bordas das peças se
desencontrem no final da costura. Planeje o
risco: Utilize um papel com as mesmas
medidas do tecido onde será feito o corte.
Nele, planeje o corte, riscando o molde das peças quantas vezes deverão ser cortadas no tecido.

Tecido sobre a mesa: Acerte o tecido dando um pique na borda de uma das ourelas e, em seguida
rasgue-o até alcançar a ourela do outro lado. Vá
batendo suavemente sobre o tecido, com as
palmas das mãos, para que ele se assente sobre a
mesa. Não deixe nenhuma bolha de ar (rugas) sob
o tecido. Papel riscado sobre o tecido: Com todo o
cuidado, coloque o papel do risco (plano de corte)
sobre o tecido. Evite tirar o tecido do lugar ou
deixar que ele enrugue. Para facilitar a tarefa,

35
prenda o papel com pesos no tecido, principalmente sobre o desenho das peças. Grampeie tecido e
papel pelas bordas. Faça o corte com uma tesoura bem afiada. Vá cortando as peças, sempre
colocando pesos sobre

elas. Depois de cortado o tecido, mantenha o molde


de papel sobre o tecido, prendendo-o com alfinetes,
isto facilita a identificação do molde posteriormente.
DICAS - Antes de cortar, examine se o tecido tem
falhas na trama, diferenças de tonalidade e outros
defeitos. - Antes de cortar um tecido com elastano,
deixe-o descansar, no mínimo por 12 horas. Isso é
necessário porque o tecido tende a esticar quando
armazenado em rolo. O descanso possibilita que as
fibras voltem ao normal. - Cuide na hora do corte de
tecidos com pé (veludo, peles, etc), os moldes
devem ser cortados todos de pé ou todos de cabeça para baixo.

36
17. COMO EXECUTAR UMA COSTURA

Costuras simples Costura reta. A mais frequente. Numa costura reta executada com perfeição, os
pontos encontram-se exatamente
à mesma distância da beira ao
longo de toda a costura. Utiliza-se
geralmente um ponto reto.

Costura curva. O tecido ao passar


sob a agulha deve ser
cuidadosamente guiado para que

37
os pontos fiquem a igual distância da beira ao longo de toda a costura. Neste caso, será
particularmente útil um guia de costura. Para conseguir um maior controle, utilize um ponto mais
curto e costura a uma velocidade mais reduzida.

Costura com canto. Estas costuras devem ser reforçadas no canto. Para o efeito, utiliza-se pontos
miúdos (1-1,5 mm/15-20 pontos por polegada) para costurar uma extensão de cerca de 2,5 cm
antes e depois do canto. A virada no canto deve ser executada com exatidão. O arredondamento
do canto é a melhor forma de obter um bico perfeito numa costura que deve ser virada, como em

uma gola ou punho. Dê um ponto em diagonal num


tecido leve, dois num tecido médio e três num tecido
pesado.

DICAS - Use agulha ponto-bola para tecidos com


elastano. A dimensão da agulha deve estar de acordo
com a densidade do tecido (para tecidos mais leves
utilize agulha número 9; mais pesados utilize agulha
número 11). A agulha ponto-bola evita quebras totais ou parciais no fio de elastano, quebras que
fazem o tecido perder a sua elasticidade. - Algumas vezes, até mesmo as costureiras profissionais
são obrigadas a alinhavar determinando trecho da montagem para que a costura saia perfeita. Faça
o mesmo. Alinhave, sempre que achar necessário, para trabalhar com mais segurança na hora de
passar a costura a máquina.

Pences. As pences são pregas em forma de triângulo que formam um bojo em sua extremidade.
São utilizadas em roupas colantes e bem
estruturadas. Devem ser executadas de forma
que se tornem quase invisíveis. São chamadas de

38
simples quando são em um único sentido e, duplas quando afinam nos dois sentidos. Abaixo será
ensinado duas maneiras de fechar as pences.

Como trabalhar as pences: Pence com terminação na costura Como Costurar Dobre o tecido pelo
eixo do pence e costure prolongando suavemente junto à dobra, em média 2 pontos de máquina
na dobra. Pence Interna Arredonde suavemente os ângulos formados no centro do pence .

Como Costurar Dobre a Pence pelo eixo e costure prolongando suavemente as terminações junto
à dobra do tecido. Acabamento final Para que a pence fique delicada e quase invisível,
principalmente em tecidos estampados, corte com a tesoura a dobra interna da pence até bem
perto da ponta. Abra a costura com o ferro
de passar e passe na overlock as bordas.

Na pence interna faça piques na dobra da


pence no avesso, em seguida, através de um
dos piques, corte no eixo da pence. Abra a
costura com o ferro de passar. Pences
simples. Incluem-se as pences entre os
elementos mais importantes na parte
estrutural da confeção. As pences são utilizadas para conferir certo relevo a

uma de tecido, para que esta possa ajustar-se


a determinado contorno ou curva do corpo.
Transfira cuidadosamente para o tecido todas
as marcações dos moldes. Escolha um
processo de marcação apropriado ao tecido e,
cuidadosamente, prenda com alfinetes e
alinhave as pences. Estas são costuradas da
parte mais larga para a ponta, onde a linha é
rematada com um nó.

39
1. Trabalhando pelo avesso, dobre a pence
pelo centro; acerte e uma com alfinetes as
marcações correspondentes. Alinhave e retire
as marcações.

2. Costure a partir da parte mais larga. Os


últimos pontos devem ficar paralelos a dobra
e a largura de um fio. Corte a linha deixando
pontas de 10 cm.

3. Forme um nó (não aperte). Introduza um alfinete no nó e espete-o na ponta da pence. Aperte o


nó, deixando que o alfinete o conduza até a ponta da pence.

4. Assente a pence com o ferro tal como foi costurada.

5. Coloque a pence com o avesso para cima sobre a almofada de alfaiate. Assente-a para o lado a
qual ficará voltada uma vez terminada a confeção. Pences de contorno reúne num só pence duas
pences simples destinadas a cintura.

1. Transfira todos os sinais do molde, para o avesso do tecido. A carretilha é indicada para este fim,
sendo, contudo, conveniente verificar qual o seu efeito no tecido e se as
marcações ficam bem nítidas.

2. Trabalhando do lado do avesso, dobre a pence pela linha central. Faça


coincidir as linhas de costura e una-as com alfinetes. Alinhave rente ä linha
de costura e por dentro, retirando depois os alfinetes.

3. A pence de contorno é costurada em duas partes, partindo sempre da


cintura e costurando em direção a ponta da pence. Nas pontas remate as
linhas com um nó.

4. Retire os alinhavos. Na cintura dê um pique até 3mm dos pontos, o que


permitirá que a pence se encurve na zona da cintura.

Aselhas - São alcinhas que servem como casas para botões:

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1. Recortar uma tira no viés de 2,5cm de largura e com o comprimento necessário para fazer
quantas aselhas forem preciso.

2. Dobre no sentido do comprimento e costurar a 6mm da borda.

3.Faça dois pontinhos no início do rolinho, introduza a agulha pela parte mais grossa, e vá puxando
com cuidado até sair na outra ponta. Viés São tiras de tecido cortadas em Pleno Viés. Para cortar
uma tira de viés dobre o tecido de forma que a trama fique em direção a ourela. Observe que
Trama e Ourela ficam paralelas.

A Largura do Viés pode ser de duas maneiras: Viés Duplo - Para


Tecido mais leve. A Largura deve ter o dobro do debrum desejado mais
0,5cm de cada lado para as costuras.

Viés simples - Para Tecido mais pesado. A Largura desejada para o


debrum mais 0,5cm de cada lado para as costuras. Existem no mercado
tiras de viés prontas, já com bordas vincadas. Muitas vezes são
necessárias tiras de viés muito longas. Nesses casos, cortar várias tiras e
em seguida uni-las. Para unir tiras de vieses: Coloque as duas tiras do
viés, direito contra direito em ângulo reto e costure em diagonal
conforme ilustração abaixo. Viés unidos pelo avesso.

Viés unidos pelo direito. Como Costurar o Viés na peça da roupa.


Abordaremos aqui apenas duas maneiras de colocar o viés.

1. Viés de Borda Simples e Duplo. Viés de Borda Simples. Costure o Viés direito contra direito da
peça da roupa e a 0,5cm da borda. Rebata o viés para o avesso, dobrando o lado que não foi
costurado para dentro e costure à máquina ou a mão. Viés de Borda Duplo Primeiro vinque a tira
do viés pelo comprimento. Junte o viés dobrado sobre o direito da peça da roupa e costure a 0,5cm
a borda do viés.

Vire o viés para o avesso e costure rente a dobra feita no comprimento.

2. Viés Interno Duplo e Simpels Se for colocar o viés em beiradas curvas, passe a ferro dando a
forma da curvatura, tanto para o simples como o duplo. Viés Interno Coloque o viés, direito contra
direito na peça da roupa e costure. Dê piques na margem e passe a ferro. Vire as extremidades da
tira do viés para dentro e dobre o viés para o avesso, costure à máquina ou a mão.

Embebimento Montagem da Manga com Embebimento

1º. Passo Passe duas carreiras de fios com o


ponto grande da máquina na cabeça da Manga. O
primeiro fio bem próximo a linha onde vai ficar a
costura e o segundo fio a 4mm de distância do
primeiro. Puxe os dois fios juntos até alcançar o

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tamanho necessário para que o tamanho da Manga fique igual ao da Cava da Roupa. Distribua o
franzido de maneira uniforme.

2º Passo Depois de puxado os fios, introduza uma almofada de alfaiate ou na falta dela uma toalha
dobrada no trecho da cabeça da manga que foi franzida. Passe o ferro bem quente com um pano
húmido pelo direito da manga, sobre o embebimento, e vá alisando até eliminar quase que
totalmente o trecho embebido.

3º Passo Feche a costura inferior da manga.

4º Passo Introduza a Manga na Cava da


Roupa, direito contra direito coincidindo a
parte do fechamento da Manga com a
costura lateral da roupa. Prenda com
alfinetes conforme ilustração e alinhave.

5º Passo Retire os alfinetes. 6o Passo


Costure iniciando pelo braço e pelo lado da
manga.

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Bolsos. Os bolsos dividem-se em duas categorias gerais – bolso chapado e bolso embutido. Os
bolsos chapados aparecem no exterior da peça; são confecionados no tecido desta, com ou sem
forro e pregam-se a mão ou a máquina. Podem se quadrados, retangulares, com bico ou
arredondados, etc. Os bolsos embutidos, normalmente confecionados no tecido do forro,
encontram-se no interior da peça de vestuário, podendo a sua abertura ser invisível ou ter fins
decorativos. Reforços dos cantos Pequenos triângulos

de pontos nos cantos superiores. Este reforço é mais utilizado em camisas. Ponto zig-zag miúdo de
3mm de largura aplicado desde a parte de cima, de ambos os lados em uma extensão de 1,5cm
Pedaço de tecido ou de entretela com colante, colocado no avesso da peça e ficado com pontos de
reforço.

18. EXERCICIOS

Exercício 1

1. Costura em folha de papel sem linha seguindo as linhas. (Imprimir em folha dura)

Comece a costurar a espiral de dentro para fora, utilizando o ponto no tamanho

2.Costure sobre as retas fazendo o retrocesso até a bolinha, para cada linha utilize um tamanho de
ponto da máquina do 1 ao 5 em ordem crescente.

Costure os pespontos dos bolsos utilizando o ponto tamanho 3

Treinar o ponto zig-zag

treine os pontos zig-zag seguindo o tamanho dos desenhos


acima, imitando-os no tecido. Cole a amostra abaixo.

Exercício 2

1. Acabamento nas bordas de retalho quadra do 10x10 cm

2.Acabamento nas bordas de círculo (molde)

3. Acabamento nas bordas de peças irregulares

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4. Franzido 20x20cm

5. Alça de rolete 10x5cm

6. Alça de rolete batido 10x5cm

7. Alça tipo presilha/passante 10x5cm 8.


Aselha 10x5cm

Exercício 3

– Tipos de costura

1. Costura fechada/ plana – é quando dois tecidos são costurados e as bordas são chuliadas juntas.
É o tipo de costura mais utilizada.

2. Costura aberta – é quando dois tecidos são


costurados e as bordas ficam soltas (com
overlock ou não). A costura aberta é muito

usada na alfaiataria, peças sociais, costuras com


detalhes ou zíperes, etc. Deve-se chulear
primeiro as partes e depois costurá-las na reta.

3.Costura francesa/embutida – é a costura


que fica com acabamento limpo, perfeito
sem uso de overlock. Deve-se costurar
duas partes de tecido pelo lado direito
com uma costura bem estreita (0,5cm) e

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depois pelo avesso fazer uma costura mais larga que deixe a margem da primeira costura
embutida/escondida.

4. Costura embutida (tipo fechadeira) - é a costura que imita a máquina fechadeira (costura
embutida dos jeans), onde a costura é fechada e pespontada ao mesmo tempo sem aparecer o
acabamento na overlock, embutindo a costura.
Deve-se costurar dois tecidos pelo lado direito,
de forma desalinhada sendo que a mesma
distância deixada de uma borda do tecido até a
outra borda deve ser igual a margem de
costura. Após, deve-se embutir uma borda
dentro da outra e pespontar na borda do
tecido.

5. Costura aberta pespontada – costura aberta

com acabamento em overlock e pesponto sobre cada lado da emenda, segurando assim o tecido
do lado do avesso.

6. aplicações – Usada como enfeite nas peças.


Dobre o tecido onde deseja realizar a costura, e
passe uma costura reta seguindo a borda. Depois
que costurar, passe a ferro deixando a toma
assentada e direcionada para um dos lados

7. Mini-aplicações/nervura – Igual a aplicação, só


que costurada bem rente a dobra do tecido.

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8. Viés – Corte uma tira em viés para aplicar no tecido

9. Vivo

10.Aplicação de fita

Exercício 4 – pregas e bainhas


1. Prega simples – é a dobra realizada
sobre si mesma, numa parte da peça
de forma simples, virada para a
esquerda ou para a direita, com
profundidade que varia de 1cm até
5cm conforme a proposta da peça.

2. Prega macho – é a prega formada por duas


dobras uma virada para a esquerda e outra para direita, voltadas uma para a outra por cima
do tecido com profundidade que varia de acordo com a proposta da peça.

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3. Prega fêmea – é a prega formada por duas dobras uma virada para a esquerda e outra para a
direita, deixando a dobra por debaixo do tecido, sua profundidade varia de acordo com a proposta
da peça.

4. Prega fêmea pespontada

5. Bainha simples – deve-se overlocar (chulear)a


borda do tecido, dobrar uma vez na largura desejada
e passar uma costura reta bem no meio da costura

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da overlock. Usada em diversos tipos de peças, geralmente mais esportivas ou quando o tecido é
grosso para fazer bainha dupla.

6. Bainha dupla – deve-se dobrar duas vezes o tecido, na largura desejada e passar uma costura
com a máquina reta bem na borda do tecido.
Usada em diversos tipos de peças,
principalmente em bainhas de calça jeans.

7. Bainha italiana – deve-se fazer uma bainha


simples ou dupla na largura desejada
(normalmente 4 a 5cm) e após passar o ferro,
dobra-se, vincando, ao meio. Pode ser
somente passada (social) ou pespontada
(esportiva), e presa nas laterais da peça com
um arremate discreto.

8. Bainha de lenço – deve-se fazer uma bainha dupla, bem estreita, com largura de 0,3cm a 0,5cm
de largura e com pesponto bem na borda do tecido. É usada em peças com acabamentos delicados,
discretos, como lenços, bainhas de vestidos,
golas e punhos.

9. Bainha de 1cm com 2 pespontos – deve-se


fazer uma bainha dupla, no tamanho de 1cm
passando dois pespontos rentes as bordas do
tecido. Usada em bainhas de bolsos e bainhas de peças linha praia.

10. Bainha invisível – esta bainha é feita com o


ponto pé-de-galinha (ponto manual) e
caracteriza-se por não aparecer costura pelo
lado direito da peça. Antes de costurar a
bainha, deve-se marcar o tamanho desejado,
passar ou alinhavar a medida para qual será
diminuída para facilitar a costura. A agulha

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deve ser bem fina, bem como a linha usada para não marcar o tecido. O ponto deve ser de mais ou
menos 1cm e a linha não pode ficar esticada, pois isto pode marcar o tecido.

Exercício 5 – Bolsos na hora de pespontar, faça um pesponto de 0,5cm nas laterais, parte inferior
do bolso e nas lapelas. Na parte superior da boca do bolso deixe 2,5 cm de medida

1. Bolso chapado

2. Bolso chapado 2

3. Bolso americano

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4. Bolso com lapela e prega macho

5. Bolso com fole e lapela

Exercício 6 – modelagem do vestido básico


feminino um lado terá manga e o outro ficará cavado. Fazer a limpeza da cava, e da gola. Seguir os
passos e medidas do livro de Modelagem. Não esqueça que os pences do busto da frente não
devem se unir, as mesmas devem morrer 2 cm para dentro ao entrar na zona do busto. Cuide o
encaixe das pences do ombro ees do ombro e o embebimento da manga para não franzir.

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FIM

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