Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
edifícios
Este artigo trata dos principais conceitos utilizados em patologia das edificações.
Estabelece diferenças de enfoque quanto aos tratamentos e procedimentos empregados
quando se trata de prédios convencionais ou de edifícios de valor histórico, cultural e/ou
arquitetônico.
A perda parcial ou total desse desempenho pode ter origem no projeto, na execução, nos
materiais empregados ou no uso (tanto em termos de operação do edifício como de
manutenção).
Fica, portanto, evidente que o primeiro passo para solucionar uma patologia é identificar
a(s) sua(s) causa(s) para se estabelecer, então, procedimentos a fim de eliminá-la(s).
Na vistoria do prédio pode-se valer dos sentidos que o ser humano dispõe, tais como o
cheiro de bolor (olfato), a mancha de umidade (visão) etc. Outros recursos utilizados são:
levantamento fotográfico, croquis e observação dos elementos construtivos por diversos
ângulos.
Se, após cumprida essa etapa, a causa ainda não for identificada, passa-se, então, para o
segundo procedimento.
Concluída a análise dos resultados dos ensaios e se, eventualmente, a causa continua
desconhecida, os procedimentos acima descritos devem ser retomados de modo mais
detalhado.
Finalmente, identificada a causa, essa, em caso de umidade, por exemplo, poderá ser:
n Água de infiltração (água da chuva);
n Água proveniente do solo (água que sobe por capilaridade);
n Água de condensação (vapor de água do ar);
n Água acidental (vazamentos);
n Água da obra (água usada na execução).
Observa-se que, nos prédios históricos, problemas de umidade por água da obra são
improváveis, a não ser no caso de reformas.
Fica, portanto, evidente que o estudo dos sintomas relacionados com as suas possíveis
causas (sintomatologia), é essencial na formação de um patologista. O ideal seria que o
profissional, ao observar um sintoma (manifestação patológica), pudesse, quase que
naturalmente, estabelecer o número mais reduzido possível de causas (as consideradas
principais). Por isso, a experiência em patologia é fundamental.
Existem, entretanto, outras opções, tais como impermeabilização da base das paredes
afetadas e injeção de produtos químicos cristalizantes. Porém, ambas as soluções atingem
o prédio, embora em diferentes níveis, não sendo, portanto, as mais adequadas. Contudo,
em última instância, quando a drenagem torna-se inviável, a opção recai sobre aquela
menos agressiva (produtos químicos cristalizantes).
Compatibilidade - todo material utilizado no restauro não deve produzir danos físicos,
químicos, mecânicos e/ou estéticos nos materiais originais. Como salienta Giorgio
Torraca, nenhum material, em princípio, é bom ou mau em termos absolutos, isso
dependerá do modo como será aplicado.
A planta baixa do Centro Acadêmico, com maiores detalhes e com a patologia assinalada,
conforme legenda, é apresentada na figura 2.
De posse desse diagnóstico, foi possível determinar o tratamento mais adequado para o
caso. De modo geral, todo tratamento envolve a eliminação da causa e restituição dos
elementos danificados, restabelecendo-se as condições de desempenho originais.
Conclusão
O presente artigo buscou estabelecer os principais
conceitos utilizados em patologia das edificações,
tais como origem, causa, sintoma, diagnóstico e
terapia, muito embora alguns conceitos, como
origem e causa, ainda têm sido empregados na
literatura de maneira pouco precisa.
LEIA MAIS
Conservación de Bienes Culturales: Teoria, História, Princípios y Normas. I. Gonzalez-Varas. Madrid: Ed.
Cátedra, 1999. 628p.
Incidência de Manifestações Patológicas em Edificações Habitacionais. In: Tecnologia de edificações.
Eduardo Ioshimoto. 1988, São Paulo: PINI. p. 545-554.
Patologia das Construções. N.B. Lichtenstein. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
1986. (Boletim Técnico, 06/86). 35p.
Trincas em Edifícios: Causas, Prevenção e Recuperação. E. Thomaz. São Paulo: PINI-Epusp-IPT, 1989.
194p.
Tecnologia, Gerenciamento e Qualidade na Construção. E. Thomaz, 1ª ed. SP: PINI, 2001, 449p.
Building Pathology: a State- of-the-art Report. CIB, Delft: CIB Report. CIB. W86, june 1993. (Publication
155). 93p.
Envie artigo para: techne@pini.com.br. O texto não deve ultrapassar o limite de 15 mil caracteres (com espaço). Fotos
devem ser encaminhadas separadamente em JPG.