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Hipertrofia Muscular - Uma Abordagem Didática
Hipertrofia Muscular - Uma Abordagem Didática
Para tanto, quem deseja atingir a melhoria de sua musculatura esquelética (músculos
como peitoral, bíceps, dorsais, etc.) deve treinar com esse objetivo específico e ainda obedecer
outros fatores que serão relacionados mais à frente. O que o treinamento faz é uma
degradação das fibras musculares. Segundo Goldspink (1998), esse treinamento deve ser
resistido, ou seja, deve gerar um alto nível de tensão para as fibras musculares a fim de causar
uma adaptação vinculada a degradação muscular. Quando você estimula uma musculatura,
está quebrando as ligações internas desse local. Isso gerará uma inflamação (micro-lesão)
local. No entanto, após o treino, essa condição vai se invertendo até que começa a acontecer a
síntese protéica. Essa síntese é o preenchimento dos locais degradados com proteínas
específicas localizados na corrente sanguínea. Esse é o processo que provocará o aumento das
miofibrilas, conseqüentemente o aumento da musculatura.
A inversão da degradação para a síntese protéica começa a ocorrer logo após o fim do
treino e costuma permanecer durante 48 horas. Nesse período a síntese supera,
gradativamente, a degradação (Houston, 1999). Isso justifica a observação que não se deve
treinar o mesmo grupo muscular em menos de 48 horas (quando o treino for de hipertrofia).
Esses processos são bastantes específicos devido à ação de alguns hormônios ligados a
essa degradação e síntese protéica. Células satélites que são responsáveis pela percepção da
lesão ocasionada pelo treinamento e sua conseqüente reparação também estão contidas
nessa fase. Porém não vale a pena esmiuçar sobre esses fatos técnicos e muito específicos
neste artigo, pois a idéia aqui é passar, de forma global e simples, a noção dos processos que
devem ocorrer para que a hipertrofia muscular seja facilitada.
Tendo isso em vista, que o treinamento gera micro-lesão muscular, degradação
protéica, o que vale ser citado neste artigo é qual o tipo de treinamento ideal para que tudo
isso aconteça de forma maximizada. Para que se possa entender melhor é preciso observar os
princípios do treinamento. A estimulação das adaptações estruturais e funcionais que
aprimoram o desempenho em tarefas específicas constitui o principal objetivo do treinamento
com exercícios. Para tanto seus princípios são:
Figura 5 - Consumo recomendado de proteínas por dia segundo o RDA (Recommended Daily Allowwance)
Para complementar a fase nutricional dos processos necessários para que aconteça a
hipertrofia muscular, falaremos dos carboidratos. Em termo gerais eles são classificados como
simples, complexos e fibras alimentares. Os carboidratos simples são subdivididos em
monossacarídeos (glicose, sacarose e galactose que são tipos de açúcar) e dissacarídeos (são
formados por dois monossacarídeos, são os açúcares duplos). E os carboidratos complexos que
são conhecidos como amido (formados por várias combinações de monossacarídeos, esses são
polissacarídeos). São classificados quanto à origem, como vegetais (amido) e animais
(glicogênio). E por fim as fibras alimentares que são fibras solúveis (gomas e pectinas) e fibras
insolúveis (celulose, hemicelulose e lignina). O departamento de agricultura dos EUA
recomenda que temos que ingerir 20 a 30 g de fibra alimentar por dia.
Quanto à ingestão de carboidratos é recomendado para uma pessoa normal em torno
de 55% a 60% da ingestão calórica total, o que atualmente é muito difícil de ser atingido,
mesmo para os atletas que também deixam a desejar.
Os carboidratos são facilmente digeridos ao contrário das proteínas que são molécula
mais complexas e despendem de mais energia para serem reduzidos e posteriormente
metabolizando e absorvidos pelo intestino caindo na corrente sanguínea. Eles passam das
moléculas maiores (polissacarídeos) até as menores (monossacarídeos) e resíduos menores
como maltose, isomaltose e dextrinas que são prontamente absorvidas pela mucosa intestinal.
Pesquisas recentes (Juel,2006; Holten et al., 2004; Kennedy et al., 1999; Tabata et al.,
2009) mostram que o treinamento de força provoca o aumento das proteínas transportadoras
de glicose para dentro das células musculares, ou seja, o treinamento com pesos necessita dos
carboidratos, que no corpo se transformam em glicose, gerando energia para a ação muscular.
E para que isso ocorra é necessário o transporte dessa glicose para dentro do músculo que é
feito por um proteína Glut-4, aumentada pelo treinamento.
Dessa forma o que esses e outros estudos relacionados ao consumo de carboidratos
(pré, durante e pós treinamento) mostram a importância dessa ingestão para praticantes de
exercícios com pesos e aeróbicos de alta intensidade e longa duração.
Referências Bibliográficas
- UCHIDA, M.C.; CHARRO, M.A.; BACURAU, R.F.P.; NAVARRO, F.; PONTES JÚNIOR, F. L. Manuel
de musculação. uma abordagem teórico-prática ao treinamento de força. São Paulo: Phorte
Editora 2003. 210 p.
- MCARDLE, W. D.; KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício. Energia, nutrição e
desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2001. 1113 p.