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STAFF

DISTRIBUIÇÃO: SUNSHINE
TRADUÇÃO: STELLA
REVISÃO INICIAL: ALYHONEY, ALICE CUNHA
REVISÃO FINAL: CAYLA BLACK, STEPHANI PARROTT
CONFERÊNCIA: MANDY
FORMATAÇÃO: AZALEA BUFONNI
SINOPSE

Eu disse a mim mesmo que não a queria. Não precisava dela. Mas era tudo
mentira. Eu ansiava por seu toque. Ansiava pela forma como seus doces lábios
vermelhos tiravam a dor. No entanto, eu sabia que não poderia tê-la.

Não quando meus inimigos estão determinados a colocar uma bala nas minhas
costas. Eles acreditam que a maneira de chegar até mim é através dela. Ir atrás
dela será minha ruína.

Como presidente do Kings MC, há uma coisa pela qual sou conhecido: fazer o
que for preciso para proteger aqueles que amo.

Vou lutar até não ter mais nada para dar. Até que ela e minha família estejam
bem. Não estou me preparando para a batalha. Estou me preparando para acabar
com a guerra.

Minhas escolhas podem ser a minha morte. Mas se as cicatrizes em meu corpo
e coração me ensinaram alguma coisa, é que o amor vale o sacrifício.
AVISOS SUNS!

A tradução foi efetuada pelo grupo Sunshine Books, fãs e admiradores da autora,
de modo a proporcionar ao leitores e também admiradores o acesso à obra,
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KING OF KINGS

By Betty Shreffler
Ela é seu coração... Ela é sua armadura.

A estrada aberta e a potência de uma Harley são a minha liberdade. Minha


fuga.

Olhando para frente, eu esqueço o passado, esqueço minhas responsabilidades


e me perco no êxtase.

É um modo de vida. Um no qual nasci e no qual morrerei.

Mas com essa liberdade, vem um preço.


PRÓLOGO

C
ontinue andando e você fará um buraco no chão.

As botas pesadas de Jake pararam. Tirando o boné preto, ele coça a


nuca.

— Estou perdendo a cabeça, Nix. E se eu for um pai terrível? E se eu foder com


a vida desse garoto? Meu próprio pai era um pedaço de merda. Quero que a vida do
meu filho seja melhor do que a que eu tive.De pé, eu cruzo os poucos metros entre
nós e coloco minha mão em seu ombro, olhando em seus olhos cheios de emoção.

— Ele terá uma vida boa. Ele não é apenas seu filho, ele é meu sobrinho
também. Eu protegerei você sempre, irmão. Você é um homem melhor do que
acredita e, além disso, eu não deixaria você estragar a vida dele. Eu colocaria o bom
senso em você primeiro.

Com uma risada, seus ombros perdem a tensão e eu tiro minha mão do seu
ombro.

—Eu não esperaria nada menos. Caramba, ter um filho te deixa louco. Quando
a enfermeira vai sair? Não aguento mais me preocupar assim.

A mente do homem está indo a mil por hora e eu entendo. Jake ama minha
irmã com tudo o que ele tem. Ela é tudo para ele, e agora eles estão prestes a ter
uma família. Seu nível de proteção está prestes a disparar... A quem estou
enganando? Então, será o meu.

Liz é minha irmã, mas fui eu quem a criou. Desde o momento em que nossa
mãe fugiu quando éramos crianças até garantir que Liz entrasse na faculdade, eu
sempre estive lá. Fiz um juramento a meu pai de protegê-la e fazer o que é certo
com ela, e mantive essa promessa. Agora, vou fazer o mesmo por meu sobrinho.

Uma enfermeira bonita e morena com uniforme rosa entra na sala de espera e
a atenção de Jake se volta para ela, seu tom ansioso.

— Ela está bem? Meu filho está bem?

— Ela está bem. Seu filho também. Você pode vir e vê-los — diz a ele com um
sorriso genuíno.

Seguindo seus passos, entramos no quarto de hospital e Jake vai para o lado de
Liz. Com os olhos cheios de amor e admiração, ele olha primeiro para ela, depois
para o filho recém-nascido. Braços cruzados e encostada na porta vejo minha irmã
entregar meu sobrinho a seu pai. Com uma postura confiante e braços sólidos, ele
gentilmente pega com seus braços estendidos.

—Ele não é lindo? — Ela pergunta, sua voz revelando seu cansaço.

Incapaz de desviar os olhos do homenzinho de cobertor azul, a voz de Jake fica


suave.

—Ele é perfeito, Peach. Nosso filho é perfeito.


CAPÍTULO UM

Q
uatro semanas atrás, tornei-me tio de uma versão minúscula de Jake
Castle, e eu não poderia amá-lo mais do já amo. Esta noite é a grande
entrada de Liam nos Kings, e eu avisei todos os meus irmãos para terem
cuidado. Jake era protetor de sua mulher, adicione seu filho e você tem um lobo
pronto para rasgar em qualquer coisa que ameace sua matilha. É exatamente por
isso que não lhe disse que o primo de Tolito, Reed, foi libertado da prisão, junto com
alguns outros membros da Wild Royals. Ele já tem o suficiente no prato. Merece
esta noite para desfrutar com sua família. O Club Business pode esperar... Pelo
menos por uma noite.

A porta da frente do clube dos Kings se abre e Liz entra, carregando Liam
empacotado em seus braços. Todos os olhos vão para eles, com Jake entrando atrás
dela. É um olhar muito diferente, vê-lo carregando uma cadeirinha infantil contra o
sorridente playboy arrogante que ele usou há dois anos. Foi preciso a mulher certa
para acalmá-lo, e embora às vezes fosse difícil para ela, minha irmã era aquela
mulher.

Colocando a cadeirinha infantil em uma mesa próxima, Jake aceita os


tapinhas nas costas e observa cuidadosamente enquanto outros se aproximam de
Liz e Liam. Vestindo um macacão laranja e preto, a camisa de Liam diz: Meu Pai
Anda de Harley. Os ahhs das mulheres estão em uníssono vocal.

Balançando a cabeça para Jeff, meu garçom de longa data, aponto para as
garrafas de bebidas e grito: —Dê uma rodada de dose para todos. Hoje à noite, nós
celebramos!
Liz é encurralada em uma mesa onde as namoradas dos membros do clube têm
presentes. Liam é levado nos braços de Jenna, minha mulher e melhor amiga de
Liz. Sussurrando em seu ouvido, ela o segura aconchegante contra si, sussurrando
palavras privadas para ele. Ver isso traz à tona os pensamentos frequentes que tive
ultimamente. Depois de dois anos juntos, é hora de colocar um anel e torná-la
minha.

Bebidas são passadas ao redor, e a celebração de Liam vai a todo vapor.


Presentes são abertos, e Liz cria uma pilha de roupas temáticas Harley Davidson,
brinquedos e suprimentos para bebês. Levantando um taco de sinuca, eu bato no
ombro de Jake, chamando sua atenção para longe de Liz.

— Estamos na sede do clube. Não há nada com que se preocupar aqui. Você
pode ir com calma hoje à noite.

Levando uma cerveja aos lábios, Jake ri.

— Não é isso. Não consigo parar de observá-los. Temo que se o fizer, acordo de
um sonho e tudo desaparecerá. Eles são tudo para mim. Não achei que fosse
possível amar tanto duas pessoas, que a ideia de as perder pode me manter
acordado à noite. Fico sentado ao lado do berço dele observando-o por horas,
espantado com o que Peach e eu criamos. — Colocando sua garrafa de cerveja na
mesa mais próxima, ele pega um taco de sinuca. — Porra, eles me transformaram
em um molenga. Presta atenção.

— Quem você está tentando enganar? — Com o lábio enrolado em um sorriso


humorado, eu rio. — Liz te transformou em uma boceta apaixonada muito antes de
Liam chegar.

— Vá se foder. Faça uma aposta para que eu possa ganhar todo o seu dinheiro.

Jogando algumas notas de vinte na mesa, eu as cubro com minha cerveja.

— Vamos dobrar esta noite. Estou me sentindo com sorte.

Apostar é um passatempo que Jake e eu gostamos. Nós somos igualmente


bons, fazendo jogos e nenhuma garantia de quem vai levar para casa o dinheiro no
final da noite. A ideia de deixá-lo intencionalmente ganhar para que ele e Liz
possam desfrutar do dinheiro extra passa pela minha cabeça, mas desaparece
rapidamente. Jogos honestos são algo que todo o clube se orgulha. Nós incentivamos
uns aos outros para serem melhores em tudo – melhores homens, melhores
cavaleiros, melhores irmãos, melhores cônjuges – você escolhe. Muita coisa mudou
para os Kings. Estamos mais próximos do que nunca. O passado nos ensinou.
Aprendemos com nossos erros e somos um clube mais forte por causa disso.

Na tacada de Jake as bolas se espalham pelo feltro, e ele faz uma jogada legal,
colocando quatro bolas na caçapa. Ele pega as bolas lisas e se move ao redor da
mesa para seu próximo tiro.

— Ouvi dizer que Reed está fora da prisão.

Merda.

— Como você descobriu?

— Trevor.

Se ao menos ele tivesse mantido essa notícia para si por mais tempo.

— Acha que precisamos nos preocupar? — Jake pergunta, cerrando sua


mandíbula quando erra o tiro.

Movendo-me ao redor da mesa, calculo os ângulos das bolas listradas.

— Eu gostaria de saber a resposta para isso. De qualquer forma, precisamos


estar preparados. Reed e Tolito eram próximos, e ouvi dizer que ele é o novo
Presidente dos Royals. Há uma chance de ele ou sua tripulação quererem sangue.

Pegando a cerveja, Jake dá um longo gole. — Um ano e meio de paz e agora


temos que tomar cuidado por causa dessas merdas de novo. Eles são uma ameaça
interminável.

— O que você acha de nós oferecermos uma trégua? Não conheço Reed. Ele
estava sempre em segundo plano. Talvez ele não seja como Tolito.

— Você é bom demais para um homem, Nix. Mesmo que Reed não seja tão mal
quanto Tolito era, ele ainda vai ser um Royal. Você sabe o que eles têm que fazer
para ganhar uma compensação.
— Porra, eu sei. Mas não posso deixar de querer chegar à frente disso. A
rivalidade precisa acabar. — Olho para Liz e Liam, vendo minha irmã beijar a testa
do meu sobrinho. — Para todos nós.

Com minha mão passando pelos cachos vermelhos macios de Jenna, puxo a
cabeça dela para trás e empurro com mais força em sua abertura lisa. Com meu pau
enterrado profundamente, gozo dentro da minha garota, meus músculos relaxando
enquanto meu corpo obtém sua liberação necessária.

Batendo em sua bunda, eu liberto seu cabelo e a puxo. O corpo dela ainda está
tremendo no fim do orgasmo. Beijo seu ombro, dando-lhe carinho pelo prazer que ela
me deu. Caindo de costas, ela mexe o corpo para mais perto, deitando-se sobre meu
peito. Torcendo uma mecha de seu cabelo em volta do meu dedo, mostro-lhe mais
afeto, trazendo seus lábios rosados para os meus.

— Eu estive pensando.

— Uh oh.

— Sobre nós.

— Oh? — Apoiando o queixo em sua mão levantada, olhos castanhos se


concentram em mim com interesse. — O quê sobre nós?

— Ver você segurar Liam hoje à noite me fez pensar no nosso futuro. Fez-me
pensar sobre comprar um anel de diamante.

— Sério?

Espero que o tom mais alto da voz dela seja indicativo de ela se sentir da
mesma maneira que eu.

— Você iria querer isso?

Nervos se misturam no meu intestino enquanto vejo os olhos dela.


— Sim, eu quero. Eu te amo e não há mais ninguém com quem eu escolheria
estar. É absolutamente o que eu quero.

Inclinando-se para frente, ela reclama minha boca, nosso beijo cheio de emoção
inebriante. Membros emaranhados, meu pau endurece. Pegando-a em meus braços,
eu a coloco em cima de mim. Dobrando os joelhos, ela monta em mim, deslizando
meu pau grosso em sua boceta.

Correndo minhas mãos ao longo de seus lados, eu a seguro firme e eu olho em


seus olhos quentes.

—Eu quero fazer você feliz. Tão feliz quanto você me faz.

—Você já faz — ela responde, movendo os quadris.

Sentir o calor do corpo da Jenna aninhado ao meu enquanto eu desperto do


sono é a maneira perfeita de acordar. Deslizando minha mão entre suas pernas,
circulo meus dedos em volta de seu clitóris até que esteja coberto de seu desejo por
mim.

— Você vai me chupar? Estou desejando sua boca em torno do meu pau. —
Provocando meus lábios em sua orelha, chupo seu lóbulo na minha boca enquanto
enfio meus dedos dentro dela.

— Mm-hmm — ela geme. — Mas vai te custar uma boa foda de língua.

Um rosnado carente desliza pelos meus dentes. —Você sabe que eu amo
quando você fala assim. — Empurrando para frente, pressiono em sua bunda. —Isso
me deixa duro.

O barulho de Harleys à distância interrompe o movimento dos meus dedos


sobre ela.
— Droga. Eles chegaram mais cedo do que eu esperava.

Um gemido gutural escapa dela enquanto rola de costas.

— Deixe outra pessoa abrir a loja.

Saindo da cama, ajusto minha ereção desaparecendo na minha cueca e


vasculho o quarto por um jeans.

— Não posso, querida. William precisa de alguns reparos em sua transmissão.


Eu disse que lhe daria uma mão. Vamos terminar o que começamos mais tarde.

— É melhor você terminar. — Com uma piscadela, ela se vira e balança a


bunda no ar.

Com um jeans na mão, volto para a cama e esbofeteio sua bunda.

—Pare de me provocar. Já é difícil o suficiente para me afastar de você.

Deslizando uma perna no meu jeans, eu a beijo no instante em que ela se


inclina sobre meus ombros.

— Pelo menos me deixe fazer algo rápido para comer. Eu sei como você é
sugado para o trabalho e esquece de comer.

— Tudo bem.

O cheiro de bacon e ovos vai para o banheiro no momento em que estou me


preparando. Dores de fome me atraem para a sala de jantar, onde Jenna tem dois
pratos de comida servidos e prontos.

— Obrigado, baby. Eu aprecio isso.

Beijando-a na cabeça, me junto a ela na mesa. Após algumas mordidas, coloco


meu garfo sobre a mesa quando ouço motores Harley reduzindo na minha garagem.
Jenna levanta-se da mesa.

— Vou preparar mais comida.

Passos pesados pisam na minha varanda, vozes desconhecidas chamando


minha atenção para a porta.
— Jenna, abaixe-se!

Balas atravessam a porta de madeira. Mergulhando para ela, dor rasga meu
abdômen inferior. A bala roça meu lado, mas não posso me preocupar com isso
agora. Com Jenna debaixo de mim, alcanço a arma escondida embaixo da pia. A
porta da frente se abre e eu não perco tempo conhecendo os intrusos. Com a força do
gatilho, disparo várias balas em nossos atacantes. Fragmentos dos Wild Royal vêm
à minha vista enquanto fogem dos tiros.

Soltando a arma, verifico se Jenna está bem. O sangue está encharcando


minha camisa e a dela. Com as mãos trêmulas, ela está segurando o estômago.

— Jenna, baby, espere.

— Nix...

— Está tudo bem, baby. Estou ligando para o 911.

Minha mão trêmula consegue pressionar os números. Correndo por algo para
comprimir contra a ferida dela, dou ao atendente os detalhes. Desligando, pressiono
uma toalha firmemente em seu estômago.

— Baby, olhe para mim. Você vai ficar bem.

Com o coração martelando no meu peito, temo o pior. Uma piscina vermelha de
líquido encharca o chão, nossos corpos e nossas roupas. Rosto pálido, ela perdeu
muito sangue.

— Nix...

— Espere, baby. Eles estão chegando.

— Eu... amo... você.

Braços caindo para os lados, seus lindos olhos castanhos perdem seu brilho.
Olhando fixamente, sua vida desaparece, tirando a mulher que amo.

Um rugido sai do meu peito. Tremendo e doendo, meus músculos se contraem,


meu estômago se aperta. A dor – física, mental e emocional - vem em ondas
esmagadoras de agonia. Segurando-a contra meu peito, a embalo enquanto minha
dor me destrói, estripando-me de dentro para fora.
O som de passos e vozes mal é registrado. Os homens tentam tirá-la de mim, e
eu balanço meu punho.

— Não toque nela!

— Ela precisa da nossa ajuda. — Ouço-os dizer.

Meus braços pesados caem quando seu corpo é levantado em uma maca. Estou
inconsolável, incapaz de me mover.

— Você foi baleado. Precisamos levá-lo para o hospital.

— Deixe-me em paz. Minha vida não importa. Ela se foi.


CAPÍTULO DOIS

E
u Pensei que tinha enterrado pessoas suficientes na minha vida, mas
estava errado. Eu estava errado sobre tudo. Minhas decisões levaram a
este dia — o dia em que vi um caixão segurando o corpo da mulher que
amo no chão. Em vez de levar seu anel de noivado, estou dizendo adeus. As
cicatrizes no meu corpo e no meu coração sempre me lembrarão dos meus erros.

Ao meu lado, Liz chora pela perda de sua melhor amiga. Esticando meu braço,
a seguro contra meu peito e a consolo. Os pais da Jenna olham para nós, sob seus
olhos vermelhos inchados, eu vejo ódio. Eles me culpam pela morte dela, e não estão
errados. A culpa foi minha. Eu a trouxe para minha vida - uma vida cheia de
derramamento de sangue. Há mais de um ano e meio, fiz a escolha errada de ajudar
o TBI. Foi Liz quem pagou primeiro pelo meu erro, e agora Jenna pagou com sua
vida.

Gotas de chuva batem na minha jaqueta de couro. Guarda-chuvas pretos


esporadicamente se abrem ao meu redor. A brisa úmida de uma tempestade que se
aproxima varre meu rosto. Por dentro, minhas emoções combinam com o clima -
uma fúria negra.

À minha frente, a estrada está vazia, cinza e deserta. Não sei para onde vou.
Não sei há quanto tempo estou dirigindo. A ideia de encontrar uma estrada privada
de cascalho e acabar com a minha miséria com uma bala me atormenta. É o rosto
inocente do meu sobrinho que está me impedindo de seguir em frente. Não posso
deixá-lo e Liz para trás com os Royals ainda lá fora, com a intenção de destruir
minha família. Eles tiraram o suficiente de mim, escureceram minha alma, e agora,
é vingança que eu quero.
DOIS MESES DEPOIS...

Decepção puxa meus lábios e sobrancelha enquanto olho para o fundo da


garrafa de Jack na minha mesa. Não é suficiente... Nunca é suficiente para abafar
as memórias dela. Uma coelhinha1 está chupando meu pau como se fosse seu
pirulito favorito, e estou muito bêbado e entorpecido para dizer a ela que o esforço é
inútil. A porta do meu escritório abre e sou salvo pelo convidado inesperado.
Qualquer que seja o nome dela, para de chupar e olha para cima.

— Desculpe docinho, você precisa ir — Jake diz a ela.

— Mas... — Olhos azuis se concentram em mim com uma expressão irritada.

Eu encolho meus ombros descuidadamente.

— Idiota de merda. — As palavras são lançadas na minha direção enquanto ela


puxa sua calcinha de volta para cima de suas coxas e enfia-a sob seu vestido colante.

Uma risada escapa do meu peito, e não sei por quê. Talvez porque ela esteja
certa.

— Muito obrigada, Jake — ela estala, passando por ele.

A porta se fecha e eu coloco meu lixo de volta no meu jeans.

— O que você quer? — Minha própria voz soa estranha, distante e com raiva.
Tentando ficar de pé, perco o equilíbrio e bato de volta na cadeira. Já estou bêbado e
a poucos passos de desmaiar e acordar com baba em cima de mim.

— Você está uma bagunça. É hora de ir para casa.

— Estou bem e estou dormindo aqui. — Esfregando meus olhos,


momentaneamente bloqueio a luz ofuscante da sala.

— Você não dorme em sua própria casa há dois meses.

1 Mulheres que ficam à disposição de qualquer membro do clube.


— Isso é uma inter... ven... ção? — Minhas palavras são arrastadas, e a boca de
Jake torce, combinando com a pena em seus olhos. —Se assim for, você pode se
foder.

— Amanhã, vamos dar um longo passeio. — Braços cruzados, suas costas estão
contra a porta. — Você precisa de um, e nós temos peças especiais que precisam ser
recolhidas.

— Onde?

— Ohio.

Com o olhar em seu rosto, ele não está aceitando um não como resposta,
mesmo que seja isso que eu quero dizer a ele. Eu teria que lutar contra o idiota
teimoso para vencer essa discussão, e não tenho energia.

— Tudo bem-digo entre dentes cerrados. — Eu vou.

— Durma um pouco. Você vai precisar.

Apagando a luz, fecha a porta do escritório atrás dele. Sentado na minha


cadeira, minha cabeça cai para trás, e as memórias de seu lindo rosto e cabelo ruivo
dançam em minha mente. Mas a mesma coisa que acontece todas as noites se repete
- as memórias se transformam em escuridão.
CAPÍTULO TRÊS

L
evi está à altura de seus jogos habituais. Pensei que tínhamos
superado, mas como posso ver pela maneira como ele está apalpando a
bunda da loira, ele ainda é o mesmo idiota por quem me apaixonei
tolamente. A atenção de vários membros do clube segue meus passos enquanto
invado o bar onde Levi e a loira estão se apalpando. Eu não vou atrás da mulher
como teria feito no passado. Não é culpa dela ele ser um filho da puta traidor. É dele
que estou atrás desta vez.

Pegando meu ritmo, coloco as duas mãos, empurrando-o para o bar. Ele
estremece brevemente quando suas costas batem na borda de aço da barra. Sim,
filho da puta, eu fiz isso de propósito. Não dando tempo para ele reagir, bato minha
palma em bochecha.

— Nós terminamos. Para sempre desta vez. — Olhando para a loira, sorrio. —
Ele é todo seu, mas estou avisando, ele enfia o pau em qualquer coisa que se move e
não vai dar a mínima para o quanto isso te machuca.

Olhos castanhos se estreitam em mim. Ele está chateado por envergonhá-lo


assim. Segurando meu pulso, ele aperta forte, mandando dor para o meu braço.

Afastando-se da loira, ele me arrasta para longe de olhos observadores.


Estamos prestes a entrar em nossa luta habitual com a qual os membros do clube se
acostumaram. Sempre foi uma relação de amor e ódio entre Levi e eu. Ele traia, nós
brigávamos, ele pedia desculpas e rastejava pelo meu perdão, então nós fodíamos e
fazíamos as pazes - patético, eu sei.
Eu era jovem quando o conheci e fiquei apaixonada. Eu não queria nenhum
outro homem e acreditava que poderia mudá-lo. Eu estava errada. O primeiro ano
foi bom, então a traição começou. Mais quatro anos de seus jogos e finalmente
recuperei o juízo. Foi preciso Skip, um homem que considero ser uma figura paterna
na minha vida e um dos membros mais antigos dos Sinister Sons, para me fazer
perceber que Levi nunca vai mudar por mim. Ele não me ama o suficiente para
querer se comprometer, e descobriu que aceito seu comportamento por causa do
quanto eu queria estar com ele.

Empurrando-me para uma das salas do clube, Levi bate a porta atrás dele.
Nada se ouve com a batida alta da música vinda da sede do clube. Olhos brilhando
de ódio, a parte de trás de sua mão chicoteia em minha bochecha. Tropeçando para
trás, estou tão em choque quanto com dor. Levi nunca me bateu antes. Nossos
argumentos nunca foram mais do que um jogo de gritos.

— Você acha que pode me envergonhar assim na frente dos meus irmãos,
vadia?

O filho da puta pode pensar de novo se ele acredita que eu vou me acovardar à
sua raiva. Bato o joelho na virilha, ele se dobra, e eu bato meu punho em seu rosto o
mais forte que posso. A dor percorre minha mão e pelo braço, sentindo como se meus
ossos tivessem explodido, mas eu vou aguentar. Nenhum homem tem o direito de
encostar a mão em mim.

— Eu tenho sido leal a você por cinco anos e você acha que pode me bater?
Esqueceu o que meus irmãos me ensinaram. Nunca, jamais, deixarei um homem
colocar as mãos em mim. — Escorregando da minha jaqueta de propriedade, eu jogo
na cara atordoada dele. —Você nunca me amou e eu finalmente percebi isso. Falei
sério quando disse que terminamos. Eu não quero seu pau imundo em qualquer
lugar perto de mim.

— Você sai por aquela porta e eu não vou aceitá-la de volta, Synne. Você não
terá mais minha proteção. Você realmente quer isso?

Levantando meu queixo, encontro seu olhar. — Eu não tenho mais uma razão
para ficar aqui. Você deveria ter me tratado melhor. Ninguém jamais será tão leal a
você como eu fui.
— Você sabia no que se meteu quando me conheceu. — O idiota nem parece
arrependido, mas a cara dele vai amanhã.

Caminhando até a porta, olho para trás por cima do ombro. — Ainda não faz
com que esteja tudo bem. Eu te amei com tudo que eu tinha.

Abrindo a porta, ouço suas botas batendo no chão atrás de mim.

— Synne, volte aqui!

Sem me virar para trás, fecho meus punhos ao meu lado e evito os olhos das
pessoas com quem vivi e chamei de família por anos.

— Synne!

A voz de Levi berra pela sede do clube, e meus pés aceleram o passo enquanto
puxo minhas chaves do meu bolso. Fora da porta, corro para minha Harley. Uma
mão agarra meu braço, e me preparo para o ataque de Levi. Skip olha para mim
com uma mistura de orgulho e preocupação em seus olhos.

— Vá para longe Synne e nunca olhe para trás. Encontre uma nova casa onde
os Sons não podem encontrá-la.

— Eu irei. Eu prometo.

— Sentirei sua falta, garota atrevida.

— Eu vou sentir sua falta também.

Com um polegar na minha bochecha, ele dá um passo para trás e observa como
ligo minha Harley e vou embora.
CAPÍTULO QUATRO

D
e costas contra o azulejo frio do chuveiro, a água quente escorre pelo
meu corpo, dando aos meus músculos um alívio, mas não à minha
mente. Está nublada, cheia de tensão, preocupação e raiva. Meus erros
me assombram, me atormentando todos os dias, e nada alivia a dor. Ouvindo
movimentos lá embaixo, desligo a torneira do chuveiro e saio. Com a toalha na
cintura, aperto a alça da minha Glock.

— Nix!

Abaixando a arma, coloco-a no balcão da pia. A voz da Liz ecoa pela casa mais
uma vez quando abro a porta do banheiro.

— Desço em um minuto.

Cabelo úmido, o afasto para longe do meu rosto. Olhando no espelho de borda
embaçada, não me reconheço. Meu cabelo está comprido e emaranhado, meus olhos
fundos e opacos. Já se passaram alguns meses desde a morte de Jenna, e não fiz
nada além de cair ainda mais na minha miséria. Sei que está afetando o clube, mas
não sei o que fazer. Tudo que quero é esquecer - esquecer seu rosto bonito, sua
risada, o jeito que seus olhos se iluminavam quando ela me via entrar em uma sala.

Apertando o punho, bato contra o balcão. Tenho vergonha do que me tornei, de


ter deixado sua morte ir sem vingança. Que eu caí tão longe, deixando minha dor
me engolir por inteiro. Fungando, luto contra a sensação avassaladora que toma
conta de mim. Limpando meu rosto, me assusto quando ouço a porta do banheiro
abrir. De pé na soleira, os olhos da minha irmã suavizam com simpatia quando ela
olha para mim.
— Eu trouxe o jantar para você. Gostaria de sair hoje à noite, só você e eu.

Assentindo, aceito sua oferta. Não quero admitir, mas preciso da companhia
dela. Avançando, ela escova meu cabelo bagunçado para longe do meu rosto.

— Posso cortar seu cabelo?

— Sim. Essa merda está fora de controle.

Com uma risadinha, ela sorri. — Sim, está.

— Faça o que quiser com ele.

— Venha para a cozinha. Eu vou cortá-lo, então podemos comer.

Deixando-me sozinho no banheiro, dou uma última olhada no espelho,


desejando que fosse outro homem olhando de volta.

Uma cadeira está colocada no chão de ladrilhos. Só estou de volta à minha casa
há algumas semanas, e toda vez que entro nesta cozinha, meu estômago embrulha.
Foi aqui que a perdi. Vendo-me parado lá, completamente imóvel, Liz levanta a
cadeira e a traz de volta para a sala de jantar.

— Vamos fazer isso aqui.

Na mesa, a cadeirinha de Liam está vibrando levemente e tocando música


suave de bebês. Minha atenção atraída para ele, me aproximo e, com o dedo
indicador, esfrego sua bochecha macia. Olhos castanhos olham para mim, e ele faz
sons felizes, soprando bolhas babadas de seus lábios.

— Ele está crescendo rápido.

— Eu sei disso. E ele tem um apetite como seu pai.

Vendo o boné Harley Davidson puxa o canto dos meus lábios. Tenho certeza
que Jake não deixa Liam sair de casa sem algo Harley sobre ele.

Colocando minhas mãos sob suas costas e pescoço, o levanto, trazendo seu
rosto para o meu. Beijando sua testa, sinto um momento de paz. Ele é a corda que
me amarra aqui, ele e Liz. Eles são minha âncora, minha razão para continuar
todos os dias. Saber o quanto ela se preocupa comigo endurece meus músculos.
Culpa é como uma força apertando minha cintura.

— Você está preocupada comigo, eu sei.

— Estou. Todo o clube está preocupado. Você é o presidente deles, e quando


você está sofrendo, estamos todos sofrendo.

— Estou tentando. Tudo me lembra dela.

— Não consigo imaginar a dor que você está sentindo. Se eu perdesse Jake,
estaria quebrada, mas eu sei que você cuidaria de mim. Então, deixe-me cuidar de
você.

O cheiro do bebê é um aroma reconfortante que atinge profundamente.


Relutantemente, coloco-o de volta em sua cadeirinha, e olho para ela.

— Vamos começar com o corte de cabelo e o jantar.

Meu estômago está roncando. Não me lembro da última refeição que comi.
Talvez ontem de manhã. Tudo tem sido um longo borrão ultimamente. Sentado na
cadeira, fios escuros e grossos caem no chão. Terminada com a tesoura, ela alcança o
aparador. O zumbido para alguns minutos depois, e ela levanta o espelho portátil.
Tocar no topo da minha cabeça é um sentimento estranho. Meu cabelo se foi. É curto
agora, um pouco mais longo no topo, mas não muito. Com as duas mãos, esfrego
meus dedos sobre o novo corte. Parece mais leve, melhor.

— Você gosta?

— Além do fato de eu me sentir careca, sim, eu gosto. Você fez bem.

Longos fios de cabelos castanhos escuros estão espalhados pelo chão. Juntando
suas ferramentas de volta em sua bolsa, ela vai até o armário pegar uma vassoura.

— Você vai reconhecer seu tio depois do que sua mãe acabou de fazer com todo
o meu cabelo? — Com meu dedo tocando sua bochecha macia, Liam olha para mim
por um momento antes de arrulhar feliz. —Eu acho que sim.

— Claro, que ele reconhece você. Você é a família dele.


O armário se fecha atrás dela, que atravessa a cozinha até as sacolas no
balcão.

— O que você está fazendo?

— Massa.

Outro resmungo do meu estômago, e sorrio com gratidão. — Estou feliz que
você veio.

— Eu também.

— Onde está Jake?

— Na sede do clube com os caras.

— Devo-lhes um pedido de desculpas. Não tenho estado muito por perto. Eles
estão pagando por minha ausência.

— É o que fazemos, e você faria isso por qualquer um de nós.

Tirando mantimentos de uma sacola, ela coloca uma caixa de macarrão e um


pote de molho. Abrindo a geladeira, puxo meio quilo de carne moída para fora e
entrego a ela.

— Obrigada.

Abrindo o pacote, ela prepara a carne.

— William diz que precisamos contratar alguém para a recepção da loja de


motocicletas. Brittany se demitiu.

— Por quê?

— Ela estava dormindo com William. Ele começou a sair com outra garota que
conheceu em uma festa do clube e eles entraram em uma briga enorme, então ela se
separou. Chutou sua motocicleta ao sair. Ele estava chateado... Sobre a moto. Não
parecia muito preocupado com a Brittany.

— Fodido William, ele é como era Jake.


— Ei! — Ela franze a testa e joga um pouco de macarrão seco em mim.

— Desculpe, mas é verdade. William é tudo sobre perseguir rabo agora. Vá em


frente e publique em uma lista de empregos. Quanto mais cedo o preenchermos,
melhor.

— Farei isso. Você sabe que a semana de moto Full Throttle está chegando?

Com um encolher de ombros, inclino a cabeça. — Me esqueci disso.

Liam chora e Liz responde, caminhando em sua direção. Acenando para ela,
dou alguns passos de volta para a mesa.

— Eu o peguei.

— Ele está com fome. Há uma mamadeira na sacola.

Abrindo a sacola, vejo a mamadeira no bolso direito e trago para Liam. Mãos
minúsculas alcançam, mas ainda não são fortes o suficiente para segurá-la.
Mantendo a mamadeira estável, a seguro para ele, observando quão rápido ele toma
o conteúdo.

— Os caras vão querer você lá. Você vai vir?

Com minha longa pausa, ela continua.

— Você deveria vir. É tradição que todos nós vamos. Precisamos de você lá.

Vingança é algo que eu queria desde que Jenna morreu, mas tenho sido uma
bagunça demais para planejar qualquer tipo de retaliação contra Reed e os Royals.
Se eu for, tenho medo de arriscar minha liberdade atirando nele diretamente entre
os olhos com centenas de testemunhas lá para ver. Mas nunca foi Jenna que eles
queriam. Jenna foi um dano colateral. Por que arriscar mais da minha família
quando a recompensa pela minha cabeça ainda é alta?

— É melhor eu não ir.

Jogando o último macarrão na água, sua atenção se concentra em mim. — Por


que eu não aceito essa conversa. Você está indo. Se você não quer mais ser
presidente, então renuncie, mas se você ainda se importa com essa família, toda a
família, então engula sua vergonha e seja o presidente que os Kings precisam.
Liam soluça, como se dissesse, sim, é o que ela disse. Abaixando a mamadeira,
esfrego sua barriguinha. Ela tem razão. Preciso me recompor e cuidar dos negócios,
ou posso fazer um favor aos Royals e colocar uma bala na minha têmpora.

— Eu quero minha vida de volta.

Uma pequena mão quente toca meu ombro. Ela olha para Liam, seu olhar
amoroso, então de volta para mim, cheio de esperança.

— Todos nós precisamos de você.


CAPÍTULO CINCO

C
om a chave inglesa na mão, aperto o parafuso no motor da Harley na
minha frente. Ouvindo a porta da frente da loja se abrir, minha cabeça
se levanta, e eu olho pela porta da loja para ver quem entrou. Raios
solares brilham pela janela da frente, impedindo uma visão clara do rosto da
mulher, mas posso ver seu longo cabelo vermelho caindo em ondas soltas sobre seus
ombros. Com a boca seca, a chave inglesa cai no chão.

Jenna.

Dando um passo à frente, os raios do sol desaparecem, e a mulher se torna


visível. Pegando um pano, limpo minhas mãos e engulo a onda de dor que rasgou
meu esôfago. Juntando-me a ela no escritório da frente, olho-a. O cabelo é
semelhante ao de Jenna, mas o resto não é. Impressionantes olhos verde-avelã
olham para mim de um corpo curvilíneo e musculoso. Seu braço direito está coberto
por uma manga tatuada, várias cores bonitas entrelaçadas com tinta preta. Com
uma camisa de gola V, posso ver mais tatuagens espiando do tecido ao lado do seio
direito. Olhos atraídos para a pele cremosa gravada com tinta, me pego olhando
muito tempo para seu peito e me inquieto desconfortavelmente com a reação que
meu pau está tendo ao seu corpo.

— Como posso ajudá-la? — Pergunto, jogando o pano no balcão.

— Estou aqui para me candidatar. — Jogando o polegar sobre o ombro, ela


aponta para o sinal de contratação na janela da frente.

Ela é confiante, sexy. Gosto do som, mas a última coisa que quero é ouvir de
novo.
— O trabalho foi preenchido.

Com uma carranca puxando seus lábios, a luz em seus olhos se apaga. Uma
sensação ardente permanece no meu peito assistindo o show de decepção em seu
rosto. A porta lateral do bar do clube abre para Liz entrar no escritório da loja.
Parando em seu caminho, ela olha para a mulher.

— Precisa de ajuda com mais alguma coisa? Eu realmente preciso de


trabalhar.

Atenção atraída para mim, Liz inclina a cabeça e faz uma careta.

— A menos que o trabalho tenha sido preenchido na última hora, está aberto
— diz Liz, olhando severamente para mim.

Pegando o pano, entro na loja, batendo a porta atrás de mim.


— O que há com ele?

A bela mulher de cabelos escuros na minha frente tem tristeza nos olhos, mas
ainda sorri para mim.

— Isso é uma história para depois. Entre na sede do clube. Vamos fazer uma
entrevista.

Acenando-me ao redor do balcão, me convida a segui-la pela porta lateral. Lá


dentro, a sede do clube é mais limpa do que a do Son’s. O piso de madeira e o bar
parecem antigos, mas as mesas, cadeiras e mesas de sinuca são mais novas e de boa
qualidade. Apontando para uma das cadeiras, a mulher pega a que está ao lado
dela.

— Eu sou Liz, mas para o meu homem, eu sou Peach.

— Synne.

— Como s-i-n?

— Sim, mas escrito s-y-n-n-e.

Com um aceno de cabeça, o canto de sua boca gira para cima. — Eu gosto. É
bonito.

— Obrigada, eu não sei o que fazer. Então, o trabalho ainda está aberto?

— Sim, mas precisamos de alguém confiável. Não temos tempo para lidar com
alguém que não aparece muito. Todo mundo por aqui tem seu próprio trabalho para
fazer.

— Eu sou confiável. Eu prometo a você.


— Que tal sua experiência? Você sabe como administrar um registro, organizar
pastas, manter relatórios eficientes e organizar faturas?

— Sim, eu gerenciei um bar e os livros.

— Você tem um currículo? — Ela olha para as folhas de papel na minha mão.

Entregando-os a ela, Liz leva um minuto ou dois para lê-los. Quando termina,
coloca-os para baixo e me olha, estudando-me de perto. Essa garota é esperta. Eu
posso dizer.

— Eu gostaria de oferecer-lhe o trabalho. Você pode começar amanhã, desde


que não seja muito cedo para você.

— Não é. Obrigada, Liz. Eu aprecio isso.

Segurando meu antebraço, ela me impede de sair.

— Fique longe do meu irmão, Nix, por um tempo. Ele está passando por algo.
Perdeu alguém que gostava profundamente.

— Aquele cara com quem falei?

— Sim.

— A pessoa que ele perdeu... Eu me pareço com ela?

— Não, só o cabelo ruivo. É semelhante.

— Você a conhecia bem?

— Desde que éramos crianças. Ela era minha melhor amiga.

—Sinto muito por sua perda.

Cabeça baixa, ela segura suas emoções dentro.

— Eu também.

Vendo a dor em seus olhos, sinto por ela. Conheço essa dor.
— Você um... Quer tomar uma cerveja comigo? Tecnicamente, você não é
minha chefe até amanhã.

Com uma risada, ela se levanta da cadeira e acena com a cabeça para o bar. —
Sim, vamos lá.

Duas cervejas e eu já gosto de Liz. Falar com ela parece natural como se
fôssemos amigas por um tempo. É legal. Não tenho isso há anos. A maioria das
mulheres que encontrei estavam desesperadas para se tornar uma old lady e ferrar
com qualquer outra mulher para chegar ao pau que queriam.

— Quantos anos tem o Liam?

— Seis meses. Ele é tão fofo. Espere até vê-lo.

— Onde ele está?

— Com minha tia May. Ela vai deixá-lo em breve. Ela o observa se Jake e eu
temos que trabalhar. Hoje é meu dia de folga, mas precisava ajudar Nix a pôr as
coisas em dia por aqui.

— Vocês dois são próximos?

— Muito. Ele praticamente me criou. Certifiquei-me de ir para a faculdade.


Agora sou uma RN (Registered Nurse) 2 no Nashville Medical Center. Sou grata por
tudo que ele fez. Ele dirigia o bar e a loja de motos e me mandava dinheiro todo mês.

— Parece um bom homem.

Dando um gole na cerveja, ela concorda.

— Ele é, ele está apenas perdido agora, mas vai encontrar o seu caminho. Eu
não conheço ninguém mais forte do que meu irmão.

É bom saber que meu novo chefe não é um idiota. Não é algo que eu preciso
agora. Posso querer todos os amigos que conseguir. Estou sozinha, sem família, sem
proteção, recomeçando completamente, e é assustador como o inferno. Se o resto do
MC Kings é como Liz e seu irmão, eu posso ter encontrado um novo lar. É o que eu
preciso. Três meses em movimento me afetaram.

2 Enfermeira registrada.
— Eu vou ficar longe dele, dar-lhe seu espaço. Não vou causar problemas. Eu
preciso deste trabalho.

Olhos vagando sobre meu rosto, ela me estuda, claramente tomando cada
detalhe.

— Qual é a sua história? — Ela pergunta com uma expectativa confiante. —Há
alguma coisa que devemos saber?

— Eu não trouxe nenhuma bagagem comigo se é com isso que você está
preocupada. Deixei tudo para trás.

Olhando nos meus olhos, ela procura sinais de mentira. Quando não encontra
nenhum, seus lábios se voltam com um sorriso gentil.

— Por que você não volta hoje à noite? Há uma festa e sua noite de luta. O
clube inteiro estará aqui. Vai ser bom para você conhecer todo mundo.

É bom ser bem-vinda. A amizade dela é o que eu preciso. Tendo sido criada em
um MC, sinto falta do sentimento de família, de pessoas que te apoiam.

— Obrigada. Estarei aqui.

Puxando o telefone do bolso de trás, ela me espera para fazer o mesmo.

— Eu vou te mandar uma mensagem mais tarde.

Trocamos números e eu saio, me sentindo esperançosa pela primeira vez em


meses.
Inclinando-me para trás em uma das cadeiras do clube, viro o copo e bebo
minha cura líquida. Abaixo de mim, a cadeira raspa no chão de madeira enquanto
me levanto. Cada passo é pesado quando entro no ringue improvisado. Um novo
prospect em potencial está passando por sua iniciação, mas não estou preocupado
com este. Com certeza, Dominic será o último a ficar de pé depois de lutar contra
todos nós. Braços como rocha, ele os levanta, pronto para me colocar aos seus pés.
Com certeza não facilitarei para ele.

Entrando rápido, enterro meu punho nas costelas dele. Ele antecipa meu
próximo golpe, bloqueia, e me soca na boca. Com meu lábio queimando e
arrebentado, reúno a raiva que tenho carregando e libero. Dominic é o oponente
perfeito, me devolvendo o que dou a ele. Preciso disso, entrar no ringue com alguém
que possa lidar com isso.

É uma dança de habilidade, raiva e sangue. Ele respinga no chão quando cuspo
e escorre da pele quebrada da testa dele. Tenho certeza que ele está gostando disso
tanto quanto eu. Recuando, cada um de nós respira e analisa nosso próximo ataque.
Cabelo ruivo pega o canto do meu olho, e eu viro a cabeça para ver a mulher de hoje
cedo passeando pelo clube. Que porra ela está fazendo aqui? Com meus
pensamentos distraídos, o punho de Dominic acerta meu estômago, e eu me curvo.
Porra! O punho dele parece um tijolo. Perseguindo a respiração que foi tirada de
mim, eu bato para fora, e Max entra em seguida.

Empurrando a multidão, eu vejo sua aproximação de Liz e Liam. Pegando-o em


seus braços, ela olha para ele com olhos suaves. A agonia rasga meu caminho
através do meu coração. A memória de Jenna segurando Liam passa pela minha
mente. Sacudindo o pensamento, eu redireciono para o bar. Não posso fazer isso,
não agora. Preciso me controlar. Não posso desmoronar toda vez que vejo uma
mulher ruiva.
— O que posso te dar? — Jeff olha para mim, preocupado. Venho afogando
minhas mágoas no fundo de uma garrafa de Jack há cinco meses. Eu sei que ele está
preocupado, é para onde eu estou indo novamente. Olhando por cima do meu ombro,
vejo Red entregar Liam de volta para a Liz.

— Três garrafas de cerveja.

Com três garrafas geladas na mão, ando até minha irmã e Red. Entregando a
ambas uma garrafa, ela olha para mim, surpresa.

— Obrigada.

— Liz, posso falar com você a sós?

A expressão de Red muda, ficando preocupada, mas ela ainda acena e diz a Liz
que vai cuidar de Liam.

Afastando-me alguns metros de distância, meus olhos se estreitam. — Diga-me


que você não contratou Red.

— O nome dela é Synne, e eu fiz. Ela é qualificada, parece confiável, e


precisamos que a posição seja preenchida pra ontem. Não use isso contra ela por
haver semelhanças com...

Vendo a expressão em meu rosto, não diz o nome dela. Vai doer muito ouvir
isso em voz alta, e ela sabe disso.

— Ela não pode ajudar, é uma ruiva natural. — Vendo tristeza em seus olhos,
eu suavizo com a sugestão de suas lágrimas. — Sinto falta dela, Nix. Tenho
saudades da minha melhor amiga.

Puxando-a para mim, seguro sua cabeça contra meu peito, acalmando suas
lágrimas de dor. — Eu também sinto falta dela. — Com um beijo na cabeça, a deixo
ir. —Tudo bem, eu não sei o que fazer. Red fica, mas você terá que mostrar a ela
como as coisas são feitas por aqui. Não posso. Você entende?

Limpando uma lágrima perdida, ela acena. — Eu sei.


CAPÍTULO SEIS

E
ntrando no escritório da frente, há uma nova caneca de café esperando
por mim. Pegando-a, tomo um gole, mas não consigo relaxar
completamente com o líquido refrescante. Sentada no banco atrás do
balcão, eu posso ver as leggings de couro preto de Red apertadas em torno de sua
bunda, sua blusa vermelha decotada, revelando mais de seus seios cheios e
cremosos. Meu pau empurra, e eu faço uma careta. Vou precisar estourar essa carga
que tenho carregado na boca de uma coelhinha, pelo amor de Deus. Não aguento
mais essa merda.

— Liz te colocou a par de tudo?

— Sim, eu recebi as faturas do mês passado e as atuais em ordem alfabética.


Dois estavam pendentes. Eu já liguei para eles esta manhã. Um cara ligou e
perguntou se podia deixar sua scooter. Eu não vi nada no calendário, então o
reservei para as onze da manhã.

Droga, ela é boa.

— Bom trabalho, Red. Mantenha o café chegando.

Lindos olhos cor verde-avelã brilham com meu elogio. Antes que o sorriso dela
se amplie mais, eu saio do escritório. Na garagem, puxo meu celular do bolso e
ajusto meu lixo.

— Lindsey, você quer vir ao clube hoje à noite? Eu poderia usar sua
companhia.
Com um pouco de lamentação sobre o que aconteceu da última vez, ela
concorda. Eu sei que ela gostaria de ser Old Lady, mas eu não posso fazer isso. Sou
um idiota por usá-la, mas preciso do toque de uma mulher.

O almoço chega, e eu sei que é essa hora pelo som do meu estômago
resmungando. Eu realmente preciso fazer de comer uma prioridade - café e bebidas
não estão mais cortando. A porta da garagem se abre, e Red entra com uma jaqueta
de couro. O corte se encaixa perfeitamente em suas curvas, e eu olho para longe
antes que meu pau tenha mente própria novamente.

— Você está com fome?

— Sim.

— Eu vou dirigir até Louie e pegar um par de sanduíches para nós. Tá legal?

— Sim. — Sem olhar para ela, coloco o pneu novo na moto levantada na minha
frente.

— Tudo bem. Vejo você daqui a pouco.

Momentos depois ouço o som de uma Harley decolando. Saindo da garagem,


vejo que Red é a dona da moto. Observando-a descer a estrada, ela desaparece, e eu
percebo há quanto tempo estou assistindo. Então, posso ficar um pouco
impressionado que ela saiba montar. Com ela fora de vista, volto ao trabalho.

Quando o barulho de sua Harley retorna, não leva muito tempo para que a
porta da garagem se abra.

— Você não disse o que você queria, então comprei bacon e peru para você. Isso
funciona? Se não, eu posso dar-lhe o meu presunto e queijo.

Ela é atenciosa. Que vai ser bom ter no trabalho.

— Peru e bacon está bem.

— Ótimo, vou deixá-lo aqui para você.

Olhando para ela, sua jaqueta de couro está fora. Inclinando-se para colocar o
sanduíche no meu balcão de ferramentas, o tecido da sua camisa cai para frente.
Porra, ela não está de sutiã. Um vislumbre do mamilo dela me faz olhar como um
adolescente excitado. Droga, eu preciso transar.

— Obrigado.

Persistente, ela me observa, lambendo seus lindos lábios rosados.

— Você tem uma bela condução — digo a ela, quebrando o silêncio estranho.

— Obrigada. É uma condução suave. No entanto, captei um som sibilante. Eu


não sei o que é.

— Um vazamento de escape. Eu ouvi quando você saiu. Traga-a depois do


almoço. Vou dar uma olhada nela.

— Obrigada, mas eu não tenho dinheiro para isso agora.

Ela parece envergonhada, e me sinto culpado por mencionar isso.

— Por conta da casa. Pagamento pelo almoço. Eu posso selá-lo. Só vai levar
alguns minutos.

— Eu aprecio isso. De verdade.

— Não mencione isso.

— Nix...

O que quer que ela queira saber, é um território que eu não quero entrar.

— Obrigado por pegar o almoço. É melhor você voltar ao trabalho.

Parecendo entender que quero ficar sozinho, sai e fecha a porta do escritório
atrás dela.
Com cabelo loiro macio preso na minha mão, eu movo a cabeça da Lindsey para
cima e para baixo do meu pau. Eu precisava disso. Precisava fazer explodir minha
merda e arrumar minha cabeça. Gemendo, ela engole meu esperma, e sento-me,
meus músculos relaxados. Olhos azuis claros olham para mim, e eu assobio com
sensibilidade dela limpando minha cabeça. Com um sorriso largo, ela se afasta, em
seguida monta no meu colo, pernas longas tocando o chão de cada lado da cadeira do
meu escritório. Com a mão na minha tatuagem bonita, ela circula a palavra
Presidente.

— Talvez devêssemos fazer disso uma coisa. Você e eu?

Com a mão em seu quadril, eu a tiro do meu colo. — Muito cedo, Linds. Eu não
estou procurando esse tipo de compromisso.

Em pé, coloco meu pau de volta no meu jeans e vou em direção à porta. A festa
está ativa na sede do clube, e com a conversa dela, estou motivado a participar.

— Eu gosto de você, Nix. Quero ver você mais.

— Foda-se, Linds. Eu só quero manter isso simples.

— Simples como eu te chupo quando você quer, e eu não recebo nada em troca?

Acalmar meu pau não valia esse tipo de chateação.

— É muito cedo para qualquer mulher, você não entende isso? — Meu latido
sai forte, e ela endireita os ombros.

— Eu sinto muito. Eu...

— Esqueça. Nós acabamos. Não vou usar você. Obrigado por hoje à noite, mas
não espere minha chamada novamente.

Saio do meu escritório, deixando-a lá, me sentindo um completo idiota, mas é


melhor acabar com isso. Ela quer mais, eu não. Não há necessidade de levar
adiante. Uma mulher não merece isso. Parado do lado de fora da porta, ouço-a me
xingar e bater a merda fora da minha mesa. Estou chateado por ela estar me
desrespeitando, mas, sério, não a culpo.
Entrando na sede do clube, pego uma cerveja ao passar pelo bar antes de me
juntar ao meu vice-presidente Max e o velho Wesley na mesa de sinuca. Olhando ao
redor da sede do clube, eu vejo Liz no colo de Jake, ele sussurrando em seu ouvido.
Não vai demorar e eles estarão em um quarto fodendo. A porta do clube se abre e
Dominic e sua namorada, Erika, entram. Esses dois nunca estão separados.
Respeito isso nele. Vendo-o ser recebido pelos meus irmãos, penso na sua iniciação
final e na votação para torná-lo um membro completo do clube. Eu já sei o que todos
vão votar. Ele vai se encaixar perfeitamente.

Caminhando de cabeça erguida e com ombros tensos, Dominic se aproxima de


Jake. Algumas palavras são ditas e a expressão de Jake muda. Procurando por
mim, me encontra e vira a cabeça para eu me juntar a eles.

Com um assobio para Wesley e Max, eles seguem atrás de mim. Entrando na
sala do tribunal, ficamos frente a frente.

— O que está acontecendo? — Eu pergunto a Dominic.

— Membros do Royals. Encontrei um na loja Harley. Erika estava fazendo


compras, e um dos idiotas se aproximou dela e agarrou sua bunda, chamando-a de
puta dos Kings. Eu o arrastei para fora e quebrei seu rosto.

— Alguma testemunha? — Jake pergunta.

— Apenas o caixa.

— Daisy não vai dizer nada. — Max lhe assegura. — Ela e o gerente favorecem
os Kings.

Os ombros de Dominic relaxam. — Bom, eu não preciso de pressão nas minhas


costas.

Jake lhe dá tapinhas no ombro. — Nós te apoiamos. Max e eu visitaremos


Daisy e garantiremos que não haverá declarações feitas se a polícia aparecer
fazendo perguntas.

Jake olha para Max. —Você sabe se eles têm câmeras lá fora, no
estacionamento?

— Tenho certeza que sim.


— Vamos apagá-la — responde Jake, confiante.

— Obrigado, irmãos.

— Vá para fora, Dominic. Preciso falar com o conselho.

Dominic sai e olho para cada um deles.

— Precisamos votar nele se tornando um membro completo. Se for unânime,


acho que devemos dar a ele seu patch em Full Throttle.

— Isso seria uma cerimônia e tanto — Jake sorri.

— E Ink? — Max pergunta. — Ele está prospectando há mais tempo que Dom.

— Vamos votar em ambos. Dar o patch aos dois.

— Isso significa que você está se juntando a nós? — Com os polegares enfiados
em seu colete, Wesley aguarda minha resposta com esperança em seus olhos.

— Sim, minha bunda estará lá.

Alguns tapinhas nas minhas costas desenham um sorriso no meu rosto.

— É bom tê-lo de volta, irmão. — O sorriso do Max é grande e genuíno.

— Obrigado por cuidar da merda enquanto eu estava para baixo.

— Claro, todos nós ajudamos você.

— The Royals... — Jake pressiona.

— Hoje não. Acabei de limpar minha cabeça.

— Conversamos depois. Vamos pegar uma cerveja e um pouco de boceta.

Com o braço em volta dos meus ombros, Jake me leva de volta ao clube e ao
bar. É um lugar movimentado hoje à noite. Todos os membros do clube estão aqui,
incluindo nosso mais novo candidato, Ink. Ele e William estão conversando com
Red, ouvindo cada palavra dela. Pelo que parece, a nova garota do William, Maci,
não está curtindo. Vejo uma briga em um futuro próximo. Isso, eu não me
importaria de assistir. Meu dinheiro está em Red.
Jake acena sua mão cheia de cerveja ao redor da sala.

— Há um monte de coelhinhas aqui esta noite. Quem vai ser?

— Vamos começar com uma cerveja.

— Você está me dizendo que vai deixar passar a nova garota? — Jake aponta o
topo de sua garrafa de cerveja para Red. — Ela tem uma bunda incrível.

— Não deixe Liz ouvi-lo dizer isso. Ela vai chutar sua bunda para o próximo
estado.

— Você sabe que a boceta dela é a única que eu quero, mas não sou cego,
irmão.

Red se vira para falar com alguém, e aquela bunda vem à tona. Jake está certo.
É cheia, redonda, e levaria uma boa surra. Ink e William parecem pensar assim
também. Ink pega uma nádega e aperta. Com o cotovelo no peito dele, Red se vira
contra ele e dá um soco, dando um passo para trás em seu traseiro.

— Caramba, ela tem um bom braço. — Jake ri.

Seja o que for que Red tenha dito a ele, Ink levantou as duas mãos por
misericórdia.

— Ela é uma cabeça quente. Isso é com certeza.

Liz se aproxima de nós, pega a mão de Jake e o puxa em direção às escadas.

— Desculpe, Nix. Preciso do meu homem. Estamos fora do dever de pais hoje à
noite.

Jake encolhe os ombros e pisca para mim, um sorriso travesso dividindo os


lábios.

— Vejo você depois, irmão.

Ainda observando Red, minha curiosidade cresce. Eu não sei nada sobre a
mulher - de onde ela é, sua família, se ela tem alguma. É meu trabalho proteger este
clube e os membros nele. É hora de fazer algumas pesquisas.
Pegando duas cervejas frescas, eu passo atrás dela. Ink e William abrem
espaço para mim, respeitando o patch.

— Isso vai ser um inferno de um olho roxo, Ink.

Red vira ao som da minha voz, a expressão suavizando quando olha para mim.
Eu inclino minha cabeça, surpreso ao ver a mudança em sua linguagem corporal.

— Eu trouxe uma cerveja para você. Nós deveríamos conversar.

Enrijecendo o corpo, ela aceita a cerveja e me segue até a varanda atrás do


meu escritório. Sento-me, estouro o topo da minha cerveja e levanto minhas pernas,
descansando-as sobre a grade. Ao sentar-se ao meu lado, ela parece nervosa.

— Sinto muito por bater em seu prospect em potencial. Isso não vai acontecer
de novo.

— Não é disso que se trata, Red. E você está livre para se defender de
tateamento indesejado daqueles imbecis.

Alívio cobre seu rosto, e ela se inclina para trás na cadeira, tomando um gole.

— Obrigada.

— Então, qual é a sua história? Por que você está aqui? E não me dê uma
volta. Eu quero a verdade.

Sua testa sobe e ela se afasta em pensamento por um momento.

— Tudo bem. A verdade é que me apaixonei por um canalha quando era jovem.
Nos cinco anos seguintes eu me apaixonei mais, e ele passou esse tempo fodendo
cada boceta que lhe mostrava atenção. Eu terminei e fui embora.

— Em que MC ele estava?

— Chicago, Sinister Sons.

Ela parece muito mais nervosa por ter desistido desse detalhe.

— Não se preocupe. Eu não os conheço. Só ouvi o nome. Você está fugindo dele?
Olhando para longe, ela evita contato visual comigo.

— Não só ele. Os Sons também.

— Eles são fora-da-lei?

Ela dá um gole em sua cerveja, claramente precisando de coragem líquida.

— Eles estão indo nessa direção. Um patchover3 foi agendado.

— O que você fez para justificar a animosidade?

— Chutei o traseiro dele antes de sair. Abandonei-o. Desrespeitei-o na frente


do clube. Se eu ficasse por lá, eles teriam me punido por isso.

— Que tipo de punição?

— Talvez estupro, talvez uma surra. Não posso dizer com certeza. Eu não
estava disposta a ficar e descobrir.

— Jesus, você tomou a decisão certa ao partir.

Esvaziando a cerveja, ela a coloca no assoalho da varanda abaixo da cadeira.

— Eu sei que os negócios do clube são privados, mas os Kings não parecem
bandidos.

— Nós não somos, nossa merda é legal. O máximo que faremos é uma escolta
para uma empresa que precisa de proteção contra gangues ou um MC rebelde. Foi
assim que nos tornamos rivais de outro MC chamado Wild Royals. Nossos clubes
têm uma longa e sangrenta história.

— Foi isso que aconteceu a...

— Eu poderia tomar outra cerveja. Você se importa? — Segurando minha


garrafa vazia, aceno, interrompendo para onde a conversa dela estava indo.

Com lábios apertados, ela acena, aceitando a dica.

— Sim, vou pegar mais algumas.

3 Uma reorganização/reajustamento de um Motoclube.


Quando ela se afasta, olho para sua bunda. Balançando a cabeça, rio. Não sou
melhor que Ink ou William. Enquanto ela está fora, eu olho para o céu escuro
coberto de estrelas. Fechando os olhos, eu respiro, sentindo o ar frio da noite. Houve
noites como esta quando as festas ficavam loucas, Jenna e eu fugíamos
furtivamente, devastando um ao outro no meu escritório, e depois viríamos para cá.
Ela sentava no meu colo, e assistíamos, esperando por uma estrela cadente. Era
algo que ela amava, e eu estava feliz fazendo-a feliz.

Uma mão quente toca meu ombro e meu coração pula uma batida. Abrindo
meus olhos, vejo Red. Brilhantes olhos verde-avelã olham para mim, sua expressão
carinhosa.

— Você sente falta dela, não é?

Pegando a mão dela, eu a seguro na minha, passando minha mão sobre sua
pele macia.

—Todos os dias.

Com seu movimento para frente, abaixo minhas pernas da grade, deixando-a
ficar entre meus joelhos. Encostada na grade, ela me dá uma das duas cervejas na
mão esquerda. Colocando a cerveja no chão de madeira, eu movo minha mão para o
quadril dela, puxando-a para mim. Colocando a cerveja na grade, ela passa os dedos
pelo meu cabelo curto. A sensação é reconfortante e algo que eu não sabia que
precisava. Com a testa contra seu estômago, eu respiro-a, o aroma de canela me
atraindo mais fundo.

O som de saltos batendo na madeira nos perturba. Lindsey vira a esquina, sua
expressão rapidamente se transformando em raiva.

— Porra, Nix. Eu chupo seu pau mais cedo, você me diz para ir embora, e agora
você está tentando entrar em suas calças de couro muito apertadas. Você é um
idiota.

Recuando, Red deixa cair as mãos. Ela parece chateada. Tenho certeza de que
a parte anterior de chupar o pau iniciou isso. A tensão rola pelos meus ombros,
trazendo de volta todas as emoções que haviam deixado de existir
momentaneamente.
Ficando de pé, vou em direção à Lindsey. Ela está claramente bêbada e parece
perto de chorar.

— Acalme-se, porra. O que eu faço e com quem faço, isso é problema meu.
Agora, vamos lá. Vou levá-la para casa. Você está bêbada e fazendo uma cena.

Olhando por cima do ombro, eu aceno para Red. — Vejo você no trabalho.
CAPÍTULO SETE

D
erramando café em duas canecas, coloco uma na beira do balcão e
trago a outra comigo. Ainda não vi Nix esta manhã, mas espero que
quando o fizer, não seja estranho. Tivemos um momento na festa. Que
tipo de momento, eu não sei. Talvez estejamos ambos solitários. Talvez haja um
entendimento mútuo de ter um coração partido. Talvez sejam ambos. De qualquer
forma, o que eu sei é que há algo que fica me puxando em direção a ele, querendo
saber mais. Sob seus impressionantes olhos verdes há um homem que está
quebrado, mas fazendo tudo o que pode para se consertar pelas pessoas ao seu
redor. Diz muito sobre seu caráter.

Mesmo depois de terminar e Lindsey reclamar, ele se certificou que a mulher


chegaria em casa em segurança. Levi nunca teria feito isso. Ele a teria empurrado,
dito a ela para não o desrespeitar e sua ol´ lady, então me arrastaria atrás dele,
dizendo que ela é uma mentirosa e nada aconteceu. O que havia de errado comigo?
Eu aguentei essa merda por anos. Olhando para trás, gostaria de dar sentido ao
meu eu mais jovem e me dizer para ficar o mais longe possível de Levi. Se ele não
tivesse sido um astro do rock na cama, duvido que teria ficado com ele por tanto
tempo. Foda-se aquele homem por ser tão habilidoso.

A porta da garagem se abre e momentos depois Nix entra no escritório,


passando a mão pelo cabelo curto. Sob seus olhos, a pele é mais escura, afundada.
Ele claramente não dormiu bem. Pegando a caneca, ele anda atrás de mim pela
porta do clube.

— Obrigado, Red.
Desaparecendo do outro lado, ele não diz mais nada. William entra pela porta
atrás de mim, sorrindo como um idiota.

— Eu estarei na garagem hoje. Deixe-me saber se você precisa de alguma


coisa.

— O que Nix está fazendo?

— Negócio do clube, querida. Indo dar uma volta com Jake e Max. Eu trabalho
com Nix na garagem, então você vai me ver muito. — Com uma piscadela, ele vai
até a máquina de café e serve uma caneca cheia. —Isso foi um impressionante
gancho de direita na outra noite.

Olhando para cima dos arquivos na minha frente, noto o brilho nos olhos azuis
de William. É evidente que ele gosta do que vê. Ele não é ruim de olhar - alto, cabelo
loiro mais longo no topo, mais curto nas laterais, ombros largos com tatuagens
enrolando em torno de ambos os braços - só que ele é um pouco bonito demais para o
meu gosto. Eu prefiro cabelos escuros e bruto.

Permanecendo com sua caneca na mão, sua atenção é atraída para o som de
Harleys. Nix e outros dois Kings passam pelas janelas da frente e desaparecem na
estrada.

— Então, de onde você vem? — Colocando um cotovelo no balcão, ele se inclina


para frente, deixando claro que está aqui para ficar.

— Chicago.

— Nunca estive lá, mas estaria pronto para ir. Você gosta de viagens de
estrada?

Apontando a caneta na minha mão para minha Harley lá fora, levanto uma
sobrancelha. — Aquela verde lá fora. Essa é minha.

— Não me diga, droga, baby, você ficou muito mais quente. Deveríamos dar
uma volta juntos algum dia. Eu prometo que vai ser agradável. — Com outra
piscadela, ele garante que eu pegue suas insinuações sexuais.

— E sua garota? Como ela se sentiria sobre você montando com outra garota?
Abaixando a caneca, ele dá de ombros.

— Maci é legal. Só estamos saindo. Ela não é a minha Old Lady se é isso que
você está perguntando.

Este William é um homem de verdade, e não quero dizer isso como um elogio.

— Certo.

Olhando-o nos olhos, eu me inclino para frente e seu olhar cai no meu decote
antes de voltar para o meu rosto. Enrolando meu dedo, eu o trago para mais perto.
Lambendo os lábios, seu sorriso se estende em um sorriso lascivo.

— Isso, — eu aponto entre ele e eu — não vai...

O estrondo de Harleys correndo em direção à loja corta minhas palavras. Cacos


de vidro me tiram do assento. Jogando-me contra a parede, meus olhos se arregalam
quando olho por cima do balcão para fumaça, garrafa quebrada no chão.

— Abaixe-se!

Com a caneca desaparecida de sua mão, William pula em mim, levando-nos


para o chão. Coração batendo rapidamente no meu peito, nós dois esperamos balas,
mas felizmente nenhuma vem. Tirando-me de seus braços, espiamos por cima do
balcão. O som das Harleys se distancia à medida que elas fogem rapidamente. Eu
tenho um vislumbre de um emblema nas costas - Wild Royals.

Correndo para o pano em chamas no chão, William o apaga, pisando nas


chamas com sua bota pesada.

— Malditos Royals! Preciso ligar para Nix.

— O que diabos foi isso?

Ignorando-me, ele disca e coloca o telefone no ouvido.

— Royals acabaram de fazer uma visita. Lançaram uma garrafa em chamas


colada a um tijolo pela janela da frente. — Sua atenção se volta para mim. —Sim,
ela está bem. Puta e confusa, mas tudo bem... Tudo bem, até você chegar aqui.

Guardando o telefone no bolso, ele inclina a cabeça em direção à garagem.


— Vamos limpar essa merda. Temos fita adesiva e folhas de plásticos na
garagem.

— Por que eles fizeram isso?

— Retaliação.

— Para quê?

— Negócio do clube. — Com um olhar severo, ele indica que é toda a


informação que vou conseguir.

Com o chão limpo e a última ponta de plástico colada na moldura da janela,


ouço motocicletas entrando no estacionamento. Olhando pela porta de vidro, vejo
Nix e os outros dois Kings. Com o rosto vermelho e a mandíbula tensa, a expressão
de Nix revela sua raiva. Parando a poucos metros da entrada, ele olha para a janela,
em seguida, diz alguns palavrões antes de entrar. Imediatamente, ele olha para
mim.

— Você está bem? — Inesperadamente, ele esfrega a mão no meu cabelo


enquanto seus olhos vagam pelo meu rosto, inspecionando-me. — Se você quiser
parar, eu entendo.

Sua raiva está escondida atrás de outra coisa - preocupação. Olhos verdes
vibrantes se fixam nos meus e minha compostura suaviza. Toda vez que ele está
perto de mim, meu corpo reage, formigando em todos os lugares certos. Tirando sua
mão do meu cabelo, eu entrelaço meus dedos com os dele, momentaneamente
desfrutando da sensação de sua mão forte antes de soltá-la.

— Estou bem, e uma garrafa pela janela não vai me assustar.

— Bom. Eu estava apenas começando a me acostumar com você.

Passando a mão pelo meu ombro, seu sorriso é breve. Atenção voltando-se para
William, ele acena com o queixo.

— Venha para o clube. Precisamos conversar.

Todos os quatro homens escapam pela porta lateral para a sede do clube. Nix
para na frente da porta.
— Você pode ligar e ver quanto uma substituição de janela vai nos custar?

— Sim, eu vou cuidar disso.

—Obrigado.

A porta se fecha atrás dele, e eu volto ao trabalho.


Depois de chamar todos os membros, preocupação marca suas sobrancelhas
enquanto tomam seus assentos em torno da mesa do tribunal.

— Conte-lhes os detalhes, William.

Com uma recapitulação do evento matinal, sinto a raiva crescendo por toda a
sala.

— Synne está bem? — Ink pergunta.

— Sim, ela está bem. Não a abalou. Ela é durona, — garanto a ele.

Fico feliz em ver que os caras estão gostando dela. É um bom sinal que ela se
encaixará conosco.

— Eles estão aproveitando a oportunidade para enviar uma mensagem. Eles


acham que os Kings estão fracos.

Sei que Dominic tem razão. Esfregando meus dedos sobre a barba no meu
rosto, tiro um momento para pensar sobre minhas palavras.

— Depois de cinco meses, tenho certeza que Reed acha que não pretendo
retaliar pelo que ele fez comigo. Ele provavelmente pensa que estou com medo, mas
a verdade é o oposto. — Inclinando-me para frente, coloco minhas mãos juntas,
esfregando um polegar sobre o outro. — Não planejei uma retaliação porque eu era
uma bagunça bêbada. A morte de Jenna me destruiu muito irmãos. Levei um tempo
para me recompor, mas agora que consegui, é hora de lembrarmos aos Royals quem
são os Kings.

Alguns punhos batem na mesa, me dizendo que concordam.

— Estamos apoiando você nisso — Jake me diz.


— Nós estávamos esperando por você para estar pronto. — Max me bate no
ombro.

— Todos vocês estão dentro?

Em uníssono, Trevor, Max, Wesley, William, Ink, Axel, Dominic e Jake dão seu
sinal de aprovação.

— Nós estamos — confirma William.

— O que estou prestes a pedir a vocês é muito. É um risco perigoso.

— Vamos ouvi-lo, — Jake pressiona.

— Vamos precisar colocar as mãos em alguns explosivos.


CAPÍTULO OITO

P
arado na porta do escritório da frente, limpo minhas mãos em um pano
e vejo Red curvada, mexendo com arquivos. Bunda no ar, observo
descaradamente, apreciando a vista. Quando ela se levanta, tem um
vislumbre de mim em sua visão periférica.

— Admirando a vista? — Ela ri.

— Acabei de entrar.

— Uh-huh. — Sua sobrancelha levanta, e ela sorri. — Eu acredito nisso.

Aproximando-me de onde está, inclino-me sobre ela, chegando perto enquanto


alcanço as ordens de serviço mais recentes. Língua escorregando entre seus lábios,
ela mordisca o inferior, e meu pau empurra.

— Eu vou deixar isso na garagem para William trabalhar. Preciso trabalhar no


meu escritório hoje. Tenho coisas a fazer para o bar. — Engolindo em seco, ela
levanta o queixo, e vejo o rubor rosa chegando às suas bochechas. Lábios cheios e
ligeiramente separados, eu me encontro demorando, olhando para eles. —Vejo você
hoje à noite se vier à sede do clube.

— Por mais ocupados que estejamos esta semana, estou definitivamente


precisando de uma cerveja... Ou três.

Passando meu dedo sob seu queixo, deixei um sorriso genuíno escapar dos
meus lábios.

— Eu vou vê-la mais tarde esta noite, então.


Enquanto me afasto, ela solta um suspiro. Ela não é a única a sentir o calor
entre nós. Toda vez que ela está perto de mim, meu pau me diz o quanto gostaria de
sentir sua boceta ao redor dele. Pena que minha cabeça e meu coração não estão de
acordo.

Com o Full Throttle chegando, estamos prontos para nos soltarmos na sede do
clube hoje à noite. Esta semana tivemos clientes vindo de centenas de quilômetros
de distância para obter as melhores peças disponíveis ou para garantir que suas
motos sejam consertadas e prontas para a semana de festas, shows, corridas e
competições de motocicletas. Cada um dos Kings é inscrito em uma ou mais
modalidades. É o que todos esperamos a cada ano. O Full Throttle é o paraíso de um
motociclista — dia após dia de boceta, bebida, comida, Harleys e música. Eles têm
uma regra, no entanto. Sem rivalidade externa durante o encontro de campo. É a
única vez que todos os moto clubes têm que permanecer neutros, pelo menos dentro
do recinto. Fora dele, não há regras.

Música forte sai dos alto-falantes no canto enquanto eu estou na beirada do


bar, monitorando meu clube e os clientes. Há clientes não-MC aqui esta noite, mas a
maioria é regular, juntamente com os passeios usuais de motoqueiros. Eles já viram
o suficiente de nossas festas para não se assustarem. Eles vêm pela atmosfera e
entretenimento. Meus rapazes fazem bem em compartilhar o bar, mantendo-se
principalmente de um lado, deixando os clientes ficarem com o outro. Também evita
que os membros do clube atrapalhem os clientes se eles fizerem algo por ignorância
ou algo tão ousado quanto colocar as mãos em uma de suas ol´ ladies.

Com a ajuda de William e Ink, Maci e outra coelhinha sobem em cima de uma
das mesas. Vaias e gritos ecoam pela sala enquanto as meninas começam a dançar.
Com seus vestidos curtos, pequenas tiras de tecido espreitam entre suas bochechas
nuas, dando aos homens o show do que eles estão esperando. Para garantir que
excitaram todos os homens do bar, Maci e a outra garota terminam a dança com um
beijo de língua. Caindo para trás, Maci pousa os braços em William. Aplausos
eclodem ao redor da sala - não há como negar que todos os homens gostaram do
show e provavelmente estão ostentando uma semi-ereção como prova.

Com os copos de bebidas e garrafas de cerveja voando para fora das


prateleiras, Jeff parece cansado. Felizmente, contratei ajuda com sua aprovação. Ele
escolheu seu companheiro, e até agora, o jovem está indo bem. Sem dúvida, as
mulheres vão gostar dele com seu cabelo castanho bagunçado, lábio perfurado e
braços musculosos cobertos de tinta, mas do jeito que ele tem olhado meus irmãos,
tenho certeza que ele balança para o outro lado.

Parando atrás do bar, eu pego uma cerveja fresca enquanto Jeff e Andrew
servem os clientes. Além do bar, vejo o jogo de pôquer acontecendo na mesa centro,
uma mistura de membros do clube e clientes. Isso é uma coisa que todos eles levam
a sério aqui - seu jogo.

Na mesa onde as garotas estavam dançando, William e Ink começaram os


amassos. A mão de William está debaixo do vestido da Maci, fodendo-a com o dedo
para o clube inteiro ver. Eles precisam conseguir um quarto antes que se torne um
show pornô completo com ele dobrando-a sobre a mesa. E, foda-se, eu não me
importaria de vê-los. Com um gole, eu vejo os dois, e com certeza, seu vestido desliza
mais acima de seu quadril, revelando mais de sua bunda. É óbvio para onde isso
está indo, e não estou surpreso. Maci quer apostar sua reivindicação sobre William,
e que melhor maneira do que montar seu pau na frente de todas as garotas daqui?
Só que isso não significa nada para William. Se ele quiser outra boceta, vai
abandoná-la num piscar de olhos. Eu estava errado quando disse à Liz que William
é como Jake – William é muito pior do que Jake era antigamente.

Com seu vestido levantado o suficiente, William cai em uma cadeira. Puxando-
a para o colo dele, que ajusta seus jeans, deixando seu pau para fora. Com ela no
colo, ele abraça os quadris com força e a joga sobre ele. Aqueles ao seu redor, que
não estão em sua sinuca, pôquer ou conversa, tomaram conhecimento. Na mesa de
pôquer, Trevor bate no braço de Wesley, e eles pausam o jogo para ver Maci montar
William.

Puxando o vestido da Maci de seu ombro, seu seio esquerdo fica livre, e sei que
esse movimento é para seus irmãos. Ele quer mostrar o que tem tanto quanto quer
dar uma olhada. Puxando o cabelo para trás, William inclina a cabeça enquanto ela
o cavalga com força. Com um aperto firme no seu quadril, ele mantém o ritmo dela.

Um cabelo escarlate se destaca entre a multidão e meu olhar muda para Red.
Ela está andando pelo bar à vista de William e Maci. Tomando um gole de sua
cerveja, ela para e observa. Ela parece estar gostando do show tanto quanto eu.
Olhar dançando por eles, seus olhos pegam os meus. Deslizando a língua entre os
lábios, ela pisca para mim, um sorriso brincalhão brevemente varrendo seu rosto.
Meu pau já endurecido engrossa.

O balanço de William e Maci chega ao fim, e a sede do clube assobia e aplaude.


Maci sorri como se ela tivesse acabado de ser coroada a Rainha da Foda. Com seu
pau de volta em seu jeans, William fica orgulhoso e bate na bunda dela. Os dois se
beijam, e eu paro de assistir quando uma dor angustiante me atinge. Há meses que
não transo, e o alívio do boquete de Lindsey acabou. Parte de mim se arrepende de
ter dito a ela que acabou, mas eu não deveria. Eu só a queria para sexo.
Esquivando-me da cena, pego mais duas cervejas e vou para a varanda para me
chafurdar na minha autopiedade sexual.

Recostando-me, tomo minha cerveja e olho para o horizonte, pensando na única


coisa que tem estado frequentemente em minha mente - vingança. Ouvindo passos
se aproximando, olho para ver quem é meu visitante. Red é um colírio para os olhos
quando entra na minha linha de visão. Com um sorriso sexy, ela toma o lugar ao
meu lado e não diz nada, apenas se junta à minha contemplação tranquila.

Colocando a mão na perna nua dela, esfrego meus dedos em sua pele macia. —
Vindo me verificar?

— Eu estou. Eu vi você sair do bar e sabia que estaria aqui.

— Sim, tenho muita coisa na minha cabeça.

— Quer diminuir o fardo?

Com uma risada, levanto minha mão e esfrego ao longo de seu rosto,
mostrando meu apreço pela oferta.

— Não posso. Negócios do clube.

— Eu sei. Talvez eu pudesse diminuir de outra forma.


Minha mão está na coxa dela, meu pau ficando muito mais alerta. Eu sei o que
ela está insinuando. Por mais que eu queira sentir sua boceta, não posso fazer isso
com ela. Eu só iria acabar machucando-a, e ela merece coisa melhor. Tirando minha
mão da sua perna, eu tomo minha cerveja, terminando-a.

— Você deveria voltar para a festa.

Se está zangada, não mostra nenhum sinal disso. Ela fica quieta, e espero que
vá embora, mas não vai. Parando na minha frente, ela remove a cerveja vazia da
minha mão e coloca-a na grade. Pegando a próxima, ela abre e entrega para mim.

— O que você quer, Nix? Passar o resto da vida querendo, precisando, mas
nunca tendo felicidade?

Bebendo minha cerveja, olho para os seus lindos olhos verde-avelã. Expressão
ousada e desafiadora alimenta meu desejo por ela. Na saia vermelha apertada e
escura, suas coxas cremosas me provocam, me antagonizando ainda mais do que
suas palavras.

— A felicidade é um luxo que eu não posso ter. Por causa de quem eu sou,
qualquer um que eu gosto se machuca.

Apertando minhas pernas, ela se senta no meu colo. Minha mão vai para sua
bunda, apalpando-a contra mim.

— Eu não estou pedindo para você me amar. Estou me oferecendo para


satisfazer nossas necessidades. Sou uma garota crescida. Eu não preciso de você
para proteger meu coração.

Olhar combinando com o dela, minha parede se quebra, diminuindo em uma


pilha de lixo. Eu quero essa mulher, quero senti-la apertando ao meu redor
enquanto a fodo com força e a ouço implorar para que eu a faça gozar, mas sei que
se fizer isso, estaria me preparando para um desastre.

— Não pense, Nix. Apenas viva.

Lábios macios exigem que eu ceda. Língua escorregando entre meus lábios, eu
a provo, e naquele momento, eu perco todo o autocontrole. Um baque soa quando
minha cerveja cai no chão. Eu não me importo se isso está derramando em todo o
lugar, eu preciso de seus lábios no meu. Dedos enfiados debaixo da saia dela, eu
levanto o tecido, revelando a parte dela que meu pau dói para estar dentro.
Levantando-me, derrubo as pernas dela e giro-a. Mão nas costas, a inclino e puxo
sua calcinha de renda para baixo de suas coxas. Com as mãos segurando a grade,
abro o zíper do meu jeans e dobro-os para baixo, liberando minha ereção.

O calor úmido e escorregadio me rodeia enquanto empurro na boceta dela.


Instantaneamente, meu corpo vibra para a vida. Empurrando forte e rápido, eu
encontro meu ritmo e me afundo em êxtase. Batendo seus quadris contra mim, ela
implora por mais força. Com as mãos apertadas em seus quadris, bato
repetidamente nela, esquecendo toda a dor, não sentindo nada além de prazer.

Ela se sente muito bem. Estou prestes a gozar, muito cedo, mas não posso me
conter. Preciso da liberação. Puxando para fora, levanto sua camisa e gozo na parte
inferior de suas costas. Olhando por cima do ombro, o canto da boca dela está
levantado em um sorriso lascivo. Apertando sua bunda, sorrio de volta. Removendo
meu colete, levanto minha regata preta e limpo suas costas antes de jogar a camisa
ao lado da cerveja derramada.

Deslizando o tecido de renda de volta para as coxas, ela abaixa a saia, virando-
se para mim. Com um olhar para o meu pau, ela olha para mim com um sorriso
muito sexy. Com a mão enrolada em seu cabelo, me inclino e a beijo. O cheiro de
sexo e canela enche minhas narinas, fazendo a sensação de culpa no meu peito
apertar. Dirigindo-me para ela, solto um suspiro ponderado.

— Você é incrível, Synne, mas não podemos fazer isso de novo.

Fechando meu jeans, pego minha jaqueta e vou embora, deixando-a e o


momento de alegria que senti com ela.
CAPÍTULO NOVE

E
ntrando no escritório da frente, eu esperava que ela tivesse ligado
dizendo que estava doente ou que pelo menos estivesse com raiva. Eu
inclino minha cabeça na caneca de café esperando por mim.
Levantando, a vejo digitar no computador.

— Bom dia. — Voz baixa e sexy, a palavra desliza facilmente de seus lábios.
Ela não parece chateada comigo, e estou aliviado tanto quanto estou confuso.

— Bom dia, Red. O que temos hoje?

— Três novas peças precisam ser instaladas e um reparo.

Girando no banquinho, ela se vira para mim, e culpa cai em minhas entranhas
como uma âncora pesada. Olhos verde-avelã brilham sem sinal de animosidade.
Com a forma como a deixei ontem à noite, tinha certeza que haveria repercussões.

— Se você está esperando que eu comece a chorar ou diga que você é um idiota,
isso não vai acontecer. A noite passada foi o que eu esperava. Não preciso que me
abrace ou sussurre palavras doces no meu ouvido. Estamos bem, Nix. Você pode
relaxar.

Abaixando a caneca, levo um momento para absorver suas palavras. Misturado


com uma combinação de culpa e alívio, meus lábios se contorcem e balanço minha
cabeça, aceitando o que ela disse.

— Tudo bem. Eu vou levar as ordens de serviço.

Entregando-os para mim, ela pisca e me dá um olhar reconfortante.


— Vou sair para o almoço hoje. Estou me encontrando com Liz.

Papeis na mão, fico parado. — Você vai?

— Sim, queríamos sair juntas, e ela está me informando o que esperar em Full
Throttle. Se não for tarde demais, eu poderia entrar em uma corrida ou competição.

Surpresa não é algo que eu deveria estar sentindo, porque eu admito, ela é
totalmente fodona, mas ainda assim consegue me surpreender. Eu gosto disso...
Demais.

— Precisa que eu dê uma olhada na sua moto?

O canto da boca dela inclina-se para cima, e eu sei que a resposta é sim antes
que ela diga.

— Você não se importa?

— Não, se você está indo para Full Throttle representando os Kings, eu quero
ver você ter sucesso. Estacione-a fora da garagem quando você voltar do almoço, e
eu vou dar uma olhada nela.

— Obrigada, Nix.

Com uma piscadela na minha direção, eu rio de como é fácil gostar dela.

— Até mais tarde, Red.


É o momento perfeito quando Liz para em seu Camaro. Meu estômago começou
a roncar há alguns minutos. Guardando a fatura na minha frente, a comprimento
quando ela entra pela porta.

— Você está pronta? — Cabelos castanhos escuros puxados para cima em


algum tipo de coque chique extravagante, seu sorriso é largo, iluminando os mesmos
olhos verdes de Nix.

— Sim, deixe-me dizer a Nix estamos saindo.

Com um aceno de mão, ela vai em direção à garagem. —Eu direi a ele. — Ela
desaparece pela porta, deixando-a ligeiramente entreaberta, suas vozes um
murmúrio através da abertura. Quando ouço meu nome, me aproximo.

— Estou feliz que você a convidou para o Full Throttle. Ela ficará com você no
acampamento?

— Eu ia pedir a ela.

— Isso vai ser bom. Vai me fazer sentir melhor saber que vocês duas estão
dormindo lá.

— Você gosta dela?

— Ela faz um bom trabalho. Estou feliz que você a contratou.

— Você sabe o que quero dizer.

— Ela é uma ruiva linda, Liz. O que acha que os Royals vão presumir? Apenas
estar perto de mim faz dela um alvo. Além de dizer a ela para se afastar, a melhor
coisa que eu posso fazer é manter distância.
Posso ouvir a raiva no tom dele. Não em Liz, mas em algo muito mais profundo
que estou começando a entender.

— Sinto muito, — a emoção rompe com a voz dela.

Suavizando o tom, a voz de Nix baixa. — Você não tem nada para se desculpar.
Foram minhas decisões, minha culpa por tê-la perdido.

— Você não deveria acreditar nisso. A guerra de sangue com os Royals


começou muito antes de nós.

— Sim, eu sei. Vá em frente. Não desperdice seu almoço falando comigo sobre
essa merda.

— Eu te amo, Nix. Você sabe o quanto, certo?

— Tanto quanto eu te amo. Agora, saia daqui. Eu tenho trabalho a fazer.

Liz volta pela porta, uma expressão sombria em seu rosto. Quando ela olha
para mim, sua expressão se transforma com seus pensamentos.

— Vamos comer alguma coisa.

Estacionando ao longo da rua, ela me leva a um restaurante mexicano lotado


entre várias lojas unidas em um longo prédio de tijolos. Restaurantes de última
hora são algo que ambas amamos. Você não pode superar o serviço e a comida
nestes pequenos negócios. Encontrando uma mesa vazia, deslizamos e damos ao
garçom nossos pedidos de bebida. Quando eles chegarem, nós recitamos nossos
pedidos de comida.

— Quando os Kings vão para o Full Throttle, eu dirijo a caminhonete do Nix e


levo o trailer. Os caras ficam em barracas ao redor do acampamento, mas você não
tem que fazer isso. Você pode ficar no trailer comigo.

— Eu estou bem com isso.

— Ótimo! Você ficará feliz por ter feito isso. Se você ficar em uma barraca, não
ouvirá nada além de grunhidos e trepadas a noite toda.

O riso escapa do meu peito, e Liz ri junto comigo.


— Você acha que eu estou brincando. Sério, é tanto uma festa de foda como
qualquer outra coisa na semana da motocicleta.

— Eu acredito e aprecio a cama confortável. O que mais eu preciso saber?

— É um gigante festival de motos ao ar livre e música. Há coisas legais para


comprar, vendedores de comida, shows, concursos, acrobacias, corridas e longas
estradas para passeios de motocicleta. Há algumas opções, dependendo de quanto
tempo você deseja uma viagem. Se você entrar online, eles têm os mapas e a
distância de cada passeio. Vou mandar um SMS com o link para você se inscrever
para os eventos.

— Obrigada. Você sabe que passeios ou eventos Nix está participando?

Nossa conversa pausa à medida que nossa comida é entregue, o prato de ferro
fundido chiando com calor, enchendo o ar com o aroma de carne fajita e legumes. Liz
continua enquanto prepara sua fajita com arroz.

— Sim, ele e vários outros Kings estão fazendo um par de passeios. Ele vai
colocar sua moto na competição de motos fodonas. Também monta uma tenda para
a loja no evento, e eu ajudo a administrá-la. Ele obtém grande parte de seus
negócios personalizados assim. Tenho certeza que Nix não perguntou por que é sua
primeira vez, mas você se importaria de me ajudar a trabalhar na tenda durante
alguns dos eventos? Eu não quero que você perca nenhuma atividade, mas seria
bom para você aprender o que precisa ser feito.

— Claro. Eu estou dentro. Vai ser bom ficar com você.

Depois de algumas mordidas, puxo a atenção dela da comida.

— Eu quero ser honesta com você sobre algo. Você tem sido uma grande amiga,
e eu quero continuar nossa amizade, então eu sinto que eu preciso ser honesta sobre
algo. Você me pediu para ficar longe de Nix, mas eu não fiquei. Nós transamos.

A expressão que eu esperava forma seu rosto com choque.

— O quê? Quando?

— Sexta à noite. Festa na sede do clube. Você está chateada?


— Não, apenas surpresa. Você gosta dele?

— Eu me importo com ele, sim. Acho que ambos viemos de um lugar quebrado
e entendemos isso um no outro. Não estou tentando me tornar a mulher do Nix, só
para esclarecer. A tensão sexual entre nós estava fora de controle, então eu... você
sabe... a liberei.

A cabeça da Liz cai enquanto ri.

— Não, eu entendo. Eu não sou tola. Apenas... há algo sobre Nix que você
precisa saber. Ele é um motoqueiro fodão por fora, mas por dentro, suas emoções
correm fundo. Ele é um tipo de cara de uma mulher só, e uma vez que ele tem
sentimentos, ele é leal. Então tenha cuidado. Não mergulhe nessa piscina se você
não está procurando por algo sério.

— Talvez sério seja exatamente o que Nix não precisa.

A fajita para no caminho para sua boca.

— Talvez você esteja certa, mas como sua única irmã, é meu trabalho dizer-lhe,
não foda com as emoções do meu irmão, ou eu vou chutar o seu traseiro.

Sua boca se curva em um sorriso. Ela está sendo brincalhona, mas por baixo
disso, eu sei que ela está muito séria, e eu não daria a mínima para tentar.

— Eu não vou.

Liz aceita minha declaração honesta, e voltamos à nossa comida. Eu termino


outro taco enchendo de pimenta.

— Posso te perguntar uma coisa?

— Sim. — Liz acena.

Abaixando minha voz, eu pergunto. — A ex de Nix, sua melhor amiga... Ela foi
morta pelo Royals?

A tristeza enche os olhos de Liz. — Ela foi. Eles foram à casa do Nix para
machucá-lo, talvez matá-lo. Ela levou uma das balas e morreu nos braços de Nix.
— Merda, Liz, isso é horrível. É por isso que ele está preocupado comigo por
estar perto dele, não é?

—Você nos ouviu, hein?

—Sim, eu ouvi. Faz sentido por que ele me disse que o trabalho estava
preenchido.

—Ele vive com muita culpa e não quer mais ninguém de quem se importe se
machucando.

Sei que há muito mais que ela não está compartilhando, mas eu entendo. Sou
nova nos Kings. A confiança é conquistada, e eu já disse que não respeitei o pedido
dela para ficar longe de Nix. Com a conversa ficando tensa, é óbvio que Liz precisa
escapar dela. Com a mudança de assunto, ela desabafa sobre o trabalho, e nós
fazemos arranjos para ir às compras antes da semana da motocicleta.

De volta à loja, me despeço dela e puxo as chaves da Harley do meu bolso. A


atenção de Nix é atraída para mim enquanto eu dirijo até a garagem.

Limpando as mãos em um pano, ele joga em uma caixa de ferramentas, e se


aproxima da minha moto. Pegando o guidão em seu aperto, ele empurra-a para a
garagem. O aperto dos músculos das costas e ombros rouba meu olhar, e eu
rapidamente olho para longe enquanto meu corpo reage.

— Farei uma verificação completa de manutenção, certificando-me de que tudo


está funcionando do jeito que deveria. Vocês tiveram um bom almoço?

— Nós tivemos. Full Throttle soa como uma tonelada de diversão. Estou feliz
que vocês estão me deixando ir junto.

— Você vai se divertir. Apenas evite patch nas costas que dizem Wild Royals.
Você pode fazer isso por mim?

— Eu posso, e eu vou.

— Obrigado. — Inclinando a cabeça, ele faz gestos para o escritório. —Uma


chamada chegou mais cedo, então preciso começar a trabalhar. Venha até a sede do
clube hoje às sete. Vamos fazer planos para o Full Throttle.
— Ok, vou fazer. Disse à Liz que a ajudaria com sua barraca de vendas. Você
está bem com isso?

— Estou. — Lábios cheios aparecem em um sorriso, iluminando seus olhos


verdes. —Eu agradeço a ajuda.

O olhar de Nix permanece em mim enquanto ando até a porta do escritório.


Quando eu olho por cima do ombro, ele voltou ao trabalho. Minhas pernas param e
eu o observo. Com uma camiseta preta, os músculos rígidos de suas costas, ombros e
braços se destacam, flexionando com seus movimentos. Um perfil lateral de seu
rosto mostra sua mandíbula quadrada e a barba que a reveste. A memória de quão
bom é o seu pau grosso, aquece entre minhas pernas. Meu corpo formiga, com fome
de mais dele. Enquanto o observo, a dor entre minhas pernas se fortalece. Antes de
ceder e fazer algo que não deveria, tiro meu olhar dele e corro de volta para o
escritório.
CAPÍTULO DEZ

A
garota de Liz e Trevor, Audrey, entra na sede do clube com várias
caixas de frango e pizza. Os caras lambem os lábios e assistem a
comida ser montada na mesa vazia ao nosso lado. Fazendo duas linhas
em cada lado da mesa, os Kings e suas Old Ladies enchem seus pratos. Jeff coloca
seis baldes de cerveja na mesa, e eu entrego a ele o prato que acabei de preparar.

— Junte-se a nós.

As rugas ao redor dos olhos do velho vincam, e ele olha para mim com
apreciação antes de tomar o prato.

— Obrigado, Nix.

Caminhando para uma das mesas, ele preenche um lugar vazio. Ink coloca o
prato dele na minha frente.

— Aqui, Pres, pegue o meu.

Trevor, o padrinho de Ink, acena com a cabeça para ele com orgulho.

— Obrigado, irmão. — Dando tapinhas em seu ombro, pego o prato com minha
mão livre e me sento à mesa. Minha família ocupa os assentos ao meu redor, e a
sala rapidamente zumbe com o som de suas vozes. Escutando, gosto da conversa
sobre as coisas boas acontecendo em suas vidas e seu entusiasmo pela semana de
motocicleta. Momentos como este são a melhor coisa depois de montar minha
Harley e enterrar meu pau em uma boceta.
Meu olhar sobe ao ver o cabelo vermelho, observo Red entrar e vejo a forma
como ela é bem-vinda por todos. Enchendo um prato, ela se senta ao lado de Audrey.
Olhando para cima, ela sorri para mim, e eu pisco antes de retribuir o gesto. Sua
atenção retorna à sua comida e às mulheres ao seu redor. Jake me pega olhando
para ela e me estuda. Eu sei que isso levará a uma conversa mais tarde - uma
conversa que não quero ter.

Recostando-me na cadeira, largo a asa de frango e limpo o molho dos meus


dedos. Max vê minha intenção e abaixa sua comida.

— Ouça! Pres tem algo a dizer.

A sala se acalma.

— Partimos para o Full Throttle na quinta-feira. A esta altura, é melhor que


suas Harleys estejam prontas para a estrada e todas as inscrições para seus
eventos. Vamos ficar no acampamento 33. Os passeios de moto foram coordenados
por Axel. Se você tiver alguma dúvida, ele cuidará disso. Liz administrará a tenda
Custom Ride com a ajuda de William e Synne. Minha ceifadora será montada na
tenda exceto quando estiver no show de motocicletas fodonas. Senhoras, — minhas
atenções se concentram em Maci. —Se você entrar em qualquer concurso de biquíni
ou dança, mantenha-o elegante para o seu homem. Não queremos nenhuma briga
eclodindo.

Maci ri e adiciona um revirar de olhos para efeito. Um casal de irmãos ri e um


sorriso puxa meus lábios antes que meu olhar varra meus membros.

— Kings, respeitem nosso patch e os patches de outros clubes. Nunca deixe um


irmão sozinho. Se um irmão ficar bêbado pra cacete, ajude-o a voltar ao
acampamento e certifique-se de que ele não comece nenhuma briga no caminho para
lá. Se você for preso, ligue para o Jake, e vamos libertar você sob fiança o mais
rápido possível. E o mais importante, irmãos... cavalguem duro ou fiquem em casa
porra.

Vaias, aplausos e punhos batendo na mesa me dizem que estão prontos para a
merda ficar selvagem. A tagarelice de suas vozes sobe, e voltamos a desfrutar da
companhia um do outro e da nossa comida. Estou ocupado falando com Dom sobre
os eventos que quero que ele veja quando Jake chama meu nome, seu tom ansioso.
Minha atenção se volta para ele, que inclina a cabeça em direção à porta da
frente do clube. Assim que vejo minha ex, Angela, em pé na frente da porta, observo
Liz indo em direção a ela.

— O que diabos você acha que está fazendo vindo aqui?

Jake está fora de seu lugar, correndo para o lado de Liz.

Angela levanta as mãos. — Eu não quero nenhum problema, Liz.

— Cai fora! Você não é bem-vinda!

— Que porra ela quer agora? — Eu rosno. A cadeira de madeira raspa o chão
abaixo de mim enquanto me levanto do meu assento.

— Lide com isso, irmão, — ouvi Max dizer atrás de mim. —Antes que Liz
arranque os olhos dela.

— Baby, deixe-a inteira, pelo menos até Nix ouvir o que ela tem a dizer.

— Eu não dou a mínima para o que ela tem a dizer. Leve sua bunda vadia de
volta para fora da porta antes que eu te chute!

— Ela está certa. Você não é bem-vinda na sede do clube Kings. — De pé ao


lado de Liz, passo minha mão sobre seu ombro, acalmando-a. Jake já tem uma mão
na cintura, caso tenha que impedi-la de arranhar o rosto de Angela. — Eu não me
importo com o que você tem a dizer ou em que problemas você está. Você precisa
sair, agora.

— Tudo bem, eu vou, — ela se arrasta com frustração. Afastando-se de nós, ela
estende o braço para a porta. Antes de abri-la, olha para trás. — Eu não estou mais
com Rex. Eu quero que você saiba disso.

Liz dá um passo à frente. —Fora!

Angela pula com o grito de Liz, sua reação me pegando de surpresa. Angela
sempre foi confiante, dura, capaz de retribuir o que recebia. Vê-la se encolher é uma
indicação de que Rex a espancou.
Liz parece sentir a mesma coisa que eu, e seus ombros abaixam. A enfermeira
atenta liga-se. Ela se aproxima de Angela para detê-la, mas Angela escorrega, e a
mão de Liz cai.

— Talvez eu devesse ir atrás dela.

Jake a puxa para ele. — Não, você não deveria. Eu não quero que você em
qualquer lugar perto dela.

— Ele está certo. — Eu fico olhando para a minha irmãzinha, encontrando seu
olhar de emoções misturadas. — Ela não traz nada além de problemas. Do tipo que
eu não quero você ou qualquer King perto.

Com os braços em volta de Liz, Jake beija a bochecha dela. —Deixa pra lá,
Peach. Temos que pensar no Liam.

Ouvir isso a acalma. Voltando à mesa, Synne estende a mão e toca no braço de
Liz.

— Você está bem?

Liz balança a cabeça e toma o lugar ao lado de Synne. Audrey passa o prato de
Liz até ela, que levanta a mão, balançando a cabeça. Ela perdeu o apetite, e eu
entendo por quê. Angela traz de volta um monte de memórias ruins para todos nós.

Aproximando-se, Jake abaixa a voz. — O que você acha que ela queria?

— Quem diabos sabe? Ou ela tinha informações para compartilhar ou queria


um esconderijo. De qualquer forma, não estamos nos envolvendo. Ela só vai nos
trazer problemas e estragar os planos que temos.

— Ela provavelmente sabe a resposta que precisamos.

— Provavelmente, mas não estamos recebendo dela.

— Não, não estamos. — Jake concorda.

Dando tapinhas nas costas dele, eu faço gestos em direção à mesa. — Vamos
voltar para o jantar. Vamos falar mais depois que as mulheres saírem.
Os membros do clube sabem que não devem fazer perguntas ainda. Assim que
as mulheres limparem e voltarem para casa, entramos na privacidade do tribunal.

Wesley acende um charuto e se inclina para trás em sua cadeira. Olhando para
mim, ele fala primeiro. — Alguma ideia por que Angela veio nos visitar?

— Eu não, e todos os motivos que invoco não são bons para o clube. Ela diz que
não está mais com o Rex. Ela provavelmente queria um lugar seguro para ficar ou
tinha informações que ela pensou que poderia dar em troca de algo. Não tenho
dúvidas de que Rex colocou um rabo nela. Não podemos ser vistos nos associando
com ela. Ela vindo aqui esta noite nos coloca em risco se eles estão observando-a.

Derrubando sua cerveja de volta, Trevor está profundamente em pensamento.


—Você acha que devemos continuar com nossos planos?

—Eu acho.

Axel, meu capitão de estrada, coloca o telefone na mesa e aponta para ele. —
Meu recurso chegou. Ele está esperando minha ligação para atender. Armas,
explosivos, tudo isso.

—Ligue para ele. E seguimos em frente. — Meu olhar pousa em cada membro
do clube. —Eu preciso de todos vocês esta noite. Dom, Ink, você também.

Dom canta a mesa. — Estou dentro.

Ink acena em concordância. —Eu também estou dentro, irmão.

O som de sete Harleys e uma picape ronca na estrada escura e vazia. São duas
da manhã, e todos da tripulação estão dormindo profundamente em suas camas.
Saindo da cidade, cruzamos a autoestrada até o distrito comercial, armazéns e
estacionamentos ocupando o lugar de casas aconchegantes. Recebendo as instruções
do vendedor, viramos para uma estrada sem iluminação e depois em outra antes de
chegar a um estacionamento cercado. Do outro lado está uma van preta. Dois
homens de uniforme escuro de trabalho abrem o portão para nós.

Entrando no estacionamento, tomo conhecimento dos caminhões em


movimento. Parece uma maneira óbvia de transportar itens ilegais. Acho que o
óbvio, não é tão óbvio assim. Axel desce de sua Harley e se aproxima de um homem
de calças e camisa preta, uma arma presa ao quadril, visível para nós vermos.

— Axel.

— Sr. Galloni?

Ambos acenam e apertam as mãos. Axel aponta para mim.

— Meu presidente, Nix.

Apertando a mão do homem, eu tomo nota de sua estatura confiante e


aderência forte. Olhos castanhos inteligentes me olham.

— Obrigado por seus negócios, Nix. — Apontando para a van atrás dele, faz
gestos para eu seguir. — Eu tenho os produtos que você solicitou, se quiser
examiná-los.

— Eu quero. Obrigado.

Seguindo-o, Axel e Max flanqueiam cada lado meu, e o resto da minha


tripulação observa os outros homens e nossos arredores.

Dois homens de Galloni abrem as portas da van e entram, usando um pé de


cabra para abrir uma das caixas. Quando entro na van, Axel e Max colocam as mãos
nas armas e observam os homens de Galloni de perto. Olhando para dentro,
examino as armas de fogo e explosivos. Tirando uma Glock, inspeciono a arma,
insiro um carregador e engatilho a arma. Com as operações intactas, largo o
carregador e coloco-o de volta na caixa. Com tudo o que pedimos contabilizado, desço
da van. Os dois homens fecham a caixa atrás de mim.

— Se seus homens estiverem prontos, podemos transportar a mercadoria do


nosso veículo para o seu — diz Galloni.
— Eu aprecio seu negócio e sua confidencialidade. — Apontando para trás,
Max pega uma bolsa. Um dos homens de Galloni a pega e coloca no chão, verificando
o conteúdo.

— Há mais do que o solicitado — diz o homem ao chefe.

Galloni procura uma explicação.

— Há uma compensação extra para esquecer que essa transação aconteceu.

Os lábios de Galloni se curvam em um sorriso satisfeito. —É um prazer fazer


negócios com você, Nix. Se precisar dos meus serviços novamente, vou fazer o
melhor para atendê-lo.

— Eu vou manter o seu número.

Atrás de nós, seus homens carregam a caixa grande em nosso caminhão. Com
meu trailer Custom Ride, não vai parecer incomum ter sete pilotos ao lado dele.
Para a lei, somos um bando de motoqueiros viajando para um evento. De volta ao
clube, somos rápidos para descarregar a aparelhagem e recarregá-lo em nosso
equipamento para a semana da motocicleta. Assim que terminamos, me aproximo
de Dominic, que está sentado em cima de sua moto terminando uma mensagem de
texto. Ele embolsa o telefone e me dá atenção.

— Você está bem com o seu papel nisso?

Recostando-se no assento, ele relaxa os braços sobre o peito. — Não é mais


segredo no clube que eu venho com certo conjunto de habilidades. Você escolheu o
homem certo para o trabalho.

Estendendo a mão, bato no ombro dele. — Nós já votamos. Você está dentro.
No final da semana, você terá um emblema de membro para substituir este em
potencial.

O canto da boca dele recua. —Vou usá-lo com honra.

— Eu sei que você vai. É bom ter você e Erika aqui conosco.

Dominic abaixa o queixo. — Eu agradeço por nos receber.


— É onde vocês dois pertencem. Agora, leve sua bunda para casa para aquela
doce mulher.

Dominic liga o motor da sua moto, decolando para a noite escura e tranquila
enquanto eu subo na minha. Atrás de mim, os dirigentes do meu clube me seguem
até em casa, garantindo que minhas costas estão cobertas antes de partirem para
casa.
CAPÍTULO ONZE

P
ilotando para os arredores de Full Throttle, encontramos e montamos
nosso acampamento. Há um zumbido animado no ar a partir dos sons
de motores acelerando, música e o cheiro de comida frita, atraindo-nos
para a rua principal. Sem perder tempo, Liz pula no meu caminhão e nós
conduzimos o trailer Custom Ride através da entrada dos fundos, acenando com
nosso crachá de comerciante azul no ar enquanto passamos pela equipe de
segurança. Paramos em nosso local, a grama pintada de amarelo com nosso número
de fornecedor correspondente. Minha equipe é rápida em me ajudar a ter barraca,
banner, mesa, equipamento e folhetos montados enquanto Jake e Max me ajudam a
posicionar Reaper4.

Ela é a minha bebê, horas de trabalho meticuloso instalando peças especiais e


um trabalho de pintura assassino. Ao longo das curvas elegantes do cromo há um
fundo preto sob a arte cinza, representando um ceifador da morte com sua foice de
aço afiada. Todas as outras partes que não são de cromo cintilantes são crânios
empilhados com correntes interligando seus olhos e bocas ocas.

Ela é atraente e chama a atenção de muitos colegas motoqueiros e me fez


ganhar uma boa quantidade de dinheiro em competições anteriores, o que espero
que ganhe novamente esta semana. Passando um pano de microfibra sobre suas
curvas, garantindo que não há impressões digitais ou manchas, recuo, admirando
sua beleza.

Synne se aproxima e atrai meus olhos. Em shorts de couro minúsculos, meias


pretas, uma pequena camiseta preta com ombros desfiados e seu cabelo vermelho

4 Ceifadora.
selvagem caindo pelos lados de seus seios fartos, me esqueço da minha Ceifadora,
porque a única coisa que pensa é o meu pau. Está ficando grosso enquanto meus
olhos a absorvam e seguem as linhas de seu abdômen até o formato de V entre suas
coxas. Sem uma jaqueta de propriedade, ela vai chamar atenção - não há dúvida - e
isso me irrita, quer eu goste ou não.

— Ela é quente demais — ronrona, seus olhos cobiçando minha moto. —Você
definitivamente tem uma chance de ganhar a competição de motos fodonas.

— Isso ela é. — Estou olhando para ela e a curva de suas costas enquanto se
curva para admirar os detalhes da pintura... E porra, eu não estou falando sobre a
moto.

Ela se levanta e me pega olhando. Com a curva de seus lábios cheios, ela
abaixa o queixo e sai com uma piscadela de flerte. Rindo, eu enfio o pano no bolso de
trás do meu jeans.

— Vou pegar uma cerveja. Você quer uma?

— Claro.

— Vamos comigo. Eu vou mostrar-lhe o lugar.

Inclinando minha cabeça para Liz e Jake, eu aviso que voltarei logo. O resto da
minha equipe está se juntando para passear e aproveitar as atividades. Diante das
possibilidades, Ink e o velho Wesley se juntam a mim e a Synne, garantindo que
minhas costas estejam protegidas. Colocando minha mão na parte inferior das
costas dela, a levo para a barraca de cerveja onde eles estão oferecendo porta-
cervejas. Pegamos um par e deslizamos para nossas cervejas. Saindo da tenda,
passamos por uma estação onde coelhinhas motociclistas estão de biquíni,
oferecendo lavagens de motos gratuitamente. Ignorando as tetas balançando em
minha direção, eu olho para trás para Ink, que está apreciando a vista, dizendo-lhes
que ele vai voltar mais tarde.

Caminhamos até a rua principal, repleta de centenas de Harleys em todas as


formas, tamanhos e cores - o paraíso de um motociclista. Caminhando pelo trecho,
serpenteamos lentamente, verificando a programação de cromadas. Os olhos de
Synne se expandem, e eu recebo um chute de sua bunda quente mostrando tanto
entusiasmo. A mulher é o sonho de um motociclista - linda envolta em couro e
renda, durona, atrevida, doce e tem uma paixão por cromo.

Do outro lado da linha de motocicletas, eu pego o pedaço familiar dos Wild


Royals. Dois deles, carregando cervejas, com coelhinhas motoqueiras penduradas
em seus braços em suas roupas de lingerie e expressões confiantes demais. Meus
pensamentos sobre Synne são varridos em um instante, o lembrete de por que eu
não posso ser feliz cavando suas garras naquele caixão de saudade que enterrei
profundamente. Empurrando-a para os braços de Ink, eu aceno minha cabeça em
direção ao Wild Royals. Ink capta minha mensagem e enfia a língua na boca dela
assim que os membros do Wild Royal olham em nossa direção.

Bebo minha cerveja, mantenho meu olhar fixo neles. O cara mais baixo levanta
a mão e me afasta. Por dentro minha raiva ferve, essa canção de vingança uma
melodia na minha cabeça e coração. Synne empurra Ink dela.

— Que porra? Eu pensei que eu tinha sido clara?

Ela limpa a boca, e eu me movo atrás dela, inclinando-se para o ouvido dela.

— Foi para parecer. Desculpe.

Afastando-me dela, sinto a culpa crescendo nas minhas entranhas, mas prefiro
que ela fique chateada a morta.

De volta à nossa tenda de fornecedores, enterro todas as minhas emoções


agravantes com mais algumas cervejas e sinto um zumbido confortável indo
enquanto o sol aquece o ar. Permanecendo ao redor da tenda, respondo perguntas de
potenciais clientes e sorrio orgulhosamente para Liz e William enquanto eles
ajudam a falar sobre a loja e meu trabalho. Synne chega de volta à tenda com
comida para todos nós. Puxando Ink de lado, coloco minha mão em seu ombro e falo
em particular.

— Quero que você fique de olho em Red quando ela não estiver conosco.

— Feito. Quem vai cuidar de você?

Eu inclino minha cabeça para Max.

— Ele me cobre. Obrigado, irmão.


— Sem problemas.

Ink, cujo nome se deve à intrincada arte negra que cobre a maior parte de sua
pele, vira-se e senta-se em uma cadeira, casualmente bebendo uma cerveja
enquanto espera que Synne passe os cachorros-quentes e sanduíches.

Jake assume um posto ao meu lado, mantendo um olho protetor em Liz e no


grupo.

— Já encontrei os Royals — eu digo a ele.

— Alguma briga?

— Não, eles estavam do outro lado da fila de motos. Tive que empurrar Red
nos braços do Ink. A última coisa que eu quero é que eles pensem que ela está
comigo.

Jake inclina a cabeça, passando uma expressão empática na minha direção.

— Eu entendo. — Virando a cerveja, ele termina. — Em breve, irmão, em


breve.

No final da tarde são as corridas de motos femininas. Minha equipe me ajuda a


colocar a Ceifadora no trailer e preparar a tenda para nossa ausência. Nenhum de
nós quer perder o desempenho de Synne nesta corrida, pois ela é a primeira mulher
a representar os Kings. Reunimo-nos em um grupo nas arquibancadas de madeira,
inclinando-se para trás com cervejas em nossas mãos e nossas botas descansando
nos bancos à nossa frente enquanto as corridas começam. As duas primeiras
mulheres se alinham, uma moto vermelha, uma branca. Uma garota está coberta de
couro vermelho, enquanto a outra está em jeans branco e leve. Certamente, a equipe
de corrida definiu dessa forma. Algum tipo de conceito de diabo versus anjo. As
motos decolam, e o diabo vermelho assume a liderança e voa até a chegada. À
medida que a multidão vai à loucura, não posso deixar de pensar que a primeira
corrida foi preparada para o talento dramático.

Mais duas corridas são concluídas antes que a reconhecível moto verde e cabelo
ruivo saiam do lugar. Nossa tripulação assobia e grita seu apoio. Acelerando seu
motor, Synne reconhece isso. Um momento depois a bandeira cai e ela e sua
concorrente deixam poeira ao vento. Ela termina em primeiro lugar, e vários de nós
estão gritando elogios.

Todos os vencedores passam para a próxima fase. Synne continua levando a


vitória até chegar a quatro pilotos. Ela ganha de novo, e tudo depende dela e do
diabo vermelho. Os Kings estão loucos de emoção, ansiosos para vê-la levar a vitória
final. Meu punho aperta em torno da minha garrafa de cerveja enquanto assisto
atentamente. Ela olha em nossa direção, acena o queixo, então se concentra na
pista. A bandeira cai, e ela e o diabo vermelho decolam. Elas estão lado a lado na
maior parte, e estou preocupado que o diabo vermelho esteja se segurando, prestes a
assumir a liderança, exceto que é o oposto. Synne avança e passa pela linha de
chegada, com o punho no ar.

— Porra, sim. — Eu me levanto e assobio, minha tripulação está igualmente


emocionada. Saindo das arquibancadas, descemos até a pista. Quando chegamos,
ela está tirando fotos e recebendo um prêmio. Com as fotos terminadas, ela entra no
nosso círculo, recebendo tapinhas nas costas. Aproximando-se de mim, ela coloca as
mãos em ambos os lados do meu rosto e me beija, a energia da corrida vindo através
de seu beijo como eletricidade. Entre essas correntes cheias de luxúria e zumbido,
tudo está um borrão ao meu redor. Apertando a bunda dela, puxo-a contra o meu
corpo, meu pau engrossando enquanto ela empurra contra meu comprimento.

Os Kings assobiam, sua energia um círculo ao nosso redor, provocando-nos,


alimentando a eletricidade entre nós dois. Puxando para trás, minhas pálpebras se
sentem pesadas, meu pau esticado e ansiando por senti-la. Ela se vira, empurrando
sua bunda mal coberta no meu pau, e envolvo meu braço em volta dela. Saindo de
lá, tomo um gole e levo minha equipe de volta ao festival, olhando para ela com
orgulho recém-descoberto.

Entre as multidões de patch e remendos de couro, minha mente encontra seu


caminho de volta para a gaiola em que vive. Removendo meu braço do ombro dela,
coloco distancia entre nós. Ela percebe, mas não faz barulho. Juntando-se a Liz,
Audrey, Erika e Maci, as cinco se afastam na direção das tendas de vendedoras
femininas. Jake e eu olhamos um para o outro e levamos a equipe na mesma
direção, mantendo um olhar atento às nossas mulheres. Mantemos uma distância
confortável, tagarelando e falando de cromo enquanto elas compram.
Alguns cavalheiros sem emblemas passam pelas mulheres, com os olhos
grudados em suas bundas. Um para, coloca um braço em volta de Erika, e chega
muito perto. Dominic expande vários centímetros, fazendo seu corpo já volumoso
pareça o Hulk. Ele se move, derramamento de sangue brilhando em seus olhos.
Jake levanta um braço, parando-o.

— Não, irmão. Eu tenho esse.

Jake, Trevor e William abrem caminho direto para nossas mulheres. Puxando
o motoqueiro de Erika, Jake fica em seu rosto. O cara olha para o emblema e coloca
as mãos para cima.

— Eu sinto muito, cara. Nós não vimos jaquetas de propriedade.

Jake move a cabeça, indicando que os motoqueiros precisam se mover. Erika se


aproxima de Dominic, e só depois que ela está de volta em seus braços, ele se
acalma.

— O resto do tempo que estivermos aqui, quero você em uma camisa ou


jaqueta de propriedade — ele diz a ela. Ela acaricia seu rosto, e ele olha para ela,
seus olhos transitando da escuridão que testemunhei para uma maciez que ele só
tem para ela.

— Não é um problema — ela murmura, beijando-o com desejo descarado.

Ver os dois cria inveja em mim. Ela olha para Dominic como Jenna olhou para
mim, com amor incondicional, e isso faz meu peito doer.

— Isso vale para todas vocês. — Jake ordena as mulheres. — À medida que a
festa continua, os homens estarão procurando por boceta disponível. Vocês precisam
deixar claro que não estão disponíveis.

Synne olha para mim. Ela é a única mulher do nosso grupo sem jaqueta, e eu
estou irritantemente ciente. Eu tiro meu olhar do dela e tomo um gole da minha
cerveja enquanto o grupo segue em frente.

A música nos leva ao estádio de shows, e criamos um espaço para nossa equipe
beber e dançar. Maci começa puxando William para o meio do nosso círculo e move
seu corpo contra o dele. Puxando a bunda dela contra o pau dele, ele praticamente a
fode a seco na frente de todos nós, sem se importar. Jake e Liz se juntam, os braços
de Liz em volta do pescoço dele, movendo-se com a música enquanto ela balança os
quadris para ele. Os outros dois casais se juntam a eles, e eu estou do lado de fora
do círculo apreciando a música e minha cerveja quase vazia. Isso até que alguns
membros de outro MC coloquem as mãos em Synne. Meus músculos ficam tensos e
me movo na sua direção, mas ela já controlou isso. Ela recusou e está se apontando
para o nosso grupo. Movendo-se para o nosso círculo, ela me mostra um sorriso
lascivo enquanto balança os quadris. O corpo dela me chama, e meus pés
respondem, movendo-se para o espaço dela. De costas para o meu peito, coloco um
braço em volta da sua cintura, apertando seu quadril enquanto ela levanta as mãos,
colocando-as em volta do meu pescoço e esfregando a bunda contra mim.

— Você continua me provocando. — Eu acaricio sua orelha, mordendo-a, ela


empurra sua bunda com mais força no meu pau e o traidor reage, endurecendo
contra suas bochechas. — Você precisa parar.

— Você realmente quer que eu pare?

Ela se vira para mim, seu olhar sedutor, seus lábios se separando, provocando
o meu. Apertando sua bunda com força, vejo seus olhos se arregalarem enquanto ela
morde o lábio. Ela gosta disso. Porra.

— O que eu quero não importa. Você não está segura perto de mim.

Sobrancelhas mergulhando em pensamento, ela me estuda, perguntas escritas


em todo o rosto.

—Por que você acha isso?

Soltando minha mão, coloco espaço entre nós enquanto as memórias me


atingem, abrindo velhas feridas.

— Mantenha distância de mim enquanto estamos aqui.

A frustração penetra no meu peito no momento em que me afasto dela.


Olhando para a minha cerveja vazia, a jogo em uma lata de lixo no caminho de volta
para o acampamento. Wesley, Max e Axel seguem para trás enquanto o resto fica e
dança.

Deixando cair minha quarta garrafa vazia no chão ao lado das outras, fico
olhando para a fogueira, suas chamas laranja fazendo uma dança. À medida que o
sol se põe, imagino Synne balançando seus quadris para a música, atormentando
cada motociclista em sua proximidade. Chutando minha bota em um tronco, jogo-o
mais longe nas chamas e pego outra cerveja para continuar minha descida em
esquecimento sem emoções.

À distância, vejo várias figuras entrando no acampamento. O resto da equipe


voltou, bêbados e barulhentos. Jake segura a bunda de Liz e a leva para o trailer.
Synne olha para mim, disfarça uma carranca olhando para o lado, e segue-os. Ink
tem o braço em volta de uma morena peituda e sorridente, e a leva para sua
barraca. Com todos entrando em suas barracas para dormir ou foder, Axel e eu
somos os únicos que restam sentados ao redor do fogo.

— Você parece tenso, Pres. O que está em sua mente?

Esfregando uma mão sobre minha barba, olho para o seu olhar questionador,
em seguida, de volta para o fogo.

— É tarde. Vamos dar uma volta pelo acampamento, e então encerrar a noite.

— Tudo bem.

De pé, meus joelhos estão mais bambos do que o esperado, mas eu me afasto,
juntando-me a Axel para fazer nossas rondas. Com toda a tripulação contabilizada,
eu rastejo para a minha barraca e desmorono no meu saco de dormir, o peso do sono
fazendo cócegas nas bordas das minhas pálpebras. Fechando-as, ouço o crepitar do
fogo morrendo e imagino cabelos ruivos caindo ao meu redor. Adormecendo, eu me
entrego ao alívio que o álcool me deu do furacão de emoções e deslizo para aquele
esquecimento feliz.

O som do zíper da minha tenda me acorda. Pego minha Glock, aponto para o
zíper e espero. Cabelo ruivo é a primeira coisa que vejo, e imediatamente abaixo
minha arma, prendo a trava de segurança e coloco-a sob a borda do saco de dormir.
Synne rasteja e fecha a barraca.

— O que você está fazendo aqui?

— Eu não consigo dormir com Jake e Liz grunhindo e gemendo tanto.

Com uma risada, eu me mudo, dando-lhe espaço para se deitar. Deitada de


lado, seu decote é grande e visível em sua minúscula e sedosa camisola. Meu olhar
caiu para sua pele cremosa, e eu viro de costas, tentando evitar a reação que meu
pau terá se eu não parar de olhar para o corpo dela.

— Você não deveria estar aqui. — Ele sai como mais um rosnado do que eu
quis dizer. Esfregando meu polegar na minha têmpora, eu trabalho na formação de
uma dor de cabeça.

— Tudo bem, eu não sabia o que fazer. Vou dormir na caminhonete.

Há decepção em seu tom, e eu odeio que é por minha causa. Ela se senta, e
minha mão se estende e segura seu antebraço. Ela se deita de volta, lentamente
colocando a mão no meu peito entre a abertura do meu colete. Levantando minha
regata, ela acaricia meu abdômen, e eu fico lá, de olhos fechados, entregando-me a
ela. Seus dedos brincam com a borda da minha calça jeans, e eu olho para ela, vendo
o desejo brilhar em seus olhos.

Sentando-me, coloco minha mão em seu cabelo e trago os lábios dela para os
meus, desejando aquela eletricidade que queimou as memórias e a dor hoje cedo.
Enquanto ela geme na minha boca, eu levo o beijo mais profundamente e coloco a
palma em um de seus seios deliciosos. Tocando o mamilo, eu movo meu polegar para
frente e para trás, sentindo-o endurecer sob meu dedo. Descendo por seu estômago,
encontro a cintura do short e deslizo minha mão por baixo dele. Meu dedo desliza
para sua abertura molhada, e com alguns golpes do meu dedo, eu estou adicionando
outro, empurrando mais fundo, trabalhando aquela ondulação sensível que a
transforma de gemer para rasgar minhas roupas. Ajudando-a, removo meu colete,
botas, camiseta, jeans, e cueca enquanto ela tira seu short e camiseta. Com meu pau
duro e apontando para o céu, ela abaixa-se, envolvendo a boca em torno dele.
Olhando para ela, eu aperto seu cabelo, bombeando meu pau mais para dentro de
sua boca.

Não querendo gozar sem sentir sua boceta, a puxo e me inclino para frente,
agarrando seu corpo para colocá-la em cima de mim. Com a mão enrolada no meu
comprimento, ela levanta os quadris e desliza para o meu pau, sua boceta apertada
como um torno, trabalhando para espremer o esperma para fora do meu eixo duro,
porra.

Seus quadris balançam para frente quando eu os agarro, batendo meu pau
nela, mais e mais, a sensação me dando o alívio que minha mente e meu coração
precisam desesperadamente. Virando-a, empurrei-a de volta para baixo com a
bunda para cima, espalho as bochechas e deslizo em sua boceta molhada. Com
minhas mãos enroladas nos quadris, uso-as como alavanca e fodo com força, sua
bunda batendo na minha pélvis enquanto ela grita em sincronia com cada uma das
minhas estocadas.

Ela atinge seu clímax e sua boceta fica mais lisa, apertando em torno do meu
pau. A cada impulso, ela me aproxima do meu. Puxando para fora, eu gozo por toda
a bunda dela e tiro um momento para admirar seu corpo nu, meu esperma
marcando sua pele cremosa, e seu sorriso sexy satisfeito olhando por cima do ombro
para mim.

Pegando minha camiseta eu a limpo, e depois jogo no canto. Deitado de costas,


abro meu braço para ela, que deita nele, seu sorriso meio inclinado, sonolento e
sexy.

— Por que você tem medo de que algo aconteça comigo? — Ela pergunta
calmamente, tão baixo, eu quase sinto falta das palavras.

— É complicado.

Sentando-se, ela me encara, seu lindo cabelo ruivo caindo sobre seu ombro.
Girando ao redor do meu dedo, eu sigo os fios, acariciando sua pele macia.

— Tenho certeza de que juntei a maioria das peças, mas prefiro ouvir isso de
você.

Meu dedo traça a curva do seu seio, e eu gosto de ver a faísca em seus olhos
enquanto ela reage ao meu toque.

— Cometi muitos erros, e esses erros fizeram com que as pessoas que eu amo
se machucassem. Eu não quero que ninguém com quem eu me importo se
machuque.

Ela lê meus olhos, e há uma sutil contração em torno dele, como se ela pudesse
sentir a minha dor.

— O que aconteceu?

Baixando minha mão, há um longo silêncio entre nós enquanto luto para dizer
as palavras.
— A mulher que eu amava foi baleada pelos meus inimigos, a bala destinada a
mim. Ela morreu em meus braços.

Ela pega minha mão, a leva aos lábios, e beija. O gesto me surpreende, a
afeição sutil fazendo com que algo no meu peito se separe, uma rachadura de luz
escorrendo através das minhas profundezas escuras de desespero.

Meu polegar acaricia o lábio inferior dela, e ela o chupa em sua boca, deixando-
o deslizar para fora com um estalo silencioso. Levantando-me, penteio meus dedos
pelo cabelo dela antes de agarrar seu pescoço, trazendo-a para perto de mim, seus
olhos castanhos mal visíveis na luz da fogueira, mas ainda conseguindo ver o desejo
feroz neles. Ela é muito corajosa, muito bonita, muito tentadora.

— Eu não quero ver você se machucar. — Há uma dor inchando no meu peito,
uma onda enorme de desespero colidindo contra aquela tola concha de esperança.

— A única maneira que isso pode acontecer é se você ficar longe de mim.

Gentilmente, eu viro seu olhar para longe de mim - não posso suportar ver sua
decepção, não posso suportar ver minha dor refletindo em seus olhos. Ela não sai, e
eu ranjo os dentes.

— Synne.

Ela corta minhas palavras com o dedo nos meus lábios.

— Eu perdi meus irmãos. Um para a prisão, o outro para uma bala. Entendo os
danos causados por rivalidades e vingança. — Uma tristeza profunda toma conta de
seu corpo, seus ombros caindo ligeiramente, as memórias lançando sombras em seu
rosto.

— O que aconteceu com eles?

— Eu fiz parte dos Sinister Sons a minha vida toda. O clube e meus irmãos me
criaram. Se não fosse por eles, eu não sei onde eu estaria ou se eu ainda estaria
viva. — Pegando seu braço, eu abaixo e puxo o saco de dormir sobre ela enquanto
continua. —Quando eu tinha 17 anos, eu estava em uma festa, sendo apenas uma
adolescente estúpida, você sabe. Havia um cara na minha classe por quem eu tinha
uma queda. Ele era do tipo bad boy atraente com um carro potente e um cigarro
pendurado na sua boca. Só que eu era muito ingênua para perceber o quanto ele era
idiota. Na festa, ele e seus dois amigos garantiram que eu ficasse bem bêbada, então
me atraíram para um quarto sozinha com eles. Eles tentaram me estuprar, mas
meu irmão mais velho, Jay, estava na festa e felizmente veio me procurar. Ele me
tirou de lá e voltou com nosso irmão mais velho, Seth, e alguns membros do Sinister
Sons. Eles espancaram tanto aqueles caras que os colocaram no hospital. Meus
irmãos nem foram acusados de nada. Tudo foi tratado pelo clube.

— Seth era um membro de patch aos 23 anos, e aos 18, Jay era um vagabundo
e já viciado. Eu me encaixei bem com eles, mas nunca poderia ser um membro do
patch porque eu era uma garota. Eles ainda eram minha família, porém, um dos
membros, Skip, o melhor amigo do meu pai, passou a cuidar de nós depois que nosso
pai acabou na prisão. Mas mesmo antes disso, nós três cuidamos um do outro
ferozmente.

— Infelizmente, Brandon e seus amigos nunca se esqueceram daquela noite,


especialmente porque Brandon ficou com uma cicatriz feia de seu lábio ao meio sua
bochecha. Em uma festa de formatura do último ano, eu estava ficando bêbada e
chapada em torno de uma fogueira com o resto dos meus colegas enquanto Brandon
estava planejando sua vingança. Ele esperou a oportunidade certa de me encontrar
a sós, então ele e seus dois amigos me arrastaram mais para dentro da floresta e me
espancaram, quebrando meu pulso e algumas costelas, então me deixaram lá,
cuspindo meu próprio sangue. Através das minhas lágrimas, liguei para o meu
irmão Jay e ele e Seth vieram ao meu socorro. Eles perderam a cabeça depois disso.
Ambos sendo membros do patch, eles reuniram mais alguns membros do clube e
caçaram Brandon e seus amigos em uma festa na cidade. Quem me dera que não
tivessem. Tudo mudou depois daquela noite.

— Enquanto eu estava no hospital, meus irmãos invadiram a casa, e o inferno


começou. Meu irmão Jay foi baleado por um dos amigos de Brandon que estava
drogado e não sabia o que diabos estava fazendo com uma arma carregada. Seth
disparou de volta e atirou no cara. Meu irmão morreu naquela noite.

Lágrimas se acumulam em seus olhos antes de escapar, escorrendo lentamente


pelo rosto. Ela limpa e respira fundo.

— Seth foi preso por agressão com uma arma mortal. Saiu três anos depois, só
para voltar dois anos depois por posse ilegal de arma e drogas. Ele nunca mais foi o
mesmo desde a morte de Jay, e a prisão tornou-se uma porta giratória para ele. A
triste verdade é que perdi meus dois irmãos naquela noite.

Inclinando-me em sua direção, eu acaricio seu rosto, seguindo a linha suave de


sua mandíbula e levanto seu queixo para que eu possa beijar a tristeza. Quando
recuo, ela olha para mim, seus olhos um pouco menos chorosos, a curva de sua boca
puxando seu lábio antes que ele vacile.

—Eu ainda carrego a culpa do que aconteceu naquela noite. Passei anos
obcecada sobre como se eu tivesse feito as coisas de forma diferente, se eu não
estivesse na festa dos formandos, Jay ainda estaria vivo, e Seth não estaria tão
confuso, mas foi Skip quem me corrigiu. Ele me disse que se eu não estou morta,
então eu estou viva, e eu preciso fazer que isso signifique alguma coisa. Então, eu
fiz. Eu tomei a decisão de parar de me sentir culpada por estar viva, por querer
coisas para mim, e comecei a viver.

Puxando meu braço ao redor dela, me mexo, minha mandíbula apertada


quando minha culpa, raiva e frustração descem sobre mim como uma chuva
repentina em um dia ensolarado.

— Não é tão simples para mim. Para eu viver, ter qualquer tipo de felicidade,
significa colocar os outros em perigo. Estar perto de mim coloca você em perigo.

— Porque eu sou ruiva como ela era?

Evitando aqueles intensos olhos castanhos, eu fico olhando para os arranhões e


sujeira em minhas botas em vez disso.

— Sim. Os Wild Royals machucariam você para chegar a mim. — Voltando-me


para ela, seguro seu cabelo em minhas mãos, inclinando sua cabeça para trás,
colocando seus lábios a centímetros do meu. —Por causa desse lindo cabelo ruivo,
esse lindo rosto, eles vão assumir que você significa algo para mim. Eles vão pensar
que você é uma ferramenta para me derrubar.

Sobrancelhas curvando-se para baixo, ela me encara, confusão enchendo os


olhos.

— Por que é importante eu ter cabelos ruivos como os dela?


Abrindo meu punho, eu quebro contato. Alcançando minhas cuecas, a raiva
surge através do meu peito como um raio arranhando através das nuvens em um
céu escuro.

— O nome dela era Jenna. E antes disso, Angela. Ambas ruivas. Você é um
alvo ambulante, e precisa ficar longe de mim.

Pegando sua regata e shorts, eu os jogo em seu colo.

— Jake e Liz já devem estar dormindo. Volte para o acampamento.

Enquanto a decepção enche seus olhos, ela amassa as roupas em seu punho e
abre a barraca, saindo nua. A tinta colorida de suas tatuagens envolve seu ombro
direito, braço e para baixo em suas costelas com as penas da cauda de uma fênix
tocando o topo de sua bunda. Se eu não estivesse tão zangado, tão desapontado
comigo mesmo, eu estaria gostando muito mais dessa vista, mas eu não posso. Eu
sou fraco, cedendo ao que meu pau quer e não pensando o suficiente no erro que era.
Não posso deixá-la chegar perto, não posso ter sentimentos por alguém tão incrível
quanto Synne. Eu não poderia sobreviver se perdê-la também.
CAPÍTULO DOZE

E
ntão, seu irmão tem uma queda por ruivas?

A testa de Liz franze quando ela me entrega outra pilha de folhetos.


Tirando o elástico, eu os arrumo na mesa na nossa frente. Liz olha por
cima do ombro, e nós duas olhamos para Nix, que está tentando curar sua ressaca
com outra cerveja. Durante toda a manhã, ele ficou afastado, sua postura relaxada.

Olhando em nossa direção, ele nos lança um olhar taciturno, bebe sua cerveja
de volta, e depois sai com Max e Axel. Com essa atitude, é melhor que ele não esteja
na tenda. Ele pode assustar os clientes.

— Sim, ele tem. Eu sei que você deixou o acampamento ontem à noite, e agora
ele está andando por aí como um animal ferido. Importa-se de explicar?

Liz está fazendo uma pose de mãe com a mão no quadril, a testa enrugada, e
um ar distinto de expectativa.

— Nós transamos, conversamos e ficou emocional.

— Quão emocional?

—Emocional o suficiente, ele me chutou para fora de sua barraca e me disse


para ficar longe dele.

Liz passa a mão sobre a testa e o cabelo, soltando um sopro de ar.

— Jesus, ele está sofrendo por você. Como você se sente sobre ele?
— Achei que precisávamos da companhia um do outro para tirar a tensão
sexual entre nós fora do nosso sistema. — Eu pego outra pilha de folhetos e arranco
o elástico. —Agora, não consigo tirar seu irmão do meu sistema.

Liz ri, se agacha, fecha a caixa de papelão entre nós e a empurra para baixo da
mesa.

— Você está viciada.

— Não importa. Ele está certo. É melhor eu me afastar dele. Ele me disse que
sou um alvo dos Wild Royals e por quê. — Torcendo uma mecha de cabelo vermelho
em volta do meu dedo, eu o jogo no ar.

A boca de Liz se abaixa, a tristeza gravada nas linhas de expressão de seu


rosto.

— Ele tem uma razão legítima para se preocupar com você. Ele se sente
atraído por ruivas, e os Royals sabem por causa das duas últimas mulheres com
quem esteve. Os Royals poderiam facilmente pensar que você é sua garota e ir atrás
de você para chegar até ele.

Colocando minhas mãos sobre a mesa, jogo meu peso para frente e solto um
suspiro. Estar com os Kings trouxe de volta esse sentimento de família. Acreditei
que tinha encontrado um lugar para recomeçar com pessoas que se importavam
comigo tanto quanto eu me importava com elas. A ideia de ter que fazer as malas e
começar minha busca por outro lugar, outro trabalho, outra casa, cria uma dor
terrível no estômago.

— Talvez seja melhor deixar Nashville.

Liz morde seu lábio, tristeza florescendo em seus olhos.

— Eu não quero que você vá embora. Acho que Nix também não quer que você
vá. Ele só quer mantê-la segura mantendo distância de você.

De frente para ela, não posso deixar de sorrir para o jeito que ela me olha com
esperança nos olhos.

— Eu também não quero ir embora, então eu vou tentar fazer funcionar e


evitar Nix.
Dizer as palavras cria um nó inesperado no meu peito. Eu passei a respeitar
Nix e me importar com ele, e não há como negar que ele faz o meu corpo quente e
incomodado toda vez que ele está perto. Havia potencial para algo mais do que um
ótimo sexo, mas preciso deixar esses pensamentos irem, para minha própria
segurança.

Dando um tempo, me aventuro para fora da tenda para ir assistir as manobras


de moto. Maci deixa o lado de William tempo suficiente para se juntar a mim. Ela
está usando uma nova camiseta regata da propriedade, e fico feliz em ver que
William deu um passo à frente, a menos que ele só esteja fazendo isso para marcá-la
como sua enquanto estamos em Full Throttle. Espero que o cara não seja tão idiota.
Maci joga um fio de seu longo cabelo castanho claro fora de seu ombro e mexe na
barra de sua camisa, puxando-a para fora de seu short jeans cortado, e inclina seu
queixo para mim.

— Posso pegar emprestado seu canivete?

Tirando-o do meu bolso jeans, entrego a ela, minha sobrancelha levantada. Ela
corta uma fenda para baixo do lado de sua camiseta, depois para o outro lado, e
devolve o canivete de volta para mim. Pegando o tecido dividido, ela amarra um nó
de um lado, depois o outro, colocando os dois debaixo enquanto ela enrola a parte
inferior de sua regata, revelando seu abdômen inferior.

— Agora, isso é melhor — ela diz em voz alta, piscando para mim.

Rindo de seu sorriso arrogante, eu empurro a multidão e compro uma cerveja


gelada antes de encontrarmos assentos nas arquibancadas. Algumas fileiras para
baixo, eu vejo as costas das jaquetas e coletes do Kings. Maci bate no meu ombro e
aponta para eles.

— Vamos nos juntar a eles.

—Não vamos — eu digo, sentando-me. Nix está sentado no centro dos outros
caras, e esta é a oportunidade perfeita para eu manter distância. Maci faz uma
careta para mim, seus olhos azuis questionando, mas ela não empurra. Ela senta-se
também, e nós assistimos ao show. Os homens saem fazendo cavalinhos, giros e, em
seguida, mostram manobras mais avançadas - ficar em pé na motocicleta enquanto
ela está dirigindo para frente, sentar sobre ela quando ela vai em marcha ré e, em
seguida, acrobacias ainda mais loucas com um cara fazendo uma parada de perna
em cima de suas costas. A merda que estou vendo é surpreendente, e a multidão
sente o mesmo, aplaudindo e gritando à medida que as acrobacias ficam cada vez
mais desafiadoras.

Uma garota se junta às acrobacias, saindo para a arena na traseira de uma das
motocicletas dos dublês. Outra moto voa, e eles giram em volta dela, vão embora,
então uma volta em sua direção, levanta-se na roda dianteira, e a beija enquanto a
moto para na frente dela, a roda traseira no ar. A multidão enlouquece, aplaudindo,
suas garrafas de cerveja e copos de bebidas no ar. Os dublês se alinham e aceleram
suas motos, em seguida, recebem todos os aplausos. O show termina, e Maci e eu
saímos com a multidão. Os Kings estão em algum lugar atrás de nós, e eu estou bem
com isso. Pegando o braço da Maci, eu a levo até as barracas femininas.

À medida que passamos por vendedores de comida, ela volta sua atenção para
eles. Com o aroma de carne e batatas fritas, meu estômago resmunga, e eu a sigo,
procurando por algo atraente. Lá na frente, há um rosto que se destaca entre os
motociclistas – seu cabelo escuro cortado curto, seus ombros largos e a familiar
tatuagem nas costas serpenteando por seu pescoço. Meus passos aceleram enquanto
meu coração bate agressivamente no meu peito. Garantindo que seja ele, me inclino
para uma visão melhor e tento ver o emblema nas costas. Eu tenho um vislumbre de
Sinister Sons e paro de me mover, meu corpo congelado de medo. Maci me encara, a
preocupação marcando rugas em seu rosto impecável.

— Synne, o que está acontecendo? Parece que você viu um fantasma.

— Não é um fantasma, um demônio disfarçado de homem bonito. — Pegando o


braço dela, eu a guio de volta para a tenda do Custom Ride.

Com passos rápidos, olho por cima do ombro. Olhos castanhos avelã fazem
contato com os meus, e eu desvio o olhar, apressando meus passos. Voltando para a
tenda Custom Ride, pego minha jaqueta de couro sobre a cadeira em que Ink está
sentado e jogo minha cerveja no lixo próximo. Indo até Liz, eu dou-lhe um abraço.

— Eu tenho que ir — digo a ela.

Ela recua dos meus braços.

— O quê? Por quê? Onde você está indo?


— Eu não sei, mas não posso ficar aqui. Meu ex está aqui, então eu não posso
estar. — Posso ouvir o medo na minha voz, então sei que ela também. Ela agarra
meu pulso.

— Não vá embora. Você está mais segura aqui conosco do que lá fora sozinha.

— Synne!

O tom de barítono profundo da voz de Levi rosna meu nome, e eu vacilo,


fechando meus olhos, desejando que isso não estivesse acontecendo. Virando-me
para encará-lo, eu alargo meus ombros, recusando-se a deixá-lo ver meu medo.
Alcançando o outro lado da mesa, ele pega meu braço, me empurrando contra a
mesa, e me aproxima para que eu possa ouvir tudo o que ele sussurra.

— Se você não quer que seus amigos se machuquem, você virá comigo sem
lutar.

Mais dois Sinister Sons estão em ambos os lados de Levi - Joker, com seus dois
diamantes vermelhos e dois pretos no pescoço e Ty, com seus longos cabelos pretos
em um rabo de cavalo, seus braços sobre seu peito na pose padrão de motociclista.
Posso ver as pontas das armas deles, dentro dos coletes. Eles estão me dando
olhares como Levi, e isso me dá um espinho frio na minha espinha.

— Solte o braço dela. — Liz surta.

O olhar de Levi se volta para ela.

— Seu homem claramente precisa ensiná-la a respeitar o patch. Isso é entre


mim e a ol´ lady, então fique fora disso.

Arrancando meu pulso do aperto dele, esfrego a marca que ele deixou.

— Eu não sou mais sua ol´ lady. O que tivemos acabou. Você precisa sair.

Levi inclina a cabeça, os lábios formando uma carranca assustadora.

— Nós não terminamos, a menos que eu diga que terminamos, e


definitivamente não terminamos com o que começamos.

Ty puxa para trás em seu colete, revelando mais de sua arma, em seguida,
inclina sua cabeça.
— Vamos, Synne.

A presença de um homem vem por trás de mim. Eu olho por cima do meu
ombro e vejo Ink puxando seu colete para mostrar sua arma.

— Temos um problema aqui?

Levi zomba de Ink.

— Fique fora disso, Prospect. Você estará perdendo a cabeça.

Ele está certo. Há três deles armados e só Ink com uma arma e eu, Liz e Maci.
Ink coloca a mão em sua arma e se adianta.

— Você está pisando no território dos Kings. Eu diria que é o contrário.

Levi muda seu olhar ameaçador para mim.

— Saia da tenda, Synne, a menos que queira que seus amigos sejam baleados.

Levi e os outros dois Sinister Sons colocam suas mãos em suas armas. Liz dá
um passo para trás, colocando a mão no meu braço. Maci choraminga atrás de mim
e dá um passo atrás. Na minha periferia, posso vê-la puxar o telefone.

— Synne! — Levi late, e eu pulo. Ink começa a sacar a arma dele, mas eu
estendo minha mão, impedindo-o.

— Não. Aqui não.

Os olhos de Ink se lançam entre mim e os três Sinister Sons.

— Não vá com eles — ele diz baixinho.

Meu coração bate tão forte, que posso senti-lo em meus ouvidos. Avançando ao
redor da mesa, meus movimentos são hesitantes, meu corpo começando a tremer.

— Diga adeus a Nix por mim.

Ink alcança meu braço, mas é tarde demais. Levi me puxa para seus braços,
seu aperto tão forte, que eu estremeço de dor. Ele me empurra para frente enquanto
Joker e Ty mantêm seus olhos nos outros, suas mãos ainda em suas armas.
Levi mantém seu punho de ferro no meu braço, forçando-me através do mar de
couro e cromo. Ele vai para a direita na direção dos acampamentos, e eu engulo o nó
na minha garganta. Talvez, apenas talvez, eu possa implorar ao homem que uma
vez teve afeição por mim.

— Como você me encontrou?

— Tive sorte. Estou procurando por você há algum tempo. Imaginei que eu
poderia ter uma pausa aqui aonde todos os motoqueiros e amantes de cromados vêm
para foder e brincar.

— Por que se preocupar em me procurar? Você nem quer ficar comigo.

Levi mantém seu aperto enquanto ele me leva por um caminho de terra
através de um pequeno trecho de floresta.

— Você nunca deveria ter saído em primeiro lugar.

Tirando meu braço de seu aperto, eu olho por cima do ombro dele para Joker e
Ty, suas expressões frias e descuidadas, e dói ver isso. Eles já foram minha família,
mas isso não importa porque eu nunca fui um membro do patch, nunca fui sua irmã.
Eu não era nada mais do que propriedade de Levi para eles. Eu vejo isso agora.

— O que você quer de mim?

Levi dá uma risadinha, levanta meu queixo e segura minha cintura, trazendo-
me com força contra seu corpo sólido enquanto olhos sem afeto pousam em mim.

— Para te ensinar uma lição. Você não me abandona ou aos Sinister Sons. Não
com tudo o que você sabe, não depois de me desrespeitar como você fez.

Empurrando seu peito, faz pouco para colocar distância entre nós. Pegando
meu cabelo, ele puxa minha cabeça para trás.

— Acho que precisamos lutar e foder pelos velhos tempos. Eu perdi isso nestes
últimos meses.

O medo rasga através do meu peito e eu empurro mais forte, mas ele apenas ri,
o som retumbando em seu peito e através de seus lábios com um timbre assustador.
—Não me diga que você não quer o meu pau em você. Você costumava implorar
por isso.

Com as mãos tremendo, estico meus braços para fora, e depois o chuto na
virilha. Ele não esperava e se dobra, afrouxando o aperto. Eu saio correndo, mas Ty
me pega pelo cabelo, e meu rosto chicoteia de lado com a força de seu tapa com as
costas da mão. Empurrada para os braços de Joker, ele envolve seus braços
musculosos nos meus, me prendendo contra seu corpo. Eu só posso usar minhas
pernas neste momento, chutando para fora em Ty. Ele agarra meu tornozelo e bate
a mão na minha canela, trazendo lágrimas aos meus olhos. Levi aparece, seu olhar
assustadoramente irritado.

— Você vai desejar não ter feito isso.

Levi segura no meu cabelo, puxando tão forte que eu faço uma careta e sou
forçada a seguir sua liderança. Na minha periferia, vejo movimento nas árvores e
espero de todo o coração que alguém tenha visto o que está acontecendo e esteja
procurando ajuda.

Lágrimas ardem em meus olhos enquanto sou forçada pelo meu cabelo a uma
clareira onde Levi e os outros dois Sons montaram acampamento. Levi me empurra
para uma barraca aberta e se abaixa, entrando na barraca comigo e fechando atrás
dele. Joker e Ty estão se movendo fora, sem dúvida mantendo a guarda enquanto
Levi segue com qualquer plano horrível que ele tenha.

Retirando a arma do lado dele, ele aponta para o meu rosto, e eu rastejo para
trás, longe do cano.

—Tire a roupa.

O tom calmo de sua voz é mais aterrorizante do que se ele estivesse gritando.
Ele é muito controlado, muito contido, dando-me uma visão de arrepiar os ossos do
perigoso fora-da-lei, o lado dele que ele manteve bem escondido de mim.

Inclinando-me para frente, tento estabilizar minhas mãos trêmulas enquanto


desato as minhas botas. Eu posso sobreviver a isso. Já estive com ele tantas vezes, é
só mais uma foda. Quando ele terminar, quando estiver relaxado, vou pegar a arma
e dar o fora daqui.
Enquanto ele abre o zíper das calças, me observa com um olhar feroz que é
metade ódio e metade excitação.

— Apresse-se, porra.

Soltando o pau das calças, ele o acaricia com o punho, o cano da arma ainda
apontado para o meu rosto. Tirando minha camisa e sutiã, enfio meus polegares no
meu jeans e o tiro com minha calcinha dos meus quadris e pernas suadas. Ele olha
para baixo, olhando brevemente entre minhas pernas.

— De costas. Abra as pernas.

Com uma mão, ele desce as calças mais baixo em seus quadris. Vindo para
frente, ele mantém o cano da arma apontado para o meu rosto. Tantas emoções
estão explodindo pelo meu corpo - medo, ódio, raiva, nojo. Odeio ter amado esse
homem, odeio que ele pense que ainda sou propriedade para foder como quiser. Eu
odeio não estar lutando com ele, mas sei que se eu fizer isso, ele me bateria e me
machucaria muito mais do que me forçar a fazer sexo sob a mira de uma arma.

Cuspindo na mão, ele coloca os dedos na minha abertura e desliza-os enquanto


eu fecho meus olhos, tolerando seu toque. Quando está satisfeito com a resposta do
meu corpo, ele se apresenta, colocando a cabeça do seu pau nos meus lábios e a
move para cima e para baixo na minha abertura, reunindo minha lubrificação.

— Não finja que não quer esse pau — ele murmura. —Eu sei o quanto você
ama isso.

Ele empurra para frente, invadindo-me, e eu mordo meu lábio, fazendo uma
careta com a força indesejada.

Do lado de fora da tenda, há uma confusão, vozes gritando, então grunhidos e o


som de punhos entrando em contato com a pele e os ossos. Eu reconheço uma das
vozes - Nix. Levi se afasta, seu rosto com raiva.

— Há armas em torno de sua barraca, e seus irmãos não têm mais as deles.
Traga-a para fora, agora...

Levi se abaixa em cima de mim, sua voz um sussurro ameaçador enquanto ele
empurra o cano da arma na minha têmpora.
— Diga aos seus amigos que você está partindo comigo ou eu vou matar você.

Ouvir essas palavras de seus lábios, naquele sussurro sem alma, faz meu peito
se contrair, meus músculos das pernas apertando. Gotas de suor acumulam na
minha testa, e eu as limpo enquanto Levi me encara, puxando suas calças para cima
e fechando-as.

— Minha Old Lady precisa se vestir. Estaremos fora quando ela terminar.

Levi inclina a cabeça, seu olhar me desafiando a dizer uma palavra. Eu não
faço, e ele pega a minha calça, empurrando-a para mim.

—Apresse-se.

Corpo úmido, eu tenho que mexer nas minhas calças. Meu sutiã e blusa
grudam em mim, tornando-se uma reparação desconfortável, mas pelo menos estou
de volta às minhas roupas e não sendo mais forçada a tomar seu pau. Com a cara
feia para ele, eu alcanço o zíper da tenda, mas ele me puxa de volta, fazendo-me
esperar atrás dele. Colocando sua arma de volta no cós da calça, ele pega minha
mão. Levantando a outra, ele segura quando saímos da tenda.

Vindo à luz do sol, olho em volta para todos os membros do Kings fora da
tenda. Jake e Dominic têm Joker e Ty no chão, suas botas no peito e armas nos
rostos. Todos os outros membros têm uma arma levantada e apontada para Levi.
Quando olho para Ink, eu murmuro obrigada.

Nix dá uma olhada para mim e seus olhos se estreitam em fendas, então seu
rosto se avermelha, seu olhar afiado e focado em Levi. A raiva é como uma
fragrância que emana dele. É palpável, muito mais potente do que a raiva que vi em
Levi. Por um momento, espero não ter que sair com Levi.

— Por que diabos você está no meu acampamento, interrompendo a foda com a
minha ol´ lady?

— Corte essa besteira. Eu sei muito bem que ela não quer estar aqui. — Nix
inclina a cabeça, gesticulando para eu ir até ele.

Dou um passo, e Levi estica o braço, me segurando. Ele ri, e eu me encolho.


— Ela quer estar aqui. Diga a ele, Synne. Diga a esse idiota a quem você
pertence.

Olhar para Nix me dá confiança. Não é preocupação ou dúvida em seus olhos.


Ele sabe que eu não quero estar aqui. Eu olho para Levi, que está me encarando
com um brilho de aviso.

— Nunca mais me toque — eu surto. —Eu não sou sua maldita propriedade.

Os ombros de Levi caem para trás, sua mandíbula estremecendo, o único sinal
da raiva que ele está contendo além de seu olhar mortal. Saindo de seu aperto, deixo
o lado dele e vou para Nix, que estende o braço e me leva para trás.

— Podemos fazer isso da maneira fácil ou da maneira mais difícil. Deixe-a ir,
pegue suas motos, saiam daqui, e nunca mais voltem. Ou saiam em uma maca e
percam suas motos.

As narinas de Levi dilatam, e ele fixa seu olhar com o meu.

— Isso não acabou, Synne.

— Sim, acabou. — A voz de Nix está repleta de acidez e certeza. —Se você
voltar por ela, será recebido com uma bala entre os olhos. — Nix dá vários passos à
frente, colocando a arma na cara de Levi. — Não seria a primeira vez que eu teria
que derrubar um homem.

— Excelente. — Levi enrola o lábio, mantendo os olhos em mim e Nix. —Fique


com a boceta. Ela é uma vadia chata, de qualquer maneira.

Ele cospe aos pés de Nix, então corre em direção a sua moto. Jake e Dominic
tiram as botas de Joker e Ty, e eles se levantam, cuspindo sangue na grama,
limpando suas bocas e indo para suas motocicletas. Os três aceleram pela estrada
de terra, e eu finalmente respiro aliviada.

Nix volta para mim, enfiando sua arma no coldre. Colocando um braço em
volta do meu pescoço e o outro na parte inferior das minhas costas, ele me traz para
o seu peito. Por vários momentos, respiro seu perfume masculino - uma mistura de
sândalo e algo picante. O aroma alivia meus nervos agitados, me ajudando a
recuperar minha compostura. Nenhum de nós diz nada no início, precisando de
tempo para controlar nossas emoções.
— Obrigada por vir por mim. Eu não sou sua garota, mas você acabou de
colocar você e a equipe em risco para me proteger. Eu não sei como retribuir isso.

Nix levanta a mão, acariciando minha bochecha, esfregando sobre a parte


macia da minha pele onde Ty me bateu com as costas da mão.

— Você significa algo para mim. É por isso que eu tenho sido um idiota
tentando afastar você. Quando Ink me ligou e disse que seu ex te levou, não havia
um segundo pensamento sobre vir para você.

Não sou o tipo de mulher que chora, mas meus olhos estão úmidos e minha
barriga se agita enquanto olho para ele e vejo afeto em seus olhos.

— Eu também me importo com você, posso até gostar um pouco.

O sorriso sexy de Nix contorna seus lábios enquanto acaricia meu cabelo com a
mão. O toque me aquece, e eu me movo em seus braços abertos. Comigo ao seu lado,
ele enfrenta os outros membros do Kings. Eles jogaram o equipamento de
acampamento de Levi e dos Sons na fogueira e o incendiaram, a fumaça ondulando
conforme se elevava no ar.

—Pelo resto da semana da motocicleta, o clube inteiro vai a todos os lugares


juntos. — Ele olha para mim. — Incluindo você.

— Tanto para ficar longe de você.

— Nós vamos descobrir. Eu não quero você fora da minha vista. — Ele beija
minha cabeça, depois abaixa a mão para as minhas costas. Juntos, saímos do
acampamento enquanto Wesley pega um jarro de água e joga sobre o fogo, apagando
as chamas e o equipamento carbonizado.

De volta ao nosso acampamento, a primeira coisa que eu faço é tomar banho no


trailer, lavando a sujeira do Levi. Debaixo da água morna, tenho tempo para pensar
no que aconteceu. Se não fosse por Nix e os Kings, Levi teria terminado de forçar a
si mesmo e pior ainda, teria me espancado e me deixado para morrer ou me levado
de volta para os Sons para me torturar, estuprar e matar. Devo minha vida a Nix, e
não sei como começar a agradecê-lo.

Encostada na parede do chuveiro, suas palavras repetem na minha mente, você


volta para buscá-la, você encontrará uma bala entre os olhos. Não seria a primeira
vez que tive que derrubar um homem. Essa ameaça não era brincadeira, e Levi sabia
disso. Eu podia ver nos olhos dele. Levi pode ser o fora-da-lei, mas Nix é o homem
mais forte, talvez ainda mais mortal. Levi nunca matou ninguém, não que eu saiba,
mas o que eu realmente sei sobre ele? Talvez existam vários corpos enterrados em
covas profundas e sem identificação por causa dele.

Saindo do chuveiro, pego uma toalha e me seco, e então encontro roupas


limpas. Liz está do lado de fora do pequeno banheiro esperando por mim, uma dose
de bebida na mão. Ela estende a mão para eu pegá-la enquanto esfrego a toalha no
meu cabelo úmido.

— Obrigada.

Virando-o, eu coloco o copo vazio no balcão.

— Precisa de mais?

— Eu vou tomar outro, sim.

Liz me estuda enquanto serve outra dose de vodca.

— Você está bem?

— Estou voltando da explosão de adrenalina, mas sim, estou bem.

— Nix me disse que seu ex tinha você na tenda dele. Se quiser falar sobre isso
comigo, pode. Eu estive em uma situação como essa.

Há um breve lampejo em seus olhos que sugere algo doloroso. Imagino que
quem causou essa dor é o homem a quem Nix se referia quando disse ao Levi que já
matou antes. Isso faz sentido e me deixa com mais perguntas.

— Ele mal conseguiu colocar o pau em mim. — Eu pego o copo de sua mão e
tomo. — Eu prometo que estou bem. Já tive esse pau em mim centenas de vezes. Tê-
lo enfiado em mim não vai me assustar. — Eu deslizo o copo em direção à garrafa de
vodca que ela está segurando. — É o que ele ia fazer depois que me apavorou.

Liz abre o armário e pega um copo. Preenchendo-o, ela inclina a cabeça para
trás e engole-a rapidamente.

— O que você acha que ele teria feito?


— Acho que ele planejava me levar de volta aos Sinister Sons. Eu não teria
conseguido sair viva.

A preocupação aperta suas sobrancelhas para dentro.

— Acha que ele ou os Sinister Sons voltarão?

— Eu não sei. Entretanto, Nix o assustou. Eu pude ver.

—Felizmente, isso é o suficiente para mantê-lo longe.

— Espero que sim. O que seu irmão fez por mim... — Minhas bochechas
aquecem com o pensamento. —Estive com Levi por cinco anos, e não sei se ele teria
me protegido assim.

O canto da boca dela puxa um pouco para trás. —Meu irmão é realmente
protetor das pessoas com quem ele se importa.

— Eu gosto dele, mais do que gosto, mas mantenho minhas paredes porque
tive que fazer. Eu cresci em torno de homens rudes que não mostravam seus
sentimentos com frequência, e com Levi sendo um idiota traidor, aprendi a me
proteger não me permitindo me abrir emocionalmente. Quero ser aberta com Nix,
mas a ameaça dos Wild Royals é real, assim como as ameaças de Levi foram hoje.
Como faço isso?

Liz se aproxima, o canto da boca levantando-se em um sorriso tranquilizador


enquanto coloca a mão no meu ombro.

— Você nos deixa entrar. Todos nós. Nos Kings, somos uma família que cuida
um do outro e protege uns aos outros. Você pode confiar em nós. Nix, meu marido, o
resto dos Kings, são bons homens. Eles protegem as mulheres que amam, eles não
as machucam.

Envolvendo meus braços em volta dela, eu a abraço. É bom, tão bom ter uma
amiga como ela. Liz me solta e toca minha bochecha.

— Gostaria que eu cobrisse isso com maquiagem?

— Sim, eu não quero andar por aí com o rosto machucado.


Voltando ao banheiro, penduro a toalha para secar. Sentada no assento do vaso
sanitário, relaxo enquanto ela trabalha na minha maquiagem.

— O que todo mundo está fazendo?

— Dominic e Ink estão sendo costurados hoje à noite, então eles estão se
preparando para comemorar.

— Bom, eles precisam de um motivo para se divertir depois da merda que


aconteceu hoje.

Liz para de passar a esponja de corretivo na minha bochecha e me olha nos


olhos.

— O que aconteceu não é sua culpa. Não quero que se sinta assim. Você tinha
todo o direito de deixá-lo. Você não deve nada a Levi.

— Obrigada. Você não acha que os Kings vão nutrir qualquer animosidade
contra mim pelo que aconteceu?

— Não, eles não vão. Nenhum deles faria a merda que Levi fez, e eles sabem
que Nix quer você.

Essas palavras causam uma vibração na minha barriga. Devo estar sorrindo
como uma idiota porque Liz olha para mim e pisca, seu sorriso atrevido.

— Sim, ele quer você. Vocês dois devem parar de lutar contra isso.

— E os Wild Royals?

Liz coloca a mão debaixo do meu queixo e me vira para encarar o espelho.
Nossos olhares se encontram, seus olhos verdes brilhando com a dor do passado e a
preocupação com o futuro.

— Eu sei que meu irmão e os Kings estão planejando algo. O que os Royals
fizeram à Jenna não ficará impune. Os Royals vão receber o que está vindo para
eles.

Eu posso ouvir em sua voz - a esperança da retaliação. Ela quer isso tanto
quanto eles. Com um olhar no espelho, eu dou a ela um sorriso de aprovação pelo
encobrimento impecável, e deixamos o trailer para nos juntarmos à festa. Os Kings
criaram uma barreira de quatro paredes ao redor do acampamento com o trailer, o
trailer de motocicletas e os dois caminhões. Lá dentro, eles têm suas motos
estacionadas em um círculo e dentro disso, as barracas, os refrigeradores e as
fogueiras. É inteligente, protetor, e significa que eles planejam festejar duro hoje à
noite.

Nix está sentado em uma cadeira de acampamento, conversando com Jake e


Dom. Erika está no colo de Dom, aninhada contra ele, mantendo-se aquecida. Sua
mão está em seu quadril, acariciando-a enquanto ele fala. Ver isso cria um desejo
em mim que me pega de surpresa. Eu quero isso, ser amada e protegida como ela é,
um sentimento que lutei para ter com Levi.

Nix me avista e acena com a cabeça para eu vir. Estendendo a mão eu a pego,
ele me coloca em seu colo e põe os braços em volta de mim. Aninhando seu rosto em
meu pescoço, ele me beija com uma ternura que eu não esperava, mas aprecio.

— Eu amo o seu cheiro, canela e baunilha. É perfeito para você, picante e doce.

Com ele acariciando meu pescoço e cabeça, eu me inclino para trás, cedendo à
deliciosa sensação e ao calor da bebida na minha barriga. Com seus olhos verdes
brilhando da luz do fogo, eu fico olhando para ele, observando os detalhes de seu
rosto bonito. Acima de sua barba curta e escura, há uma pequena cicatriz em sua
bochecha, e eu levanto minha mão passando meu dedo sobre ela. Quando ele olha
para mim, vejo o desejo em seus olhos, a saudade, o querer. Aproximando, eu o beijo,
cedendo ao zumbido de eletricidade que ondula entre nós. Seu beijo é poderoso,
sensual, mas não arrogante e forte. Ele toma seu tempo, me provando, saboreando-
me, extraindo meu desejo. Vários momentos depois, nós nos separamos, e ele
descansa a cabeça contra a minha.

— Você é a única coisa que tira a dor.

Suas palavras me chocam, recuperando o fôlego. Quando ele levanta o olhar


para o meu, eu aceito e todas as emoções com ele. Beijando-o novamente, eu me
levanto da cadeira, mantendo a mão dele e levando-o para o trailer. Lá dentro, fecho
a porta atrás de nós, e ele me pressiona nela, seu corpo bem vindo contra o meu.
Com nosso beijo, eu me descontrolo, minha mente limpa, meu corpo assume o
controle. Seus dedos se enrolam na parte de trás do meu pescoço enquanto ele
desliza a língua entre os meus lábios. Segurando cada lado de seu colete, eu puxo-o
para trás de seus ombros, e ele move seus braços atrás dele, deixando-o deslizar
para baixo antes de jogá-lo no sofá. Incapaz de nos afastar do nosso beijo, ficamos
unidos enquanto puxo sua regata preta fora do jeans. Tomando conta dos meus
pulsos, ele nos para, lendo meus olhos. Meus lábios formigam, necessitados para
que seu beijo volte.

— Se você não está pronta, eu entendo.

Eu respondo com meus lábios nos dele e o empurro para a cama, e ele cai sobre
ela. Rastejando sobre ele, minhas mãos alcançam seu cinto. Desfazendo a fivela de
caveira, pego o zíper de seu jeans e abro-o.

— Você tira a dor para mim também.

Sentado, ele levanta minha camisa, depois a dele. O toque de seus lábios
quentes beija ao longo do meu pescoço e ombro enquanto ele aperta minha bunda
em suas mãos. Eu arqueio para frente, sua ereção pressionando em mim, e gemo de
prazer.

— Eu quero você. — A umidade dos lábios dele cobre minha orelha, depois
através da minha bochecha quando ele coloca seus lábios sobre os meus. Calor,
quente e convidativo, enche meu corpo. Entre minhas pernas, é uma chama de
desejo.

— Você pode me ter.

Guiando-me para fora de seu colo, ele me mantém de pé no instante em que


tira minha calça e calcinha. Mantendo seu olhar sensual em mim, ele levanta os
quadris e remove seus jeans, cuecas e botas. Com as mãos nos meus quadris, ele me
leva para frente e para a cama com ele. Enquanto me deito em cima dele, ele nos
vira e abre minhas pernas com o joelho. Mãos quentes e fortes acariciam meu corpo
no momento em que o seu beijo aumenta meu prazer. Movendo os quadris para a
direita, ele centra-se sobre mim, seu pau esticado deitado entre minhas dobras
molhadas. Balançando os quadris, ele desliza seu comprimento até a minha
abertura, cobrindo-se na minha maciez. Balançando para trás, ele se alinha e
desliza, o calor e a sensação dele me enchendo, me satisfazendo, me trazendo a
gratificação física e emocional que eu preciso.

No início, ele empurra lentamente, levando-me em um doce passeio de


liberdade - liberdade da minha raiva, minha culpa, minha vergonha, meu medo. À
medida que meus quadris se levantam para encontrar o dele, nosso desejo por mais
dessa liberdade acelera nosso ritmo. Com cada uma de suas estocadas poderosas,
meus gemidos estão crescendo, meu corpo e minha mente perdidos para a paixão, o
calor, a necessidade de liberação.

Com vários outros impulsos, ele me leva ao auge da liberdade, e eu solto,


caindo livremente em uma caverna de êxtase requintada. Com outro impulso, ele
afrouxa seu domínio sobre mim, aproximando-se de seu clímax.

— Estou tomando pílula.

Com minhas palavras sussurradas, ele aumenta seu aperto, empurra


profundamente, e libera dentro de mim. Minhas pernas apertam ao seu redor um
instante depois que ele empurra para mim novamente, continuando os pequenos
pulsos de prazer que sobraram do meu orgasmo. Ficando dentro de mim, ele me
mantém perto com seu beijo apaixonado e intimidade que marcam meu coração.

Nunca mais serei a mesma depois disso. Nix me abriu e expôs uma parte
escondida e delicada de mim.
CAPÍTULO TREZE

A
cho que nenhum de nós estava pronto para a intensidade do que
acabamos de experimentar, mas já estou pensando em como a quero de
novo. Deitado de costas, olho para Synne, admirando seu lindo rosto
enquanto ela se inclina sobre meu peito, apreciando minha tatuagem.

Arrastando meus olhos pelo corpo dela, sigo sua tatuagem e descubro o pássaro
azul voando em seu braço e logo abaixo dele, o nome Jay. Surpreende-me quanta dor
ela sofreu nas mãos de outros homens, mas ainda é tão forte. É apropriado para ela
carregar a fênix marcada em sua pele porque é isso que ela representa, uma mulher
que ressurgiu das cinzas, do desespero e aprendeu a viver novamente. Respeito isso,
porra, admiro-a por isso. Há algo nela, sobre o fogo dentro dela que eu sou atraído.
Cada vez que estou com ela, esse fogo queima a escuridão que cerca minha alma,
anseio e preciso de mais dela.

— O que você fez por mim... — Enquanto acaricia o dedo sobre o meu crânio e a
tatuagem da coroa, seu anel de prata reflete fora da luz de fogo externa, chamando
minha atenção para ele antes de olhar para trás em sua expressão emocional. —Não
é algo que vou esquecer. Você salvou minha vida.

Colocando minhas mãos em seus braços, puxo seu corpo para cima de mim e
acaricio suas costas, certificando-me de que ela veja a sinceridade nos meus olhos.

— Você não me deve nada. Eu nunca quero que você se sinta como se devesse.
Falei sério quando disse que você significa algo para mim. Não há nenhuma
maneira no inferno que eu estaria deixando aquele pedaço de merda levá-la.

A sombra de um sorriso pisca em seus lábios.


— Você significa algo para mim também. O primeiro pensamento que tive
quando Levi me forçou a ir com ele foi que talvez eu não te visse nunca mais e isso
me chateou, porque quero vê-lo mais. Eu gostaria de passar muito mais tempo
juntos.

Passando minha mão pelas costas, subo sobre a curva de sua bunda e aperto no
momento em que levanto minha cabeça para beijá-la.

— Eu também.

Ao mesmo tempo em que esfrego as pontas dos dedos para cima e para baixo
em suas costas, ela olha para mim, seu sorriso espiando quando morde o lábio. Em
seus olhos, vejo desejo se desenvolvendo, misturado com afeto.

— Eu gostaria de ficar aqui a noite toda, conversando e transando — eu pisco,


e ela sorri. — Mas eu preciso sair e cumprir meus deveres. Dominic e Ink estão se
tornando membros completos do patch esta noite.

— Como você se sente sobre eu dormir em sua barraca hoje à noite?

— Eu pensei que era um fato garantido. — Sentado, trago-a comigo e beijo sua
testa. —Eu quero você comigo.

Com um sorriso inchando suas bochechas, ela recolhe suas roupas. Pegando
minha camisa, joga para mim quando me pega olhando para sua bunda. Mais
abaixo na canela, vejo uma contusão. Colocando minha camisa, minhas
sobrancelhas se juntam em pensamento, a preocupação beliscando meu peito.
Depois de vestidos, pego a mão dela e a trago de volta para a cama.

— Você tem certeza que está bem?

Minha mão acaricia sua bochecha, onde o hematoma está coberto de


maquiagem. Seus olhos se enchem de reconhecimento e sua mão levanta e toma a
minha antes de beijá-la.

— Estou. Teria sido pior se você e os Kings não tivessem chegado. Ficarei bem.
Eu prometo.

Olhando para fora, solto a respiração presa em meus pulmões. Quando olho
para ela, há uma pergunta em seus olhos.
— Se você decidir que é algo sobre o qual precisa conversar, eu ouvirei.

Um sorriso esgueira-se por seu rosto.

— Obrigada. Significa muito para mim que você faria.

Vindo para frente, ela monta no meu colo, acariciando os dedos nos meus
ombros, dando prazer com seu toque.

— Seria preciso mais do que o que Levi fez para me quebrar. E com a maneira
como você me faz sentir, não deixa espaço para pensar no que aconteceu.

Acariciando sua bunda, a puxo mais perto para beijá-la. Descansando nossas
cabeças juntas, me entrego à massagem que ela está dando aos meus músculos. Seu
perfume de canela e baunilha enche o ar que respiro, e tomo outra respiração lenta,
saboreando-o.

— Estou feliz por termos chegado a você a tempo. Eu nunca teria me perdoado
se ele te machucasse mais do que ele fez ou se ele tivesse levado você de volta.

Com seus dedos suaves, ela levanta meu queixo e olha nos meus olhos, suas
palavras tão potentes quanto seu cheiro. — Você carrega o fardo da dor de todos os
outros como se fosse sua. Você é um bom homem, Nix. Não deveria ser tão duro
consigo mesmo.

O que essa mulher faz comigo é surpreendente. Com a forma como ela olha
para mim, a maneira como ela toca minha alma, está derrubando o muro de raiva,
culpa, vergonha e fúria que construí muito alto para passar sobre mim mesmo. Mas,
à medida que essa parede desmorona, e surge a esperança, também vem o medo.
Receio que isso não vá durar. De um jeito ou de outro, tenho medo de perdê-la, e vou
ficar quebrado sem possibilidade de reparo.

Com as mãos em cada lado do meu rosto ela me beija e eu continuo


aprofundando-o, apreciando este momento – um momento em que eu sou capaz de
esquecer todo o meu tumulto emocional e ter um gostinho de liberdade.
SAINDO para ACAMPAMENTO, tenho o braço sobre o ombro de Synne com
dois coletes novos pendurados na minha mão. Ela se senta na minha cadeira de
acampamento enquanto chamo a atenção dos Kings. Todo mundo faz um círculo em
torno do fogo, em pé ou sentado.

— Os Kings passaram por muita coisa ao longo dos anos. Ganhamos e


perdemos muitos grandes homens. Mas uma coisa que se mantém verdadeira hoje é
nossa irmandade. Sei que cada um de vocês me apoia, assim como eu os apoio.
Nossa irmandade nos ensinou a sermos melhores homens, melhores cônjuges e
melhores irmãos uns para os outros. O que este clube nos trouxe mais do que tudo é
a família. Olhando para cada um, sei que podemos contar com vocês quando
precisarmos um do outro, para ajudar se um irmão estiver para baixo e ferido, para
intervir e ser a voz da razão quando estamos no nosso pior. O que faz desta noite
uma noite importante. Dominic, Ink. — Quando olho para eles, Erika sai do colo de
Dominic e fica atrás de sua cadeira, com um sorriso largo nos lábios. — Passei a
respeitar vocês dois e acredito que a lealdade aos Kings foi merecida. Esta noite, os
Kings dão as boas-vindas a vocês como membros oficiais do clube. Venham pegar
seus coletes.

Abaixando a cerveja, Dominic levanta e se apresenta. Entrego-lhe o colete e


toco as costas enquanto o abraço.

— Respeite o patch, use-o com orgulho. Nós somos uma família e estou
honrado em chamá-lo de irmão.

Dominic tira seu colete e joga-o no fogo antes de deslizar para o seu novo. Ele
olha para os novos patches e dá um sorriso meio aberto.

— É um grupo de homens muito bons. Estou honrado em fazer parte da família


Kings.

Ink preenche seu lugar quando Dominic recebe tapinhas nas costas e palavras
de boas-vindas de seus irmãos.

Ink tira seu colete e joga-o no fogo, em seguida recolhe seu novo da minha mão
estendida.

— Obrigado, Pres. Isso significa o mundo para mim.


Colocando-o, ele solta um suspiro longo e saboroso como se estivesse esperando
por este momento há um tempo. Trazendo-o, bato nas costas dele enquanto o
abraço.

— Respeite o patch, use-o com orgulho. Nós somos uma família e estou
honrado em chamá-lo de irmão.

— Obrigado, irmão.

William sacode uma garrafa de uísque em direção à fogueira e quando o líquido


a atinge, as chamas sobem, dançando na noite escura.

— Agora, é hora de comemorar!

Axel toca música de seu caminhão, e os copos de bebidas enchem as mãos


enquanto as mulheres começam a dançar.
CAPÍTULO QUATORZE

L
impando minha mão no rosto, pisco algumas vezes e alcanço meu
telefone. O calor é espesso no ar, acho que a manhã já está avançada.
Pegando o celular, verifico a hora, e com certeza são quase dez da
manhã. Synne mexe-se ao meu lado e estendo meu braço. Ela deita no meu peito,
arrastando a mão para o meu lado enquanto olha para mim com olhos sonolentos.

— Que horas são?

— Nove e quarenta e seis.

Enquanto acaricio suas costas, ela acaricia meu lado.

— Preciso de um banho — proclama. — Tenho sua porra em cima de mim.

Rindo, me inclino e beijo-a.

— Ouvir isso me lembra como a noite passada foi boa.

Com cabelos bagunçados e selvagens e um sorriso torto, ela se senta e procura


por suas roupas.

— Foi muito bom, e estou um pouco chocada com quantas posições realizamos
dentro deste pequeno espaço.

Sentando, vejo a calcinha espiando do saco de dormir e puxo-a. Pendurando


seu fio dental de seda azul no meu dedo, esfrego suas costas, chamando sua atenção.

— Acho que o uísque nos deixou mais criativos, — eu pisco e ela pega a
calcinha da minha mão.
— Muito criativo. — Inclinando-se para frente, ela me beija, e eu considero tê-
la novamente. Se não fosse pela nossa necessidade desesperada de água, comida e
um chuveiro, eu o faria. Uma coisa que sei com certeza é como é bom estar dentro
dela.

— Vou reunir os caras. Precisamos de uma boa refeição depois de ontem à


noite. Quando terminarmos, deve ser hora da primeira viagem. Você gostaria de
montar comigo?

Deslizar sua calcinha por suas coxas chama minha atenção para a boceta dela.
Meu olho passa sobre seu sexo aparado e meu pau empurra. Antes que fique difícil,
puxo meu olhar dela e encontro minha cueca.

— Andar na garupa de sua Harley?

Com uma risada, levanto meus quadris e solto minha cueca, o cós fazendo um
estalo silencioso enquanto tiro meus polegares dele.

— Sim. — Colocando meu braço no joelho dobrado, leio a surpresa em seu rosto
e espero para ver qual será sua resposta.

— Sim, eu vou montar sua moto porque sei o que significa ao ser perguntado.
— Com o dedo indicador e o polegar na minha mandíbula, ela nos traz um para o
outro. Colocando minha mão em seu cabelo louco, a seguro perto enquanto reclamo
seus lábios.

— Sou seletivo sobre quem deixei andar comigo. Não houve muitas.

— Você está tentando me dizer que sou especial?

— Você é.

Enquanto acaricio seu rosto, ela se inclina para meu toque, beijando meu
polegar e esfregando sobre seus lábios.

— Se eu não estivesse com tanta sede, fome e pegajosa, mostraria o quanto


aprecio esse elogio.

Minha sobrancelha sobe, o canto da minha boca se elevando.

— Que tal compartilharmos um banho?


— É minúsculo... — ela dá de ombros e sorri, — mas podemos fazê-lo
funcionar. — Com uma piscadela ela coloca a camisa, e eu franzo a testa enquanto
ela cobre os seios.

— Você vai vê-los novamente em breve.

— Coisa boa. Esses peitos são deliciosos. — Enchendo minha mão com um, a
beijo, e ela se inclina para mim antes de bater no meu colo.

— Nós não vamos conseguir sair dessa tenda se não pararmos de provocar um
ao outro.

Pressionando-a contra meu pau, aperto a sua bunda e mordisco seu lábio
inferior.

— Você não deveria ter subido em cima de mim. — Puxando os quadris para
frente, ela morde o lábio inferior enquanto a balanço para frente e para trás. Sua
respiração aumenta à medida que ela move os quadris, pressionando-se mais forte
contra mim.

Colocando-a debaixo de mim, alcanço minha cueca e puxo minha ereção.


Movendo sua calcinha para o lado, deslizo para dentro dela, que segura meus
ombros apertados enquanto geme. Com os braços em volta do meu pescoço, se
segura enquanto enfio nela. Dobrando os joelhos mais em direção ao peito, ela me dá
melhor acesso, e empurro com mais força e mais fundo. Minha mente fica clara, e
deixo a sensação estimulante assumir enquanto meu pau incha dentro de sua boceta
apertada. O suor escorre pela minha testa e o cheiro de sexo enche a barraca. Com
um último impulso, gozo dentro dela. Fechando meus olhos, deixo o prazer rolar
sobre mim.

Uma mão bate na barraca e meus olhos se abrem para ver o olhar prazeroso
em seu rosto antes de me virar em direção ao som.

— Liz fez café — Jake nos diz.

Rolando nas minhas costas, olho para ela, e ela está sorrindo de orelha a
orelha, virando-se de lado para me encarar.

— Esse foi um sexo matinal muito bom.


Com um sorriso orgulhoso, a vejo terminar de se vestir, meu corpo e minha
mente ainda cambaleando. Ela abre zíper da barraca e a brisa sopra, esfriando o
suor no meu peito nu. Terminando de deslizar para o meu jeans, enfio meus pés em
minhas botas enquanto ela sai da tenda. Saio atrás dela, meu jeans ainda
desabotoado e minhas botas desamarradas. Axel e William assobiam, e ela os joga
fora enquanto caminha para o trailer, sorrindo.

Jake me dá uma xícara de café.

— Você parece bêbado de sexo. Deve ter sido uma boa noite.

— E de manhã — acrescento, levantando o copo aos meus lábios.

Olhando para mim de lado, ele sorri.

— Sim, eu sei. Ouvimos você cavalgando aquela boceta, alto e claro esta
manhã.

Esfregando a parte de trás da minha cabeça, solto um suspiro.

— Estou profundamente envolvido. Eu quero mais com ela, mas o momento


não poderia ser pior.

— Vamos cuidar da merda. Não se afaste dela. — Ele põe a mão no meu ombro.
—Ela é boa para você.

Trevor e Audrey saem do trailer, carregando bacon, presunto, ovos, óleo e uma
frigideira. Trevor inclina o queixo para mim, um sorriso curvando o canto da boca.

— Bom dia, Pres.

O canto da minha boca revira. Eles estavam na barraca ao nosso lado.


Garantido que eles ouviram a bunda de Synne batendo em mim ontem à noite entre
sua própria festa de foda. Audrey segue atrás dele, olhando para mim com um
sorriso bem-humorado antes de sentar em uma cadeira de acampamento ao lado de
Trevor. Com seu cabelo loiro trançado pelas costas, Trevor dá um puxão, levantando
seu rosto para que ele possa beijá-la. Com uma piscadela, ele se inclina e sussurra
algo que a faz rir. Ver o amor entre eles me força a encarar a verdade, não quero me
afastar de Synne, não com o jeito que ela me faz sentir.
Voltando-me para Jake, viro as costas para Trevor e Audrey.

— Ele não tem pés frios, tem?

Olhando por cima do meu ombro, Jake garante que nossa conversa é privada,
mas ainda abaixa a voz como eu.

— Não, ele tem o anel no bolso. Está fazendo isso no Mirante.

— Será que ele tem uma boa pedra? Não é alguma uma merda de uma caixa de
bolachas?

Jake levanta sua xícara de café, formando um sorriso atrás dela. — Liz deu-lhe
aprovação, então ele está limpo.

— Bom, essa mulher merece. Ela tem sido leal a ele por anos.

O telefone de Jake toca no bolso. Puxando-o para fora, ele verifica a tela.
Olhando para ele, seus olhos brilham e seu sorriso alcança as orelhas.

— Tia May enviou um vídeo de Liam?

— Sim — Jake vira o telefone para eu ver e minha boca automaticamente


forma um sorriso enquanto vemos Liam fazer um movimento rápido alcançando seu
urso Harley Davidson. Uma vez que ele o agarra, a orelha do urso vai direto a sua
boca e é mordida. A baba escorre da boca de Liam e ele chuta os pés em triunfo.

— Caramba, isso é fofo.

— Eu sei disso, irmão. Liz está sentindo falta dele e quer vídeos pelo menos
duas vezes por dia, então agora May está enviando para mim também. — Ele olha
para o vídeo mais uma vez, sua boca se contraindo antes de fechar o vídeo e colocar
o telefone no bolso. — Todo vídeo é assim. Está me fazendo sentir falta dele da
mesma forma.

— Nix, Jake, — Audrey chama atrás de nós. — O café da manhã estará pronto
em breve.

Trevor senta-se na cadeira do acampamento, mastigando uma fatia de bacon


cozido enquanto Wesley levanta um forno holandês cheio de biscoitos fora do fogo. A
porta do trailer se abre para Synne, seu cabelo úmido caído sobre seus ombros e
roupas limpas cobrindo sua pele cremosa. Ela e Liz estão rindo de algo, e isso atrai
meus olhos para o sorriso de Synne. Olhando na minha direção, seu lábio inferior
fica preso entre os dentes assim como suas bochechas ficam mais rosadas. Adoro ver
o corpo dela reagir a mim dessa maneira. Carregando duas xícaras de café, ela vê
que eu já tenho uma e abaixa a mão. Passando por mim, ela se inclina, beija-me e
depois segue para se juntar à tripulação.

— Vamos comer. — A voz de Jake me tira do transe induzido por Synne, e me


junto a todos, sentando-me. Ao meu lado, Synne me faz um prato no instante em
que me inclino para trás na cadeira do acampamento, terminando meu café. Quando
o entrega a mim, o pego e a beijo em agradecimento. Olhando para uma cadeira de
acampamento vazia, olho além dela para a tenda azul desgastada atrás.

— Onde está o Ink?

Wesley, mais próximo da tenda de Ink, levanta-se e caminha até ela. Seus
dedos batem na borda antes que seu timbre profundo resmungar uma saudação
matinal.

— Levante-se e brilhe. O café da manhã está pronto.

O movimento se agita na tenda, e alguns minutos depois, quando estou quase


terminando meu café da manhã, Ink e a morena tropeçam para fora da tenda
parecendo ásperos. O cabelo suado está grudado no rosto da mulher, seu rímel
manchado abaixo de seus olhos claros, e as leggings de arrastão que ela tinha ontem
à noite está faltando. Só de short jeans e camiseta regata, ela tenta suavizar o
cabelo e colocá-lo em um rabo de cavalo. Com um breve olhar para nós, suas
bochechas ficam vermelhas, e ela se inclina em direção à trilha que leva de volta à
rua principal. Ink pega seu pulso e a traz de volta.

— Não se preocupe com isso. Tome café da manhã conosco.

A mulher olha para mim questionando, e eu aceno, apontando para a cadeira


de Ink.

— Há muito por aqui.

— Você pode usar o chuveiro do trailer se precisar — diz Liz enquanto toma o
assento vazio ao lado dela.
Com olhos nervosos, ela sorri para Liz. — Obrigada.

Ink se agacha ao lado de sua cadeira e faz um prato. Liz dá à mulher um prato
vazio, e ela olha para Ink, dando um sorriso que fala muito sobre sua noite juntos.
Ele pisca, e ela o observa com um olhar mais brilhante e muito menos nervoso. Ink
senta-se no chão, e Dominic lhe entrega uma cerveja, que ele aceita, virando-a no ar.
—Obrigado.

A morena peituda sufoca seus biscoitos com salsicha e molho, fazendo meus
lábios se inclinarem.

— Você é daqui? — Pergunto a ela.

— Alabama — ela responde, desenhando -bama- com seu sotaque sulista.

Eu olho para Ink e vejo sua carranca.

— Só está aqui para a Semana da Motocicleta?

— Sim, algumas amigas e eu viemos pela primeira vez no ano passado. Temos
sido fisgadas desde então. Estamos hospedadas em outro acampamento nas
proximidades.

— Você pilota?

—Sim, mas não tenho uma moto ainda. Eu pensei que talvez fosse encontrar
um negócio enquanto estivesse aqui.

— Não deve ser um problema. Acho que vi uma Yamaha V Star 250 em algum
lugar com uma placa de venda. — Synne deixa seu prato de lado e puxa sua cadeira
mais perto de mim. Inclinando-me para trás, coloco minha mão em sua perna nua.
Com um rápido olhar minha direção, ela me diz que gosta com a curva de seus
lábios carnudos. —É uma boa moto de partida para uma mulher. Tinha apenas
alguns anos de idade. Cor de prata — diz Synne a ela. — Eu vi na tenda da
Yamaha, depois dos vendedores de alimentos.

— Você monta? — Pergunta a morena a Synne.

— Sim — Synne aponta para sua moto estacionada junto com as dos Kings. —
Harley Sportster 883.
Orgulho enche meu peito, e dou a coxa dela um aperto suave, chamando sua
atenção para mim. Inclino-me em direção ao ouvido dela.

— Ouvir você falar de motos me faz querer dobrá-la sobre a minha.

Quando me afasto, suas bochechas estão coradas e ela pisca, me dando um


sorriso que sugere o quanto gostaria disso.

— Vocês dois estão juntos há muito tempo? — Pergunta a morena, apontando


seu garfo entre Synne e eu. — Vocês são um casal muito fofo.

— Ouviu isso, Pres? — Jake ri, jogando os pratos vazios dele e de Liz no fogo.
—Vocês são fofos.

Synne recolhe nossos pratos e os joga no fogo, suas bordas ficando pretas
conforme a chama os consome. Inclinando-me para frente, balanço a cabeça, em
seguida, acaricio o cabelo de Synne antes de ficar em pé e jogar a xícara de café de
papel no fogo.

— Foda-se, Castle.

— Claro, vou cair direto na sua irmã — ele brinca.

Metade da tripulação ri, a outra faz barulhos de choque humorado.

— Jake! — Liz bate em seu braço e ri. Pegando a mão dela, ele a traz para
frente para que possa beijá-la.

— Peach, baby. Seu irmão já sabe o quanto eu amo sua boceta.

As bochechas de Liz brilham vermelhas, mas o canto de sua boca inclina-se. —


É melhor amar minha boceta — ela brinca, deixando sua cadeira para subir no colo
dele.

— Você sabe que eu quebraria crânios por isso — ele murmura antes de puxá-
la para perto e beijá-la.

Synne olha para Jake e Liz com a cabeça inclinada, em seguida olha para mim
com emoção nos olhos. Deslizo para o trailer quando o pensamento enche minha
cabeça.
Já estamos lá, Red. Você já é minha.

Saindo do chuveiro frio, vasculho minha pilha de roupas, pego uma camiseta
limpa e jeans antes de vestir meu colete. Protegendo minha Glock no coldre do
quadril, saio do trailer e encontro Liz sentada atrás de Synne, trançando seu cabelo.

Braços cruzados, me inclino contra o trailer enquanto as memórias inundam


minha mente. Quando adolescentes, Liz e Jenna se sentavam na sala de estar,
assistindo a um filme com uma tigela de pipoca e trançavam o cabelo uma da outra.
É algo que elas fizeram mesmo depois que Liz voltou da faculdade, uma experiência
de união entre elas. Ver Liz e Synne cria uma dor no meu peito da mesma forma
que cria algo quente. Liz está se apegando a Synne, assim como eu.

A culpa martela meu intestino, e eu baixo a cabeça, lembrando o lindo rosto de


Jenna. Travando as emoções dolorosas que lutam para explodir, ando até minha
moto, evitando as duas. Acelerando, deixo as poderosas vibrações ressoarem pelo
meu corpo e silenciarem meu coração.

Synne olha para mim naquele momento, lindos olhos verde-avelã me


capturam, e é preciso toda a minha força de vontade para não andar até ela e bater
meus lábios nos dela, parando a dor que penetra em meu peito.

— Você está bem? — Ela fala.

Arrastando meu olhar do dela, aceno para Max e Axel, dando-lhes o sinal para
subir em suas motos. Eles se juntam a mim, e nós colocamos pneus na estrada.
— O que foi aquilo? — pergunto à Liz, meu peito apertando com o olhar
endurecido no rosto de Nix.

As mãos da Liz tocam minhas costas enquanto trança mechas do meu cabelo
sobre as outras. Baixando a voz, ela se inclina mais perto.

— Ele precisa de algum tempo para si mesmo. Aquele olhar não era para você.
Isso foi um olhar de conter as emoções. Ver-me trançando seu cabelo certamente
trouxe de volta memórias dolorosas para ele.

— O que você quer dizer?

— Jenna e eu trançávamos o cabelo uma da outra. É algo que ele já viu muitas
vezes.

— Oh... — Minha voz se arrasta enquanto o desconforto se espalha pela minha


barriga. — Você acha que eu sempre vou lembrá-lo dela?

Liz para de trançar, com as mãos apoiadas nas minhas costas.

— Eu não sei. — Com um suspiro, ela move as mãos novamente, terminando a


trança. — Acho que não, mas posso dizer que seus sentimentos por você o fazem se
sentir culpado.

Minha cabeça baixa quando ela enrola um laço nas pontas do meu cabelo. Com
um olhar de soslaio, olho na direção que Nix saiu. Meu olhar cai para as marcas de
pneus na terra enquanto meu estômago estremece.

— Ele merece ser feliz, mas luta como se não merecesse.

Ela esfrega meu ombro, e viro-me para ela, vendo umidade agrupada em seus
olhos.
— Ele precisa de você em sua vida. Eu sei que você o faz feliz. Apenas seja
paciente com ele.

Enquanto o resto de nós no acampamento limpa e se prepara para passar o dia


fora, Jake recebe uma chamada. Sei que ele fala com Nix quando o ouço dizer Pres.
Jake desliga e coloca o dedo no ar, circulando-o.

— Embrulhem isso. É hora de montar.

Franzindo a testa, vou até minha moto e coloco uma garrafa de água no alforje.

— Synne — Jake chama.

Olhando sua direção, minha mão cai no meu quadril, esperando o que ele tem a
dizer quando Liz sobe na garupa de sua moto, dando-me uma expressão simpática.

— Você não está montando sozinha. Nix está voltando para você.

Liz e eu olhamos uma para a outra, nossos sorrisos combinando com as curvas
gêmeas entre nossas bochechas beijadas pelo sol. Jake acelera sua motocicleta e, à
distância, ouço as três motos voltando. Nix é o primeiro a passar pela clareira, com
os óculos escuros cobrindo o rosto. Incapaz de ler sua expressão, espero enquanto
para ao meu lado. Ele não desliga o motor, só abaixa os óculos e pisca.

— Você está vindo, linda? Ou você vai me fazer trabalhar para isso?

Pegando a garrafa de água, coloco-a no alforje antes de subir. Abaixando meus


óculos de sol, me inclino para frente e envolvo meus braços nele. Colocando a mão
na minha perna, ele me acaricia, e a sensação traz de volta a correria de
sentimentos aos quais estive me acostumando durante toda a manhã - o tipo que me
dize que já estou profundamente envolvida por Nix.

Abaixo de mim, sua Harley vibra entre minhas coxas, o poder da sua moto
mais intenso do que a minha. Ela rosna no ar enquanto acelera, deslizando-nos
através do vento com habilidade especializada. À nossa volta, as Harleys dos Kings
criam um coro de rugidos profundos. À nossa frente há pavimento aberto e o sol alto
no céu. A brisa passa pelo meu rosto em um abraço frio. É quase tão feliz quanto
andar de moto. Admito que é bom estar contra as costas de Nix. A força de seu corpo
nos levando com sua Harley pela estrada me dá uma sensação de segurança. Nix é o
tipo de homem que protege aqueles que ama, e talvez algum dia, eu possa saber
como é esse amor.

Enquanto os raios solares fluem entre nuvens fofas, os Kings seguem a estrada
por curvas sinuosas, desafiando suas habilidades de pilotagem. Chegando ao topo
com segurança, Nix leva a tripulação a uma área de estacionamento com vista
panorâmica. Os Kings estacionam suas motos seguidas, os motores roncando se
acalmando quando as mulheres saem primeiro. Caminhando para o parapeito de
pedra na altura da cintura ao longo do penhasco, olho para as exuberantes copas
das árvores verdes e montanhas azul-cinza atrás delas, suas pontas escondidas nas
nuvens. Nix vem por trás de mim, enrolando seus braços em volta da minha cintura
e colocando o queixo no meu ombro. Saúdo o calor de seu corpo, aninhando ainda
mais em seus braços.

— Você está bem? — Pergunto baixinho.

— Eu precisava de algum tempo para pensar na estrada. Imaginei que você


entenderia isso.

— Completamente. Você parece estar se sentindo melhor.

Virando-me em seus braços, ele coloca uma mão em cima do parapeito de pedra
e a outra na minha cintura, seu corpo me prendendo, seus olhos verdes vibrantes
expressivos de seu estado relaxado.

— Eu estou. Você disse algo que ficou na minha cabeça. Eu quero viver, e eu
não quero continuar me sentindo culpado por isso.

Colocando minha mão dentro do seu colete de couro, levanto a camisa dele,
passando os dedos ao longo de seu abdômen. Com as pupilas dilatando, ele puxa
minha cintura em direção a ele.

— Eu quero que o que há entre nós seja mais do que um caso. Eu quero que
você seja minha garota.

Apertando minha bunda, me puxa firmemente contra ele, seu olhar uma
mistura de excitação, esperança e travessuras. Abaixando minha mão, esfrego
contra o nó em seu jeans, e seus olhos se fecham brevemente, entregando-se a ele
antes de abrir e me encarar intensamente.
— Eu vou tomar isso como um sim?

Rindo, agarro sua camisa e puxo-o para mim, unindo nossos lábios. Enrolando
uma mão em volta do meu pescoço, a outra permanece em minha bunda, segurando
uma bochecha, sua língua desliza entre meus lábios e põe fogo na minha libido.
Pequenas brasas de excitação acendem minhas terminações nervosas, meu corpo
inteiro iluminado pelo desejo. Entre minhas pernas, estou ficando molhada quanto
ele empurra para frente, pressionando sua crescente ereção em mim enquanto
minha bunda encontra a parede de pedra. Deixando escapar um fôlego, ele é rápido
em trazer nossas bocas de volta juntas e eu o recebo, tão carente por seu gosto.

À nossa esquerda Audrey grita, nos afastamos e olhamos para cima. Trevor
está no joelho direito, segurando um anel para ela. O canto da boca de Nix puxa
para trás em um sorriso quando ele observa. Audrey grita: — Sim —, e Trevor se
levanta e coloca o anel em seu dedo, seu sorriso tão brilhante quanto o sol. Pulando
em seus braços, ele segura Audrey e gira-a, seus lábios encontrando os dela.

Nix olha para mim, seus lindos olhos verdes estudando meu rosto enquanto
aludem aos seus pensamentos. Eu acredito que ele quer o tipo de amor que
acabamos de testemunhar, e não há como negar, eu também quero. Vindo em frente,
seu hálito quente penetra em minha orelha, e eu mergulho em seu perfume
masculino de sândalo, especiarias e couro enquanto seu corpo quente cobre o meu.

— Eu gostaria de te ouvir dizer isso.

— O quê? — Eu mordo meu lábio no desenho rouco de sua voz. — Que sou sua
garota?

Lábios quentes mordiscam meu pescoço, depois lambem a concha da minha


orelha, mandando arrepios prazerosos pelo meu braço.

— Sim.

Cobrindo minha visão dos outros, ele desliza a mão no meu short, e minha
cabeça cai para trás no instante em que seus dedos encontram meu clitóris com
precisão. Girando o dedo em volta, tira um silvo dos meus lábios. Com um
movimento rápido, enfia um dedo em mim, e meus punhos se apertam com a
sensação de prazer. Não querendo que acabe, olho por cima do ombro dele para
garantir que ninguém tenha pego o que estamos fazendo.
— Mais — eu encorajo com um sussurro tranquilo.

Quando meus olhos se encontram com os dele, seu sorriso é lascivo. Outro dedo
é adicionado e ele empurra mais forte, minhas pernas se alargando para ir mais
fundo. Segurando seu colete, trago seus lábios para o meu, escondendo meu gemido.
Quando nos separamos para respirar, ele olha por cima do ombro e fica claramente
satisfeito em ver os outros ocupados na conversa ou desfrutando da vista das
montanhas.

—Continue.

Silenciosamente, ele responde com movimentos entre meu clitóris e


mergulhando na minha boceta.

— Devemos voltar aqui esta noite e terminar o que começamos.

Com uma mordida sensual no meu pescoço, a mistura de dor tentadora me


empurra para o orgasmo que tenho perseguido.

— Porra, sim.

Minha cabeça inclina para trás, o sol quente na minha pele no momento em
que minha excitação reveste seus dedos. Nix ri, rugas vincando seus olhos quando
ele sorri com satisfação. Retirando a mão, ele coloca os dedos nos meus lábios e
observa com excitação aquecida enquanto chupo.

— Droga, querida, você me tem duro como uma rocha.

— Eu te chuparia se não tivéssemos uma audiência.

Ele olha por cima do ombro para os grupos dispersos de sua tripulação, e
depois de volta para mim.

— Eles não estão prestando atenção. Mesmo que eles percebam, eles vão
cuidar de seus próprios negócios.

A emoção de fazer sexo oral em público me excita. Mantendo meus olhos no


dele, desabotoo seu jeans.

— Vai ficar muito óbvio quando eu estiver abaixada na sua frente, chupando
seu pau.
Abrindo o zíper de seu jeans, ele guia minha mão para seu pau grosso e duro.

— Eu realmente não dou a mínima agora. Eu quero sentir a boca da minha


garota ao meu redor.

Abaixando-me entre ele e a parede, puxo sua ereção para fora de sua cueca e
envolvo minha boca em torno dela, não perdendo tempo, chupando forte e rápido. A
mão de Nix segura minha cabeça usando a outra para segurar seu peso na parede.
Com a mão em sua base o acaricio, tentando encaixar o máximo de seu comprimento
na minha boca quanto posso. O barulho de cascalho soa atrás de nós, então as botas
param, giram nos calcanhares e permanecem lá. Um momento depois, há mais
botas esmagando o cascalho, e eu paro brevemente para ver alguns dos membros
dos Kings fazendo uma parede para nós. Com um sorriso, volto a dar prazer a Nix, e
ele olha para mim com uma intensidade excitante que me faz desejar que
pudéssemos terminar esta escapada sexual com uma boa e forte foda. Bombeando
na minha boca, seu aperto na minha cabeça aumenta momentaneamente. Várias
estocadas mais e seu corpo enrijece, seu pau esguichando gozo no fundo minha
garganta. Lambendo-o para limpar, fico de pé enquanto ele coloca seu pau de volta
em suas calças e fecha o zíper.

Trazendo-me para perto, ele acaricia minha bochecha, seu sorriso satisfeito
enrolando o canto de sua boca.

— Eu amo como você não tem medo de viver no limite.

— Nunca, especialmente quando há uma chance de darmos prazer um ao


outro.

Passando os dedos debaixo do meu queixo, ele levanta-o.

— Esta noite será uma noite só para nós. Eu vou dar-lhe um inferno de muito
mais prazer.

Observando meus lábios se separarem e se curvarem em direção aos meus


olhos, seu próprio sorriso se alarga. Envolvendo um braço em volta de mim, ele nos
leva de volta para o resto da tripulação. Max é o primeiro a nos ouvir chegando e
olha por cima do ombro, um sorriso malicioso em seus lábios.

— Vocês estão gostando da vista?


Nix bate em seu ombro. — Melhor vista que eu já vi.

Axel, Wesley e William compartilham o mesmo sorriso, e todos os caras riem.

— Caramba Red, você não tem vergonha de dar prazer ao seu homem, não é?
— Axel brinca.

William aponta para o canto da boca. — Eu acho que você tem uma coisinha
ali.

Eu o empurro para longe, e suas risadas ecoam no ar.

— Cuidado, William, ela é capaz de chutar sua bunda — brinca Wesley.

William sopra uma respiração e inclina a cabeça. — Não, merda. Ela deixou
Ink com uma contusão. Mas está tudo bem. Precisamos que a Rainha dos Kings seja
uma garota durona.

Nix olha para mim, sua boca inclinada acariciando meu lado.

— Rainha dos Kings? — Olhando para ele, pisco. — Acho que posso me
acostumar com esse título.

Nix abaixa a mão e aperta minha bunda, apontando para sua Harley com a
outra. —Sua carruagem a espera.

— Esse é o melhor tipo de passeio que existe.

— Inferno, sim, é — responde Wesley.

Os caras concordam com a cabeça.

Rasgando o vento, as Harleys dos Kings colocam pneus no asfalto e continuam


a viagem pelas estradas arborizadas. Ao nosso redor há árvores verdes exuberantes,
e no meio estão campos cortados e fazendas. Passando por uma cerca de ferro de
madeira preta, o cheiro de tinta flutua pelo ar enquanto dois cavalos mastigam a
grama em torno de seus cascos.

À distância, centenas de fileiras de videiras podem ser vistas antes que uma
vinícola de cabana de madeira seja vista. Alguns carros estão estacionados à direita
do prédio com um punhado de pessoas caminhando em direção à entrada. Com o
trecho da estrada à nossa frente livre, Nix muda a marcha e pisa no acelerador.
Com vento batendo sobre nós o motor ruge, e nós aceleramos pela estrada, a
sensação emocionante.

O passeio continua vários quilômetros através de outro trecho de floresta,


subindo uma colina, e para uma estrada curta à direita com estacionamento e um
pavilhão coberto no final. Sob a sombra, descansamos e refrescamos.

Esticando-me na ponta dos pés, beijo Nix na bochecha e dou um tapa em sua
bunda antes de deixá-lo para me encontrar com Liz, Audrey, e as outras mulheres.
Os olhos de Audrey brilham a luz do sol enquanto ela sorri para nós. Estendendo a
mão, ela nos mostra um diamante redondo brilhante em uma faixa de ouro branco
com pequenos diamantes ao longo da faixa.

— Estou noiva — ela delira. Com cílios longos esvoaçantes, ela olha para
Trevor. — Eu amo aquele homem.

— Estou feliz por você. O anel é lindo.

— Obrigada!

Pisando em um banco de mesa de piquenique, me sento-me à mesa, meus pés


descansando no banco enquanto bebo minha água. Audrey se junta a mim, sentada
à minha direita no instante que Liz toma meu lado esquerdo. Na nossa frente, Maci,
Erika, e a nova garota do Ink permanecem de pé. Erika tira sua jaqueta de
propriedade e limpa o suor de sua testa. Colocando a jaqueta na mesa de
piquenique, ela aceita a garrafa de água que Liz segura para ela. Uma das muitas
coisas que gosto na Liz é, sendo enfermeira e uma nova mãe, ela é praticamente a
mãe do grupo, sempre atenta às necessidades de todos.

— Sua tia May enviou o vídeo matinal de Liam? — Eu pergunto a ela.

— Claro! — Ela puxa o celular do bolso do jeans e folheia a tela. Um momento


depois, um vídeo de um bebê fofo com olhos castanhos enche a tela quando ele ri e
começa sua atividade de sentar e brincar. — Ele não é bonito? Sinto falta dos beijos
babados dele e daquela risada. Isso me lembra de Jake.
Maci se inclina e assiste ao vídeo. Recuando, ela faz careta. — Não, obrigada.
— Alisando a mão sobre a barriga, ela levanta a camisa, revelando abdômen e um
piercing de ouro pendurado no umbigo. — Eu não gostaria de perder essa silhueta.

Liz revira os olhos e coloca o telefone no bolso. — Isso pode mudar se você
encontrar o cara certo.

Abaixando a camisa, a boca da Maci puxa para baixo. —William é o cara certo.

— Não se apegue muito —advirto-a. — Playboys e compromisso não andam de


mãos dadas.

Com uma bufada, ela volta sua atenção para mim. — O que você sabe?

Liz ri, alisando os fios soltos de seu cabelo escuro e os colocando atrás da
orelha. —Ela sabe por experiência própria, assim como eu. Jake foi um playboy por
anos. Tivemos uma fase difícil no começo. Comprometer-se não estava em sua
natureza.

Colocando a mão no quadril, ela se projeta. — Se Jake se estabeleceu, William


também pode.

— Talvez — eu respondo. —Mas ele tem que querer. Nem todos os playboys
querem.

Maci joga uma mão no ar, suas bochechas rosas ficando mais coradas. — Você
não pode comparar o cara que namorou com William. São pessoas diferentes.

O som das motocicletas à distância chama a atenção para a estrada. Um grupo


de cinco motociclistas entra no estacionamento e desliga seus motores. Elas
cumprimentam nosso grupo com acenos ou acenam suas cabeças, em seguida,
entram com seus alforjes para bebidas ou puxam seus celulares para verificar
mensagens.

Max aponta brevemente sua direção, abaixando o queixo na direção delas.


William e Axel seguem atrás enquanto os três caminham até as mulheres.
Apontando para as motos das mulheres, eles iniciam a conversa.

Maci está na ponta dos pés, espiando sobre nossas cabeças para assistir
William. Todo mundo tem seus telefones puxados, e parece que os números estão
sendo trocados, mas você não pode dizer com certeza quem está realmente fazendo a
troca de números.

Com o rosto ficando um pouco mais escuro, Maci bufa e se aproxima do grupo.
Vemos como ela coloca a mão no braço de William e estende os peitos em direção a
ele. Em sua conversa com o grupo, ele não interrompe para dar-lhe atenção. Ela
olha para nós, depois abaixa os óculos escuros sobre os olhos, mas eu vi o desânimo
neles antes dela fazer.

Erika pula na mesa de piquenique ao lado de Liz e se senta de volta em seus


cotovelos. — Ela pode ser propriedade dele, mas não acho que ele seja dela — diz ela
em voz alta.

— Ele não é — respondo. — Ele está mantendo-a perto o suficiente para que
ela fique por perto, mas longe o suficiente para que ele ainda possa foder quem ele
quer.

— E Ink? — Bama pergunta.

Meu olhar muda para a morena peituda e sua expressão esperançosa.

— Ele gosta de você — diz Liz a ela. —E eu acho que Ink está procurando um
compromisso, mas você não vive no Alabama?

Com os polegares nos bolsos jeans, ela dá de ombros. — Estou aberta a


possibilidades.

Audrey mostra a Bama um breve sorriso empático. — Esses caras não são tipos
de longa distância. — Ela joga um polegar sobre o ombro para os Kings. — Eles
querem uma mulher que vai estar por perto, leal, e que goste de foder... Muito. Eu
sei, eu costumava estar no seu lugar. Trevor já estava nos Kings quando ficamos
juntos. Eu sabia que tinha que fazer um movimento se quisesse mantê-lo.

— Mas eu acabei de conhecê-lo. Eu não vou me mudar para vários estados por
causa do cara. — Uma sombra de decepção escurece seus olhos pálidos enquanto ela
franze a testa. Olhando para nós, ela estuda nossas expressões para ver o que
pensamos.
Audrey tira o cabelo da testa, e se inclina para trás na mesa de piquenique
como Erika. — Eu entendo. Eu só tive que mudar algumas cidades. Ter que se
mudar para vários estados é muito diferente.

— Aproveite seu tempo com ele — digo a ela. —Nunca se sabe aonde as coisas
vão levar.

As linhas de expressão do lado de fora de sua boca desaparecem. — Obrigada.


Isso é o que eu quero fazer.

A voz de Maci sobe, e eu olho para ver as mulheres de volta em suas motos,
preparando-se para sair. Maci e William estão de lado discutindo, quando Max e
Axel os deixam e se juntam ao resto dos Kings sob o pavilhão.

— Relaxe, Maci. Eu estava apenas conversando com elas. Você não pode perder
a cabeça toda vez que eu falar com outra mulher!

— Talvez se você não tentasse transar com outras mulheres, eu não ficaria com
tanto ciúme!

— Eu te dei uma jaqueta de propriedade. O que mais você quer? Minhas bolas
na porra de uma sacola?

— Ah, merda — ouvi Axel dizer atrás de nós.

— Eu quero que você me foda e só a mim, não todas as outras vadias que
chamam sua atenção!

— Eu não transei com mais ninguém, mas se você continuar me incomodando e


agindo como uma vadia, eu vou.

Um tapa assobia pelo ar e a cabeça de William empurra para a direita.

— Não me chame de vadia!

William coloca a mão no rosto e olha de volta para Maci, sua expressão
evidente de choque, muito mais do que raiva.

Nix sai do pavilhão, com a voz crescendo. — Chega! Maci, junte-se às


mulheres. Vocês dois precisam de tempo para se acalmar.
Maci se vira para Nix, seus olhos azuis brilhando. William se afasta dela, e ela
pega suas calças de couro, ignorando Nix. — Não vá embora. Nós não terminamos.

William empurra a mão dela. — Sim, nós terminamos.

Saindo da mesa de piquenique, me inclino contra o pilar oposto de Nix. —Maci,


traga seu traseiro aqui.

Virando a cabeça em direção à minha voz, seus ombros caem e ela bufa, mas
segue meu pedido. Nix olha para mim e inclina o queixo em agradecimento.

Maci passa por mim como uma tempestade e senta no banco do outro lado de
Erika. — Idiota de merda — ela murmura.

— O que trouxe a isso? — Encaro as mulheres e me encosto contra o pilar,


minha garrafa de água balançando frouxamente na minha mão.

— Ele estava flertando com aquelas mulheres idiotas e me ignorando


completamente. — Com os óculos escuros, ela cobre as lágrimas que caem pelo rosto.
—Eu não quero terminar — ela diz baixinho, tristeza em sua voz jovem.

Erika sai do banco e coloca um braço em volta de Maci. — Vocês dois precisam
de algum espaço ou você só vai lutar novamente.

— Se você realmente se importa com ele, você precisa falar com ele e dizer-lhe
como se sente. Dê a ele uma chance de ganhar sua confiança, e se ele não ganhar,
então você precisa ir embora — diz Liz a ela. — Você tem alguma razão para
acreditar que ele te traiu?

— Eu não sei. — Levantando os óculos escuros, ela enxuga as lágrimas. —Não,


eu acho. Ele tem um bloqueio de senha no telefone, então não posso ler as
mensagens dele. Ele flerta o tempo todo. Isso me deixa louca.

O barulho de botas chama minha atenção quando os homens vão para suas
motos. Nix se aproxima de Max e diz algo em particular. Presumo que seja sobre
Maci quando os olhos de Max se aproximam dela. Ele balança a cabeça que sim e
segue em frente. Nix se vira para nós.

— Maci, você vai voltar com Max.


Maci funga por baixo dos óculos e vejo mais lágrimas escorrendo, mas ela
mantém o rosto impassível. — Tudo bem.

O barulho de mais motocicletas pode ser ouvido à distância e cresce mais alto à
medida que as motos entram no estacionamento. As marcas reconhecíveis do Wild
Royals aparecem, e meu corpo endurece.

— Porra.

Os Kings deixam suas motos e formam uma parede com Nix, bloqueando os
Wild Royals de nós. Sobre seus ombros, eu assisto a cena e tiro meu canivete do meu
lado. Liz diz às mulheres para se abaixarem nos bancos. Em seus olhos bem abertos,
o medo é inconfundível.

Os Wild Royals desligam seus motores, bloqueando a saída. As costas dos


Kings se contraem quando ouço as batidas fortes das botas dos MC rivais batendo
no chão. Vários dos Kings puxam seus coletes ou jaquetas para trás, revelando suas
armas.

— Reed Alverez — Nix canta, sua voz zombeteira. — Parece que você é tão
idiota quanto seu primo era.

Um homem com cabelos longos, lisos e escuros, barba cerrada, e uma barriga
cheia de cervejas demais dá um passo à frente com Presidente em seu colete.
Jogando os braços no ar, um sorriso insensível estica os lábios do homem, e ele
passa a língua através deles quando sorri.

— Não somos os únicos bloqueados sem ter para onde ir, Pres.

— Ambas as nossas equipes têm mulheres para proteger. Vamos manter essa
merda de punhos e facas. Sem armas — ordena Jake.

Reed olha por cima do ombro para a mulher curvilínea, de cabelos compridos
que estava no passageiro com ele. Ao seu redor, sua tripulação está alinhada para
uma luta, assim como os Kings estão.

— Só desta vez — Reed concorda. — Sem armas.

— Qual de vocês, bastardos, disparou a bala destinada a mim? — Nix


pergunta, seu tom ácido.
Alguns dos Royals riem.

— Aqui eu pensei que a boceta estava de volta dos mortos, mas essa deve ser a
nova boceta ruiva com a qual você a substituiu.

Reed aponta sobre o ombro de Nix para mim, e Nix perde o controle, atacando-
o. Jake e Trevor o seguram, e Reed ri, abrindo os braços.

— Sangue por sangue, Wilson. É assim que funciona. Você sabe disso. Se você
tivesse se importado com sua própria vida, Tolito e sua prostituta ainda estariam
vivos.

Nix se livra de Jake e Trevor e fica na cara de Reed, elevando-se vários


centímetros sobre ele, mas Reed é um homem largo, visível em ambos os lados de
Nix.

— A guerra de sangue começou muito antes de nós, quando seu tio assassinou
o meu e estuprou minha tia. Sua família inteira não passa de lixo imundo. Você
quer sangue por sangue, eu vou dar a você.

Nix solta sua raiva, seu punho batendo no rosto de Reed, empurrando-o para o
lado. Três Wild Royals descem sobre Nix, e os Kings correm para protegê-lo. A briga
entre os dois MCs é um círculo de couro preto e punhos.

— Foda-se isso. — As botas da Bama arranham atrás de mim, e me viro para


vê-la pegando seu celular enquanto se afasta de nós. Assim que a operadora atende,
ela pede ajuda ao 911 e descreve a cena. Maci se junta a Bama, dando instruções.

Vozes aumentam, e sangue respinga na calçada. Um brilho de prata reflete na


luz do sol, e eu salto para frente, gritando com Axel.

— Atrás de você, Axel, faca!

Jake bate a mão no braço do Wild Royals, e a lâmina cai de sua mão. Jake faz
algum tipo de chute circular chique e bate o cara em sua bunda. Axel dá um soco no
cara atrás de Jake, e William é uma bola de demolição indo no Wild Royals na
frente dele e leva-o para o chão. Meus olhos ficam em Nix, certificando-me de que
nenhuma lâmina venha em sua direção. Ele e Dominic estão costas com costas,
esmagando ossos que entram em contato com seus punhos.
Sirenes soam à distância, e os homens se empurram, colocando espaço entre
eles enquanto saem para pegar suas motos. As Harleys dos Kings começam e
acenam para que nos juntemos a eles.

Bama recua até o pilar no final do pavilhão. — Eu não vou. — Com olhos
arregalados e assustados, ela aperta o telefone na frente dela como se fosse uma
barreira de segurança.

Liz e eu corremos em direção a ela.

— Sim, você vai — eu pego o telefone dela e asseguro que a chamada foi
encerrada.

— Você não está entregando os Kings para a polícia. — Liz pega o braço dela, e
eu agarro o outro, puxando-a junto. Ela resiste a nós, e eu me coloco na frente dela,
olhando-a mortalmente nos olhos.

—Você pode se juntar as suas amigas quando voltarmos ao acampamento, ou


você pode ficar aqui e dizer aos policiais o que aconteceu, tornam-se a inimiga de um
clube de motociclistas fora-da-lei.

Sem resistência, ela corre conosco para as motos e sobe na garupa de Ink.
Kings e Wild Royal aceleram na direção oposta das sirenes.
CAPÍTULO QUINZE

P
ilotando para o acampamento, eu desligo o motor e ajudo Synne a
descer da minha moto e colocá-la em meus braços, certificando-me de
que está bem. Ela faz o mesmo, me checando por ferimentos de faca.
Olhando para o meu lábio arrebentado, ela franze a testa.

— Você vai precisar de gelo para isso.

— Não, querida, estou bem.

Puxando suas coxas para frente, a trago para mais perto, inalando seu cheiro
em um esforço para acalmar minha raiva.

— Mas isso estraga os planos que eu tinha para comer sua boceta.

Ela ri, e dou-lhe um sorriso forçado. Colocando minha cabeça na dela, minha
mandíbula trava enquanto as palavras de Reed repetem através da minha mente,
meus ombros tencionam. Synne deve notar a mudança. Colocando as mãos nos
meus ombros, ela os massageia, suas mãos fortes aliviando um pouco da tensão.
Meu ombro direito está especialmente dolorido depois dos socos que dei. Ela deve ter
assistido porque dá mais atenção àquele ombro.

O resto da minha tripulação estaciona suas motos, e eu os examino em busca


de ferimentos óbvios. Maci pula da moto do William, manchada de sangue no lado
direito da blusa.

— Liz! — Ela grita no instante em que ajuda William a sair de sua moto.
Synne pula do meu colo e eu corro para William, pegando seu braço e colocando-o
em volta dos meus ombros.
Liz está fora da moto de Jake o mais rápido que pode. — Traga-o para o
acampamento.

William tropeça para dentro do trailer, mas pelo menos ainda está lúcido.
Deixando-se cair na cama, de cara, ele levanta a camisa. O sangue reveste sua pele
e encharca sua roupa devido ao ferimento de faca de sete centímetros em suas
costelas e costas. Liz senta na cama, coloca uma toalha debaixo dele, e então
derrama oxigenada no ferimento. Com o kit de primeiros socorros aberto ao seu
lado, ela tira a agulha e limpa-a com álcool. Enfiando a linha na agulha, ela começa
a sutura. William faz caretas, mas permanece parado. Minutos depois, ele está com
a ferida fechada, e parece estar prestes a desmaiar. Jake se adianta e lhe entrega
uma garrafa de uísque.

— Aqui, vai ajudar.

Liz põe um curativo sobre o ferimento, colando com fita adesiva. — Não faça
nada para rasgar meus pontos. — Ela dá-lhe um olhar penetrante enquanto guarda
seus suprimentos.

William vira as costas e lentamente se senta, apenas fazendo uma careta uma
vez. Rindo, ele toma um pouco de uísque. — Se você está me dizendo que não posso
foder ou montar minha Harley, isso não vai acontecer, irmã. Obrigado por me
remendar.

Maci avança e se senta ao lado dele. Envolvendo um braço em volta dela,


William levanta a garrafa e toma outro gole de uísque.

— Você está bem? — Ele pergunta a ela, preocupação enchendo os olhos.

— Sim, melhor agora que você está bem.

— Teria sido pior se Dom não tivesse fodido o cara. Vamos lá para fora. Eu
preciso agradecê-lo.

William e Maci saem com o braço ainda sobre ela e a garrafa de uísque
pendurada na outra. Sem dúvida eles vão estar fodendo novamente até o final da
noite.

Liz lava as mãos e guarda o kit de primeiros socorros enquanto Jake e eu


saímos do trailer com uma segunda garrafa de uísque. A garota do Alabama está
passando por nós quando saímos. Ignorando-nos, ela continua com passos
apressados, indo direto para a trilha que leva de volta à rua principal.

— Sarah!

Ignorando Ink, ela mantém o ritmo e desaparece na trilha.

— Eu não acho que a vida de MC é para ela, afinal de contas — diz Synne a
ele. —Tivemos que convencê-la a voltar para sua moto.

Franzindo as sobrancelhas, a boca de Ink se fecha em uma carranca, e ele pega


a garrafa de uísque que William lhe dá, bebe duas vezes, e a devolve. Movendo-se
para a cadeira do acampamento, ele cai nela e chuta a madeira carbonizada na
fogueira.

Olhando ao redor para minha equipe, eles parecem exaustos da luta. Caindo
em suas cadeiras de acampamento, eles passam as garrafas de uísque ao redor
enquanto Liz verifica cada um de nós em busca de ferimentos.

Todo homem que tem uma mulher a tem envolta neles, esfregando ou beijando-
os e Synne não é exceção, ela está em pé atrás da minha cadeira, massageando os
meus ombros. Abaixando-se, ela coloca os braços em volta do meu peito. O toque
sedoso da pele dela esfrega contra meu rosto, o cheiro de canela que estou
começando a amar enchendo o ar.

— Você está bem? — Ela sussurra.

Colocando minha mão em seu braço, eu o acaricio, inclino minha cabeça para o
lado e a beijo.

— Senhoras, vocês podem dar aos Kings algum tempo para falar em
particular?

As mãos de Synne param de amassar a tensão nos meus músculos. Ela se


levanta e direciona sua cabeça para o trailer.

— Vamos nos refrescar lá dentro.


As mulheres olham para nós com preocupação, mas seguem a liderança de
Synne. Quando a porta do trailer é fechada, eu estendo minha mão e pego a garrafa
de uísque que Wesley me entrega.

— É hora de colocar nossos planos em ação. — Tomando alguns goles, passo a


garrafa para a direita e a entrego a Dominic. — Encontre o elo mais fraco. Obtenha
as informações de que precisamos. Esta noite.

Dominic pega a garrafa, toma um gole, então a abaixa, sua expressão fria como
pedra.

—Considere feito.

Dominic devolve a garrafa para mim, e tomo outro gole. Levantando de minha
cadeira, eu arremesso a garrafa quase vazia na fogueira e vejo o vidro se estilhaçar
em centenas de pequenos fragmentos. Olhando para eles, o restante de líquido
mergulha nas brasas escuras ao seu redor, meu olhar congelando, olhando para o
que parece ser um reflexo da minha própria alma danificada.

— Vamos fazê-los sofrer como ela sofreu.

Os Kings ficam barulhentos quando Axel chega até o início das corridas de
motos masculinas. Como capitão da estrada, ele tem a moto mais rápida de todos
nós, graças a algumas das minhas instalações personalizadas. Próximo a ele está
um modelo equivalente com velocidade semelhante; estou ansioso para ver como a
moto do Axel se comporta contra ela. Quando a bandeira cai, as duas motos decolam
e se mantêm firmes lado a lado, desafiando suas habilidades de pilotagem, então ela
muda para o desempenho de suas motos quando Axel muda e rola no acelerador. O
espaço entre as duas motos se torna uma enorme lacuna e Axel leva a vitória. Com
nossos punhos e garrafas de cerveja no ar, nós o aplaudimos.
Logo, nossa atenção volta para a linha de partida quando Trevor chega com
seu diabo vermelho, o apelido que ele deu a sua moto. Com Axel na corrida, tenho
certeza que Trevor não vai ganhar, mas Trevor tem uma boa chance na competição
de motos fodonas. O trabalho de pintura personalizada que fiz em seu veículo parece
matador. Trevor e seu oponente ficam cara a cara, e com o peso de sua moto, ele leva
uma derrota. Mas ele não se importa, pois é tudo uma desculpa para mostrar nossas
motos e satisfazer nossa necessidade de velocidade.

Trevor se junta à nossa tripulação, e todos nós estamos acelerando em


antecipação à próxima corrida de Axel. Ele puxa para cima com sua Harley preta e
dourada brilhante. Ao lado dele está uma moto vermelha, branco e azul com uma
bandeira americana presa à barra. A moto é muito foda, mas como a moto de
Trevor, parece que é mais para exposição e passeio, do que para corrida. A bandeira
da corrida cai, e a Honda vermelha, branca e azul é deixada para trás quando Axel
ganha velocidade e ruge pela linha de chegada. Com mais uma vitória triunfante, os
Kings parecem ter esquecido o estresse da luta de hoje cedo. Maci retorna com
Audrey e um balde de cervejas geladas. Elas são alegremente bem-vindas no
instante que os homens pegam garrafas geladas e estouram as tampas. São mais
duas corridas antes de Axel se levantar novamente, mas desta vez ele encontra seu
adversário e perde a corrida. Pouco depois, ele se junta a nós nas arquibancadas de
madeira, e damos uma cerveja de congratulação e tapinhas nas costas em
comemoração às suas vitórias.

Quando me sento, puxo Synne para meu colo e ela enrola um braço no meu
pescoço e rouba minha cerveja. Inclinando a cabeça para trás, ela dá um grande gole
em vários goles longos, em seguida, devolve-me meio vazia. Deixando-a de lado, eu
apalpo as cordas puídas de seus shorts jeans, e ela mordisca aquele lábio rosa
carnudo.

— Ainda estamos ligados para hoje à noite?

Há esperança em seu olhar sensual - esperança de tempo sozinha comigo,


esperança de prazer - e eu quero cumprir cada pensamento sujo correndo pela
minha mente.

Deslizando um dedo mais para cima de seus shorts, eu provoco a carne macia
de sua boceta, e ela abre as pernas um pouco mais para que eu sinta sua maciez.
Assim que eu faço, meu pau se estica, e tudo que consigo pensar é o quanto eu quero
aquele calor liso em torno do meu pau.

— Eu sempre mantenho minhas promessas.

Com suas pernas abertas entre as minhas, eu chego mais longe e circulo sua
calcinha contra seu clitóris. A cabeça dela cai contra o meu ombro, e ela respira
fundo, fazendo o seu melhor para manter seu rosto impassível, mas seu peito
subindo revela o quanto ela anseia mais do meu toque.

Agarrando um punhado de seu cabelo, eu lambo ao longo de sua orelha antes


de sussurrar: — Você vai me deixar foder cada buraco? — Olhando para mim, há
um brilho lascivo em seus olhos. — Você gosta dessa ideia, não é?

Olhando para suas joias de avelã, eu pego suas pernas enquanto ela balança
sobre a minha e angula seu corpo para me encarar. Minha mão vai direto para sua
bunda no instante em que ela chupa a concha da minha orelha e morde o lóbulo.
Arrepios percorrem minha carne, e meu pau atinge o comprimento total.

— O pensamento de você fodendo minha boca, boceta e bunda me excita como


você não acreditaria. Devíamos abandonar a tripulação e começar nossa noite
juntos. Estou com tanto tesão por você.

Puxar sua bunda através da minha ereção ilumina seus olhos.

— Eu sinto o mesmo. — Trazendo aqueles lábios rosados mais para perto, eu


deslizo minha língua entre eles, meu pau está agora dolorosamente ereto e
desesperado por sua boceta. — Dê-me um minuto para lidar com isso, então vamos
voltar para o acampamento.

Esgueirando a mão entre nós, ela massageia meu pau duro. Minha cabeça cai,
meus olhos se fechando enquanto luto contra a mistura de dor e prazer.

— Continue assim, e eu vou te dobrar sobre essa arquibancada e fodê-la na


frente de todos.

O desafio brincalhão em seus olhos alimenta minha libido em fúria. Colocando


minha mão sobre a dela, eu pisco.

— Você está pedindo por isso, não está?


— Eu não iria impedi-lo se você fizesse.

Minha cabeça abaixa, uma risada ronca do meu peito.

— Caramba, querida, você é cheia de surpresas, e eu adoro isso.

Chegando, estalo meus dedos e chamo a atenção de Trevor. Quando ele olha,
eu aponto para Liz. — Chame ela para mim.

Liz sai do lado do Jake e vem para o meu.

— O que?

—Você se importa se eu usar o trailer hoje à noite? Synne e eu precisamos de


tempo sozinhos.

Liz e Synne trocam olhares, ambas exibindo sorrisos maliciosos uma para a
outra.

— Sem problemas. Há uma barraca extra no trailer. Deixe isso para nós. Eu
não estou dormindo em sua barraca coberta por porra.

Synne aperta os lábios, segurando seu riso. Meu sorriso desenha o lado da
minha boca.

— Você não está errada sobre isso. Vou deixar a barraca do lado de fora. Bata
se precisar de mais alguma coisa.

Saindo de perto nós, ela retorna para Jake. Ele olha para mim, e deslizo Synne
do meu colo agora que minha ereção está baixa o suficiente para andar por aí sem
que meu jeans pareça uma tenda horizontal. Com meu braço em torno dela, faço um
gesto para Jake e Dominic se juntem a mim. Eles nos seguem para fora das
arquibancadas até um lugar privado no canto de trás deles.

— Estamos voltando para o acampamento. Só nós dois. Estaremos no trailer


durante a noite. Não me importa o quão tarde seja, quero saber quando você voltar e
como as coisas foram. Verifique e relate para Max como planejamos.

— Nós temos isso resolvido. Nada para se preocupar. — A confiança de


Dominic alivia os nervos fazendo cócegas na minha nuca.
— Teremos as costas um do outro. Dentro e fora como predadores silenciosos —
compartilha Jake.

Aceito o punho do Jake e aperto o meu em volta dele, e depois dou um tapinha
nas costas dele.

— Esteja seguro, irmão.

Ofereço o mesmo a Dominic e estou satisfeito com sua aceitação do gesto. Nos
últimos meses, a amizade que começamos passou a ser uma verdadeira irmandade
entre nós. Eu confiaria minha vida a esse cara, e acredito que ele faria o mesmo.

Jake mergulha o queixo em Synne. — Tome conta dele.

Synne se aproxima, e eu envolvo meu braço em volta dela. Alcançando entre


minhas pernas, ela agarra meu pau, me pegando de surpresa.

— Ele vai ser muito bem cuidado, eu lhe asseguro.

— Essa é a minha deixa. — Piscando para Jake e Dominic, eu combino seus


sorrisos e dou um tapa na bunda de Synne. Com meu braço preso em volta do ombro
dela, nos conduzimos para fora da pista quando as corridas terminam, e as motos
esportivas começam. Deslizando minha mão em sua regata, descanso minha mão
sobre seu seio. Ela não me impede ou se afasta, e eu a trago para beijá-la em
agradecimento. Synne está confortável com sua sexualidade, e aprecio isso nela. Ela
não tem vergonha de mostrar sua atração por mim, e nunca quero que tenha. Se ela
é sempre tão aberta sobre intimidade, vamos ter uma relação muito boa.

De vez em quando ela olha para mim e, cada vez, eu roubo um beijo. Depois do
terceiro beijo na beira do nosso acampamento, paramos de andar, e eu seguro seu
rosto contra o meu no momento em que aprofundo o beijo. Olhando para ela, eu me
perco nas manchas de ouro e verde em meio ao marrom claro em suas íris.

— Você é linda.

Com uma expressão suave, seus lábios se separam, e ela estende a mão para
tocar minha mão acariciando seu rosto.

— O jeito que você me faz sentir... Estou feliz que você me pediu para ser sua
garota.
— Eu também.

Pegando a mão dela, lidero-nos através da trilha para a abertura com nossos
veículos e barracas. Destrancando o trailer, abro a porta para ela e espero que ela
entre primeiro. Lá dentro, ela reúne dois copos do armário e os enche até a metade
com bebida alcoólica. Entregando-me um, ela me observa através do copo quando o
inclina para trás e o esvazia. Eu faço o mesmo, avançando e colocando o copo no
balcão. Encurralando-a entre mim e ele, eu removo o espaço entre nós, meus lábios
com sabor de uísque encontrando os dela.

Deslizando as mãos por baixo do meu colete, ela o tira dos meus ombros e desce
pelos meus braços. Pego o colete e o jogo sobre a mesa. Colocando minhas mãos em
seus quadris, eu a trago comigo, levando-nos para a cama. Serpenteando minha
camisa com as mãos, ela trabalha no meu peito, e eu jogo no chão quando minha
bunda cai na cama. Ela dá um passo para trás e lentamente se despe, deixando-me
admirar cada curva de seu corpo quente pra caralho.

Abrindo o zíper da minha calça, eu solto minha ereção e a coloco em punho na


palma da minha mão, bombeando enquanto ela abaixa as mãos, dedilhando sua
boceta. Quando ela dá um passo à frente, eu substituo seus dedos pelos meus, sua
umidade sedosa cobrindo-os como eu quero que ela revista meu pau esticado.

— Monta em mim, baby.

Trazendo-a para frente, deito-me de costas enquanto ela monta em mim. Uma
mão segura seu quadril no instante em que ela desliza sobre mim, sua boceta
ansiosa me levando totalmente sem ter que aliviar dentro. Com sua boceta apertada
ao meu redor, coloco a palma da minha mão em seu seio, meu polegar dando atenção
extra seu mamilo no momento que ela levanta do meu pau, então vem para a frente
novamente, levando tudo de mim. Minha cabeça cai para trás, e minha mão direita
cai para o quadril, segurando-a e eu continuo combinando com seu ritmo. O calor
escorregadio de sua boceta e a sensação de puro prazer correndo pelas minhas veias
puxa meu orgasmo através do meu eixo. Explodindo nela, continuo a segurar seus
quadris, empurrando fundo. Ela abaixa em cima de mim, e envolvo meus braços em
torno dela, acariciando seu cabelo e costas. Juntos, nossos lábios emparelhados se
movem em movimentos lânguidos afetuosos, nossas mãos acariciando o outro, seus
traços em silêncio com palavras de afeto.
— Eu me importo com você. Provavelmente mais profundamente do que estou
pronto a admitir. Quero que saiba que não é uma substituta. Quem você é, o que
temos, é diferente do que eu tinha antes.

A ponta do dedo dela desliza pela minha bochecha e pelos meus lábios
enquanto seu olhar fica preso em mim. O brilho de seus olhos e a maneira como ela
engole suas primeiras palavras expõe sua vulnerabilidade como se eu tivesse
descoberto um poço profundo, cheio de emoção.

— Eu não dou a mínima para o que aquele idiota disse. Você é diferente, tão
diferente do resto. Você ama profundamente e protege aqueles com quem se importa
ferozmente. Sei que significo algo para você. Eu posso sentir isso aqui. — Ela
balança os quadris para frente, o atrito endurecendo meu pau. — E posso senti-lo
aqui. — Lábios como doces e especiarias, doces e revigorantes, caem nos meus, e eu
não recuo para o ar.

Com meu braço em volta dela, eu nos viro, colocando-a de costas. Empurrando
para frente, meu pau esticado inventa novos sons de excitação de seus lábios.

— Esta rodada é para você.

Boca inclinada e com fome por mais dela, eu chuto os meus jeans e botas fora.
Com um impulso forte, meu pau está cercado por um calor liso. Um empurrão após o
outro, seus lábios soltam sons expressivos de seu crescente prazer. Puxando os
joelhos, levanto suas pernas, segurando-as em direção ao teto. Suas palmas das
mãos batem no cobertor quando sua bunda é levantada da cama, meu pau entrando
e saindo da sua boceta. Sua excitação encharca meu pau, e seu lábio inferior
desaparece entre os dentes, pouco antes de ela soltá-lo e gritar de satisfação.
Libertando as pernas, elas caem como peso morto no instante em que as palmas das
mãos se abrem e soltam o cobertor. Com o rosto corado, seus olhos se arregalam
quando eu levanto uma perna, coloco sobre o meu antebraço, agarro seu quadril e
bato para frente, empurrando tão duro e profundo como antes. Eu ainda não gozei e,
se eu tiver sorte, vou conseguir outro orgasmo dela antes que eu faça.

Levantando os braços, ela apalpa a parede, gritando foda-me entre seus


gemidos. Ver seus peitos saltarem aumenta minha excitação, e um momento depois,
chego ao meu orgasmo, largo sua perna e me inclino sobre ela enquanto o prazer
passa por mim. Outro orgasmo faz sua boceta ter espasmos em torno do meu pau, e
não posso deixar de sorrir para a expressão igualmente exausta e prazerosa em seu
rosto.

— Da próxima vez, eu vou nessa bunda apertada.

Usando a umidade de sua boceta, eu dedilho o buraco dela. Abrindo mais as


pernas, ela me dá melhor acesso. Com seu sorriso rebelde, não há como negar que
ela quer que eu enfie meu pau onde meu dedo está. Fechando os olhos, ela se
entrega ao prazer que estou dando a ela. Com cada golpe do meu dedo, deslizo meu
polegar sobre o clitóris dela, e seu corpo estremece. Quanto mais eu toco seu buraco,
mais ela geme, seu corpo se esticando. Pegando meu pau, eu trabalho outra ereção
enquanto adiciono outro dedo na bunda dela.

— Você pode lidar comigo, baby?

Olhos castanhos olham para minha ereção crescente, um pensamento


questionador franzindo a testa.

— Sim. Basta ir devagar no começo, seu pau é enorme, porra.

O riso sai do meu peito. Retirando meus dedos, eu tomo as coxas dela e a viro.
No início, eu deslizo em sua boceta, levando-a por trás, massageando suas costas e
as bochechas da bunda enquanto empurro lentamente. Puxando, eu seguro a cabeça
na bunda dela, empurrando suavemente, e depois puxo quando a sinto tensa. Várias
vezes, eu acalmo, esticando-a, o atrito já bombeando sangue para o meu pau,
provocando outro orgasmo.

Gemidos progredindo, seu corpo relaxa, levando-me totalmente. Com meu pau
enterrado até minhas bolas, aperto seu cabelo, puxando sua cabeça para trás.
Chupando seu pescoço, a pele marca depois da mordida. Com sua respiração
acelerada e a bunda apertando meu pau, eu acelero meu ritmo, o atrito apertado e
com nervuras me fazendo gemer enquanto meu pau incha dentro dela. O som de sua
bunda batendo no meu osso pélvico faz meus olhos se fecharem, a onda de êxtase
tomando conta do meu corpo no momento em que gozo.

Meu corpo cai sobre ela, meus braços de ambos os lados enquanto puxo para
fora e beijo seu ombro.
— Porra... sua bunda é ainda melhor, e eu pensando que sua boceta era
incrível.

Abaixo de mim, ela rola de costas, seu lindo sorriso gravado em minha
memória.

— Isso foi tão bom. Precisamos torná-lo uma coisa regular.

Meu queixo cai, a onda de sexo ainda permanecendo em cada membro no


instante em que um sorriso torce o canto da minha boca.

— É por isso que você é minha. Você é linda, forte e pervertida pra caralho.
Você me lembrou de como é querer algo bom de novo.

— Você não está quebrado. — Ela se inclina no cotovelo quando eu caio para o
meu lado, meus dedos traçando a ponta de uma pena tatuada em seu quadril. —
Você pode estar com cicatrizes, mas ainda é capaz de ser feliz.

Meus dedos param, meus olhos pulando para o dela.

— Eu não sou o mesmo homem que eu era. Perder Jenna me quebrou. Só


sobrou uma coisa que pode me dar um encerramento.

— Você e os Kings... vocês estão planejando retaliar, não é?

— Isso é assunto do clube, e negócio do clube é privado.

— No entanto, você discutiu isso na minha frente. Eu acredito que você sabe
que pode confiar em mim.

Levantando os dedos dela, eu os trago aos meus lábios.

— Eu faço, mas isso não muda o fato de que eu quero que você fique longe de
certas coisas.

— Seria realmente melhor ser deixada no escuro ou estando preparada para o


que está por vir?

Rolando nas minhas costas, coloco meu braço atrás da minha cabeça, olhando
para o painel do teto e o pequeno corte no canto, imaginando qual é a resposta certa.
Virando meu rosto para o dela, coloco meu polegar em seus lábios ternos e ela o
beija, seu olhar tão penetrante quanto antes.

— Cometi muitos erros. Não quero perder você também. Eu preciso de você. É
por isso que nunca vou compartilhar o pior de mim. Eu não quero que você nunca
pare de olhar para mim do jeito que faz agora.

Inclinando-se sobre meu peito, ela tem minha mandíbula na mão.

— Eu quero estar com você, o que significa aceitar tudo de você. Se vamos fazer
isso, precisamos deixar um ao outro entrar.

Levantando minha cabeça, meus lábios pressionam os dela, minha afeição por
ela escapando entre cada sopro de paixão.

— Você já está dentro, mais profundo do que eu estava preparado.


CAPÍTULO DEZESSEIS

J
á faz um tempo que não derramo sangue. Não posso negar que perdi. É
por isso que meu primo, Jake, era minha única escolha como reforço. Se
as coisas piorarem, sei que posso contar com ele para lidar com a
situação e fazer o que for preciso para sobrevivermos. Agachados atrás da vegetação
arborizada, a 20 metros do acampamento dos Royals, nós os assistimos virar
bebidas alcoólicas fortes e ouvir os sons de sua festa barulhenta. Sentado na beira
da porta traseira de um caminhão está um homem barbudo que conheci como Rex.
Suas pernas estão abertas, seu pau pendurado para fora enquanto uma coelhinha
explode sua carga. Ela deve ter feito algo para irritá-lo. Ele a empurra de cima dele
e dá um tapa nela. Ela cai de bunda, com os punhos cavando na sujeira. Saindo da
porta traseira, ele agarra o cabelo dela e enfia o pau na sua garganta enquanto
inclina sua garrafa de cerveja para trás.

— Aquele filho da puta. Ele é o cara — Jake rosna. — Ele está por dentro. Terá
a informação que precisamos, e ele é um bêbado espancador de mulheres, que me
deve sangue.

— Fique tranquilo. Vamos esperar até que eles desmaiem, em seguida, o


levamos.

Não demora muito. Vinte minutos mais ou menos depois que Rex forçou a
coelhinha da moto a terminar o trabalho, ele caminha em direção à floresta para
mijar. Tivemos sorte com esse idiota. Sinalizando para Jake, faço um gesto para que
nos movamos pela floresta atrás dele. Puxando a faca da bainha no meu cinto, ando
tão silenciosamente quanto minhas botas permitem. A lâmina da minha faca se
enfia sob a base do eixo do Rex enquanto meu braço gira por trás e cobre sua boca. O
homem dá um solavanco e Jake está ali na frente dele, o cano de uma arma
apontada para sua cabeça.

— Se você quiser sentir outra boceta, vai ficar de boca fechada. — Rex abre a
boca contra minha mão como se fosse gritar, e aperto a lâmina no pau dele. Um
gemido rouco vibra contra meus dedos. — Seja inteligente. Não me teste. Vou cortá-
lo, cortar sua garganta, e deixá-lo aqui, afogando-se em seu próprio sangue.

Jake coloca uma bota para frente, pressionando a arma mais fundo na testa de
Rex.

— Quando o tiro se registrar para seus irmãos, já teremos ido embora.


Coopere, e você viverá. — Jake usa a mão livre e tira um conjunto de algemas do
bolso do jeans. —Coloque isso.

Rex os pega e faz um som -oomph- quando minha lâmina aperta suas bolas.
Cumprindo, Rex algema seu próprio pulso, e Jake aperta o outro. Colocando a
palma da mão sobre as algemas, Jake empurra Rex, e eu enfio a lâmina contra sua
garganta enquanto marchamos para frente. Vários metros à frente, perdemos a luz
da fogueira, então eu acendo a lanterna do meu celular para nos guiar.

— Que porra é essa, Castle?

Agarrando sua nuca, empurrei-o para frente, e ele olha por cima do ombro,
para mim.

— A menos que façamos uma pergunta, não faça nenhum som.

Atrás de nós, uma voz masculina chama o nome de Rex, que se vira em direção
à voz, seus lábios se movendo como se fosse gritar por ajuda. A coronha da arma de
Jake bate em seu crânio, e o corpo do homem gira desajeitadamente antes de cair no
chão.

Sem ter que dizer nada, Jake guarda a arma e enfia os braços debaixo de Rex
enquanto eu coloco minhas mãos sob os joelhos do homem. Juntos, nós o levamos
para fora da floresta, meu celular pendurado na minha boca, iluminando nosso
caminho.
O corpo de Synne está quase me cobrindo, sua perna enrolada na minha como
duas cobras se acasalando. Esticando meu braço faço o meu melhor para alcançar
meu celular vibrando sem acordá-la.

— Qual é o relatório? — Sussurro para Max.

— O trabalho está feito. Dom e Jake estão voltando. Estamos nos encontrando
na porta traseira de Axel.

A chamada desconecta, e coloco o telefone de lado enquanto tento deslizar para


fora de Synne. Meus esforços são inúteis, pois ela murmura palavras inaudíveis,
então seus olhos piscam algumas vezes e ela levanta a cabeça para olhar para mim.

— Eu preciso me encontrar com os Kings. Estarei de volta em breve.

— Que horas são?

— Três e meia.

— Onde vocês estão indo? — O lábio inferior dela enruga, então me sento e
deixo minhas pernas de lado da cama.

— Em lugar nenhum. Precisamos falar sobre algumas coisas.

— Sobre o trabalho que Dom e Jake estavam fazendo?

— Não faça perguntas que eu não posso dar respostas. — Inclinando-me, a


beijo e ela cai de volta na cama, o brilho prateado da luz da lua destacando a forma
redonda de seus peitos. —Vou compensar quando voltar.

Agarrando a mão dela sobre a minha, ela move-a entre as pernas, e eu esfrego
em seu clitóris até que ela está respirando mais forte.
— Isso é uma promessa.

Uma sombra de um sorriso dança sobre seus lábios.

— Estou exigindo isso.

Antes que meu pau fique mais duro, puxo minha mão para longe e vasculho o
chão até encontrar meus jeans e botas. Com eles, saio do trailer, usando meu celular
como lanterna. Ao redor da porta traseira do caminhão de Axel está minha equipe, e
à distância iluminada pela lua há duas figuras familiares caminhando em nossa
direção. Axel deixa sua lanterna acesa e coloca o telefone na porta traseira, nos
dando mais luz.

Jake e Dom se aproximam, meus olhos caindo para os nós dos dedos
sangrentos do punho de Dom.

— Estou feliz que vocês voltaram, irmãos. Como foi?

Jake pula na porta traseira e tira o boné, esfregando a parte de trás da cabeça
enquanto solta um suspiro cansado.

— Nós o deixamos com as mãos intactas, menos meio dedo.

Dom ri, então aceita uma garrafa de água que Ink lhe dá. Movendo-se entre
nosso círculo, Ink entrega uma para Jake também.

— Conseguimos a informação que precisávamos — diz Dom, abrindo a tampa


da garrafa e bebendo metade dela. — Seu maior fornecimento de drogas está sendo
mantido em uma oficina. É distribuído, carregado em veículos, e depois, levado para
os pontos de entrega. É perfeito para nossos planos.

— Bom, bom. E Royal? — eu questiono.

— Rex não vai falar, enviar mensagens ou escrever por pelo menos seis
semanas. Quebramos a mandíbula e vários dedos.

— Porra — Ink murmura, torcendo uma mão sobre a outra.

Dom olha para Ink e grunhe como se Ink precisasse endurecer.

— Onde ele está agora?


— Inconsciente e deitado em uma vala fora de um bar — compartilha Dom. —
Vai parecer que ele entrou em uma briga de bar bêbado.

— Vocês fizeram muito bem. Tenham uma boa noite de descanso. Amanhã,
começaremos os planos para a segunda fase.

— Onde está Peach? — Jake pergunta, pulando da porta traseira.

— Na barraca reserva — eu aponto para ela, e Jake se desliga, sua mente se


decidiu em uma coisa agora, sua mulher.

A tripulação se separa e eu volto para Synne, que está meio coberta sob o
cobertor. Quando estou nu, ela levanta o cobertor para eu me juntar a ela.
CAPÍTULO DEZESSETE

C
om a ajuda de Jake, rolamos minha ceifadora sobre o calçamento para a
exposição de motocicletas fodonas. Com o suporte para baixo e a
etiqueta Custom Ride pendurada no guidão, fico com a chave e deixo a
moto. Três motos abaixo, Trevor e Max preparam o demônio vermelho de Trevor
para o show. Saindo da fila de motos, nos movemos para o lado da multidão e nos
juntamos ao resto da nossa tripulação. Uma vez que o locutor diz que o show
começou, nossa equipe entra e sai das motocicletas em exposição, admirando o
trabalho personalizado colocado em cada máquina na pista.

Um triciclo familiar com pneus dianteiros e traseiros personalizados, punhos


de guidão personalizados, e um trabalho de pintura em forma de lágrimas preto e
azul assassina chama minha atenção, e isso é porque eu fiz cada centímetro de
carroceria naquela moto. O dono, Jim, está atrás dele, respondendo às perguntas de
um colega, e quando ele me vê, um sorriso atravessa seus lábios e curva sua boca. O
rabo de cavalo de cabelos brancos do Jim cai do ombro quando ele vira a cabeça em
minha direção, abrindo o braço tatuado enquanto me aproximo.

— Este é o cara que fez todo o trabalho personalizado. Se você quiser que algo
seja feito certo, você vai ver Nix na Custom Ride — ele diz ao homem. —Ninguém
faz um trabalho melhor.

Apertando a mão do homem mais velho, eu entro em uma conversa sobre o que
ele monta e o que ele está procurando para atualizar. Minha equipe não vai longe,
de olho nas minhas costas enquanto estou ocupado falando de negócios. Na minha
visão periférica, pego emblemas nas costas dos Royals e o olhar frio de Reed olhando
para mim sobre seu ombro enquanto ele e alguns Royals passam. Meu olhar segue
Reed quando ele olha Synne de cima e a baixo. Ela o afasta, nunca tirando o olhar
dele por um segundo. Essa é a minha garota.

Reed acena para um de seus homens, e debaixo do braço dele está Angela, sua
expressão sombria e seus olhos cheios de medo. Reed sopra um beijo zombando de
mim, então agarra Angela, puxa-a para ele, e agarra sua bunda. Ela não luta contra
isso como a mulher que eu conhecia. Reed a empurra de volta para o outro Royal, e
ele coloca a língua na garganta dela. Meu estômago se arrasta quando o vejo passá-
la para outro Royal, e aquele filho da mãe faz a mesma coisa. Eles estão passando-a
como se ela é a boceta do clube inteiro. Evidentemente, ela voltou a ficar com Rex, e
com ele desaparecido ou no hospital, ela provavelmente acha que é sua única
maneira de permanecer protegida.

Dando ao cliente em potencial um dos meus cartões, peço licença e aponto para
a minha equipe. Jake e Max flanqueiam meus lados quando ando pela fila de motos.

— Eles estão usando Angela como sua prostituta do clube agora que Rex está
fora.

— Acha que suspeitam de nós por foder Rex? — Max pergunta, seu tom
inquieto.

Mantendo distância, finjo olhar para as motocicletas no momento em que


assisto Reed e sua equipe.

— Não — Jake responde. —A menos que ele usou os dedos dos pés para
soletrar Kings, eles não sabem quem o espancou.

— Eu concordo. Essa merda com Angela é uma demonstração de dominância.


Ele tem a mulher que costumava ser minha.

— O que você quer que façamos? — Jake para ao meu lado, olha por cima do
ombro para ver Liz, então se inclina para trás em seus calcanhares, braços cruzados
aguardando minha resposta.

— Faça uma de nossas garotas seguir Angela até o banheiro. Vamos oferecer-
lhe proteção e dinheiro para sair da cidade.
— E o trabalho de hoje à noite? — Max enfia os polegares no colete quando me
olha interrogativamente. —Não podemos escoltá-la para fora da cidade e fazer o que
precisamos.

Passando a mão pela minha barba, estalo minha língua em frustração.

— Você está certo. Diremos a ela para nos encontrar amanhã à noite.

— NÃO PODE SER EU — Liz balança a cabeça, as linhas ao redor da boca


apertadas. —No momento em que ela me vir entrar no banheiro, vai fugir.

— Ela está certa. — Jake dá de ombros: —Angela vai pensar que Liz está
vindo até ela para brigar.

À beira da multidão de entusiastas de motocicletas, nossa equipe reivindicou


uma mesa de piquenique, estou no final ao lado de Jake, Liz, Erika e Dom. Olhando
para Erika, eu a considero como um trunfo, especialmente depois do que aconteceu
com sua irmã.

— E você, Erika? Você poderia falar com ela?

Erika começa a falar, mas Dom coloca um braço em volta dela. Suas palavras
desaparecem, e ela olha para ele com olhos questionadores no instante em que ele
balança a cabeça negativamente.

— Ela não está se envolvendo.

— Tudo bem. É justo.

Synne, que está escutado nossa discussão, abaixa a cerveja e fica do lado da
mesa de piquenique.

— Eu vou fazer isso. Eu vou falar com essa garota.

Minhas costas ficam rígidas, e eu quase mordo o interior da minha bochecha


quando minha mandíbula aperta.

— Isso não é uma boa ideia.


— Por quê? — Synne levanta uma sobrancelha, seus lábios afinando enquanto
ela franze a testa. —Porque ela é sua ex? — Minha equipe observa quando Synne se
dirige a mim. —Não importa. Ela precisa de ajuda, então eu vou falar com ela, dizer
o que você está oferecendo. Eu não vou perder a cabeça porque você costumava
transar com ela.

Vindo para frente, a puxo para mim e descanso minhas mãos em suas costas.
Ela amolece, ficando mais relaxada. Dom, Erika, Jake e Liz se afastam para nos dar
espaço.

— Eu não gosto da ideia de você estar em qualquer lugar perto dela. Ela é uma
vadia conivente e provavelmente vai dizer algo para irritá-la ou deixá-la chateada
comigo. — Com as mãos nos meus braços, ela as desliza debaixo das mangas da
camiseta e acaricia meus bíceps, a sensação aliviando um pouco da minha tensão. —
Além disso, me sinto como um merda mandando minha garota falar com minha ex.

— Não pense demais. Só estou levando uma mensagem para ela. Tendo fugido
dos Sons, posso oferecer-lhe alguns conselhos decentes. E se os Royals me verem
segui-la, vai parecer que a nova garota é ameaçada pela ex.

Encostando minha cabeça na dela, eu acaricio suas costas e seus músculos


relaxam.

— Eu nunca vou ser capaz de dizer não para você, não é?

Uma risada ofegante escapa de seus lábios e ela os lambe, deixando um brilho
de umidade nos meus depois que beijei.

— Não se eu puder evitar.

Erguendo o queixo, eu olho de volta para a mistura intrincada de cores em seus


olhos.

— Para ser claro, eu não tenho nenhum amor por essa mulher, mas também
não quero vê-la usada e abusada.

Eliminando o espaço entre nós, ela desliza a língua entre os meus lábios, a
paixão que ela exala esticando meu pau.

— Eu sei, eu sei. É por isso que você é o homem incrível que é.


Colocando minha mão no seu cabelo, eu beijo ao longo de sua bochecha e
garganta, deixando uma marca dos meus lábios em seu pescoço.

— Tenha cuidado — sussurro. —Max e Axel ficarão com você. Não vá a lugar
nenhum sem eles. — Eu mordisco seu lóbulo da orelha, e ela solta um suspiro
prazeroso. —Eu vou ser um filho da puta estressado até que você volte para mim.
Você sabe disso, não é?

— Sim — ela sussurra de volta. —Mas eu amo o quanto você se importa.

Com meus dedos enrolados em suas ondas vermelhas suaves, eu beijo sua
têmpora. — Eu me importo muito... mais do que você imagina.

Quando a solto, ela me puxa de volta para outro beijo, e enquanto estamos lá,
lábios travados, minha equipe assobia e grita sua aprovação. Minha boca está
virada em um sorriso enquanto ela se afasta. Quando ela gira para se afastar de
mim, eu lhe dou um tapa, e ela olha por cima do ombro, um sorriso gravado em seu
rosto deslumbrante.

— Max, Axel, vão com Synne. — Axel joga sua Coca-Cola vazia em uma lata de
lixo próxima ao se levantar da mesa. — Não a perca de vista.

Max dá um tapinha no colete. —Você tem isso, irmão. Ela vai ser protegida.

Os três desaparecem na multidão enquanto eu solto um suspiro exasperado.


Em ambos os meus lados, Axel e Max são guarda-costas. Axel é o mais alto dos
dois com cabelo castanho cobreado, uma barba longa e farta, e mais tatuagens do
que eu posso contar. Seu jeans escuro tem uma corrente correndo da frente para a
carteira no bolso de trás, e ele não usa nada debaixo do colete para que possa
mostrar toda a sua tatuagem artística. Max é mais baixo e musculoso, seu cabelo
castanho atualmente bagunçado. Olhos castanhos afiados estão sempre escaneando
seus arredores. Há um ar sobre ele que sugere que é ex-militar, e se você não
reconhece, há um pequeno emblema no lado inferior direito do colete que prova isso.

Ao nosso redor, a agitação da semana da motocicleta é ativa, o cheiro de


cerveja, moleques e bolos de funil no ar. Aproximando-me de um caminhão de
vendedores de comida, coloco meu pedido para uma cerveja e um sanduiche de carne
de porco desfiada na churrasqueira, então Axel e Max colocam seus pedidos. Assim
que pegamos nossa comida, continuamos nos movendo no meio da multidão,
mantendo nossos olhos abertos para emblemas Royals. Encontrando alguns pontos
abertos em uma mesa de piquenique, nós devoramos nossa comida, lambendo
nossos dedos para limpar. A Coca-Cola de Max está a meio caminho da boca quando
ele abaixa e aponta um dedo atrás de mim.

— Eu tenho olhos nos Royals. Angela está com eles.

— Bom, bom. Deixe-me saber se ela sai.

Axel joga nossos recipientes no lixo próximo. —Poderíamos segui-los o dia todo.
Nós não temos esse tempo.

Olhando para o lado, minha sobrancelha sobe.

— O que você está sugerindo?

Axel aponta para minha bebida. —Faça-a ir ao banheiro.


Meu nariz enruga enquanto minha língua bate no interior da minha bochecha.
—A garota está passando por bastante. Ela não precisa da minha bebida derramada
sobre ela também.

Max balança uma perna sobre o banco e a atravessa enquanto descansa o


queixo na mão e o cotovelo sobre a mesa.

— Ela traiu Nix com um de nossos irmãos. E antes disso, ela estava
continuamente fazendo avanços sobre o resto de nós. — Max olha para Axel, e eles
compartilham uma troca privada.

— Eu acho que ela queria ser a vagabunda do clube dos Kings, mas isso com
certeza não é o que Nix queria. — Axel passa a mão pelo cabelo liso e inclina a
cabeça em minha direção. —Eu não ficaria surpreso se ela quisesse ser a boceta do
clube Royal.

Nojo agita meu estômago e meus lábios se curvam. —Talvez ela quisesse estar
com todos vocês, mas isso não significa, automaticamente, que ela quer ser jogada e
abusada pelos Royals. Eu tenho olhos. Eu vi a maneira como eles estavam
empurrando-a ao redor.

Axel se agita com o anel de prata no polegar, torcendo-o no sentido horário. —


Sim, talvez você esteja certa.

Max balança a perna para trás sobre o banco e inclina seu corpo sobre a mesa
em minha direção.

— Precisamos descobrir uma maneira de acelerar isso. Nós não temos o dia
todo.

Eles estão ansiosos, e eu sei que tem a ver com a retaliação que estão
planejando. Seja qual for o plano maluco que eles tenham, não quero ser eu a
interromper e colocá-los em perigo. Olhando por cima do meu ombro, o lado da
minha boca puxa para baixo quando vejo Angela ser maltratada enquanto os Royals
esperam na fila por comida.

— Tudo bem, eu vou descobrir algo para levá-la ao banheiro.

Meu copo está meio vazio, mas há líquido suficiente para fazer o truque. A
cada passo que dou em direção a ela na fila, meu estômago dá um nó.
Arrependimento está se formando em gotas de suor nas minhas costas e pescoço.
Levantando minha taça, eu faço o caminho em direção a ela, suas costas de frente
para mim. Estou tão perto agora, que poderia jogar a bebida e continuar andando,
mas meus pés estão lentos, minha mão apertando o copo. Quando paro, um homem
esbarra em mim, tropeça e joga dois copos cheios de cerveja nas costas de Angela e
do Royal parado ao lado dela. Como um relâmpago, eu giro ao redor e corro para a
mistura de pessoas caminhando. Olhando brevemente por cima do meu ombro, pego
o Royal latindo para o outro motoqueiro, sua raiva saindo em saliva no rosto do
outro homem. Os braços de Angela estão no ar, e ela parece igualmente zangada.
Outra garota com os Royals pega um par de guardanapos da barraca de condimento
do lado de fora da cabana de vendedor e tenta ajudar a secá-la. Estou grata por não
ter sido eu. Vai tornar essa conversa muito mais fácil.

Axel e Max estão assistindo da mesa de piquenique. Eu sinalizo para eles, em


seguida, vou em direção ao mesmo prédio que Angela. Em cada lado do prédio estão
banheiros masculinos e femininos. Entrando no banheiro feminino, encontro Angela
no espelho com um maço de toalhas de papel.

— Idiota de merda — ela resmunga.

Puxando outra toalha do distribuidor, coloco-a sob a água, e então me aproximo


dela.

— Aqui, deixe-me.

Olhos castanhos em forma de amêndoa se estreitam em mim e eu abaixo a


toalha.

— Você não é a nova garota do Nix? — O tom dela está pingando com ácido, e
seus olhos são como punhais, tentando cortar através de mim.

— Eu sou, mas isso não muda o fato de que você tem cerveja pingando nas
costas e precisa de um segundo conjunto de mãos.

Seus lábios pressionam juntos enquanto manchas de cor entram em suas


bochechas. — Por que diabo você está se oferecendo para me ajudar? Você não ouviu
que eu sou uma prostituta?
Fechando a toalha de papel no meu punho, cruzo meus braços. —Olha, eu não
estou aqui para incomodar você. Você parecia precisar de uma mão. Aceite minha
ajuda ou não.

Colocando a língua em sua bochecha, ela inala uma longa respiração. —Tudo
bem. Você poderia limpar entre os meus ombros?

— Sim. — De pé atrás dela, movo seu rabo de cavalo úmido para o lado de seu
ombro e limpo com a toalha pelas costas até o topo de seu colete de couro falso. No
espelho sujo e manchado, seus olhos inteligentes me observam, me estudando.

— Você é mais quente do que a última ruiva. — Como ela diz, sua voz vibra
com irritação.

— Acho que isso é um elogio.

Uma carranca puxa seus lábios para baixo. —Talvez não devesse ser. Você
sabe o que aconteceu com a última mulher que ele namorou, não sabe?

Limpando da esquerda para a direita, limpo a cerveja das omoplatas dela. No


espelho, compartilho um olhar desconfortável com ela enquanto meu estômago
aperta.

— Eu sei.

— Você precisa manter Nix longe dos Royals. Eles querem sangue. Meu
homem está desaparecido. Eles acham que os Kings tiveram algo a ver com isso.

Mantendo meu rosto impassível, eu me movo para a pia e corro a toalha sob a
água novamente.

— Eu não sei o que aconteceu com o seu homem, mas baseado nos hematomas
que você cobriu com maquiagem, provavelmente é melhor que ele esteja
desaparecido.

Angela fica em silêncio, se desvinculando da conversa. Com a toalha na mão,


enrola-a em torno de seu rabo de cavalo e puxa-o para baixo sobre seu cabelo
vermelho escuro. Outra mulher entra no banheiro, e a tensão entre nós aumenta.
Nós duas ficamos quietas até ela sair da cabine. Ela olha para nós e sai rápido do
banheiro como se soubesse que está interrompendo algo estranho.
Angela se afasta de mim e joga seu maço de toalhas de papel no lixo. Ajustando
a blusa, ela estreita os olhos quando olha para mim.

— Por que você ainda está aqui?

Encostando-me na pia de porcelana, cruzo meus braços. —Tenho uma


mensagem do Nix.

Jogando no ar sua mão com esmalte preto na unha, ela bufa. —Tudo bem. O
que é?

Olhando para ela, posso ver por que Nix se sentia atraído. Ela é curvilínea em
todos os lugares certos, tem atrevimento e um rosto que atrairia a maioria dos
homens. Ela provavelmente era ainda mais bonita antes das linhas de estresse,
contusões e camadas de maquiagem.

— Ele está lhe oferecendo uma saída.

Olhos arregalados, sua cabeça inclina-se para o lado. —O que você quer dizer
com uma saída?

— Uma escolta de proteção e dinheiro para que você possa sair da cidade e ter
um novo começo.

Seus olhos se estreitam em fendas e seus ombros se voltam para mim.

— Por que agora?

— Ele viu como os Royals estavam tratando você. Se você conhece bem o Nix,
sabe que ele protege as pessoas que ele se importa, até mesmo a ex.

A umidade acumula em seus olhos, sua expressão suavizando conforme seus


ombros caem.

— Nix foi bom para mim. Eu nunca deveria ter ferrado com ele. — Com uma
fungada ela limpa o nariz, olha para o chão de ladrilhos e divaga em pensamento.
Um momento depois, ela retorna sua atenção para mim, com os olhos cobertos por
um brilho lustroso. —Eu quero sair, mas não sei como fazê-lo.

Vendo medo em seu olhar, abaixo meus braços e me aproximo, colocando a mão
em seu ombro nu.
— Eu estive em sua posição. Eu fugi da minha casa, do meu clube, e do meu
homem. Foi a coisa mais assustadora que já fiz, mas faria de novo. Eu não estava
segura lá. Se você não está mais segura com os Royals, você precisa fazer o que é
melhor para você saindo enquanto pode. Nenhuma mulher deveria ter que aceitar o
abuso de um homem.

Afastando-se de mim, ela pega outra toalha de papel e balança o canto dos
olhos.

— Qual é o plano? Como Nix sugere que eu fuja?

Olhando por cima do meu ombro, garanto que ninguém está entrando no
banheiro. Com olhos nervosos, Angela olha por cima do meu ombro também.

— Você vai ter que encontrar uma oportunidade para escapar deles amanhã à
noite. Uma vez que você faz, venha para o acampamento dos Kings. Nix e os Kings
lhe darão uma escolta para fora da cidade. Eles mencionaram levar você a uma
rodoviária e dar-lhe dinheiro suficiente para um mês de aluguel mais necessidades.

Ela é rápida para limpar uma única lágrima rolando pelo rosto. —Eu não posso
acreditar que ele está fazendo isso por mim depois de tudo que o fiz passar.

— Você sabe como ele é.

Enxugando outra lágrima, ela mancha sua maquiagem, revelando mais


descoloração em seu rosto. Meu coração afunda ao ver.

— E você está bem com isso?

— Sim. — A sinceridade na minha voz é crua, e sei que ela sente minha
preocupação por ela.

— Sinto muito por ser uma vadia quando você entrou aqui.

Atrás do exterior duro, há uma mulher danificada fazendo tudo o que pode
para manter a parede erguida, mas posso vê-la quebrando, e dói ver isso.

— Não se preocupe com isso. Eu entendo. — Minha postura cede quando


ofereço um meio sorriso. —Você provavelmente deveria voltar e manter as
aparências.
Soltando uma respiração lenta e difícil, ela acena. —Pelo menos eu só tenho
que aturar as merdas deles por mais um dia. Diga ao Nix que estarei lá. Eu não vou
voltar atrás em minha palavra.

— Eu acredito. Vejo você amanhã.


CAPÍTULO DEZOITO

O
locutor está prestes a compartilhar os vencedores do concurso de
motocicletas fodonas e estou sentado em um banco de madeira, minha
perna batendo como um pistão. Não posso dar minha atenção a ele, não
quando estou examinando a multidão, esperando Synne retornar com Axel e Max.
No momento em que vejo o cabelo ruivo dela emergir pela multidão, o ar expande
meus pulmões e libero a respiração que estava segurando. Com meus braços para
fora, a puxo para meu peito e a beijo.

— Como foi?

Ink desce pelo banco e abre espaço para Synne sentar-se ao meu lado. Ela se
acomoda com meu braço descansando no quadril.

— Foi tudo bem. Eu vou te informar mais tarde.

O microfone estala pouco antes de o locutor compartilhar a notícia que a


multidão está ansiosa para receber.

— O terceiro lugar vai para Jim Callahan de Memphis, Tennessee, para seu
triciclo personalizado Capone!

O nervosismo faz meus músculos se enrolarem como uma corda solta. Mesmo
que eu não ganhe, estou orgulhoso de um cliente meu ficar em terceiro lugar. Jim
sobe até a plataforma de madeira e aceita seu troféu de motocicleta e um cheque de
vitrine ampliado no lugar do verdadeiro que ele receberá assim que sair da
plataforma. Algumas fotos são tiradas, então ele é solicitado para esperar atrás do
locutor enquanto os outros dois vencedores são revelados.
— O segundo lugar vai para Nix Wilson de Nashville, Tennessee para sua
Reaper customizado Harley Road Glide!

Gritos e palmas ecoam ao meu redor enquanto eu fico em pé e ando até a


plataforma. O orgulho irrompe na forma de um sorriso quando aceito o troféu da
motocicleta e pego o cheque de papelão. Flashes brilhantes de luz temporária me
cegam, e um momento depois, estou sendo parabenizado, acariciado nas costas, e
escoltado para ficar ao lado de Jim. Estendendo o punho, eu bato o meu para ele, e
ele mergulha o queixo em mim.

— Muito bem, filho.

— Obrigado, cara.

— O primeiro lugar vai para Roy Dunham de Gadsglove, Alabama para sua
bandeira americana personalizada Harley Road King!

Não totalmente surpreso, dou parabéns ao homem de cabelos grisalhos que se


alinha ao meu lado depois de aceitar seu troféu e foto.

— É uma motocicleta fodona. Trabalho de pintura assassino — elogio.

Roy dá um aceno e aponta para minha moto.

— Fiquei preocupado quando vi a sua. Isso é algum talento nesse trabalho de


detalhes.

Jim se inclina para nós e entra. Com um dedo estendido da mão do troféu, ele
aponta entre mim e ele.

— É o trabalho dele. Ele fez o meu triciclo também.

— Bem, eu serei amaldiçoado. Terei que pegar seu número se precisar de


trabalho personalizado de novo. Seria uma boa desculpa para dar uma volta até
aqui.

Uma loira fofa, exibindo o decote que a blusa rendada permite, interrompe a
conversa e pede fotos de nós com as motocicletas. Minha equipe fica por perto e fala
besteiras enquanto recebo instruções para ficar ao lado da minha moto, assim como
os outros dois homens. O fotógrafo tira fotos individuais de cada um de nós, depois
fotos em grupo. No final, cada um de nós recebe os ganhos reais através de um
cheque em um envelope. Abrindo-o, eu descubro quanto está o cheque este ano. Mil
duzentos e cinquenta é uma boa grana para levar para casa. Colocando o cheque de
volta dentro do envelope, dobro-o e deslizo-o para o meu bolso de trás. A linda loira
salta para mim, seu sorriso radiante.

— Ei, bonitão.

Se eu ainda fosse solteiro, eu teria considerado um encontro de uma noite com


essa garota, mas saber o que está esperando por mim com Synne tem meu interesse
em zero.

— Desculpe docinho, minha equipe está esperando por mim.

— Eu poderia me juntar a você. Estou livre agora que o show acabou. — Olhos
azuis bebês sugerem experiência, não inocência. Chegando mais perto, ela se
endireita, dando-me uma visão perfeita de seus peitos cremosos enquanto ela
dedilha o bolso da calça jeans, piscando-me um sorriso lascivo. Rindo, eu balanço a
cabeça.

— Você é bonita, mas...

— Ele está comprometido.

Synne dá um passo à frente e meu braço sai para enrolá-la debaixo dele.

— Ei, baby — eu saúdo, beijando a bochecha dela.

O desapontamento puxa a boca da loira para uma carranca. Soltando um


suspiro resignado, ela se vira contra o calcanhar.

— Parabéns por ganhar — ela diz por cima do ombro. —Não posso deixá-lo
sozinho — diz Synne.

— Mais uma razão para você ficar perto.

Debaixo do meu braço, seus músculos relaxam. Voltando-me para ela, ela puxa
meu colete, trazendo minha boca para a sua, lembrando-me por que estou pronto
para o tempo sozinho com ela novamente.
DEITADO NA CAMA DO TRAILER, giro meu celular na mão. Olhando para o
relógio na minha tela pela terceira vez, paro de pensar nos piores cenários e saio de
baixo de Synne. Como de costume, meu movimento a acorda, e ela aparece com a
cabeça para cima, o luar prateado acentuando as rugas de estresse no canto de seus
olhos.

— Você está indo embora, não é?

Com dois dedos sob o queixo, puxo-a para mim e uno nossos lábios.

— Eu tenho que ir. Os Kings têm negócios que precisam ser cuidados.

Virando-se de lado, ela dobra o cotovelo e descansa a cabeça na mão.

— Isso é sobre os Royals. Eu sei que é.

Ela passa os dedos por um fio solto no cobertor azul, sua boca puxada para
baixo em uma carranca.

Pegando minha calça jeans, visto-a em cada perna, meu coração pesado com a
forma como ela está reagindo.

—Eu sinto muito. É melhor para você se eu não compartilhar os detalhes.

Colocando a mão espalmada no cobertor, seus olhos se voltam para mim,


revelando a preocupação em suas íris impressionantes.

— Quando você estará de volta?

Afivelando minha calça, sento-me na beira da cama do trailer e puxo minhas


botas para os pés.

— Não sei. Assim que o negócio for encerrado.

O toque sedoso de seus dedos envolve meu peito enquanto seus seios quentes e
nus se achatam contra minhas costas.

— Estou preocupada.
Trazendo sua mão à minha boca, beijo o interior de sua palma.

— Com o quê?

Com a mão dela na minha, viro-me e a trago para os meus braços.

— Quando homens com quem me importo saem para fazer algo perigoso e
acabam se machucando, eu vou sofrer também.

—Não estamos atacando os Royals. Não haverá um tiroteio.

Em sua pele quente, acaricio minhas mãos, mas seus músculos se recusam a se
soltar.

—Mas o que você está fazendo ainda é perigoso. Você não tem que me dizer
detalhes para eu saber.

Eu beijo sua testa e ela inala profundamente, deixando o ar sair lentamente.


Saber o quão difícil isso é para ela está tornando ainda mais difícil para eu sair.

— Nix, por favor.

— Baby, eu tenho que ir. Eu sinto muito.

A umidade brilha em seus olhos enquanto me levanto e a deixo na cama.

— Tente não esperar acordada.

— Eu vou esperar. Vou ficar uma pilha de nervos até você voltar.

Deixando meu colete para trás em troca de uma camisa preta de manga
comprida, eu me inclino, dando-lhe um rápido beijo de despedida, evitando a
preocupação em seus olhos que combina com o aperto no meu peito.

Fora do trailer, há mais discussões acontecendo como a que Synne e eu


acabamos de ter. Audrey está sussurrando e gritando com Trevor e Dominic está
dando a Erika um olhar que diz para não discutir. Dando o sinal, minha equipe se
despede, e subimos em nossas motos. O caminhão do Axel está atrás de nós, a
tampa da carroceria escondendo as caixas com o material que precisaremos para
esta noite.
Levando minha equipe para a cidade, abaixo minha luz alta e mudo para a
primeira, parando no estacionamento dois prédios abaixo da Hacker’s Automotive.
Eu nunca soube que a loja de automóveis pertencia aos Royals até que Dom extraiu
essa informação vital de Rex.

Com todos sabendo qual é sua função, minha equipe sai de suas motos e
começa a trabalhar. Cobrindo seus rostos com máscaras de esqui pretas, Ink e
William puxam as pistolas de tinta da traseira do caminhão de Axel. Eles são os
primeiros a entrar e ocultar todas as câmeras de segurança. Com o trabalho feito,
Dom engatilha a arma. Com sua máscara sobre o rosto, ele nos leva até a porta da
frente, em seguida, digita o código de segurança que Rex deu a ele no painel. A
pequena luz pisca verde e fechamos a porta atrás de nós. Com uma mochila no
ombro, passo pelo cheiro familiar de graxa e suprimentos mecânicos até a porta da
sala de autopeças. Sabendo que há drogas armazenadas nesta sala, não me
surpreende encontrá-la trancada. Acenando para Dom, ele abre a fechadura da
porta branca e suja, e entramos. Max e Axel nos ajudam a vasculhar as caixas de
autopeças, e não demora muito para encontrarmos os sacos de cocaína.

Max faz uma varredura nos produtos químicos, encontrando exatamente o que
ele precisa. Acenando para sairmos da sala, ele e Axel despejam um solvente de
cetona na sala e continuam várias trilhas até a garagem onde Jake, Wesley, Dom e
eu colocamos os explosivos. Assobiando para os homens, aceno para que eles
terminem e saiam do prédio. Ink, William e Trevor, os vigias, dão a todos sinais
positivo. Todos nós voltamos para o caminhão e eu pego o detonador do controle
remoto.

— Voltem para o acampamento. Vou terminar a partir daqui.

Esta foi a parte em que todos lutaram comigo quando fizemos este plano, mas
eles sabem que precisam ir. Não podemos ter nenhuma motocicleta associada à
explosão. Jake me dá um tapinha nas costas.

— Cuidado, irmão. Nós vamos vê-lo em breve.

Jake bate no ombro de Max, dando-lhe um aceno e a mesma despedida, então


ele e Axel sobem em seus veículos, deixando o caminhão para trás para nós. Com
seus motores longe, Max e eu nos mantemos nas sombras e nos aproximamos da
oficina.
— No três — eu digo a ele.

Agachados atrás de uma grande lixeira comercial fedorenta, observamos o


prédio enquanto faço a contagem regressiva. Sem hesitação, pressiono o botão
vermelho, e momentos depois, uma explosão ecoa na noite. Chamas lambem o céu e
destroços cobrem o horizonte. Correndo de volta para o caminhão, mais duas
explosões perfuram a noite silenciosa, e não perdemos tempo saindo da cidade.
CAPÍTULO DEZENOVE

E
mpurrando a porta do trailer, estico meus braços e bocejo. O aroma de
bacon e ovos enche minhas narinas enquanto aprecio o cheiro de café
fresco. Tendo dormido, minha equipe demora a se mover, e há uma
tensão perceptível emanando das mulheres. Elas sabem que saímos para fazer algo
perigoso ontem à noite, e a preocupação é evidente em seus olhares questionadores.

A tensão não é algo que é abordado. Minha equipe se instala em cadeiras de


acampamento, falando sobre os eventos do dia quando enchem seus pratos com
comida. Com nossa rotina matinal habitual em andamento, o estresse se afasta,
substituído pela conversa entusiasmada de todos e Maci declarando que ela está
entrando no concurso de biquíni. William corre uma mão no rosto.

— Porra. Você vai me fazer ter que lutar com alguém — resmunga William.

— Você não tem nada com que se preocupar. — A voz de Maci sobe um pouco, e
seu sorriso é como as penas de um pássaro quando eles estão prestes a voar, suas
pontas levantadas em seu ponto mais alto. — Eu sou toda sua, baby.

William dá-lhe uma piscadela e estende seu braço, deixando Maci cair em seu
colo. Os dois se beijam e alguns de nós riem.

Synne massageia meu ombro enquanto bebe de uma xícara de café. Em


agradecimento, pego o prato que Wesley me dá e dou a ela. Olhos dourados brilham
à luz do sol quando ela pega o prato oferecido. Ela se senta ao meu lado, e pego o
segundo prato servido para mim. Inclinando-se para trás na minha cadeira, o sol
quente pingando suor na minha pele, o mal-estar rasteja pela parte de trás do meu
pescoço e ombros. Muitos pensamentos estão passando pela minha mente e estou
perdido neles. O pensamento em primeiro plano é - os Royals já sabem?

À minha esquerda, Axel limpa sua garganta, chamando minha atenção.


Silenciosamente, ele me entrega seu celular. Na tela está um artigo de notícias de
Nashville sobre uma explosão química no Hacker's Automotive. Uma foto mostra
restos carbonizados depois que os bombeiros locais apagaram as chamas restantes.
Devolvendo-o a ele, dou-lhe um aceno de gratidão. Meu olhar varre o resto dos
Kings, dando-lhes um aceno afirmativo do meu queixo - os Royals sabem agora. A
tensão entre as mulheres cresce, e Liz, sendo a mulher inteligente que é, começa a
pesquisar em seu telefone. Só que ela não encontrará nada relacionado com os
Royals porque a oficina era um disfarce para eles, não associada ao clube, pelo
menos em relação à aplicação da lei.

— Depois do concurso de biquíni, devemos aproveitar o show que eles têm hoje
à noite e ir com calma — sugere Trevor.

— Eu gosto desse plano — Max concorda, mergulhando sua xícara de café em


direção a Trevor.

— Axel, você tem outra viagem que poderíamos fazer antes do concurso de
biquíni? — Eu pergunto a ele.

— Eu tenho. Vocês vão?

A resposta é unânime.

Rasgando o ar com o barulho da minha Harley embaixo de mim, me sinto


centrado, relaxado, e sei que parte disso é o alívio que recebi por exigir vingança.
Saber o dano que causamos ao negócio de drogas dos Royals levanta o canto da
minha boca. Não é suficiente por tirar a vida da Jenna, mas vai fazê-los sofrer. Isso
causará problemas com seu fornecedor de drogas quando não tiverem dinheiro para
entregá-los, e se eu estiver com sorte, talvez Reed leve um tiro por isso.

Este passeio é o que preciso. Algumas horas de paz, liberdade e tempo para
clarear minha cabeça. Montando a Harley ao meu lado está Synne, seu cabelo
vermelho flamejante soprando ao vento, um olhar pacífico em seu rosto. É uma
sensação muito boa tê-la na minha vida, e o fato de ela ser uma motociclista que
ama tanto quanto eu é algo que nunca esperei, mas sou grato. Ela preencheu a
caverna escura e vazia no meu coração e costurou as metades cicatrizadas de volta.
Quero fazer tudo o que puder para protegê-la e evitar o erro que cometi antes. Não
vou subestimar os Royals. Eu sei que Synne vai ser um alvo, e uma vez que
voltarmos da semana da motocicleta, é hora de me mudar para outra casa. Ela não
estará segura na minha.

Depois de um passeio tranquilo, o retorno ao acampamento é difícil. Não quero


que a falsa sensação de segurança acabe. Na estrada, meus problemas são deixados
para trás. É parte do vício em pilotar e por que é tão difícil desligar o motor e descer.

De pé ao lado do meu alforje, bebo uma garrafa de água e ouço Maci tentar
convencer Synne a participar do concurso de biquíni. Synne olha para mim, um
sorriso humorado em seu rosto.

— O que você acha, Nix? Devo mostrar um pouco de decote por algum
dinheiro?

Rindo, sorrio com o pensamento de Synne em um pequeno pedaço de duas


peças.

— Eu não vou reclamar, baby. Sei onde estamos, e você tem uma chance
infernal de ganhar com esses lindos seios.

A expressão de Maci se contorce, e ela olha para William.

— Por que você não diz essas merdas para mim?

William revira os olhos. —Muito obrigado, Pres. Passei a manhã toda tentando
convencê-la a não participar.

Com um encolher de ombros, tomo o último gole da minha água.


— Coloque um anel e ela não vai reclamar tanto — Trevor brinca.

Audrey bate no ombro dele, e ele ri enquanto a envolve em seus braços.

— Isso não se aplica a você — ele murmura em seu ouvido.

Eu sei que Trevor está falando sério. Nenhuma das mulheres aqui reclama e
geme como Maci. A garota está afundando as garras em William, mas ela ainda luta
para segurá-lo. O cara não está pronto para se estabelecer, mas a garota está
tentando tanto fazê-lo. Não a culpo por ser mal-intencionada quando William está
com um pé dentro, mas o outro fora. Mas dou crédito ao cara, ele só teve olhos para
Maci o tempo todo que estivemos na semana da motocicleta. Talvez ele esteja
gostando da ideia de ser um cara de uma mulher só.

— E você, Liz? Quer se juntar a nós? — Maci pergunta, descansando um


cotovelo no ombro de Synne.

— Porra, não! — Jake deixa escapar quando ele cai em uma cadeira, puxando
Liz em seu colo. — Minha Old Lady não vai desfilar sua bunda gostosa no palco
para outros homens desfrutarem. Essa bunda pertence a mim e somente a mim.

Liz dá de ombros. —Você ouviu o homem.

Erika olha para Dom. Seus pensamentos estão escritos em todo o seu rosto
severo e vermelho. Ela sai rindo. —Eu nem estava considerando isso, mas estou me
divertindo com sua reação ao pensamento.

Os músculos faciais de Dom relaxam e ele levanta Erika, joga-a sobre o ombro
e bate na sua bunda, fazendo-a gritar e rir. —Você pode subir no palco assim, seu
corpo preso ao meu, para que todo mundo saiba a quem você pertence. — Seu
sorriso se estende quando ele bate na bunda dela novamente, e ela ri mais. —Vamos
praticar, Sparrow. A quem você pertence?

Ele bate na bunda dela uma terceira vez, e ela meio que ri, meio grita: — Você!

O resto de nós tem suas barrigas rolando de tanto rir quando ele a coloca no
chão.

— Muito bem — ele sorri.


Erika fica de pé e sorri contra seus lábios enquanto o beija.

— E você, Audrey? — Maci pergunta.

— Inferno, por que não? Eu não tenho feito nada selvagem e divertido
ultimamente.

Trevou bate a mão na testa dele.

— Isso é vingança pelo meu comentário de merda, não é?

Audrey se inclina e beija-o. —Um pouco, mas vai ser divertido também.

Trevor puxa uma respiração e inclina a cabeça. —Porrs. Pagarei a todos vocês,
bastardos, 20 dólares cada para gritar o mais alto que puderem pela minha garota
— ele brinca.

—Trinta e cinco para vocês gritarem por Synne, — eu acrescento, aumentando


a aposta.

Maci é rápida em olhar para William, e ele morde. —Cinquenta para gritar
para Maci. Foi ideia dela.

O rosto dela se ilumina.

— Feito — eu respondo. — Cinquenta, então.

A cabeça de William cai em sua mão. — Jesus Cristo. — A equipe ri, e William
olha para o céu. —Entrei direto nisso.

— Agora que você deve 400 dólares, é melhor eu entrar na competição e ganhar
— Maci brilha.

Os olhos de William estão arregalados enquanto sua mão voa no ar. —Caralho
sim, é melhor.

— Bem, acho que não entrarei se Maci levar o dinheiro para casa — anuncia
Synne, com a voz brincalhona.

— Eu também. Você consegue, Maci. — Audrey coloca as mãos sob os peitos e


os balança enquanto faz beicinho nos lábios e pisca.
— Eu me sinto enganado — William geme, seus olhos dançando entre nós. —
Vocês duas ainda estão entrando — ele aponta para Synne e Audrey. —Ainda há
ganhadores do segundo e terceiro lugar em dinheiro.

— Ponto justo — elogia Synne. —Estou dentro.

Audrey puxa a trança sobre o ombro e remove o laço do cabelo no final. —Eu
estou dentro e reivindicando o chuveiro primeiro.

Quando ela desaparece dentro do trailer, Axel e Wesley caminham em direção


ao caminhão de Axel. —Estamos fazendo uma corrida de cerveja — anuncia Axel. —
Quer mais alguma coisa?

— Mais café — eu falo de volta.

Com a mão no cabelo e um aceno de cabeça, ele sobe em seu caminhão – um


caminhão agora vazio de todas as evidências, graças a Max e eu que a destruímos
ontem à noite.

Entre as garotas tomando banho, recebo uma chamada para um pedido


personalizado, um novo cliente que viu o show de motocicletas fodonas. Depois de
marcá-lo na minha agenda, eu me sento na cadeira do acampamento e falo besteiras
com os caras, esperando que as meninas terminem de parecer glamorosas, palavras
de Liz, não minhas.

Maci é a primeira a sair em um biquíni preto com espirais prateadas e tantas


cordas indo para todos os lados, é uma porra de um labirinto em seu peito.
Definitivamente atrai os olhos, isso é certo. Seus shorts jeans super curto, mas eu
suponho que a metade inferior desse biquíni tem tantas cordas hipnotizantes para
olhar uma vez que seus shorts estiver fora. Ela manteve a maquiagem leve, o que é
bom. Seu rosto é mais bonito sem as cores extras e brilhos. Cachos longos em espiral
em torno de seu rosto, uma pequena porção deles presa para o lado de sua orelha.
Admito que ela parece bem gostosa.

A próxima mulher a sair é Audrey. Ela tem o cabelo puxado para trás em um
rabo de cavalo alto e apertado com o longo comprimento dele reto e elegante. Ela
está em um biquíni vermelho ousado com contas de ouro. O pequeno pedaço de
tecido mal cobre seus peitos e parece fumegante em seu corpo bronzeado.
A última a sair é Synne, e no momento em que meus olhos pousam sobre ela,
meu pau incha. Sob seus cachos selvagens está um biquíni verde com alças
minúsculas e fendas de tecido cobrindo seus peitos e boceta. É o tipo de biquíni que
eu gosto – não muito e sai fácil.

Vários de nós assobiaram para as garotas, e elas sorriem e fazem poses como
se já estivessem no palco. Não posso tirar os olhos dos peitos cremosos de Synne
prestes a cair do tecido. Seguindo as linhas de seu estômago plano, meus olhos
permanecem sobre a estreita forma em V entre suas pernas, e lambo meus lábios
secos.

— Porra, Synne. Mudei de ideia. Você parece quente demais para subir
naquele palco.

Vindo até mim, ela senta no meu colo e minhas mãos envolvem sua bunda nua.
Droga, é um biquíni fio dental.

— E se eu prometer um show privado depois, só para você?

— Estou de volta a bordo, baby.

Apertando suas nádegas, eu a espremo sobre minha ereção crescente, e ela se


inclina para frente para sussurrar. —Eu quero que você me foda com isso, em
seguida, arranque o tecido com seus dentes e me foda ainda mais forte.

Um gemido baixo sai da minha boca, meu pau ficando rígido.

— Temos tempo antes de o concurso começar.

Levantando-a comigo, suas pernas ficam enroladas em volta da minha cintura.


Jake e William assobiam enquanto a carrego para o trailer. Colocando-a contra a
parede, devoro sua boca enquanto abro o zíper do meu jeans. Dobrando-os sobre
meus quadris, liberto meu pau duro, deslizo sua tira de tecido para o lado e empurro
em sua boceta. Seu calor úmido me cerca, pronto e esperando meu pau para
preenchê-lo. Mantendo o controle de sua bunda, minhas estocadas são fortes e
ansiosas, querendo estar com as bolas profundas o máximo que eu puder. Presa aos
meus ombros, ela geme alto e sem vergonha, acariciando meu ego e meu desejo
enquanto a levo mais forte.
— Essa boceta... — é tudo o que eu consigo murmurar quando a sensação
familiar de um orgasmo aperta minhas bolas.

— Tão bom pra caralho — ela murmura no momento em que seu corpo fecha,
seu orgasmo derramando no meu eixo.

Outra estocada empurra, e inclino minha cabeça contra a parede enquanto


gozo dentro dela, a euforia momentaneamente me controlando.

À medida que a sensação desaparece, abaixo suas pernas, e ela desamarra o nó


esquerdo, a bainha do biquíni caindo no chão. Colocando meus dedos entre suas
pernas, eu reúno sua doçura pegajosa e esfrego em seu clitóris. Ela cai em mim,
acariciando meus lábios quando cavalga outra onda de prazer.

Contra meus lábios, ela sorri. —Você me faz sentir tão bem.

— E você também, baby. — Meus dedos deslizam para baixo e enfiam em sua
boceta. Ela inala uma respiração afiada, com o punho segurando meu colete. —Você
tem certeza que quer ir para o concurso? Estou pensando em continuamos isso no
segundo round.

Ela solta um gemido misturado com prazer ofegante.

—Eu prometi a elas que iria.

Retirando meus dedos, olho para seus olhos brilhantes e a maneira como ela
morde o lábio com desejo carente. Sei o que o corpo dela deseja, mas ela está
tentando ser uma boa amiga.

— Mais tarde então, eu estou rasgando este biquíni e fodendo sua bunda. —
Espalmando sua bochecha, eu aperto com força, e ela se inclina para mim, sua
língua deslizando entre meus lábios quando ela agarra minha nuca e me mantém
refém de seu beijo inebriante.

— Você pode me ter, a qualquer hora, em qualquer lugar.

Mordendo meu lábio, gemo no instante em que meu pau pressiona entre os
lábios da boceta, o atrito molhado aumentando a excitação que já estou tendo
problemas para conter.
— Limpe-se antes que eu mude de ideia e mantenha-a presa neste trailer.

Relutantemente, ela se afasta, com a mão acariciando meu braço e


permanecendo na minha mão. Enquanto ela se limpa no banheiro, eu passo por ela
para tomar um banho. Quando eu saio, ela está do lado de fora com um short preto e
uma blusa rosa cobrindo o traje. A equipe está guardando os equipamentos do
acampamento, preparando-se para ir ao concurso e show. Enquanto eles coletam o
que precisam, eu mando uma mensagem para Axel para verificar como ele e Wesley
estão. Momentos depois, ele envia uma mensagem de volta que tudo está bem, e
chegarão em alguns minutos.

O tempo passa rápido e quando eles chegam, nós os ajudamos a descarregar o


caminhão e colocar a cerveja e o gelo em um refrigerador. Colocamos, então,
suprimentos no trailer, e Maci reclama que está ficando tarde. Checando meu
celular, lembro-me de Synne me dizendo que Angela prometeu aparecer hoje à
noite. Com isso em mente, procuro papel e uma caneta no trailer, encontro-os em
uma gaveta e rabisco um bilhete para Angela.

~A

Se não estamos aqui, espere por nós.

~N

Arrancando um pequeno pedaço de fita do dispensador, grudo na nota e colo na


parte externa da porta do trailer. Synne vê isso e seu olhar se torna melancólico
enquanto ela olha para mim.

— O que você está fazendo por ela torna meus sentimentos por você ainda mais
fortes.

Pegando sua mão, eu a levo para fora do acampamento, a trilha de agulhas de


pinheiro caídas esmagando sob nossos pés, seu perfume terroso misturando-se com
a baunilha e canela de Synne.

— Parte de mim quer ajudar alguém de quem um dia cuidei, a outra parte de
mim está fazendo isso por você, sabendo o que você passou. — Levantando sua mão,
eu beijo-a e noto um brilho de umidade se desenvolvendo em seus olhos.
— Estou grata por tê-lo conhecido.

— Bom. — Acariciando meu polegar sobre a mão dela, me inclino e a beijo na a


cabeça. —Porque sinto o mesmo por você.
CAPÍTULO VINTE

T
enho certeza que a maioria dos participantes da semana de motocicleta
está aqui para o concurso de biquíni. O lugar está lotado com pouco
espaço para se mover. Os ganhos em dinheiro serão grandes, com 21
participantes. Nas primeiras fileiras e à direita do palco, minha equipe se
estabeleceu com cadeiras de acampamento e um refrigerador. Nós jogamos para trás
alguns enquanto o locutor fala sobre alguns dos lucros indo para uma instituição de
caridade e como é impressionante ter 21 mulheres no concurso. A atenção do público
é capturada quando eles anunciam os detalhes da primeira competidora.

Uma mulher em forma, em seus 50 anos, com cabelos loiros longos e


provavelmente tingidos de loiro, aparece primeiro no palco em seu biquíni preto
minúsculo, botas de montaria, e um adesivo de concorrente número um. Wesley se
anima em sua cadeira e assobia para ela. É alto o suficiente para chamar sua
atenção. Ela olha para ele, sopra um beijo, e depois se arrasta para fora do palco,
acenando sua despedida enquanto a multidão aplaude. O rosto de Wesley está
vermelho e cheio de choque.

— Teve uma queda, velho? — Max brinca.

— Claro que sim, você a viu?

Liz se inclina contra sua cadeira e coloca um braço em volta dele.

— Eu vou voltar com as meninas e ver se ela é solteira.

— Você faria isso, boneca?

— Claro.
Antes de sair, ela beija Jake, e toma o caminho ao longo do palco para onde as
outras meninas foram se preparar para o concurso.

À medida que a cerveja acaba, as belas mulheres continuam vindo, e a


multidão fica mais barulhenta. A número onze é uma loira gostosa e peituda, e
quando ela entra no palco, recebe um impulso da multidão tirando a parte de cima
do biquíni e girando-a no ar. Homens bêbados enlouquecem e gritam para ela tirar a
calcinha. Com um olhar para o locutor, ele balança a cabeça negativamente, e os
homens na frente do palco vaiam-no.

A tendência do público continua para outras quatro mulheres, e o grupo de


motoqueiros à esquerda de nós fica mais agitado e dá o gesto de comer boceta para a
garota atual no palco. Quando a próxima garota sai e não pisca para multidão, os
homens a vaiam. Quando ela sai do palco, enxuga os olhos. A seguir é Synne, e meus
músculos do pescoço e ombro apertam tão forte, que não consigo engolir. Os
motoqueiros ao nosso lado começam a gritar: — Mostre-nos seus peitos!

Synne não se incomoda. Ela vira a bunda em nossa direção, se curva, chicoteia
o cabelo no ar enquanto se endireita. Olhando para mim por cima do ombro, ela
pisca, e sai do palco como se fosse a dona. Um sorriso enrola meu lábio. Claro, ela
lidou com sua gritaria como a durona que ela é e parecia sexy pra caralho fazendo
isso. Audrey entra no palco depois de Synne, e os homens gritam a mesma frase.
Trevor se move em direção a eles na minha periferia, e eu coloco minha mão em seu
peito e balanço minha cabeça negativamente.

— Audrey não gostaria que você brigasse.

Audrey, sendo a garota sarcástica que ela é, finge tirar sua bunda, e então
puxa um dedo do meio para fora em vez disso. Os motoqueiros ao nosso lado
começam a vaiá-la, mas são abafados por nossos assobios e aplausos. Com um beijo
soprado para Trevor, ela sai do palco, com um sorriso curvando seus lábios. Maci é a
próxima, e aquela com quem estou mais preocupado. Assim que ela entra, o grupo
de ao nosso lado grita: Tire sua blusa!

Eu sei que Maci quer ganhar, então ela vai dar esse passo extra. Virando sua
bunda para a multidão, ela a sacode enquanto desamarra as cordas em torno de seu
pescoço.

— Sim, querida. Mostre-nos o que você tem!


William endurece, seu olhar oscilando entre Maci no palco e o grupo ao nosso
lado, seu rosto tão vermelho como uma bolha.

Com a blusa de Maci abaixada, ela se vira para a multidão, enfia os polegares
em uma corda em seu biquíni, e faz uma dança erótica para a multidão.

— Mostre-nos o resto!

Seu olhar se move em nossa direção e eu faço contato visual. Com uma
carranca, eu balanço minha cabeça negativamente.

No grupo ao nosso lado, um cara de cabelos pretos com barriga de cerveja me


pega dizendo não e decide que não gosta.

— Foda-se, cara. Se ela quiser nos mostrar, ela pode.

William avança rápido até o homem e o encara. —Cuidado com o que diz, filho
da puta. Essa é a minha mulher lá em cima.

O homem não recua, a cerveja na mão dele espirrando e atingindo o rosto de


William.

— Cuidado com o que diz, filho da puta, ou eu vou colocá-lo de bunda no chão.

Minha equipe está nas minhas costas enquanto nos levantamos para proteger
William. Os patchs no colete do homem lêem: Oakland para seu lugar, Tank para
seu nome de estrada, e um patch membro padrão.

— A menos que você queira um banho de sangue, Tank, eu sugiro que você dê o
fora.

Olhando para o meu colete, ele lê o patch do Presidente e meu nome.

— Seu amigo estava na minha cara primeiro, Pres. Eu não posso ajudar se sua
menina queria mostrar seus peitos e bunda para nós.

William aperta os punhos, pronto para dar um soco, então eu me movo entre
eles.

— Minha ol´ lady foi uma das mulheres que você gritou mostre-nos seus peitos.
Você tem sorte de eu não cavar seu rosto no chão com a minha bota. — Chegando
mais perto, eu me elevo sobre ele. —Você tem uma última chance de respeitar o
patch, ou eu vou fazer um exemplo de você.

Atrás dele, seus amigos estão ouvindo e prontos para uma luta, desespero
ansioso escrito em todos os seus rostos. Enquanto os olhos de Tank se estreitam e
ele contempla uma luta, as ordens da polícia gritam para nós terminarmos.

Um bastão de metal preto é empurrado entre nós, seguido pelas mesmas


ordens sendo repetidas mais alto e agressivamente. Gesticulando para a minha
equipe, eu aceno para que eles recuem. Tank e seus amigos permanecem lá,
ignorando os oficiais.

— Boceta — ele grita para mim, cuspindo aos meus pés.

— O que você acabou de me dizer?

— Deixa pra lá — grita um oficial.

Meus olhos se movem para a mão dele com taser. Agora não é a hora ou o lugar
para terminar isso.

Eu aponto para Tank. —Eu vou te ver de novo, vadia.

Minha equipe e eu vamos embora enquanto os oficiais gritam mais ordens para
Tank e seus irmãos. O som de gritos e um taser disparando chama nossa atenção de
volta para os motoqueiros bêbados. Tank está no chão, dois oficiais trabalhando
para algemá-lo.

Com um sorriso, cruzo meus braços e vejo os idiotas serem presos, um por um.

— Isso é quase melhor do que bater nele — diz William.

— Oh, nós vamos ter a nossa chance — eu garanto a ele. —Jake, chame nosso
amigo fiador. Descubra quando esse pedaço de merda vai ser solto.

— Vou fazer, Pres.— Jake abaixa a borda de seu boné, sorrindo como um gato
astuto.

As duas últimas competidoras vieram e se foram, e enquanto os resultados


estão sendo contados, as mulheres estão alinhadas em uma fileira no palco para
serem cobiçadas. Maci parece nervosa, e eu não sei se é sobre ganhar o concurso ou
o show de merda acontecendo abaixo do palco. Tank e seus irmãos são escoltados
algemados, e a multidão volta sua atenção para as belas mulheres.

William cai em uma cadeira com um baque, seu rosto vermelho, a mandíbula
apertada, seu olhar fixo em Maci. Acho que ela cruzou a linha com ele desta vez. O
locutor chama o terceiro colocado, e com certeza, é minha Synne. Ela ri enquanto dá
um passo à frente. Encontrando-me na multidão, ela encolhe os ombros e sorri.

— Sim, baby! — Assobio alto, e minha equipe se junta a mim para torcer por
ela.

Synne coloca dois dedos em seus lábios, beija-os, em seguida, aponta para mim
e pisca. Essa mulher... Ela abala o meu mundo.

O segundo lugar é ninguém menos que a loira peituda que começou a


tendência de mostrar os peitos. Ela avança e, brincalhando, finge desamarrar seu
top quando pisca para a multidão. Eu sou grato que a exibição não foi minha garota;
eu ficaria parecido com William, fumegando no canto.

O primeiro lugar é anunciado, e o rosto de Maci se ilumina quando eles


chamam seu nome. Ela se apresenta, sorrindo e acenando para a multidão como
uma rainha experiente do concurso. William não aplaude ou assobia, apenas joga de
volta o resto de sua cerveja e joga no chão com um grunhido.

Buquê de flores, um patch e um pequeno cheque de papelão são entregues a


cada uma das vencedoras. O resto das mulheres é aplaudido quando saem do palco.
Alguns minutos depois, Liz, Audrey e a primeira competidora se juntam ao nosso
grupo. Liz apresenta Deborah para Wesley, e os dois ficam ao lado e conversam. O
rosto do Wesley é um tom de vermelho que não vejo há anos. É bom ver o velho em
ação.

Liz se acomoda debaixo do braço de Jake enquanto Audrey recebe beijos de


congratulação e aperto na bunda de Trevor. Quando as competidoras terminam de
tirar fotos, elas saem do palco, e esperamos que Synne e Maci se juntem a nós.

Synne acena o cheque em sua mão com um sorriso bem-humorado quando ela
se aproxima do nosso grupo.

— Você pode acreditar?


— Com essa bunda, eu posso.

Suas bochechas incham em pequenas manchas vermelhas enquanto ela desliza


em meus braços e olha para mim como se ela me adorasse. Esse olhar ali cimenta a
verdade para mim, estou me apaixonando por ela, e acredito que ela sente o mesmo.
Trazendo-a com força contra o meu peito, beijo sua cabeça.

— Você fez bem, baby, e me respeitou lá em cima.

Inclinando a cabeça para trás, ela permanece contra o meu peito e me beija. —
Obrigada.

Olhando por cima do ombro, ela verifica Maci, que está ao lado da cadeira de
William, olhando para ele com expectativa. Segurando uma cerveja nos lábios, ele a
inclina no ar.

— O quê? — Ele surta.

— Você não está dizendo nada.

William revira os olhos. —Vamos conversar, mas não aqui, não agora. — As
últimas palavras foram cortadas. O homem está furioso e sabe que precisa se
acalmar.

— Maci — eu chamo. —Dê espaço ao homem.

Com lágrimas nos olhos, sua atenção se volta para mim. Ela começa a dizer
algo, então pensa melhor. Limpando uma lágrima caída, ela se afasta, seu patch e
cheque pendurados em sua mão. Erika se junta a ela, colocando um braço em volta
dela.

— Vamos lá. — Eu aceno em direção às meninas. —Não vou separar nosso


grupo.

— Deixe-a ir — William resmunga, sua fala arrastada.

— Saia da porra da sua bunda, agora mesmo — ordena Dom, apontando a mão
para William ficar de pé. —Você pode ficar puto, mas ainda tem a obrigação de
cuidar dela.

— Fodido Cristo — William cospe. —Este dia não é nada além de uma merda.
Levantando-se da cadeira, ele se move lentamente, colocando as coisas dentro
do saco. O álcool o está atingindo com força. Obviamente, os sentimentos de William
por Maci são mais profundos do que ele demonstra. Ele está realmente chateado
com a façanha que ela fez no palco, e ele está enterrando esses sentimentos no
álcool.

William e Dom seguem atrás das garotas enquanto o resto de nós reúne as
cadeiras e o cooler.

— Vamos comer um pouco antes de o show começar — digo à equipe.

Tomando o último gole da minha cerveja, eu jogo de lado enquanto Synne


balança seus quadris, empurrando sua bunda no meu pau. Beijando seu pescoço, a
puxo mais contra mim enquanto a banda entoa sua melodia.

— Você parecia sexy naquele palco. Essa mudança me fez pensar no que mais
você pode fazer.

— Eu tenho mais alguns movimentos na manga que eu posso executar, só para


você.

Synne levanta os braços e entrelaça os dedos em volta do meu pescoço, e eu


aperto o quadril dela, puxando-a para mim enquanto empurro suas nádegas.

— Eu quero ver você executá-los neste biquíni colante.

Puxando uma corda, eu afrouxo as alças em volta do pescoço dela. Ela alcança
a parte de trás de seu top e desamarra as cordas. Tirando a parte de cima do biquíni
de baixo da regata, ela o entrega para mim.

— Ou posso executá-los pelada.


Enfiando o biquíni no bolso, deslizo uma mão debaixo de sua regata e acaricio
seu seio.

— Acho que é hora de te levar para a cama.

— Contanto que você cumpra sua promessa anterior.

Ela vira nos meus braços e olha para mim, seu sorriso convidativo e lascivo.

— Eu vou mais do que cumprir essa promessa.

Passando minha mão por sua coxa, deslizo meu dedo em seu short e esfrego
sobre o tecido minúsculo cobrindo sua boceta.

— Eu quero você agora. — Sua respiração é um sussurro carente de excitação.

Puxando minha mão, espalmo sua bunda com as duas mãos e levantando-a.
Ela coloca suas pernas em torno da minha cintura, e eu a puxo com força contra o
meu pau duro e a balanço até que ela está gemendo enquanto nos beijamos.

— Porra, baby, preciso dizer à equipe que estamos voltando para o


acampamento. Estou prestes a transar com você aqui se eu não fizer isso.

— Eu deveria ter usado uma saia — ela geme.

— Você deveria.

Soltando suas pernas, ajusto minha ereção.

— Estamos voltando para o acampamento. — Sacudindo um dedo apontado


entre mim e Synne, então em direção ao acampamento, eu chamo a atenção da
maioria da minha equipe.

No campo cortado mal iluminado, com a banda explodindo música no mar de


pessoas bêbadas, todo membro dos Kings tem uma garota dançando ou flertando
com eles, então sei que eles não se importam de voltar também. A palavra passa
entre eles, e quando chega a Wesley, ele move sua cabeça em direção ao
acampamento e pede a Déborah para se juntar a ele. Fico feliz em vê-la dizer sim.
Max e Axel têm os braços sobre os ombros das mulheres com quem estão, então é
claro que eles estão se juntando a nós também.
Em meio à multidão, nos movemos para o lado de fora e tentamos não
atrapalhar ninguém que está se divertindo. Do outro lado da rua principal da
semana das motocicletas, os altos postes iluminam nosso caminho para os
campings. Conforme nos aproximamos da trilha principal para o nosso
acampamento, há uma UTV (Veículo Utilitário) da polícia com suas luzes
vermelhas, brancas e azuis piscando. Uma pequena multidão de pessoas bloqueia
nossa visão da cena. Supondo que uma luta tenha ido para o sul, eu diminuo o passo
e me junto à multidão para ver o que aconteceu. Um dos policiais, um homem careca
de meia-idade, levanta as mãos, conduzindo a multidão de volta.

Há cerca de 15 metros de distância, está o corpo de uma mulher deitada na


vegetação. O cabelo vermelho chama minha atenção, e me movo para o lado,
tentando ter um olhar melhor enquanto meu batimento cardíaco aumenta um
pouco. À minha direita, ouço Jake dizendo às garotas para ficarem para trás, e é aí
que tudo fica em silêncio ao meu redor. Meus ouvidos zumbem e minhas mãos
tremem à medida que me aproximo. Meu olhar se fixa no corpo espancado e nas
roupas rasgadas de Angela, a náusea enche meu estômago, e eu cubro minha boca
com a mão.

— Filho da mãe.

— Senhor, você precisa dar um passo atrás. Esta é uma cena de crime.

Max aparece do nada e se dirige ao oficial.

— Sabemos quem é essa mulher. Essa é Angela Kersee. Ela corre com os Wild
Royals.

O policial careca puxa um bloco de notas e caneta do bolso do peito.

— Eu vou precisar de vocês dois para ficar aqui e me dizer tudo o que vocês
sabem sobre esta mulher.

Inclinando-me para frente, coloco as palmas das mãos nos joelhos e me


concentro na minha respiração enquanto a náusea continua em ondas.

— Eu não posso fazer isso. — Um joelho cede, e as mãos que sinto em volta de
mim são da minha irmã. Virando meu rosto em seu cabelo, eu a abraço firmemente
enquanto a umidade enche meus olhos, minhas palavras sussurradas contra seu
ouvido. —Eu fiz isso. Ela está morta por minha causa.

Puxando para trás para olhar para mim, a confusão enche seus olhos.

— Você está errado. — Ela diz isso tão inflexivelmente, eu quase acredito nela.

— Leve Synne e todos de volta ao acampamento. Não diga nada a ninguém.

Com um aceno de entendimento, ela desaparece atrás de mim. Max coloca uma
mão no meu ombro e dá-lhe um aperto enquanto eu fico de pé.

— Estou aqui, irmão.

— Obrigado — eu murmuro.

Meu olhar continua pousando nos pedaços de carne cremosa pegando a luz do
poste. O resto da pele dela está suja, machucada ou cortada. Olhando para longe de
seu corpo, eu respiro profundamente, então lentamente expiro. Minha mente está à
deriva, mas ainda estou ciente do rasgo maçante e doloroso no meu coração. Angela
não merecia morrer assim, e o medo que está passando por mim é que eu tenha
causado isso.

O oficial que nos pediu para ficar para interrogatório está sendo paciente,
segurando as perguntas enquanto um segundo oficial coloca a fita amarela da UTV
em uma árvore, mantendo a multidão afastada. Outra UTV chega, a unidade de
emergência médica que responde antes da ambulância real. O oficial de cabelos
escuros que colocou a fita isolante se dirige a eles, e o passageiro da unidade de
socorro entra na parte de trás e recolhe um lençol e um grande kit médico. Os dois
paramédicos se aproximam do corpo dela, e pouco tempo depois, colocaram o lençol
sobre ela.

Assistir o lençol limpo e imaculado cobrindo-a traz de volta flashes do cadáver


ensanguentado de Jenna sendo coberto. Não consigo mais conter a náusea, e vômito
as últimas cervejas que bebi. Max e o oficial me dão espaço para vomitar.

O policial que montou a fita anda por aí e pergunta à multidão se alguém viu
alguma coisa. Os transeuntes não têm nenhuma informação para ajudar, e a
maioria deles deixa o local depois de dizer ao policial que não viu nada e só queria
saber o que aconteceu. Apenas um pequeno grupo permanece, os que a encontraram
e ligaram para o 911. O oficial de cabelos escuros puxa um bloco de notas e começa a
fazer perguntas.

— Senhor, você está bem o suficiente para responder às minhas perguntas?

O oficial careca na minha frente está segurando seu bloco de notas, sua
expressão esperando que eu coopere. Ele está me estudando com olhos curiosos e
inteligentes, tenho certeza que me pergunto por que minha reação a ela tem sido tão
forte.

— Sim. — Limpando minha boca, eu me endireito e dou-lhe a minha atenção.

— Como você conhece a falecida?

A falecida. É uma descrição fria, mas é verdade. Angela está morta, seu corpo
se apodrecendo na terra enquanto todos os outros estavam festejando. As pessoas
que poderiam ajudá-la não sabiam, e as pessoas que sabiam não se importavam.

— Três anos atrás, eu tinha um relacionamento com ela. Depois que nosso
relacionamento terminou, ela começou um relacionamento com um membro do Wild
Royals.

A cabeça do homem se inclina e suas sobrancelhas levantam enquanto ele


escreve. Ele conhece o clube.

— Você sabe com quem ela estava em um relacionamento?

— Rex Alverez.

— Você a viu ou falou com ela durante a Semana da Motocicleta?

— Eu a vi, sim. Ela estava com os Wild Royals durante o show de motocicletas
fodonas. Não, eu não falei com ela.

— Com base em quão bem você a conhecia, ela parecia angustiada quando você
a viu?

— Sim, ela parecia angustiada.

— Obrigado.
O oficial olha para Max.

— Como você conhecia a falecida?

Max se inclina para trás em seus calcanhares, seus polegares em seu colete.
Com sua experiência anterior no exército, ele é capaz de lidar com esta situação com
um nível de especialização e uma compostura calma que eu preciso agora.

— Eu a conheci desde quando ela estava em um relacionamento com ele há


três anos. — O cotovelo dele se estica e aponta para mim.

— Você a viu ou falou com ela durante a Semana da Motocicleta?

—O mesmo que ele. Vi-a, mas não falei com ela. Pelo que eu sabia dela, ela
parecia perturbada.

— Ela falou com mais alguém no seu clube ou festa de acampamento?

— Não — Max responde facilmente.

—Tudo bem. Preciso de seus nomes, números e endereços, caso precisemos


trazê-los para mais interrogatórios.

— Eles fizeram isso. — Eu aponto para o corpo de Angela.

As sobrancelhas loiras do oficial franzem. —Quem fez isto?

— Os Wild Royals. Sabemos tão bem quanto você, do que eles são capazes. Eles
são animais.

— Vamos interrogá-los. A partir de agora, não podemos fazer especulações.


Obrigado por seu tempo, e eu sinto muito por sua perda.

O oficial nos deixa e conversa com seu parceiro. Por cima do ombro, o oficial de
cabelos escuros nos observa. Max e eu ficamos e observamos quando a ambulância
chega. Max me dá um tapinha no ombro, seu olhar escuro compreensivo.

— Você não deveria estar aqui para esta parte.

Colocando pressão no meu ombro, ele me instiga a virar as costas e ir com ele.
Relutantemente, eu faço, olhando por cima do meu ombro na maca sendo levada
para o corpo dela. Meu peito se contrai, e eu olho para o outro lado, sabendo que a
próxima parte só vai piorar a dor. Passando uma mão da minha têmpora até o
queixo, respiro fundo. Max liga a lanterna do celular para iluminar nosso caminho
para o acampamento.

— Eles a largaram aqui para que encontrássemos — digo a ele.

— É uma merda doentia o que eles fizeram com ela. Eles precisam pagar por
isso.

— Vamos encontrar uma maneira.

Minhas palavras são uma promessa para Angela e para mim.


CAPÍTULO VINTE E UM

A
brindo a porta do trailer, saio para uma manhã fria com o orvalho
ainda molhado na grama e veículos. Meus olhos varrem o
acampamento em busca de Nix. Quando ele voltou ao acampamento
ontem à noite, não disse uma palavra a ninguém, apenas pegou uma garrafa de
uísque e desapareceu durante a noite. A única pessoa que teve a chance de falar
com ele foi Max, e Max não me disse nada, só que eu precisava dar espaço a ele.

O primeiro lugar que verifico é a barraca dele, mas está vazia. Andando pelo
lado de fora dos veículos, procuro no chão e na linha das árvores. Quando passo pelo
caminhão de Nix, há um barulho na cama.

Colocando minha cabeça, encontro Nix enrolado em um saco de dormir com


uma garrafa vazia de uísque deitada ao lado de seu rosto. Ele ainda está dormindo
sem álcool. Sinto muito por ele. Quando ele acordar, estará rígido e de ressaca.
Voltando ao trailer, preparo um bule de café fresco, pego duas aspirinas e encho
meu cantil com água. Uma vez que o café é feito, eu levo todos os três para Nix.
Colocando-os na porta traseira, eu entro, e Nix se mexe. Olhos inchados e cansados
piscam para mim, então olha para o céu em confusão. Olhando ao seu redor, ele
afunda onde desmaiou e dormiu. Sem dizer nada, ele abre o zíper do saco de dormir
para eu entrar. Eu entro e ele deita de lado, para que eu possa descansar minha
cabeça em seu braço.

Virando-me de lado, eu acaricio sua bochecha, e ele abre os olhos, a tristeza


neles angustiante.

— Você está bem?


— Não — ele admite.

— Quer falar sobre isso?

— Não — Há dor na voz dele, e estou preocupada com sua tristeza.

— Eu trouxe café, aspirina e água.

— Obrigado. Lamento ter desaparecido ontem à noite.

Seu olhar segue até a porta traseira.

— Eu vou pegá-los.

— Obrigado.

Saindo do saco de dormir, pego o café e o resto. Ele se senta, esfregando as


duas mãos sobre o rosto, e geme. Quando olha para mim, tenho a aspirina na palma
da mão e a água na mão oposta. Tomando os dois, ele joga os comprimidos na boca e
bebe a água.

— Eu preciso sair deste caminhão. Está matando minhas costas.

Descendo, carrego seu café e o cantil. Ele atravessa o acampamento até o


trailer, com a cabeça baixa e os passos pesados. Wesley abre sua barraca e acena o
queixo em saudação enquanto sai. Nix não reconhece nada ao seu redor. Ele entra
no trailer, chuta as botas, coloca o colete na mesa, joga a camisa e se joga na cama.
Momentos depois, ele desmaiou, e eu estou sentada na beira da cama vendo-o
dormir, meu coração doendo pela culpa e dor que sei que ele sente.

Tomando o café, saio do trailer para deixá-lo dormir. Vozes e atividades se


agitam ao meu redor enquanto me sento em uma cadeira, tomando o líquido quente.
Liz sai da barraca dela e de Jake, ajustando a camisa que acabou de vestir.

— Como ele está?

Eu lhe dou meu café, e ela toma a bebida enquanto se senta ao meu lado.

— Não é bom. Eu o encontrei desmaiado na carroceria do seu caminhão. Agora


ele está dormindo para se livrar da ressaca no trailer.
Devolvendo o café, ela joga o cabelo em um coque. — Ele vai-se afastar. Não
use isso contra ele. É como ele lida.

— Eu não vou, mas estou preocupada o quanto ele vai recuar. — Meu estômago
dá um nó, o café de repente não é apetitoso. —Tenho medo que ele termine comigo.

Liz fica em silêncio, olhando para longe. Acho que minha preocupação não é
injustificada. Outra pressão está fazendo cócegas no meu pescoço. Falei com Angela
e, se a polícia descobrir, posso me tornar suspeita como a nova namorada ciumenta.

Liz olha para sua barraca enquanto Jake se move para dentro. Ela coloca a
mão em sua têmpora e esfrega os dedos nela. —Esta é uma maneira horrível de
deixar a semana das motocicletas.

— É sim.

Wesley sai de sua tenda, e na abertura, eu vejo a Deborah dentro. Ainda bem
que nem todas as mulheres se assustaram ontem à noite. A garota que estava sob o
braço de Max agarrou sua amiga, que estava com Axel, e elas fugiram antes de
voltarmos ao acampamento. Eu não as culpo. Saber que havia o corpo de uma
mulher a menos de vinte metros de onde você está é uma boa razão para mandá-las
de volta para onde quer que elas vieram. Deborah deve ter se sentido confortável
com Wesley e, pelo que soube dela ontem à noite, ela tem muita experiência de vida.

Wesley parece bem-humorado quando começa seu ritual habitual, acendendo


uma fogueira para o café da manhã. Ink salta de sua tenda sozinho, olha para nós,
depois para o meu café.

— Tem mais disso?

— Sim, está no trailer. Nix está lá dormindo.

— Ok, obrigado.

Passando por nossa fogueira e cadeiras, ele vai para o trailer. Entra e sai
rapidamente, segurando uma xícara de café e uma frigideira com um saco meio
vazio de bacon e um pacote de biscoitos.

— Ele ainda está desmaiado, roncando como um trem de carga.


Liz solta um sopro de ar. —Ele faz isso quando bebe demais.

— Acha que devemos carregar a moto dele no trailer? — Ink pergunta,


colocando a frigideira ao lado do fogo. —Talvez ele não devesse pilotar.

Jake abre a tenda e sai. Caminhando até o refrigerador, ele pega uma garrafa
de água que está flutuando na água derretida no gelo, abre-a e toma.

— Deixe-me falar com ele primeiro e ver como ele está.

— Tudo bem. — Ink coloca seu café no chão, junta um punhado de bacon, e
joga na panela.

Levantando minha cabeça sobre meu ombro, olho para a tenda de William e
Maci enquanto suas vozes sobem.

— Vou te deixar, porém uma vez que eu fizer, terminamos.

— William!

— Eu quero dizer isso. Aquela façanha que você fez no palco foi a última de
suas besteiras. Você me desrespeitou na frente dos meus irmãos, e depois causou
problemas para nós com outro clube. Eu não posso nem olhar para você agora.

— Então por que me deixou dormir aqui? — Sua voz é chorosa e suplicante.

— Porque estávamos bêbados ontem à noite, e era a coisa certa a fazer. Eu vou
ter certeza que você chegou em casa em segurança, mas falo sério, não me envie
mensagens de texto, me ligue ou apareça na minha casa.

O zíper zumbe conforme é aberto com velocidade poderosa. William sai, com o
rosto vermelho, a mão esfregando a bochecha e os pelos faciais. Ele olha para nós
com olhos magoados, então caminha em direção ao trailer e desaparece dentro.

Maci permanece em sua tenda com as mãos cobrindo o rosto enquanto chora.
Indo para a tenda, me agacho e coloco minha cabeça dentro. Ouvindo alguém, ela
abaixa as mãos para olhar.

— Eu queria vencer para impressioná-lo. Eu queria que ele visse que os outros
me queriam, então ele faria — ela chora.
— Sinto muito, amor. Você quer que eu te leve para casa?

Juntando uma camisa para limpar os olhos, ela acena.

— Tudo bem. Reúna suas coisas. Você se importa de andar na garupa da


minha motocicleta?

— Não, eu só quero sair daqui — ela implora.

— Ok.

Fechando o zíper, dou privacidade para ela se vestir e carregar sua mochila.
Há um silêncio constrangedor entre todos enquanto caminho para o trailer. Lá
dentro, William tem um braço estendido no armário acima dele enquanto olha pela
janela acima da pia, segurando uma xícara de café fumegante em sua mão direita.

— Você está bem?

Olhando por cima do ombro, ele me vê pegar as chaves da moto, carteira e


jaqueta.

— Sim — ele responde casualmente, mas posso ouvir em seu tom que ele não
está. — Onde você está indo?

Com minha jaqueta na mão, checo Nix, que ainda está dormindo.

— Vou levar Maci para casa.

William abaixa a mão e vira-se para mim, descansando a bunda contra o


balcão. Sem camisa, ele está mostrando seus músculos e tatuagens de pardais
correspondentes no peito. Ele realmente é um cara lindo. Não acho que vai demorar
muito até ele namorar alguém novo, não com aqueles azuis bonitos.

— Você não precisa. Eu posso levá-la.

— Para evitar outra briga, é melhor eu levá-la. Ela é uma bagunça nervosa lá
fora e quer ir para casa.

William joga uma mão no ar e belisca suas sobrancelhas. —Tudo bem — ele
suspira. —Apenas tenha cuidado. Você já teve um passageiro em sua moto?
— Sim, ficaremos bem.

Com um aceno de aceitação, ele cruza uma bota sobre a outra.

— Eu vou ficar aqui até você sair, então não a perturbo mais.

— Obrigada.

Inclinando-me, beijo a bochecha de Nix, mas ele não registra.

— Vou ficar de olho nele — garante William.

Saindo do trailer, deslizo meus braços para dentro da jaqueta e fecho o zíper.
Maci se levanta da cadeira ao lado de Liz, sua mochila cheia de suas coisas. Sua
expressão é esperançosa, como se eu tivesse uma mensagem de William ou que ele
pedisse para ela ficar. Eu inclino minha cabeça em direção à minha moto.

— Vamos lá.

Quando as palavras saem da minha boca, seu rosto cai, uma carranca
formando em seus lábios.

— Vou lavar seu biquíni e devolvê-lo.

— Fique com ele — ela me diz. —Fica melhor em você.

Sentada em cima da minha moto, levanto o estribo lateral e a ligo. Maci sobe
nas costas e envolve os braços em volta da minha cintura. É um sentimento
estranho, mas é temporário, e eu poderia aproveitar a viagem tranquila de volta.
CAPÍTULO VINTE E DOIS

L
evantando minha cabeça do cobertor, limpo baba do meu lábio inferior.
Há uma dor surda e latejante no meu crânio, e minha boca está mais
seca que o deserto. Jogando uma perna sobre a borda da cama, descanso
minha cabeça em minhas mãos e esfrego minhas têmporas. Quando fico em pé, uma
sensação de tontura me invade e tenho que colocar a mão na parede para me
estabilizar. Estou de volta às consequências familiares de chegar ao fundo de uma
garrafa de Jack Daniels.

Arrastando meus pés para a geladeira, pego uma garrafa de água e a esvazio.
Tirando minha calça jeans, cuecas e meias, caminho até o chuveiro e fico sob a água
quente até sentir que meus olhos não estão mais cobertos por óculos de proteção
embaçados.

Saindo, sou rápido em secar, pegar roupas limpas e uma barra energética do
armário. Deixando o trailer, eu me junto à minha equipe, que está acordada e
comendo o café da manhã pronto na fogueira. Buscando no grupo, procuro por
Synne, preocupação apertando meu intestino quando não a encontro.

— Onde está Synne?

— Ela deu uma carona para Maci até em casa — Liz me diz. —Você está se
sentindo melhor?

— Por que diabos vocês a deixaram sair?

A raiva sobe pela minha coluna e rasteja pelos meus ombros como pernas finas
de aranha. Tirando meu celular do bolso, ligo para o celular dela. Quando ela não
atende, meu punho aperta o telefone, e solto um suspiro irritado.
— Ela está bem — Liz me assegura. —Ninguém sabe que ela saiu.

— Você não sabe disso — lato para ela. —Alguém checou a linha das árvores
para os Wild Royals? Alguém se certificou de que ela não foi seguida?

Wesley, Ink e William abaixam a cabeça, e o rosto de Liz fica vermelho de


preocupação.

— Não — ela admite.

— Nenhum de vocês deveria tê-la deixado sair!

Max se levanta da posição agachado em que estava perto do fogo e inclina a


cabeça em direção as nossas motos.

— Vamos lá, vamos embora. Vamos nos encontrar com ela. William — Max
gesticula com a mão para ele ficar de pé. —Lidere o caminho. Pegue a rota que Maci
daria a Synne.

— Você não sabe se ela vai pegar esse caminho de volta — acrescenta Jake. —
É melhor se você esperar que ela volte ou ligue de volta.

— Eu não posso esperar. Preciso saber se ela está bem. — Meu tom é afiado e
inflexível.

O olhar de Max varre o grupo e balança a cabeça para eles em um aviso.

— Vamos embora, Pres. Estamos desperdiçando tempo.

Tirando minhas chaves do bolso, corro para minha moto. Meu celular toca alto,
e eu congelo, recupero meu juízo e respondo.

— Synne, onde você está? Você está bem?

— Sim, estou bem. Eu deixei Maci, em seguida, passei na minha casa.

— Fique aí. Não saia. Não volte aqui.

— Por quê? O que há de errado? — Há um medo distinto no tom dela.


— Não é seguro para você andar sozinha, especialmente porque não sabemos
se você foi seguida.

— Tudo bem, eu vou esperar por você aqui. — Ela parece irritada, mas ainda
preocupada.

— Estarei aí em breve.

Desligando, ponho meu celular no bolso, coloco minha mão no ar e circulo.

— Empacotem tudo, vamos embora. Synne está esperando em sua casa por
mim.

Nunca tendo estado dentro do apartamento de Synne, absorvo tudo - um


conceito aberto com a sala de estar, sala de jantar e cozinha todos visíveis. Um sofá
cinza claro com um cobertor branco de estampa de leopardo sobre ele fica abaixo de
uma arte de parede de cinco peças de lona vermelha que rouba seu olhar com seu
toque de cor em um fundo prateado e preto. À direita de sua sala de estar há uma
mesa de jantar de quatro cadeiras com cadeiras pretas e um tampo de vidro. A
cozinha tem aparelhos prateados com armários de madeira escura e balcões de
mármore claro. É um lugar agradável. Eu me sinto confortável nele, e a melhor
parte é que ninguém sabe onde está localizado.

Tirando a mochila do meu ombro, coloco-a ao lado de seu sofá, em seguida,


removo meu colete, colocando-o sobre a almofada traseira enquanto ela entra na
cozinha e pega dois copos.

— Estou assumindo que você gostaria de água e aspirina.

— Sim.
Caindo em seu sofá, deito-me com o braço sobre os olhos na tentativa de aliviar
a enorme dor de cabeça pulsando no meu crânio. Ela desaparece em uma porta da
sala de estar, abre um armário no que presumo ser o banheiro, então volta com duas
aspirinas, e as deixa cair na minha palma. Eu as jogo na minha boca e agradeço
quando ela me traz um copo d'água. Esvaziando-o, eu o coloco em sua mesa de
centro com tampo de vidro e me deito.

— Você deveria dormir aqui — ela insiste.

— Esse é o plano — eu brinco.

Meu braço cai para seu quadril enquanto ela sobe em cima de mim.

— Você estava realmente preocupado comigo hoje. Significou muito.

Acariciando seu lado, aplico pressão e a abaixo para mim.

— Eu quis dizer isso. Eu não posso perder você também.

Espalhando suas mãos sobre meu peito, seu olhar preocupado encontra o meu.
—Você quer falar sobre o que aconteceu?

— Não — colocando um polegar na cintura de suas calças, empurro para baixo.


—Eu quero estar entre as pernas da minha mulher, esquecendo-me de toda a merda
fora dessas paredes.

Minha boca se funde sobre a dela enquanto nosso beijo esquenta com a paixão
indisciplinada sempre fervendo entre nós. Levantando sua regata, a puxo e alcanço
a parte de trás de seu sutiã. Ele desaparece quando eu arremesso atrás de nós.
Juntando seus seios em minhas mãos, eu os massageio, pressionando meu polegar
sobre seus mamilos endurecidos. Seus quadris balançam para frente e para trás,
montando meu pau e esticando seu comprimento. Desabotoando sua calça, eu dobro-
a sobre os quadris e vejo como ela se move para fora dela. Eu vou para o meu jeans,
mas ela para minhas mãos e assume. Abrindo minha braguilha, ela abaixa minha
calça e puxa minha ereção, acariciando-a em um aperto firme que curva o canto da
minha boca. Mais dois golpes e meu pré-sêmen está na ponta, inchada e latejante
para ela colocar na boca. Lábios quentes e molhados envolvem-se em torno,
chupando forte, limpando minha mente e coração de sua miséria.
Minha cabeça cai para trás e eu fecho meus olhos, entregando-me à paz que ela
está me dando. O som de chupar e sugar enche meus ouvidos conforme a sensação
de sua boca quente e lábios apertados leva o orgasmo através do meu pau.
Segurando seu ombro, eu esguicho gozo em sua boca e gemo com o alívio e prazer
correndo através de mim.

Olhando para ela, pego seu sorriso perverso enquanto ela rasteja sobre mim.
Acariciando minha palma sobre sua bunda, brinco com seu buraco apertado, e ela
solta um gemido antes de eu trazer seus lábios para os meus, fortalecendo seus
gemidos carentes. Deslizando suas coxas mais para cima das minhas pernas, eu
derrubo as minhas sobre o lado do sofá e sento-a comigo. Empurrando para a beira
do sofá a levanto, carregando-a para seu quarto.

Deitando-a em seu edredom verde, abro suas pernas, fico entre elas e levanto
seus tornozelos. Colocando suas pernas sobre meus ombros, vejo seu sorriso
aumentar de expectativa enquanto me abaixo entre eles. O gosto dela encontra
meus lábios, e eu sou rápido em deslizar minha língua entre suas dobras, levando-a
na mesma onda que ela me deu. Com cada respiração rouca e gemido que escorrega
de sua boca perfeita, eu fico mais duro. Afastando-me de sua boceta, limpo minha
boca antes de agarrar suas pernas e deslizar seu corpo para mais perto de mim.
Deitado em cima dela, empurro com força em sua boceta molhada enquanto ela
agarra meus ombros, balançando os quadris em minha direção.

Suas paredes apertadas se fecham em torno do meu pau, trabalhando-me em


direção a outro orgasmo conforme bato em seu ponto G, seu prazer explodindo no
meu pau, estremecendo seu corpo abaixo de mim. Eu sigo atrás dela, um gemido
enchendo o ar quando ela aperta suas paredes, extraindo o resto do meu esperma.

Desmoronando na cama ao lado dela, minha calça jeans em volta dos meus
joelhos, eu a enrolo no meu braço e a beijo. Ela enrola uma perna em volta do meu
quadril, com o peito enfiado no meu. É neste momento que estou ciente do quanto
preciso dela, quanta paz ela traz à minha alma danificada.

Olhando para seu olhar magnético, acaricio sua bochecha, deixando minha
mão se perder nos fios soltos de seu longo cabelo ruivo. Parece que passamos
minutos nos encarando, dando beijos lentos e amorosos em silêncio. Mas por dentro,
meu coração está gritando o que sente por ela: amor.

— Nix...
— Sim, baby?

— Eu me apaixonei por você.

Não há controle sobre o sorriso que se forma na minha boca. Colocando meus
dedos sob seu queixo o levanto, beijo seus lábios macios e olho de volta para a
esperança e o medo em seus olhos.

— Se momentos perfeitos existem, este é um deles porque estou apaixonado


por você também. — Sob meu polegar, acaricio seus lábios de veludo, lábios que me
trazem prazer reconfortante. —Eu honestamente não mereço uma mulher como
você, não com os erros que cometi, mas aqui está você, melhor do que qualquer
mulher que eu poderia imaginar, melhor do que eu mereço.

O toque suave de sua mão acaricia meu rosto, seguindo os músculos do meu
corpo até o meu peito, onde ela descansa a mão sobre meu coração.

— Você me merece e muito mais. Você é um bom homem, um homem melhor


do que qualquer outro que já conheci. Você ama e protege com todo o seu coração, e
eu sou grata por seu coração me querer.

Colocando minha mão sobre a dela, dói-me ver a adoração em seus olhos. Ela
acredita que sou um bom homem e me sinto culpado por sua crença equivocada.

— Eu não sou um bom homem. Minhas decisões levaram à agressão e morte de


pessoas que me importo. — Virando-me de costas, evito olhar para seus belos olhos
e a emoção que vejo neles. Sentada em minha cintura, ela coloca a mão na minha
mandíbula e me força a olhar para ela.

—Bons homens sentem culpa e dor por aqueles que amam. Homens maus não
se importam.

Há verdade no que ela está dizendo, mesmo que seja uma luta para aceitá-la.

Colocando o peito no meu, ela traz seus lábios ao meu alcance.

— Você precisa se perdoar. A escolha de Angela para se juntar aos Wild Royals
foi dela e apenas dela. A escolha deles de machucá-la foi errada, e o que eles fizeram
estava fora de seu controle.
— Eles a machucaram porque ela queria fugir. Eu ofereci isso a ela, e agora ela
está morta.

— Se você não tivesse oferecido a ela uma saída, ela teria aproveitado outra
oportunidade para sair. Eu sei. Estive no lugar dela. Tive sorte de você ter vindo
atrás de mim. Se não tivesse, eu teria morrido. Você não poderia salvá-la, mas você
me salvou.

A necessidade de tocá-la é incontrolável. Envolvo meus braços em torno dela,


beijando-a até que estejamos desesperados por ar.

— Eu faria qualquer coisa para protegê-la. Qualquer coisa para mantê-la


segura. Não há limites que não irei. Se tiver que matar qualquer homem, matarei.
— Erguendo minha cabeça para a dela, seguro seu rosto em minhas mãos. —Eu
preciso de você, Synne. Mais do que eu já precisei de qualquer mulher.

Quando seus lábios abaixam para os meus, eu nos viro, colocando-a de costas.
Chutando minha calça jeans e cueca, deito sobre ela, segurando uma mão em volta
do pescoço e a outra em torno de seu quadril conforme nos reúno, meu pau
deslizando em sua boceta quente, o mundo ao meu redor esquecido enquanto eu
lentamente a tomo.

No chão, meu celular está zumbindo no bolso do meu jeans. Synne desliza para
fora de mim conforme rolo da cama e agarro-a.

A voz de Jake vem através do receptor. —Tank está fora hoje à noite. O que
você quer fazer?

— Deixe-o ir. Já temos problemas suficientes com outros MCs.

— Eu concordo. Você vai estar em torno do clube ou fará compras amanhã?


— Não, não, não, não. Quero um tempo sozinho com Synne. William pode
cuidar dos pedidos atuais até Synne e eu voltarmos.

— Entendi. Ligue-me se precisar de mim, irmão.

— Obrigado. Tome conta de Liz e Liam.

— Sempre.

Tocando no botão de desligar, coloco o telefone na mesinha de cabeceira de


madeira ao lado da cama dela.

— O que foi?

— O MC bêbado que estava pedindo para vocês mostrarem seus peitos no palco
está saindo da cadeia. Nós íamos fazer uma visita a eles para terminar o que
começamos.

— Estou feliz que você não vá. Não vale a pena, e eu prefiro que você fique aqui
comigo.

Acariciando minha mão ao longo da forma de seu corpo, massageio seu quadril,
puxando-a para mais perto de mim. Deitado de lado, descanso minha cabeça na
minha mão e dobro o cotovelo, vendo seus olhos se iluminarem com o meu toque.

— Eu não vou a lugar nenhum, baby. Exceto para nos trazer comida. Você está
com fome?

— Eu vou cozinhar. Eu tenho comida na geladeira.

— Estou ansioso para experimentar sua comida.

Seus seios caem juntos, distraindo meus olhos quando ela se inclina para
frente e me beija.

—Eu sou uma ótima cozinheira.

Deslizando da cama, ela pega minha camiseta e desliza sobre ela, a parte
inferior mal cobrindo sua boceta. Quando ela se vira, meu pau pula conforme olho
para as bochechas dela aparecendo abaixo do tecido.
— Eu vou fazer frango Alfredo. Isso soa bem?

Jogando minhas pernas para o lado da cama, sigo atrás dela. Ela grita quando
meus braços a envolvem e a levantam. Arrastando-a de volta para a cama, a jogo de
bruços. Por cima do ombro, ela me olha nos olhos enquanto levanto a bunda dela no
ar.

—Vou comer o que você cozinhar depois que eu foder este rabo.

Meus dedos deslizam entre os lábios de sua boceta molhada e ela geme,
balançando para frente e para trás sobre eles no instante em que puxo minha
camisa sobre sua cabeça. Usando a maciez de seu desejo, massageio seu buraco
apertado, colocando um dedo dentro, esticando-a para me tomar completamente.
Quando adiciono um segundo dedo, deslizo meu pau duro em sua boceta, aliviando
dentro e fora fodendo sua bunda com meus dedos conforme a vejo tirar prazer do
meu pau. Quando seus gemidos estão mais altos, saio de sua boceta e pressiono a
cabeça do meu pau na sua bunda. Lentamente, com cuidado, eu relaxo. Seus punhos
apertam o lençol e eu massageio sua bunda e as costas, ajudando a relaxar seus
músculos. Deslizando para dentro e para fora, empurro mais fundo a cada vez até
que ela está relaxada, e sua respiração aumenta. Quando ela está pronta, agarro o
lado de seus quadris e acelero meu ritmo, fodendo-a com mais força. O som de suas
bochechas batendo na minha pélvis é abafado pelo sangue bombeando pelo meu
corpo, minha euforia borrando tudo ao meu redor, a sensação do meu pau inchado
me levando ao pico mais alto. Meu aperto aumenta, meu gemido é profundo e
gutural conforme gozo com força, segurando-a firme contra mim enquanto me
liberto dentro dela.

Abrindo meus olhos, eu gentilmente puxo para fora, aperto seu ombro e a
coloco de pé contra o meu peito. Colocando meus braços em volta dela, chupo seu
pescoço, mordendo e beijando quando massageio um seio em uma mão, seu clitóris
com a outra. Em meus braços, seu corpo estremece, um suspiro de alívio escapando
quando seu orgasmo cobre meus dedos.

Movendo minha mão do seu seio para sua mandíbula, viro o seu rosto em
minha direção, meus lábios tomando os dela.

— Synne... — O nome dela sai da minha língua como uma carícia sussurrada
contra os lábios. —É o nome perfeito para uma mulher tão graciosamente bonita
como você.
Há um brilho nos olhos dela quando piscam para mim. Entre nós, a paixão é
palpável, flutuando no ar, acumulando-se ao nosso redor como água morna.
Segurando-a perto, permaneço neste momento, com medo de perder a sensação de
encher meu coração.

— O jeito que você me faz sentir... Eu não sabia que poderia ser tão bom.

— Levi era um pedaço de merda. Ele deveria ter feito você se sentir assim
todos os dias. Você merece.

Virando-se para mim, ela coloca as mãos em volta do meu pescoço, seus seios
quentes pressionados contra o meu peito.

— Eu quero que você fique comigo mais do que apenas esta noite.

Colocando um braço em volta das costas, eu a abaixo para a cama, beijando-a


enquanto me deito acima dela.

—Eu não vou a lugar nenhum.

Na cozinha, Synne balança sua bunda ao som do rock enquanto ela vira as
panquecas. Estou esparramado em seu sofá, vendo-a dançar apenas de calcinha azul
e outra das minhas camisas. Estou aqui há dois dias, e ela lavou minhas roupas,
cozinhou todas as refeições para mim e teve a grande ideia de darmos um passeio
juntos. Os últimos dois dias foram maravilhosos, mas não consigo continuar. Tenho
que voltar para a loja. William já mandou uma mensagem esta manhã, informando
que recebemos vários pedidos personalizados desde o fim de semana da motocicleta.

O problema é que não quero que Synne volte a trabalhar comigo. Não quero
sentada em um lugar que os Royals conhecem, um lugar que ela fique facilmente
acessível. Estou preso entre a cruz e a espada - gosto de tê-la trabalhando comigo, e
posso ficar de olho nela enquanto ela está lá, mas na minha loja, ela é um alvo fácil.

Saindo do sofá, descanso meus cotovelos na beira do balcão em frente onde ela
está cozinhando. Ela abaixa o telefone, para conversarmos.

— Manteiga ou xarope? — Ela pergunta, removendo dois pratos do gabinete


atrás dela.

— Ambos.

— Bom, eu também.

A tensão sobe no meu intestino quando suas sobrancelhas franzem. Ela está
estudando meu rosto, e claramente, o mal-estar está escrito por toda parte.

— Precisamos falar sobre trabalho.

— Eu presumi que estaríamos voltando hoje.

—Eu estou, mas quero que você tire um tempo de folga e fique longe da loja por
enquanto.

A panqueca redonda e fofa desliza de sua espátula para um prato vazio antes
que ela coloque a espátula na mesa, olhando para mim em confusão.

— Isso é sobre o que aconteceu com Angela. Você está preocupado que os
Royals me ataquem na Custom Ride?

Esfregando meu dedo indicador e polegar sobre minha barba, olho de volta
para seu olhar intenso e as linhas tensas ao redor de seus olhos.

— Eles são capazes de qualquer coisa. Eu não posso arriscar que algo aconteça
com você.

—Eu tenho que voltar algum dia. O que uma semana vai fazer?

Deslizando a espátula sob outra panqueca, ela deixa cair em cima da outra.

— Não vai fazer nada. Pode ser uma boa ideia para você tirar a semana e
procurar um emprego em outro lugar.
Seus braços caem para os lados, a espátula pendurada em sua mão.

— Você está me demitindo?

— Sim.

Empurrando o prato para frente, ela coloca a espátula no balcão com um


baque, suas bochechas ficando vermelhas.

— Eu amo trabalhar lá, especialmente com você. Você não deve me demitir
porque está preocupado sobre algo acontecendo comigo.

Chegando sobre o balcão, agarro a mão dela, segurando-a na minha.


Esfregando meu polegar sobre ela, tento acalmar seu temperamento crescente.

— Isso é mais do que um trabalho. Eu gosto de trabalhar com você também,


mas não posso arriscar que algo aconteça com você. Eu vou fazer qualquer coisa
para mantê-la segura, mesmo que isso signifique desistir de vê-la no trabalho todos
os dias.

Sua outra mão segura seu peso enquanto ela se inclina contra o balcão.
Olhando para o lado, suas narinas dilatam acima de seus lábios apertados e
achatados.

— Eu não quero trabalhar em nenhum outro lugar. Eu não quero me esconder.

Retirando minha mão, fico em linha reta, meus ombros se ampliando.

— Você viu o que eles fizeram com Angela? — Eu estalo, meu tom mais nítido
do que o pretendido. —Eles a esfaquearam e a espancaram até a morte, sem dúvida
a estupraram também. Eu não vou deixar isso acontecer com você. Eu não quero ser
um idiota sobre isso, mas você não vai voltar para a loja ou a sede do clube até que
eu diga isso.

—Você está com medo, eu entendo, mas eu...

— Não estou com medo, Synne. Estou sendo esperto sobre isso. Conheço os
Royals há muito mais tempo do que você. Perdi duas mulheres que amava por causa
deles. Não vou perder uma terceira. Você pode ficar chateada comigo, mas prefiro
que você esteja com raiva do que morta.
Afastando-me do balcão, pego meu colete das costas do sofá e deslizo meus
braços nele. Sentando no sofá, pego minhas botas e enfio meus pés nelas.

— Nix?

— Não há mais nada a dizer. Encontre outro emprego.

A mão dela toca no meu ombro e eu paro de amarrar minha bota quando o
aperto macio de sua mão se transforma em esfregar.

— Eu não gosto de ter que encontrar outro emprego, mas vou parar de brigar
com você sobre o assunto. Eu posso ver o quanto isso está te perturbando.

Estendendo um braço, a puxo para meu colo, suas pernas montam nas minhas
quando ela me encara, com as mãos esfregando a tensão no meu pescoço.

— Eu não acho que você percebe o quanto você significa para mim.

— Não estou acostumada com alguém que se importa tanto.

Minha testa se inclina contra a dela enquanto levanto minha camiseta e


esfrego suas costas.

— Não é fácil para dizer-lhe para conseguir outro emprego, eu quero você lá
comigo, mas foi sobre isso que eu avisei. Eu não posso ter felicidade, não enquanto
os Royals estiverem vivos.

Suas próximas palavras são cortadas pelo ding no meu bolso. Inclinando-me
para trás, eu cavo meu celular e leio a mensagem de texto em grupo de William.

Sede do clube. Agora. Royals estão aqui.

— Merda!

Empurrando Synne do meu colo, pego minhas chaves da mesa de café.

— O que está acontecendo?

— Fique aqui até ter notícias minhas. Falo sério, Synne, não saia deste
apartamento.
Antes que ela possa discutir, estou fechando a porta na cara dela e correndo
pelo corredor do prédio até as escadas.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS

Q
uando entro o que vejo é um furacão de caos. As mesas estão viradas,
cadeiras quebradas, garrafas de cerveja de vidro quebradas e espalhadas
no bar, mesas e chão. Jeff não está em lugar nenhum, mas William não
teve tanta sorte. Dois membros dos Royals o amarraram a uma cadeira, seu olho
direito e lábio superior estourados, sangue pingando em sua camiseta cinza de
manga cortada.

Enquanto eu observo a cena, Jake e Max entram atrás de mim, suas


expressões revelando as mesmas emoções que estou sentindo.

— Que porra você está fazendo em nossa sede do clube, destruindo propriedade
e desrespeitando um dos meus membros?

Reed chuta uma cadeira para fora do seu caminho e senta-se em uma das
mesas eretas, uma bota ainda no chão, a outra perna dobrada enquanto ele
descuidadamente descansa sua bunda feia na superfície.

— Está em todos os noticiários, Pres. Nossa loja pegou fogo e com ela, dez
quilos de cocaína.

— Parece um problema pessoal — eu revido, meus braços cruzados sobre meu


peito.

— Não, você vê, Rex levou uma baita surra, mas o homem ainda conseguiu
passar uma mensagem para nós. — Reed coloca seu mindinho no ar e mexe. —Com
seu dedinho, ele mergulhou no pudim do hospital e escreveu Kings.
O resto da minha equipe entra na sede do clube, formando uma parede ao meu
redor, com as mãos nas armas.

— Rex tem ressentimentos. Só porque o filho da mãe acordou de uma surra e


assumiu que fomos nós, não significa que foi.

Reed coloca as mãos no ar e sorri. —Você me pegou lá, Wilson. Ele guarda
rancor, mas ainda acredito nele. Afinal, ele é meu primo em segundo grau, e meus
homens sabem que não devem mentir para mim. É uma lição que você poderia usar.

— A única lição que vai ser aprendida hoje é a dura surra que vamos dar a
você por danificar nossa sede do clube e lançar acusações de merda.

Reed sai da mesa e move o dedo em direção aos dois idiotas de ambos os lados
de William. O homem mais alto com cabelos preto e grisalho segura os ombros de
William enquanto o homem mais baixo e corpulento com cabelos loiros gordurosos
bate um punho em seu rosto. Sangue respinga no chão, e minha raiva força meus
braços para os lados, meus dedos roçando o metal da Glock no meu quadril. Entre
batimentos cardíacos, eu levanto a arma e aplico cinco quilos de pressão. A bala
corta o ombro do loiro oleoso, rasgando um buraco através de couro e carne.

— Fodido Cristo! — Ele grita, seu braço caindo como peso morto. Ao meu lado,
Dom está com a arma apontada para a cabeça de Reed. Meu objetivo muda,
adicionando outro cano em Reed conforme várias outras armas são sacadas ao redor
da sala.

— A diversão acabou. Pegue sua equipe e dê o fora daqui.

Reed lentamente se move para fora da mesa, apontando para sua equipe sair.
À medida que se aproximam, abrimos espaço para eles, nossas armas ainda
levantadas e apontadas enquanto eles mantêm as deles apontadas para nós. Reed
para no final do meu cano, seu olhar cortando da arma para mim.

—Você tem sete dias para entregar 50 mil, um adiantamento para o total de
750 que você custou a mim e à minha equipe. Se você não pagar, estará enterrando
outra ruiva bonita.

Meus dentes apertam, meu dedo no gatilho. Minha respiração está impassível
enquanto a raiva ferve dentro de mim.
— Você a toca, você morre.

Reed zomba quando se vira para a saída. Com eles fora da porta, abaixo minha
arma e respiro. Ink e Trevor correm em direção a William e desamarram-no da
cadeira. Jake e Max se aproximam, mas me afasto deles, minha raiva ainda é
incontrolável. Com minha arma no coldre do quadril, descanso meus punhos na
mesa de pé mais próxima, meus dedos ficando brancos. As palavras de Reed
repetem na minha mente, me atormentando. Segurando a mesa, eu berro enquanto
a viro pelo ar, e ela bate em outras mesas e cadeiras derrubadas a vários metros de
distância.

— Eu não aguento mais essa merda!

Com meu batimento cardíaco batendo nos ouvidos e suor escorrendo pelas
minhas costas, eu piso em direção ao bar, pego uma garrafa intacta de uísque, solto
a tampa e bebo. Os homens se reúnem ao redor do bar, passando a garrafa. Quando
chega a William, ele limpa a boca sangrenta e fica com a garrafa, engolindo o
máximo que pode em um gole. O cara vai precisar para a dor.

— Não temos 50 mil para dar a eles — diz Wesley em voz alta.

— Eles não precisam de dinheiro, eles precisam ser eliminados — Dom me diz.

Meu olhar varre entre a equipe, suas expressões uma representação visual de
raiva, medo e queda de adrenalina.

— Paramos de sofrer nas mãos dos Royals — eu digo a eles. —Estamos


terminando isso de uma vez por todas. Eu preciso saber quem está dentro.

Não pensei que encontraria o Sr. Galloni novamente tão cedo, mas a vida tem
um jeito de lançar obstáculos inesperados regularmente. Você tem uma escolha. Não
lide com o obstáculo, mas isso só lhe causará mais problemas depois. Você pode
tentar controlar a situação, fazer o melhor que puder e esperar o melhor. Ou você
pode fazer um plano ou explodir esse obstáculo em pedacinhos. Estou cansado de
tentar controlar as coisas. Os Royals me empurraram até este ponto - o ponto sem
retorno. Assim que eu me comprometer, terei que assumir as consequências à
medida que vierem. Meu único arrependimento será perder Synne.

— É um prazer fazer negócios com você novamente, Nix. O pedido que você
solicitou está completo. Apontando em direção ao caminhão azul atrás dele, dois de
seus homens em camisas de entrega de móveis abrem as portas duplas e
permanecem nas laterais do caminhão enquanto Max, Axel e eu damos uma olhada
no conteúdo - uma caixa de madeira com tudo o que precisamos. Eu dou um aceno
de aprovação, Max e Axel reúnem a caixa e carregam no Custom Ride.

Com o dia se transformando em noite, o prédio lança uma sombra escura no


estacionamento, sua escuridão assustadoramente semelhante ao desespero que
rastejou no meu coração e cravou seus dentes como uma sanguessuga sugadora de
sangue. Não consigo me livrar desse sentimento, não com o que está por vir.

O Sr. Galloni estuda minhas feições, a curiosidade deixando sua testa cair
enquanto ele passa um polegar pela barba limpa e aparada.

—Se precisar dos meus serviços de novo, sabe como me contatar.

Estendendo minha mão, entrego a ele o envelope com o dinheiro. Jogando-o


para um de seus homens, ele espera que o homem conte.

— Tudo certo, mais o extra — diz o homem corpulento.

O bigode do Sr. Galloni se curva com o lábio. Colocando a mão para frente, ele
aperta a minha.

— Agradeço por seus serviços.

— Da mesma forma.

Colocando minha mão no ar, eu circulo, dando o sinal de que é hora de rodar. O
cheiro de fumaça de escapamento enche o ar enquanto acionamos nossos motores.
Minutos depois, estamos na estrada, meu coração mais pesado à medida que
avançamos com o plano.
De volta à loja e à sede do clube, descarregamos a caixa e a prendemos na sala
de peças conectada à garagem. Juntos, a equipe e eu vamos para a sede do clube.
Jeff alinha copos de bebidas no topo do bar, derramando licor em cada um. Com os
últimos dois dias gastos limpando, o bar do clube agora está apresentável, mas com
menos mesas e cadeiras, um lembrete constante da visita dos Royals.

Agarrando nossas doses, nós as levantamos e encontramos os olhos.

— Juntos montamos, juntos vivemos, juntos morremos — diz Max ao grupo.

As doses de bebidas estão inclinadas conforme engolimos o licor e os batemos


no balcão.

— Está na hora, irmãos.

Eles acenam em aprovação enquanto eu retiro meu celular do bolso. Meu peito
aperta quando disco o número do Reed.

— Pegou meu dinheiro, Wilson?

— Sim, eu vou entregar seu maldito dinheiro. Encontraremos-nos em dois dias,


onze da noite no endereço que eu mandar numa mensagem para você.

— Não, nós vamos ao seu clube para coletar.

— O caralho que você vai. Eu tenho um negócio para administrar, e você já


causou danos suficientes. Se você quer o seu dinheiro, você vai encontrar onde eu
disser.

— É melhor você tê-lo, Pres, ou haverá inferno para pagar.

— Vejo você em dois dias, idiota.

Voltando para minha equipe, eu continuo nossos planos.

— Trevor, reúna três mil da conta dos Kings, empacote-o em notas de dólar
com vinte em cima das pilhas. Ink, use o dinheiro e compre tampões de ouvido para
todos nós. Axel, use o dinheiro e compre sacos de areia, cerca de 40 quilos. Wesley,
pegue uma mochila preta. Max e eu estudaremos o layout do antigo armazém e
prepararemos o resto. Vamos nos encontrar aqui amanhã ao mesmo tempo e
preparar tudo. Vão para casa, irmãos. Amem suas mulheres e peguem o resto que
vocês precisarem.

A maioria da tripulação sai, Jeff incluído, mas Jake e Dom ficam para trás.

— Vamos com você — Jake insiste.

Dom cruza os braços de forma familiar, o que significa que a decisão é


definitiva.

— Tudo bem. Deixe seus coletes no meu escritório. Vamos levar meu caminhão.

Dirigindo para a parte antiga de Nashville, onde as empresas outrora eram


movimentadas e prósperas há mais de vinte anos, circulamos em torno de negócios
degradados com janelas cobertas de madeira e pichações pintadas no velho tijolo
envelhecido. O antigo armazém de tabaco foi minha escolha. Lembro que meu avô
trabalhava lá quando eu era criança. O cheiro de folha e fumaça se agarrava às suas
roupas e pele, vagando pela casa quando ele vinha nos visitar, com as crianças e
meu tio Dallas, que nos criou.

Uma inundação do rio Cumberland danificou o primeiro andar do armazém.


Entre os danos materiais e o declínio do apoio da indústria do tabaco, a empresa
teve que fechar. Isso forçou meu avô a se aposentar, onde ele passou a maior parte
do tempo reconstruindo motocicletas, e ensinando a mim e a Dallas tudo o que ele
sabia. Parando no estacionamento rachado, imagino meu avô fazendo o mesmo,
preparando-se para um dia duro no trabalho para que ele pudesse alimentar sua
família de dois filhos e uma filha.

Minha família foi muito afetada quando a tia May foi estuprada e meu tio
assassinado pelo pai de Tolito. É algo de que meu avô nunca se recuperou. Ele
pensou que era sua culpa. Ele começou os Kings todos esses anos atrás, e foi sua
rixa com os Wild Royals que levou a esse dia horrível. Bear e tia May tiveram uma
boa vida juntos, estavam pensando em ter filhos, e isso foi arrancado pelas mãos
cruéis dos Royals. É por isso que é meu dever acabar com isso. Para acabar com a
rixa de sangue que durou três gerações entre minha família e a dos Alverez.

Quando os homens descem do caminhão, meu celular apita no bolso.


Retirando-o, deslizo a tela e leio a mensagem de texto de Synne.
Eu sei que você tem estado ocupado com o trabalho e consertando o bar do
clube, mas se você precisar de uma pausa, eu estou oferecendo o jantar... e sobremesa
;)

Culpa é uma bola fortemente amarrada no meu estômago. Sinto falta dela,
mais do que posso lidar agora, mas tenho que manter distância até que isso acabe. É
a única maneira de mantê-la segura.

Não posso esta semana, mas estarei aí este fim de semana. Prometo fazer as
pazes com você. Você tem estado muito na minha cabeça. Sinto sua falta, baby.

Depois de bater no enviar, embolso meu celular e me junto a Dom na porta


traseira do caminhão. Ele está puxando um dos dois pés-de-cabra para fora da parte
de trás enquanto Jake e Max estão fazendo uma varredura da área, em busca de
câmeras e policiais. Sei que não há câmeras. Esta parte da cidade não passa de
prédios vazios, frequentemente usados por crianças de rua e os sem-teto, mas ainda
vale a pena verificar.

Dom e eu abrimos a madeira sobre a porta da frente, forçando e quebrando


pedaços até que a madeira caia com gravidade, e nossas botas as peguem antes que
ela bata no chão. Com o fim do pé-de-cabra, atravesso a janela de vidro da porta da
frente e chego, destrancando-a. Dentro, há um odor de paredes cobertas de mofo e
pilares de aço enferrujados. Nós inclinamos as lanternas de nossos telefones ao
redor do espaço aberto, minha luz pousando nas colunas tingidas de marrom-
vermelho e chão de concreto sujo.

— É espaço suficiente e longe o bastante do público para esconder os sons —


diz Dom para mim, sua luz se afastando enquanto inspeciona a área.

— Sim, eu sei. Agora, precisamos descobrir a cobertura e como sair rápido.


CAPÍTULO VINTE E QUATRO

A
o longo da calçada até a porta da frente de Jake e Liz estão lindas flores
de anêmona laranja, a cor se destacando contra o revestimento creme e
a porta da frente cor de café. Aproximando-me, pressiono a campainha
e espero. Liz abre a porta com Liam descansando em seu quadril, um ursinho de
pelúcia Harley Davidson molhado e amarrotado entre as mãos e os dentes.

— Entre. — Ela acena com a mão e dá um passo para trás, me dando espaço
para entrar. —A lasanha está quase pronta.

Colocando Liam em um cercado de bebê, ela se move para a cozinha, tira duas
cervejas da geladeira, e desliza uma através da ilha para mim.

— Parece que você precisa disso.

— Eu faço.

Pegando a garrafa gelada na mão, caio em uma banqueta e uso o abridor de


garrafas que ela me entrega. Com a tampa estourada, tomo um longo gole, minha
bota descansando no apoio para os da banqueta do bar, enquanto Liz desliza uma
assadeira de biscoito de pão de alho no forno.

— Não vejo Nix há vários dias. Sinto que ele está me evitando. Disse-lhe que
procuraria outro emprego, mas não encontrei nada que quisesse fazer. Adoro
trabalhar na Custom Ride.

Liz descansa suas mãos e quadris contra o mesmo balcão do forno, seus olhos
compreensivos acima de um breve sorriso tranquilizador.
— Ele está evitando você, mas não é porque ele não quer ver você. Na noite
passada, ele bateu aqui. Ele e Jake pensaram que eu estava dormindo, mas fiquei
do lado de fora do quarto do Liam, ouvindo-os conversar. Eles se revezaram
segurando Liam e prometeram que ele teria um futuro sem a ameaça dos Royals. —
A tensão nervosa aperta suas sobrancelhas e boca. —Eles estão planejando algo.
Algo perigoso e estou com medo por eles. — Seus olhos vão para Liam, e depois
voltam para mim conforme as lágrimas caem dos olhos. —Perguntei a Jake sobre
isso, mas ele não me diz. Ele diz que é melhor eu não saber. Então disseram que
estão fazendo o que acham melhor para proteger a família Kings, incluindo nós. —
Ela aponta para si mesma, eu e Liam.

Minha mão ao redor da garrafa aperta enquanto meus batimentos cardíacos


aceleram, causando uma dor no peito.

— O que você acha que eles vão fazer?

— Eu acho que eles vão enfrentar os Royals. Estou com tanto medo de que eles
acabem na cadeia ou mortos. — Lágrimas caem de seus olhos, e ela olha para o teto,
enxugando-as. Com uma fungada, ela tenta se recompor. —Não é a primeira vez
que eles vão atrás dos Royals. Dois anos atrás, o presidente anterior dos Royals me
sequestrou. Ele me amarrou... — Ela faz uma pausa, respira, segurando as lágrimas
antes de continuar. —Ele me agrediu e esteve perto de me estuprar, mas Jake e Nix
chegaram lá antes que pudesse. Jake atirou nele, mas porque Tolito gravou tudo,
tínhamos provas de sua agressão.

Minha bota cai do apoio para os pés. Saindo do banquinho, eu ando até o lado
de Liz na ilha e a abraço.

— Sinto muito pelo que aconteceu com você.

Os braços da Liz me envolvem, segurando-me com força enquanto ela funga


mais lágrimas.

— Quero dissuadi-los de qualquer plano que eles tenham. — Ela se afasta de


mim, seus olhos verdes brilhando, a pele ao seu redor manchada e inchada. —Mas
não quero que meu filho passe pelo que todos nós passamos. Eles aterrorizaram
minha família por anos. Nix não aguenta mais. Ele está pronto para estourar.
Agora eu entendo. É por isso que Nix está me evitando. Ele quer que eu fique
longe de tudo o que está acontecendo e de tudo o que estiver planejando. Suas
palavras se reproduzem na minha mente: eu não quero perder você também. Eu
preciso de você. É por isso que nunca vou compartilhar o pior de mim.

Recuando, encosto meu peso contra o balcão da ilha.

— O que quer que estejam planejando, eles estão indo para o sangue.

O olhar de Liz foge de mim, uma respiração pesada escapando dela.

— Eu sei.

O forno apita, e ela esfrega uma mão sobre um braço, em seguida, vira-se para
abri-lo, deslizando uma luva de forno. Removendo o pão de alho, ela coloca em cima
do forno. Largando a luva no balcão, ela volta-se para mim, limpando uma única
lágrima.

— Eu não quero perdê-los, Synne.

A umidade enche meus próprios olhos quando olho para ela. —Eu também não.
Podemos convencê-los a sair disso?

— Não. Quando um deles não fala sobre algo, sua mente está feita, e não há
como convencê-los do contrário.

— E Erika e Audrey?

— Dom e Trevor não são diferentes de Jake e Nix. Eles farão qualquer coisa
para manter Erika e Audrey seguras. Nenhuma delas será capaz de ajudá-los a sair
disso, não quando Dom e Trevor veem os Royals como uma ameaça também.

Liz se afasta de mim, colocando a luva de forno de volta, então pega uma
segunda de uma gaveta e abre o forno para remover a lasanha. Depois de colocar a
assadeira grande em cima do forno, ao lado do pão de alho, ela pressiona o botão
desligar do forno.

— Tudo o que podemos fazer é esperar, ter esperança e rezar para que o que
eles estão planejando aconteça do jeito que querem.
Levantando a cerveja, eu engulo várias vezes, meu corpo enraizado no local
enquanto minha mente se afasta e meu coração sangra de medo.

— E se isso não acontecer, teremos pelo menos esta noite como uma família.

Meus olhos piscam, a garrafa segura no ar conforme eu olhava para ela


confusa.

— Eu insisti para que Jake trouxesse todos para o jantar.

Meu olhar salta para a assadeira gigante de lasanha e todo o pão de alho na
assadeira de biscoitos, as peças se juntando. Harleys rugem à distância, o som
vibrando em meu estômago, sabendo que verei Nix em minutos.

Olhando para ela, minha boca inclina. — Obrigada por me convidar.

— Você também faz parte desta família. — Ela me puxa para outro abraço,
apertando-me em seus braços. —Nix te ama. Ele só está mantendo você longe para
protegê-la.

— Eu entendo. Obrigada por compartilhar tudo comigo.

Botas batem na varanda e nós nos separamos. Ela aponta para o armário e eu
recolho pratos suficientes para todos. Jake é o primeiro a entrar com Nix logo atrás.
Nix para em seu caminho, me avistando, e meu coração pula uma batida na
maneira como seu olhar me leva dentro. Um sorriso enrola o canto de sua boca, e ele
continua caminhando para frente, entrando na cozinha. Passando por Liz, ele se
aproxima de mim. Sem uma palavra, seu olhar vagueia pelo meu rosto, o brilho
hipnotizante em seus olhos, me segurando no lugar. Colocando uma mão em volta
da minha cintura, ele abaixa-a para a minha bunda e me puxa para ele, cobrindo
minha boca com seus lábios quentes e deliciosos. Sob o gosto de seu beijo, o calor se
espalha para o meu centro, meus mamilos ficando tensos enquanto envolvo meus
braços em torno de seu pescoço. Deslizando a mão pelo meu lado ele acaricia, firma
seu aperto, e desliza sua mão de volta para o meu quadril, deixando meu corpo
formigando e faminto por mais dele. Quando se afasta, meus lábios permanecem
separados e formigando com o prazer de seu beijo.
Meus dedos mergulham em seu cabelo enquanto ele adiciona outro braço em
volta da minha cintura. Quando me aperta, eu empurro para seu pau, amando a
sensação de seu comprimento pressionando para trás.

— Senti sua falta — eu digo a ele, enrolando meus dedos em seu cabelo.

Abaixando sua boca para a minha, ele rouba minha respiração mais uma vez.

— Faz apenas alguns dias desde a última vez que te vi, mas parece que tem
sido um longo tempo.

— Sim.

Do outro lado do balcão, Trevor assobia quando passa com Audrey. Nix olha
para ele, dando-lhe um sorriso malicioso. Toda a família dos Kings está aqui e
seguindo Jake até o pátio dos fundos.

— Estou feliz que você está aqui. — A testa de Nix abaixa-se para a minha. —
Eu precisava ver você.

— Eu entendo que você quer me manter longe de todas as merdas que estão
acontecendo, mas tem sido difícil. Sinto que está me mantendo à distância. Como se
você tivesse algo mais acontecendo que você não quer que eu saiba.

Nix aperta os dedos na minha parte inferior das costas, formando arrepios
prazerosos ao longo da minha pele.

— Confie em mim, baby. Quero estar com você, mas tenho coisas que preciso
cuidar. Saber que você está segura permite que eu me concentre nessas coisas. Você
pode ser paciente comigo por mais alguns dias?

— Eu posso, mas eu me preocuparia menos se você compartilhasse comigo o


que está acontecendo.

— Você sabe que eu não posso.

Nix afrouxa o controle quando Liz volta para a cozinha.

— Desculpe interromper vocês dois, pombinhos, mas preciso levar a comida


para todas aquelas pessoas famintas.
Jake abre a porta de correr e se junta a Liz na cozinha, dando-lhe um tapa na
bunda quando passa por ela.

— Eu vou pegar a lasanha, querida. Nix, pode trazer as cervejas? Elas estão na
geladeira.

Nix enrola os dedos ao redor da minha mandíbula, levantando meus lábios


para os dele. Enquanto se afasta de mim, seu calor deixa meu corpo, e em seu lugar
está um profundo e desesperado desejo de sentir seu toque novamente. Seguindo-o
até a geladeira, tento juntar o segundo pacote de cerveja, mas ele vira a cabeça e me
beija.

— Eu tenho isso, linda.

Músculos fortes e com contornos incham enquanto carrega um pacote em cada


mão. Quando ele me pega olhando, pisca, reacendendo a excitação que tinha
começado a se acalmar. Indo na frente dele, abro a porta de vidro deslizante, em
seguida, volto para a cozinha a fim de ajudar Liz a recolher toalhas de papel e
talheres. Jake faz mais uma viagem para dentro para pegar Liam e joga-o no ar,
sorrindo descontroladamente enquanto Liam ri. Com Liam enfiado no braço, ele
pega o cercado com a mão livre e se junta ao resto de nós lá fora.

Liz insiste que façamos uma oração antes de comer, e enquanto nos reunimos
ao redor da mesa do pátio e da mesa dobrável extra, Nix me puxa para seu colo, o
calor de sua mão acariciando meu quadril. Ele beija meu ombro e meu estômago
vibra. Inclinando-me, beijo a bochecha dele.

— Eu te amo.

Os olhos de Nix se ampliam, um sorriso transformando sua expressão séria em


uma de alegria. Acariciando uma mão na minha bochecha, ele desliza sua língua
entre meus lábios, unindo-nos em um abraço apaixonado.

— Eu te amo, Synne. — Olhos verdes penetrantes capturam os meus, emoção


enchendo-os enquanto ele mantém meu olhar cativo. —Você é a luz na minha hora
mais escura — ele sussurra.

Meus lábios partem para responder, mas são cortados quando Liz começa sua
oração. Ela não é tímida sobre o tema não discutido entre nós.
— Obrigada por estarmos juntos e nos unindo como uma família. Obrigada
pelos laços de amizade que todos compartilhamos. Por favor, continue cuidando de
nós, para proteger nossa família Kings, na estrada, na vida, e contra quaisquer
ameaças futuras. Quaisquer que sejam as escolhas que temos pela frente, por favor,
dê coragem onde é necessário e triunfo onde ele é desejado.

Jake coloca as mãos nos ombros de Liz e beija a cabeça dela.

—Obrigado, Peach. Isso foi perfeito. — Com uma massagem nos seus ombros,
ele abaixa as mãos e aponta para a lasanha. —Vamos comer essa refeição incrível
que ela cozinhou para todos nós.

Ao redor da mesa, os homens enchem seus pratos com quadrados de lasanha e


fatias de pão de alho enquanto nós, mulheres, olhamos uma para a outra. É claro
que todas temem a mesma coisa - esta será nossa última refeição juntos como uma
família? Veremos os homens que amamos de novo?

Ao entrar em meu apartamento, meus pés estão pesados, minha preocupação


causando dores por todo o meu corpo. Dizer adeus ao Nix esta noite foi angustiante.
O que quer que estejam planejando, vai acontecer amanhã. Isso ficou claro pelas
conversas silenciosas sobre as coisas que prepararam hoje cedo e a maneira como
Nix evitou quando perguntei. Quando estava ao lado da minha moto para sair, eu
não podia deixá-lo ir, não conseguia parar de beijá-lo. Por insistência dele, subi na
minha moto, puxei-o para um último beijo e me obriguei a ir embora. Conforme
dirigia para casa, a dor no meu coração ficou mais forte, minha preocupação mais
intensa.

Deixando meu capacete, jaqueta e chaves perto da porta, vou até a cozinha
para servir uma bebida. É a única maneira de conseguir dormir hoje à noite.
Quando o copo está colocado no balcão, alguém bate na minha porta. Indo para isso,
abro a porta, e Nix empurra através do limiar, seus braços envolvendo-me, sua boca
batendo na minha. Chutando a porta para fechá-la, ele nos faz voltar e tranca,
nunca tirando os lábios de mim. Não há espaço para palavras. Levantando minhas
pernas em volta de sua cintura, ele segura minha bunda contra ele enquanto me
carrega para o quarto. Deitando-me na cama, ele fica acima de mim, acariciando
minha coxa conforme empurra sua crescente ereção contra meu centro. Meu gemido
escorre entre nosso beijo, e ele agarra minhas mãos, levantando-as acima da minha
cabeça quando ele empurra contra mim com mais força.

— Só dizer as palavras não é suficiente. Eu quero que você sinta o quanto eu te


amo.

— Mostre-me — eu sussurro, vendo-o remover as roupas entre nós.

Arrastando os dedos até meu abdômen, ele levanta minha camisa e sutiã, seus
lábios travando em cada peito, endurecendo meus mamilos.

— Eu amo a maneira como seu corpo responde ao meu toque.

Beijos estalados no meu estômago, ele desabotoa minha calça jeans, dobra-as e
tira-as de mim, levando minha calcinha com elas.

— Eu amo o quão molhada você fica quando você quer o meu pau dentro de
você.

Abrindo minhas pernas, ele espalma o meu clitóris, mexe com o polegar, depois
o massageia, minhas costas arqueiam quando uma onda de prazer nada pelo meu
corpo.

— Eu amo o olhar de satisfação em seu rosto quando eu faço você gozar.

Tirando a mão do meu clitóris, ele remove o colete, depois levanta a camiseta,
dando-me uma visão perfeita de seu peito esculpido e abdômen.

— Eu amo o jeito que seus olhos se iluminam quando você me vê nu.

Com um movimento rápido do polegar, seu jeans é desabotoado. Saindo da


cama, ele deixa cair o jeans e a cueca, chutando para fora deles e suas botas.
Voltando para a cama, ele abre meus joelhos e fica entre eles, seu olhar carnal
quando se abaixa e enrola seu punho em torno do seu pau grosso.
— Eu amo o jeito que você morde o lábio quando está pensando como vai ser
bom me ver fodendo-a.

Colocando a sua ponta contra a minha boceta, ele a esfrega ao longo do meu
clitóris, minha necessidade por ele revestindo a cabeça de seu pau enquanto
choramingo por mais.

— Eu amo o jeito que você geme para mim.

Empurrando profundamente, ele puxa e empurra com mais força. Meu corpo
grita de prazer, pequenos raios acendendo em cada terminação nervosa. Meus
braços alcançam seu pescoço, minhas pernas o envolvem enquanto ele se levanta,
empurrando em mim com tanto fervor, meus olhos se fecham e eu grito quando ele
leva meu corpo em um passeio que eu nunca esquecerei.

— Olhe para mim, baby.

Quando o faço, ele colide com seus lábios com os meus, a paixão que ele exala
tão inebriante, que eu quero me afogar nela, ser engolida neste momento, congelada
na sensação de seu amor. Quero que este homem seja meu futuro, que me ame
assim pelo resto de nossas vidas, e sei que ele fara isso. As emoções de Nix são mais
profundas do que as de qualquer homem que conheço. Ele é um alpha em todos os
sentidos da palavra, mas sob esse exterior protetor está um homem com um coração
que vai amar com tudo o que tem e lutar até que ele não tenha mais nada para dar.
Ele é meu, meu Nix, meu cavaleiro branco em uma Harley.

— Eu te amo.

Retardando seus impulsos, ele se abaixa em cima de mim, sua mão enrolando
no meu cabelo enquanto sua outra mão se entrelaça com a minha. Minhas pernas
ficam enroladas em torno dele quando ele rola seus quadris, entrando em mim
lentamente, puxando e empurrando novamente, fazendo amor comigo de uma
maneira que ele nunca fez antes.
Minha boca seca e a vontade de fazer xixi me arrastam para fora da minha
cama macia e quente, cheia do cheiro de Nix e da noite que passamos juntos.
Quando meus pés tocam o chão, há um buraco vazio no meu estômago, rapidamente
cheio de tristeza. Nix se foi, e na minha cabeceira há uma nota rabiscada.

Por sua causa, encontrei felicidade que não acreditava ser possível. Por sua
causa, desenvolvi esperança para um futuro. Não importa o que aconteça, lembre-se
que eu te amo.

A umidade enche meus olhos enquanto o pânico aperta minha garganta.


Pegando meu telefone, eu disco o número dele. Vai direto para a caixa postal, então
eu ligo para Liz.

— Você viu Nix esta manhã?

— Não, por quê? O que está acontecendo?

— Ele ficou aqui ontem à noite. Não tivemos a chance de conversar. Fizemos
sexo e depois dormimos. Quando acordei, ele tinha ido embora.

— Ele deve ter voltado para sua casa para tomar banho e se trocar.

— Estou indo para lá agora.

—Não! Nix vai perder a cabeça se você aparecer na casa dele. Foi onde ele
perdeu Jenna. Por favor, Synne, não vá à casa dele. Hoje, não. Jake disse que eles
vão se encontrar com os Royals hoje, e precisamos ficar longe da loja e da sede do
clube. Os Royals estarão esperando e observando-os.

— Eu tenho que ir. Eu tenho que vê-lo.


— Ouça-me — seu tom não tem discussão. —Ele precisa de uma cabeça limpa
para o que está acontecendo entre os Kings e os Royals. Se você aparecer e os Royals
te verem, eles vão usá-la contra ele. Para o bem dele, por favor, fique em casa.

— Eu não posso ficar aqui preocupada o dia todo.

—Você não tem que fazer isso sozinha. Vou arrumar as coisas do Liam e ir até
sua casa.

— O que vamos fazer? Tentar ver TV com a qual não nos importamos? Tentar
comer alimentos pelos quais não temos apetite? Não posso ficar aqui trancada neste
apartamento, pensando em todos os cenários horríveis. Eu vou sair.

— Fique longe da sede do clube e faça compras — reitera ela, com seu tom
forte.

— Eu não me apaixonei por ele para que eu possa perdê-lo. Eu vou falar com
você mais tarde.

Eu desligo a chamada e corro para o banheiro agora que meu corpo se lembrou
que precisa fazer xixi. Pulando no chuveiro, eu lavo tudo de mim o mais rápido que
posso, então com roupas limpas, eu vou para a cozinha para obter algo para beber
antes de juntar meu equipamento de pilotagem. Com pensamentos de Nix
constantemente em minha mente, eu não serei capaz de realizar nada hoje. O medo
é uma bola apertada descansando nas minhas entranhas, e a única maneira dela se
soltar é se eu o ver. Talvez eu possa dissuadi-lo a não fazer o que planejam antes
que seja tarde demais.

Com uma xícara na mão, coloco sobre o balcão, abro a geladeira e encho o copo
com suco de laranja. Minha campainha toca e eu pulo de surpresa. Abaixando a
caixa de suco de laranja, vou até a porta e fico chocada ao ver Liz parada lá com
calças de pijama cinza, uma camiseta rosa que diz: eu sou o tipo de mãe que deixa
cair a bomba F, seu cabelo desgrenhado e meio alisado com Liam enfiado em uma
mochila porta-bebê. Abrindo mais a porta, abro espaço para ela entrar.

— O que você está fazendo aqui?

— Assim que você desligou, eu o coloquei em um porta-bebês e dirigi direto


para cá. Eu podia ouvir na sua voz. Você ainda planejava procurar pelo Nix. Não há
nenhuma maneira no inferno que eu estou deixando você em qualquer lugar perto
da sede do clube ou loja. Eu já perdi uma melhor amiga, eu não estou perdendo
outra.

— O que quer que eles estejam planejando, tenho um mau pressentimento


sobre isso. Preciso falar com ele. Eu preciso vê-lo.

— Bem, a menos que você planeje empurrar uma mãe e um bebê para fora do
seu caminho, você não vai a lugar nenhum. — Seus braços cruzam, e ela amplia
seus pés cobertos de sandália, garantindo sua postura.

Não posso lutar contra a risada que escapa.

—Você e Liam estão seguros. Eu não vou empurrar nenhum de vocês para fora
do meu caminho.

Liz balança o braço e fecha a porta atrás dela.

— Bom. Porque já estou pirando o suficiente. Eu não aguento lutar com você
por cima disso. Ajude-me a sair deste porta-bebês, então direi o que Jake me disse.
CAPÍTULO VINTE E CINCO

J
ake deixa cair o colete na minha mesa e pousa na cadeira em frente a
mim com uma pancada.

— Liz ligou. Ela teve que impedir sua garota de entrar aqui. —
Inclinando-se para trás, ele coloca as mãos atrás da cabeça, alongando-se enquanto
a cadeira se equilibra em duas pernas.

Abaixando a papelada na minha frente, solto a caneta e sento na minha


cadeira.

— Vendo que ela não apareceu, fico feliz que Liz a convenceu a não fazer isso.
O clube ou a loja são os últimos lugares que ela precisa estar agora.

— Eu sei disso, irmão. Está quase acabando. Em breve, você não precisará se
preocupar com essa merda.

Coçando meu polegar pela minha barba, minhas sobrancelhas se levantam. —


Eu já estou preocupado com as consequências.

— Não deixe rastros. Esse é o plano. Contanto que cumpramos com isso, as
consequências devem ser mínimas ou nenhuma.

— Sim. — Minha cadeira gira enquanto meu olhar vagueia pela janela. —Mas
isso não impede minha mente de pensar em todas as diferentes maneiras que esta
merda poderia ir para o sul.

A cadeira de Jake bate no chão e arrasto meu olhar para ele.


— Você acha que devemos abandonar nossos planos?

Passando a mão através do meu cabelo comprido, exalo um suspiro resignado.

— Não. Os Royals continuariam vindo por mais dinheiro. Isso nunca acabaria,
e Synne nunca estaria segura, nenhum de nós estaria.

— Desde que você disse isso, eu sei que é isso que precisamos fazer. Estamos
fazendo a escolha certa... não importa o que aconteça.

— Você está certo. — Juntando a papelada completa do beneficiário, coloco-a


na pasta com o nome de Liz e reservo. —Você tem todos os seus negócios em ordem?

— Sim. Liz fica com tudo - casa, negócios, carro e Harley.

— O mesmo — eu aceno. —Com um presente especial para Synne.

— O que é isso?

— Ela fica com a Reaper e minha lancha.

— Mulher de sorte — brinca Jake.

Um sorriso aparece no canto da minha boca, mas cai quando minha atenção é
roubada pelo toque do meu celular. Olhando para a tela, é um número que eu
reconheço, um que não tenho certeza se quero responder, mas faço de qualquer
maneira.

— Nix Wilson?

— Sim?

— É o Agente Especial Adams do TBI.

— Eu ainda tenho você em meus contatos. Então, por que a chamada?

— Angela Kersee. Considere isso uma chamada de cortesia. Você e nem os


Kings são suspeitos. Isso não é algo que eu deveria estar dizendo a você, mas você
sabe disso, de qualquer maneira.

— Reed Alverez e seus capangas a mataram — eu termino para ele.


— O DNA ainda está em processamento, mas não tenho dúvidas de que
encontraremos alguma coisa neles.

— Agradeço a chamada de cortesia.

— Isso não é tudo.

— Claro que não é. — Abaixando meu telefone, pressiono o botão do viva-voz e


coloco na mesa para Jake ouvir. — Eu não pensei que fosse. Qual é a verdadeira
razão para a chamada?

Jake puxa o celular e aperta no botão de gravação. Dou a ele um aceno de


aprovação.

— Hacker's Automotive, você sabe alguma coisa sobre isso?

— Provavelmente posso te dar informações sobre algumas lacunas que faltam


em seu caso, mas vou precisar de um favor em troca.

— Sim. Que tipo de favor?

— Um que vou guardar para mais tarde.

— Não me diga que seu clube está se envolvendo em atividades ilegais. — Seu
tom baixo, vocalizando sua desaprovação.

— Sem atividades ilegais, mas temos o mesmo problema: os Wild Royals.

— Não é verdade? — Ele zomba. —Eu tenho um intestino crescendo e cabelo


ralo para provar isso. Então, quais informações você tem para tornar minha vida
mais fácil?

— A Hacker's Automotive era uma fachada para os Royals. Era o local central
para contenção e distribuição de drogas. Eles carregavam drogas nos veículos que
supostamente estavam lá para reparos e, em seguida, enviavam as drogas para
clientes e traficantes.

— Como conseguiu essa informação?

— Nós temos nossos caminhos.


Há um grunhido do outro lado da linha. —Sim. Ouvi falar de Rex Alverez.
Inferno, se eu pudesse colocá-lo na folha de pagamento, eu faria.

— Pelo que ouvi, Rex teve o que merecia.

Há outro grunhido e nenhuma discussão depois. —A explosão na Hacker's


Automotive está sendo relatada como um acidente químico que resultou em um
incêndio. Não posso deixar de suspeitar do contrário. Os Royals reuniram vários
inimigos ao longo dos anos.

— Eles com certeza têm.

— Isso vai colocá-los em merda com o cartel de drogas. Eles vão ficar devendo
muito dinheiro a eles.

— Talvez este seja o começo do fim para eles.

— Pelos relatórios voando sobre a minha mesa, eu diria que os Royals


finalmente irritaram as pessoas erradas. E eu não acho que este é o fim de tudo
também.

— Não será nenhuma dor de cabeça para nós vê-los cair.

— Bem, Wilson, espero não ver seu nome ou o nome de nenhum dos membros
dos Kings passando pela minha mesa se isso é uma guerra.

— Não se preocupe, Adams. Somos apenas um bando de motoqueiros de


espírito livre, vendendo motocicletas personalizadas e cervejas.

O agente Adams ri pelo receptor. —Mais uma coisa, Wilson.

— O que é?

— A polícia local entrou em contato com a família de Angela Kersee. Eles estão
vindo para assinar a cremação dela em alguns dias. Você gostaria da oportunidade
de dizer adeus antes que eles cheguem?

Minha garganta aperta, minhas palavras alojadas como memórias de Angela


inundando minha mente. A última vez que estivemos juntos, peguei sua camisa de
leopardo do final da minha cama e entreguei a ela quando terminou de se vestir.
Com um sorriso lascivo, ela tirou a camisa, agarrou a cintura do meu jeans, e me
puxou de volta para cima dela. Houve um tempo que eu realmente a amei. Uma vez
que ela me fez feliz. Uma vez que considerei um futuro com ela antes que ela
decidisse que eu não era o suficiente.

— Não, eu não quero lembrar o que eles fizeram com ela. Quero lembrar quem
ela era antes dos Royals a destruírem. — Meu tom é mais duro do que eu pretendia,
mas não posso esconder a raiva que vem à tona toda vez que penso em seu corpo
deitado no chão.

— Compreendo. Obrigado pelo seu tempo.

Ele desconecta e eu toco chamada final no meu celular enquanto solto um


suspiro e caio na cadeira. Minha unha do polegar está moída entre meus dentes
enquanto meus pensamentos se afastam para a morte de Angela, Jenna, Pat, Bear,
e o melhor amigo do meu avô, Ray Alverez - o homem cuja morte começou a rixa de
sangue e animosidade entre nossos clubes todos esses anos atrás.

— Adams acredita que o cartel vai punir os Royals pela perda de suas drogas;
isso é um benefício para nós. — A voz de Jake me puxa de volta, meu olhar
disparando para ele. —Quando tudo acontecer é a primeira coisa que eles vão
suspeitar.

— Vamos garantir que eles não tenham motivos para acreditar no contrário. —
De pé, eu tiro meu colete e o deixo na mesa com o de Jake. —É hora de se preparar.
CAPÍTULO VINTE E SEIS

M
inha equipe está toda aqui, no primeiro andar da fábrica de tabaco,
nossos caminhões de fuga estacionados lá fora no estacionamento
escuro, de frente para uma saída rápida. Cinco de nós estão atrás de
uma mesa dobrável de metal de 1,80m com uma mochila preta colocada em cima.
Montamos lanternas de acampamento e jogamos alguns objetos ao redor para fazer
parecer que adolescentes ou sem-teto têm usado o espaço. As duas mesas extras de
metal, uma cômoda quebrada e estante de livros quebrada são todos itens que
compramos em lojas de doação de segunda mão. Eles parecem desgastados, úteis e
disfarçam seu uso real, cobertura.

Enviei a mensagem ao Reed. Dominic e Jake estão na entrada, esperando os


Royals aparecerem. Axel e Trevor são colocados em seus locais, aguardando o sinal.
Max, Wesley, Ink e William estão na mesa comigo, vários passos atrás, dando
cobertura às minhas costas enquanto Max e eu damos a aparência de que o
Presidente e o Vice-Presidente estão prontos para fazer negócios.

O rugido das Harleys à distância faz com que todos os músculos do meu
pescoço e em volta fiquem tensos. Max dá tapinhas no meu ombro.

— Estamos nisso juntos, irmão.

Acenando, dou tapinhas no seu ombro e verifico minha Glock.

Meu queixo sobe quando o vice-presidente de Reed, Duncan, passa pela porta
primeiro, inspecionando a cena enquanto ele desacelera seus passos. Mais dois
bandidos de Reed pisam atrás de Duncan, seguidos por Reed e mais cinco Royals. O
único que falta é Rex, que ainda está no hospital ou em casa cuidando dos
ferimentos.

De onde estamos, a porta está à nossa direita. Os Royals continuam em frente,


parando do outro lado da mesa, com o lado esquerdo voltado para a porta. Dom e
Jake são os últimos a entrar. Deixando a porta destrancada, eles permanecem
próximos a ela. A equipe de Reed está firmemente envolvida em torno dele, dando-
lhe proteção, mas isso não importa.

— Que buraco de merda você escolheu para se encontrar. — O olhar de Reed


percorre todo o grande espaço, absorvendo tudo com uma careta.

— Eu não ia escolher um lugar que a polícia encontraria. A última coisa que


preciso é que eles pensem que estamos negociando drogas com os Royals.

— Certo — Reed ri. —Não podemos manchar seu registro completamente


limpo, podemos? — Os outros Royals zombam, mas isso não nos incomoda. Nossas
mentes estão focadas apenas no plano.

— Você sabe que nem sempre foi assim — eu digo ao Reed.

Minha declaração enruga suas sobrancelhas escuras. —O que você quer dizer?

— Este lugar é onde meu avô, James Wilson, trabalhou e conheceu seu avô,
Ray Alverez. Foi o amor mútuo deles por motocicletas que os uniu e deu início aos
Kings. Era para ser uma irmandade. Um clube para cavalheiros que amavam a
estrada, a natureza e o vento, meu avô me dizia. Nunca foi feito para ser uma
equipe de segurança. James me contou a história de como eles foram abordados
para dar, fornecer segurança a um caminhão de carga. James disse que não, mas
Ray insistiu que pagariam bem. Eles não precisaram comprar armas porque a
maioria dos homens possuía uma, de qualquer maneira. Com sua insistência, Ray
convenceu James, e eles aceitaram o trabalho. — Balançando a cabeça, eu rio alto.

— E foi aí que tudo deu errado. No último minuto, James e vários outros
membros dos Kings decidiram que o dinheiro não valia o risco e tentaram convencer
os outros, mas Ray, seu filho, Dante, e os Kings restantes fizeram o trabalho de
qualquer maneira. Alguém queria o que havia naquele caminhão de carga e estava
disposto a correr riscos para obtê-lo. Ray foi levado para fora da estrada, sua moto e
corpo além da recuperação.
— Por que a caminhada pela estrada da memória, Wilson? — Reed rosna. —Eu
sei como meu avô morreu.

— Porque foi a raiva do seu tio em relação ao meu avô que influenciou sua
decisão de se separar dos Kings e começar os Wild Royals. Foi seu tio que tirou o
primeiro sangue, matando meu tio e estuprando minha tia! E foi a ganância do seu
avô que o matou! Minha família teve que sofrer pela decisão do seu avô desde então,
seu pedaço de merda!

Vários dos Royals se agitam desconfortavelmente, seus olhares disparando


entre mim e Reed.

— Já se passaram três gerações dessa besteira, e acaba agora!

Axel e Trevor fazem seus movimentos. Duas granadas de luz rolam pelo chão
atrás dos Royals, seus fusíveis acendendo, explodindo uma luz cegante e um intenso
estrondo desorientador no espaço. Com nossos tampões de ouvido colocados, é menos
grave, mas ainda mais do que eu esperava. Com minha adrenalina bombeando, pego
minha Glock e miro no corpo de Reed. Puxando o gatilho, uma bala explode do cano,
acertando Reed no ombro. Uma arma dispara de volta, acertando-me no peito,
jogando-me para trás enquanto o colete sob a camisa recebe a maior parte do
impacto. Entre o caos de armas de fogo e vozes gritando, eu vejo o corpo de Reed
correndo para a porta, sua mão sobre sua ferida aberta. Dom e Jake estão na saída,
uma de suas armas matando Duncan, seu corpo desabando no chão com um baque
horrível enquanto sua cabeça atinge a pedra.

Puxando meu gatilho, atiro em Reed na lateral, seus pés tropeçando para
alcançar a porta. Um tiro passa zunindo por mim, e eu avisto o buraco de bala que
Max colocou no Royal loiro de cabelos oleosos que tinha sua arma apontada para
mim. Voltando minha atenção para Reed, olho de volta para o cano da arma dele.
Eu não pisco ou hesito, puxando o gatilho da minha Glock e soltando outra bala em
seu corpo. Ela bate no peito quando outra bala o atinge no pescoço da arma de Dom.
O braço de Reed desaba, sua arma cai no chão quando ele fica de joelhos, sangue
saindo de sua boca, peito e lado. Não tenho tempo para vê-lo morrer.

Max puxa outra granada de luz do bolso lateral, puxa o pente, e joga-a no
grupo restante de Royals que cercamos. Protegendo meu rosto da luz, eu derrubo a
mesa mais próxima, me agacho atrás dela e levanto minha cabeça para mirar nos
Royals. Max e William caem ao meu lado. Um rastro de sangue rola pelo braço de
Max, mas ele não dá atenção a isso quando descarrega seu pente no grupo. Outro
corpo cai no chão; o Royal enorme que segurou William na cadeira o encara com
olhos vazios, sangue escorrendo em torno de seu peito.

Com um olhar para a esquerda, encontro Wesley e Ink atrás de outra mesa.
Meu coração pula uma batida, minhas pálpebras se expandindo, meu peito
apertando tão forte que minha respiração para. Ao lado de Ink, Wesley está
segurando seu pescoço enquanto o sangue escorre dele. Ink enfia sua camisa no
pescoço de Wesley enquanto Axel sai da estante de livros atrás deles e atira nos
Royals.

Mergulhando pelo chão, deslizo atrás da mesa de Wesley e Ink, sangue


manchando minhas mãos enquanto aplico pressão na ferida do Wesley.

— Fique comigo, velho!

A cor sumiu de seu rosto. Olhos vidrados olham para mim com uma expressão
de aceitação.

— Acabou... para mim, filho. Eu não estou... conseguindo... sair disso — ele
gagueja.

O cheiro de sangue enche as minhas narinas quando a respiração de Wesley


fica mais fraca. Outro tiro explode na direção da porta quando Dom derruba outro
Royal, então cai de joelhos para ajudar Jake. Sangue está vazando da perna
esquerda de Jake, e os dois trabalham para criar um torniquete com seu cinto.

— Sim, você está. — Sei que no fundo a declaração é mais para me convencer.
Perdi tantos que amo, que não suporto perder mais.

— Fique comigo, vou tirá-lo daqui. — Colocando o braço dele em volta do meu
ombro, eu tento levantá-lo. Ink faz o seu melhor para erguer Wesley do outro lado.

Uma tosse gorgolejante respinga sangue no chão. Os joelhos do Wesley cedem e


nós desabamos. Deitado sobre minhas coxas, ele grunhe enquanto tenta falar.
Lágrimas se acumulam em meus olhos quando o último homem da equipe do meu
pai e tio morre em meus braços. Segurando sua camisa, eu berro no ar, sugando o ar
quando luto para respirar.
À minha volta, os tiros pararam, mas a gritaria não. Feridas de sangue e balas
cobrem metade da minha equipe, mas não há um único Royal vivo. Max cai de
joelhos na minha frente, segurando meu braço com força.

— Precisamos ir. Precisamos terminar isso.

— Eu não posso deixá-lo!

Dom e Trevor colocam Jake de pé. A mão de Trevor está enrolada, o sangue
escorrendo do tecido que ele rasgou da camisa e amarrou-a. Axel manca em direção
à saída com Ink segurando-o de um lado. Max está segurando o braço contra o peito,
fazendo uma careta de dor. Não quero deixar o corpo do Wesley nessa bagunça
nojenta, para ser queimado entre as cinzas dos Royals, mas Max está certo, se não
terminarmos isso agora, vamos pôr em perigo a todos nós. Max puxa meu braço
novamente, e eu solto o corpo de Wesley. Pegando seu colar, carteira e chaves,
coloco-os no bolso e vou para o outro lado de Axel e Ink ajudá-los.

Todos, menos Dom e eu, nos amontoamos no caminhão do Axel. Com William
no banco do motorista, ele parte para minha casa, onde Liz está esperando para dar
ajuda médica ou enviá-los para hospitais, o que ela decidir. Na noite anterior, a
equipe escolheu incluí-la em nossos planos, sabendo que havia uma boa chance de
ferimentos de bala, e agora, estou grato por termos feito isso.

De pé, na porta traseira do meu caminhão, minha adrenalina está caindo, a


dor no meu peito piorando com a bala que meu colete levou. Dom arrasta o tanque
de gasolina da caçamba do caminhão, e eu noto sangue escorrendo pela bota dele.
Meu olhar sobe por sua perna e encontra o rasgo em sua calça jeans e o sangue em
seu lugar.

— Você levou um tiro.

Dom dá de ombros.

— É um ferimento superficial. Eu estou bem.

Balançando a cabeça, começo a rir, mas sou forçado a tossir. A dor aguda
arranha meu peito, quase me derrubando. Conforme ele carrega o tanque de
gasolina para dentro, eu continuo respirando fundo e andando por aí, verificando
nossos arredores, garantindo que o tiroteio não atraísse atenção. Com nada além de
escuridão que corresponde à minha alma quebrada, eu inalo outra respiração e me
junto a Dom dentro com o segundo tanque de gasolina. Nós dois cobrimos o espaço e
os corpos com o líquido inflamável, mas não consigo cobrir o de Wesley. Ver o corpo
do velho deitado aos meus pés abre um buraco no meu estômago. Minhas narinas
dilatam enquanto luto contra as lágrimas. Dom coloca a mão no meu ombro
enquanto olho para trás para a expressão solidária em suas feições endurecidas.

— Eu vou cuidar disso.

Assentindo, engulo o caroço na garganta e me afasto. Indo até o corpo de Reed,


deixo minha raiva e cólera me preencherem. O pensamento do lindo rosto da Jenna
é uma memória tão vívida quanto uma foto. Agachando, limpo em uma lágrima
caída, abro o isqueiro, acendo uma chama, e abaixo-a.

— Isso é por todas elas.

A chama toca o combustível, e em segundos, o brilho laranja está se


espalhando por suas roupas. Dom e eu não perdemos tempo correndo para fora do
prédio. Saltando para o meu caminhão, coloco-o em movimento e saio em alta
velocidade do estacionamento enquanto as chamas sobem atrás das janelas sujas no
meu espelho retrovisor.
CAPÍTULO VINTE E SETE

P
assar pela porta da frente é um lembrete do horror do qual escapamos.
Jake desmaiou no meu sofá em nada além de cuecas boxer com sua
perna costurada levantada em um travesseiro. Max está costurado,
enfaixado e está sem camisa enquanto reúne evidências cobertas de sangue em um
saco de lixo preto. William está bebendo uma garrafa de uísque ao encher um
segundo saco de lixo. Ink está sentado à mesa com Liz e Axel, com a mão contra a
testa em angústia quando ele vê Liz costurar Axel. Olhando ao redor, notei que um
de nós está faltando.

— Onde está Trevor?

Ink volta sua atenção para mim com olhos selvagens e uma cerveja na mão. —
Hospital.

Liz levanta a cabeça da canela do Axel. Vendo minha condição - roupas


cobertas de sangue e mãos manchadas - seus lábios finos abaixo de sua testa
enrugada. Há uma tensão incômoda que ela está escondendo. —Seu ferimento na
mão precisa ser examinado por um cirurgião se ele quiser pilotar novamente.
Audrey o levou.

Tirando minha camisa, eu puxo o velcro no colete à prova de balas. —Você


chamou Audrey?

Os olhos da Liz aumentam quando ela olha para o meu peito.

— Você precisa de um raio-x.

— Eu preciso de álcool, um chuveiro e dormir.


Olhando para baixo, vejo o dano. Há hematomas vermelhos e roxos ao redor da
ferida de impacto com alguns centímetros de largura. A ferida em si é roxa escura, a
pele rasgada e sangue seco endurecido ao seu redor.

— Eu vou precisar limpar isso e enfaixa-lo. Você pode ter uma costela
quebrada.

— Eu vou sobreviver —garanto a ela.

Dom tira sua camisa e o colete à prova de balas. Quando ele passa da mesa
para a pia da cozinha, Liz o inspeciona para garantir que não haja ferimentos. Seu
olhar abaixa para sua perna e pega o sangue seco em sua bota.

— Vou precisar olhar para a sua perna.

Dom dá um grunhido de reconhecimento enquanto lava as mãos. Entrando na


cozinha, lavo meus braços e mãos, em seguida, pego minha camisa arruinada do
chão e a jogo no saco de lixo mais próximo. Colocando a mão no bolso, retiro o colar,
carteira e chaves do Wesley, meu dedo alisando o talismã Kings MC gravado em
prata. A tristeza forma um caroço na minha garganta enquanto olho para seus
pertences. A pressão das lágrimas pinica meus olhos, fazendo-me fechá-los. Abrindo-
os, coloco os itens em uma gaveta, evitando a dor por enquanto.

A porta da garagem que se conecta à cozinha abre, e Synne passa por ela,
carregando suprimentos adicionais. O choque me atinge ao ponto de ficar ali como
um cervo congelado nos faróis.

— Melhor ainda, ela pode limpar e enfaixa-lo — diz Liz, acenando para Synne.

—Liz? — Eu admoesto.

—Eu precisava de ajuda, e ela precisava saber que você estava bem.

Synne coloca a oxigenada adicional, gaze e fita na mesa e rapidamente se


aproxima de mim. Ela se acomoda em meus braços abertos com lágrimas nos olhos.
Envolvendo as mãos nas minhas costas, ela me acaricia quando me abraça com
cuidado.

— Eu te amo, Nix, muito malditamente.


O cheiro de canela e baunilha sobe ao meu nariz enquanto minha bochecha
repousa contra a dela. Uma sensação de conforto alivia meus músculos cansados,
diminuindo um pouco da dor e da culpa. Engolindo o caroço na garganta, eu
sussurro: — Mesmo depois de saber o que fiz?

Ela se afasta e me encara com nada além de amor em seus olhos.

— Sim. Eu não vou a lugar nenhum. Não agora, nem nunca.

Gentilmente, ela me puxa, seus lábios quentes e macios apagando todos os


pensamentos da minha mente assim como seu beijo me enche com o calor de seu
amor. Enquanto aperto sua bunda, ela empurra para mim, e eu faço uma careta
com a pressão no meu peito. Afastando-se do nosso beijo, seu olhar vai direto para o
meu peito.

— Deixe-me cuidar de você.

— Tudo bem, baby.

Pegando minha mão, ela me leva até a pia, juntando a oxigenada e a gaze.
Enxugando minha ferida com cuidado, ela me observa com olhos tristes toda vez que
eu cerro meus dentes. Quando ela termina, segue as instruções da Liz e envolve
meu peito. William me entrega a garrafa de uísque e eu tomo vários goles. Liz
termina os pontos de Axel e convence Dom a se sentar. Depois que me troco, o resto
dos meus irmãos se revezam tomando banho e vestindo as roupas limpas que
guardavam na minha casa.

Com todas as roupas ensanguentadas, ataduras, tampões de ouvido e


evidências reunidas em sacos, William e Ink amarram e carregam no meu caminhão
junto com uma lata de gasolina. Dirigindo até minha loja, eles despejam os sacos na
lixeira comercial de aço que esvaziamos e acendemos. Da minha varanda, vejo as
chamas cintilando acima do topo da lixeira. Synne entra na varanda e pega minha
mão, seus dedos quentes deslizando entre os meus.

— Aconteça o que acontecer a seguir, não vou abandoná-lo.

Voltando-me para olhar para seu rosto lindo, eu o seguro em minhas mãos e
beijo os lábios da mulher que me deu um amor que eu nunca sonhei que era
possível.
— Eu te amo com tudo o que tenho para dar. Você é uma das melhores coisas
que já me aconteceram, mas se o que aconteceu esta noite me colocar na prisão, não
espere por mim, viva sua vida. Pilote duro, viva livre, e nunca olhe para trás.

Acariciando minha mão, ela a leva aos lábios e beija-a enquanto as lágrimas
brotam de seus olhos.

— Eu quis dizer isso. Não estou indo a lugar nenhum. Ajudarei Liz a
administrar os negócios e esperarei pelo homem que sacrificaria tudo para proteger
aqueles que ama, para que eu possa amá-lo do jeito que ele merece ser amado.

Colocando minha cabeça na dela, eu a inspiro, apreciando este momento,


congelando essa memória em minha mente, então eu nunca esqueço como é incrível
estar na presença dela, tocando-a, provando-a, sentindo seu amor. Minha boca
abaixa, tomando seus lábios, e com meu beijo, mostro a ela a paixão que acende
dentro de mim.

— Venha para a cama comigo.

Nós dois passamos por corpos adormecidos e silenciosamente subimos as


escadas para o quarto. Atrás da porta fechada, eu tiro suas roupas, me livro das
minhas, e a coloco debaixo de mim. Meu pau esticado desliza entre os lábios de sua
boceta enquanto ela me recebe com um gemido de prazer.

O aroma de café sobe para o meu quarto. Com um gemido, deixo meus pés
caírem para o lado da cama, cada movimento me lembrando da dor no meu peito e
exaustão do meu corpo e músculos. Synne acorda e um momento depois, esfrega as
mãos nos meus ombros, aliviando um pouco da tensão.

— Fique aqui, baby. Vou te dar um analgésico e café.


— Obrigado. Vou tentar tomar um banho.

Saindo da minha cama, olho por cima do ombro e vejo-a girar, bunda redonda e
apertada, meu pau se alongando em resposta. Se meu futuro é uma cela de prisão,
passarei os próximos dias transando com ela sempre que puder, porque vai ser uma
miséria sem ela. Colocando minha camiseta e boxer, ela desaparece pela porta do
meu quarto.

Obrigando-me a ficar de pé, eu coloco a palma da mão no meu peito dolorido e


vou para o banheiro conectado ao meu quarto. Ligando o chuveiro, coloco na
temperatura que prefiro e faço o meu melhor para desembrulhar o curativo ao redor
do meu peito. Synne chega quando eu estou terminando, colocando o café e Tylenol
no balcão. Ela recolhe o maço da minha mão e joga no lixo enquanto eu engulo os
comprimidos com café quente.

Tirando minha camisa e cueca, ela entra no chuveiro atrás de mim. Com as
mãos suaves, lava todas as partes de mim, em todos os lugares onde toca, uma
mistura calmante e excitante. Quando coloca o punho no meu pau e acaricia, ele
alonga em sua mão. Ela me enxágua, então vira a bunda em minha direção e coloca
as palmas das mãos na parede. Pegando seu quadril em uma mão, seguro meu pau
com a outra. Deslizando em sua boceta molhada e ansiosa, a fodo tão forte quanto
posso e nos levo ao orgasmo antes que meu peito doa e minha energia diminua. Com
um sorriso satisfeito, ela volta-se para mim, esfregando meu peito com dedos
suaves.

— Eu acho que nós devemos morar juntos.

Aproximando-a, beijo seus lábios macios e úmidos.

— Eu também, baby. Mas não aqui ou na sua casa. Vamos a um novo lugar...
juntos. — Minha mão acaricia os fios escarlates pelas suas costas, caindo para a
minha parte favorita dela. Ela ri quando aperto as suas nádegas.

— Eu adoraria isso.

Descansando minha cabeça contra a dela, abaixo meus lábios para sua boca
doce enquanto o medo aperta no meu estômago.

— Eu não quero perder você. Não agora que posso finalmente ser feliz.
Acariciando minha bochecha, suas palavras vacilam quando ela engole suas
lágrimas.

—Eu não quero perder você também. Eu te amo muito.

Por vários minutos, ficamos parados sob o jato de água morna, abraçados, com
medo de deixar ir. Mesmo quando saímos do chuveiro e nos secamos, somos atraídos
de volta para os braços um do outro, incapazes de evitar nos tocar. Tirando um
pente de uma gaveta, eu faço o meu melhor para pentear seu cabelo quando ela me
observa com olhos lacrimejantes no espelho. Abaixando o pente, puxo-a de volta
para o meu peito e beijo sua cabeça e pescoço.

— Não chore, baby. Dói-me ver você chorar.

— Estou preocupada com você.

— Eu sei. — Colocando meus braços em volta dela, acaricio sua barriga,


ignorando o formigamento de alfinetes no meu peito. —Volte para a cama comigo.

Abaixando minha mão, massageio entre suas pernas. Sua respiração aumenta,
transformando-se em gemidos silenciosos. Ela vira o rosto para mim, e eu sufoco os
gemidos com um beijo. Levando-a para o meu quarto, puxo sua toalha, e ela faz o
mesmo comigo. Aplicando pressão na minha cintura, ela me encoraja a sentar na
cama e monta no meu colo, colocando sua boceta sobre meu pau alongado. À medida
que fica mais grosso, ela se abaixa, levanta os quadris e desliza sobre ele. Suas
paredes quentes me cercam, limpando minha cabeça e emoções. Segurando sua
bunda em minhas mãos, eu a balanço para frente e para trás enquanto ela desliza
para cima e para baixo. Meu próprio gemido prazeroso enche meus ouvidos entre o
som escorregadio de sua boceta cavalgando meu pau. Aumentando meu aperto em
sua bunda, a embalo mais forte enquanto meu orgasmo se constrói, suas mãos
segurando meus ombros conforme sua cabeça cai para trás. Outro impulso e eu
alcanço o auge do nosso prazer, gozando dentro da minha mulher pecaminosamente
bonita.

Deitada na cama, eu a admiro no instante em que ela se senta em cima de


mim, seus seios fartos nus para eu ver. Juntando-os em minhas mãos, massageio-os,
desfrutando da sensação deles e como seus olhos se iluminam com desejo renovado.
—Tudo o que eu quero fazer é tocar e foder você o dia todo, mas preciso
verificar a minha equipe.

Colocando as mãos sobre as minhas, ela assume o controle, movendo minhas


mãos sobre seus seios, encorajando-me a apertá-los.

— Eu entendo. Cuide deles, então voltaremos a nos tocar e foder.

O canto da minha boca enrola. —Isso é um acordo, baby. Quando voltarmos a


este cômodo, vou te foder do jeito que nós dois gostamos.

Caindo de lado, sua boca se curva em um sorriso lascivo. —Isso é um acordo,


querido.

Quando me sento, os alfinetes pinicam meu peito, e ela me observa com


preocupação nos olhos.

— Você tem certeza que você está bem? Talvez você devesse ver um médico.

Pegando sua mão, eu a acaricio.

— Eu estou bem. É um tipo dolorosa, não um tipo que eu preciso de um


hospital. Eu prometo. Se fosse pior, eu dirigiria algumas cidades e veria um médico.

— Você jura que não está subestimando isso?

Minha mão desliza entre as pernas dela, massageando a coxa, aliviando um


pouco da tensão que vejo em sua testa enrugada.

— Eu não estou subestimando isso.

— Tudo bem. Fique quieto. Vou pegar suas roupas.

Apoiando meu peso em um braço, eu a vejo dar a volta no meu quarto,


encontrando minhas coisas e juntando roupas para eu vestir. A maneira como ela
cuida de mim está aumentando meu amor por ela. São as pequenas coisas como esta
que significam muito para mim. Engolindo o nó se formando na minha garganta, eu
pisco para trás os pensamentos rastejando em minha mente novamente. A ideia de
perdê-la é tão avassaladora, que tenho que desviar o olhar para controlar as
emoções que me inundam. Ela me traz roupas e me beija, preocupação enchendo
seus olhos enquanto me estuda.
— Vá para baixo. Pegue o café da manhã. Desço em um minuto.

Juntando suas roupas, ela vai ao banheiro. Alguns minutos depois, ouço a
porta externa do banheiro abrir e fechar, então seus passos seguem pelo corredor.
Soltando minha cabeça em minhas mãos, esfrego meu rosto, um suspiro exasperado
me escapando. Preciso me recompor - para minha equipe, para ela e para minha
própria sanidade.

Pensamentos de ontem à noite escorrem na minha mente, a imagem do corpo


de Wesley em meus braços. Lágrimas ameaçam derramar, então me levanto da
cama e me visto. Descendo as escadas, encontro a maioria da equipe se movendo.
Ink e William trabalham juntos para fazer o café da manhã. Dom está na cadeira da
sala, verificando as notícias. Jake ainda está dormindo no sofá, mas felizmente, sua
cor é melhor, e ele está em roupas limpas.

— Ele acordou ontem à noite? — Pergunto à Liz no instante em que ela se


senta na beira do sofá, acariciando o rosto do Jake com o tipo de afeto que ela só tem
por ele. Abaixo de seus olhos estão anéis escuros de uma noite sem dormir, e em seu
olhar suave está a preocupação.

— Sim, ele entrou e saiu do sono a noite toda, teve febre, mas passou esta
manhã. Ele vai ficar bem. A bala passou direto sem nenhum dano maior, mas ele
não vai andar por um tempo. — Ela olha para mim com preocupação. —Ele precisa
ver um médico. Ele precisa de antibióticos.

— Leve-o para o mesmo hospital que Trevor. Continue com a mesma história
de um acidente com várias motocicletas.

Liz se levanta e rapidamente recolhe suas coisas. —Vocês podem me ajudar a


colocá-lo no carro?

Ink e William entram na sala e ajudam a levantar Jake. Seus olhos piscam
abertos, e ele resmunga.

— Vamos levá-lo ao hospital — diz William a ele.

— Eu estou... bem — ele murmura.

Liz abre a porta para eles.


— Não discuta, baby. Você precisa de antibióticos.

Felizmente, ele não discute e deixa William e Ink levá-lo para o carro sem
lutar. Seguindo-os, me certifico que eles o colocaram no carro sem problemas.

— William, Ink, vocês se importam de ir com eles?

— De jeito nenhum. — William sobe no banco do passageiro do Camaro de Liz,


e Ink fica na parte de trás com Jake. Eu os vejo sair quando minha ansiedade
começa a crescer.

De volta para dentro, Synne me dá uma xícara de café fresco e um pãozinho de


canela. Caindo no sofá, tento comê-lo apesar da minha falta de apetite. Synne serve
pãezinhos de canela para Dom, Max e Axel, em seguida, se junta a mim no sofá.

— Alguma notícia? — Eu pergunto ao Dom.

— Nada ainda.

— Pode significar que o incêndio ainda não foi detectado — acrescenta Max,
aproximando-se do sofá. Ele enfia o pãozinho de canela restante da mão na boca e
dá de ombros.

— Synne, você se importa de nos dar um minuto? — Dom pergunta.

— Sim, claro. — Inclinando-se, ela me beija, pega sua xícara de café da


mesinha e vai para a varanda. Quando a porta se fecha atrás dela, o olhar de Dom
passa sobre cada um de nós, então permanece em mim.

— Ainda não acabou. Ainda há um Royal restante.

— Isso está em minha mente esta manhã. Se ele ainda está no hospital, não
podemos chegar até ele. Se ele estiver fora, precisamos decidir se queremos ou não o
tirar agora ou mais tarde.

— Precisamos dar uma volta na casa dele e ver se ele está lá — acrescenta
Max. —Se ele estiver, precisamos ter um plano em vigor.

— Precisa ser rápido — eu digo a eles. —Dentro e fora em poucos minutos.


Sem pistas.
— Eu posso cuidar dele — Dom me assegura.

— Não. — Eu balanço a cabeça para ele. —Deveria ser eu.

— Então vamos juntos — ele insiste, sentado na cadeira. —Você está fraco por
causa do impacto no peito. Você vai precisar de apoio.

Não gosto de admitir, mas ele tem razão. A menor pressão e estou pronto para
ceder.

— Tudo bem. Pegamos um veículo, estacionamos a 800 metros de distância,


caminhamos até a casa dele, pela porta dos fundos.

— Eu estou indo — afirma Max. —Só no caso de encontrarmos algum


problema.

— Axel.

No final do sofá, ele olha para a xícara de café com olhos cansados. Entre o
trauma de ontem à noite e a dor na perna, ele provavelmente não dormiu muito.
Vamos precisar de um tempo sério para descansar e nos recuperar.

— Sim?

— Você se importa de verificar Trevor e Jake e ser nosso ponto de contato


aqui?

— O que você precisar — ele diz com dedicação.

— Obrigado, irmão. — Olhando para os outros dois, eu digo. —Vamos reunir o


que precisamos.

Max e Dom vão para a garagem para pegar suprimentos. Enquanto eles fazem
isso, eu vou até a varanda. Synne está sentada no banco branco de madeira de dois
lugares com as pernas puxadas para o peito, olhando na direção da lixeira da loja. O
som da abertura da porta chama sua atenção para mim, e seu sorriso levanta,
iluminando todo o seu rosto.

—Ei, querida.

Ela abaixa as pernas, e eu preencho o espaço vazio ao lado dela.


— Eu tenho que sair. Há mais uma coisa que precisa ser cuidada.

— Você pode me dizer o que é?

Olhando para trás para seu olhar esperançoso, o meu próprio se perde nas
manchas de marrom-dourado misturado com o verde-oliva bonito em seus olhos.

— Ainda há um Royal restante.

— Oh. — A mão dela desliza sobre minha perna e acaricia enquanto a luz em
seus olhos escurece. —Tenha cuidado, por favor.

Inclinando-me em sua direção, coloco meu braço em volta dos ombros dela e a
trago até mim. — Eu vou, baby. — Beijando sua cabeça, eu acaricio ao longo do
braço e do lado dela. —Você estará aqui quando eu chegar em casa?

— Sim. Vou até a loja para responder às mensagens de voz e me atualizar


sobre os negócios. Eu preciso me manter ocupada, e eu não quero que você perca
clientes.

Essa mulher, tão carinhosa e leal é tudo para mim e o lembrete de por que eu
corri os riscos que corri. Jenna e Angela não mereciam morrer, e Synne não merece
viver uma vida de medo de que ela possa ser estuprada e assassinada em qualquer
momento inesperado. Nem minha irmã, nem qualquer uma das mulheres dos Kings.
Para mim, o risco vale a pena. Prefiro assistir Synne e Liz viverem uma vida livre
de uma cela de prisão do que enterrar outra mulher que amo.

Trancando meus lábios com os dela, alimento cada grama de paixão no beijo. A
mão dela desliza pela minha coxa e esfrega meu pau, endurecendo-o.

— Salve esses pensamentos, baby. Quando eu chegar em casa, estamos


satisfazendo-os.

— Eu te amo, Nix Wilson.

— Eu te amo, Synne Jacobs, mais do que as palavras podem expressar.

Colocando as mãos no meu rosto, ela me beija, então me segura lá conforme ela
olha nos meus olhos, seu olhar amoroso perfurando meu coração e espalhando
aquela sensação calorosa por todo o meu corpo.
— Eu nunca amei ninguém tão profundamente. Você é o homem com quem
quero estar e com quem quero viver. Estou totalmente com você.

Pegando suas mãos, eu as abaixo e as seguro na minha enquanto pressiono


meus lábios nos dela, saboreando o sabor doce de seu beijo.

— Estou com você também. Você é minha mulher, minha linda Synne. — Eu
beijo a bochecha dela, depois pescoço, prazer em ver arrepios subindo em sua pele.
—Eu sempre vou protegê-la.

— Eu sei em meu coração que você vai.

A porta da garagem se abre atrás de mim para Dom e Max, puxando meu
caminhão para fora. Synne engole, a cabeça baixando. Colocando meus dedos
debaixo do queixo dela, eu o levanto. Mata-me ver lágrimas se acumulando em seus
olhos.

— O que foi?

— Cinco anos, estive com meu ex, e ele nunca chegou perto de me fazer sentir o
amor e a segurança que você me faz sentir. Tenho medo de perder você.

Puxando-a para o meu peito, beijo sua cabeça. Quero dizer a ela que tudo vai
ficar bem, mas não posso. Não sei quais serão as consequências de nossas ações.
Tudo o que posso fazer é aproveitar o tempo que tenho com ela, a partir de hoje à
noite.

— Quando eu estiver em casa, prometo ajudá-la a esquecer de seu medo.

Dou-lhe um último beijo e deixo-a na varanda quando Axel sai mancando pela
minha porta para se juntar a ela. Subindo no meu caminhão, Max me entrega meu
colete à prova de balas e uma arma enquanto Dom nos tira da garagem. Não consigo
olhar para Synne quando vamos embora. Isso só vai fortalecer a sensação dolorosa
no meu estômago.
CAPÍTULO VINTE E OITO

F
elizmente, todos que deixaram mensagens esta semana ficaram felizes
em ouvir minhas notícias. Eu tenho cada um deles agendado no
calendário para um reparo ou trabalho personalizado. Querendo me
manter ocupada, Axel se juntou a mim na loja. Nas últimas três horas, ele tem
trabalhado em reparos na garagem enquanto eu pagava as contas de serviços
públicos, arquivava faturas completas, agendava e ligava para dois clientes para
que pegassem suas motos que ficaram prontas. O segundo cliente está saindo
quando Axel manca para o escritório, limpando graxa de suas mãos com um pano.
Ele o deixa cair no balcão, e pelo inchaço vermelho nos olhos, posso ver que ele está
cansado e dolorido. Eu saio e dou um tapinha com minha mão no banco.

— Aqui. Você precisa mais do que eu.

Não passou despercebido que Nix não é o único que fez sacrifícios. Cada
membro dos Kings também fez. Quaisquer que sejam suas razões pessoais, eles
escolheram confrontar os Royals e assumir quaisquer consequências juntos.

— Eu terminei no escritório. Estou voltando para casa para preparar o jantar


para todos vocês. Você está pronto para voltar?

Axel passa as mãos através dos longos cachos castanhos e solta um suspiro
exausto.

— Eu estou. O jantar parece bom. O que você está fazendo para nós?

— Frango, purê de batatas, feijão e pães. Isso soa bem?


— Minha boca começou a salivar com o frango e purê de batatas — ele brinca,
com a boca curvada de um lado.

— Bom. Você está bem para caminhar de volta para a casa?

— Eu vou conseguir, mas provavelmente devo colocar minha perna para cima
quando voltarmos.

— Sim, você deveria — eu ordeno.

Olhando pela porta da garagem, vejo que ele já fechou tudo. Tranco a porta na
minha frente, em seguida, pego meu telefone no balcão e as chaves do escritório na
gaveta. Usando a pequena, eu tranco a gaveta de dinheiro, então aceno minha mão
para Axel me seguir para fora.

— Você recebeu alguma mensagem ou chamada dos caras?

Axel faz careta a cada passo, mas não para.

— Sim, Trevor e Audrey estão voltando para casa. Trevor sobreviveu à


cirurgia. Ele terá todas as funções de sua mão, parece. O ferimento de faca não
destruiu seus nervos ou tendões.

— Graças a Deus.

Cruzando o gramado, vejo a casa de Nix à distância e procuro seu caminhão,


mas ainda não voltou. Meu coração afunda, a preocupação umedece minhas palmas
e seca minha boca. Tento não pensar o pior e, em vez disso, continuo falando.

— E Jake?

— Ele está melhor. Liz pegou seus antibióticos e eles estão voltando.

— Você pode enviar uma mensagem para o grupo e deixá-los saber que estou
cozinhando para todos?

— Sim. Eles vão gostar disso. Poderíamos ter uma boa refeição juntos como
uma família.

Axel para e sopra um fôlego. Eu posso ver a dor gravada em sua testa
enrugada e nariz franzido.
—Aqui. Use-me para apoio.

Eu me aproximo, e Axel me acena.

— Você é a ol’ lady do Nix. Não é certo eu tocar em você.

— É meu ombro, Axel. Ele não vai ficar com raiva por você colocar o seu peso
em mim para ajudá-lo a andar.

Axel fica em linha reta e balança a cabeça.

— Não. Simplesmente não parece certo. Eu me viro.

Revirando meus olhos, agarro seu braço e coloco por cima do meu ombro.

— Supere isso. Estou te ajudando.

Axel recua, mas mantenho o braço dele e nos movo para frente. Com a
facilidade da minha ajuda, ele cede e coloca seu peso em mim.

— Obrigado — ele resmunga.

— De nada.

Com o sol quente batendo em nós, caminhamos pelo quintal em direção à casa
de Nix. O Camaro da Liz para na entrada, e meu ânimo levanta. Saindo do carro,
William corre até nós, colocando o outro braço de Axel em volta dele. O peso de Axel
fica mais leve e somos capazes de andar muito mais rápido. Ink e Liz ajudam Jake a
entrar na casa. De onde estamos, posso ver que Jake parece muito melhor, sua cor
habitual de volta, e ele está lúcido. Entrando na casa, Axel tira o braço de mim e usa
a ajuda de William para o sofá. Axel e Jake batem os punhos enquanto sustentam
suas pernas na mesa de café.

— É bom vê-lo, irmão — diz Axel a ele.

Liz sorri para eles e coloca um travesseiro debaixo de cada uma de suas
pernas. —Eu vou conseguir algo para vocês dois beberem. Axel, você precisa de
alguns remédios para dor?

— Sim, minha perna está me matando.


Ela se move para ele e levanta a perna da calça. Ele tenta acenar para ela, que
bate na mão dele. Com a perna da calça puxada para cima, o inchaço rosa é visível.
Ela olha para ele com uma carranca e abaixa a perna da calça.

— Você precisa ficar fora dela durante a noite e colocar gelo pelos próximos
vinte minutos.

— Tudo bem, chefe.

Na cozinha, eu pego o saco de batatas que está no canto do balcão e levo-as


para descascá-las. Para minha surpresa, William se junta a mim. Pegando uma faca
da gaveta, ele pega uma batata da pilha e começa a descascar. Quando encontramos
o olhar, o lado da boca dele torce para cima.

— Preciso me manter ocupado.

— Eu entendo. Acho que todos nós estamos nos sentindo assim.

— Eu meio que sinto falta de Maci, mas também estou feliz que ela não está
por perto. Ela não estaria levando as coisas tão bem quanto você.

— Não deixe meu exterior calmo enganá-lo. Estou pirando por dentro. Eu não
quero que nada aconteça a qualquer um de vocês.

William sopra uma respiração e engole, seu pomo de Adão balançando


enquanto suas narinas se inflamam. —Eu também não.

Corto as batatas em cubo e as coloco em uma panela com água fervente.


Começo a temperar o frango quando a porta da frente se abre. Meu olhar vira para o
som, esperando que Nix passe. É a tia de Nix, May, carregando Liam em seus
braços com Erika seguindo atrás. Os três entram na sala de estar, e Erika ajeita o
cercado de Liam. Liz corre para tia May, que está estendendo os braços para Liz
pegar Liam.

— Ele foi muito bom para a tia May.

Liz envolve seus braços em volta dele, abraçando-o e beijando-o enquanto ela
sussurra palavras particulares em seu ouvido. Jake coloca um braço no sofá e olha
para Liz e Liam.
— Traga-o aqui, querida. Eu quero segurá-lo.

Liz o leva e coloca nos braços de Jake. Jake joga Liam no ar, e ele
imediatamente ri, um enorme sorriso soprando suas bochechas minúsculas. O
espírito da sala parece mais leve com Liam lá. Todo mundo está observando-o,
entretidos por seu sorriso babado e risadas animadas.

Erika sai da sala, vindo em minha direção e William na cozinha.

— Pegue uma cerveja e relaxe. Eu assumo a partir daqui — diz ela a ele.

Sem discussão, ele tira uma cerveja da geladeira e se junta ao resto dos caras.
O jantar está quase pronto, e eu estou colocando os pãezinhos para assar quando a
porta da garagem se abre e Nix, Dom e Max entram, completamente ilesos.
Fechando rapidamente a porta do forno, eu ajusto o temporizador e corro para Nix.
Abrindo os braços, ele me puxa e me beija.

— Estou tão feliz que você está em casa.

— Eu também, baby. — Com um beijo, ele me solta. —O que você está


cozinhando? Cheira bem.

— Frango, purê de batatas, feijão e pãezinhos.

— Obrigado. — Levantando meu queixo, ele me beija novamente. —


Precisamos de um jantar em família.

Com uma carícia no meu braço, ele me beija pela terceira vez, e posso dizer que
ele está ansioso para que passemos um tempo a sós ou pelo menos sermos capazes
de sentar e sermos carinhosos.

— Tome uma cerveja e relaxe. Estará pronto em breve.

Dom está atrás de nós, com a boca colada na da Erika enquanto Max está
pegando na geladeira três cervejas. Os caras tiram-nas das suas mãos e vão para a
sala de estar se juntar aos outros.

— Onde vocês estavam? — Jake pergunta.

Nix se inclina contra a parede, seu olhar vagando pela sala, permanecendo
sobre as mulheres.
— Tivemos que terminar o trabalho que começamos.

Jake acena o queixo na compreensão. —Vocês terminaram?

Dom dá um tapinha no ombro de Jake por trás do sofá.

— Sim, irmão, nós fizemos. Está feito.

— Algum problema? — Axel pergunta, um toque de preocupação em sua voz.

— Nenhum — responde Max. —Foi um trabalho limpo.

William abaixa a cabeça em suas mãos, passando os dedos pelo cabelo. —É um


alívio ouvir isso.

— É isso, irmão — Axel concorda.

Quando entro na sala, Nix estende o braço para eu ficar enrolada debaixo dele.
Com o braço em volta do meu ombro, ele acena para a cozinha.

— Jantar pronto?

— Sim. Você se importa em tirar a mesa dobrável da garagem?

— Sem problemas.

Nix abaixa o braço e se move em direção à garagem enquanto William e Ink se


levantam da cadeira e do chão.

—Nós conseguimos, Pres, — William diz a ele.

Com um aceno de agradecimento, Nix me puxa de volta para o seu braço, me


aproximando, para que ele possa falar apenas para mim.

—Estou feliz que você está aqui. Mais tarde, tudo o que eu quero é estar com
você.

Meus olhos encontram os dele e vejo a necessidade e o desejo transbordando


em suas íris. Meus dedos roçam a barba na sua mandíbula, trazendo os lábios dele
para o meu.

—Eu quero o mesmo.


O calor do seu beijo se espalha por todo meu corpo. Por momentos - nossos
lábios pressionados juntos, nossas línguas saboreando e provocando - não há nada a
temer, nenhuma emoção mais forte do que o amor que possuímos.

Quando ele se afasta, o canto de sua boca sobe, e ele me encara com adoração
amorosa no instante em que ele puxa meu cabelo com as mãos, mantendo meu olhar
combinado com o dele.

— Eu te amo.

— Eu também te amo.

William e Ink voltam da garagem com a mesa dobrável. Enquanto eles a


colocam contra a mesa de jantar, a porta da frente se abre para Trevor e Audrey. Os
caras aplaudem, dando as boas-vindas a ele com tapinhas nas costas.

— É bom vê-lo em casa — diz Nix a ele, estendendo um braço para as mãos
com a mão boa de Trevor.

Trevor levanta a mão enfaixada e sorri. —Eu ainda posso pilotar, irmãos. É um
bom dia.

— Sim, é — Nix concorda.

Mudando para a sala de jantar, Liz, Erika, e eu servimos a comida enquanto


Audrey arruma os pratos. Ao redor das duas mesas, nos reunimos como uma
família. Antes de comermos, todos olham para Nix. Pegando um colar de prata com
um pingente Kings MC de uma gaveta, ele o ergue, umidade enchendo seus olhos. O
que ele está prestes a dizer é claramente difícil para ele.

— Perdemos um bom homem ontem, um irmão leal que esteve conosco nos
melhores e piores momentos. Ele não será esquecido. Seu sacrifício não será
desperdiçado. Sua memória, seu nome, seu amor pela irmandade continuarão. —
Nix estende a mão para Liz segurando Liam em seus braços e coloca o colar em
volta do pescoço. —Vamos honrá-lo ensinando à próxima geração o que significa ser
um King e o que significa ser um grande homem como Wesley Holmes.

Segurando suas lágrimas, os homens dão acenos de aprovação a Nix. Tocando


minha perna, Nix dá um aperto suave, um ato para se acalmar enquanto olha para
seus irmãos emocionados. Liz e tia May limpam as bochechas úmidas. Colocando
um braço em volta da Liz, Jake a beija, depois Liam.

— Irmãos. — Nix olha para mim e desliza um dedo debaixo do meu queixo. —
Senhoras. Nós somos uma família. E não há limites que eu não ultrapasse, para
proteger esta família. Nem agora, nem nunca.

William levanta sua cerveja no ar, e o resto dos caras seguem.

— Para Nix. Ao Wesley. Para o futuro dos Kings.

Qualquer que seja o estresse que esses homens estejam carregando, eles o
deixam passar pela próxima hora, a sala se enchendo de conversas, risadas e elogios
para a minha comida. À medida que a refeição termina, Nix segura a parte inferior
da minha cadeira e me desliza mais perto.

— Obrigado por isso. — Ele beija minha bochecha e deixa um braço em volta
do meu ombro enquanto fala com os caras.

Já é noite antes do último dos Kings voltar para casa. Com os pés cansados,
volto para a cozinha para limpar. Pegando minha mão, Nix me impede.

— Deixe isso. A única coisa que importa agora somos nós.

Conduzindo-me lá para cima, ele me leva para o seu quarto. No momento em


que a porta se fecha atrás de nós, nossos lábios estão colados uns nos outro.
Somente quando nossas camisas saem, nos separamos. Sem roupas no caminho,
minhas coxas fazem contato com sua cama, então são levantadas no ar. Minhas
costas estão deitadas na cama desfeita que deixamos esta manhã, seu calor
acalmando meu corpo quando ele se deita sobre mim. Deslizando as mãos entre
minhas pernas, ele fortalece o desejo de satisfação. Abaixando minha mão, eu
acaricio sua ereção enquanto ele geme com alívio na minha boca.

— Preciso tanto de você agora — ele murmura.

—Sou sua.

Retornando seus lábios aos meus, ele desliza para dentro de mim, empurrando
tão lento que eu mergulho no esquecimento impensado. A cada impulso apaixonado,
ele beija ao longo do meu corpo, seus dedos emaranhados com os meus, enrolando-se
mais apertado enquanto ele empurra mais fundo.

— Eu te amo. — Em um sussurro pressionado ao meu ouvido, ele me desvenda,


expõe a parte mais protegida do meu coração, e a reivindica como sua.
CAPÍTULO VINTE E NOVE

DUAS SEMANAS DEPOIS...

C
olocando uma inicial na última fatura, eu reúno a pilha e as arquivo na
minha mesa para o mês associado. Jeff entra no meu escritório, seu
cabelo salpicado recém-lavado e repartido para o lado, seu bigode grosso
e penteado. Ele parece bem descansado e pronto para o seu turno esta noite.
Felizmente, o bar do clube teve uma recuperação rápida, especialmente com o bar
dos Royals sendo fechado. Com novas mesas, cadeiras e bebidas reabastecidas,
ficamos felizes em acomodar os novos clientes. Este fim de semana será nossa
primeira festa em duas semanas. Minha equipe está se curando, e nossas vidas
estão avançando, apesar da nuvem de incerteza que paira sobre nós.

— Você tem um visitante, chefe.

O comentário do Jeff me pega de surpresa.

— Quem é?

— Agente Adams do TBI.

Minha garganta se contrai, o almoço que comi há pouco tempo se tornando azia
rapidamente.

— Você quer que eu o mande entrar?

— Sim.
Jeff desaparece pela minha porta, e eu passo uma mão no meu rosto enquanto
meu intestino se torce em agonia. Momentos depois, o Agente Adams entra, seu
distintivo de aplicação da lei brilhando no peito de sua camisa polo. Apontando
minha mão em direção à cadeira em frente a mim, eu ofereço a ele.

— É bom vê-lo, Wilson.

Colocando minha cara de poker, eu sorrio de volta.

— O mesmo, Agente Adams. O que te traz?

Adams se inclina para trás na cadeira, descansando os cotovelos sobre os


braços e as mãos no cinto carregado em torno de sua cintura.

— Eu tenho algumas informações que pensei em compartilhar com você. —


Com uma testa levantada, ele encolhe o ombro. —Quem sabe, talvez você já saiba.

— Não saberei até eu ouvir.

— Isso é verdade. Bem, primeiro as coisas mais importantes. Estou me


aposentando.

— Parabéns — eu elogio, imaginando onde isso está levando.

— Obrigado. Estou ansioso por isso. Minha esposa está ainda mais feliz. Ela
quer fazer algumas viagens agora que eu vou ter o tempo livre.

— Eu recomendo Yellowstone. Nós fizemos algumas corridas por essas partes.


É uma paisagem magnífica.

O lábio inferior de Adams se projeta para fora e para dentro, um reflexo de seu
pensamento. —Vou dar uma olhada nisso. Obrigado pela recomendação. Porém, eu
não estou aqui para sugestões de viagem. — Ele bate no braço da cadeira com a
palma da mão.

— Fiz uma promessa a mim mesmo de que, uma vez que eu encerrasse o caso
sobre os Wild Royals, me aposentaria, e é isso que eu vou fazer. Tenho trabalhado
neste caso, tentando derrubá-los por seis anos. — Ele se inclina para a frente à
medida que a paixão em sua voz cresce. —Esgotaram os recursos locais,
consumiram incontáveis dólares de impostos, e tem sido um peso sobre minha saúde
e meu casamento. Tudo isso mudou há cerca de duas semanas, quando recebi um
relatório de que uma antiga fábrica de tabaco havia queimado, e havia restos
humanos encontrados dentro.

O suor amortece minhas palmas e a parte de trás do meu pescoço, mas eu


permaneço impassível.

— Sério?

— Esses restos eram dos Wild Royals. Suas motocicletas estavam estacionadas
do lado de fora, e entre as cinzas, joias e fivelas de cinto foram encontradas com o
emblema dos Royals.

— Então, o que aconteceu?

Um sorriso surge no canto de sua boca, revelando seus dentes manchados de


café.

— Eu pensei que você poderia perguntar. Meu relatório concluiu que os Wild
Royals foram assassinados pelo cartel de drogas. Outras evidências fornecem uma
história clara. Rex Alverez também foi assassinado em sua casa. O mesmo estilo de
execução da fábrica de tabaco. Parece que os métodos de tráfico de drogas e
assassinato dos Wild Royals os pegaram. O que quer que tenha acontecido com o
sistema de distribuição deles na oficina foi o começo do fim. Perder quase um milhão
de dólares das drogas do cartel não ficaria impune.

Adams empurra da cadeira e fica de pé.

— Você e eu temos algo em comum, Wilson.

— O que é isso?

— Os Wild Royals não são mais problema nosso. — Adams acena o queixo para
mim. —Com certeza falarei com minha esposa sobre visitar Yellowstone.

Meus ombros abaixam e minha respiração gradualmente escapa. Recostando-


me na cadeira, eu vejo Adams caminhar em direção à minha porta. Com a mão na
maçaneta, ele para e se vira para mim, um sorriso curva sua boca de uma forma
travessa, levantando minha sobrancelha.
— Durante minha investigação, vi dois de seus membros do Kings internados
em um hospital há cerca de duas semanas. Um tinha um ferimento na mão e outro
na perna. Você deveria dizer a eles para serem mais cuidadosos nessas motocicletas.
— A testa do homem sobe ligeiramente à medida que seu sorriso aumenta. —Tome
cuidado, Wilson.

Soltando um suspiro, uma inundação de emoções passa por mim. Com minha
adrenalina caindo, eu permaneço congelado enquanto o choque e alívio aparecem.

Acabou. Finalmente acabou.

Tirando meu celular do bolso, deixo a cadeira e vou para a sede do clube para
garantir que o Agente Adams tenha ido embora. Com ninguém além do Jeff na sala,
eu ligo para Max.

— Traga todos aqui. Eu tenho notícias.

Se alguma vez já houve uma noite para comemorar, é esta. Jeff prepara oito
copos de doses e adiciona um para si mesmo. Enquanto o outro garçom, Andrew,
serve os clientes, os Kings estão alinhados ao longo do bar, levantando nossos copos
de shot no ar.

— Juntos vivemos, juntos pilotamos, juntos morremos — eu brindo.

Todos os oito copos são virados e esvaziados, o barulho dos fundos de vidro
fazendo música através da superfície de madeira. Jeff move a garrafa de uísque por
cima dos copos e recarrega, seu sorriso alcançando suas orelhas.

— À irmandade dos Kings! — Max grita.

Todos nós esvaziamos os copos. Abraços e tapinhas nas costas circulam. As


mulheres dos Kings, em uma mesa próxima, saíram para se juntar a nós. Dom pega
Erika e a gira, abaixando-a para beijá-la. Jake coloca os braços em volta da Liz e a
beija. Trevor e Audrey se abraçam, lágrimas enchendo os olhos enquanto ela coloca
a cabeça em seu ombro. Synne entra em meus braços abertos, e eu aperto sua
bunda, levantando suas pernas em volta da minha cintura.

— A melhor maneira que eu sei para comemorar é estar dentro da minha linda
mulher.

Sob seus cílios grossos há um sorriso tão brilhante, que ilumina meu coração.
Levando-a para fora do clube, eu a levo em direção aos quartos privados. Atrás de
nós, os assobios desaparecem à distância. No andar de cima, eu escolho o quarto
maior e a coloco debaixo de mim na cama.

Desabotoando seu jeans, eu o tiro de seus quadris, levando sua calcinha preta
com ele. Sua camisa vermelha, justa e decotada, mostra seus peitos deliciosos.
Abaixando meu rosto, enterro minha boca neles, lambendo e beliscando sua pele
firme. Com a mão em volta do meu pescoço, ela me segura lá, encorajando meus
movimentos enquanto tira a blusa, deixando seus seios derramarem. Apalpando
ambos, eu encho minha boca com o mamilo dela, deixando escorregar entre meus
dentes com um estalo. Sua respiração e sua necessidade por mim aumentam.

Colocando a mão no meu pau alongado, eu trabalho seu punho sobre ele, a
sensação de sua palma aumentando meu desejo de ter sua boceta enrolada em torno
dele. Brincando com seu clitóris, coloco o polegar sobre ele, vendo sua cabeça cair
para trás com prazer. Colocando dois dedos dentro dela, eu acaricio seu ponto G,
seus gemidos ansiosos implorando por mais. Meus movimentos são rápidos, tocando
e provocando-a em todos os lugares, o que provoca gemidos de sua boca doce.

Com seu desejo em um frenesi, ela se afasta de mim, ajoelhando-se e engolindo


meu pau, chupando-o como se fosse o pirulito favorito dela, fazendo de mim um filho
da mãe grato.

Com sua boca quente e molhada engrossando minha ereção e me direcionando


para um orgasmo muito cedo, eu pressiono seus ombros, baixando-a de costas.
Segurando seus joelhos eu a viro, e ela olha por cima do ombro para mim com um
sorriso perverso que implora para eu estar dentro dela.

Batendo em sua bunda, eu tenho prazer na marca que deixa – minha marca,
minha bunda, minha mulher. Puxando seus quadris para mim, guio a cabeça do
meu pau até os lábios da boceta e deslizo para dentro, puxo para fora, e empurro
mais forte, mais profundo, fodendo-a em gritos de prazer felizes.

Com uma mão enrolando em torno de seu cabelo, eu puxo a cabeça dela para
trás e acelero meu ritmo. Seus punhos apertam a colcha, seus gemidos tão altos que
combinam com o ritmo da música lá de baixo. Ela goza forte, encharcando meu pau,
ronronando com um gemido satisfeito enquanto ela solta o aperto no cobertor. Outro
impulso e eu deixo minha cabeça cair para trás, a sensação eufórica tomando conta
quando eu gozo dentro dela.

Momentos depois, eu saio. Mantendo-a embaixo de mim, massageio suas


costas. Deitado sobre ela, eu entrelaço meus dedos com os dela, beijando e chupando
a curva tenra do seu pescoço e ombro.

— Eu quero reivindicá-la de todas as maneiras que um homem pode


reivindicar uma mulher. Case comigo, Synne. Seja minha esposa.

Ela se vira debaixo de mim e deito em cima dela, meus dedos acariciando seu
rosto e cabelo enquanto ela me encara com olhos amorosos.

— Sim. Não tenho dúvidas de que você é o homem com quem quero passar
minha vida. Eu te amo.

— Eu te amo, baby. Você entrou na minha vida e trouxe com você o tipo de
felicidade que nunca pensei que experimentaria novamente. Você é tudo o que eu
precisava e mais do que eu provavelmente mereço.

— Você me merece, tanto quanto eu mereço você. Nós somos o que o outro
precisava.

— Você está certa. — Passando meu polegar ao longo de sua mandíbula e


lábios, sinto prazer na maneira como ela fecha os olhos e libera uma respiração
sensual. —E eu vou passar minha vida mostrando o quanto sou grato por ter você.

Seus olhos se abrem e olham para mim com paixão sincera em seu olhar.

— Você já mostra na maneira como me ama. Você é um homem incrível, e eu


amo você de todo o coração.
CAPÍTULO TRINTA

TRÊS MESES DEPOIS...

E
ntrando no estacionamento do clube, desligo o motor e olho para meus
irmãos. Jake está sentado em cima de sua motocicleta em puro êxtase,
finalmente capaz de voltar em sua Harley e dar um longo passeio.
Todas as nossas feridas estão curadas, emocionalmente e fisicamente. Há uma nova
sensação de liberdade que carrego comigo agora, não mais olhando por cima do
ombro, esperando dor e miséria para me cumprimentar. Os últimos três meses da
minha vida foram os melhores que já experimentei. Minha noiva e eu compramos
uma casa nova e vamos nos mudar neste fim de semana. Será um ajuste viver mais
do que uma curta distância da minha loja e da sede do clube, mas uma viagem de
um quilômetro para nós vale a pena começar este novo capítulo em nossas vidas.
Vou deixar ir, o passado permanecer onde ele pertence. Synne e eu merecemos um
lugar que seja nosso, onde possamos construir uma vida para nós dois e, com sorte,
para nossos filhos. Ela é o combustível que me impulsiona para frente, a força que
me mantém equilibrado. Sem ela, eu estaria perdido.

— O que você acha que elas planejaram?

A voz de Jake me tira dos meus pensamentos; eu encolho meus ombros e subo
os degraus até a entrada.

— Com nossas mulheres, tudo é possível.

Minha equipe me segue até o bar do clube, nossas botas param enquanto lemos
as placas verdes coladas no chão que nos direcionam ao nosso tribunal privado.
Seguindo as setas recortadas, abrimos a porta e entramos. Audrey, Liz, Erika e
Synne estão sentadas em uma extremidade da mesa com um bolo no centro. À
esquerda do bolo e dos pratos de papel estão oito copos de shot em uma fileira com
uma garrafa de uísque fechada no final. Há balões flutuando pela sala, cada uma
delas está usando uma camiseta branca onde se lê: azul ou rosa?

Meu olhar contempla cada uma delas, tentando descobrir quem está
escondendo o segredo, mas elas estão jogando bem este jogo. Todas têm sorrisos
travessos.

— Quem está grávida? — Max deixa escapar.

As mulheres riem.

— Trevor — Audrey chama. —Você gostaria de fazer as honras?

Trevor olha para Audrey, seus olhos se expandindo para esferas dilatadas. Ele
olha para nós e, depois, de volta para Audrey com um sorriso radiante abaixo de
suas bochechas vermelhas e coradas.

— Você está me dizendo que está grávida, querida?

Audrey se levanta da cadeira de madeira, com lágrimas enchendo seus olhos


conforme sorri como um raio de sol brilhante.

— Eu estou.

Trevor limpa o espaço ao redor da sala em segundos, pega-a e a beija, seu amor
enchendo o quarto. —Eu vou ser pai. — Sua voz está abafada no pescoço dela, mas
você ainda pode ouvir o entusiasmo. —Eu te amo.

Soltando-a, ele olha para a mesa e encontra a faca do bolo. Pegando-a em sua
mão, ele espera que Audrey coloque sua mão sobre a dele. Juntos, eles cortam o
bolo. Dentro, o recheio é um rosa sólido. Os caras gritam e vaiam, torcendo por
ambos.

— Se ela se parecer com a mãe, você está ferrado — diz Ink ao Trevor.

Trevor levanta a mão com cicatrizes e o empurra para longe. Os caras riem,
então se movem para servir os copos. Meu olhar se encontra com Synne. Ela deixa
sua cadeira, encontrando-me no meio da mesa. Puxando sua bunda contra mim, eu
beijo seus lábios rosa escuro.

— Mmmm, isso é canela que eu gosto?

Ela ri. —Tivemos shots antes de vocês chegarem, exceto Audrey, é claro.

— Foi um bom planejamento, querida. Vocês definitivamente nos


surpreenderam.

— Obrigada. Falando em planejamento, encontrei um lugar que acho que seria


perfeito para o nosso casamento.

— Sim, onde?

Seus braços descansam em volta do meu pescoço quando eu acaricio suas


costas, amando o jeito que seus olhos se iluminam quando ela fala sobre nosso
casamento. Eu me casaria com ela no nosso quintal se fosse minha escolha, mas sei
que casamentos são a oportunidade de uma mulher planejar a festa perfeita, então o
que ela quiser, ela pode ter. Só preciso saber quando aparecer e um quarto privado
para depois do casamento, para que eu possa foder minha esposa em felicidade
matrimonial.

— Há um chalé nas Smokies, então há ótimas estradas para montar e uma


tonelada de cervejarias para vocês conferirem. Procurei na internet. A suíte tem
uma banheira de hidromassagem anexada, e a vista é linda.

— Parece perfeito. Depois que desempacotarmos a casa nova, por que não
vamos dar uma volta até lá e vermos como é?

Um sorriso divide os lábios carnudos e rosados e incha suas bochechas.

— Eu adoraria isso.

— Eu também, baby. — Quando a beijo, eu seguro seu cabelo solto em minhas


mãos e puxo. Seus lábios escorregam dos meus, e seu queixo se levanta, seu olhar
encontrando o meu quando olho para o seu rosto lindo.

— Depois que sairmos daqui você quer ir para casa e dormir em nossa nova
cama? Está sendo entregue esta tarde.
— O que você acha?

Abaixo na sua orelha, lambendo a concha antes de chupar na minha boca,


ouvindo o gemido dela.

— Acho que vou te foder tanto que você não vai conseguir sentar no trabalho
amanhã.

— Promete?

— Você sabe que eu só faço promessas que posso cumprir. — Mordendo seu
pescoço, eu sigo com uma respiração leve soprada sobre sua pele para provocá-la. —
Eu prometo.

Fim...

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