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CAPÍTULO VIII – PAVIMENTAÇÃO

1. GENERALIDADES

A infraestrutura das estradas é constituída pela terraplenagem e todas as obras


necessárias à constituição e proteção da sua superfície final, denominada “leito” ou
“plataforma”, tais como sistemas de drenagem superficial e profunda, obras de contenção e
proteção vegetal.

Chamamos de “superestrutura” de uma estrada à estrutura construída em cima da


plataforma de terraplenagem, e sobre a qual transitarão os veículos. Sua finalidade principal é
proporcionar segurança e/ou comodidade aos usuários, devendo ser dimensionada de acordo
com a intensidade do tráfego e com a magnitude das cargas passantes.

Tal estrutura será, certamente, objeto de reparos em função do desgaste produzido


pelas rodas dos veículos ou mesmo pelas intempéries, podendo ser renovada ao final de sua
vida útil ou até substituída em seus principais constituintes, quando assim o exigir o aumento
do fluxo ou o peso dos veículos circulantes.

A superestrutura de uma rodovia é, geralmente, denominada “pavimento”, sendo


destinada a:
- resistir e distribuir ao subleito esforços verticais oriundos do tráfego;
- melhorar as condições de rolamento quanto ao conforto e à segurança;
- resistir aos esforços horizontais (desgaste) tornando mais durável a superfície de
rolamento.

Pavimentar uma estrada significa:


- proporcionar mais facilidade, segurança e conforto para o tráfego (menos perda
de energia do motorista e conseqüente aumento de sua eficiência);
- redução do tempo de percurso, com conseqüente aumento da capacidade de
transporte;
- redução do consumo de combustível, lubrificantes, peças e pneumáticos.

Se a estrada não é pavimentada:


- em face do desgaste irregular da chapa de rolamento, formam-se ondulações na
superfície, do que decorrem trepidação e choques que provocam maior desgaste,
perda de energia e menor duração do veículo;
- quando chove, a pista provoca deslizamentos, que não só afetam a segurança do
tráfego, como provocam um maior desgaste dos pneus e um esforço excessivo e
improdutivo do motor;
- no verão a poeira prejudica a lubrificação e aumenta o desgaste do veículo,
servindo como esmeril entre as peças metálicas em contato.

A seguir são apresentadas as principais definições referentes a um pavimento.

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Obs.: Para melhor compreender as definições das camadas que compõem um
pavimento, é preciso considerar que a distribuição dos esforços através do mesmo deve ser tal
que, ao chegarem à fundação (subleito), as pressões exercidas sejam compatíveis com a
capacidade de suporte desse subleito. A pressão aplicada é reduzida com a profundidade, de
tal sorte que as camadas superiores estão submetidas a maiores pressões, exigindo materiais
de maior qualidade.

a) Subleito

É o terreno de fundação do pavimento. Para a mesma carga aplicada, a espessura


do pavimento será tanto maior quanto piores forem as condições do material do subleito.

b) Leito

É a superfície obtida pela terraplenagem ou obra de arte e conformada ao seu


greide e seção transversal.

c) Regularização

É a operação destinada a conformar o leito da estrada, transversal e


longitudinalmente. Deve ser executada sempre em aterro, evitando-se que sejam executados
cortes difíceis no material de “casca” já compactado pelo tráfego.

Obs.: A regularização deve dar à superfície as características geométricas


(inclinação transversal) do pavimento acabado.

d) Reforço do Subleito

É uma camada de espessura constante transversalmente, construída, se necessário,


em cima da regularização, com características técnicas inferiores ao material usado na camada
que lhe for superior, porém superiores às do material do subleito. É desnecessária quando há
seleção de materiais da terraplenagem.

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e) Sub-Base

É a camada complementar à base, executada quando, por circunstâncias técnico-


econômicas, não for aconselhável construir a base diretamente sobre o leito regularizado ou
sobre o reforço.

f) Base

É a camada destinada a suportar os esforços oriundos do tráfego e distribuí-los, e


sobre a qual será construído o revestimento.

g) Revestimento

É a camada destinada a receber diretamente a ação do tráfego, devendo ser, tanto


quanto possível, impermeável, resistente ao desgaste (durável) e suave ao rolamento.

Obs.: O reforço do subleito, a sub-base e a base terão sempre espessura constante


em seção transversal, podendo a mesma variar longitudinalmente, de acordo com o
dimensionamento do pavimento.

Obs.: A regularização e o reforço do subleito deverão ter largura abrangendo a


pista e os acostamentos. A sub-base e a base poderão ter larguras menores em relação à
regularização. O revestimento será feito apenas na largura da pista de rolamento, ou seja, na
parte da plataforma destinada ao trânsito de veículos.

h) Acostamentos

São partes da plataforma contíguas à pista de rolamento, destinadas ao


estacionamento de veículos, ao trânsito, em caso de emergência, e ao suporte lateral de
pavimento. Poderão ser executados com outro tipo de material menos nobre que o do
revestimento.

2. TERMINOLOGIA DOS PAVIMENTOS

2.1. Classificação Dos Pavimentos

Os pavimentos podem ser classificados segundo sua natureza em rígidos,


semirrígidos e flexíveis:

a) pavimento rígido - é aquele pouco deformável, formado, predominantemente,


por camadas que trabalham sensivelmente à tração;

b) pavimento flexível - é aquele em que as deformações, até um certo limite, não


levam ao rompimento; sendo formado por camadas que não trabalham à tração;

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c) pavimento semirrígido - é aquele que representa um comportamento rígido,
surgindo depois fissuras que o dividem em “placas” articuladas, as quais terão comportamento
ambíguo (rígido e flexível).

Obs.: Essa classificação traz dificuldade, uma vez que não há restrição quanto à
utilização da base rígida superposta por um revestimento flexível, e vice-versa, tornando
problemático estabelecer-se um critério de classificação. Assim, a maioria dos que se
preocupam com classificação de pavimentos prefere dar terminologias às bases e,
independentemente, aos revestimentos.

2.2. Terminologia das Sub-Bases

a) Sub-Base Estabilizada Granulometricamente

São sub-bases granulares constituídas por camadas de solos, mistura de solos e


materiais britados, ou produtos totais de britagem, que apresentam granulometria apropriada.

Quando esses materiais ocorrem em jazidas, com designações tais como


“cascalhos”, “saibros”, etc; tem-se o caso de utilização de materiais naturais. Muitas vezes
esses materiais devem sofrer beneficiamento prévio, como britagem e peneiramento, para
eliminação de certas frações.

Quando se utiliza uma mistura de material natural e pedra, tem-se a sub-base de


solo-brita. Quando se utiliza exclusivamente produto de britagem, tem-se a sub-base de brita
corrida ou brita graduada.

Obs.: brita corrida - produto da instalação de britagem, sem separação de tamanho.

Obs.: brita graduada - mistura em usina de agregado previamente dosado,


inclusive material de enchimento e água.

b) Sub-Base de Solo Melhorado com Cimento

É uma mistura íntima e compactada de solo, cimento e água em proporções pré-


determinadas.

2.3. Terminologia das Bases

 Bases Flexíveis

a) Base Estabilizada Granulometricamente com o Emprego de:


- um solo
- dois ou mais solos
- solo-brita
- brita graduada

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b) Base Estabilizada com Aditivos Cimentantes:
- solo melhorado com cimento (pequenos teores de cimento)
- solo melhorado com cal
- solo com cal e cinzas
- solo com cloreto de calcário

c) Base Estabilizada com Aditivos Betuminosos:


- solo-betume (mistura de solo, água e material betuminoso)

d) Macadame Hidráulico - é uma camada de brita de graduação aberta, de tipo


especial (brita tipo macadame), que após a compressão tem os vazios preenchidos por finos de
britagem (pó-de-pedra) ou mesmo por solos de granulometria e plasticidades apropriadas, com
o auxílio de água.

e) Macadame Seco - são feitas modificações convenientes da granulometria dos


materiais, de modo a prescindir da irrigação (o material pulverulento penetra entre as pedras
por vibrações).

f) Macadame Betuminoso - é uma camada de brita com tamanho uniforme, por


sobre a qual se faz uma pintura de betume para penetração direta e aglutinação da brita já
compactada.

 Bases Semirrígidas

a) Solo-Cimento - é a mistura de solo, cimento Portland e água.

b) Solo-Cal

 Bases Rígidas

a) Concreto de Cimento Hidráulico

b) Macadame Cimentado - os interstícios são preenchidos com argamassa fluida de


cimento Portland.

2.4. Terminologia dos Revestimentos

 Rígidos

a) Concreto de Cimento Hidráulico - funciona ao mesmo tempo como revestimento


e base.

b) Macadame Cimentado - camada de brita de graduação aberta, devidamente


comprimida, cujos vazios são preenchidos com argamassa de cimento (está em desuso).

c) Paralelepípedos Rejuntados com Argamassa de Cimento.

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 Semirrígidos

a) Solo-Cimento

 Flexíveis

- Por Calçamento

a) Alvenaria Poliédrica - camadas de pedras irregulares (dentro de certas


tolerâncias), assentadas e comprimidas sobre um colchão de regularização, constituído de
material granular apropriado; as juntas entre as pedras são tomadas com pequenas lascas de
pedras e com o próprio material do colchão.

b) Paralelepípedos - blocos regulares assentados sobre um colchão de


regularização; as juntas entre os paralelepípedos podem ser tomadas com o próprio material
do colchão de regularização e com materiais ou misturas betuminosas.

- Betuminosos

a) Por Penetração Invertida (Tratamentos Superficiais Simples, Duplo e Triplo)


- são obtidos com uma aplicação ou “pintura” de material betuminoso, seguida de
espalhamento e compressão do agregado de granulometria apropriada. Quando esse
tratamento é executado com o objetivo primordial de impermeabilização ou para modificar a
textura de um pavimento existente, recebe a denominação de capa selante. São executados
sempre como revestimentos.

b) Por Penetração Direta (Macadame Betuminoso) - são executados mediante


espalhamento prévio de uma camada de brita de granulometria apropriada que dê, após a
compressão, a espessura desejada. Seguem-se a aplicação do material betuminoso, que penetra
nos vazios dos agregados, e o espalhamento de uma brita miúda para preenchimento dos
vazios superficiais, acompanhado de nova compressão. O serviço é complementado com uma
capa selante (utilizados como revestimentos ou base).

- Por Mistura em Usina

a) Pré-Misturado a Frio - o agregado é pré-envolvido com o material


betuminoso antes da compressão. Não há prévio aquecimento dos agregados e o ligante não é
aquecido ou é levemente aquecido.

b) Pré-Misturado a Quente - nesse caso, o ligante e o agregado são misturados


e espalhados na pista ainda quentes.

c) Concreto Betuminoso - é o mais nobre dos revestimentos flexíveis; consiste


na mistura íntima de agregados satisfazendo rigorosas especificações e betume devidamente

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dosado; a mistura é feita em usina, com rigoroso controle de granulometria, teor de asfalto,
temperaturas do betume e do agregado, transporte, aplicação e compressão.

d) Areia-Betume - é um pré-misturado em que o agregado, natural ou artificial,


é constituído, predominantemente, de material passado na peneira n°10 (abertura de 2,0 mm).

- Por Mistura na Estrada

a) Pré-Misturado na Pista ou “Road-Mix”

b) Pré-Misturado Areia-Betume

Obs.: Se a pré-mistura tiver que ser feita na pista, face às condições impostas
pelo serviço, será sempre executada a frio.

Obs.:

MISTURAS A QUENTE
Vantagens Desvantagens
- Mais duráveis. - Exigem aquecimento do agregado.
- Menos sensíveis à ação da água. - Instalações complexas para o fabrico.
- Mais indicadas para tráfego intenso ou - Equipamento especial para o espalhamento.
pesado. - Não permitem estocagem.
- Menos sujeitas ao desgaste. - São caras.
MISTURAS A FRIO
- Fácil fabricação. - Suscetíveis de maior desgaste.
- Não exigem aquecimento do agregado. - Mais sensíveis à água.
- Fabricadas em instalações simples e pouco - Exigem cura da mistura.
custosas.
- Permitem espalhamento com Patrol.
- Permitem estocagem.

2.5. Outras Definições

a) Camada de Bloqueio - é uma camada de granulometria apropriada, que é


colocada, quando for o caso, sob camadas de granulometria aberta, para evitar sub-penetração
das camadas inferiores; as sub-bases dos pavimentos de concreto de cimento têm uma função
semelhante.

b) Imprimação - é uma aplicação de material betuminoso apropriado, feita sobre


bases granulares e destinada a penetrá-las até certa profundidade, deixando uma película
betuminosa na superfície; a imprimação tem por finalidade impermeabilizar a base e
proporcionar boa aderência ao revestimento betuminoso, além de uma certa coesão na
superfície da base.

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c) Pintura de Ligação - é uma aplicação de material betuminoso apropriada, feita
sobre antiga imprimação, antigos pavimentos betuminosos ou sobre bases de concreto de
cimento ou de solo-cimento, com a finalidade de promover boa aderência a um revestimento
betuminoso. No caso de solo-cimento, essa pintura pode servir também como pintura de cura.
Quando um revestimento betuminoso é feito em duas camadas, faz-se, muitas vezes, uma
pintura de ligação sobre a primeira camada.

d) Capa Selante - é um tratamento simples, de penetração invertida, executado com


a finalidade de impermeabilizar um revestimento.

e) Revestimento Primário - é uma camada granular que, por suas características de


granulometria e plasticidade, pode desempenhar, ao mesmo tempo, as funções de base e
revestimento para pequeno volume de tráfego.

f) Tratamento Contra Pó - é uma aplicação de material betuminoso apropriado, ou


outros materiais, sobre revestimentos primários, com o objetivo de prolongar-lhe a duração e
de evitar o pó e a lama superficial.

g) Pavimento Composto - é uma combinação de camadas rígidas e flexíveis, como


no caso de um revestimento betuminoso sobre uma base de concreto de cimento.

h) Lama Asfáltica - é uma mistura de emulsão de ruptura lenta, água, agregado


miúdo e enchimento (filler), de modo a se obter uma consistência de fluido. É utilizada como
camada (delgada) de impermeabilização e desgaste de antigos pavimentos.

3. LIGANTES BETUMINOSOS

3.1. Considerações Iniciais

Betume é uma mistura de hidrocarbonetos pesados, obtidos em estado natural ou


por diferentes processos físicos ou químicos, com seus derivados de consistência variável e
com poder aglutinante e impermeabilizante, sendo completamente solúvel no bissulfeto de
carbono (CS2).

Os materiais betuminosos utilizados em pavimentação classificam-se em dois


tipos: alcatrões e asfaltos.

Alcatrão é um material obtido quando matérias orgânicas naturais, tais como


madeira e hulha, são carbonizadas ou destiladas destrutivamente na ausência de ar.

Asfalto é um material aglutinante de consistência variável, cor pardo-escuro ou


negro, no qual o elemento predominante é o betume, podendo ocorrer na natureza ou ser
obtido pela refinação de petróleo.

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Asfalto Natural é obtido pela evaporação natural de depósitos de petróleo
localizados na superfície terrestre (lagos de asfalto de Trinidad e da Venezuela). Encontram-se
misturados com impurezas minerais.

Asfalto de Petróleo é obtido pela destilação do petróleo, na qual as frações leves


(gasolina, querosene e diesel) são separadas do asfalto por vaporização, fracionamento e
condensação.

3.2. Tipos de Asfalto de Petróleo

a) Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP)

Classificam-se de acordo com sua consistência, medida por sua viscosidade


dinâmica ou absoluta, isto é, o tempo necessário ao escoamento de um volume determinado de
asfalto através de um tubo capilar, com auxílio de vácuo, sob condições rigorosamente
controladas de vácuo e temperatura, e também por penetração, ou seja, pela medida, em
décimos de milímetro, que uma agulha padronizada penetra em uma amostra nas condições de
ensaio.

De acordo com as Especificações Brasileiras IBP/ABNT-EB-78 e Regulamento


Técnico CNP 21/86, os cimentos asfálticos de petróleo são classificados nos seguintes tipos:

CAP-7, CAP-20, CAP-40.


CAP 30/45, CAP 50/60, CAP 85/100, CAP 150/200.

Esses quatro últimos são fabricados somente nas Refinarias de Salvador e


Fortaleza.

OBS:
CAP 7 - Viscosidade a 60oC: 700  300 poise
CAP 30/45 - Penetração entre 30 e 45 décimos de milímetro

b) Asfaltos Diluídos (“Cut-backs”)

São resultantes da diluição de cimentos asfálticos (CAP) com diluentes adequados.


Os diluentes utilizados funcionam apenas como veículos, proporcionando produtos menos
viscosos que podem ser aplicados a temperaturas mais baixas. Os diluentes evaporam-se após
a aplicação (cura).

De acordo com o tempo de cura, determinado pela natureza do diluente utilizado,


os asfaltos diluídos classificam-se em três categorias:

 Asfalto diluído de cura rápida (CR)


diluente: nafta leve (gasolina)

 Asfalto diluído de cura média (CM)

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diluente: querosene

 Asfalto diluído de cura lenta (CL)


diluente: gasóleo (óleo diesel)

Esse último não é usado no Brasil.

Cada uma das duas categorias - CR e CM - apresenta tipos de diferentes


viscosidades cinemáticas determinadas em função da quantidade de diluente.

CR-70, CR-250

CM-30, CM-70

OBS: Existem outros tipos (CR-800, CR-3000, CM-250, CM-800, CM-3000) que
não são usados em serviços de pavimentação.

OBS: CR-70 tem viscosidade cinemática de 70 a 140 cSt (centistokes)

OBS: Quantidades de cimento asfáltico e diluentes

TIPO ASFALTO DILUENTE


30 52 % 48 %
70 63 % 37 %
250 70 % 30 %
800 82 % 18 %
3000 86 % 14 %

OBS: Os tipos de mesmo número, embora de categorias diferentes, têm a mesma


faixa de viscosidade numa determinada temperatura.

c) Emulsões Asfálticas

São dispersões de cimento asfáltico em fase aquosa (emulsões diretas). Emulsões


invertidas são aquelas em que as partículas de água estão dispersas em asfalto.

São obtidas combinando com água o asfalto aquecido, em um meio intensamente


agitado, e na presença de emulsificantes, que têm o objetivo de dar uma certa estabilidade ao
conjunto, de favorecer a dispersão e de revestir os glóbulos de betume com uma película
protetora, mantendo-os em suspensão.

As emulsões podem ser:


 Aniônicas: cujo exemplo de agente emulsionante é o sabão (Carga Negativa);
 Catiônicas: cujos agentes emulsionantes são as aminas (Carga Positiva);

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 Não Iônicas: cujo exemplo de agente emulsionante é o ligno sulfosuccionato de
sódio (Sem Carga);
 Biônicas: Carga Dupla.

As normalmente usadas em pavimentação são as catiônicas diretas, que são mais


caras que as aniônicas.

A “ruptura” de uma emulsão consiste na anulação da camada de proteção dos grãos


de asfalto dispersos na água, que se observa pela união dos mesmos (coagulação ou
floculação).

As emulsões aniônicas rompem quando a água evapora. Já nas emulsões


catiônicas, a ruptura se dá por evaporação ou por reação química entre o emulsificante e o
agregado (troca de cargas elétricas).

Tempo de ruptura é o tempo necessário para o asfalto se separar da água. Ele


depende, dentre outros fatores, da quantidade e tipo do agente emulsificante.

A quantidade de agente emulsificante utilizada varia, geralmente, de 0,2 a 1 %,


enquanto que a quantidade de asfalto é da ordem de 60 a 70 %.

A cor das emulsões asfálticas antes da ruptura é marrom e, depois, preta,


constituindo-se essa característica em elemento auxiliar para inspeção visual e constatação
rápida das boas condições do produto.

As emulsões asfálticas classificam-se quanto ao tempo de ruptura em:

 Ruptura Rápida;
 Ruptura Média;
 Ruptura Lenta.

As emulsões são classificadas pela sua ruptura, viscosidade, teor de solvente e


resíduo asfáltico nos seguintes tipos:

 RR-1C e RR-2C : emulsões asfálticas catiônicas de ruptura rápida;


 RM-1C e RM-2C : emulsões asfálticas catiônicas de ruptura média;
 RL -1C : emulsões asfálticas catiônicas de ruptura lenta.

A letra “C” é um indicativo de emulsão catiônica, e os números “1” e “2”, de


viscosidades crescentes, respectivamente.

As emulsões utilizadas na fabricação de lamas asfálticas recebem o símbolo “LA”,


seguido de uma ou duas indicações de acordo com a ruptura e a carga da partícula.

 LA-1 e LA-2 : emulsões aniônicas de lama asfáltica;


 LA-1C e LA-2C : emulsões catiônicas de lama asfáltica;

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 LA-E : emulsão especial de lama asfáltica.

Entre as vantagens da emulsão em serviços de pavimentação, destacam-se o


transporte, a estocagem e a aplicação a frio na temperatura ambiente.

ESQUEMA DE PRODUÇÃO DE LAMA ASFÁLTICA

3.3. Alcatrões

A grande maioria dos alcatrões usada em pavimentação é subproduto da destilação


destrutiva do carvão em coquerias de usinas siderúrgicas.

A composição química do alcatrão é afetada principalmente pelo tipo de material


utilizado na sua fabricação: carvão, linhito, madeira etc.

Os alcatrões para pavimentação recebem o símbolo AP, que deve preceder as


indicações de vários tipos, conforme sua viscosidade ou sua flutuação.

Alcatrões para pavimentação líquidos: AP-1, AP-2, AP-3, AP-4, AP-5, AP-6

Alcatrões para pavimentação semi-sólidos: AP-7, AP-8, AP-9, AP-10, AP-11, AP-12

Vantagens dos Alcatrões:


- insolúveis em óleo lubrificante, gasolina, querosene, diesel;
- boa adesão aos agregados, mesmo úmidos;
- penetram bem em camadas de solo.

Desvantagens dos Alcatrões:


- envelhecem mais rapidamente;
- gases são nocivos à saúde humana;
- produção irregular;

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- pequena faixa de temperatura de trabalho;
- misturas betuminosas com menor estabilidade;
- material cancerígeno;
- têm aproximadamente 30 % de matéria sólida que pode ser prejudicial, pois pode
entupir tubulações.

3.4. Características Organoléticas

a) Cimento Asfáltico
Estado: sólido ou semissólido
Cor : preta brilhante
Odor : inodoro

b) Asfalto Diluído
Estado: líquido
Cor : preta brilhante
Odor : do solvente

c) Emulsão Asfáltica
Estado: líquido
Cor : marrom
Odor : do solvente ou emulsificante

d) Alcatrão
Estado: líquido ou semissólido
Cor : preta
Odor : do creosoto

4. AGREGADOS

4.1. Conceituação

O agregado mineral é constituído por um agrupamento de partículas de origem


mineral. Usado em combinação com uma substância cimentante, como o Cimento Portland e o
asfalto, forma o concreto de cimento e os vários tipos de revestimentos asfálticos. É também
usado puro, constituindo as camadas de base granular, filtros de drenos, etc.

Como o agregado mineral representa aproximadamente 95%, em peso, dos


materiais constituintes da mistura de concreto asfáltico, resulta que, fundamentalmente, das
propriedades do agregado é que dependerá o comportamento do produto final.

Os agregados empregados numa mistura asfáltica devem ter características para


suportarem as pressões aplicadas pelos veículos sem se fraturarem, e resistirem às ações dos
agentes do intemperismo sem se alterarem. Somente um agregado com essas qualidades
poderá propiciar uma mistura durável.

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4.2. Classificação

 Quanto à Natureza das Partículas

a) Naturais - são constituídos por partículas oriundas da alteração das rochas pelos
processos de intemperismo ou produzidos por processos físicos como britagem, lavagem e
classificação, em que a matéria prima é rocha, bloco de pedra, etc. Distinguem-se os seguintes
tipos : pedregulho, pedregulho britado, pedra britada e areia.

b) Artificiais - são aqueles em que as partículas são provenientes de matéria prima


artificial, produzida por transformação física e química do material natural. Dentre os
agregados artificiais, é de maior importância para fins rodoviários a escória proveniente de
altos fornos.

 Quanto ao Tamanho das Partículas

a) Agregado Graúdo - é constituído pelas partículas que ficam retidas na peneira


n°10 ( 2,0 mm ).

b) Agregado Miúdo - é constituído pelas partículas que passam na peneira n°10


(2,0 mm) e ficam retidas na peneira n°200 (0,075 mm).

c) Material de Enchimento (Filler) - é o material não plástico, do qual passam


pelo menos 65% das partículas na peneira n°200 (0,075 mm).

 Quanto a Granulometria

a) Agregados de Granulometria Contínua - são aqueles que apresentam


partículas de todos os tamanhos, equilibradamente distribuídos, sem que haja predominância
de um tamanho sobre os demais. São agregados de graduação densa.

b) Agregados de Granulometria Descontínua - são aqueles que apresentam


ausência de partículas com diâmetros compreendidos num determinado intervalo de
dimensões. São agregados de graduação aberta.

c) Agregados com Granulometria Uniforme - são aqueles que apresentam uma


predominância acentuada de um determinado diâmetro sobre os demais. São agregados tipo
macadame.

4.3. Formato das Partículas

As partículas dos agregados podem ser agrupadas em quatro formas fundamentais :

a) Cúbicas - apresentam arestas definidas e as três dimensões fundamentais são


aproximadamente iguais.

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b) Lamelares - apresentam arestas definidas e possuem uma relação entre a menor
e maior dimensões inferior a 3/5.

c) Alongadas - apresentam uma dimensão predominantemente maior que as


outras, tendo arestas definidas.

d) Arredondadas - não apresentam arestas definidas.

4.4. Propriedades Básicas dos Agregados

As partículas dos agregados possuem uma série de propriedades físicas e químicas


que, associadas à granulometria, determinam a adequação do agregado para uma certa
aplicação. Sob o ponto de vista rodoviário, as partículas devem ter propriedades que lhes
permitam resistir às ações do tráfego e do intemperismo.

As propriedades mais importantes que devem possuir as partículas para suportar


essas ações são as que se seguem:

a) Dureza - é a resistência que o agregado oferece ao deslocamento das partículas


de sua superfície pela abrasão.

b) Tenacidade - é a resistência que o agregado oferece ao fraturamento provocado


pelo impacto.

c) Sanidade - é a resistência que o agregado oferece à ação do intemperismo.

d) Porosidade - é caracterizada pelo sistema de poros que existe dentro das


partículas do agregado.

Obs.: A porosidade e a conseqüente absorção influenciam nas resistências à


compressão e ao desgaste, na necessidade de taxas elevadas de asfalto e na durabilidade do
agregado, pois, quanto maior a porosidade, maior será a superfície exposta ao ataque de
agentes externos.

4.5. Composição Granulométrica

A composição granulométrica de um agregado ou de uma mistura de agregados é


definida por sua curva granulométrica. Essa curva consiste num gráfico semi-logarítmico,
no qual, no eixo das abscissas (escala logarítmica), são representados os diversos tamanhos
de partículas e, no eixo das ordenadas (escala aritmética), as porcentagens do material que
passam na peneira considerada.

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Como na prática é impossível controlar um agregado por uma linha, que é sua
curva granulométrica, estabelecem-se limites para sua variação, dando origem à faixa
granulométrica.

Dependendo da situação, há necessidade de misturar três ou mais materiais em


proporções tais que a curva granulométrica da mistura caia dentro da faixa especificada,
preferencialmente no centro desta.

5. AVALIAÇÃO DE PAVIMENTOS

5.1. Principais Defeitos em Pavimentos Flexíveis

 Fendilhamento da Superfície

Qualquer descontinuidade na superfície do pavimento, causada por falhas na


mistura betuminosa constituinte do revestimento, falta de suporte do subleito ou espessura
insuficiente do pavimento. Esse fendilhamento permite a infiltração de água e, se não for
corrigido a tempo, pode propagar-se e produzir a desagregação completa do pavimento.

a) Fissuras - fendas capilares existentes no revestimento, somente perceptíveis à


vista desarmada de distância inferior a 1,50 m;

b) Trincas - fendas existentes no revestimento com abertura superior à das fissuras,


podendo apresentar-se sob a forma de trincas isoladas ou trincas interligadas:

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- Trincas transversais - trincas isoladas que apresentam direção predominante
aproximadamente ortogonal ao eixo do pavimento (quando apresentam extensão
até 1,0 m, são denominadas trincas transversais curtas; quando maiores que 1,0
m, trincas transversais longas);

- Trincas longitudinais - trincas isoladas que apresentam direção predominante


aproximadamente paralela ao eixo do pavimento (quando apresentam extensão
até 1,0 m, são denominadas trincas longitudinais curtas; quando maiores que 1,0
m, trincas longitudinais longas);

- Trincas tipo “couro de crocodilo” - conjunto de trincas interligadas sem


apresentarem direção preferencial, assemelhando-se ao aspecto de couro de
crocodilo, podendo ou não apresentar erosão acentuada nas bordas;
- Trincas tipo bloco - conjunto de trincas interligadas, caracterizadas pela
configuração de blocos formados por lados bem definidos, podendo ou não
apresentar erosão acentuada nas bordas.

 Afundamento

Deformação permanente caracterizada por depressão da superfície do pavimento.


Pode ser resultante de recalques de aterros recentemente construídos, quer por deficiência de
compactação, quer por adensamento, quer mesmo por um volume de tráfego superior ao de
projeto, ou ainda por uma drenagem inadequada. O deslocamento ou a consolidação de
algumas das camadas do pavimento pode resultar também em deformação transversal,
embora, nesse caso, as dimensões dessas deformações sejam menores que as anteriores.

Qualquer deficiência nas camadas inferiores resulta em solicitações no


revestimento, o qual pode apresentar falha resultante dessas solicitações. No caso do
afundamento, o pavimento pode apresentar fendas, as quais contribuem para um maior
comprometimento das falhas que as provocaram, num ciclo vicioso que, se não for quebrado
rapidamente, levará o pavimento à desagregação total.

 Corrugação

Deformação caracterizada por ondulações transversais do revestimento. Pode ser


causada por várias deficiências, sendo a mais comum o excesso de asfalto, inadequada
granulometria do agregado, compactação deficiente ou imprimação deficiente. As superfícies
resultantes desse defeito causam considerável desconforto ao usuário, desconforto esse que
cresce a medida que for maior a velocidade de operação, podendo ser causa de acidentes.

 Escorregamento do Revestimento Betuminoso

Deslocamento do revestimento em relação à base, com aparecimento de fendas em


forma de meia-lua. A causa desse defeito é a má execução da imprimação, ou por estar a
superfície da base molhada por ocasião da pintura, ou suja e com excesso de material solto.

VIII-17
 Exsudação

Excesso de ligante betuminoso na superfície do pavimento devido à migração do


ligante através do revestimento. Esse defeito resulta de dosagem inadequada da mistura
betuminosa ou ainda de distribuição irregular do asfalto quando da execução de tratamentos
superficiais. Além do deprimente aspecto do revestimento, esse defeito implica em superfície
escorregadia e altamente perigosa nos dias chuvosos.

 Desgaste

Efeito do arrancamento progressivo do agregado do pavimento, caracterizado por


aspereza superficial e provocado por esforços tangenciais devidos ao tráfego. Pode ser devido
à mistura betuminosa com teor muito baixo de ligante, à queima (oxidação) do ligante por
ocasião da usinagem ou ainda à qualidade inferior do agregado, resultando em falta de
adesividade.

 Panela

Cavidade que se forma no revestimento, podendo alcançar a base do pavimento,


provocada pela desagregação dessas camadas. Podem ser resultantes da de segregação de
agregados, falta de ligante, excesso de vazios ou deficiências de drenagem.

5.2. Principais Defeitos em Pavimentos Rígidos

 Alçamento de Placas

Levantamento das placas nas juntas ou fissuras transversais e próximo a canaletas


de drenagem ou interferências feitas no pavimento (caixas de inspeção, bueiros, etc.)

 Fissura de Canto

É aquela que intercepta as juntas a uma distância menor ou igual à metade do


comprimento das bordas ou juntas do pavimento (longitudinal e transversal), medida a partir
do canto. A fissura de canto atinge toda a espessura da placa.

 Placa Dividida

Divisão da placa por fissuras, em quatro ou mais partes, pela sobrecarga ou


inadequação de suporte.

 Escalonamento ou Formação de Degraus nas Juntas

Caracteriza-se pela ocorrência de deslocamentos verticais diferenciados


permanentes de uma placa em relação à adjacente, na região da junta.

 Selagem Defeituosa

VIII-18
É qualquer avaria no selante que possibilite o acúmulo de material incompressível
na junta ou permita a infiltração de água. As principais avarias são:
- rompimento, por tração ou compressão, do material selante;
- extrusão do material;
- crescimento de vegetação;
- perda de aderência às placas de concreto;
- quantidade deficiente de selante nas juntas.

 Desnivelamento Pavimento-Acostamento

É o degrau formado entre o acostamento e a borda do pavimento, devido ao


assentamento ou erosão do acostamento, geralmente acompanhado de separação das bordas.

 Fissuras Lineares

São fissuras que atingem toda a espessura da placa de concreto e a dividem em


duas ou três partes (placas partidas em quatro ou mais pedaços são classificadas como “placas
divididas”). Nesse tipo de defeito enquadram-se:
- fissuras transversais - ocorrem na direção da largura da placa,
perpendicularmente ao eixo longitudinal do pavimento;
- fissuras longitudinais - ocorrem na direção do comprimento da placa,
paralelamente ao eixo longitudinal do pavimento;
- fissuras diagonais - são fissuras inclinadas que interceptam as juntas do
pavimento em distância maior do que a metade do comprimento das juntas ou
bordas.

 Reparos

Entende-se como reparo a área onde o pavimento original foi removido e


posteriormente preenchido com material de enchimento. São considerados “grandes” quando
sua área é maior que 0,45 m2 e “pequenos”, caso contrário.

 Desgaste Superficial

Caracterizado pelo desgaste ou deslocamento de argamassa superficial, fazendo


com que os agregados aflorem na superfície do pavimento; os agregados apresentam sua
superfície polida.

 Bombeamento

É a expulsão de finos plásticos existentes no solo de fundação do pavimento, sob a


forma de lama fluida, através das juntas, bordas ou trincas do pavimento, quando da passagem
de carga pesada. Identifica-se pela presença de manchas terrosas ao longo das juntas, bordas
ou trincas.

VIII-19
 Quebras Localizadas

São áreas trincadas e partidas em pequenos pedaços. Têm formas variadas e


situam-se entre uma trinca e uma junta ou entre duas trincas próximas (em torno de 1,5 m).

 Fissuras Superficiais (”Rendilhado”) e Escamação

São fissuras capilares que atingem apenas a superfície da placa, com tendência a se
interceptar formando ângulos de 120o. A escamação caracteriza-se pelo deslocamento desta
camada superficial fissurada, podendo, no entanto, ser proveniente de outros defeitos, tais
como o desgaste superficial.

 Fissuras de Retração Plástica

São fissuras pouco profundas (superficiais), de pequena abertura e de comprimento


limitado. De incidência aleatória, costumam desenvolver-se formando ângulos de 45 o a 60o
com o maior eixo da placa.

 Esborcinamento ou Quebra de Canto

São quebras em forma de cunha, nos cantos das placas, ocorrendo a uma distância
não superior a 60 cm do canto. Difere da fissura de canto pelo fato de interceptar a junta num
determinado ângulo (quebra em cunha), ao passo que a fissura de canto ocorre verticalmente
em toda a espessura da placa.

 Esborcinamento de Juntas

Caracteriza-se pela quebra das bordas da placa de concreto (quebra em cunha), a


uma distância máxima de 60 cm das juntas e não atinge toda a espessura da placa.

 Placa Bailarina

Placa cuja movimentação vertical é visível sob a ação de tráfego, principalmente


na região das juntas.

 Assentamento
Afundamento do pavimento, criando ondulações superficiais de grande extensão (o
pavimento muitas vezes parece íntegro).

 Buracos

Marcados pela perda de concreto na superfície da placa, apresentando área e


profundidade bem definidas.

VIII-20
6. DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS

6.1. Generalidades

Será apresentado o Método do Eng.º Murillo Lopes de Souza, que tem como base o
trabalho “Design of Flexible Pavements Considering Mixed Loads and Traffic Volume”, da
autoria de W.J. Turnbull, C.R. Foster e R.G. Ahlvin, do Corpo de Engenheiros do Exército
dos Estados Unidos, e conclusões obtidas da pista experimental da AASHTO (American
Association of State Highway and Transportation Officials).

Esse método leva em consideração que a capacidade de suporte do subleito e dos


materiais granulares constitutivos do pavimento é determinada em função do ensaio de CBR
(California Bearing Ratio), aqui no Brasil também denominado Índice de Suporte Califórnia –
ISC, realizado em corpos de prova indeformados ou moldados em laboratório, nas condições
de massa específica e umidade especificadas para o serviço no campo e embebição durante
quatro dias.

O subleito e as diferentes camadas do pavimento devem ser compactados de


acordo com os valores fixados nas “Especificações Gerais”, recomendando-se que, em
nenhum caso, o grau de compactação deve ser inferior a 100% com relação ao ensaio
AASHTO normal.

a) Materiais do Subleito – devem apresentar uma expansão, medida no ensaio


CBR, menor ou igual a 2%;

b) Materiais para Reforço do Subleito – devem apresentar CBR maior que o do


subleito e expansão menor ou igual a 2%;

c) Materiais para a Sub-base – devem apresentar CBR maior ou igual a 20% e


expansão menor ou igual a 1%;

d) Materiais para Base – devem apresentar CBR maior ou igual a 80%, expansão
menor ou igual a 0,5%, Limite de Liquidez menor ou igual a 25% e Índice de
Plasticidade menor ou igual a 6%.

OBS.: Caso o Limite de Liquidez seja superior a 25% e/ou o Índice de Plasticidade
superior a 6%, o material poderá ser empregado em bases (satisfeitas as demais
condições) desde que o Equivalente de Areia seja superior a 30%.

OBS.: Para um número de repetições do eixo padrão, durante o período de projeto,


menor ou igual a 106, podem ser empregados materiais com CBR maior ou igual a 60%, e as
faixas granulométricas E e F da AASHTO.

VIII-21
Os materiais para base granular devem se enquadrar numa das seguintes faixas
granulométricas:

Percentagem em Peso Passando


Peneiras
A B C D
2” 100 100 – –
1” – 75 – 90 100 100
3/8” 30 – 65 40 – 75 50 – 85 60 – 100
N.º 4 25 – 55 30 – 60 35 – 65 50 – 85
N.º 10 15 – 40 20 – 45 25 – 50 40 – 70
N.º 40 8 – 20 15 – 30 15 – 30 25 – 45
N.º 200 2–8 5 – 15 5 – 15 5 – 20

A fração que passa na peneira N.º 200 deve ser inferior a 2/3 da fração que passa
na peneira N.º 40. A fração graúda deve apresentar um desgaste Los Angeles inferior a 50%.
Pode ser aceito um desgaste maior, desde que haja experiência no uso do material.

Em casos especiais podem ser especificados outros ensaios representativos da


durabilidade da fração graúda.

6.2. Tráfego

O pavimento é dimensionado em função do número equivalente (N) de operações


de um eixo tomado como padrão, com carga de 8,2 tf (18.000 lbs).

Sendo V1 o volume médio diário de tráfego no ano de abertura, num sentido, e


admitindo-se uma taxa “t” de crescimento anual em progressão aritmética, o volume médio
diário de tráfego Vm, num sentido, durante o período “P” de anos do projeto será:

V1 [ 2 + (P – 1).t / 100 ]
Vm = ———————————
2

O volume total de tráfego, num sentido, durante o período P, será:

Vt = 365 x P x Vm

Se o tráfego crescer em progressão geométrica, a uma taxa “t%” anual, o volume


total de tráfego durante o período P de projeto será:

365 . V1 [ ( 1 + t/100)P – 1 ]
Vt = ————————————
t/100

VIII-22
Conhecido Vt, calcula-se N, dado em potências de 10, que é o número equivalente
de operações do eixo simples padrão, de carga 8,2 tf, durante o período de projeto, e o
parâmetro usado no dimensionamento.

N = Vt . FE . FC (Fator de Veículo: FV = FE.FC)

FE é o Fator de Eixos, isto é, um fator que multiplicado pelo número de veículos


dá o número de eixos correspondente.

n2 x 2 + n3 x 3 + n4 x 4 + ...
FE = ————————————
n2 + n3 + n4 + ...

Onde:
n2 – número de veículos com 2 eixos;
n3 – número de veículos com 3 eixos;
n4 – número de veículos com 4 eixos.

FC é o Fator de Carga, isto é, um fator que multiplicado pelo número de eixos que
operam dá o número de eixos equivalentes ao eixo padrão.

Carga por Eixo Número de Fator de Equivalência Equivalência de


Eixos Simples Veículos de Operação Operações
CES1 pS1 FEOS1 pS1 x FEOS1
CES2 pS2 FEOS2 pS2 x FEOS2
CES3 pS3 FEOS3 pS3 x FEOS3
... ... ... ...
CESi pSi FEOSi pSi x FEOSi
Eixos Tandem
CET1 pT1 FEOT1 pT1 x FEOT1
CET2 pT2 FEOT2 pT2 x FEOT2
... ... ... ...
CETj pTj FEOTj pTj x FEOTj
TOTAL ΣA ΣB

Σ A = pS1 + pS2 + ... + pSi + pT1 + ... + pTj

Σ B = pS1 x FEOS1 + pS2 x FEOS2 + ... + pSi x FEOSi + pT1 x FEOT1 + ... + pTj x FEOTj

FC = Σ B / Σ A

No caso do número de veículos ser dado em percentagem, Σ A = 100.

Os Fatores de Equivalência de Operação são obtidos dos ábacos a seguir,


correspondentes a eixos simples e eixos em tandem. Os eixos com carga menor que 5 tf tem
efeito desprezível no pavimento, podendo seu FEO ser considerado nulo.

VIII-23
OBS.: São considerados em tandem dois ou mais eixos que constituem um
conjunto integral de suspensão, podendo qualquer deles ser ou não motriz.

Para o cálculo de V1, FE e FC são necessários dados estatísticos da estrada que será
pavimentada, baseados em contagens de tráfego considerando as diversas categorias de
veículos (automóveis, ônibus, caminhões leves e pesados anotando o número de eixos).

Para o estabelecimento dos volumes futuros de tráfego (forma e taxa de


crescimento ao longo dos anos), é necessário, também, um estudo econômico da região.

Exemplo:
Calcular o número N para uma estrada em que o tráfego apresenta um volume
médio diário inicial, nos dois sentidos, igual a 370 veículos, com a composição abaixo,
crescendo linearmente a uma taxa anual de 4%. Dessa composição, 74% dos veículos têm 2
eixos, 16% têm 3 eixos e 10%, 4 eixos. Admitir um período de projeto de 15 anos.

Carga por Eixo (tf) Número de Veículos


Eixos Simples (%)
<5 62
5 12
7 8
10 4
12 4
Eixos Tandem
17 4
19 3
21 3
TOTAL 100

VIII-24
Solução:
Crescimento Linear:

V1 [ 2 + (P – 1).t / 100 ]
Vm = ———————————
2

Volume inicial nos dois sentidos: 370 → em um sentido: 185 veículos

185. [ 2 + (15 – 1).0,04 ]


Vm = ——————————— = 236,80 veículos
2

Vt = 365 x P x Vm
Vt = 365 x 15 x 236,80 = 1.296.480 veículos

74 x 2 + 16 x 3 + 10 x 4
FE = —————————— = 2,36
74 + 16 + 10

Carga por Eixo Número de Fator de Equivalência Equivalência de


Eixos Simples Veículos de Operação Operações
<5 62 - -
5 12 0,1 1,2
7 8 0,5 4,0
10 4 3,5 14,0
12 4 10,0 40,0
Eixos Tandem
17 4 8,0 32,0
19 3 15,0 45,0
21 3 30,0 90,0
TOTAL 100 226,2

FC = 226,2 / 100 = 2,262

N = Vt . FE . FC

N = 1.296.480 x 2,36 x 2,262 = 6.921.025,11

N = 6,9 x 106

6.3. Camadas do Pavimento

No item 1 deste Capítulo verificou-se que a estrutura de um pavimento pode ser


constituída por até quatro camadas diferentes: revestimento, base, sub-base e reforço do
subleito. A existência dessas duas últimas está relacionada com a possibilidade de diminuir o

VIII-25
custo do pavimento quando o subleito tem uma resistência relativamente baixa, o que implica
em uma grande espessura daquele.

A definição das camadas do pavimento vai depender, então, da resistência do


material do subleito, medida pelo seu CBR. Quando este CBR for maior do que 20%,
praticamente não haverá necessidade de se prever sub-base, ficando o pavimento apenas com
revestimento e base. Se o CBR do subleito for menor do que 20%, deverá ser prevista sub-
base, e, eventualmente um reforço do subleito, quando seu CBR atingir níveis extremamente
baixos. No caso de CBR do subleito inferior a 2%, é sempre preferível fazer a substituição na
espessura de, pelo menos, um metro, por material com CBR superior a 2%.

Os materiais componentes das camadas do pavimento serão função, em geral, da


disponibilidade na região onde passa a estrada. Na pesquisa das jazidas a serem exploradas
para execução do pavimento, deverá ser verificada, não só a qualidade dos materiais, mas
também a quantidade passível de ser aproveitada. No caso de se utilizarem camadas
granulares, a espessura mínima a adotar é de 15 cm.
Dependendo dos materiais utilizados em cada camada, são definidos coeficientes
de equivalência estrutural, segundo a tabela a seguir:

Componentes do Pavimento Coeficiente K


Base ou revestimento de concreto betuminoso 2,00
Base ou revestimento de pré-misturado a quente,
1,70
de graduação densa
Base ou revestimento de pré-misturado a frio, de
1,40
graduação densa
Base ou revestimento betuminoso por
1,20
penetração
Camadas granulares 1,00
Solo-cimento com resistência a compressão a 7
1,70
dias superior a 45 kgf/cm2
Solo-cimento com resistência a compressão a 7
1,40
dias entre 45 kgf/cm2 e 28 kgf/cm2
Solo-cimento com resistência a compressão a 7
1,20
dias entre 28 kgf/cm2 e 21 kgf/cm2
Base de solo-cal 1,20

6.4. Dimensionamento do Pavimento

a) Espessura Mínima do Revestimento

A fixação da espessura mínima a adotar para os revestimentos betuminosos é feita


com o objetivo de proteger a camada de base dos esforços impostos pelo tráfego, bem como
para se evitar a ruptura do próprio revestimento por esforços repetidos de tração na flexão. As
espessuras a seguir recomendadas visam, especialmente, as bases de comportamento
puramente granular e são ditadas pelo que tem se podido observar.

VIII-26
N Espessura Mínima de Revestimento Betuminoso
6
N < 10 Tratamentos Superficiais Betuminosos
6 6
10 < N < 5 x 10 Revestimentos Betuminosos com 5 cm de espessura

5 x 106 < N < 107 Concreto Betuminoso com 7,5 cm de espessura


107 < N < 5 x 107 Concreto Betuminoso com 10,0 cm de espessura
N > 5 x 107 Concreto Betuminoso com 12,5 cm de espessura

b) Inequações Básicas

R.KR + B.KB > H20 (1)

R.KR + B.KB + h20.Ksub > Hn (2)

R.KR + B.KB + h20.Ksub + h.Kref > Hm (3)

A figura acima dá a simbologia utilizada no dimensionamento do pavimento:


 Hm designa, de modo geral, a espessura total de pavimento necessária para
proteger um material com CBR = m;
 Hn designa, de modo geral, a espessura total de pavimento necessária para
proteger um material com CBR = n;
 Mesmo que o CBR da sub-base seja superior a 20%, a espessura de pavimento
necessária para proteger essa camada é determinada como se esse valor fosse
20% e, por essa razão, usam-se sempre os símbolos H 20 e h20 para designar a
espessura de pavimento sobre a sub-base e a espessura da própria sub-base,
respectivamente.

Os valores de H20, Hm e Hn são obtidos do ábaco a seguir, que dá a espessura total


de pavimento, necessária para proteger uma camada de um determinado CBR, em função de
N. A espessura fornecida por esse ábaco considera o material do pavimento como tendo K =
1, ou seja, material granular.

VIII-27
Para utilização do ábaco, entra-se com o valor de N nas abscissas, subindo-se
verticalmente até atingir a reta correspondente ao CBR da camada que se quer proteger, e
prosseguindo-se horizontalmente até encontrar o eixo das ordenadas, definindo-se o valor de
H.

Uma vez determinadas as espessuras H20, Hme Hn, dependendo, logicamente, das
camadas que irão constituir o pavimento, e partindo-se da espessura mínima de revestimento
R, já definida anteriormente, as espessuras da base (B), sub-base (h 20) e reforço do subleito
(hn) são obtidas pela resolução sucessiva das inequações básicas, já apresentadas.

OBS.: Quando o CBR da sub-base for maior ou igual a 40% e para N < 106,
admite-se substituir na inequação (1) H20 por 0,8.H20. Quando N > 107,
recomenda-se substituir, na inequação (1), H20 por 1,2.H20.

OBS.: Quando o revestimento se tratar de tratamento superficial betuminoso, sua


espessura poderá ser desprezada, ou seja, o valor de R será considerado
zero.

VIII-28
6.5. Pavimento por Etapas

Muitas vezes, quando não se dispõe de dados seguros sobre a composição do


tráfego, é conveniente a pavimentação por etapas, havendo ainda a vantagem de, ao se
completar o pavimento para o período de projeto definitivo, eliminarem-se pequenas
irregularidades que podem ocorrer nos primeiros anos de vida do pavimento.

A pavimentação por etapas é especialmente recomendável quando, para a primeira


etapa, pode-se adotar um tratamento superficial como revestimento, cuja espessura é
perfeitamente desprezível; na segunda etapa a espessura a acrescentar vai ser ditada, muitas
vezes, pela condição da espessura mínima de revestimento betuminoso a adotar.

Exemplo:

Uma estrada apresenta um volume médio diário de tráfego V 1 = 150 veículos, com
uma taxa de crescimento anual, em progressão geométrica, t = 6% e um Fator de Veículo FV
= 1,7.

Para um período P = 2 anos, tem-se:

365 . V1 [ ( 1 + t/100)P – 1 ]
Vt = ————————————
t/100

365 x 150 [ ( 1 + 0,06)2 – 1 ]


Vt = ———————————— = 112.785 veículos
0,06

N = Vt . FV → N = 112.785 x 1,7 = 191.735 → N  2 x 105

Para um período P = 15 anos, tem-se:

365 x 150 [ ( 1 + 0,06)15 – 1 ]


Vt = ———————————— = 1.274.359 veículos
0,06

N = 1.274.359 x 1,7 → N  2,2 x 106

Sendo 2% o CBR do subleito, tem-se, para a primeira etapa (com tratamento


superficial como revestimento), H2 = 87 cm. Para a segunda etapa (em que o revestimento
betuminoso mínimo deve ser, em função de N, de 5 cm), H 2 = 102 cm. A diferença é de 102 –
87 cm = 15 cm, e deve ser construído, para a segunda etapa, um revestimento de concreto
asfáltico (KR = 2,0) com 7,5 cm de espessura.

Se o CBR do subleito for igual a 15%, tem-se, para a primeira etapa, H 15 = 28 cm


e, para a segunda etapa, H15 = 32 cm. A diferença é de 32 – 28 = 4 cm e, portanto, deverá ser

VIII-29
implantado, para a segunda etapa, um revestimento de concreto betuminoso com 5 cm
(espessura mínima conforme tabela).

Exercícios:
1. Dimensionar o pavimento de uma estrada em que N = 10 3, sabendo-se que o
subleito apresenta CBR = 3%, e que se dispõe de material granular para reforço do
subleito com CBR = 9%, de material para sub-base com CBR = 20%, e de material para
a base com CBR = 60%.

Solução:

Como N = 103, o revestimento utilizado será um Tratamento Superficial


betuminoso, considerando-se, portanto, R = 0.

Os coeficientes de equivalência estrutural da base, sub-base e reforço do subleito


serão iguais a 1,0 por serem essas camadas constituídas de material granular.

Do ábaco “Espessura do Pavimento x N” obtemos:

N = 103 e CBR = 20% → H20 = 18 cm

N = 103 e CBR = 9% → H9 = 27 cm

N = 103 e CBR = 3% → H3 = 42 cm

Resolvendo-se as inequações básicas, teremos:

R.KR + B.KB > H20

0 + B x 1,0 > 18 → Adotar-se-á B = 18 cm

R.KR + B.KB + h20.Ksub > Hn

0 + 18 x 1,0 + h20 x 1,0 > 27 → h20 > 9 cm

Como a sub-base é granular a espessura mínima, que será a adotada, é h20 = 15 cm.

R.KR + B.KB + h20.Ksub + h.Kref > Hm

0 + 18 x 1,0 + 15 x 1,0 + hn x 1,0 > 42 → hn > 42 – 18 – 15 → hn > 9 cm

Como o reforço do subleito também é granular, adotar-se-á hn = 15 cm.

VIII-30
2. Dimensionar o pavimento para uma estrada em que N = 10 6, sabendo-se
que o subleito apresenta CBR = 12% e que dispõe-se de material granular para a sub-
base com CBR = 40%, e para a base, com CBR = 80%.

Solução:

Como N = 106, o revestimento será constituído por Tratamento Superficial


betuminoso, cuja espessura R será desprezada.

Os coeficientes de equivalência estrutural da base e da sub-base serão iguais a 1,0


por serem constituídas de material granular.

Do ábaco “Espessura do Pavimento x N” obtemos:

N = 106 e CBR = 20% → H20 = 25 cm

N = 106 e CBR = 12% → H12 = 34 cm

Como N = 106 e CBRSB = 40%, podemos substituir na inequação (1) H 20 por


0,8.H20.

Resolvendo-se as inequações básicas, teremos:

R.KR + B.KB > 0,8.H20

0 + B x 1,0 > 0,8 x 25 → B > 20 → Adotar-se-á B = 20 cm

R.KR + B.KB + h20.Ksub > Hn

0 + 20 x 1,0 + h20 x 1,0 > 34 → h20 > 14 cm

Como a sub-base é granular a espessura mínima, que será a adotada, é h20 = 15 cm.

3. Dimensionar o pavimento para uma estrada em que N = 7 x 10 6, sabendo-


se que o subleito apresenta CBR = 12%, e que se dispõe de material granular para sub-
base com CBR = 20% e para a base, com CBR = 80%.

Solução:

Como N = 7 x 106, o revestimento sra em concreto asfáltico com 7,5 cm de


espessura, sendo seu coeficiente de equivalência estrutural igual a 2,0.

A base e a sub-base, por serem granulares terão K = 1,0.

Do ábaco “Espessura do Pavimento x N” obtemos:

VIII-31
N = 7 x 106 e CBR = 20% → H20 = 27 cm

N = 7 x 106 e CBR = 12% → H12 = 37 cm

Resolvendo-se as inequações básicas, teremos:

R.KR + B.KB > H20

7,5 x 2,0 + B x 1,0 > 27 → B > 12 → Adotar-se-á B = 15 cm

R.KR + B.KB + h20.Ksub > Hn

7,5 x 2,0 + 15 x 1,0 + h20 x 1,0 > 37 → h20 > 7 cm

Como a sub-base é granular a espessura mínima, que será a adotada, é h20 = 15 cm.

4. Dimensionar o pavimento para uma estrada em que N = 6 x 10 7, sabendo-se


que o subleito apresenta um CBR = 8%, dispondo-se de material granular para sub-
base, com CBR = 40%, e para a base, com CBR = 80%.

Solução:

Como N = 6 x 107, o revestimento será de concreto asfáltico com 12,5 cm de


espessura, sendo seu coeficiente de equivalência estrutural igual a 2,0.

A base e a sub-base, por serem granulares terão K = 1,0.

Do ábaco “Espessura do Pavimento x N” obtemos:

N = 6 x 107 e CBR = 20% → H20 = 30 cm

N = 6 x 107 e CBR = 8% → H8 = 55 cm

Sendo N = 6 x 107, deve-se substituir na inequação (1) H20 por 1,2.H20.

Resolvendo-se as inequações básicas, teremos:

R.KR + B.KB > 1,2.H20

12,5 x 2,0 + B x 1,0 > 1,2 x 30 → B > 36 – 25 → Adotar-se-á B = 15 cm

R.KR + B.KB + h20.Ksub > Hn

12,5 x 2,0 + 15 x 1,0 + h20 x 1,0 > 55 → h20 > 55 – 25 – 15

Adotar-se-á h20 = 15 cm.

VIII-32

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