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Terreiro de Umbanda Aprendiz de Caboclo

Nossa Umbanda
Autor: Dionatan Renan de Souza Matos

Data: 14/04/2010

A Umbanda assim como toda religião tem alguns fundamentos raízes que devem ser preservados, seguindo os
ensinamentos passados de Pai à Filho, a nossa Umbanda de hoje pode acabar por culpa da nova geração que está
assumindo e está impondo novos rituais, alterando algumas regras consideradas “Desnecessárias”. O culto dos Orixás é
antigo, e vem seguindo sempre o mesmo rumo, e se nós mesmos não ajudarmos a manter esses pilares fortes vamos
destruir aquilo que nossos queridos Pretos Velhos cultivaram com tanto amor e perseverança.

Conforme os ensinamentos passados da linha que sigo, tenho a dizer, que os médiuns estão esquecendo-se de
algumas coisas como: Humildade, Caridade, amor, fé e honestidade.

A Humildade está desaparecendo porque um quer ter uma guia mais bonita do que outro. Ou até mesmo um Exu
reclamando que sua guia é de plástico, que isso ele queima. Um Preto Velho mascando chicletes, um caboclo pedindo pro
filho pegar a cerveja X porque a Y está quente. Meu Deus, o que é isso! Umbanda não é desfile de vaidades.

A Caridade, essa sumiu há algum tempo, alguns ainda tentam resgatá-la mais existem mais um bom tanto puxando
a corda pro outro lado.Vários centros oferecem as consultas os passes e estão no caminho certo, no entanto a Caridade
não é somente dentro daquelas quatro paredes, ela deve ser vivida todo dia, e é essa que sumiu.

O Amor, este reina solene no coração de todos nós, mas quando não se consegue algum objetivo, ou não é atendido
ai ele some e dá espaço pra ingratidão porque o médium espera que os espíritos caminhem por ele, e não se preocupa
com sua própria evolução carnal, que os objetivos do livre arbítrio são dele próprio.

A Fé! Você pode ir em qualquer centro, terreiro, ilê, casa, tenda, e em todos verá a mesma coisa, “Me ajude que eu
ajudo”, “Porque esquecem de mim”, “Fizeram uma Demanda para mim”, ou isso ou aquilo. Porém para vocês meus
irmãos, eu dedico uma frase que meu amado Pai Benedito de Aruanda falou uma vez, “Nós fomos escravos, comemos os
restos e fomos castigados pelo branco. Eu apanhei no tronco e morri nele por puro ódio do feitor, e não morri livre, mas
para sempre lembrarei das noites na senzala em que nós podíamos saudar nossos Orixás, alguns negros machucados,
alguns sangrando, mas nós estávamos lá, porque a fé ninguém nunca nos tiraria, e somente depois que morremos
descobrimos que sempre fomos livres, e hoje estamos na Umbanda trabalhando e ajudando vocês. E hoje o negro se
ajoelha de novo em frente ao branco porém agora por amor, porque em vossas mãos está o que nos cuidamos com tanto
zelo”. Não comentarei nada sobre a frase dele, ela é muito importante para mim, assim como Ele, e espero que quem leia
também sinto o mesmo.

A Honestidade, peço perdão a Olorum e a todos os Babalorixás e Ialaorixás, porque este assunto se tornou sério,
posso começar dizendo que UMBANDA não é uma PEÇA TEATRAL que é feito uma cena, ensaiada e programada. Umbanda
é coisa séria, deve ser respeitada como tal. Não se brinca com os espíritos e pior ainda com os sentimentos do consulente.

Vejo em vários locais, o médium “incorporar” uma entidade, pedir cigarro, pedir bebida, dançar para cá, dançar
para lá, enquanto um outro médium energizado precisa de um Cambone, ou a Corrente precisa de um médium para
sustenta-lá, ou a Curimba para ajudar a cantar ou bater palmas. Mas o médium é vaidoso e ele tem que estar com o
semblante “EU ESTOU INCORPORADO”. Ai quando pedem para a entidade se apresentar, sentar no toco e ajudar nos
atendimentos a resposta é “NÃO POSSO, NÃO TENHO PERMISSÃO AINDA”. Caros irmãos isso é um absurdo, Entidade que
é entidade, não precisa esconder nada, não precisa provar nada, não utiliza do fumo e da bebida somente para vaidades
mediúnicas.

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Terreiro de Umbanda Aprendiz de Caboclo

Eu concordo que cada nação e cada casa tenha seu ensinamento, e lógico que eu não sou a verdade absoluta, mas
a vocês médiuns “mistificadores” que fazem a sua pecinha teatral, lembre de duas coisas, alguém está vendo e você pode
estragar a vida de uma pessoa, que somente quer uma palavra de consolo, mais você tem que ser melhor e dizer besteiras
que prejudicaram esse consulente. Pensem bem quem vocês estão enganando. Os únicos que irão se revoltar com esse
texto são esses médiuns, porque não aceitam estar errados.

A desonestidade, também está presente no meu da gira, o médium chega no terreiro e traz consigo somente sua
roupa branca, seu guia energiza e pede um charuto, a resposta do cambone é “Meu Pai o seu filho não trouxe”, a entidade
fala “Filho pega da Casa depois meu filho devolve”. Acaba o trabalho e o médium não devolve. Isso é só um exemplo, mas
meus irmãos um Terreiro não cobra nada, mas Velas, pembas, tábuas, ponteiros, Energia elétrica, água, aluguel custam
dinheiro. E o médium se aproveita da bondade de seu irmão de corrente. Posso dizer por várias pessoas que se consideram
hierarquias de terreiro, isso é geral. O filho de santo “A” traz sua velinha para ajudar a casa, traz uma contribuição
financeira porque sabe que MATERIALMENTE é necessário. Então o filho de santo “B”, vem com sua desonestidade utiliza
o material dos outros, não ajuda, e quando acaba a gira e se dirige para sua residência, reclama que o charuto que foi
dado era ruim, ou que a bebida estava quente.

Pais e Mães de Santo, não quero ofender ninguém, somente expressar um realidade que mora dentro de vários
corações que não aguentam mais ver essas situações.

Nós todos somos irmãos e juntos nós todos poderemos concertar esses erros.

Eu tenho 20 anos, sou um Capitão de Curimba, tenho um respeito enorme pelos atabaques de qualquer terreiro, e
estou nesse momento simplesmente contando o que nós médiuns vemos em todas as casas.

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