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Eriton Araújo
April 2021
1 Introdução à Dinâmica
O módulo de Fı́sica para o primeiro ano do ensino médio é chamado de Mecânica. Mecânica é a parte da
Fı́sica que estuda as interações de contato e movimento. Até o presente momento nós estudamos uma parte da
Mecânica, a Cinemática que se ocupa de entender e classificar movimentos. Nós continuaremos nesse caminho,
mas agora vamos observar as coisas de um ponto de vista diferente, ao invés de focarmos nos movimentos em si,
nosso objetivo será compreender a causa dos movimentos. A parte da Fı́sica que estuda a criação e modificação
de movimentos se chama Dinâmica e nós vamos conhece-la.
2 Leis de Newton
Antes de mais nada, vamos a um pouco de história. 1 Sir Issac Newton foi um filósofo natural 2 que viveu
entre 1642 e 1727, ele é considerado um gênio por muitos que vieram depois dele e pode ser creditado como o
pai da Fı́sica Moderna. Suas contribuições para a matemática, fı́sica e astronomia geraram grandes revoluções
nas respectivas áreas. Abaixo nós vamos discutir o conceito de Força e as três leis que foram cunhadas por
Newton para explicar o funcionamento dessa nova grandeza fı́sica. Assim como Newton disse que só foi capaz
de fazer tudo isso por estar sobre o ombro de gigantes 3 , nós teremos que subir nos ombros de Newton para
entender melhor o que está acontecendo. Alguém ai tem uma escada?
do filósofo dizer que só havia chegado onde estava devido ao trabalho de todos que vieram antes dele.
4 Eu prometo que não tem nada a ver A Força de Star Wars. Eu sei, eu também gostaria que tivesse, mas não tem.
5 Percebam que nós só somos jogados para frente por um curto espaço de tempo, isso porque logo após o solavanco tendemos a
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2.3 2ª Lei: Uma fórmula
Então nós vimos que um objeto que não está sofrendo a ação de uma força tende a manter seu movimento, seja
o repouso ou um movimento de velocidade constante 6 , porém o que acontece quando há a ação de uma força.
Newton sumarizou o resultado em sua segunda lei através da fórmula abaixo:
F~ = m~a (1)
2
3.1 Força Gravitacional ou Peso
A força gravitacional foi uma das que o próprio Newton se ocupou de entender, e ele fez isso de maneira
maravilhosa. Aqui nós iremos focar no caso mais simples dessa força chamado de Peso. Antes de mais nada
um pequeno resumo não faria mal. A força gravitacional é responsável por criar uma atração entre corpos que
possuem massa, ou seja, se dois objetos tem massa há uma força gravitacional entre eles. No nosso dia-a-dia o
melhor exemplo de força gravitacional é a que a própria Terra faz sobre nós. Nosso belo planeta esta sempre
puxando tudo em direção ao seu centro, nos fazendo ficar presos na sua superfı́cie. Essa força é a responsável
por nos fazer cair no chão, chamada de força peso.
A força peso, ou simplesmente peso para os mais ı́ntimos , tem seu vetor sempre apontando para baixo na
direção da superfı́cie da Terra. Sua fórmula envolve a massa do objeto e a acerelação da gravidade, sendo escrita
como
P~ = m~g (2)
3.2.1 Normal
A força normal aparece quando dois corpos se tocam. Ela tem esse nome devido ao seu efeito. Sempre que dois
corpos entram em contato suas superfı́cies tendem a se repelir, isso acontece devido as interações atómicas. 9
A força que surge tem o sentido vetorial de separação dos dois corpos e é sempre perpendicular à superfı́cie,
dai que vem o nome normal. A normal não possui uma fórmula especı́fica, como a força peso por exemplo, seu
valor pode ser obtido através de contexto nas questões em que aparece.
9 Para ser mais especı́fico, todo átomo é criado por pequenas cargas e essas cargas tendem a se repelir na superfı́cie de dois corpos
que se tocam. Num futuro próximo vamos falar sobre cargas e as forças geradas por elas.
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Figura 4: Exemplo de atrito dinâmico
3.2.2 Atrito
A segunda força de contato é uma que normalmente é ignorada por muitas questões, apesar de sempre estar
presente e ser de extrema importãncia. Claro que estamos falando do atrito. 10 Esta força é responsável por
se opor ao movimento sendo sempre vetorialmente contrária ao sentido do deslocamento. Como mostrado na
imagem abaixo.
Existem dois tipos de atrito, que aparecem em situações diferentes. O primeiro deles é o atrito estático, ele
aparece em situações onde um objeto está parado e uma força é aplicada sobre ele para iniciar um movimento.
Neste caso o atrito tende a tentar impedir o movimento, sempre que você tentar empurrar um objeto e ele não
sair do lugar saiba que é o atrito estático agindo. O atrito estático pode ser calculado pela fórmula:
F ate = µe N (3)
Onde N é o módulo da normal e µe é uma constante chamada coeficiente de atrito estático que depende da
superfı́cie.
O outro tipo é o atrito dinâmico, este aparece quando um objeto já está em movimento vetorialmente
contrário ao deslocamento. Em geral esse tipo de atrito tem a função de parar o movimento que esteja aconte-
cendo, é por causa dele que quando você empurra algo no chão o objeto para depois de uma certa distância. O
atrito dinâmico tem uma fórmula incrivelmente semelhante ao estático, sendo escrita como:
F atd = µd N (4)
onde N é a normal e µd se chama coeficiente de atrito dinâmico, uma constante que depende da superfı́cie.
onde x é o vetor deslocamento da mola, representado na imagem, k é a constante elástica que varia de mola
para mola e por fim o sinal negativo na fórmula serve para representar o fato de que a força é contrária à direção
do deslocamento
10 Este atrito não inclui o atrito do ar que é um efeito muito mais complexo. Não possuı́mos no nı́vel médio um conhecimento
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Figura 5: Exemplo de força elástica em uma mola
As polias podem ser usadas em arranjos mais complexos para obter efeitos mais interessantes. Quando
colocamos várias polias intercaladas por cordas num formato que chamamos de polias móveis podemos fazer
com que as polias dividam a força. Por exemplo, na imagem abaixo temos uma polia fixa, a que esta presa ao
teto, e duas polias móveis segurando um corpo. Neste caso a força F aplicada na corda vai ser potencializada
pelas polias móveis. Como assim professor? Simples, se o peso na figura é de 24Kg as polias móveis fazem com
que a força necessária para puxar a corda seja menor do que 24kg. Ou seja, com esse arranjo podemos usar as
polias para levantar coisas mais pesadas do que normalmente serı́amos capazes!
Claro que existe uma fórmula que quantifica o que foi falado acima. Esta fórmula serve apenas para arranjo
com polias móveis, mas ela funciona para qualquer número de polias móveis possı́vel.
F
T = (6)
2n
Onde F é a força sendo puxada pelas polias (no caso da imagem esse F seria o peso), n é o número de polias
móveis do arranjo e T é a tração. Tração é o nome dado à uma força aplicada sobre uma corda.