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Índice

Introdução........................................................................................................................................3

1.0 Contextualização........................................................................................................................5

1.1 Problematização.........................................................................................................................6

1.2 Objectivos..................................................................................................................................7

1.2.1 Geral.......................................................................................................................................7

1.2.2 Específicos..............................................................................................................................7

1.3 Justificativa................................................................................................................................7

1.4 Hipóteses....................................................................................................................................8

1.4.1 Tabela das variáveis................................................................................................................8

CAPÍTULO I – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................10

2.0 Metodologias de Pesquisa........................................................................................................10

2.1 Tipo de pesquisa......................................................................................................................10

2.1.1 Quanto aos objectivos...........................................................................................................10

2.1.2 Quanto à abordagem.............................................................................................................10

2.1.3 Quanto aos procedimentos....................................................................................................11

2.2 Técnicas de recolha de dados..................................................................................................11

2.2.1 Questionário..........................................................................................................................11

2.2.2 Entrevista..............................................................................................................................12

2.3 Universo e Amostra a Pesquisa...............................................................................................12


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2.3.1 Universo................................................................................................................................12

2.3.2 Amostra.................................................................................................................................13

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................14

3.0 Conceito...................................................................................................................................14

3.0.1 Violência Sexual...................................................................................................................14

3.1 Formas de violência sexual......................................................................................................14

Envolvendo contacto físico............................................................................................................15

3.2 Consequências da violência sexual..........................................................................................15

3.3 Características da violência sexual..........................................................................................16

3.4 Categorias da violência sexual.................................................................................................16

3.5 A violência sexual e suas possíveis consequências no desenvolvimento da rapariga.............17

3.5.1 Consequências orgânicas......................................................................................................18

3.5.2 Consequências neurológicas.................................................................................................18

3.5.3 A nível Social.......................................................................................................................19

Bibliografia....................................................................................................................................20
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Introdução

Falar da violência sexual no nosso país é falar de um assunto extremamente preocupante para as
diferentes sociedades e em prol disto tem-se elaborado medidas para castigar e evitar para que
não se repita nas próximas gerações, mas nem com as medidas severas estabelecidas para
minimizar os níveis de ocorrência desta situação, tem prevalecido, facto que preocupa a nossa
sociedade.

No nosso belo Moçambique é frequente ouvir falar da ocorrência desta situação em diferentes
meios de comunicação social e tem se reportado o agravamento de casos de ocorrência. A
preocupação prende-se nas consequências que este acto violento trás no meio da sociedade para
quem vive perto disto.

A violência contra a criança e o adolescente é um problema universal que atinge milhares de


vítimas de forma silenciosa e dissimulada. Trata-se, deste modo, de um problema que acomete
ambos os sexos e não costuma obedecer nenhuma regra como nível social, económico, religioso
ou cultural

A violência sexual contra crianças e adolescentes é o envolvimento destes em actividades


sexuais com um adulto, ou com qualquer pessoa um pouco mais velha ou maior, nas quais haja
uma diferença de idade, de tamanho ou de poder, em que a criança é usada como objecto sexual
para gratificação das necessidades ou dos desejos do adulto, sendo ela incapaz de dar um
consentimento consciente por causa do desequilíbrio no poder ou de qualquer incapacidade
mental ou física.

Neste presente trabalho pretende-se fazer-se um estudo visando reflectir sobre as estratégias que
se tem traçado para a sua mitigação, a questão de violência sexual contra criança tem atingido
contornos alarmantes ao ponto de tirar a personalidade de quem passa nessa situação
desagradável.

De referi que esta pesquisa será explicativa quanto aos objectivos, quanto à abordagem tratar-se-
á de pesquisa qualitativa, quanto aos procedimentos metodológicos será pesquisa do campo. Para
colecta de dados para o alcance dos objectivos serão usados dois instrumentos, a saber:
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questionário dirigido aos funcionários da direcção provincial do género, criança e acção social e
entrevista dirigida aos pais e encarregados de educação.

Para a sua organização apresentará três capítulos sendo divididos da seguinte forma: Capítulo I –
procedimentos metodológicos, neste contempla os seguintes itens: Tipos de pesquisa, técnicas de
colecta de dados, universo e amostra da pesquisa.

No capítulo II – Fundamentação Teórica; e III capítulo e o último será constituído de


apresentação, análise e interpretação de dados.
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1.0 Contextualização

Falar de violência sempre gera um desconforto, pois, em algum momento em nossa vida já
fomos vítimas de alguma das formas em que ela se possa manifestar.

A violência sexual sendo uma das formas mais graves de violência contra crianças e adolescentes
precisa ser combatida. Alguns estudos revelam que muitos casos deste acto não são denunciados
por falta de conhecimentos dos profissionais que actuam com crianças sobre como identificá-los.

A violência contra crianças é um problema complexo que necessita um conjunto de intervenções


coordenadas para a protecção da vítima e o apoio social e afectivo. Qualquer intervenção
efectiva deve ser institucional e interdisciplinar.

Desta forma, uma rede de apoio social e de protecção deve ser constituída para o enfrentamento
da violência em diferentes níveis.

No Brasil o estatuto da criança e do adolescente no seu artigo 5 o defende que nenhuma criança
ou adolescente será objecto de qualquer forma de negligência, descriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por acção ou omissão
dos seus direitos fundamentais.

Em Moçambique, são vários órgãos ou entidades responsáveis pela protecção da criança como é
o caso do Ministério da saúde, Ministério Público, Órgãos ou entidades da Acção Social entre
outros.

O presente estudo irá centrar-se particularmente em estratégias de prevenção da violência sexual


contra crianças da cidade de Nampula. Os locais onde a pesquisa vai decorrer serão as
instituições que velam pela protecção da criança especialmente o órgão da Acção Social e o
Gabinete de Atendimento às Vítimas de violência.
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1.1 Problematização

Problema - Segundo FIDLAY et al (2006:10), “o problema focaliza o que vai ser investigado
dentro do tema da pesquisa. Problema é uma interrogação que o pesquisador faz à realidade”.

Dando um olhar atento a este conceito, dá para entender que o problema é algo que não foi
resolvido e que se precisa de alguém para o resolver, sendo um estudo de investigação científica
o problema a ser investigado deve ser de natureza científica.

Violência sexual é uma das formas mais graves de violência contra crianças e adolescentes que
atinge meninas e meninos de todas as idades, níveis sócio-económicos, etnias e culturas. A
violência sexual é u fenómeno que envolve aspectos médicos, psicológicos, jurídicos e sociais.

Em Moçambique a questão de violência sexual contra crianças tem vindo a tomar contornos
alarmantes que merece ser combatidos. As revelações sobre a violência sexual contra a criança
tem vindo a aumentarem cada dia que passa.

Na cidade de Nampula a violência sexual em crianças é um tema de tamanho preocupante, visto


que há maior notificação de casos de crianças que são agredidas pelos seus empregados ou de
casas vizinhas. Normalmente as vítimas são menores abaixo de 10 anos do sexo feminino.

Na Província de Nampula os casos de violência sexual contra as crianças continuam a ser um


assunto de destaque não obstante, as denuncias e esforços que o governo tem envidado no
sentido de mitigar o fenómeno.

Os danos que a violência sexual pode causar em crianças podem ser cognitivas, emocionais,
comportamentais e físicas. As consequências da violência sexual não só afectam a vítima bem os
pais, a família e a sociedade no geral.

Normalmente as vítimas de violência sexual apresentam alterações cognitivas, como percepção


de culpa e falta de valor de que não deve confiar ninguém, problemas relacionados a memória,
atenção. Em termos de comportamento são crianças que se isolam socialmente, fuga de casa,
agressivas fisicamente e verbalmente entre outros tipos de manifestações.
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Face as situações acima descritas, a autora propõe a seguinte questão de partida: Que estratégias
preventivas devem ser traçadas para mitigar a violência sexual em crianças?

1.2 Objectivos

1.2.1 Geral

 Analisar as estratégias de prevenção da violência sexual contra crianças na cidade de


Nampula.

1.2.2 Específicos

 Identificar estratégias de prevenção da violência sexual contra crianças;


 Descrever estratégias preventivas da violência sexual;
 Sugerir algumas estratégias viáveis à mitigação do fenómeno (violência sexual contra
crianças).

1.3 Justificativa

A motivação pelo estudo é o fruto de convivência que a autora como funcionaria o ministério
que vela por esta área tão sensível, ter verificado uma acentuação grave sobre os casos de
violência sexual contra as crianças.

O estudo vai contribuir bastante para a mitigação do fenómeno em causa na cidade de Nampula,
no uso das estratégias que serão propostas neste trabalho. Reflectir acerca das estratégias a autora
acha pertinente pois, é a partir delas que torna possível ultrapassar um certo fenómeno que
constitui como problema na sociedade, dai que urge essa necessidade de se fazer um estudo de
género.

Este estudo vai se juntar ao esforço envidado pelo governo em particular à direcção provincial de
criança, género e acção social no sentido de mitigar este fenómeno que semeia grande
preocupação no seio da sociedade e vai ajudar na devolução da tranquilidade em relação a este
mal.
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Sem deixar às menores que têm sido vítimas diante deste fenómeno, este trabalho trará segurança
na convivência quotidiana das menores, promoverá a auto-estima e manterá a identidade das
vítimas e prevenirá as possíveis situações que possam contribuir na ocorrência deste mal.

Falar de violência sexual contra as crianças é falar de uma situação que cria perturbações mentais
de quem convive com esta situação dia-a-dia. De salientar que este estudo, não se prende apenas
em falar da violência sexual contra as crianças, mas também propor estratégias preventivas.

1.4 Hipóteses

H1: Uma maior conscientizaçao da criança sobre o acto da violência permite a expressão das
ocorrências;

H2: Punir severamente os agressores pode levar a redução da prática da violência sexual.

1.4.1 Tabela das variáveis

Hipóteses Variáveis Indicadores

Variável Independente  Promoção de palestras

Maior conscientização da na comunidade;


criança sobre o acto de  Prevenir o abuso
Hipótese 1 violência sexual. corporal
Uma maior conscientizaçao da
criança sobre o acto da Variável Dependente
violência permite a expressão Expressão das ocorrências  Dizer não a

das ocorrências. comportamentos que


incomodam a criança.
 Denúncias da violência
sexual;
 Quebrar o medo ou as
ameaças do agressor;
 Reportar
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comportamentos
inadequados.

Variável Independente  Dar direito a prisão

Punir severamente os maior aplicada em

agressores Moçambique aos


Hipótese 2
praticantes;
Punir severamente os
agressores pode levar a
redução da prática da Variável Dependente  Promover actividades
violência sexual. Redução da prática da desencorajadoras para

violência sexual a prática da violência


sexual contra as
crianças.

Fonte: autora (2017).


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CAPÍTULO I – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2.0 Metodologias de Pesquisa

A metodologia de um projecto de pesquisa num planeamento deve ser entendida como conjunto
detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a serem executadas ao longo da
pesquisa, de tal modo que se consiga atingir os objectivos inicialmente propostos e, ao mesmo
tempo, atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais viabilidade de
informação. (BARRETO e HONORATO, 1988).

2.1 Tipo de pesquisa

2.1.1 Quanto aos objectivos

Esta pesquisa quanto aos objectivos será do tipo Explicativa, pois esta pesquisa visa explicar
com detalhes estratégias sobre as crianças portadoras de deficiência física na idade pré-escolar. A
razão da escolha da pesquisa explicativa é o facto do potencial que tem de explicar
detalhadamente os contornos que leva a ocorrência de um certo fenómeno.

“A pesquisa Explicativa visa identificar os factores que determinam ou contribuem para a


ocorrência dos fenómenos. aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o
“porquê” das coisas” SILVA (2001:21).

2.1.2 Quanto à abordagem

A pesquisa quanto à abordagem recorrer-se-á a abordagem qualitativa, porque leva o pesquisador


a familiarizar-se do problema, os dados desta pesquisa são analisados de forma crítica, sem o
recurso de métodos estatísticos ou matemáticos para sua interpretação.

Para SILVA (2001:21),


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“considera que na pesquisa qualitativa há uma relação dinâmica entre o mundo


real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a
subjectividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A
interpretação dos fenómenos e a atribuição de significados são básicas no
processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas”.

2.1.3 Quanto aos procedimentos

A pesquisa quanto aos procedimentos metodológicos recorrer-se-á a pesquisa do campo, porque


parte dos dados que serão recolhidos junto dos sujeitos da pesquisa, no local da pesquisa, onde o
fenómeno ocorre.

Para LAKATOS & MARCONI (2003:185), referem

“pesquisa de campo como aquela que é utilizada com o objectivo de conseguir


informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura
uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir
novos fenómenos ou as relações entre eles”.

É uma pesquisa que consiste na observação de factos e fenómenos tal como ocorrem
espontaneamente, na colecta de dados a eles referentes e no registo de variáveis que se presume
relevantes, para analisá-los. A pesquisa de campo propriamente dita não deve ser confundida
com a simples colecta de dados; é algo mais que isso, pois exige contar com controles adequados
e com objectivos preestabelecidos que descriminam suficientemente o que deve ser colectado.

2.2 Técnicas de recolha de dados

As técnicas a serem usadas neste presente estudo para a recolha das informações e dada a
complexidade do mesmo, usar-se-á as seguintes técnicas: Entrevista e Questionário.

2.2.1 Questionário

LAKATOS & MARCONI (2003:201) define o questionário como sendo um instrumento de


colecta de dados constituído por uma serie ordenada de perguntas, que devem ser respondidas
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por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral o pesquisador envia o questionário ao


informante, pelo correio ou por um portador depois de preenchido o pesquisado devolve-o do
mesmo modo.

O questionário será dirigido aos funcionários da direcção Provincial de Criança, Género Acção
Social e para os funcionários do Gabinete de Atendimento às Vítimas de Violência, esta técnica
será constituído por perguntas fechadas e abertas e permitirá a pesquisadora a recolher pontos de
vistas, opiniões e ideias partindo das suas experiências profissionais a respeito da violência
sexual contra as crianças.

Os sujeitos desta pesquisa receberão o questionário no recinto do centro do local de trabalho, das
mãos da própria autora depois de uma autorização da Direcção do centro e regressará no dia
seguinte para fazer a recolha.

2.2.2 Entrevista

CUNHA (2000), diz que “a entrevista é uma técnica de investigação científica, sendo um
instrumento fundamental do método clínico”.

A entrevista é um método de recolha de informações, que consiste em conversas orais,


individuais ou de grupos, com várias pessoas seleccionadas cuidadosamente, cujo grau de
pertinência, validade e fiabilidade é analisado na perspectiva dos objectivos da recolha de
informações.

Esta técnica será dirigida às menores para a partir deles explorar informações acerca da violência
sexual contra as crianças. Estas serão encontradas nos locais onde frequentam.

Esta técnica será muito importante neste estudo, pois, ela colocará frente-a-frente a autora com
os sujeitos mantendo uma conversa amigável que lhe permitirá obter as informações necessárias
para a efectivação deste estudo.

2.2.3 Análise Documental


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A análise documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico,
tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes,
fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc.
(FONSECA, 2002, p. 32).

Com esta técnica permitirá a autora obter a realidade do fenómeno m estudo através dos
documentos apresentados pela instituição que trata deste assunto.

2.3 Universo e Amostra a Pesquisa

2.3.1 Universo

Segundo IVALA et all. (2007: 38) “o universo ou população é o conjunto de seres animados ou
inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”.

RICHARDSON (1999:157), refere que “o universo ou população é o conjunto de elementos que


possuem determinadas características e a amostra é qualquer subconjunto do conjunto
universal ou da população”.

No entanto, o universo da pesquisa será constituído por 40 sujeitos, destes 20 serão os


funcionários da direcção provincial de género, criança e acção social e do gabinete de
atendimento às vítimas de violência respectivamente e 20 serão os menores.

2.3.2 Amostra

Para responder os objectivos deste estudo o autor trabalhará com uma amostra constituída por 13
sujeitos dos quais 9 funcionários (5 serão da direcção provincial de criança, género e acção social
e 4 serão do gabinete de atendimento às vítimas de violência). Na mesma amostragem 5 serão os
menores.

O tipo de amostra que será usada nesta pesquisa será Amostragem Aleatória Simples a escolha de
um indivíduo, entre uma população, é ao acaso (aleatória), quando cada membro da população
tem a mesma probabilidade de ser escolhido.
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CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.0 Conceito

3.0.1 Violência Sexual

Segundo BALLONE (2008),

“a violência sexual contra crianças e adolescentes é o envolvimento destes em actividades


sexuais com um adulto, ou com qualquer pessoa um pouco mais velha ou maior, nas quais
haja uma diferença de idade, de tamanho ou de poder, em que a criança é usada como
objecto sexual para gratificação das necessidades ou dos desejos do adulto, sendo ela
incapaz de dar um consentimento consciente por causa do desequilíbrio no poder ou de
qualquer incapacidade mental ou física”.

A violência sexual não ocorre apenas quando a criança “perde a virgindade,” isto é, pelo estupro,
mas por uma série de actividades que podem ser separadas em três grupos:

3.1 Formas de violência sexual

A violência sexual não ocorre apenas quando a criança “perde a virgindade,” isto é, pelo estupro,
mas por uma série de actividades que podem ser separadas em três grupos:

Não envolvendo contacto físico

 Discussões abertas sobre actos sexuais destinadas a despertar o interesse da criança ou


chocá-la.
 Telefonemas obscenos.
 Convites explícitos ou implícitos para manter contactos sexualizados.
 Exibicionismo – exposição intencional (e não natural) do corpo nu de um adulto ou de
partes dele a uma criança.
 Voyeurismo - espionagem da nudez total ou parcial de uma criança por um adulto.
 Aliciamento pela internet ou pessoalmente.
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 Estímulo à nudez.
 Fotografia e/ou filmagem de crianças para gratificação pessoal ou para exposição na
internet.

Envolvendo contacto físico

 Passar a mão no corpo da criança.


 Coito (ou tentativa de).
 Manipulação de genitais.
 Contacto oral-genital e uso sexual do ânus.
 Beijar a criança na boca.
 Sexo oral (felação ou cunilíngua no abusador ou na criança).
 Ejacular na criança.
 Colocar objectos na vagina ou ânus da criança
 Penetrar o ânus com o dedo.
 Penetrar o ânus com o pénis.
 Penetrar a vagina com o dedo.
 Colocar o pénis entre as coxas de uma criança e simular o coito.
 Forçar a criança a praticar actividade sexual com animais.

Envolvendo violência física

 Estupro associado à brutalidade ou mesmo assassinato de crianças como formas


progressivamente mais violentas de ataque sexual.
 Abuso sexual associado ao cárcere privado.

3.2 Consequências da violência sexual

A violência sexual não é uma experiência da qual a criança ou adolescente se esquece ou assunto
que se deve evitar. Ao contrário, a violência sexual pode acarretar graves prejuízos ao saudável
desenvolvimento psicossocial e físico de uma criança ou adolescente, tais como:

 Alto nível de ansiedade.


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 Tristeza profunda.
 Agressividade.
 Instabilidade emocional.
 Medo ou pavor da figura agressora.
 Confusão de sentimentos em relação à figura agressora (amor e ódio).
 Pensamentos suicidas.
 Exacerbação da sexualidade.
 Isolamento social.
 Regressão no desenvolvimento escolar.
 Drogadição e/ou dependência do álcool.
 Desenvolvimento de condutas antissociais.
 Distúrbios do sono.
 Aversão ao próprio corpo ou a pessoas do sexo do agressor.
 Sintomas somáticos.
 Gravidez precoce e indesejada.
 Doenças sexualmente transmissíveis.

3.3 Características da violência sexual


A violência sexual caracteriza-se por um acto ou jogo sexual, em uma relação heterossexual ou
homossexual, entre um ou mais adultos e uma criança ou adolescente, tendo por finalidade
estimular sexualmente esta criança ou adolescente, ou utilizá-la para obter uma estimulação
sexual sobre sua pessoa ou de outra pessoa (AZEVEDO; GUERRA, 1998, p.33).

A violência sexual, caracteriza-se por actos praticados com finalidade sexual que, por serem
lesivos ao corpo e a mente do sujeito violado (crianças e adolescentes), desrespeitam os direitos e
as garantias individuais como liberdade, respeito e dignidade.

3.4 Categorias da violência sexual


A primeira categoria do abuso sexual, definida anteriormente, também pode ser entendida como
incesto, que, comumente, dura um longo período e pode ser praticado com o conhecimento e
cobertura de outros membros da família. Em nossa cultura, o incesto é uma das formas de abuso
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sexual mais frequente, sendo este o que geralmente causa consequências – em nível psíquico –
extremamente danosas às vítimas.

O que se observa na literatura existente é a concordância entre os especialistas em reconhecer


que a criança vítima de abuso e de violência sexual corre o risco de uma psicopatologia grave,
que perturba sua evolução psicológica, afectiva e sexual (ROMARO; CAPITÃO, 2007, p. 144).

3.5 A violência sexual e suas possíveis consequências no desenvolvimento da rapariga


Para CUNHA et al (2008), pode-se afirmar que o abuso sexual e suas consequências sobre a
saúde da vítima “são primeiramente uma violação dos direitos humanos, não escolhendo cor,
raça, credo, etnia, sexo e idade para acontecer.

Segundo KAPLAN e SADOCK (1990), os maus-tratos na infância representam uma doença


médico-social que está assumindo proporções epidémicas na população mundial. O abuso sexual
de crianças e adolescentes é um dos tipos de maus-tratos mais frequentes, apresentando
implicações médicas, legais e psicossociais que devem ser cuidadosamente estudadas e
entendidas pelos profissionais que lidam com esta questão.

PRADO (2004), diz que os sintomas atingem todas as esferas de actividades, podendo ser
simbolicamente a concretização, ao nível do corpo e do comportamento, daquilo que a criança ou
o adolescente sofreu.

“afirma que as consequências ou o grau de severidade dos efeitos do abuso sexual variam de
acordo com algumas condições ou predeterminações de cada indivíduo, dentre eles: a idade da
criança quando houve o início da violência; a duração e quantidade de vezes em que ocorreu o
abuso; o grau de violência utilizado no momento da situação; a diferença de idade entre a pessoa
que cometeu e a que sofreu o abuso; se existe algum tipo de vínculo entre o abusador e a vítima; o
acompanhamento de ameaças (violência psicológica) caso o abuso seja revelado.

Já os danos tardios podem se manifestar através de ocorrência e incidência de transtornos


psiquiátricos como dissociação afectiva, pensamentos invasivos, ideação suicida e fobias mais
agudas; níveis mais intensos de medo, ansiedade, depressão, raiva, culpam, isolamento e hostili-
dade; sensação crónica de perigo e confusão, cognição distorcida, imagens distorcidas do mundo
e dificuldade de perceber a realidade; pensamento ilógico; redução na compreensão de papéis
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mais complexos e dificuldade para resolver problemas interpessoais; abuso de álcool e outras
drogas; disfunções sexuais; disfunções menstruais e homossexualismo/lesbianismo.

3.5.1 Consequências orgânicas

Aponta-se como consequências orgânicas: lesões físicas gerais; lesões genitais; lesões anais;
gestação, doenças sexualmente transmissíveis; disfunções sexuais; hematomas; contusões e
fracturas.

A vítima sofre com ferimentos advindos de tentativas de enforcamento; lesões genitais que não
se dão somente pela penetração e sim por meio da introdução de dedos e objectos no interior da
vagina das vítimas; lesões que deixam manifesto o sadismo do agressor, como queimaduras por
cigarro, por exemplo; lacerações dolorosas e sangramento genital; irritação da mucosa da vagina;
diversas lesões anais, tais como a laceração da mucosa anal, sangramentos e perda do controle
esfincteriano em situações onde ocorre aumento da pressão abdominal GABEL (1997 p. 67).

3.5.2 Consequências neurológicas

A nível da neurologia, existem pesquisas sustentando hipóteses de que situações de violência


sexual podem acarretar em danos temporários ou permanentes na estrutura do cérebro.

Medidas de coerência mostraram que os córtex esquerdos dos jovens do grupo controle eram
mais desenvolvidos que os direitos. Já os pacientes que haviam sofrido maus-tratos possuíam o
córtex direito claramente mais desenvolvido, embora todos fossem destros e, portanto, tinham o
córtex esquerdo dominante.

Apesar da discussão apresentada a partir dos aspectos psiquiátricos, biológicos e neurológicos,


considera-se que “a questão do trauma psíquico, evidentemente, está no cerne da situação do
abuso sexual” (GABEL, 1997, p. 206).

Neste sentido, retoma-se a discussão para o campo subjectivo, debatendo uma questão que,
imediatamente, praticamente todas as vítimas de abuso sexual passam após a situação abusiva
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stress pós-traumático ou Transtorno de stress Pós-Traumático, como costuma ser nomeado por
alguns autores.

3.5.3 A nível Social

 Em longo prazo, as vítimas geralmente apresentam dificuldades de aprendizagem. BALLONE


(2004) cita alguns efeitos do abuso sexual sofrido por crianças. Entre eles estão os atrasos de
linguagem, deficit cognitivo, agressividade, rejeição por parte de outros grupos, abuso de álcool,
drogas e, ate mesmo, com tendência a tornarem-se delinquentes quando adultos.
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Bibliografia

BALLONE, G. J.; ORTOLANI, I. V., MOURA, E. C. Violência Doméstica. 2008.

BARRETO, Alcyrus Vieira Pinto; HONORATO, Cezar de Freitas, Manual de Sobrevivência na


Silva Académica, Rio de Janeiro; 1988.

CUNHA, J.A. et all. Psicodiagnóstico V. Ed. Artmed, Porto Alegre, 2000.

FINDLAY, Eleide Abril Gordon, at all; Guia para elaboração de projectos de pesquisa; 2a
ed; UNIVILLE; São Paulo; 2006.

GABEL, M. Crianças vítimas de abuso sexual.: Summus; São Paulo, 1997.

IVALA, Adelino Zacarias et al. Orientações para Elaboração de Projectos e Monografias


Científicas. 1ª ed; Universidade Pedagógica, Nampula, 2007.

KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J. Compêndio de psiquiatria. 2. ed. Tradução de Maria Cristina


Monteiro e Daise Batista. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

LAKATOS, Eva Maria, & MARCONI, Marina de Andrade; Fundamentos de Metodologia


científica; 5ª edição, Editora Atlas S.A; São Paulo; 2003.

RICHARDISON, Robert Jany. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3ed., São Paulo, 1999.

SILVA, Edna Lúcia da, Metodologia de Pesquisa e Elaboração de Dissertação; 3ª edição;

Florianópolis; 2001.
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