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Instituto Federal de Educação Ciência e

Tecnologia Sul-rio-grandense

Curso Técnico em Automação Industrial

Disciplina de ​Máquinas Térmicas,


Hidráulicas e Pneumáticas
Professor:​ Rodrigo Biehl
Turma:​ 3º Ano - Manhã
Data:​ 10/03/2020
Nome do(s) Estudante(s):​ Jeferson
Scheibler e Graziela Z. Fusiger

Trabalho de Máquina Térmica

1. Introdução

Desde a antiguidade, a humanidade, procurava desenvolver aparelhos com o


objetivo de facilitar a execução de suas tarefas diárias ou até mesmo para superar suas
limitações. Até século XIX grande parte da energia utilizada para algum processo era
oriunda de tração animal. Então, foi inventado uma máquina que convertia calor em
trabalho. Entretanto, teve-se registros muito mais antigos de equipamentos que se
assemelhavam com esta invenção, uma delas, e considerada a pioneira, foi a máquina de
Heron. Construída no séc. I d.C, este dispositivo tinha o único intuito de divertir as pessoas
(SEARS, F. W., 1973).
A primeira máquina térmica bem-sucedida foi criada pelo engenheiro inglês Thomas
Savery, desenvolvida em 1698, servindo como uma bomba d'água. Contudo, esta máquina
não atendeu as expectativas. Então, em 1712, o inglês Thomas Newcomen, construiu uma
bomba hidráulica capaz de realizar a tarefa com maestria. Essa máquina além de funcionar
bem, detinha de uma construção simples e não envolvia técnicas especiais ou caras. Sua
construção em larga escala proporcionou à Inglaterra uma supremacia tecnológica por mais
de 150 anos (SEARS, F. W., 1973).
Deste modo, uma máquina térmica é um dispositivo que transforma a energia interna
de um combustível em energia mecânica, convertendo calor em trabalho (De-motor, 2017).
A partir do que se estudou das máquinas térmicas, neste trabalho iremos realizar a
montagem de uma máquina térmica simples, que demonstre seus princípios básicos de
funcionamento e suas aplicações.

2. Metodologia

Este projeto teve embasamento prático em diversos vídeos de experimentos


realizados, que se encontram disponíveis na internet. Contudo, nosso experimento/projeto
teve algumas modificações em relação a montagem. Em seguida se encontra,
detalhadamente, os materiais utilizados e o processo de montagem.
2.1. Materiais utilizados na construção da máquina térmica:

1. Latinha de refrigerante
2. Combustível: vela e/ou álcool
3. Fio de cobre
4. Base de madeira
5. Pedaços de metal (para proteção)
6. Palito de dente
7. Água
8. Cola
9. Isopor
10. Prego
11. Fita

2.2. Procedimento de montagem:

1) Firmamento da lata na base: ​para este, primeiro passo, utilizou-se um pedaço de


fio de cobre, rígido, para criar um suporte, que prendesse a lata à base, mantendo
uma distancia de + ou - 15 cm. IMPORTANTE: a lata foi esvaziada a partir de uma
pequena perfuração na parte superior, isto é essencial para a construção do projeto.
2) Construção da ventoinha: a ventoinha foi elaborada com pedaços, quadrados, de
uma lata de alumínio e um pedaço de isopor. O isopor serviu de suporte para a
fixação das pás de alumínio, e deste modo, fizemos com fita, para manter-se firme.
A ventoinha foi posicionada na frente da lata, anteriormente, presa a base.
3) Instalação da proteção: ​por se tratar de um experimento que envolve queima de
algum material para a obtenção de fogo, nós instalamos duas barras de metal, uma
em cada lado da lata, ambas presas a base de madeira. Também, incluímos duas
grades de metal por cima da lata, ambas presas às barras de metal, formando uma
espécie de “cabana”.

3. Referencial Teórico

3.1. Definições e aplicações

As máquinas térmicas, como dito anteriormente, transformam a energia mecânica


em energia térmica e vice-versa. Se você transformar o calor no trabalho, ele funciona como
um motor. Por outro lado, se transformar o trabalho em calor, ele funciona como uma
bomba de calor (SEARS, F. W., 1973).
Um motor térmico pode ser classificado como:
● Motor de combustão interna: neste tipo, a combustão ocorre em uma
câmara interna do próprio motor, onde são gerados os gases que produzem
a expansão causada pelo trabalho. Por exemplo, os motores dos carros.
● Motor de combustão externa: são aqueles em que a combustão ocorre fora
do motor. O calor liberado é transmitido para um meio inerte. Esse fluxo
intermediário produz energia mecânica. Por exemplo, a máquina a vapor,
onde o fluido intermediário é vapor de água e o local de combustão é a
caldeira, que está fora do motor.
Os exemplos de máquinas térmicas mais conhecidas na atualidade são os
refrigeradores, as máquinas a vapor, os automóveis, etc. Contudo, estes se diferem entre si
no emprego e nos ciclos que realizam, aberto ou fechado (De-motor, 2017).

3.2. Funcionamento e Princípios físicos aplicados:


O funcionamento do nosso projeto de máquina térmica se dá através de uma vela e
do álcool, como fonte de energia térmica do sistema, os quais utilizamos para aquecer o
recipiente que contém água, este totalmente vedado. Após um certo tempo, em torno de 5
minutos, a água começa a passar do estado líquido para o vapor, ocorrendo o processo de
vaporização. Em seguida, ao retirar a vedação, que mantinha a latinha vedada, o vapor, sob
pressão, sai, produzindo um jato de vapor, que por sua vez produz trabalho ao movimentar
uma ventoinha localizada na saída do vapor, seguindo os princípios da 1º lei da
termodinâmica.
Para entendermos um pouco melhor, as aplicações das leis da termodinâmica, em
nosso projeto, buscamos, em seguida relacioná-los com as máquinas térmicas. A partir da
Lei Zero da termodinâmica, em que dois corpos diferentes, colocados um em contato com o
outro, permitindo a passagem de energia por calor, no caso a lata e o fogo no nosso
experimento, a partir do momento em que as propriedades dos sistemas começam a variar,
o fogo aumentando a temperatura da lata, eles passarão do estado de equilíbrio térmico, da
temperatura ambiente, para uma variação de temperaturas, e a lata só irá alcançar a
temperatura do fogo, quando, esta, entrar em processo de fusão, assim elas terão
alcançado novamente o equilíbrio térmico.
As máquinas térmicas obedecem, também, a Primeira Lei da Termodinâmica, pois
parte da energia na forma de calor (Q) que recebem, é transformada em trabalho (T). Esta é
a parte de energia útil. A outra parte é transformada em variação de energia interna, U, esta
parte representa a quantidade de energia degradada ou não aproveitada, de modo que: Q =
T + U.
Pelo enunciado de Kelvin, podemos entender a Segunda Lei da Termodinâmica, que
diz que nenhum sistema pode realizar qualquer processo cíclico, cujo único efeito seja
retirar, por calor, certa quantidade de energia, de um único reservatório térmico, e ceder,
por trabalho, uma quantidade igual de energia. Então, devemos ter, sempre, um rendimento
de uma máquina térmica inferior a 100%. Entretanto, como no projeto não se trata de um
sistema cíclico, fechado, há ainda mais perdas de energia ao longo do processo.

3. Resultados e discussão
Figura 1. ​Projeto 1 - fonte de energia a vela ​ Figura 2.​ Projeto 2 -
fonte de energia o álcool

As Figuras 1 e 2, respectivamente, representam o nossos experimentos realizados,


um como fonte de energia uma vela e o outro o álcool. Deste modo, pudemos constatar,
durante os testes, que o Projeto 2, em termos de produção de trabalho, teve uma maior
eficiência, do que o Projeto 1, que era movido a vela, isto se deu, pois a quantidade de
energia entregue, em forma de calor, era maior em um do que no outro. Entretanto, como o
segundo experimento, teve uma maior energia cedia, a pressão na saída foi muito grande, e
assim “soprou” a ventoinha, que se encontrava colada, para longe. Então, com isto,
pudemos ver de fato as aplicações das Leis da Termodinâmica.
Ambos, os projetos, funcionaram como o esperado, porém um teve uma maior
eficiência do que o outro, e, também, percebemos que os projetos necessitavam de
melhorias, para que estes pudessem funcionar perfeitamente. Pretendemos, em seguida,
continuar a melhorar o projeto, colocando um motor, para que, ao movimentar a ventoinha,
gere energia elétrica, e assim acenda um LED. Este próximo passo, servirá para
entendermos melhor as aplicações das máquinas térmicas na produção de energia elétrica.

4. Bibliografia

SEARS, F. W.,ZEMANSKY, M. W. Física. Brasília, v.2, Ed Universidade de Brasília, 1973.

De-motor. Motores térmicos. Refinaria Port Arthur Texas, nov. 2017. Disponível em:
<​https://pt.demotor.net/motores-termicos​>. Acesso em 8 mar. 2020.

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