Você está na página 1de 5

CST SISTEMA AUTOMOTIVO – CÁLCULO APLICADO III

PROFESSOR: SAMUEL OLIVEIRA DE JESUS


AULAS Nº 21 e 24 / DATA: 25 e 26/03/2011

SÉRIES INFINITAS

A soma de um número infinito de termos é finita!

Uma sequência { a n } é uma lista infinita de números arranjados em


ordem: a 1 , a2 , a3 , a4 , … , an. Uma série infinita é uma soma infinita
ordenada de números. Vejamos

DEFINIÇÃO: Dada uma sequência de números { a n }, uma expressão da


forma a 1+ a2+ a3 +a 4 +…+ an é chamada série infinita ou simplesmente
série, onde os números a 1 , a2 , a3 , … são chamados termos e a n é
chamado enésimo termo ou termo geral da série.
Essa série pode ser escrita compactamente usando a notação de
somatório (sigma):
+∞ ∞ +∞

∑ an ou ∑ ak ou ∑ a n . Assim , ∑ an=a1+ a2 +a3 +a 4 +…+ an


n =1 k=1 n=1

+∞
1
Vamos escrever alguns termosrepresentativos da série ∑
n=1 2n
1 1 1
Vamos escrever a série 1− + − + … usando a notação de somatório
4 9 16

É possível somar diretamente um número infinito de números,


utilizando limites, com auxílio de somas parciais. Vejamos:

Todos sabem, por exemplo, que a dízima periódica 0,3333...


pode ser vista como uma série infinita
0,3 + 0,03 + 0,003+ 0,0003 + ...
ou de forma equivalente
3 3 3
+ + +…
10 102 103
Para obter a soma dessa série é razoável acharmos as somas
parciais:
3
s1= =0,3
10
3 3
s2= + 2 =0,33
10 10
3 3 3
s3= + 2 + 3 =0,333
10 10 10
3 3 3 3
s4 = + 2 + 3 + 4 =0,3333
10 10 10 10
.
.
.
1
Á medida que avançamos na sequência, nos aproximamos mais de
3
o que sugere que a soma desejada seja essa.
Para confirmar isso, devemos calcular o limite do termo geral
da sequência de aproximações (somas parciais).

Façamos então:
3 3 3 3
Sn= + 2 + 3 +…+ n
10 10 10 10

Mas, calcular esse limite não é fácil. Vamos, então


1
multiplicar ambos os lados da equação A por
10
1 3 3 3 3
S= + +…+ n + n +1
10 n 102 103 10 10

Subtraindo B de A:
1 3 3 9 3 1 1 1
Sn− S n= − n+1 → S n=
10 10 10 10 10 10 ( 3 )
1− n → Sn= 1− n
10 ( )
lim 1
1 1
lim S n=
n →+∞
n→+ ∞
3 (1− n =
10 )3

CONVERGÊNCIA OU DIVERGÊNCIA DE UMA SÉRIE INFINITA

Seja { Sn } a sequência das somas parciais da série


a 1+ a2+ a3 +a 4 +…+ an
Se a sequência { Sn } convergir para um limite S (nlim
→+∞
S n=S ¿, então
dizemos que a série converge para S e S é a soma da série.
Isso é denotado da seguinte maneira:
+∞
Sn=∑ an=a1 +a2 +a 3+ a4 + …+an
n=1
No caso em que lim S n=S , não exista , dizemos que a série DIVERGE .
n →+∞
Assim, para verificar se uma série infinita converge ou
diverge, escrevemos uma expressão para seu enésimo termo da
soma e calculamos o seu limite quando n tende a infinito.

EXEMPLOS:
+∞ +∞
n +1 1 1 1 1 1
a ¿ ∑ (−1 ) =1−1+1−1+ … c ¿ ∑ n−1
=1+ + + + +…
n=1 n=1 2 2 4 8 16
+∞
3 3 3 3
b¿∑ n
= + 2+ 3+…
n=1 10 10 10 10

REGRA DA SOMA E DA MULTIPLICAÇÃO POR UMA CONSTANTE PARA SÉRIES


INFINITAS CONVERGENTES.
+∞ +∞ +∞ +∞
Se as séries ∑ a n e ∑ bn convergem , as séries ∑ ( an ±b n ) e ∑ c ∙ an
n=1 n=1 n=1 n=1
(onde c é uma constante) também convergem e
+∞ +∞ +∞

∑ ( an ±b n )=∑ an ± ∑ b n
n =1 n=1 n=1
+∞ +∞

∑ c ∙ an=c ∙ ∑ an
n =1 n=1

+∞
9 5
EXEMPLO :Calcular ∑
n=1
[ n
10 2
− n−1
]
SÉRIE GEOMÉTRICA

3 3 3 3 1
Observando a série + + + …+ n +… ,notamos que tem razão r =
10 100 1000 10 10

DEFINIÇÃO 2: Séries geométricas são séries da forma



2 3 n−1
+ a r =∑ a r n
n
a+ ar +a r +a r +…+ a r
n=1
Onde cada termo após o primeiro é obtido pela multiplicação
por uma constante r, denominada razão da série.
Onde a e r são números reais fixos e a ≠ 0. A razão r pode ser
positiva ou negativa (neste caso produz alternância de sinais
algébricos).
EXEMPLOS:
k n−1
a ¿ 1+2+4 +8+ …+2 d ¿ 1−1+1−1+…+ (−1 ) +....
n−1
1 1 1 1
b ¿ 1+ + + +…+
2 4 8 2() + … e ¿ 1++ x+ x2 + x 3 +…+ x k
n−1
1 1 −1
c ¿ 1− + −…+(
3 )
+…
3 9
CONVERGÊNCIA OU DIVERGÊNCIA DE SÉRIES GEOMÉTRICAS

A série geométrica ∑ a r n =a+ ar+ a r 2+ …+a r n + …(a ≠ 0)
n=0

(com termo inicial a ≠ 0 e razão r) , CONVERGE se |r|< 1, caso em que a soma é



a
S=∑ a r n=
n=1 1−r
Se|r|≥ 1a série geometrica DIVERGE .

A série geométrica também pode ser escrita como ∑ a r n −1 fazendo reindexação .
n=1
Demonstração:

(1º caso) |r|=1


 Se r = 1, a série é a+ a+a+ a+… e
Sn= ( n+1 ) a e lim S n= lim ( n+ 1 ) a=± ∞
n →+∞ n →+∞

 Se r = -1, a série é a−a+ a−a+… e


Sn=a ou S n=0
O que prova a DIVERGÊNCIA

(2º caso) |r|≠ 1


A enésima soma parcial da série é:
Sn=a+ar + a r 2+ …+a r n
Multiplicando ambos os lados por r
r S n=ar+ ar +a r 2 +…+ a r n +a r n+1
Sibtraindo B de A (A – B)
Sn−r S n=a−a r n+ 1
n+1 a n +1
(1−r)S n=a(1−r )⇒ Sn = (1−r )
1−r
Assim se|r|<1 lim r n +1=0
n →+∞
a
E neste caso { S n } converge para a soma S= lim S n=
n →+∞ 1−r

Se |r|> 1, ou seja r >1 ou r ←1


 Se r >1 , lim r n+1 =+∞
n →+ ∞

 Se r ←1 ,r n+1, oscila entre valores positivos e negativos. No


caso { Sn } diverge.

ASSIM PODEMOS DEFINIR O INTERVALO −1<r <1 COMO SENDO O


‘INTERVALO DE COINVERGÊNCIA’ DE SÉRIES GEOMÉTRICAS.
Veremos adiante um caso especial quando r = 0.

EXEMPLOS:
Estudar a convergência das séries e calcular a soma, se
possível.

1 1
a¿∑
n=1
( −
3n 6n )
b ¿ 8+4 +2+…

REINDEXAÇÃO
Podemos reindexar qualquer série sem alterar sua convergência.
Para aumentar (ou diminuir) o valor do índice (n) em k
unidades, substituímos n na fórmula por n – k (ou n + k).
∞ ∞ ∞ ∞

∑ an= ∑ a n−h=a1 +a 2+ a2 +… ∑ a n= ∑ a n+h=a1+ a2 +a2 +…


n=0 n=0 +h n=0−h n=0−h

∞ ∞ ∞
Exemplo: ∑ 2n=∑ 2n−3 ou até mesmo ∑ 2n +3
n=0 n=3 n=−3

EXERCÍCIOS
Verificar se converge ou diverge e calcular sua soma.
∞ ∞
n
Dica: colocar na forma ∑ ar ou ∑ a r n−1
n=0 n=1

∞ ∞
5 2 2 4 8 16
a¿∑ k
e ¿ ∑ k−1 e ¿−1+ − + − +…
n=0 4 k=1 3 3 9 27 81

∞ n−1 ∞ n
1 3
b¿∑3
n=1 2 () f ¿∑
n=1
()
2

n−1
1 1 1 −1 π π2 π3
c ¿ 1− + − + …+
2 4 8 2 ( ) g¿ − + +…
2 4 8

∞ ∞ ∞
3 n n−1
3
d ¿∑
n=0
() 5
=∑
n=1 5
() h ¿ ∑ 32 k 51−k
n=0

Encontre a geratriz de cada dízima periódica abaixo:


a) 5,23 23 23 ... b) 3,7 22 22 22...

Você também pode gostar