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Memórias,

identidade e
história
Diferentes olhares sobre a Agricultura
• A agricultura é uma prática, que pode ter fins lucrativos ou ser de
subsistência, em que você utiliza o solo para o cultivo de plantas.

• É uma prática que já existe há muito tempo na história da


humanidade.

• A agricultura de subsistência ou familiar é exercida por


comunidades rurais em que utilizam os métodos tradicionais de
cultivo (ou seja, sem máquinas mecanizadas, uso de agrotóxicos e
sem o emprego dos organismos geneticamente modificados),
geralmente, em pequenas comunidades.

• O principais cultivos são de arroz, feijão, milho, mandioca, batata,


frutas e hortaliças, por exemplo. O que sobra dessas plantações é
trocado ou vendido para a aquisição de outros produtos que não
estão disponíveis nas suas propriedades.
• A monocultura, muito empregada na agricultura
não familiar é a prática de um único cultivo,
geralmente realizada em latifúndios (grandes
propriedades rurais, pouco produtivas).

• Ela causa impactos ambientais devido à baixa


diversidade do local, além do uso de defensivos
agrícolas que poluem os solos e as águas. Exemplos
clássicos de monoculturas são a soja e o milho.
• As práticas agroecológicas estão sendo bastante
difundidas no mundo e consistem em manter e
aumentar a biodiversidade dos ecossistema.
• Garante as condições de vida do solo, por meio de
práticas como cobertura permanente do solo,
adubação verde, cultivo em faixas e rotação de
culturas, garantindo uma produção sustentável, sem
uso de defensivos agrícolas.
• Pode diferir da agricultura de subsistência porque
nesta é possível o uso de agrotóxicos, enquanto nas
práticas agroecológicas não é utilizado esse tipo de
produto.
• Por fim, existem os agricultores orgânicos, que
têm em comum com os agricultores
agroecológicos o fato de não usarem defensivos
agrícolas e não serem a favor das queimadas.

• Os agricultores orgânicos são agricultores


agroecológicos, mas não o contrário porque a
Agroecologia é muito mais ampla do que a
Agricultura Orgânica.
Glosário

Agricultura orgânica – manejo do solo visando promover a


agrobiodiversidade e os ciclos biológicos. Para ela, o solo é um
sistema vivo, que deve ser nutrido.

Agricultura de subsistência – prática agrícola em que se utilizam


os métodos tradicionais de cultivo. Está voltada para a
sobrevivência das famílias rurais.

Monoculturas – plantio de uma única cultura.


Entenda sobre o plantio direto
Um dos principais problemas enfrentados pelos agricultores é o
manejo do solo.
O impacto da produção é alto, o que exige grande rotatividade para o
cultivo, a fim de evitar problemas como a falta de recursos hídricos e a
redução da biodiversidade. No entanto, esses prejuízos também podem
ser amenizados por meio do plantio direto (PD).
O PD é diferenciado porque reduz o efeito negativo das máquinas
agrícolas e da própria agricultura, o que garante uma atividade mais
sustentável.
Ao mesmo tempo, o agricultor tem custos menores de produção —
motivo pelo qual esse método já é utilizado em 32 milhões de hectares
no Brasil, o que faz o país ter a maior área com PD em todo o mundo.
O que é plantio direto?
• Essa técnica — também conhecida como plantio na
palha — começou a ser implementada em 1940 com
Edward H. Faulkner, mas só passou a ser adotada no
mundo após a 2ª Guerra Mundial. No Brasil, o PD
surgiu em 1970 com agricultores paranaenses, que
buscavam alternativas para acabar com um assunto
recorrente na época: a desertificação do solo.
• A promessa do PD era fazer a cobertura do solo para
manter seus nutrientes, e foi exatamente isso que
aconteceu por conta da palha. Esse item e os restos
de vegetais de outras culturas foram mantidos na
terra, o que evitou prejuízos decorrentes de
processos danosos, como a erosão.
• Diferentemente do procedimento tradicional, o solo só
é manuseado no PD durante o plantio. O agricultor
abre um sulco com uma semeadora especial e deposita
os fertilizantes e as sementes. Depois disso, inexiste
qualquer tipo de manipulação do terreno. A partir
desse momento, o foco é o controle de ervas daninhas
pelo controle de pragas, plantas infestantes e doenças.

• Na prática, a aragem e a gradagem são eliminadas do


processo produtivo. A palha permanece intacta sobre o
solo antes e depois do cultivo. Ainda assim, é adotada a
rotação de culturas para aumentar a produtividade. O
resultado dessa prática é um equilíbrio maior da
temperatura e o aumento da matéria orgânica na terra,
bem como da disponibilidade de água e nutrientes.
O plantio direto se baseia em 3 pilares
fundamentais:

→mínimo ou nenhum revolvimento do


solo;

→permanência de uma cobertura


morta sobre o solo;

→rotação de culturas.
Técnicas do Sistema de Plantio Direto
Ausência ou mínimo revolvimento do solo
• Não remexer ou mexer minimamente no solo é a base do
plantio direto. O indicado por agrônomos é o revolvimento do
solo apenas na linha de semeadura, onde são depositadas as
sementes.
• Revolvimento significa inverter as camadas do solo com o uso
de arado para que o plantio seja feito.
• Esse método do sistema convencional de plantio é muito
usado em países de clima temperado e frio. Lá, o solo exposto
a geadas e neve precisa receber calor pra ser cultivado.
• O Brasil tem clima subtropical e tropical, ou seja, quente e
úmido na maior parte das regiões. Por isso dispensa o
revolvimento da terra, uma vez que não será necessário
produzir calor para o plantio da semente.
Cobertura de palhada
• A palhada é a matéria orgânica formada pelos restos da planta
colhida. A máquina colhedora retira a planta da terra e separa os
grãos. Os galhos, folhas e raízes são triturados e pulverizados de
volta ao solo. O processo todo ocorre simultaneamente.

Os benefícios de uma boa cobertura de palhada:


• Ajuda a reduzir o impacto da gota da chuva na superfície do solo;

• Age como obstáculo ao excesso de água que não infiltrou no solo;

• Impede o transporte e o arrastamento de partículas pela


enxurrada;

• Ajuda a manter a temperatura ideal para as plantas;

• Diminui a perda de água por evaporação.


Rotação de culturas
• A rotação de culturas é a alternância planejada de espécies
em uma mesma área de cultivo. Sendo assim, há um
período mínimo sem o cultivo da mesma espécie.

• Essa é uma forma eficiente de reduzir os impactos


ambientais provocados pela monocultura, melhorando as
condições físico-químicas e biológicas do solo no longo
prazo.

• Além disso, a rotação de culturas reduz a incidência de


doenças, plantas daninhas e pragas (favorecendo a quebra
do ciclo de vida delas).
Benefícios do Sistema de Plantio Direto
• Diminui ocorrência de erosão, aumentando a conservação do
solo e da água;

• Melhor germinação de sementes e melhor emergência de


plantas;

• Há otimização do uso fertilizantes e corretivos;

• Mantém temperatura ideal do solo;

• Melhora a qualidade do solo;

• Traz aumento de matéria orgânica e de carbono do solo;

• Solo fica mais fértil com a reciclagem de nutrientes;

• Aumenta a atividade biológica e da estabilidade da estrutura do


solo;
• Reduz a compactação do solo;
• Auxilia na infiltração da água e reposição da água
subterrânea.
• Reduz custos de produção e melhor relação
benefício/custo;
• Possibilita a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
(ILPF);
• Pode ser adotado em pequenas, médias e grandes
propriedades rurais;
• Traz economia de combustíveis, tempo e mão de obra;
• Promove aumento de produtividade e renda;
• Está entre os sistemas que promovem a redução de
emissão de CO2 e de outros Gases de Efeito Estufa.
Requisitos para implantar o Sistema
de Plantio Direto
• Estar consciente e predisposto a aceitar uma nova forma de
manejar o ambiente;

• Dispor de assistência técnica especializada;

• Escolher, para o sistema, áreas sem problemas de


compactação, de erosão ou de plantas daninhas de difícil
controle;

• Ter disponibilidade de maquinários específicos e bem


regulados (semeadoras e pulverizadores);

• Ter cultivado espécies vegetais que promovam boa cobertura


do solo e produção de palha;

• Programar e desenvolver um esquema bem organizado de


rotação de culturas.
Sistema Plantio Direto: Pioneirismo
no Paraná
• Foi um agricultor catarinense, Herbert Bartz, que
implantou, na década de 70 o Sistema de Plantio Direto no
País. O agricultor aplicou na sua propriedade em Rolândia,
no norte do Paraná, a técnica aprendida nos Estados
Unidos.
• O objetivo era amenizar os efeitos da erosão causada pelo
grande volume de chuvas na região. Assim, as camadas
férteis eram levadas pelas chuvas causando o
assoreamento dos rios. Com o tempo, o precursor do SPD
viu a rentabilidade aumentar e os gastos com defensivos e
combustível diminuir.
• No final da década de 1980 houve a expansão do uso do
SPD na Região Sul. Com a chegada de máquinas
semeadoras para realizar o corte da palha e depositar as
sementes no solo sem revolvê-lo, o sistema ganhou força e
outras regiões.
Hoje o plantio direto representa 19% dos sistemas de preparo do
solo adotados pelos agricultores no Brasil. O mais usado é o
cultivo convencional (45%), seguido do cultivo mínimo (36%). O
dado preliminar é do Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola
2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fontes:
https://blog.jacto.com.br/entenda-tudo-sobre-plantio-direto
https://boaspraticasagronomicas.com.br/boas-praticas/plantio-direto/

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