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A metasynthesis of factors affecting self-management of chronic illness

Uma metassintese de fatores que afetam a auto-gestão de doenças


crónicas

Objetivos do artigo

Neste artigo de revisão pretendeu-se reconhecer inúmeros fatores que afetaram a


autogestão, aumentando a especificidade do Modelo de Autoconceito e Gestão
Familiar.

Síntese das ideias principais

A autogestão abrange atividades diárias onde os indivíduos, concomitantemente com


profissionais de saúde, fazem gestão de uma doença crónica. Na autogestão é tido em
conta diversos domínios como a gestão dos sintomas, terapêuticas, alterações de
estilos de vida e resultados psicossociais, culturais e espirituais das condições de
saúde.

Em estudos anteriores procurou-se desconstruir processos de autogestão,


empregando técnicas de metassintese qualitativa. Foram reconhecidos três processos
principais de autogestão em adultos com doença crónica, sendo eles o foco nas
necessidades da doença, ativação de recursos e o viver com uma doença crónica. Em
alguns desses estudos, foram identificados fatores que afetaram a autogestão dos
indivíduos, como depressões e co-morbidades. 

Neste artigo de revisão, pretendeu-se nomear os fatores que podem servir como
facilitadores e barreiras para autogestão, expostos por adultos que vivem com doenças
crónicas, transversalmente da realização de uma metassintese qualitativa.

Entenda-se metassintese qualitativa como a integração de achados, de estudos


qualitativos com o objetivo de produzir teorias, grandes narrativas, generalizações ou
traduções interpretativas. Para completar esta metassintese, seguiram-se
procedimentos metodológicos descritos por Sandelowski e Barroso, que foram a
pesquisa bibliográfica, avaliação de qualidade, análise de descobertas e síntese das
descobertas.

Evidenciou-se, ao longo do estudo, que os fatores que afetam a autogestão não


sucedem de configuração isolada. Diversos fatores podem interagir para afetar a
aptidão de um indivíduo e/ou a motivação para a autogestão, bem como a qualidade
da mesma.

Comprovou-se, também, que bastantes fatores que interferem na autogestão podem


ser considerados como estando num contínuo onde os fatores não estão presentes ou
ausentes, mas refletem graus positivos (facilitadores) ou negativos (barreiras). Um
fator em especial pode ser um facilitador ou uma barreira para a autogestão,
dependendo donde o indivíduo se encontra no contínuum.

Essa metassíntese provê uma revisão exigente dos fatores que afetam a autogestão na
perspetiva de adultos que vivem com doenças crónicas. Foram elencados fatores da
autogestão em várias categorias e nomeados temas relacionados com a natureza e
com a interação desses fatores.  Ao nomear facilitadores e barreiras relacionadas às
amplas categorias de fatores de risco e proteção, foram pormenorizadas ações
positivas e negativas específicas sobre a autogestão para direcionar a investigação e a
prática.

Para fornecer uma apoio para a pesquisa sobre os fatores que afetam a autogestão,
adotou-se uma perspetiva vasta e incluiu-se estudos sobre uma variedade de doenças
crónicas, num grupo internacional de adultos de distintas raças e etnias. 

Entretanto, essa metassíntese não provê um perfil absoluto do que pode ajudar ou
dificultar a autogestão em doenças crónicas.   Além disso, a amostra abarcou em
grande parte adultos com diabetes e doenças cardiovasculares.  São imprescindíveis
estudos para reconhecer fatores semelhantes e particulares ao autocontrole de
múltiplas doenças crónicas que podem diferir na trajetória da doença. 

Por fim, embora a amostra deste estudo abranja um agregado variado de


intervenientes de diversos países, pesquisas complementares são necessárias para
compreender melhor o efeito de fatores que afetam a autogestão em indivíduos de
díspares origens, em diversos países com diferentes sistemas de saúde e entre aqueles
com múltiplas doenças cronicas.

Ainda que, se façam esforços notáveis em todo o mundo para aperfeiçoar a


autogestão de doenças crónicas, o cuidado com as mesmas prossegue a ser um grande
desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. Melhorar o ingresso a programas
de apoio à autogestão tornou-se uma prioridade em abundantes sistemas de
saúde. No entanto, para muitos indivíduos, os cuidados subsistem fracionados e os
programas de apoio à autogestão, se facultados, não são com frequência assimilados
aos cuidados primários. Além disso, muitos programas de autogestão centram-se
numa singular doença crónica, demarcando a eficiência e a eficácia de tais programas
em populações em que os adultos têm altas taxas de co-morbidade.

Programas inovadores e iniciativas que lidam com essas barreiras merecem


atenção.  Esforços contínuos para fornecer suporte da autogestão para adultos com
múltiplas condições crónicas, que são integrados nos ambientes de trabalho e
referenciados ao sistema de saúde.

Concluiu-se que, o entendimento dos fatores que atingem a autogestão podem


aperfeiçoar a avaliação do autocontrole entre adultos com doenças crónicas, podendo
subsidiar intervenções adaptadas para atender às carências dos indivíduos e prosperar
os efeitos da saúde.

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