Você está na página 1de 44

____________________________________________________________

____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
Instituto de Saúde Coletiva. Universidade Federal da Bahia.
____________________________________________________________
Caderno de Atividades. Oficinas Introdutórias em Monitoramento &
____________________________________________________________
Avaliação em Saúde. Salvador, 2019. Versão revisada 2021.
____________________________________________________________
Instituto de Saúde Coletiva/Universidade Federal da Bahia.
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

42 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
2 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em
Monitoramento & Avaliação em Saúde

Caderno de Atividades
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Ministro - Marcelo Queiroga
Diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação em
Saúde (DEMAS) - Angelo Martins Denicoli

COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERINSTITUCIONAL


Instituto de Saúde Coletiva - Isabela Cardoso de Matos Pinto
Departamento de Saúde Coletiva - Yukari Figueroa Mise

EQUIPE DE COORDENAÇÃO
Alcione Brasileiro Cunha (ISC/UFBA)
Mariluce Karla Bomfim de Souza (ISC/UFBA)
Monique Esperidião (ISC/UFBA)

EQUIPE DE APOIO TÉCNICO


Camila Reis
Kátia Alcântara Leal Teixeira
Italva Mirtes Macedo

PROJETO GRÁFICO
Gilson Rabelo
4 Caderno de Atividade
Sumário

APRESENTAÇÃO 06

ORIENTAÇÕES GERAIS 07

OBJETIVOS 07

ATORES ENVOLVIDOS 08

METODOLOGIA 09

PROGRAMAÇÃO 10

CADERNO DE ATIVIDADES

MOMENTO 1 12
Atividade individual 17
MOMENTO 2 20
Atividade em grupo 24
MOMENTO 3 29
Atividade em grupo 33
MOMENTO 4 35
Atividade norteadora da plenária final 37

Caderno de Atividade 5
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Apresentação

O Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS - DEMAS,


órgão do Ministério da Saúde (Demas/MS) responsável por coordenar
a formulação e execução da Política de Monitoramento e Avaliação do
SUS, assim como responsável por coordenar os processos de elaboração,
negociação, implantação e implementação de normas, instrumentos e
métodos necessários ao fortalecimento das práticas de monitoramento
e avaliação do SUS, em novembro de 2017 procurou o Instituto de Saúde
Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) tendo em vista um
acordo de cooperação técnica para apoiar o processo de formulação e
implementação da Política Nacional de Monitoramento e Avaliação do
SUS para o Ministério da Saúde.
Este projeto de cooperação técnica intitulado “Ações estratégicas para
o fortalecimento das práticas de monitoramento e avaliação e do
processo decisório das políticas públicas de saúde”, tem como uma
de suas dimensões a realização de oficinas nos Núcleos Estaduais do
Ministério da Saúde (NEMS*) dos estados para implantação de práticas
de Monitoramento e Avaliação (M&A).

As oficinas visam instrumentalizar para o desenvolvimento da capacidade


técnica dos participantes, assim como, estimular o compromisso com o
processo de monitoramento e avaliação em saúde. Como programação
para cada oficina, nos estados, estão incluídas atividades/exercícios
para serem desenvolvidos no decorrer dos quatro momentos sob
acompanhamento e orientação dos docentes e facilitadores de cada
turma.
Portanto, este Caderno de Atividades foi elaborado como apoio
e orientação para o desenvolvimento das oficinas, em que
constam atividades, notas para leitura e referências para estudo.
Desejamos bom aproveitamento!
Equipe de coordenação

*Atuais Superintendências Estaduais do Ministério da Saúde (SEMS)

6 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Orientações Gerais
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
OBJETIVOS
____________________________________________________________
Objetivo Geral
____________________________________________________________
____________________________________________________________
• Desenvolver a capacidade técnica dos trabalhadores e apoiadores
dos Núcleos Estaduais do Ministério da Saúde/NEMS* e demais
____________________________________________________________
atores do SUS para adotar as ações de monitoramento e
____________________________________________________________
avaliação como elementos essenciais da gestão em saúde, tendo
____________________________________________________________
em vista a fortalecer a integração entre o planejamento
____________________________________________________________
ascendente e os instrumentos de monitoramento e avaliação em
todos os Estados do país.
____________________________________________________________
____________________________________________________________
Objetivos Específicos
____________________________________________________________
• Fomentar a articulação entre os trabalhadores e apoiadores do NEMS*
____________________________________________________________
e os atores estratégicos de cada território, para o fortalecimento de
____________________________________________________________
práticas compartilhadas de monitoramento e avaliação em saúde;
____________________________________________________________
• Propiciar aos trabalhadores e aos apoiadores dos Núcleos Estaduais
____________________________________________________________
do Ministério da Saúde/NEMS* e demais trabalhadores do SUS o
____________________________________________________________
desenvolvimento de técnicas de monitoramento e avaliação em saúde;
____________________________________________________________
• Dotar os trabalhadores do SUS de conhecimentos introdutórios
____________________________________________________________
necessários para iniciarem o processo de monitoramento e avaliação
____________________________________________________________
das políticas de saúde implantadas no território;
____________________________________________________________
• Sensibilizar os participantes quanto à necessidade de institucionalização
____________________________________________________________
e disseminação da cultura de avaliação e monitoramento nas práticas
cotidianas de gestão e no cuidado em saúde;
____________________________________________________________
____________________________________________________________
• Estimular o processo de avaliação e monitoramento em saúde
____________________________________________________________
das diversas políticas e serviços de saúde que compõem o SUS
contemplando as necessidades regionais de cada estado.
____________________________________________________________
*____________________________________________________________
Atuais Superintendências Estaduais do Ministério da Saúde (SEMS)
____________________________________________________________

Caderno de Atividade 39
7
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Atores envolvidos

A proposta das Oficinas Introdutórias de Monitoramento & Avaliação em


Saúde envolverá os seguintes atores:

• Participantes (representantes do NEMS*; apoio


institucional; áreas técnicas da SES e SMS - Atenção
Básica, Atenção Especializada e Atenção Hospitalar,
Vigilância, Diretoria/Departamento de Avaliação,
Auditoria, Planejamento em Saúde; Cosems;
representação das regionais; comissões intergestores
regionais; conselhos de saúde).

• Facilitadores (representantes do NEMS e outros técnicos ou


gestores acompanharão o desenvolvimento das oficinas e
apoiarão nas atividades de grupo com os participantes e sob
supervisão dos docentes).

• Docentes (docentes da UFBA responsáveis pela condução


das oficinas).

* Atuais Superintendências Estaduais do Ministério da Saúde (SEMS)

8 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Metodologia
Buscando contribuir para o diálogo e as definições das
prioridades em M & A neste território, a Atividade para
a Plenária Final, a seguir sugere alguns pontos a serem
observados e discutidos nessa plenária.

As Oficinas Introdutórias
VAMOS AGORA Àem Monitoramento
NOSSA & Avaliação
PLENÁRIA FINAL! consistem
TRAGA SUAS IDEIAS.
em estimular os participantes ao desenvolvimento do processo de
institucionalização das práticas de monitoramento e avaliação no seu
cotidiano de trabalho e assim contribuir para o fortalecimento do SUS e
da qualidadeAtividade
dos serviçosNorteadora paraà Plenaria
de saúde prestados população. Final
A metodologia a ser utilizada para o desenvolvimento das oficinas
fundamenta-se na problematização,
INSTITUCIONALIZAÇÃO na medida
DE PRÁTICAS em que contempla
DE AVALIAÇÃO E o
conjunto de problemas de saúde concretos,
MONITORAMENTO objetos das intervenções em
saúde (políticas, programas e serviços), bem como considera o conjunto
de atores sociais
Desejamos que específicos de cada
ao final desta estado.
Oficina, os distintos atores envolvidos
na gestão do SUS deste território, possam iniciar um debate sobre
A metodologia admite ainda aspectos das metodologias ativas,
as possibilidades de institucionalização de práticas de Avaliação e
propiciando que os principais agentes, participantes das oficinas, que
Monitoramento, a partir da definição de alguns elementos, como a
estejam implicados no aprendizado e na tomada de responsabilidade
constituição de Grupos de Trabalho em M&A e defini ões sobre a (re)
sobre as práticas avaliativas que devem desenvolver em seu cotidiano
organização do processo de trabalho.
de trabalho. Buscam também proporcionar o desenvolvimento de
competências em monitoramento e avaliação em saúde, a partir de
Recuperando o que vimos na Oficina, suge imos que se discuta:
métodos, técnicas, procedimentos que permitam desenvolver um
conjunto de conhecimentos, práticas e valores (cultura de monitoramento
1. Quais os problemas de saúde a serem priorizados?
e avaliação).
2. Quais
As oficinas intervenções
serão realizadas desenhadas paradialogadas
a partir de aulas enfrentá-los?
acerca de temas
considerados centrais, exercícios e atividades em grupos para estimular o
3. Existem
raciocínio crítico metas a serem alcançadas?
e desenvolvimento de habilidades. Será disponibilizado
para cada participante, uma mídia com textos e este Caderno de Atividades,
o qual4.está
Quais indicadores
estruturado existentes?
da seguinte forma:

5. Quais os padrões ou parâmetros a serem utilizados?


Momento 1: Seleção de prioridades e usos da avaliação;
6. Seria possível desenhar um painel de monitoramento para
Momento 2: A avaliabilidade
acompanhar e a construção de modelos lógicos;
os indicadores?
Momento 3: Fixando os conceitos de critérios, indicadores e padrões;
7. Que outros desenhos avaliativos podem ser sugeridos para
Momento 4: Possibilidades de institucionalização de práticas de
acompanhar os resultados e impactos na saúde da população?
avaliação e monitoramento para o território.
Caderno de Atividade 37
9
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Programação
ENCONTROS
DESCRIÇÃO DA PROGRAMAÇÃO
(DURAÇÃO)
14h às 14:15h- Abertura e boas vindas
14:15h às 14:30h - Apresentação dos objetivos da O cina
14:30 às 15:45h - Exposição dialogada 1: Avaliação em saúde:
conceitos, objetivos e usos; objeto e foco da avaliação; principais
1º ENCONTRO dimensões e atributos; perspectivas avaliativas.
VIRTUAL
(03 horas) 15:45 às 16h - Debate
16 às 16:15h - Orientações para o trabalho individual
16:15 às 17h - Levantamento de problemas e seleção de intervenção
(03 intervenções - uma para cada grupo de trabalho; informar grupos
de trabalho)
Atividade individual:
- leitura do PES (buscar o problema, a análise e a intervenção - objetivo,
ATIVIDADE diretriz, meta, indicador relacionado);
INDIVIDUAL
- busca e leitura de documento base (norma, portaria) relacionado a
(04 horas)
intervenção selecionada;
- leitura do Momento 1 e 2 do Caderno de Atividades.
14h às 15:30h - Exposição dialogada 2- Avaliabilidade, modelos
lógicos, matriz de medidas e painéis de monitoramento. Critérios e
padrões.
2º ENCONTRO 15:30 às 16h - Debate
VIRTUAL 16 às 17h - Trabalho em grupo: análise da plausibilidade do modelo
(03 horas) lógico e desenho de estudo de pré-avaliação. Critérios e padrões.
- Abrir 3 salas no zoom;
- Desenvolver a atividade e registrar em documento/formulário word
para apresentação no próximo encontro.
14 às 15h - Trabalho em grupo: Finalização da atividade e registro em
documento/formulário word para apresentação; sistematização da
apresentação dos trabalhos de grupo nas 3 salas no zoom.
3º ENCONTRO 15 às 16h - Apresentação dos trabalhos de grupo (20 minutos cada)
VIRTUAL - escolha da intervenção;
(03 horas) - análise da plausibilidade do modelo lógico e desenho de estudo de
pré-avaliação;
- critérios, indicadores e padrões; painel de monitoramento.
16 às 17h - Debate

10 Caderno de Atividade
14 às 14:40 h - Mesa com experiências (02: estadual, municipal e/ou
regional - 20 minutos cada)
4º ENCONTRO 14:40 às 15:30h - Debate
VIRTUAL 15:30 às 16:45 h - Institucionalização da avaliação e incorporação da
(03 horas) avaliação à rotina dos gestores e serviços de saúde: a
institucionalização da avaliação.
16:45 às 17h - Avaliação/Encerramento

Caderno de Atividade 11
Momento 1

SELEÇÃO DE PRIORIDADES E USOS DA AVALIAÇÃO

Avaliação é o julgamento que se faz sobre uma intervenção ou sobre


qualquer dos seus componentes com o objetivo de auxiliar na tomada de
decisões. (CONTANDRIOPOULOS, 2000).

Podemos entender ainda como “a coleta sistemática de informações


sobre as atividades, características e produtos dos programas para fazer
julgamentos sobre o programa, melhorar a efetividade do mesmo e
ou informar decisões sobre futuras programações” (Patton, 1997).

Avaliação Normativa
Consiste em fazer um julgamento sobre uma intervenção,
comparando os recursos empregados e sua organização (estrutura),
os serviços ou bens produzidos (processo), e os efeitos obtidos
(resultados), com critérios e normas.

Pesquisa Avaliativa
Depende de um procedimento científico que permita
analisar e compreender as relações de causalidade entre os
diferentes componentes da intervenção.

Intervenções em saúde são ações organizadas para mudar uma dada


realidade e podem se estruturar sob a forma de políticas, programas e
projetos (PAIM, 1993).

“Constituídas pelo conjunto dos meios (físicos, humanos, finan eiros,


simbólicos) organizados em um contexto específi o, em um dado
momento, para produzir bens ou serviços com o objetivo de modificar
um situação problemática”.
(CONTANDRIOPOULOS, 2001)

12 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Agora
Componentes com base nessas informações, vamos exercitar?
da intervenção:
Vejam o trabalho a ser elaborado de modo individual e na
sequência
• Situação em pequenos
Problemática: grupos.
situação de saúde inicial que se deseja alterar;

• Objetivos: explicitação da direcionalidade do programa e mudança


pretendida;
Atividade em Grupo 3
• Recursos: financeiros, humanos, materiais;

• Serviços:MATRIZ
atividades e procedimentos
DE INDICADORES, mobilizados
CRITÉRIOS para alcançar os
E PADRÕES
objetivos;
O grupo deverá preencher as linhas com base na orientação abaixo:
• Efeitos ou resultados da intervenção: aferidos na sua população alvo
(curto,
1. médio,
A partir longo,dos
da análise prazo);
Modelos Lógicos das intervenções utilizados na
atividade 2, retorne aos documentos oficiais* e identifique indicadores,
• Contexto
critério preciso
e padrões paraem um dado
a avaliação das momento onde
intervenções a intervenção
listadas.
é operacionalizada.
2. Cada grupo deverá selecionar um relator e apresentar a planilha final
para discussão plenária.

Avaliação
Quadro 1 –Somativa
Matriz para identificação de indicadores, critérios e padrões
Realizada
relacionadosao afim de umaprioritários.
problemas intervenção com objetivo de prestar contas
à sociedade ou agências de financiamento. Frequentemente, possui
perspectiva externa.
Critérios (se
Padrões
Problema
Exemplo: AvaliaçãoIndicador(es) estrutura,
somativa feita ao final de um programa
do primeiro anopropostos, se
Prioritário
de proposto(s)
melhoria da acessibilidade processo
em Salvador. ounão podem mais incidir
Resultados houver
sobre o programa. resultado)

Avaliação Formativa
Realizada com finalidade de aperfeiçoar um programa, no curso da
intervenção. Pode envolver a participação dos gestores e executores do
programa, adotando uma perspectiva externa ou mista.

Exemplo: Avaliação formativa da mesma intervenção ao longo da sua


implantação, envolvendo gerentes de unidades e supervisores do programa.
Resultados utilizados para melhoria das estratégias da intervenção.
*SAGE; Plano Estadual ou Municipal de Saúde; Pactuação Interfederativa; Portaria 1631/2015; outros”.

Caderno de Atividade 33
13
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
A Avaliação e o Monitoramento na gestão em saúde

De modo geral, podemos dizer que, enquanto a avaliação visa subsidiar


os gestores com informações mais aprofundadas e detalhadas sobre
o funcionamento e os efeitos do programa, levantadas por meio de
pesquisas avaliativas, o monitoramento permite subsidiar os gestores
com informações mais simples e tempestivas sobre a operação e os
efeitos do programa, resumidas em painéis ou sistemas de indicadores de
monitoramento.

Como iniciar uma avaliação?

Para uma avaliação bem sucedida é necessário selecionar


prioridades para avaliação, ou seja, é preciso definir ou negociar o foco
da avaliação.

Como identificar o foco da avaliação?

• Identificação e consulta às múltiplas fontes para elaboração do maior


número possível de perguntas de avaliação, como: base de dados e literatura
existente, identificação de diretrizes, padrões e critérios profissionais utilizados
em outros lugares e escutando a opinião de especialistas.

• É necessário ainda identificar os interessados na avaliação;

• A realização de um estudo de avaliabilidade também é indicado para a


definição do foco da avaliação.

O que avaliar?

Remete ao objeto da avaliação: a intervenção (projeto, programa ou


serviço) ou um de seus componentes.

14 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Níveis
Por sua vez, os padrões podem ser encontrados em:

• Textos oficiais como leis ou regulamentações, podendo-se citar como


exemplo: as Portarias 1631/2015 e a 1101/2001; Ficha de indicadores
– Pactuação Interfederativa; e Documentos específi os por Programas
(PSE, Rede Cegonha, Ações Estratégicas Sífilis ongênita);

• Parâmetros internacionais validados por organismos como a


Organização Mundial de Saúde - OMS e Organização Panamericana de
Saúde - OPAS;

• Literatura especializada;
Abordagens
• Consulta a especialistas por meios das diversas técnicas de consenso;
Estrutura:
• recursos
Séries históricas
materiais;
de indicadores e metas já alcançadas.
• recursos humanos;
Quanto
• características
aos indicadores
organizacionais.
para avaliação e monitoramento de intervenções,
cabe ressaltar que existe uma ampla variedade disponível que podem ser
utilizados em
Processos - atividades
diferentes
constitutivas
perspectivas:
do cuidado à saúde.

Resultados:
a) No diagnóstico situacional, para subsidiar a definição do problema,
•oprodutos;
desenho de uma política e a fixação das referências que se deseja
modificações
•modifica ; no estado de saúde;
• satisfação do usuário.
b) Na execução, para monitorar e avaliar, revisar o planejamento e
Atributos
corrigir desvios;

•c)Relacionados
Na avaliaçãocom apreciação
do aalcance preliminar
de metas, resultados e impactos sobre o
do programa/intervenção;
público-alvo.
• Relacionados com a adequação das ações aos objetivos e problemas
Abaixo, algunsexaminando
de saúde, aspectos a serem observados nesse
sua direcionalidade análise
processo, buscando
e consistência:
estratégica;
verificar que o indicador es olhido deve:

Ser válido - deve


• Relacionados commedir o que foi proposto;
a disponibilidade e distribuição social dos recursos:
cobertura; acessibilidade; equidade;
• Ser sensível - deve captar as mudanças ocorridas;
• Relacionados com o efeito das ações: eficácia; efetividade; impacto;
• Ser específi o - deve identificar se as mudanças o orridas são reais;
• Relacionados com os custos das ações: eficiência;
Caderno de Atividade 31
15
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
• Relacionados com a a adequação das ações ao conhecimento técnico
e científico vigente: qualidade técnico-científica;

• Relacionados com o processo de implantação das ações: grau de


implantação e (ou) avaliação de processo; análise de implantação;

• Relacionados com as interações relacionais entre os sujetios


envolvidos nas ações: percepção dos usuários; satisfação dos
usuários; aceitabilidade social; acolhimento, respeito a
privacidade e outros direitos cidadãos; relações de trabalho e no
trabalho envolvendo porfissionais e gestores.

Para iniciar uma avaliação, é preciso definir o foco da avaliação, tendo em


vista elaborar uma pergunta avaliativa que expresse o objeto da
avaliação (intervenção em saúde ou um de seus componentes), níveis,
abordagens e atributos.

Neste processo, será importante identificar o que é relevante saber sobre


uma dada intervenção, indagando a respeito dos usos que serão feitos
dos resultados da avaliação e quem são os seus interessados.

A definição do foco e explicitação das perguntas avaliativas

Primeiro Passo: Identificar problemas prioritários e intervenções


correspondentes
1.Qual o problema de saúde priorizado?
2. Qual a intervenção (programa, serviço) desenhada para enfrentá-lo?

Segundo Passo: Examinar a intervenção e identificar prioridades avaliativas


1. O que se conhece sobre o programa;
2. O que não se conhece sobre o programa;
3. O que é relevante conhecer (para aperfeiçoamento do programa/para a
produção do conhecimento)?

Terceiro Passo: Identificar os interessados na avaliação e os possíveis usos


da avaliação
1. Quem são os interessados na avaliação?
2. Qual o uso que se fará dos resultados da avaliação?
3. Qual o custo-benefício da avaliação a ser feita?

16 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Momento 3
Agora com base nessas informações, vamos exercitar?
Vejam o trabalho a ser elaborado.

FIXANDO OS CONCEITOS DE CRITÉRIOS, INDICADORES E PADRÕES

Atividade individual
Em uma breve síntese, podemos dizer que o Critério é um componente
ou aspecto da estrutura de um serviço ou sistema de saúde, ou de um
processo ou resultado de um cuidado que dá suporte à qualidade da
atenção prestada (DONNABEDIAN, 1990).
SELEÇÃO DE PRIORIDADES, DEFINIÇÃO DO FOCO E USOS DA AVALIAÇÃO
O termo critério, preferencialmente utilizado no campo da avaliação, tem
uma clara correspondência
1) Identifique um problema comdeo conceito de variável, tradicionalmente
saúde descrevendo brevemente suas
adotado na abordagem epidemiológica e bastante
característicasepidemiológicasedeterminantessociais. utilizado na avaliação
de serviços de saúde. Já o Indicador diz respeito a uma razão entre variáveis
ouDescreva
2) critérios, capaz de guardar
qual (ais) relação
principal com aquilo que
(ais) intervenção se deseja
(ões) - ações,medir.
projeto,
porgrama, política - para enfrentá-lo, destacando:

Um Padrão ou Parâmetro por sua vez, é um valor de


referência,
a) Objetivos quantitativo ou qualitativo, que serve de base
da intervenção;
b) Ações e estratégiaspara
de comparação paraaalcançá-los;
avaliação.
c) Recursos disponíveis (caso disponível esta informação).
Exemplo: Proporção de óbitos de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos)
3) Identifique prioridades para o desenvolvimento de estudos
investigados seria um indicador, enquanto a observação da investigação
avaliativos e reflita sobre seus usos, problematizando:
dos óbitos é vista como o critério, e o padrão esperado é que 90% dos
óbitos sejam investigados.
a) O que se conhece sobre o programa?
b) O que não se conhece sobre o programa?
Conforme exposto no quadro abaixo, podemos pensar que a norma
c) O que é relevante conhecer para aperfeiçoamento do programa ou
é que todos os óbitos sejam investigados por serem, em grande parte,
para a produção do conhecimento?
considerados evitáveis. De acordo com o nível de alcance em anos
anteriores, pode-se pensar em uma meta de alcance do padrão ao longo
4) Identifique os níveis (sistema, estabelecimento, programas, ações) para
do tempo, nesse caso, aumentar em 10% em relação ao ano anterior.
análise e atributos (cobertura, acessibilidade, implantação, qualidade
técnico-científica, satisfação do usuário, efetividade, etc) para a avaliação
desejada.

5) Quem você convidaria para ajudar nesta definição do foco da


avaliação, quais atores?

Caderno de Atividade 29
17
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
6) Qual seria a perspectiva avaliativa (avaliação interna x avaliação
externa; avaliação participativa)?

7) Que usos você faria desse processo avaliativo? Quais usos potenciais e
reais?

8) Qual seria a perspectiva avaliativa (avaliação interna x avaliação


externa; avaliação participativa)?

Problema de Principal Perguntas


Níveis
saúde priorizado intervenção avaliativas

____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

18 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Verbetes

Problema de Saúde: refere-se às discrepâncias identificadas entre uma dada situação apresentada
e situação desejada ou idealizada. Representa as necessidades de saúde - carências, riscos,
vulnerabilidades, doenças, agravos, sequelas, mortes - e seus determinantes sociais (problemas do
estado de saúde da população) ou ainda expressa limitações, dificuldades ou fragilidades existentes
na organização e funcionamento do sistema de serviços de saúde (problemas dos sistemas de
saúde).
Exemplo: Alta incidência e prevalência da Hanseníase; Alta incidência do câncer de mama
na população feminina brasileira; Baixa acessibilidade da população indígena à média e alta
complexidade;

Objetivo geral: indica, de modo geral e amplo, as intenções esperadas da intervenção tendo em
vista enfrentar o problema
Atores
Atoresdepara
saúde,
para estabelecendo sua imagem objetivo.
Perspectiva
Perspectiva
Atributos
Atributos
Exemplo: Reduzir a incidência da sífilis no âmbi o da Rede de Atenção à Usos
UsosMaterna
Saúde da
daavaliação
avaliação
e Infantil.
definição
definiçãodo
dofoco
foco avaliativa
avaliativa
Objetivos específicos: estabelece um conjunto de ações ou passos intermediários para alcance do
objetivo geral. Podem expressar as metas pretendidas;
Exemplo: Realizar teste rápido de HIV em, no mínimo, 50% das gestantes; Ampliar a cobertura em
40% de equipes de saúde da família;

Recursos ou insumos: recursos necessários para a execução das atividades do programa (recursos
finan eiros, humanos, materiais, infraestrutura, conhecimentos, recursos políticos).
Exemplo: Profissionais de saúde xistentes; Existência de protocolos clínicos;

Atividades: detalhamento da ação, procedimentos utilizados para obtenção dos efeitos desejados;
Exemplos: - Capacitação de trabalhadores; Descentralização do diagnóstico, tratamento e
acompanhamento dos casos para a ESF; Aquisição de equipamentos; Realização de supervisões
trimestrais às unidades de saúde; Realização de ações educativas e de promoção da saúde;

Produtos: identificados como consequências imediatas das atividades desenvolvidas pelo


programa.
Exemplos: Número de oficinas de treinamento realizadas; Número de profissionais capacitados;
Número de supervisões realizadas;

Resultados Intermediários: referidos como resultados de curto ou médio prazo;


Exemplo: Controle dos fatores de risco reconhecidos (relacionados ao estilo de vida); Melhoria da
____________________________________________________________
adesão ao protocolo de tratamento;
____________________________________________________________
Resultado final: referem-se aos efeitos finalísti os, relacionados com a imagem objetivo do
____________________________________________________________
programa;
Exemplo: Redução da incidência e prevalência da tuberculose.
____________________________________________________________
Impactos: tratam de efeitos acumulados pelo programa, observados na população geral e a longo
____________________________________________________________
prazo.
____________________________________________________________
Exemplo: Redução da mortalidade infantil na população.

____________________________________________________________
____________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________
4. SCHER, F.S. et al. Avaliabilidade do Programa de Controle do Câncer de mama em Salvador-Bahia. 2º Congresso
Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão em Saúde. Belo Horizonte, 2013.
Caderno de Atividade 27
19
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Momento 2

A AVALIABILIDADE E A CONSTRUÇÃO DE MODELOS LÓGICOS

O que é uma intervenção de saúde?

“É constituída pelo conjunto dos meios (físicos, humanos, finan eiros,


simbólicos) organizados em um contexto específico, em um dado
momento, para produzir bens ou serviços com o objetivo de modificar
uma situação problemática” (CONTANDRIOPOULOS et al, 1997).

Fazem parte da intervenção, seis componentes:

• Situação Problemática;
• Objetivos;
• Recursos;
• Serviços;
• Efeitos;
• Contexto preciso em um dado momento.

As intervenções em saúde correspondem, portanto, às políticas,


programas, estratégias ou ações em saúde e se constituem no principal
objeto da Avaliação em Saúde.

A avaliação de intervenções e programas de saúde requer a adoção de


estratégias diversificadas dada a complexidade do objeto, bem como, as
múltiplas possibilidades de delimitação do mesmo no que diz respeito
aos níveis, atributos e abordagens (VIEIRA-DA-SILVA, 2005).

Por esta razão, para merecer uma avaliação extensa, a intervenção ou


programa deve satisfazer três critérios:

1. Operar como previsto;


2. Ser relativamente estável ao longo do tempo;
3. Indicar estar alcançando algum resultado positivo.

20 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Etapas da Avaliação:

1. Definição
Figura do foco
1. Modelo da avaliação;
teórico-lógico da [intervenção selecionada], 2019.

2. Apreciação acerca da avaliabilidade do programa:

a. Identificação dos objetivos da intervenção;


b. Elaboração de um modelo lógico;
c. Formulação da questão de avaliação.

3. Definição dos níveis, abordagens e atributos;

4. Definição de estratégia metodológica;

5. Seleção de critérios, normas e padrões;

6. Coleta, análise, conclusões e recomendações.

Conceito de Avaliabilidade

“É o exame sistemático e preliminar de um programa, em sua teoria e em


sua prática, para determinar se há justific tiva para uma avaliação
extensa (...)” (ROSSI & FREEMAN, 2003).

“Trata-se de uma pré-avaliação realizada para identificarse uma


intervenção/programa é bem concebido e consistentemente
implementado de forma a poder se submeter a uma avaliação
sistemática” (PATTON, 2002).

Por que é necessário realizar uma apreciação prévia acerca das


possibilidades de avaliação de um programa?

• Objetivos frequentemente mal definidos ou não definido;


Fonte: [especificar a onte do modelo, documentos-base, artigos, pesquise modelos prévios existentes, etc.]
* Para• oExistência
desenho do modelode diferentes
lógico, consulteconcepções sobre27odeste
os “Verbetes” nas páginas programa
Caderno! (stake-holders);

• Necessidade de otimizar esforços para identificar as perguntas mais


pertinentes;
_______________________________________________________________________________________________
• Aumentar
2. SOUZA, a utilização
M. F. et al. Avaliação dos
da implantação doresultados da avaliação.
Programa de Controle
Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 26(4):817-834, out-dez 2017.
da Hanseníase em Camaragibe, Pernambuco.

Caderno de Atividade 25
21
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Objetivos da Avaliabilidade

A Avaliabilidade pode ser considerada como um processo voltado para


clarificar os desenhos dos programas, explorando sua realidade e, se
necessário, ajudando a redesenhá-lo. Essa estratégia não somente nos
mostra se o programa pode ser avaliado, mas também se a avaliação é
capaz de contribuir para melhorar o desempenho do mesmo.

• Identificar se os objetivos da intervenção/ programa estão


claramente formulados;

• Identificar se há concordância entre os diversos profissionais acerca


dos objetivos, metas e população-alvo do programa;

• Identificar consistência e plausibilidade do programa;

• Identificar áreas para melhoria do programa;

• Identificar componentes do programa sobre os quais não se tem


informação (perguntas para avaliação).

Etapas da realização do estudo de avaliabilidade:

1) Clarificação dos objetivos do programa;

2) A elaboração do modelo lógico do programa;

3) A descrição do funcionamento do programa na prática;

4) Elaboração de recomendações.

Como principias técnicas para realização da avaliabilidade e descrição


do funcionamento do programa, destacam-se a análise de documentos
(planos e relatórios); entrevistas com informantes-chave e a observação
in loco.

22 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Modelo Lógico

Um modelo lógico é uma maneira visual e sistemática de apresentar as


relações entre intervenção e efeito.

Trata-se da representação da racionalidade ou lógica da intervenção


apresentado sob soba forma de um esquema
a forma de um visual. É frequentemente
esquema visual. É
apresentado como
frequentemente um flu ograma
apresentado como ou um um quadro, que
fluxograma explicita
ou um as
quadro,
relações
que entre aasintervenção
explicita (como
relações entre o programa(como
a intervenção deve ofuncionar)
programae deve
seus
efeitos ou resultados
funcionar) esperados
e seus efeitos (ROWAN,
ou resultados 2000). (ROWAN, 2000).
esperados

Elementos do Modelo Lógico:

a) Os objetivos do programa;

b) Os componentes essenciais e secundários do programa;

c) Os serviços relacionados e as práticas requeridas para execução dos


seus componentes;

d) Os resultados esperados, suas metas e efeitos na situação de saúde


da população e organização dos serviços.

Desenhando um Modelo Lógico

O desenho do Modelo lógico pode assumir


assumir diferentes
diferentes esquemas
esquemas gráfi os
gráficos
ou formatos, a dependendo de como se expressa a lógica do Programa.
Os esquemas mais simples destacam “Objetivos- Atividades – Resultados”.
Mas, podem ainda prever os recursos e insumos; os produtos esperados ou
identificar resultados a curto, médio e longo prazo ou mesmo o impacto
da intervenção. Lembramos que o Modelo lógico pode ser desenhado
para toda a intervenção ou um de seus componentes.

_______________________________________________________________________________________________
1. MONTALVÃO, A. S. Desafios para Redução da Sífilis Congênita: avaliação da implantação das Ações do Pré-Natal
no âmbito da Rede Cegonha na Atenção Básica em Palmas Tocantins. ISC, UFBa: Dissertação de Mestrado, 2016.

Caderno de Atividade 23
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Após a construção do Modelo Lógico, para garantir sua pertinência
e qualidade, cabe percorrer o seguinte checklist para revisão (JORDAN
& MCLAUGHIN, 1999):

1) Nível de detalhe suficiente para criar entendimento dos elementos


e de suas relações;

2) Lógica completa do programa, identificando todos os elementos


relacionados;

3) Pertinência teórica da lógica do programa (plausibilidade do


modelo);

4) Identificação dos fatores contextuais e suas potenciais influências


no modelo.

Agora com base nessas informações, vamos exercitar?


Vejam o trabalho a ser elaborado em pequenos grupos.

Atividade em Grupo

A AVALIABILIDADE E A CONSTRUÇÃO DE MODELOS LÓGICOS

1. Com base no problema de saúde priorizado e sua respectiva


intervenção (Atividade 1), considere o marco legal da intervenção do
programa (lei, portaria, manual) e construa em grupo um modelo lógico
da intervenção, conforme modelo a seguir:

____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
________________________________________________________

Caderno de Atividade
24 O icinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Etapas da Avaliação:

1. Definição
Figura do oco
1. Modelo da avaliação;
teórico-lógico da [intervenção selecionada], 2019.

2. Apreciação acerca da avaliabilidade do programa:

a. Identificação dos objeti os da intervenção;


b. Elaboração de um modelo lógico;
c. Formulação da questão de avaliação.

3. Definição dos ní eis, abordagens e atributos;

4. Definição de est atégia metodológica;

5. Seleção de critérios, normas e padrões;

6. Coleta, análise, conclusões e recomendações.

Conceito de Avaliabilidade

“É o exame sistemático e preliminar de um programa, em sua teoria e em


sua prática, para determinar se há justific tiva para uma avaliação extensa
(...)” (ROSSI & FREEMAN, 2003).

“Trata-se de uma pré-avaliação realizada para identificarse uma intervenção/


programa é bem concebido e consistentemente implementado de forma
a poder se submeter a uma avaliação sistemática” (PATTON, 2002).

Por que é necessário realizar uma apreciação prévia acerca das


possibilidades de avaliação de um programa?

• Objetivos frequentemente mal definidos ou não definido


Fonte: [especificar a fonte do modelo, documentos-base, artigos, pesquise modelos prévios existentes, etc.]
* Para• oExistência
desenho do modelode diferentes
lógico, consulteconcepções sobre27odeste
os “Verbetes” nas páginas programa
Caderno! (stake-holders);

• Necessidade de otimizar esforços para identificar as perguntas mais


pertinentes;
_______________________________________________________________________________________________
• Aumentar
2. SOUZA, a utilização
M. F. et al. Avaliação dos
da implantação doresultados da avaliação.
Programa de Controle
Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 26(4):817-834, out-dez 2017.
da Hanseníase em Camaragibe, Pernambuco.

Caderno de Atividade 21
25
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
2.6) Agora,
Qual seria
para aexaminar a avaliabilidade
perspectiva do programa,
avaliativa (avaliação internaconsiderando
x avaliação
aexterna;
operação avaliação participativa)?
do programa (funcionamento na prática), sua estabilidade
no tempo e probabilidade de apresentar algum resultado positivo,
identifique
7) Que usos você faria desse processo avaliativo? Quais usos potenciais e
reais?
a) Pessoas importantes a serem entrevistadas;
8) Qual seria a perspectiva avaliativa (avaliação interna x avaliação
externa;b)avaliação
Documentos participativa)?
relevantes para análise.

E, por fim, elabore um roteiro de perguntas para os informantes e


também para orientar a análise documental, considerando a operação
Problemasua
do programa, de estabilidade
Principal Perguntas de apresentar
no tempo e probabilidade Níveis
saúde priorizado
algum resultado positivo.intervenção avaliativas

____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
3.____________________________________________________________
CRUZ, M. M. (Org.) Manual da oficina de capacitação em monitoramento e avaliação em saúde: manual do aluno.
/ organizado por Marly Marques da e Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira. - Brasília, Brasil. Ministério da Saúde, 2013.

26 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Verbetes

Problema de Saúde: refere-se às discrepâncias identificadas entre uma dada situação apresentada
e situação desejada ou idealizada. Representa as necessidades de saúde - carências, riscos,
vulnerabilidades, doenças, agravos, sequelas, mortes - e seus determinantes sociais (problemas do
estado de saúde da população) ou ainda expressa limitações, dificuldades ou fragilidades existentes
na organização e funcionamento do sistema de serviços de saúde (problemas dos sistemas de
saúde).
Exemplo: Alta incidência e prevalência da Hanseníase; Alta incidência do câncer de mama
na população feminina brasileira; Baixa acessibilidade da população indígena à média e alta
complexidade;

Objetivo geral: indica, de modo geral e amplo, as intenções esperadas da intervenção tendo em
vista enfrentar o problema
Atores
Atoresdepara
saúde,
para estabelecendo sua imagem objetivo.
Perspectiva
Perspectiva
Atributos
Atributos
Exemplo: Reduzir a incidência da sífilis no âmbito da Rede de Atenção àUsos
UsosMaterna
Saúde da
daavaliação
avaliação
e Infantil.
definição
definiçãodo
dofoco
foco avaliativa
avaliativa
Objetivos específicos: estabelece um conjunto de ações ou passos intermediários para alcance do
objetivo geral. Podem expressar as metas pretendidas;
Exemplo: Realizar teste rápido de HIV em, no mínimo, 50% das gestantes; Ampliar a cobertura em
40% de equipes de saúde da família;

Recursos ou insumos: recursos necessários para a execução das atividades do programa (recursos
financeiros, humanos, materiais, infraestrutura, conhecimentos, recursos políticos).
Exemplo: Profissionais de saúde existentes; Existência de protocolos clínicos;

Atividades: detalhamento da ação, procedimentos utilizados para obtenção dos efeitos desejados;
Exemplos: - Capacitação de trabalhadores; Descentralização do diagnóstico, tratamento e
acompanhamento dos casos para a ESF; Aquisição de equipamentos; Realização de supervisões
trimestrais às unidades de saúde; Realização de ações educativas e de promoção da saúde;

Produtos: identificados como consequências imediatas das atividades desenvolvidas pelo


programa.
Exemplos: Número de oficinas de treinamento realizadas; Número de profissionais capacitados;
Número de supervisões realizadas;

Resultados Intermediários: referidos como resultados de curto ou médio prazo;


Exemplo: Controle dos fatores de risco reconhecidos (relacionados ao estilo de vida); Melhoria da
____________________________________________________________
adesão ao protocolo de tratamento;
____________________________________________________________
Resultado final: referem-se aos efeitos finalísticos, relacionados com a imagem objetivo do
____________________________________________________________
programa;
____________________________________________________________
Exemplo: Redução da incidência e prevalência da tuberculose.
Impactos: tratam de efeitos acumulados pelo programa, observados na população geral e a longo
____________________________________________________________
prazo.
____________________________________________________________
Exemplo: Redução da mortalidade infantil na população.

____________________________________________________________
____________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________
4. SCHER, F.S. et al. Avaliabilidade do Programa de Controle do Câncer de mama em Salvador-Bahia. 2º Congresso
Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão em Saúde. Belo Horizonte, 2013.
Caderno de Atividade 19
27
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Referências para estudo

CONTRANDRIOPOULUS AP, CHAMPAGNE F, DENIS JI. A avaliação na área


da saúde: conceitos e métodos. In.: HARTZ, ZMA., org. Avaliação em Saú-
de: dos modelos conceituais à prática na análise da implantação de pro-
gramas. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1997. 132 p.

MENDES, M. F.M. et al. Avaliabilidade ou Pré-avaliação de um Progra-


ma. In.: SAMICO, I. et al. (Orgs). Avaliação em Saúde. Rio de Janeiro: Me-
dBooks, 2010.

MEDINA, G. et al. Uso de modelos teóricos na Avaliação em Saúde. In.:


VIEIRA-DA-SILVA, L. M. Avaliação em saúde: dos modelos teóricos à prá-
tica na avaliação de programas e sistemas de saúde. EDUFBA/FIOCRUZ.
Salvador; Rio de Janeiro: 2005: p.15-39.

ROWAN, M. Logic Models in Primary Care Reform: Navigating the Evalua-


tion. The Canadian Journal of Program Evaluation, v. 15, n. 2, p. 81-92.
2000.

VIEIRA-DA-SILVA, L. M. Conceitos, abordagens e estratégias para a avalia-


ção em saúde. In: Avaliação em saúde: dos modelos teóricos à prática na
avaliação de programas e sistemas de saúde. EDUFBA/FIOCRUZ.
Salva-dor; Rio de Janeiro, 2005: p.15-39.

28 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Momento 3
Agora com base nessas informações, vamos exercitar?
Vejam o trabalho a ser elaborado em pequenos grupos.

FIXANDO OS CONCEITOS DE CRITÉRIOS, INDICADORES E PADRÕES

Atividade em Grupo 1
Em uma breve síntese, podemos dizer que o Critério é um componente
ou aspecto da estrutura de um serviço ou sistema de saúde, ou de um
processo ou resultado de um cuidado que dá suporte à qualidade da
atenção prestada (DONNABEDIAN, 1990).
SELEÇÃO DE PRIORIDADES, DEFINIÇÃO DO FOCO E USOS DA AVALIAÇÃO
O termo critério, preferencialmente utilizado no campo da avaliação, tem
uma
1) clara correspondência
Identifique um problema com o conceito
de saúde de variável,
priorizado a partirtradicionalmente
da Sala de Apoio
adotado na abordagem epidemiológica e bastante utilizado na
à Gestão Estratégica (http://sage.saude.gov.br/) descrevendo avaliação
brevemente
de serviços de saúde. Já o Indicador diz respeito a uma razão
suas características epidemiológicas e determinantes sociais. entre variáveis
ou critérios, capaz de guardar relação com aquilo que se deseja medir.
2) Descreva qual (ais) principal (ais) intervenção (ões) - ações, projeto,
porgrama, política - para enfrentá-lo, destacando:
Um Padrão ou Parâmetro por sua vez, é um valor de
referência,
a) Objetivos quantitativo ou qualitativo, que serve de base
da intervenção;
b) Ações e estratégiaspara
de comparação paraaalcançá-los;
avaliação.
c) Recursos disponíveis (caso disponível esta informação).
Exemplo: Proporção de óbitos de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos)
3) Identifique prioridades para o desenvolvimento de estudos
investigados seria um indicador, enquanto a observação da investigação
avaliativos e reflita sobre seus usos, problematizando:
dos óbitos é vista como o critério, e o padrão esperado é que 90% dos
óbitos sejam investigados.
a) O que se conhece sobre o programa?
b) O que não se conhece sobre o programa?
Conforme exposto no quadro abaixo, podemos pensar que a norma
c) O que é relevante conhecer para aperfeiçoamento do programa ou
é que todos os óbitos sejam investigados por serem, em grande parte,
para a produção do conhecimento?
considerados evitáveis. De acordo com o nível de alcance em anos
anteriores, pode-se pensar em uma meta de alcance do padrão ao longo
4) Identifique os níveis (sistema, estabelecimento, programas, ações) para
do tempo, nesse caso, aumentar em 10% em relação ao ano anterior.
análise e atributos (cobertura, acessibilidade, implantação, qualidade
técnico-científica, satisfação do usuário, efetividade, etc) para a avaliação
desejada.

5) Quem você convidaria para ajudar nesta definição do foco da avaliação,


quais atores? ?

Caderno de Atividade 17
29
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Exemplo de Indicador, Critério, Padrão e Norma

Indicador Critério Padrão Norma

Proporção
de óbitos de Investigação Todos os
mulheres em de óbitos de óbitos
90%
idade fértil mulheres em devem ser
(10 a 49 anos) idade fértil investigados
investigados*.

**Meta: a depender da realidade de cada local, estimar o alcance


do padrão. Se no ano anterior foi 75%, aumentar em 10%, passando
para 82,5% no ano atual.

Segundo Donabedian (1990) a escolha de critérios para avaliação deve


levar em consideração alguns atributos, entre os principais deve-se
observar:

• Validade: faz referência à “veracidade” do critério como reflexo da


qualidade;

• Importância: os critérios devem guardar estreita relação com os


objetivos e influenciar de maneira considerável nos resultados;

• Possibilidade de registro: devem existir fontes confiáveis onde se


encontrem as informações necessárias;

• Adaptabilidade à variação de casos: aplicáveis a situações distintas;

• Rigor/poder discriminatório: faz referência ao grau de perfeição que


se exige na avaliação.

30 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Níveis
Por sua vez, os padrões podem ser encontrados em:

• Textos oficiais como leis ou regulamentações, podendo-se citar como


exemplo: as Portarias 1631/2015 e a 1101/2001; Ficha de indicadores
– Pactuação Interfederativa; e Documentos específi os por Programas
(PSE, Rede Cegonha, Ações Estratégicas Sífilis ongênita);

• Parâmetros internacionais validados por organismos como a


Organização Mundial de Saúde - OMS e Organização Panamericana de
Saúde - OPAS;

• Literatura especializada;
Abordagens
• Consulta a especialistas por meios das diversas técnicas de consenso;
Estrutura:
• Séries
recursoshistóricas
materiais;
de indicadores e metas já alcançadas.
• recursos humanos;
Quanto
• características
aos indicadores
organizacionais.
para avaliação e monitoramento de intervenções,
cabe ressaltar que existe uma ampla variedade disponível que podem ser
Processos em
utilizados - atividades
diferentes
constitutivas
perspectivas:
do cuidado à saúde.

Resultados:
a) No diagnóstico situacional, para subsidiar a definição do problema,
• produtos;
o desenho de uma política e a fixação das referências que se deseja
•modifica;
modifica ões no estado de saúde;
• satisfação do usuário.
b) Na execução, para monitorar e avaliar, revisar o planejamento e
Atributos
corrigir desvios;

• Relacionados
c) Na avaliaçãocom apreciação
do aalcance preliminar
de metas, do programa/intervenção;
resultados e impactos sobre o
público-alvo.
• Relacionados com a adequação das ações aos objetivos e problemas
Abaixo, algunsexaminando
de saúde, aspectos a serem observados nesse
sua direcionalidade processo, análise
e consistência:
estratégica;
buscando verificar que o indicador escolhido deve:

• Relacionados commedir
Ser válido - deve a disponibilidade e distribuição social dos recursos:
o que foi proposto;
cobertura; acessibilidade; equidade;
• Ser sensível - deve captar as mudanças ocorridas;
• Relacionados com o efeito das ações: eficácia; efetividade; impacto;
• Ser específico - deve identificar se as mudanças ocorridas são reais;
• Relacionados com os custos das ações: eficiência;
Caderno de Atividade 15
31
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
• Ser relevante - deve ser importante para a tomada de decisão;
• Ter simplicidade técnica - deve ser de fácil;
• Ter custo-efetividade - resultados devem justificar o investimento de
tempo e recursos;
• Ser oportuno - deve estar disponível.

Esses elementos são essenciais para fazer avançar o processo de


Monitoramento e Avaliação no SUS, visto que esse movimento induz
à necessidade de definir/sistematizar um elenco mínimo de
indicadores voltados para diferentes finalidades como gestão,
monitoramento e avaliação para cada um dos níveis do sistema de
saúde, provenientes de sistemas de informação em uso.

De todo modo, o monitoramento deve estar incorporado ao planejamento


e vinculado ao processo decisório, para propiciar a implementação
de medidas para enfrentamento dos problemas identificados. Sendo
assim, viabiliza a resposta a algumas perguntas, como: Os achados
indicam possibilidade de alcançar produtos e resultados planejados? Que
estratégias/medidas devem ser adotadas para dar sustentabilidade
a achados promissores ou para redirecionar atividades até a próxima
verificação?

A organização de um Sistema de monitoramento se faz com base


em algumas etapas:
• Identificação de uma intervenção;
• O que se quer com o monitoramento? Objetivos e quem fará uso
dessas informações?
• Qual o nível de abrangência - geográfico e temporal?
• Qual o elenco de indicadores, mediante análise dos seus atributos e
forma e frequência de coleta dos dados;
• Identificação ou definição dos padrões de desempenho e
possibilidade de alcance de metas;
• Definição de método de análise;
• Forma de apresentação e mecanismos de discussão e divulgação dos
resultados.

32 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Agora
Componentes com base nessas informações, vamos exercitar?
da intervenção:
Vejam o trabalho a ser elaborado na sequência em
pequenos
• Situação grupos.
Problemática: situação de saúde inicial que se deseja alterar;

• Objetivos: explicitação da direcionalidade do programa e mudança


pretendida;
Atividade em Grupo
• Recursos: finan eiros, humanos, materiais;

• Serviços:MATRIZ
atividades e procedimentos
DE INDICADORES, mobilizados
CRITÉRIOS para alcançar os
E PADRÕES
objetivos;
O grupo deverá preencher as linhas com base na orientação abaixo:
• Efeitos ou resultados da intervenção: aferidos na sua população alvo
(curto,
1. médio,
A partir longo,dos
da análise prazo);
Modelos Lógicos das intervenções utilizados na
atividade anterior, retorne aos documentos oficiais* e identifique
• Contexto preciso
indicadores, critério em um dado
e padrões momento
para ondedas
a avaliação aintervenção é
intervenções
operacioanalizada.
listadas.

2. Cada grupo deverá selecionar um relator e apresentar a planilha final


para discussão plenária.
Avaliação Somativa
Realizada1 –aoMatriz
Quadro fim de uma
para intervençãodecom
identificação objetivo critérios
indicadores, de prestar contas
e padrões
à sociedade aou
relacionados agênciasprioritários.
problemas de financiame to. Frequentemente, possui
perspectiva externa.
Critérios (se
Padrões
Problema
Exemplo: AvaliaçãoIndicador(es) estrutura,
somativa feita ao final do primeiro anopropostos,
de um porgrama
se
Prioritário
de proposto(s)
melhoria da acessibilidade processo
em Salvador. ounão podem mais incidir
Resultados houver
sobre o programa. resultado)

Avaliação Formativa
Realizada com finalidade de aperfeiçoar um programa, no curso da
intervenção. Pode envolver a participação dos gestores e executores do
programa, adotando uma perspectiva externa ou mista.

Exemplo: Avaliação formativa da mesma intervenção ao longo da sua


implantação, envolvendo gerentes de unidades e supervisores do programa.
Resultados utilizados para melhoria das estratégias da intervenção.
*Plano Estadual ou Municipal de Saúde; SAGE; Pactuação Interfederativa; Portaria 1631/2015; outros”.

Caderno de Atividade 33
13
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

Referências para estudo

COSTA, J. M. B. S.; FELISBERTO, E.; BEZERRA, L. C. A., et al. Monitoramento


do desempenho da gestão da vigilância em saúde: um instrumento e
estratégias de uso. Ciência & Saúde Coletiva, 18(5):1202-1216, 2013.

DONABEDIAN, A. Garantia y Monitoria de Calidad de la Atencion Medica.


Un texto introductorio. Mimeo. 1990.

TAMAKI, E. M.; TANAKA, O. Y.; FELISBERTO, E. et al. Metodologia de


construção de um painel de indicadores para monitoramento e a
avaliação da gestão do SUS. Ciência & Saúde Coletiva, 17(4)839-849,
2012.

34 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Momento 4
2º DIA DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
POSSIBILIDADES DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DE PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO
E MONITORAMENTO
ExposiçãoPARA O TERRITÓRIO
dialogada: A avaliabilidade ou pré-avaliação e a
8:30
construção de modelos lógicos.
“Institucionalizar a avaliação implica antes de tudo questionar a
capacidade da avaliação de produzir as informações e julgamentos
necessários para ajudar as instâncias decisórias a melhorar o desempenho
do 09:30 Trabalho em grupo: 2006,
SUS” (CONTANDRIOPOULOS, análise
p.da plausibilidade do modelo
705).
lógico e desenho de estudo de pré-avaliação.

Institucionalização como incorporação do processo avaliativo no


11:00
quotidiano Apresentação
dos serviços do detrabalho
saúdedeegrupo
no processo de trabalho
dos gestores e dos profissionais, criando um “aculturamento” da
avaliação (FELISBERTO, 2006).
Exposição dialogada: Critérios, indicadores e padrões e a
14:00
construção de painéis de monitoramento.
Para Hartz (2002, p. 419) “[...] institucionalizar a avaliação deve ter o sentido
de integrá-la em um sistema organizacional no qual esta seja capaz de
influenciar seu comportamento, ou seja, um modelo orientado para a
ação ligandoTrabalho
15:00
em grupo:as
necessariamente critérios, indicadores
atividades e padrões;
analíticas paineldas
às de gestão
de monitoramento.
intervenções programáticas”.

15:45 Apresentação do trabalho de grupo


A decisão de institucionalizar a avaliação, exige (HARTZ, 2001):

• que seja definida “uma política de avaliação para a avaliação de


políticas”Plenária
com a definição de propósitos
de encerramento sobree possibilidades
de recursos; de
institucionalização práticas de avaliação e monitoramento
16:30
• definição de otipos de abordagens;
para território: constituição de grupos de trabalho e
defini ões sobre organização do processo de trabalho.
• localização em organograma das instâncias onde a prática avaliativa
deve ser desenvolvida e as relações que devem ser estabelecidas para
utilização dos seus resultados.
17:30 Agradecimentos e confraternização
Institucionalizar a prática do monitoramento e avaliação tem sido um
dos grandes desafios para as equipes de saúde (gestão e atenção) e visa

Caderno de Atividade 35
11
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
a adotar estas práticas “como subsidiárias ou intrínsecas ao planejamento
e à gestão, como instrumento de suporte à formulação de políticas, ao
processo decisório e de formação dos sujeitos envolvidos” (FELISBERTO,
2003).

A institucionalização da avaliação requer enfrentamento de aspectos


(MEDINA; AQUINO, 2002 apud BRASIL, 2005, p. 7):

• técnicos - definição de critérios, indicadores e instrumentos;

• culturais-organizacionais – referentes ao modus operandi de como as


instituições desenvolvem suas práticas de avaliação;

• políticos - relacionados às relações de poder que se estabelecem


entre as esferas de gestão e os diferentes atores envolvidos nas
práticas de saúde.

Nesta perspectiva, algumas experiências têm evidenciado a incorporação


de painéis de monitoramento, vistos como uma estratégia ágil para
acompanhar a tendência de determinadas ações e direcionar processos
de avaliação, oferecendo apoio oportuno à tomada de decisão (GRIMM;
TANAKA, 2016). Uma primeira necessidade nesta direção seria definir
os problemas prioritários para identificar intervenções existentes. Com
grande importância se impõe o elenco e sistematização de um conjunto
mínimo de indicadores voltados para diferentes finalidades como gestão,
monitoramento e avaliação para cada um dos níveis do sistema de saúde
(COSTA, 2005).

36 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Metodologia
Buscando contribuir para o diálogo e as definições das
prioridades em M & A neste território, a Atividade para
a Plenária Final, a seguir sugere alguns pontos a serem
observados e discutidos nessa plenária.

As Oficinas Introdutórias
VAMOS AGORA Àem Monitoramento
NOSSA & Avaliação
PLENÁRIA FINAL! consistem
TRAGA SUAS IDEIAS.
em estimular os participantes ao desenvolvimento do processo de
institucionalização das práticas de monitoramento e avaliação no seu
cotidiano de trabalho e assim contribuir para o fortalecimento do SUS e
da qualidadeAtividade
dos serviçosNorteadora paraà Plenaria
de saúde prestados população. Final
A metodologia a ser utilizada para o desenvolvimento das oficinas
fundamenta-se na problematização,
INSTITUCIONALIZAÇÃO na medida
DE PRÁTICAS em que contempla
DE AVALIAÇÃO E o
conjunto de problemas de saúde concretos,
MONITORAMENTO objetos das intervenções em
saúde (políticas, programas e serviços), bem como considera o conjunto
de atores sociais
Desejamos que específi
ao final os de cada
desta estado.
Oficina, os distintos atores envolvidos
na gestão do SUS deste território, possam iniciar um debate sobre
A metodologia admite ainda aspectos das metodologias ativas,
as possibilidades de institucionalização de práticas de Avaliação e
propiciando que os principais agentes, participantes das oficina , que
Monitoramento, a partir da definição de alguns elementos, como a
estejam implicados no aprendizado e na tomada de responsabilidade
constituição de Grupos de Trabalho em M&A e definições sobre a
sobre as práticas avaliativas que devem desenvolver em seu cotidiano
(re) organização do processo de trabalho.
de trabalho. Buscam também proporcionar o desenvolvimento de
competências em monitoramento e avaliação em saúde, a partir de
Recuperando o que vimos na Oficina, sugerimos que se discuta:
métodos, técnicas, procedimentos que permitam desenvolver um
conjunto de conhecimentos, práticas e valores (cultura de monitoramento
1. Quais os problemas de saúde a serem priorizados?
e avaliação).
2. Quais
As oficinas intervenções
serão realizadas adesenhadas paradialogadas
partir de aulas enfrentá-los?
acerca de temas
considerados centrais, exercícios e atividades em grupos para estimular o
3. Existem
raciocínio crítico metas a serem alcançadas?
e desenvolvimento de habilidades. Será disponibilizado
para cada participante, uma mídia com textos e este Caderno de Atividades,
o qual4.está
Quais indicadores
estruturado existentes?
da seguinte forma:

5. Quais os padrões ou parâmetros a serem utilizados?


Momento 1: Seleção de prioridades e usos da avaliação;
6. Seria possível desenhar um painel de monitoramento para
Momento 2: A avaliabilidade
acompanhar e a construção de modelos lógicos;
os indicadores?
Momento 3: Fixando os conceitos de critérios, indicadores e padrões;
7. Que outros desenhos avaliativos podem ser sugeridos para
Momento 4: Possibilidades de institucionalização de práticas de
acompanhar os resultados e impactos na saúde da população?
avaliação e monitoramento para o território.
Caderno de Atividade 37
9
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
8. Quem são os principais atores interessados nesse monitoramento
e avaliação?

9. Quais os possíveis usos para esse monitoramento e avaliação?


____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

38 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Orientações Gerais
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
OBJETIVOS
____________________________________________________________
Objetivo Geral
____________________________________________________________
____________________________________________________________
• Desenvolver a capacidade técnica dos trabalhadores e apoiadores
dos Núcleos Estaduais do Ministério da Saúde/NEMS e demais atores
____________________________________________________________
do SUS para adotar as ações de monitoramento e avaliação como
____________________________________________________________
elementos essenciais da gestão em saúde, tendo em vista a fortalecer
____________________________________________________________
a integração entre o planejamento ascendente e os instrumentos de
____________________________________________________________
monitoramento e avaliação em todos os Estados do país.
____________________________________________________________
____________________________________________________________
Objetivos Específi os
____________________________________________________________
• Fomentar a articulação entre os trabalhadores e apoiadores do NEMS
____________________________________________________________
e os atores estratégicos de cada território, para o fortalecimento de
____________________________________________________________
práticas compartilhadas de monitoramento e avaliação em saúde;
____________________________________________________________
• Propiciar aos trabalhadores e aos apoiadores dos Núcleos Estaduais
____________________________________________________________
do Ministério da Saúde/NEMS e demais trabalhadores do SUS o
____________________________________________________________
desenvolvimento de técnicas de monitoramento e avaliação em saúde;
____________________________________________________________
• Dotar os trabalhadores do SUS de conhecimentos introdutórios
____________________________________________________________
necessários para iniciarem o processo de monitoramento e avaliação
____________________________________________________________
das políticas de saúde implantadas no território;
____________________________________________________________
• Sensibilizar os participantes quanto à necessidade de institucionalização
____________________________________________________________
e disseminação da cultura de avaliação e monitoramento nas práticas
cotidianas de gestão e no cuidado em saúde;
____________________________________________________________
____________________________________________________________
• Estimular o processo de avaliação e monitoramento em saúde
____________________________________________________________
das diversas políticas e serviços de saúde que compõem o SUS
contemplando as necessidades regionais de cada estado.
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

Caderno de Atividade 39
7
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

40 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Sumário
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
APRESENTAÇÃO 06
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
ORIENTAÇÕES GERAIS 07
____________________________________________________________
OBJETIVOS 07
____________________________________________________________
ATORES ENVOLVIDOS 08
____________________________________________________________
____________________________________________________________
METODOLOGIA 09
____________________________________________________________
____________________________________________________________
PROGRAMAÇÃO 10
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
CADERNO DE ATIVIDADES
____________________________________________________________
____________________________________________________________
MOMENTO 1 12
____________________________________________________________
____________________________________________________________
Atividade em grupo 1 17
____________________________________________________________
MOMENTO 2 20
____________________________________________________________
Atividade em grupo 2 24
____________________________________________________________
____________________________________________________________
MOMENTO 3 29
____________________________________________________________
Atividade em grupo 3 33
____________________________________________________________
MOMENTO 4 35
____________________________________________________________
Atividade norteadora da plenária fina 37
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

Caderno de Atividade 41
5
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

42 Caderno de Atividade
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde
Oficinas ntrodutórias em
Monitoramento & Avaliação em Saúde

Caderno de Atividades
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Ministro - Eduardo Pazuello
Diretora do Departamento de Monitoramento e Avaliação em
Saúde (DEMAS) - Mariana Carvalho Pinheiro

COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERINSTITUCIONAL


Instituto de Saúde Coletiva - Isabela Cardoso de Matos Pinto
Departamento de Saúde Coletiva - Darci Neves

EQUIPE DE COORDENAÇÃO
Alcione Brasileiro Cunha (ISC/UFBA)
Mariluce Karla Bomfim de Souza (ISC/UFBA)
Monique Esperidião (ISC/UFBA)

EQUIPE DE APOIO TÉCNICO


Camila Reis
Kátia Alcântara Leal Teixeira
Italva Mirtes Macedo

PROJETO GRÁFICO
Gilson Rabelo
Caderno de Atividade 43
Oficinas Introdutórias em Monitoramento & Avaliação em Saúde

Você também pode gostar