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FACULDADE DE CASTANHAL – FCAT

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FRANCISCO EUFRÁZIO MARTINS NETO
GIOVANNI DA COSTA NASCIMENTO
LUIZ RIRON SILVA DA SILVA

GESTÃO E AGRONEGÓCIO: Estratégias de


desenvolvimento rural sustentável em uma propriedade
rural no Município de Castanhal, Estado do Pará.

CASTANHAL - PA
2012
FACULDADE DE CASTANHAL – FCAT

FRANCISCO EUFRÁZIO MARTINS NETO


GIOVANNI DA COSTA NASCIMENTO
LUIZ RIRON SILVA DA SILVA

GESTÃO E AGRONEGÓCIO: Estratégias de


desenvolvimento rural sustentável em uma propriedade
rural no Município de Castanhal, Estado do Pará.

Monografia apresentada ao Curso Superior de Administração da


Faculdade de Castanhal – FCAT, como requisito para obtenção do
grau de Bacharel em Administração de Empresas.
Orientador: Prof. MSc. Ozias Guedes de Aquino.

CASTANHAL - PA
2012
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

Martins Neto, Francisco Eufrázio.


Gestão e agronegócio: estratégias de desenvolvimento rural
M379b sustentável em uma propriedade rural no Município de Castanhal,
Estado do Pará / Francisco Eufrázio Martins Neto, Giovanni da Costa
Nascimento, Luiz Riron Silva da Silva. –Castanhal-PA, 2012.
52f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) –


Faculdade de Castanhal, 2012.
Orientador: Prof. MSc. Ozias Guedes de Aquino

1. Gestão do agronegócio. 2. Desenvolvimento sustentável. 3.


Agricultura orgânica. I. Nascimento, Giovanni da Costa. II. Silva,
Luiz Riron da. III.Aquino, Ozias Guedes de, orient. IV. Título.
CDD - 22. ed.338.1
FRANCISCO EUFRÁZIO MARTINS NETO
GIOVANNI DA COSTA NASCIMENTO
LUIZ RIRON SILVA DA SILVA

GESTÃO E AGRONEGÓCIO: Estratégias de desenvolvimento rural sustentável


em uma propriedade rural no município de Castanhal, Estado do Pará.

Monografia apresentada ao Curso Superior de Administração da


Faculdade de Castanhal – FCAT, como requisito para obtenção do
grau de Bacharel em Administração de Empresas.

Data: ______________________

Resultado: __________________

BANCA EXAMINADORA

Prof. ___________________________________ Faculdade de Castanhal – FCAT

Assinatura ______________________________

Prof. ___________________________________ Faculdade de Castanhal – FCAT

Assinatura ______________________________

Prof. ___________________________________ Faculdade de Castanhal – FCAT

Assinatura ______________________________
Dedico este trabalho primeiramente a Deus que me guiou e
fortaleceu, a meus pais Valterlindo Eufrázio Paiva e Maria Lúcia da
Silva Paiva e a minha irmã Danielly da Silva Paiva, que me apoiaram
em todos os momentos da minha vida, inclusive nos momentos mais
difíceis, e aos meus amigos Giovanni da Costa Nascimento e Luiz
Riron Silva da Silva pela grande contribuição na conclusão deste
projeto.
A Deus, pois sem ele jamais encontraria forças para vencer os
obstáculos e as dificuldades encontradas ao longo desta caminhada.
Aos meus queridos pais, Maria Nilsa da Costa Nascimento e
Domingos Alves do Nascimento, que partiu para junto de Deus
deixando saudades e muitas lembranças. Aos meus amigos e
parceiros deste trabalho, Luiz Riron e Francisco Eufrázio pelo
comprometimento e empenho neste trabalho, e finalmente aos meus
queridos e inesquecíveis avós que também partiram há pouco tempo,
deixando a herança de uma vida bem vivida e a sensação de dever
cumprido. A todos esses dedico esta vitória.
A Deus, por me ajudar nos momentos de dificuldades durante esta
caminhada. Aos meus queridos pais, Luiz Reginaldo Neves da Silva e
Marinete de Nazaré Brito da Silva e Silva, por terem contribuído com
a realização deste sonho. A meus dois irmãos por estarem sempre ao
meu lado e todos os meus amigos que deram todo o apoio para nunca
desistir de realizar meu sonho.
E aos meus colegas Francisco Eufrázio e Giovanni da Costa
Nascimento, que me ajudaram tanto na construção deste projeto.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, a Deus, por ter permitido que chegássemos até aqui, gozando de
saúde e disposição intelectual.
Ao nosso estimado orientador Prof. MSc. Ozias Guedes de Aquino, pelo crédito e
confiança que nos dera.
À Faculdade de Castanhal – FCAT, por ser a responsável pela difusão do
conhecimento em toda a região.
A todos os professores que durante esta caminhada contribuíram com o nosso
aprendizado.
Por fim, agradecemos ao senhor José Maria de Lima e Silva, por permitir a nossa
visita da maneira mais receptiva possível, confiando a nós o feedback desta pesquisa.
“O sucesso é um por cento de inspiração e noventa e nove por cento
de transpiração”
(Thomas Edson).
RESUMO

Este trabalho procura demonstrar a importância das atividades ligadas ao


agronegócio em Castanhal, Estado do Pará. Para isso procedeu-se um estudo realizado, sob a
forma de pesquisa quanti-qualitativa na Agricultura J. M. Lima - ME, com o objetivo de
compreender melhor qual a participação da agricultura orgânica no processo de gestão de
produção utilizado na empresa, bem como que estratégias de desenvolvimento rural
sustentável são adotadas pela organização. No primeiro momento foi aplicado um
questionário de caráter investigativo ao proprietário e gestor da empresa, com o intuito de
reunir informações sobre a caracterização das terras, o valor das terras e a cobertura vegetal,
caracterização da infraestrutura, demonstrativos das máquinas e equipamentos devidamente
depreciados, e a demonstração, através de um portfólio, dos produtos comercializados pela
empresa. Foi possível identificar a participação orgânica na produção atual da empresa através
do levantamento dos custos com insumos, a variedade de produtos produzidos e
comercializados, a importância dos produtores locais na composição da renda da empresa,
uma vez que, a maior parte dos produtos comercializados advém destes produtores e
compõem as questões norteadoras deste trabalho. E por fim, é importante destacar a
constatação da preocupação da empresa com as questões ligadas a sustentabilidade, uma vez
que, algo em torno de 64% da área da propriedade estão totalmente preservadas.

Palavras-chave: Gestão, Agronegócio, Desenvolvimento rural sustentável, sustentabilidade e


Estratégia.
ABSTRACT

This paper demonstrates the importance of activities related to agribusiness in


Castanhal, State of Pará. For this we proceeded to a study in the form of quantitative and
qualitative research in Agriculture J. M. Lima - ME, in order to better understand what
participation of organic agriculture in the management process used in the production
company, and that sustainable rural development strategies are adopted by the organization.
At first a questionnaire was given to the investigative character of owner and manager of the
company, in order to gather information about the characterization of land, the value of land
and vegetation cover, characterization infrastructure, demonstrating the depreciated
machinery and equipment properly, and demonstration, through a portfolio of products
marketed by the company. It was possible to identify the organic participation in the
company's current production by raising the cost of inputs, the variety of products produced
and marketed, the importance of local producers in the composition of the income of the
company, since most of the products sold comes these producers and compose the questions
guiding this work. Finally, it is important to finding the company's concern with issues
relating to sustainability, since something like 64% of the property are fully preserved.

Keywords: Management, Agribusiness, Sustainable rural development, sustainability and


strategy.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fotografia da Casa Sede da Agricultura J. M. Lima - ME.


Figura 2 - Complexo de fotografias do sistema de irrigação da Agricultura J. M. Lima - ME.
Figura 3 - Complexo de fotografias dos veículos, máquinas e equipamentos da Agricultura J.
M. Lima - ME.
Figura 4 - Complexo de fotografias das benfeitorias da Agricultura J. M. Lima - ME.
Figura 5 - Fotografia da máquina de beneficiamento da macaxeira da Agricultura J. M. Lima -
ME.
Figura 6 - Complexo de fotografias do cultivo de hortaliças da Agricultura J. M. Lima - ME.
Figura 7 - Complexo de fotografias do cultivo de frutas e raízes da Agricultura J. M. Lima -
ME.
Figura 8 - Fotografia dos produtos adquiridos de terceiros da Agricultura J. M. Lima - ME.
Figura 9 - Complexo de fotografias dos produtos orgânicos da Agricultura J. M. Lima - ME.
Figura 10 - Fotografia dos alunos com o proprietário da Agricultura J. M. Lima - ME.
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Identificação do integrante da unidade produtiva.


Quadro 2 - Caracterização da renda bruta da Agricultura J. M. Lima - ME, na Agrovila
Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Quadro 3 - Demonstrativo do portfólio dos produtos produzidos na Agricultura J. M. Lima –
ME, na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Quadro 4 - Demonstrativo do portfólio dos produtos adquiridos de terceiros pela Agricultura
J. M. Lima - ME, na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização das terras da Agricultura J. M. Lima - ME, na Agrovila de Iracema,


Município de Castanhal, estado do Pará.
Tabela 2 - O valor da Terra Nua e Cobertura Vegetal da Agricultura J. M. Lima - ME, na
Agrovila de Iracema, Município de Castanhal, estado do Pará.
Tabela 3 - Caracterização da infraestrutura da Agricultura J. M. Lima - ME, na Agrovila
Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Tabela 4 - Demonstrativos de máquinas e equipamentos devidamente depreciados e com valor
final da Agricultura J. M. Lima - ME, na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado
do Pará.
Tabela 5 - Demonstrativo dos produtos comercializados pela na Agricultura J. M. Lima - ME,
na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará, bem como seus respectivos
valores de depreciação.
Tabela 6 - Demonstrativo dos custos com insumos da produção da na Agricultura J. M. Lima
- ME, na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Tabela 7 - Demonstrativo dos custos com a mão-de-obra contratada na Agricultura J. M. Lima
- ME, na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Tabela 8 - Demonstrativo dos custos com a mão-de-obra familiar na Agricultura J. M. Lima –
ME, na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
LISTA DE SIGLAS

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica


CEI Cadastro Específico do INSS
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
FCAT Faculdade de Castanhal
ONG’S Organizações não Governamentais
SGA’S Sistemas de Gestão Ambiental
ME Micro Empresa
J. M. Lima José Maria Lima
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 18
1.1 Problema 19
1.2 Hipótese 19
1.3 Objetivos 19
1.3.1 Geral 19
1.3.2 Específicos 19
1.4 Delimitação do Estudo 20
1.5 Relevância do Estudo 20
1.6 Organização do Trabalho 20
2. REFERENCIAL TEÓRICO 22
2.1 Agronegócio 22
2.2 Gestão 22
2.3 Estratégia 23
2.4 Agricultor Tradicional x Agricultor Atual x Agricultor Orgânico 24
2.5 Sustentabilidade 26
2.6 Desenvolvimento Rural Sustentável 27
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 28
3.1 Tipo de Pesquisa 28
3.1.1 Quantitativa e Qualitativa 28
3.1.2 Observação Participante 28
3.1.3 Entrevista Semi-estruturada 29
3.1.4 Questionários 29
3.1.5 Estudos Teóricos 29
3.1.6 Instrumentos Metodológicos 30
3.1.7 Etapas da Pesquisa 30
3.2 Sujeitos da Pesquisa 30
3.3 Lócus da Pesquisa 30
3.4 Instrumentos de Coleta de Pesquisa 31
3.4.1 Levantamento de Dados Secundários 31
4. RESULTADOS DA PESQUISA 32
4.1 Diagnóstico da Agricultura J. M. Lima - ME 32
4.1.1 Identificação do Integrante da Unidade Produtiva 32
4.1.2 Características das Terras 33
4.1.3 Avaliação das Terras 34
4.1.4 Caracterização da Infraestrutura 34
4.1.5 Veículos, Máquinas e Equipamentos 35
4.1.6 Comercialização 36
4.1.7 Renda 38
4.1.8 Custos dos Insumos Utilizados na Produção 39
4.1.9 Custos com Mão-de-Obra Contratada 39
4.1.10 Custos com Mão-de-Obra Familiar 40
5. PORTFÓLIO DOS PRODUTOS 41
5.1 Portfólio dos Produtos Produzidos na Propriedade 41
5.2 Portfólio dos Produtos Adquiridos de Terceiros 41
6. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS
PRODUTOS DO PORTFÓLIO DA AGRICULTURA J. M. LIMA - ME 43
6.1 Processo Produtivo do Coentro 43
6.2 Processo Produtivo do Mamão 44
6.3 Processo Produtivo da Macaxeira 45
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 46
8. REFERÊNCIAS 48
ANEXOS 49
Anexo 1 50
Anexo 2 55
Anexo 3 59
Anexo 4 61
1. INTRODUÇÂO

O século XXI está marcado como o século das grandes discussões relacionadas ao
meio ambiente. Conceitos até então desconhecidos, como, desenvolvimento sustentável e
sustentabilidade, surgem como uma tentativa de diminuir os danos causados pela ação
humana ao meio ambiente.
A discussão se fundamenta em um princípio universal, que consiste justamente em
garantir que os recursos naturais utilizados pela sociedade do presente, também possam ser
usufruídos pelas futuras gerações. Esta nova consciência ambiental envolve vários agentes
sociais, governos, Organizações não-Governamentais - ONG’S, ambientalistas, instituições de
ensino e pesquisa e principalmente, organizações privadas.
As grandes empresas começaram a implantar os chamados Sistemas de Gestão
Ambiental - SGA’s, que têm como objetivo resolver, mitigar e/ou prevenir os problemas de
caráter ambiental. A imprensa desempenhou um papel fundamental no que diz respeito à
questão da transparência das ações destas empresas. Como resultado e consequência, a
sociedade civil também começou a desenvolver uma postura de consumo mais consciente.
Atualmente, diversas empresas de diferentes setores da economia já realizam algum tipo de
trabalho voltado para a preocupação com o meio ambiente.
As atividades ligadas ao agronegócio enfrentam um grande desafio para garantirem
que tais práticas sustentáveis sejam adotadas. A dificuldade está em manter o crescimento
produtivo, a competitividade e, ao mesmo tempo, adotar práticas sustentáveis.
Uma das principais atividades envolvidas nesta temática é a produção de alimentos.
Em uma sociedade cada vez mais exigente e preocupada com a longevidade, os alimentos
tornam-se os principais aliados para uma vida saudável.
Uma das estratégias adotada nesse sentido é a prática da agricultura orgânica que,
além de possuir um alto valor nutricional, também contribui para a criação de ecossistemas
mais equilibrados.
A Agricultura J. M. Lima - ME, localizada na Agrovila de Iracema, Município de
Castanhal, Estado do Pará, é participante do modelo de agricultura atual, que enfrenta grandes
desafios no que se refere à produção orgânica. Com base em estudos teóricos e na pesquisa de
campo realizada na empresa, pretende-se observar o nível da participação de práticas orgânica
no modelo de produção atual.

18
1.1 Problema

Desenvolver uma atividade produtiva adotando uma postura sustentável implica


necessariamente na mudança de atitude. Entretanto mesmo entre os agricultores tradicionais
não é difícil encontrar alguns que adotem características dos agricultores orgânicos. Qual a
participação da produção orgânica no processo produtivo do modelo de agricultura atual?

1.2 Hipótese

Para este trabalho adotamos a hipótese de que mesmo utilizando agrotóxicos, adubos
químicos e preparo mecanizado do terreno, o agricultor atual adota procedimentos típicos da
forma orgânica de produção.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver um estudo em uma pequena propriedade rural que adota o modelo atual
de produção no Município de Castanhal, Estado do Pará, com o propósito de identificar o
nível de participação dos procedimentos orgânicos no seu processo de produção.

1.3.2 Objetivos Específicos

 Elaborar o diagnóstico da propriedade, enfatizando as atividades e processos


envolvidos na produção;
 Construir o sistema de produção adotado para cada um dos principais produtos
identificados no portfólio;
 Levantar os custos com insumos da produção atual e os custos dos
procedimentos orgânicos; e

19
 Identificar o grau de participação dos procedimentos orgânicos no processo de
produção da propriedade.

1.4 Delimitação do Estudo

O estudo realizado teve como propósito uma análise sobre a Propriedade rural
denominada Agricultura J. M Lima - ME, sediada na Travessa do KM 09, s/n, na Agrovila de
Iracema, zona rural do Município de Castanhal, Estado do Pará quanto à participação dos
procedimentos orgânicos no processo de produção da propriedade.

1.5 Relevância do Estudo

A escolha da temática surgiu a partir de uma visita técnica à Agricultura J. M Lima -


ME. Durante a visita foi detectado que o agricultor adota uma postura atual de produção,
utilizando adubo químico, agrotóxicos e preparo mecanizado do terreno e comercializando
seus produtos diretamente com uma grande rede de supermercados e indiretamente em duas
grandes feiras livres da capital. O grande mote da proposta adotada está relacionado com a
constatação de que, mesmo usando o modelo atual de produção, o produtor adota
procedimentos orgânicos de produção.

1.6 Organização do Trabalho

Este estudo estruturou-se em nove capítulos. No primeiro, apresenta-se a introdução,


contendo a problemática, a hipótese, os objetivos, a delimitação e a relevância do estudo.
No segundo, discute-se, de forma teórica, a compreensão acerca de algumas
definições sobre agronegócio, gestão, estratégia, agricultor tradicional x agricultor atual x
agricultor orgânico, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.
O terceiro capítulo esclarece sobre os procedimentos metodológicos adotados para a
realização da pesquisa.
O quarto capítulo aborda os resultados da pesquisa.

20
O quinto capítulo refere-se ao portfólio dos produtos comercializados pela empresa.
O sexto capítulo trata da caracterização dos processos de produção dos principais
produtos do portfólio.
O sétimo capítulo contempla as considerações finais.
Os dois últimos capítulos contemplam as referências utilizadas no trabalho e os
anexos.

21
2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Agronegócio

Nos últimos anos as atividades ligadas ao agronegócio têm sido objeto constante de
vários estudos e pesquisas realizadas pelas instituições de ensino e governos. Não por acaso, o
setor possui um papel fundamental na vida das pessoas, principalmente por que é responsável
pela produção de alimentos, além de possuir uma forte influência econômica.
O termo agronegócio (tradução do termo em inglês agrobusiness), proposto
inicialmente por Davis e Goldberg, em 1957 pretendia justamente contribuir para o estudo das
atividades ligadas aos sistemas produtivos de base agropecuária. O agronegócio foi definido
inicialmente por esses pesquisadores como: “[...] a soma total das operações de produção e
distribuição de suprimentos agrícolas; as operações de produção nas propriedades
agrícolas; o armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens
produzidos a partir deles”. Davis e Goldberg (1957, p.5 apud Batalha 2009).
Segundo Callado (2009):

“O ambiente econômico e social no qual o agronegócio está inserido atualmente tem


se tornado cada vez mais complexo e diversificado. O que anteriormente era
entendido como uma exploração econômica de propriedades rurais isoladas, é parte
de um amplo espectro de inter-relações e interdependências produtivas, tecnológicas
e mercadológicas.”

Assim, o conceito de agronegócio na atualidade contempla todas as etapas do


processo produtivo, criando uma relação baseada na soma total das operações, e não apenas
na produção individual de cada unidade produtiva. Logo, o gestor da propriedade precisa estar
atento ás novas perspectivas e exigências dos mercados globais.

2.2 Gestão

Dando prosseguimento ao raciocínio desenvolvido por Callado (2009), um aspecto


fundamental para a contextualização contemporânea do agronegócio está associado à maneira
pela qual sua gestão tem incorporado práticas tradicionalmente relacionadas às organizações
industriais, comerciais e prestadoras de serviços tipicamente urbanas.

22
Existem inúmeras definições e conceitos para o termo gestão, constantemente
ouvimos ou presenciamos situações em que o uso desta expressão aparece com frequência.
Tão importante quanto conhecer o seu conceito é saber aplicá-lo nas organizações. Uma
propriedade rural possui uma série de peculiaridades, e trabalhar o conceito de gestão é
fundamental para o aprimoramento e desenvolvimento de estratégias que possam desencadear
no surgimento de técnicas, estratégias e soluções para os principais problemas que permeiam
a produção rural.
Segundo Ferreira (2001), gestão é o ato ou efeito de gerir; gerência. A gestão está
relacionada com a habilidade de saber gerir recursos, sejam estes recursos materiais,
financeiros, tecnológicos e os recursos humanos. Os recursos humanos, aliás, talvez seja um
dos principais fatores a serem levados em consideração pelo gestor de uma organização, pois
compreende uma peça fundamental de toda empresa, sem eles a gestão poderá tornar-se
centralizada e individual, o processo de tomada de decisão poderá não ter a mesma eficiência.
Callado (2009) diz que gestão administrativa abrange dois aspectos principais: os
aspectos relacionados à produção, e os aspectos envolvendo a comercialização dos produtos.
Na concepção de agronegócio os aspectos que compreendem a produção podem estar
relacionados a fatores que envolvem necessariamente a compra dos insumos, preparo do solo,
plantio e finalmente, a colheita. Já os aspectos que envolvem a comercialização dos produtos
estarão relacionados com a venda desses produtos, isto é, com os canais de distribuição, a
logística e o marketing.

2.3 Estratégia

A Estratégia tem um papel fundamental dentro de uma organização, pois, é nela que
são definidos os resultados que a empresa pretende alcançar e as ações que ela deverá
executar para que tudo ocorra como o planejado.
Montgomery & Porter defendem que a “estratégia é a busca deliberada de um plano
de ação para desenvolver e ajustar a vantagem competitiva de uma empresa”. Montgomery
& Porter (1998, p. 5).
Em outro momento estes autores afirmam que, “a estratégia nos dá a noção de
adequação entre as capacidades únicas de uma empresa e as exigências competitivas de um
setor que a distingue das demais”.

23
Uma estratégia organizacional deve contemplar todos os setores da organização e
envolver todos os colaboradores em um mesmo propósito, se isto não acontecer, é porque a
estratégia não foi bem assimilada pelos demais membros da organização. O papel do gestor é
justamente criar condições para que todos os membros da organização possam desempenhar
com eficácia o seu papel.

2.4 Agricultor Tradicional x Agricultor Atual x Agricultor Orgânico.

O conceito de agricultor tradicional começou a ser construído no inicio da década de


1960 e serviu de referencia para a implementação do evento intitulado de “revolução verde”.
Schultz (1962, apud Aquino 1998), afirma que o agricultor tradicional por procedimento em
nada se assemelha à lendária figura do Jeca Tatu. Na verdade, o agricultor tradicional tem o
comportamento de maximizador de lucro. Se ele trabalha com enxada, estrume e machado é
porque ele não têm acesso aos insumos modernos, como adubo químico agrotóxicos,
sementes selecionadas, máquinas e equipamentos para beneficiamento de solo e que, portanto,
caberia ao governo disponibilizar políticas públicas que possibilitassem o acesso a esses
produtos.
Segundo Santana (2005), a agricultura tradicional, também recebe outras
denominações, também chamada de agricultura camponesa e agricultura de baixa renda.
Os estudos de Santana (2005) fazem referência a algumas características que uma
propriedade rural deve ter para ser enquadrada como de baixa renda. A tecnologia de
produção deve seguir o modelo tradicional, adquirida e passada de geração em geração,
priorizando os traços da cultura local. O destino da produção, obrigatoriamente, terá uma
parte direcionada para o consumo da família do produtor e o excedente da produção poderá,
então, ser comercializado. Nota-se que a decisão do produtor ao produzir, está voltada
primeiramente para o sustento de sua família.
A produção tradicional consiste na produção de alguns produtos específicos, tais
como: feijão, milho, mandioca, hortaliças, frutas, lenhas, carvão, galinha, porco, gado ovinos
e caprinos. O Impacto ambiental pode assumir uma escala de moderada a alta; os
procedimentos de plantio e preparo de solo seguem o modelo conservacionista e na Amazônia
o uso do fogo para limpar a área causa sérios impactos à fertilidade do solo e na fauna e flora
(SANTANA, 2005).

24
O agricultor atual apresenta as mesmas características que o agricultor moderno
proposto por Schultz e (1962, apud Aquino 1998). Conforme esse autor:

“Esse agricultor, além de ser capaz de utilizar seus insumos de modo a obter
maior quantidade possível de produtos, levando em conta o nível relativo dos
preços, consegue minimizar os custos. Quando minimiza os custos, o agricultor
está maximizando os lucros. O agricultor comporta-se de maneira eficiente.
Nesse sentido, o trabalho de Schultz procura demonstrar que no essencial a
transformação da agricultura tradicional é uma expectativa do agricultor
intrinsecamente presente no seu comportamento de eficiência e maximização de
lucro. O fato de não investir está associado à indisponibilidade dos fatores de
produção indispensáveis ao aumento dos níveis de produtividade. Nesse
contexto a iniciativa de tecnificar e modernizar a agricultura é competência do
Estado. Implantando centros de experimentação e de difusão de tecnologias de
modo a permitir o acesso às tecnologias modernas pelos agricultores, o Estado
será capaz de modernizar a agricultura tradicional, aumentando, portanto seus
níveis de produtividade Em conseqüência, produz o efeito material de liberar
mão de obra do campo que poderá ser utilizada como fator de produção para
as indústrias estabelecidas nas cidades”.

Essa forma dita moderna de produção precisou passar por adaptações para ser
implementada na Região Amazônica em função das suas peculiaridades específicas. No
Município de Castanhal ela se reproduz perfeitamente.
Em tempos de discussões profundas sobre diversos temas ligados à preservação do
meio ambiente e à qualidade dos alimentos, o conceito de agricultura orgânica tem gerado um
interesse significativo na sociedade. A crescente preocupação da população com a qualidade
dos alimentos tem feito agricultura tradicional que todos conhecemos passar por um processo
de conversão.
Um sistema de produção orgânica oferece inúmeras vantagens ambientais,
econômicas e sociais, dimensões que são trabalhadas com bastante ênfase no conceito de
sustentabilidade, que será trabalhado mais adiante.
A Lei de Nº 10.831, de 23 de dezembro 2003 estabeleceu um conceito nacional para
o termo agricultura orgânica. Em seu artigo 1º, conceitua o sistema orgânico como:

“Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que


se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos
naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das
comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e
ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência
de energia não-renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais,
biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a
eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações
ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento,
armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio
ambiente” (BRASIL, 2003).

25
Depois veio o decreto nº 6.323 de 27 de dezembro de 2007 que regulamentou a lei
anterior, incluindo a produção, armazenamento, rotulagem, transporte, certificação,
comercialização e fiscalização dos produtos orgânicos.

2.5 Sustentabilidade

Para compreender e conceituar o termo sustentabilidade, é necessário antes fazer


uma reflexão: O crescimento populacional exige o uso maior dos recursos naturais, uma vez
que as necessidades humanas são ilimitadas; no entanto os recursos naturais são limitados e o
processo biológico que condiciona o surgimento destes recursos se dá em longo prazo.
Froehlich & Diesel (2006) recorrem a Costa Neto para afirmar:

“A sustentabilidade ecológica está relacionada a diversos fatores associados


que, ao interagirem no meio ambiente, revelam em que condições de
perdurabilidade encontram-se a relação natureza/sociedade. De um modo
geral, um padrão de sustentabilidade ecológica seria dado pelas condições das
águas, dos solos, das plantações e pela preservação da biodiversidade nos
(agro)ecossistemas’’ ( Costa Neto, 2000 apud Froehlich & Diesel, 2006 p. 122).

O conceito de sustentabilidade nos remete uma visão que rompe a barreira analítica e
procura efetivamente propor ações concretas para os problemas relacionados ao uso indevido
dos recursos ambientais. Em outras palavras, o conceito de sustentabilidade permite que
discursos sejam transformados em práticas.
Neste contexto, o desenvolvimento sustentável nasce como uma nova maneira de
perceber soluções para os problemas globais, que não se reduzem apenas à degradação do
ambiente físico e biológico, mas que incorporam dimensões sociais, políticas e culturais,
como a pobreza e a exclusão social (Barbiere, 2002, apud Pontes, 2011, p. 6).
A leitura deste conjunto de autores permitiu entre outras coisas a percepção de que a
sustentabilidade está pautada em uma espécie de tripé. Seu conceito deve, obrigatoriamente,
incorporar discussões na esfera econômica, social e ambiental. Quando se consegue
compreender a ligação entre as três esferas percebe-se que na verdade estas variáveis não
devem ser analisadas isoladamente na construção do conceito da sustentabilidade.

26
Logo, a sustentabilidade não é uma realidade aplicável apenas a algumas áreas do
sistema produtivo, pode-se trabalhá-la, por exemplo, como estratégia de desenvolvimento
rural em uma propriedade familiar.

2.6 Desenvolvimento Rural Sustentável

Para começar a falar do modelo de desenvolvimento rural sustentável primeiro é


necessário abordar outro conceito que fundamentará e tornará mais clara a visão de
desenvolvimento rural sustentável: A agroecologia.
“O termo agroecologia foi utilizado pela primeira na década de 30 do século
passado para significar a aproximação da ecologia à agricultura, passando a se constituir
uma espécie de sinônimo de “ecologia aplicada”. (Costa Neto, 2000, apud Froehlich &
Diesel, 2006, p. 113).
Como se pode perceber a aproximação da ecologia com a agricultura começou há
muito tempo atrás. Nos dias de hoje, há uma necessidade incondicional de se combinar o
desenvolvimento econômico com as novas políticas sustentáveis, garantindo assim, que os
recursos utilizados no processo produtivo rural de hoje, possam ser também usufruídos pelas
gerações de produtores futuras.
Novamente Froehlich & Diesel (2006), recorrem à Costa Neto e afirmam:

“A verdadeira sustentabilidade será obtida quando os camponeses


incrementarem seu acesso à terra, aos recursos e a uma tecnologia que permita
manejá-los adequadamente e se organizarem para assegurar o controle dos
recursos, um justo acesso aos mercados de insumos e produtos e rendimentos
dignos derivados de suas colheitas” (Costa Neto 2000, apud Froehlich & Diesel,
2006, p. 118).

Finalmente, o desenvolvimento rural pode ser visto como uma combinação de forças
internas e externas à região, em que os atores das regiões rurais estão envolvidos
simultaneamente em um complexo de redes locais e redes externas que podem variar
significativamente entre regiões (KAGEYAMA, 2004).
Portanto, o desenvolvimento rural não é um conceito abstrato, isto é, que parte de
realidades intangíveis. Muito pelo contrário, seu conceito deve levar em conta ações concretas
que possam efetivamente se transformar em projetos palpáveis e mensuráveis. Mais do que
isso, muito embora sua importância seja de impacto global e seu conceito universal, não se
pode esquecer de que cada região possui um conjunto de características que a tornam única.
27
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Tipos de Pesquisa

3.1.1 Qualitativa e Quantitativa

O tema deste estudo permitiu a escolha quanto às formas de abordagens e


aproximação do conhecimento preexistente sobre as estratégias de desenvolvimento rural
sustentável numa Pequena Propriedade Rural no município de Castanhal, Estado do Pará,
como, também, a reflexão para organizar e discutir o material a ser coletado. Sendo assim, a
metodologia a ser adotada prima pela abordagem qualitativa, na medida em que se busca
desenvolver suas análises, observações e exames intensivos dos dados. Nessa abordagem se
pretende evidenciar narrativas individuais e depoimentos de acontecimentos do presente e do
passado que permitam construir o diagnóstico da propriedade. Estes conteúdos serão
discutidos de forma simultânea com os dados obtidos no lócus da pesquisa.
A abordagem quantitativa também é enfoque deste trabalho. Foram realizadas
entrevistas com o proprietário. Nas entrevistas foram captadas as informações orais dos
entrevistados sobre as suas experiências e visões de mundo, vinculadas aos processos de
produção.

3.1.2 Observação Participante

A observação participante possibilitou a percepção e análise do comportamento dos


atores nas atividades da organização. Com essa técnica perceberam-se as diferentes interações
que se dão entre o proprietário e seus colaboradores. A partir dessa técnica também foi
observado o layout, da propriedade, a organização dos produtos expostos nos canteiros e a
organização do local.

28
3.1.3 Entrevistas Semiestruturadas

A entrevista semiestruturada foi realizada com o proprietário a fim de que este


pudesse relatar suas experiências e motivações para compreender o significado de uma gestão
estratégica satisfatória; a lógica da ação produtiva específica na propriedade; o processo de
produção praticado na empresa e as relações existentes.
A entrevista semiestruturada conteve perguntas abertas e fechadas, as quais
possibilitaram estabelecer o cruzamento de dados coletados neste instrumento de pesquisa
com os dados teóricos com o intuito de tentar aproximá-los da realidade.

3.1.4 Questionários

Para obter dados quantitativos foram aplicados questionários com questões fechadas
e abertas. As principais variáveis pesquisadas continham: Identificação dos integrantes da
propriedade, caracterização da unidade de produção, infraestrutura, comercialização da
família, comercialização exclusiva da mulher, renda e acesso às políticas públicas.

3.1.5 Estudos Teóricos

Os estudos teóricos ocorram permanentemente no desenvolvimento da pesquisa. As


categorias de análise incluíram Gestão, Agronegócio, Estratégia, Desenvolvimento rural
sustentável, sustentabilidade, Agricultura tradicional, Agricultura orgânica e Agricultura
atual.
A pesquisa bibliográfica proporcionou a elaboração de resumos e fichamentos a fim
de compreender os fenômenos observados, sistematizar os dados descritivos e possibilitar o
intercâmbio entre o conhecimento teórico e o conhecimento empírico vivenciado pelo
proprietário.

29
3.1.6 Instrumentos Metodológicos

Foram utilizados diferentes instrumentos de registro de observações e informações,


tais como: caderno de campo, roteiro de orientação de entrevistas, máquina fotográfica.
Quanto à aplicação dos instrumentos, já solicitada à permissão ao proprietário investigados.

3.1.7 Etapas da Pesquisa

A pesquisa consistiu em quatro etapas: a primeira tratou das leituras bibliográficas,


leituras de dados secundários, fichamentos sobre a temática proposta. A segunda incluiu a
realização dos estudos de campo, a elaboração de relatórios e a inter-relação entre o
conhecimento teórico e os dados coletados na entrevista e observação participante. Estas
etapas ocorreram de forma concomitante. A terceira consistiu na tabulação, sistematização e
interpretação dos dados levantados. A última culminou como a elaboração da monografia.
Devido à receptividade do proprietário, fato este comprovado nos contatos prévios,
foi possível certa agilidade na reunião de elementos que subsidiaram a pesquisa.
As análises dos resultados foram realizadas levando em conta os objetivos do estudo,
particularidades e o diálogo com a literatura pertinente segundo os grandes temas geradores e
inter-relacionados entre si.

3.2 Sujeitos da Pesquisa

Produtor rural, gerente, trabalhadores rurais e familiares.

3.3 Lócus da Pesquisa

A pesquisa foi realizada mediante estudo de caso na Agricultura J. M. Lima - ME, na


Agrovila de Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará, que cultiva individualmente
hortaliças diversificadas e comercializa diretamente numa rede de supermercados e duas
feiras livres da capital.

30
A empresa pratica o modelo de gestão individual. Foi a partir dessa concepção que
foi possível compreender e analisar o funcionamento interno da propriedade; o perfil do
empresário; as relações e interações existentes; as atribuições dos papéis dos colaboradores.
Os primeiros contatos com a Agricultura J. M. Lima - ME ocorreram durante visita
técnica da disciplina Administração e Desenvolvimento Rural que contribuiu para a
motivação e para realização de tal estudo. O contato possibilitou traçar um perfil da
propriedade e identificar parte de sua problemática.

3.4 Instrumentos de Coleta de Dados

3.4.1 Levantamento de Dados Secundários

Os dados foram coletados através da consulta de documentos da empresa:


monografias, dissertações e teses sobre o tema.

31
4. RESULTADOS DA PESQUISA

Em função das especificidades a pesquisa desenvolveu-se da seguinte forma: No


primeiro momento foi realizada uma entrevista semi-estruturada com o proprietário e
dirigente da unidade produtiva, envolvendo o gerente e colaboradores. No segundo momento
foi aplicado um questionário para o proprietário.

4.1 Diagnóstico da Agricultura J. M. Lima - ME

Foram analisados os conjuntos de variáveis na pesquisa, identificação dos integrantes


da unidade produtiva, caracterização da unidade produtiva, infra-estrutura da propriedade,
comercialização, renda e acesso às políticas públicas.

4.1.1 Identificação do Integrante da Unidade Produtiva

Para facilitar a identificação da propriedade e do gestor da unidade produtiva optou-


se por sistematizar as informações em um quadro. Essas informações podem ser observadas
no quadro 1.

Quadro 1 - Identificação do integrante da unidade produtiva


Nome José Maria de Lima e Silva
Sexo Masculino
Tempo da Propriedade 09 Anos
Data de Nascimento 09/10/1972
Escolaridade 2ª Série do Ensino Fundamental
Identidade Social Agricultor Patronal
Estado Civil Amasiado
Cor da Pele Pardo
Principais Atividades Proprietário e Administrador da Unidade Produtiva
Vínculos Organizacionais Enquadrado no CEI
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

Como podemos verificar no quadro 1, a Agricultura J. M. Lima - ME é de


propriedade do Sr. José Maria de Lima e Silva de 40 anos de idade, enquadrado na condição
de agricultor patronal, que apesar de não ter concluído o ensino fundamental assume o
compromisso de administrar e gerir os recursos de sua propriedade. Embora a empresa seja
32
detentora de registro no Cadastro Nacional de Pessoa jurídica - CNPJ, também está
enquadrada no cadastro de empresário individual. Outro fator importante destacado na tabela,
é que o proprietário está enquadrado no Cadastro Específico do INSS - CEI.

4.1.2 Características das Terras

A Agricultura J. M. Lima - ME, está estruturada em uma propriedade constituída por


dois lotes de terras ocupando uma área total de 50 hectares, distribuídos conforme se
apresenta na tabela 1.

Tabela 1 - Caracterização das terras da Agricultura da J. M. Lima - ME, na Agrovila de


Iracema, Município de Castanhal, estado do Pará.
Área geográfica Percentual
Especificação Descrição
(hectares) (%)
Terra Nua Terra Nua 50 hectares 100,00
Área plantada com culturas Hortaliças (coentro, alface, cebolinha, 12,7 hectares 25,40
temporárias rúcula, hortelã, jambu, alfavaca e
abóbora); macaxeira.
Área plantada com culturas Frutas (mamão havaí e limão). 4,54 hectares 9,08
permanentes
Área em pousio Área em espera para plantio 0,76 hectares 1,52
Área com vegetação nativa Cobertura vegetal 31,5 hectares 63,00
Área com construções civis (casa sede, escritório, armazéns, 0,5 hectares 1,00
depósitos).
Total 50 hectares 100
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

Pelo que se observa nos dados da tabela 1, a propriedade tem uma área plantada de
12,7 hectares com culturas temporárias, que equivale a (25,4%) da área total da propriedade;
4,54 hectares com culturas permanente representado (9,08%) da área total da propriedade; 0,5
hectares destinados para construções civis, sendo o percentual de (1%) em relação ao total das
terras; 0,76 hectares utilizados para área em pousio, correspondendo a (1,52%) da área
territorial da propriedade; 31,5 hectares de área vegetal nativa, ou seja, destinada para a
preservação ambiental, o que demonstra a preocupação do produtor com a sustentabilidade,
neste caso o percentual das terras é de (63%).

33
4.1.3 Avaliação das Terras

Para avaliar as terras foram estipulados valores unitários com base no mercado local
e multiplicados pelos valores correspondentes conforme demonstra a tabela 2.

Tabela 2 - O valor da Terra Nua e Cobertura Vegetal da Agricultura J. M. Lima - ME, na


Agrovila de Iracema, Município de Castanhal, estado do Pará.
Área geográfica Valor Unitário Valor Total
Especificação
(hectares) (R$) (R$)
Terra Nua 50 hectares 1.000,00 50.000,00
Área plantada com culturas temporárias 12,7 hectares 2.500,00 31.750,00
Área plantada com culturas permanentes 4,54 hectares 4.500,00 20.430,00
Área em pousio 0,76 hectares 600,00 456,00
Área com vegetação nativa 31,5 hectares 500,00 15.750,00
Área com construções civis 0,5 hectares 600,00 300,00
Total 50 hectares 118.686,00
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

Verificando os dados na tabela 2, foi possível obter os valores totais das terras da
Agricultura J. M. Lima - ME. A terra nua corresponde a 50 hectares, sendo avaliada em R$
50.000,00; a área plantada com culturas temporárias é de 12,7 hectares, avaliada em R$
31.750,00; os 4,54 hectares plantado com culturas permanente foi avaliado em R$ 20.430,00;
a área em pousio é de 0,76 hectares e está avaliada em R$ 456,00; 31,5 hectares que estão
ocupados com área de vegetação nativa foi avaliado em R$ 15.750,00; e a área ocupada por
construções civis corresponde a 0,5 hectares, sendo avaliada em R$ 300,00.

4.1.4 Caracterização da Infraestrutura

Para a avaliação da infraestrutura da Agricultura J. M. Lima - ME foi levado em


consideração os valores unitários conforme demonstra a tabela 3.
Analisando os dados da tabela 3, foi possível constatar os valores da infraestrutura da
Agricultura J. M. Lima - ME. A casa sede foi avaliada no valor de R$ 345.000,00; a casa
destinada para os trabalhadores ficou avaliada em R$ 4.000,00; também avaliou se em R$
30.000,00 um galpão de beneficiamento de macaxeira; o galpão para higienização dos
produtos corresponde ao valor de R$ 6.000,00; o valor determinado para o galpão de abrigo

34
dos veículos e máquinas é de R$ 100.000,00; o valor estimado para o sistema eletrificação
rural corresponde ao valor de R$ 30.000,00; o sistema de irrigação aspersor avaliou se em
100.000,00; por último, foi avaliada uma estrada de chão interna, e seu valor corresponde a
R$ 650,00.

Tabela 3 - Caracterização da infraestrutura da Agricultura J. M. Lima - ME na Agrovila


Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Valor
Descrição Unidade Quantidade Valor total
unitário (R$)
Casa residencial construída em alvenaria, U 01 345.000,00 345.000,00
percintada, piso de cerâmica, cobertura de telha
plan, cobertura em madeira de lei, com 02
cozinhas, 03 quartos, 01 sala reta, 02 banheiros,
avarandada com piso de cerâmica, medindo
12x15m.
Casa de trabalhador em Barro, piso de cimento, U 01 4.000,00 4.000,00
coberta de telha de fibrocimento com 01 quarto e
pátio, medindo 8m x 4m.
Galpão em alvenaria coberto de telha de plan U 01 30.000,00 30.000,00
medindo 12m x 12m, usado para o beneficiamento
da macaxeira em fase de construção.
Galpão em de taipa coberto com telha de U 01 6.000,00 6.000,00
fibrocimento, e piso em cimento queimado com
10x12m, destinado para higienização dos produtos.
Galpão em alvenaria coberto de telha de U 01 100.000,00 100.000,00
fibrocimento e piso em cimento em fase de
acabamento destinado para abrigar veículos e
máquinas medindo 12x20m
Sistema de eletrificação rural (formado por 500 m U 01 30.000,00 30.000,00
de cabos condutores de eletricidade, 03
transformadores de energia e 5 postes de concreto).
Sistema de irrigação aspersor (composto de uma U 01 100.000,00 100.000,00
tubulação que se estende por toda a área plantada
da propriedade, com o total de 1.200 m, o sistema
ainda possui 3 poços artesianos, cada um contendo
uma bomba aspersora.
Estrada Interna (estrada de chão batido, largura U 01 650,00 650,00
média de 4m).
TOTAL 615.650,00
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

4.1.5 Veículos, Máquinas e Equipamentos.

A tabela 4 apresenta os resultados obtidos a partir da avaliação dos veículos,


máquinas e equipamentos na Agricultura J. M. Lima - ME, conforme demonstra a tabela 4.

35
Tabela 4 - Demonstrativo de máquinas e equipamentos devidamente depreciados e com valor
final da Agricultura J. M. Lima - ME na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado
do Pará.
Vlr de
Vida Depr. Depr. Vlr atual Vlr final
Descrição Ano Vlr inicial Mercado
útil Anual (R$) Acum (R$). (R$) (R$)
(R$)
D-20 1998 80.000,00 5 16.000,00 80.000,00 30.000,00 30.000,00
F- 4000 1998 130.000,00 5 26.000,00 130.000,00 40.000,00 40.000,00
Caminhão 2010 108.000,00 5 21.600,00 43.200,00 64.800,00 64.800,00
Trator 2002 110.000,00 10 11.000,00 110.000,00 20.000,00 20.000,00
Caminhão 2010 108.000,00 5 21.600,00 43.200,00 64.800,00 64.800,00
Hilux 2010 135.000,00 5 27.000,00 54.000,00 81.000,00 81.000,00
Moto Honda Biz 2007 7.000,00 5 1.400,00 7.000,00 3.500,00 3.500,00
Moto Honda 2009 10.000,00 5 2.000,00 6.000,00 4.000,00 - 4.000,00
Broz
02 grades de 2005 11.000,00 15 733,70 5.135,90 5.864,10 - 5.864,10
arado.
Carreta 2005 12.000,00 15 800,40 5.602,80 6.397,20 6.397,20
Gastante 2005 15.000,00 15 1.000,00 7.000,00 8.000,00 8.000,00
5 pulverizadores 2006 2.000,00 10 200,00 1.200,00 800,00 800,00
Ferramentas em 2011 500,00 12 41,65 41,65 458,35 458,35
geral (enxadas,
foices e
terçados).
Máquina de 2011 12.000,00 10 1.200,00 1.200,00 10.800,00 10.800,00
beneficiamento
de macaxeira
Total 740.500,00 130.615,35 493.580,35 246.919,65 93.500,00 340.419,65
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

Com base nos dados da tabela 4, pode se verificar a depreciação total dos veículos,
máquinas e equipamentos da Agricultura J. M. Lima - ME. A partir da avaliação dos bens
demonstrados na tabela acima, foi possível chegar a valor de R$ 340.419,65. A depreciação
anual corresponde ao valor de R$ 130.615,35; a depreciação acumulada é superior ao valor
total dos bens, chegando a R$ 493.580,35; a avaliação dos bens que ainda não depreciaram
totalmente foi de R$ 246.919,65; e o valor residual dos bens foi avaliado em R$ 93.500,00.

4.1.6 Comercialização

A tabela 5 apresenta a relação dos produtos comercializados pela Agricultura J. M.


Lima - ME. Para tornar mais fácil a interpretação da tabela, preferiu-se relacionar cada
produto comercializado com a quantidade produzida e a quantidade adquirida de terceiros,
bem como os seus respectivos valores.

36
Tabela 5 - Demonstrativo dos produtos comercializados pela na Agricultura J. M. Lima - ME
na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará, bem como seus respectivos
valores de depreciação.
Produção
Total Preço Preço
Própria comprada Receita
Produtos Comercializado compra venda
(a.m) Terceiros (a.m) Bruta (R$)
(a.m) (R$) (R$)
Alfavaca 300 maços 0 300 maços 0,00 0,50 150,00
Coentro 60.000 120.000 maços 180.000 maços 0,30 0,80 144.000,00
maços
Cebolinha 1.650 0 1.650 maços 0,00 0,60 990,00
maços
Chicória 0 1.500 maços 1.500 maços 0,25 0,60 900,00
Hortelã 450 maços 0 450 maços 0,00 0,43 193,50
Salsa 0 15.000 maços 15.000 maços 0,25 0,70 10.500,00
Pimentinha 0 5.400 kg 5.400 kg 2,50 4,00 21.600,00
verde
Pimentinha- 0 180 kg 180 kg 7,00 9,00 1.620,00
de-cheiro
Vinagreira 0 4.500 maços 4.500 maços 0,25 0,45 2.025,00
Pimenta 0 120 kg 120 kg 9,00 12,00 1.440,00
malagueta
Feijão verde 0 12.000 maços 12.000 maços 0,50 0,90 10.800,00
Chuchu 0 9.000 kg 9.000 kg 1,30 2,00 18.000,00
Pepino 0 9.000 kg 9.000 kg 1,00 1,41 12.690,00
Jiló 0 1.200 kg 1.200 kg 1,00 2,50 3.000,00
Mamão 12.000 kg 0 12.000 kg 0,00 1,48 17.760,00
Havaí
Melancia 0 30.000 kg 30.000 kg 1,00 0,74 22.200,00
Agrião 0 420 maços 420 maços 0,40 0,70 294,00
Alface 30.600 0 30.600 maços 0,00 1,00 30.600,00
maços
Espinafre 0 4.500 maços 4.500 maços 0,25 0,65 2.925,00
Rúcula 500 maços 4.500 maços 5.000 maços 0,25 0,65 3.250,00
Carirú 0 4.500 maços 4.500 maços 0,25 0,45 2.025,00
Couve Folha 0 30.000 maços 30.000 maços 0,40 0,74 22.200,00
Abobora 0 6.000 kg 6.000 kg 0,80 0,74 4.440,00
Berinjela 0 1.800 kg 1.800 kg 1,00 2,00 3.600,00
Maxixe 0 3.000 kg 3.000 kg 2,00 3,72 11.160,00
Quiabo 0 3.000 k 3.000 kg 1,50 3,72 11.160,00
Macaxeira 5.400 kg 0 5.400 kg 0,00 1.50 8.100,00
com Casca
Macaxeira a 6.000 kg 0 6.000 kg 0,00 2,50 15.000,00
vácuo
Acerola 0 3.000 kg 3.000 kg 3,00 4,00 12.000,00
Jambu 15.000 15.000 maços 30.000 maços 0,30 0,75 22.500,00
maços
Mastruz 0 1.500 maços 1.500 maços 0,25 0,45 675,00
Manjericão 0 900 maços 900 maços 0,20 0,43 387,00
Limão 6.000 kg 0 6.000 kg 0,00 0,80 4.800,00
Maracujá 0 6.000 kg 6.000 kg 2,00 3,50 21.000,00
Banana 0 4.500 kg 4.500 kg 1,30 2,00 9.000,00
Laranja 0 4.500 kg 4.500 kg 0,50 1,30 5.850,00
Coco seco 0 900 kg 900 kg 1,00 1,50 1.350,00
TOTAL 460.184,50
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

37
Os dados da tabela 5 demonstram todos os produtos comercializados pela
Agricultura J. M. Lima - ME. Foi identificado a partir da relação dos produtos
comercializados com os seus respectivos valores, que o item coentro apresenta a maior
concentração de receita bruta, correspondendo a 31,29% da receita bruta, o item alface
apresentado no portfolio corresponde a 6,65%, sendo a segunda maior receita bruta em
relação ao total. Também se observou que no mês em que ocorreu a pesquisa o produtor
obteve uma perda de R$ 0,26 por kg em relação ao preço de compra do item melancia, o
mesmo ocorreu também com a abóbora, comercializada com uma diferença de R$ 0,06 por
kg.

4.1.7 Renda

Para demonstrar a composição geral da renda bruta auferida pela Agricultura J. M.


Lima - ME, foi desenvolvido o quadro 2 a seguir, contendo os percentuais da renda
encontrada com base na tabela 5.

Quadro 2 - Caracterização da renda bruta da Agricultura J. M. Lima - ME na Agrovila


Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Composição da Renda Cultivos Percentual (%)
Hortaliças 25
Atividades Ligadas a Cultivos Temporários
Raízes e Tubérculos 3
Atividades Ligadas a Cultivos Permanentes Frutas 17
Hortaliças 40
Atividades Ligadas à Aquisição de Produtos de Terceiros
Frutas 15
Total 100
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

A partir da análise do quadro 2, foi possível observar a distribuição da renda bruta


na Agricultura J. M. Lima - ME em relação a atividades ligadas a cultivos temporários (28%),
atividades ligadas ao cultivo permanente (17%) e atividades ligadas a aquisição de produtos
de terceiros (55%).

38
4.1.8 Custos dos Insumos Utilizados na Produção

Para facilitar a interpretação dos custos dos insumos utilizados na produção


Agricultura J. M. Lima - ME, optou-se por sistematizar todos os custos na tabela 6.

Tabela 6 - Demonstrativo dos custos com insumos da produção da na Agricultura J. M. Lima


- ME na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Especificação Unidade Quantidade a.a. Custo unitário Custo total Percentual
(R$) (R$) a.a. dos Custos
Esterco de frango Sacos de 30 kg 57.600 2,50 144.000,00 49,07
Serragem Sacos de 15 kg 48.000 1,00 48.000,00 16,35
Adubo NPK 10-28-20 Sacos de 50 kg 384 105,00 40.320,00 13,74
Adubo NPK 18-18-18 Sacos de 50 kg 144 108,00 15.552,00 5,30
Calcário Sacos de 40 kg 150 12,22 1.833,00 0,62
Adubo foliar Litros 240 13,10 3.144,00 1,07
Sementes Caixas de 10 kg 120 260,00 31.200,00 10,63
Barbantes Kg 480 17,00 8.160,00 2,78
Sacos para embalagem a vácuo MIL 192 4,06 779,00 0,27
Outros custos - - - 500,00 0,17
Total 293.488,00 100
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

Os dados da tabela 6 mostram que o insumo que ocorre com maior frequência na
Agricultura J. M. Lima - ME é o adubo orgânico que corresponde a 65,42% dos custos com
insumos, em seguida o adubo químico com 20,73% e as sementes, os barbantes, os sacos para
embalagem a vácuo e os outros custos representam 13,85% dos custos.

4.1.9 Custos com a Mão-de-Obra Contratada

Com o objetivo de facilitar a visualização dos custos com a mão-de-obra contratada,


preferiu-se alocar os dados de acordo a faixa etária dos colaboradores, conforme apresenta a
tabela abaixo.

Tabela 7 - Demonstrativo dos custos com a mão-de-obra contratada na Agricultura J. M. Lima


- ME na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Mão-de-Obra Contratada
Faixa Etária Nº de Funcionários Folha de pagamento mensal (R$) Percentual
De 18 à 30 anos 33 28.700,00 82,71
De 30 à 40 anos 3 4.500,00 12,97
De 40 à 50 anos 1 1.500,00 4,32
Total 37 34.700,00 100
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).
39
Com base nos dados da tabela 7 verifica-se que a faixa etária que apresenta a maior
participação percentual em relação ao montante da folha de pagamento da Agricultura J. M.
Lima - ME é de 18 à 30 anos, com o percentual de 82,71%.

4.1.10 Custos com a Mão-de-Obra Familiar

Com o objetivo de facilitar a visualização dos custos com a mão-de-obra familiar,


preferiu-se alocar os dados de acordo a faixa etária dos membros familiares, conforme
apresenta a tabela 8.

Tabela 8 - Demonstrativo dos custos com a mão-de-obra familiar na Agricultura J. M. Lima -


ME na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Mão-de-Obra familiar
Faixa Etária Quantidade de Funcionários Folha de Pagamento mensal (R$) Percentual
De 20 à 30 anos 1 700,00 16,67
De 30 à 40 anos 1 3.500,00 83,33
Total 2 4.200,00 100
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

Com base nos dados da tabela 8 verifica-se que a faixa etária que apresenta a maior
participação percentual em relação ao montante da folha de pagamento da Agricultura J. M.
Lima - ME é de 30 à 40 anos, com o percentual de 83,33%

40
5. PORTFÓLIO DOS PRODUTOS

5.1 Portfólio dos Produtos Produzidos na Propriedade

O quadro abaixo apresenta o portfólio dos produtos produzidos pela Agricultura J.


M. Lima - ME distribuídos entre frutas, hortaliças e raízes e tubérculos.

Quadro 3 - Demonstrativo do portfólio dos produtos produzidos na Agricultura J. M. Lima -


ME na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Nº de ordem Frutas Hortaliças Raízes e tubérculos
01 Limão Coentro Macaxeira
02 Mamão Havaí Alface
03 Cebolinha
04 Rúcula
05 Hortelã
06 Jambu
07 Alfavaca
08 Abobora
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

Os dados demonstrados no quadro 3 facilita a identificação através do portfólio de


todos os itens produzidos pela Agricultura J. M. Lima - ME.

5.2 Portfólio dos Produtos Adquiridos de Terceiros

O quadro 4 apresenta o portfólio dos produtos adquiridos de terceiros pela


Agricultura J. M. Lima - ME distribuídos entre frutas, hortaliças e raízes e tubérculos.
Os dados demonstrados no quadro 4, facilita a identificação através do portfólio de
todos os itens adquiridos de terceiros pela Agricultura J. M. Lima - ME.

41
Quadro 4 - Demonstrativo do portfólio dos produtos adquiridos de terceiros pela Agricultura
J. M. Lima - ME na Agrovila Iracema, Município de Castanhal, Estado do Pará.
Nº de ordem Frutas Hortaliças Raízes e tubérculos
01 Melancia Coentro
02 Jiló Chicória
03 Acerola Salsa
04 Maracujá Pimenta Verde
05 Banana Pimenta de Cheiro
06 Laranja Pimenta Malagueta
07 Coco Seco Vinagreira
08 Pepino
09 Agrião
10 Espinafre
11 Rúcula
12 Carirú
13 Couve Folha
14 Berinjela
15 Maxixe
16 Quiabo
17 Matruz
18 Manjericão
19 Feijão Verde
Fonte: Dados da pesquisa (Outubro, 2012).

42
6. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO DOS PRINCIPAIS
PRODUTOS DO PORTFÓLIO DA AGRICULTURA J. M. LIMA - ME

A construção das etapas que se seguem, resulta da seleção dos produtos mais
representativos de cada grupo, organizados em sistemas de produção. Essa construção foi
elaborada a partir da percepção do agricultor entrevistado. Assim, para cada grupo dos
componentes do portfólio, - o coentro, proveniente do grupo das hortaliças; o mamão havaí,
principal representante do grupo das frutas; e a macaxeira, enquanto representante do grupo
das raízes e tubérculos - foi elaborado um sistema de produção.

6.1 Processo Produtivo do Coentro


 1ª Etapa - Preparo do solo: O processo de preparo do solo consiste basicamente em
quatro passos; limpeza da área, aração, gradagem e levantamento dos canteiros.
 2ª Etapa - Adubação do solo: Antes do plantio do coentro, é feita a etapa de
adubação do solo com adubo orgânico (esterco de frango);
 3ª Etapa - Semeadura: O processo de semeadura do coentro é realizado diretamente
no canteiro em linha contínua e de forma manual. A profundidade dos sulcos deve ser
de 1 a 2 cm e a distância entre as cavidades é de 20 a 40 cm. Após a realização da
semeadura deve-se utilizar a serragem de modo a cobrir todas as cavidades plantadas.
 4ª Etapa - Irrigação: A cultura de coentro é extremamente exigente em água em toda
a área plantada. A etapa de irrigação se dá pelo sistema aspersor, isto é, bombas
aspersoras se encarregam de conduzir a água por meio de uma tubulação de 25cm de
diâmetro. Os bicos aspersores de água estão posicionados a cada 12m e fazem a
irrigação de toda a área plantada;
 5ª Etapa - Adubação Complementar: a fertilização baseia-se na adubação
complementar diretamente no solo, ou adubação de cobertura, fortalecida pela
adubação foliar. O objetivo é fornecer nutrientes para o solo através de adubos
orgânicos (esterco de frango) e adubo químico (NPK 10-28-20) e para as folhas
(adubo foliar); e
 6ª Etapa - Colheita e Pós-Colheita: A colheita é feita a partir dos 50 a 70 dias após o
início da semeadura, no entanto, ocorrem algumas variações de acordo com o cultivo,
época e clima da região. A colheita das folhas é feita no momento em que houver

43
folhas suficientes. Após a colheita, o coentro é transportado para o galpão de
higienização por carrinhos de mão. Já no galpão de higienização, o coentro é colocado
nos tanques para lavagem e seleção;

6.2 Processo de Produção do Mamão Havaí.


 1ª Etapa - Preparo das Mudas: Para o preparo das mudas, são utilizados sacos de
polietileno pretos com furos. Os sacos são preenchidos com terra preta adubada com
esterco de frango. Cada m³ de areia preta deve estar misturado com 10 kg de calcário.
Em cada saco são postas três sementes com espaçamento de 1cm, e cobertas com
serragem. O processo de irrigação é feito sem encharcar as mudas. O canteiro é
coberto com palhas secas. A germinação se dá no período de 10 a 20 dias;
 2ª Etapa - Preparo do Solo: O preparo do solo é feito com uma aração 60 dias antes
do plantio e a gradagem é realizada de 20 a 30 dias antes do plantio;
 3ª Etapa - Plantio das Mudas: O plantio dos mamoeiros é feito em fileiras simples
com espaçamento de 3,6m x 1,8m. A cova para a plantação contém 30cm x 30cm x
30cm e os sulcos de 30 a 40cm de profundidade. Para a adubação são utilizados 6,5 kg
de esterco de frango. Esse esterco é adicionado à terra e lançado no fundo da cova
juntamente com o calcário;
 4ª Etapa - Tratos Culturais: Para evitar que a plantação seja atacada por ervas
daninhas, são feitas capinas manuais até os primeiros 6 meses. A irrigação, em sua
maior quantidade, é feita na fase em que os mamoeiros ainda estão jovens. O
mamoeiro, no inicio da floração, então é desbastado, deixando uma planta por cova.
Já, na frutificação, são descartados os frutos com defeito e de tamanho pequeno. É
preciso que isto ocorra uma vez a cada mês;
 5ª Etapa - Adubação pós-plantio: No estágio de adubação pós-plantio, são utilizados
adubo orgânico (esterco de frango) e adubos químicos (NPK 10-28-20 e NPK 18-18-
18); e
 6ª Etapa - Colheita: Na colheita, os frutos são colhidos manualmente com varas de
colheita com copos de borracha na parte superior. Ao final da colheita, os frutos são
levados para o galpão de higienização, onde são lavados e selecionados.

44
6.3 Processo Produtivo da Macaxeira
 1ª Etapa - Preparo do Solo: O preparo do solo se resume nas ações de limpeza da
área, aração e cavação das covas onde serão postas as manivas;
 2ª Etapa - Adubação: Na adubação, são utilizados adubos químicos, onde os mesmos
são aplicados pela primeira vez, com no mínimo 60 dias de antecedência ao plantio,
período em que ocorre a reação com o solo.
 3ª Etapa - Mudas: Nesta etapa, as manivas devem estar maduras e devem ser
originárias de plantas com 10 a 12 meses de idade. As manivas são cortadas com o
auxílio de um facão e devem possuir 20 cm de comprimento;
 4ª Etapa - Plantio: O plantio da macaxeira normalmente obedece ao início da estação
chuvosa, período considerado propício para essa prática. Geralmente, utiliza-se
espaçamento de 1m² em fileiras simples, sendo as covas e os sulcos feitas com 10 cm
de profundidade, com a utilização de enxadas. Durante todo o crescimento das plantas,
são realizadas capinas periódicas, de modo a garantir que as ervas daninhas não
ataquem a plantação.
 5ª Etapa - Colheita: O período de colheita ocorre, precocemente, 9 meses após o
plantio. As macaxeiras são arrancadas do solo com o auxílio de ferramentas e são
transportadas em caixas até o galpão de higienização. Depois são beneficiadas e
embaladas a vácuo.

45
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa, desenvolvida com vistas à elaboração do Trabalho de Conclusão do


Curso de Bacharelado em Administração de Empresas da Faculdade de Castanhal – FCAT,
resulta da identificação do nível de participação dos procedimentos orgânicos no processo de
produção atual da Agricultura J. M. Lima - ME.
O referencial teórico foi desenvolvido com o objetivo de demonstrar a importância
da gestão no agronegócio, como estratégia de desenvolvimento rural sustentável em uma
propriedade rural no Município de Castanhal, Estado do Pará. Manter o crescimento
produtivo, garantir a competitividade e adotar procedimentos sustentáveis são alguns dos
desafios que permeiam o ambiente no qual a propriedade está inserida.
Em relação aos objetivos específicos, os resultados da pesquisa permitiram a
elaboração de um diagnóstico da propriedade, enfatizando as atividades e processos
envolvidos na produção. Também foi possível construir o sistema de produção adotado para
cada um dos principais produtos identificados no portfólio, assim como, levantar os custos da
produção atual e dos procedimentos orgânicos. Em outro momento, foi realizada a
identificação do grau de participação dos procedimentos orgânicos no processo de produção
da propriedade.
Com a relação à hipótese, acreditava-se que, mesmo utilizando agrotóxicos, adubos
químicos e preparo mecanizado do terreno, o agricultor atual adota procedimentos típicos da
forma orgânica de produção. Na prática, constatamos que a Agricultura J. M. Lima - ME,
mesmo sendo participante do modelo de produção atual, isto é, que utiliza adubos químicos e
preparo mecanizado do terreno, o agricultor atual adota procedimentos típicos da forma
orgânica de produção. Outro fator que reforçou a constatação da hipótese deste trabalho, é que
mais da metade da área total da propriedade estão preservadas.
Quanto ao problema, cuja indagação se propunha a responder qual a participação dos
procedimentos orgânicos no processo produtivo do modelo de agricultura atual, os resultados
da pesquisa nos mostram que os procedimentos orgânicos utilizados pela Agricultura J. M.
Lima - ME correspondem a 65,42% do total dos custos com insumos. Assim, a Agricultura J.
M. Lima - ME, muito embora seja participante do modelo de produção atual, adota práticas
orgânicas de produção, não agredindo tanto ao meio ambiente como se poderia presumir,
inclusive, destina mais recursos financeiros para custeio das atividades orgânicas.

46
Portanto, embora cônscios de que os resultados aqui apresentados não poderiam ser
considerados como verdade absoluta, compreendemos que um aprofundamento maior a
respeito da questão poderia vir a indicar que os produtores atuais podem adotar práticas
orgânicas como diferencial competitivo. Procedendo assim, essa categoria de agricultores
poderá vir a contribuir para a adoção de práticas mais sustentáveis de produção, estando cada
vez mais próximos do alcance de modelos orgânicos de produção.

47
8. REFERÊNCIAS
AQUINO, O. G. Do Cooperativismo Tradicional ao Cooperativismo Alternativo: a
trajetória dos movimentos sociais rurais rumo às novas formas econômicas de integração
camponesa no estado do Pará. 1997. 119 f. Dissertação (Mestrado em Planejamento e
Desenvolvimento) – Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará,
Belém, 1997.
BATALHA, Mário Otávio. Gestão Agroindustrial, Volume 1, 3ª Edição. São Paulo: Atlas,
2009.
CALLADO, Antônio André Cunha. Agronegócio, 2ª Edição. Atlas, São Paulo: Atlas, 2009.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio, 4ª Edição. Nova Fronteira,
Brasília: Nova Fronteira, 2001.
FROEHLICH, J. M. & DIESEL, V. Desenvolvimento Rural: Tendências e debates
contemporâneos. Ijuí: Unijuí, 2006.
KAGEYAMA, ANGELA A, Desenvolvimento Rural: Conceito e medida, 2004. Disponível
em: seer.sct.embrapa.br/index.php/cct/article/download/8702/4887.pdf. Acesso em 27
out.2012.
MARION, J. C. Contabilidade Rural – 2ª Ed.. São Paulo: Ed. Atlas. 1992.
MONTGOMERY, C. A & PORTER, M. E. Estratégia: a busca da vantagem competitiva.
Rio de Janeiro: Elsevier, 1998.
PONTES, E. Cangussú Reis. Responsabilidade social e os fatores indutores da sua pratica
nas organizações: Analise de uma empresa da Amazônia. Belém: Unama, 2011.
REDWAN, A. N. Z. (organizador). Manual de Trabalho Científico-Acadêmicos da
Faculdade de Castanhal TCA – FCAT, 2010. Disponível em:
http://www.fcat.com.br/arquivos/file/Manual%20de%20trabakgis%20academicos.pdf. Acesso
em 19 set.2012.
SANTANA, Antônio Cordeiro. Elementos de economia, agronegócio e desenvolvimento
local. Belém: GTZ; TUD; UFRA, 2005.

48
ANEXOS

49
Anexo 1

Figura 1 - Fotografia da Casa Sede da Agricultura J. M. Lima - ME

Figura 2 - Complexo de fotografias do sistema de irrigação da Agricultura J. M. Lima - ME.

50
Figura 3 - Complexo de fotografias dos veículos, máquinas e equipamentos da Agricultura J.
M. Lima - ME.

Figura 4 - Complexo de fotografias das benfeitorias da Agricultura J. M. Lima - ME.


51
Figura 5 - Fotografia da máquina de beneficiamento da macaxeira da Agricultura J. M. Lima -
ME

Figura 6 - Complexo de fotografias do cultivo de hortaliças da Agricultura J. M. Lima - ME.


52
Figura 7 - Complexo de fotografias do cultivo de frutas e raízes da Agricultura J. M. Lima -
ME.

Figura 8 - Fotografia dos produtos adquiridos de terceiros da Agricultura J. M. Lima - ME.

53
Figura 9 - Complexo de fotografias dos produtos orgânicos da Agricultura J. M. Lima - ME.

Figura 10 - Fotografia dos alunos com o proprietário da Agricultura J. M. Lima - ME.

54
Anexo 2

ROTEIRO PARA PREENCIMENTO DO DIAGNÓSTICO


IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE DE PRODUÇÃO FAMILIAR
TAMANHO SITUAÇÃO LEGAL DA TERRA
COORDENADAS DA
UF MUNICÍPIO ENDEREÇO
GEOGRÁFICAS PROPRIEDA AGRICULTOR ASSENTAMENTO DA
QUILOMBOLA INDÍGENA EXTRATIVISTA
DE (HA) FAMILIAR REFORMA AGRÁRIA

Em Unidade de Somente em Relação


AC Latitude Proprietário RTID publicado Em Estudo
Conservação de Beneficiário
CCU- Contrato de
AL Longitude Arrendatário Portaria publicada Delimitada
Concessão de Uso
Título Definitivo com
AM Altidude Posseiro Decreto publicado Declarada
cláusulas resolutivas
Título Definitivo com
AP Meeiro Título Homologada as cláusulas
resolutivas extintas
Não está em
processo de
.... Regularizada
regularização
fundiária
Em Revisão

IDENTIFICAÇÃO DOS INTEGRANTES DA UNIDADE FAMILIAR


TEMPO
DATA DE DAP IDENTIDA PRINCIPAIS PARTICIPAÇÃO
Nº COMUNI NA ESCOLA ESTADO COR DA
NOME SEXO NASCIM VINCU CPF DE ATIVIDADES QUE EM
LOTE DADE PROPRIE RIDADE CIVIL PELE
ENTO LADA SOCIAL É RESPONSÁVEL ORGANIZAÇÃO
DADE
Cuidado com
< que 5 Não Agricultor
Feminino Casado/a Branca pequenos e Sindicato
anos estudou Familiar
médios animais
> entre 5 Até 4a Cuidado com
Masculino Indígena Solteiro/a Negra Associação
e 10 anos série grandes animais
> que 10 Até 8a Sistema de
Quilombola Divorciado/a Parda Cooperativa
anos série produção de
Sistema de
Pescador
2º grau Viúvo/a Amarela produção Grupo produtivo
Artesanal
comercial
Grupo produtivo de
Superior Extrativista União estável Indígena Artesanato
mulheres
Ribeirinho Turismo rural Movimento misto
Trabalho Movimento de
doméstico mulheres
Comercialização Outros

CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE DE PRODUÇÃO FAMILIAR


Áreas
Área Área
com
plantada plantada
consórcio Área Área com Produção animal
com com Área de Área Utilização de Produção
(SAFs ou em vegetação (tamanho do
culturas culturas pastagem degradada Insumos extrativista
plantios pousio nativa rebanho)
temporári permanen
consorcia
as tes
dos)
Arroz Laranja Adubo químico Gado leiteiro Madeira
Feijão Banana Adubo orgânico Gado de corte Sementes
Mandioca Café Defensivos químicos Aves Frutas
Defensivos
Milho orgânicos Suínos Óleos e resinas
Hortaliças Equinos Pescado
Soja Ovinos Cipós
Caprinos Outros
... Peixes
Outros

55
INFRAESTRUTURA
Tipo de
Estrutura de
Casa cobertura da Benfeitorias Equipamentos Transporte
armazenagem
casa
Alvenaria - com
Telha de barro Galpão Cerca de arame Trator Caminhão
reboco
Alvenaria - sem
Telha de amianto Paiol Curral Arado Automóvel
reboco
Taipa Palha Silo Açude Grade Carroça
Tanque para Sistema de
Mista Alumínio Outros Motocicleta
peixes irrigação
Pulverizador
Madeira Cavaco Poço artesiano Bicicleta
costal
Poço Ferramentas
Lona ou plástico Outros Barco
amazônico agrícolas
Outro Cisterna Ordenhadeira Carroça
Casa de Tanque de
Animal
vegetação resfriamento
Gerador de luz Centrífuga
Casa de farinha Fumegador
Beneficiadora
Engenho
de arros
Agroindústria Beneficiadora
caseira de café
Outros Outros

COMERCIALIZAÇÃO DA FAMÍLIA
Produto Produto
comercializado comercializado Forma de Local de Acesso a mercados
in natura beneficiado comercialização comercialização institucionais
(kg/Ano) (kg/l/unid/ano)
Tipo Queijo Individual Feira permanente PAA
Arroz Doce Coletiva Feira esporádica PNAE
Programas
Milho Açúcar Atravessador Mercado
estaduais/municipais
Feijão Mel Feira Espaço próprio Outros
Mandioca Artesanato Outros porta a porta Nenhum
Café Outros Outros
Hortaliças
Gado
Leite
Aves
Suinos
Ovinos
Caprinos
Equinos
Frutas
Outros

56
COMERCIALIZAÇÃO EXCLUSIVA DA MULHER
Produto Produto
comercializado comercializado Forma de Local de Acesso a mercados
in natura beneficiado comercialização comercialização institucionais
(kg/Ano) (kg/l/unid/ano)
Tipo Queijo Individual Feira permanente PAA

Arroz Doce Coletiva Feira esporádica PNAE


Programas
Milho Açúcar Atravessador Mercado
estaduais/municipais
Feijão Mel Feira Espaço próprio Outros
Mandioca Artesanato Outros porta a porta Nenhum
Café Outros Outros
Hortaliças
Gado
Leite
Aves
Suinos
Ovinos
Caprinos
Equinos
Frutas

COMERCIALIZAÇÃO EXCLUSIVA DOS JOVENS


Produto Produto
comercializado comercializado Forma de Local de Acesso a mercados
in natura beneficiado comercialização comercialização institucionais
(kg/Ano) (kg/l/unid/ano)
Tipo Queijo Individual Feira permanente PAA
Arroz Doce Coletiva Feira esporádica PNAE
Programas
Milho Açúcar Atravessador Mercado
estaduais/municipais
Feijão Mel Feira Espaço próprio Outros
Mandioca Artesanato Outros porta a porta Nenhum
Café Outros Outros
Hortaliças
Gado
Leite
Aves
Suinos
Ovinos
Caprinos
Equinos
Frutas
Outros

57
RENDA
Composição da Renda Composição da Renda Composição da Renda Composição da Renda
Familiar exclusiva das exclusiva dos homens exclusiva dos jovens
mulheres
Atividade % Atividade % Atividade % Atividade %
Agricultura Agricultura Agricultura Agricultura
Pecuária Pecuária Pecuária Pecuária
Mão de obra Mão de obra Mão de obra Mão de obra
Extrativismo Extrativismo Extrativismo Extrativismo
Pesca artesanal Pesca artesanal Pesca artesanal Pesca artesanal
Aposentadoria Aposentadoria Aposentadoria Aposentadoria
Contratos Contratos Contratos Contratos
Bolsa família Bolsa família Bolsa família Bolsa família
Bolsa escola Bolsa escola Bolsa escola Bolsa escola
Artesanato Artesanato Artesanato Artesanato
Produtos Produtos Produtos Produtos
beneficiados beneficiados beneficiados beneficiados
Total R$/ano Total R$/ano Total R$/ano Total R$/ano

ACESSO A POLÍTICAS PÚBLICAS


Políticas acessadas Políticas acessadas
Políticas acessadas pela
exclusivamente pelas exclusivamente pelos Para Reforma Agrária
família
mulheres jovens
Pronaf Pronaf Pronaf Crédito Instalação
Pronaf Mulher Pronaf Mulher Pronaf Mulher Apoio Inicial
PAA PAA PAA Apoio Mulher
Aquisição de material de
PNAE PNAE PNAE
construção
Programa de Organização Programa de Organização Programa de Organização
Fomento
Produtiva de Mulheres Rurais Produtiva de Mulheres Rurais Produtiva de Mulheres Rurais
Recuperação de Material de
Seguro Safra Seguro Safra Seguro Safra
construção
PGPM – Programa de Garantia de PGPM – Programa de PGPM – Programa de Garantia
Adicional Fomento
Preço Mínimo Garantia de Preço Mínimo de Preço Mínimo
Reabilitação Crédito
Base de serviço Base de serviço Base de serviço
Produção
Pronaf Jovem Pronaf Jovem Outros Crédito Ambiental
Outros Outros Semi Árido
Outros

58
Anexo 3

ESTIMATIVA DE VIDA ÚTIL DOS BENS PARA DEPRECIAÇÃO E EXAUSTÃO


CONSTRUÇÕES E VIDA ÚTIL % DEPRECIAÇÃO ANUAL
MELHORAMENTOS
Construção. de alvenaria coberta c/telhas 25 4%
Parede de madeira, coberta de telha 15 6,67%
Parede de barro, coberta de telha 10 10%
Parede de barro, coberta de sapé 5 20%
Piso de tijolo, cimentado 25 4%
Linha/força e luz, telefone c/postes de madeira 30 3,33%
Linha/força e luz, telefone c/postes de ferro e
concreto 50 2%
Cercas de pau-a-pique 10 10%
Cercas de Arame 10 10%
Rede de água (encanamentos) 10 10%
Cerca elétrica 10 10%

% DEPRECIAÇÃO
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS VIDA ÚTIL ANUAL
Automóvel 5 20%
Tratores de roda / 8.000h 10 10%
Tratores de esteira 10 10%
Microtrator 7 14,28%
Caminhão 5 20%
Carroça 10 10%
Carro de bois 10 10%
Carreta de trator 15 6,67%
Arado de discos e aiveca 15 6,67%
Grade de discos 15 6,67%
Carreta com pneus 15 6,67%
Semeadeira de linhas 15 6,67%
Semeadeira de grãos miúdos 20 5%
Cultivador 12 8,33%
Plaina 15 6,67%
Colhedora de algodão 8 12,50%
Colhedora de milho 10 10%
Combinada automotriz 10 10%
Combinada Rebocada 10 10%
Grade de dentes e de molas 20 5%
Colhedeira de forragens 10 10%
Ceifadeira 12 8,33%
Plantadeira 10 10%
Bico de Pato (planet) 5 20%
Máquina de café 10 10%
Máquina de debulhar milho 10 10%
Desintegrador 20 5%
Picadeira de forragem 15 6,67%
Motores elétricos 15 6,67%
Serraria 20 5%
Pulverizador 10 10%
Ensiladeira 7 14,28%
Polvilhadeira 10 10%
59
Ordenhadeira 10 10%
Carrinho de terreiro 8 12,50%
Toçadeira 10 10%
Encerado 6 16,67%
Secador de cereais 10 10%
Saco de colheita 3 33,33%
Adubadeira 8 12,50%
Jacá 2 50%
Riscador 6 16,67%
Todo 2 50%
Arreio 6 16,67%
Ancinho 12 8,33%

CULTURA PERMANENTE VIDA ÚTIL % DEPRECIAÇÃO ANUAL


Amoreira (p/bicho da seda) 20 5%
Banana 8 12,50%
Café 20 5%
Chá 20 5%
Figo 17 5,88%
Laranja 15 6,67%
Maracujá 5 20%
Pastagem formada-(artificial)-exaustão 5 20%
Pêssego 17 5,88%
Uva 20 5%
Cana-de-açúcar – exaustão 4 25%

% DEPRECIAÇÃO
ANIMAIS VIDA MÉDIA ANUAL
Bovinos – Reprodutor 8 12,50%
Bovinos – Matrizes 10 10%
Suínos 4 25%
Animais de trabalho
Burro de tração 18 8,33%
Cavalo de sela 8 12,50%
Boi de carro 5 20%
Fonte: MARION, José Carlos. Contabilidade Rural – 2ª Ed.. São Paulo: Ed. Atlas. 1992.

60
Anexo 4

61

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