Direito, Hermenêutica e Interpretação
pautada em uma teoria do ordenamento jurídico.
Texto e Norma são coisas diferentes
 Texto: Nenhum alemão pode ser extraditado.
 Norma:
1) É vedada a extradição de alemães;
2) Não será permitida a extradição de
alemães;
3) Alemães não serão extraditados
4) A extradição de alemães é conduta
proibida na Alemanha
Os tradicionais elementos interpretativos (Savigny
e Ihering)
´´ A interpretação nada mais é do que a
reconstrução do pensamento do legislador.`` (Min.
Eros Grau)
I) Interpretação literal, gramatical ou
filológica- Diz se por aquela onde é
examinado tão somente o sentido
literal do texto narrativo. Ex. Perda do
mandato declarada (Art. 55, § 3º da
CF) ou decidida (Art. 55, § 2º da CF)
Modernamente: o profissional do direito não pode
jamais esquecer que o sentido mínimo e máximo
das palavras figuram como limites à atuação
criativa do intérprete.
II) Interpretação teleológica
Este é o único elemento de
interpretação desenvolvido por Ihering,
mas é reconhecido como o método
interpretativo por excelência.
A interpretação teleológica visa a realização dos
fins previstos na norma. Qual o valor subjacente
da norma? Qual a mens Legis?
Por qual razão o Art. 55, § 2º da CF delegou a CN
a decisão sobre a perda do mandato?
III) Interpretação sistemática
O profissional do direito desenvolve sua atividade
A interpretação sistemática situa o dispositivo a
ser interpretado dentro do contexto normativo
geral e particular, conectando-o às demais normas,
para evitar contradições e antinomias.
´´ Não se interpreta o direito em tiras; não se
interpreta textos normativos isoladamente, mas
sim o direito, no seu todo.``
A decisão proferida pelo Min. Do STF pode ser
diferente se analisado o caso a partir da
coordenação dos Arts. 55 e 15 da Constituição?
CF. Art. 55, III da CF88.
Ora, o que acontece se o deputado falta à terça
parte das sessões ordinárias?
IV) Interpretação histórica
A norma, num modelo de civil law, pode
perfeitamente representar o contexto do momento
da sua promulgação. Nem por isso é, para o bom
intérprete, desimportante entender as razões que
induziram à criação daquela lei.
Segundo Barroso: ´´Quando uma norma entra em
vigor ela se liberta da vontade subjetiva de quem a
criou e passa a ter uma existência autônoma``
A interpretação histórica desempenha um papel
secundário, coadjuvante.
Min. Celso de Mello: O argumento histórico não
se reveste de caráter absoluto, mas é expressivo
elemento de útil indagação para conhecer as
razões que levaram o legislador a acolher ou
rejeitar propostas que compuseram o texto
legislativo.
No caso do exemplo: a previsão de perda de
mandato após crivo do plenário do Congresso é
fruto de emenda modificativa e seu parecer previa
que: ´´algumas condenações não impedem moral e
politicamente o exercício do mandato.``
V) Interpretação lógica
Frequentemente utilizada em conjunto com a
interpretação sistemática. Se refere a uma unidade
de estruturação do pensamento do intérprete deve
guardar coerência lógica com as suas hipóteses
interpretativas.

Não existe uma hierarquia entre os métodos

interpretativos. O intérprete é livre, sendo-lhe até
aconselhável que se sirva de todos os métodos.

Sobre o caso que guiou nossas interpretações na

presente aula. Eis o entendimento do STF:

1) Regra: a perda do mandato parlamentar

condenado criminalmente depende da
decisão da casa respectiva.

2) Exceção: se a condenação ao regime

fechado ultrapassar 120 (cento e vinte)
dias, a perda se daria pela ausência a 1/3
das sessões, portanto, seria automática.

Espécies de interpretação- quanto ao

ALCANCE* (restritiva ou extensiva)

*Para alguns autores interpretação quanto aos

resultados

a) Interpretação restritiva - o trabalho exegético

do intérprete busca a restringir o alcance e sentido
do texto.

Isso dá-se pois o texto permite uma compreensão

mais ampla do que a finalidade da lei.

Ex. Cabimento da prisão preventiva (art. 312,

CPP)

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser

decretada como garantia da ordem pública, da
ordem econômica, por conveniência da instrução
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei
penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria.

b) Interpretação extensiva - o trabalho exegético

do intérprete busca a expandir o alcance e sentido
do texto.

Ex. Noção de ampla de “trabalho” para fins de

remição penal, alcança também o estudo.

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em

regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo
trabalho, parte do tempo de execução da pena.