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Cominada no preceito secundário do tipo incriminador (isolada, alternativa ou

cumulativa com a pena privativa de liberdade) ou substitutiva da prisão (art. 44 do
CP), a pena de multa é espécie de sanção penal patrimonial, consiste na obrigação
imposta ao sentenciado de pagar ao fundo penitenciário determinado valor em
dinheiro.

O Código Penal adota o sistema de dias- Em resumo, o dia-multa deve ser calculado
multa baseado tanto nas circunstâncias do crime de maneira que, após sua dedução de renda
quanto na capacidade econômica do sentenciado. líquida diária, reste ao condenado o mínimo
Esse sistema é vantajoso porque considera a indispensável às despesas com a sua mantença e a
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, de sua família. Daí deflui a fórmula: “tirar do
a personalidade do agente, os motivos, as excesso da receita do condenado para que ele
circunstâncias, as consequências do crime e o receba o mínimo para sua existência". O juiz ou o
comportamento da vítima, além de outras tribunal determinará, em cada caso, a quantia do
circunstâncias que agravem, atenuem, dia-multa, de conformidade com o ponto de vista
aumentem ou diminuam a pena, em conjunto com da margem penal, utilizando de todos os fatores
a fortuna do condenado. permitidos de mediação.
Num primeiro momento o magistrado Sabendo a quantidade de dias-multa e seu
deve fixar a quantidade de dias-multa, variando valor, o juízo multiplica os dois, definindo a
de no mínimo 10 a no máximo 360 (art. 49, CP). sanção pecuniária.
Nesta etapa, trabalha-se com o critério trifásico
descrito no art. 68 do Código Penal, aquilatando Cálculo da pena multa
as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP), ETAPAS MÍNIMO MÁXIMO
seguidas das agravantes e atenuantes, encerrando
as causas de aumento e diminuição de pena. 1°- Fixação da 10 dias 360 dias
quantidade de
Depois de calculada a quantidade de dias- dias-multa.
multa, o magistrado decide o valor de cada dia-
multa, não podendo ser inferior a um trigésimo do 2°- Cálculo do 1/30 avos do 5x o valor do
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do valor de um- salário salário
fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. dia multa mínimo mínimo
Nesse momento, observa-se, principalmente, a (podendo ser
situação econômica do sentenciado (art. 60 do triplicado-
CP). Se, em virtude da situação econômica do réu, art. 60, § 1°
o juiz verificar que, embora aplicada no máximo, do CP)
essa pena é ineficaz, poderá elevá-la até o triplo
3°-Multiplica-se a EX: 10 dias-multa x
(art. 60, §1º, do CP), podendo chegar 5.400 quantidade de dias- 1/30 do salário
salários mínimos. multa pelo valor mínimo = 1/3 do
apurado salário mínimo.
 O pagamento voluntário da pena de multa,
no Código Penal, está disciplinado de um
determinado modo; na Lei de Execução Penal, de
outro.
O Código Penal, o art. 50, determina que
deve ser paga dentro de 10 dias depois do trânsito
em julgado da sentença. Por outro lado, a Lei de
Execução Penal, prevendo o mesmo prazo,
anuncia que seu termo inicial se dá após citação do
condenado, precedida por extração de certidão de
sentença condenatória e requerimento do
Ministério Público (art. 164, LEP).
Há três modalidades de pagamento da
sanção patrimonial:
1.Integral;
2.Parcelado;
3.Mediante desconto no vencimento ou
salário
O pagamento parcelado depende do
requerimento do condenado e será concedido
conforme as circunstâncias do caso concreto (art.
50, caput, CP)
Na hipótese de desconto no vencimento
ou salário, é necessário que a pena tenha sido
aplicada isoladamente, cumulativamente com
pena restritiva de direitos ou tenha sido concedido
o sursis. O legislador alerta que o desconto, no
entanto, não deve incidir sobre os recursos
indispensáveis ao sustento do condenado e a de
sua família (art. 50, §2°, CP)

não pagamento voluntário da multa

implicava na sua conversão em privativa de
liberdade. Com o advento da lei nº 9268/96, não
mais se admite a conversão, encarando-se a
multa não paga como dívida de valor, aplicando-
se-lhe as normas da legislação relativa à dívida
ativa da Fazenda Pública, inclusive no que
concerne às causas interruptivas e suspensivas da
prescrição (art. 51, CP).

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