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AULA 02 – CONTAS PATRIMONIAIS

A) Ativo Circulante
A Lei 6404/76 estabelece em seu art. 178, que no Ativo as contas serão dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez, sendo neste item, classificadas as contas que se tornarão disponíveis até o
término do exercício social seguinte, isto é, significa realização num prazo inferior a um ano a partir do próprio
Balanço.
1. Disponibilidades
Designa dinheiro em caixa e em bancos, bem como valores equivalentes, como cheques em mãos e
em trânsito, que representam recursos com livre movimentação para aplicação nas operações da empresa e
para os quais não haja restrições para uso imediato.
1.1 Contas
Caixa; Depósitos Bancários à Vista; Aplicações de Liquidez Imediata.
1.1.1 Caixa
Inclui dinheiro, bem como, cheques em mãos, recebidos e ainda não depositados, pagáveis irrestrita e
imediatamente.
1.1.2 Depósitos Bancários à Vista
1.1.2.1 Contas de Livre Movimentação
São representados normalmente pelas contas de livre movimentação mantidas pela empresa em
bancos.
1.1.2.2 Contas Bancárias Negativas
Contas bancárias negativas (credoras) ou saldo a favor de bancos não devem ser demonstradas
como redução dos demais saldos bancários, mas, separadamente, como um item do Passivo Circulante.
Exceção é feita aos casos em que tais saldos devedores e credores estejam no mesmo banco e desde que a
empresa tenha o direito de compensá-los.
1.1.2.5 Aplicações de Liquidez Imediata
As aplicações de curtíssimo prazo no mercado financeiro também são consideradas como disponível.
A diferença entre o valor aplicado e o valor do resgate bruto é receita financeira. O tratamento do IR retido na
fonte depende da legislação em vigor na data da operação.
1.1.2.6 Saldos em Moeda Estrangeira
Se a empresa tiver valores de disponibilidades em moeda estrangeira, os mesmos devem ser
registrados em subcontas à parte e seu saldo em moeda nacional deve ser o ajustado, correspondente em
moeda estrangeira convertido para moeda nacional pela taxa cambial de compra corrente na data do
Balanço.

2. Investimentos Temporários
As empresas, dentro de uma sadia política financeira, procuram aplicar os excessos de
disponibilidades que têm, em relação às necessidades imediatas ou a curto prazo, em títulos e valores
mobiliários resgatáveis dentro do período em que prevêem sua necessidade. Tipos de títulos e formas
disponíveis no mercado de aplicações:
Fundos de aplicação imediata Notas Promissórias (Commercial Papers).
Depósitos a prazo fixo (RDB); Aplicações temporárias em ouro;
Certificados de depósito bancário (CDB); Ações adquiridas ou cotadas na Bolsa de Valores;
Cada tipo de aplicação ou forma de aplicação tem suas características próprias no que se refere a
prazos de aplicação, taxa e forma de rentabilidade, liquidez, etc.

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3. Contas a Receber
As contas a receber representam um dos mais importantes ativos das empresas em geral. São
valores a receber decorrentes de vendas a prazo de mercadorias e serviços a clientes, ou oriundos de outras
transações.
Essas outras transações não representam o objeto principal da empresa, mas são normais e inerentes
a suas atividades.
3.1 Contas
Duplicatas a receber (clientes ou controladas e coligadas); duplicatas descontadas; provisão para
deve-dores duvidosos (retificadora); faturamento para entrega futura (retificadora); Ajuste a valor presente
(retificadora); saques de exportação; saques de exportação descontados (retificadora).
3.1.1 Duplicatas a receber
As duplicatas a receber originam-se do curso normal das operações da empresa pela venda a prazo
de mercadorias ou serviços, representando um direito a cobrar de seus clientes.
A conta Duplicatas a receber está segregada nas subcontas de Clientes e Controladas e Coligadas,
devendo no entanto, referir-se somente às contas a receber oriundas de transações operacionais normais.
Outros créditos contra controladas e coligadas, não oriundos de operações normais, são classificados,
destacadamente, no Realizável a Longo Prazo, independentemente de seu vencimento.
3.1.2 Contas Retificadoras
As contas credoras Duplicatas Descontadas, Provisão para Devedores Duvidosos são apresentadas
no Balanço como dedução das duplicatas a receber a que se referem. Quando houver faturamento
antecipado (não confundir com recebimento antecipado), deve-se utilizar a conta Faturamento para Entrega
Futura como redutora das Duplicatas a Receber.
3.2 Outros Créditos
O agrupamento de Outros Créditos pode ser genericamente analisado como sendo comporto pelos
demais títulos, valores a outras contas a receber, normalmente não originadas do objeto principal da
sociedade.
Títulos a receber: clientes (renegociação de contas a receber); devedores imobiliários;
empréstimos a receber de terceiros; títulos descontados; receitas financeiras a transcorrer (conta credora);
Cheques em cobrança;
Dividendos propostos a receber;
Bancos – contas vinculadas;
Juros a receber;
Adiantamento a terceiros;
Créditos de funcionários: adiantamentos para viagens; adiantamentos para despesas; antecipação
de salários e ordenados; empréstimos a funcionários; antecipação de 13º salário; antecipação de férias;
Impostos a recuperar: IPI a compensar; ICMS a compensar; IRRF a compensar; IR a restituir; IR
diferido;
Outros impostos a recuperar;
Operações em Bolsa: Depósitos para garantia de operação a termo; Prêmios pagos (mercado de
opções);
Depósitos restituíveis a valores vinculados;
4. Estoques
Os estoques representam um dos ativos mais importantes do capital circulante e da posição financeira
da maioria das companhias industriais e comerciais. Sua correta determinação no início e no fim do período
contábil é essencial para uma apuração adequada do lucro líquido do exercício. Os estoques estão
intimamente ligados às principais áreas de operações dessas companhias e envolvem problemas de
administração, controle, contabilização e avaliação.

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Os estoques são bens adquiridos ou produzidos pela empresa com o objetivo de venda ou utilização
própria no curso normal de suas atividades. Normalmente, os itens que compõem os estoques são
representados por:
Itens que existem fisicamente em estoques, excluindo-se os que estão fisicamente na empresa,
mas que são de propriedade de terceiros, seja por terem sido recebidos em consignação, seja para
beneficiamento ou armazenagem por qualquer outro motivo;
Itens adquiridos pela empresa, mas que estão em trânsito, a caminho da sociedade, na data do
balanço, quando sob condições de compra FOB, ponto de embarque (fábrica ou depósito do vendedor);
Itens da empresa que foram remetidos para terceiros em consignação, normalmente em poder de
prováveis fregueses ou outros consignatários, para aprovação e possível venda posterior, mas cujos direitos
de propriedade permanecem com a sociedade;
Itens de propriedade da empresa que estão em poder de terceiros para armazenagem, beneficia-
mento, embarque, etc.
4.1 Compras em Trânsito
Não devem ser incluídas as compras em trânsito, quando as condições são de sua segurança na
fábrica ou em outro lugar designado pela empresa (FOB-destino), bem como as mercadorias recebidas de
terceiros (quando a empresa é consignatária ou depositária) e os materiais comprados, mas sujeitos a
aprovação.
Neste último caso, somente são integrados aos estoques após a aprovação.
4.2 Contas
Estoques de empresas industriais, em ordem de liquidez: Produtos acabados; Mercadorias para
revenda;
Produtos em elaboração; Matérias-primas; Materiais para acondicionamento e embalagem; Materiais
auxiliares; Manutenção e suprimentos gerais; Importações em andamento; Almoxarifado; Adiantamento a
fornecedores; Provisão para redução ao valor de mercado (retificadora); Provisão para perdas em estoques
(retificadora).
4.2.1 Produtos Acabados
Deve representar aqueles já terminados e oriundos da própria produção da empresa e disponíveis
para venda, estando estocados na fábrica, ou em depósitos, ou em filiais, ou ainda com terceiros em
consignação.
4.2.2 Mercadorias para Revenda
Engloba todos os produtos adquiridos de terceiros para revenda, que não sofrem nenhum processo de
transformação na empresa.
4.2.3 Produtos em Elaboração
Representa a totalidade das matérias-primas já requisitadas que estão em processo de transformação
e todas as cargas de custos diretos e indiretos relativos à produção não concluída na data do Balanço.
4.2.4 Matérias -primas
Abriga os materiais mais importantes e essenciais que sofrem transformações no processo produtivo.
4.2.5 Materiais de Acondicionamento e Embalagem
Refere-se a todos os itens de estoque que se destinam à embalagem do produto ou a seu
acondiciona-mento para remessa.
4.2.6 Materiais auxiliares
Engloba os estoques de materiais, de menor importância, utilizados no processo industrial. São
caracterizados por não terem uma representação significativa no valor global do custo de produção e pela
dificuldade de serem identificados fisicamente no produto.
4.2.7 Materiais de Manutenção e Suprimento Gerais
São os materiais para manutenção de máquinas, equipamentos, edifícios, etc., para uso em
consertos, manutenção, lubrificação, pintura, etc.
4.2.8 Importações em Andamento
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Engloba os custos já incorridos relativos a importações em andamento e as próprias mercadorias em
trânsito, quando a condição de compra é feita FOB, no ponto de embarque, pelo exportador.
4.2.9 Almoxarifado
Engloba todos os itens de estoque de consumo geral, podendo incluir produtos de alimentação do
pessoal, materiais de escritório, peças em geral e uma variedade de itens. Muitas empresas, por questão de
controle, adotam a prática de, para fins contábeis, já lançar tais estoques como despesas no momento da
compra, somente mantendo controle quantitativo, pois muitas vezes representam uma quantidade muito
grande de itens, mas de pequeno valor total, não afetando os resultados.
5. Despesas Antecipadas
Esses ativos representam pagamentos antecipados, cujos benefícios ou prestação de serviços à
empresas se farão durante o exercício seguinte.
5.1 Contas
Prêmios de seguro a apropriar; Encargos financeiros a apropriar; Assinaturas e anuidades a apropriar;
Comissões e prêmios pagos antecipadamente; Aluguéis pagos antecipadamente; Outros custos e
despesas pagos antecipadamente; Imposto de Renda diferido.

B. Ativo Não Circulante

B.1 Realizável
De forma geral, são classificáveis no Realizável a Longo Prazo contas da mesma natureza das do
Ativo Circulante que, todavia, tenham sua realização, certa ou provável, após o término do exercício seguinte,
o que normalmente, significa realização num prazo superior a um ano a partir do próprio Balanço.
Contas: Pode-se dividir o RLP em três subgrupos, como segue: Créditos e Valores; Investimentos
Temporários a Longo Prazo; Despesas Antecipadas.

B.2 Permanente
1. Investimentos
1.1 Participações Permanentes em Outras Sociedades
Essas participações são os tradicionais investimentos em outras empresas, na forma de ações ou
quotas.
Devem ter a característica de permanente, ou seja, incluem-se aqui somente os investimentos em
outras sociedades que tenham a característica de aplicação de capital, não de forma temporária ou
especulativa, existindo efetiva intenção de usufruir dos rendimentos proporcionados por esses investimentos.
1.2 Outros Investimentos Permanentes
São ativos que não têm uma destinação definida quanto a seu uso na manutenção da atividade da
empresa, mesmo que possam a vir a ter no futuro, como por exemplo: terrenos, obras de arte, imóveis para
locação, etc.

2. Imobilizado
Bens tangíveis: que têm corpo físico, tais como terrenos, obras civis, máquinas, móveis, veículos,
etc.;
Bens intangíveis: cujo valor reside não em qualquer propriedade física, mas nos direitos de
propriedade que são legalmente conferidos aos seus possuidores, tais como patentes, direitos autorais,
marcas, etc.

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2.1 Terrenos
Terrenos de propriedade da empresa realmente utilizados nas operações, ou seja, onde se localiza a
fábrica, os depósitos, os escritórios, as filiais, lojas, etc. Os terrenos onde está construindo uma nova unidade
ainda não em operação devem estar no grupo de Imobilizado em Andamento. Os terrenos sem uma
destinação definida devem ser classificados em Investimentos.
2.2 Obras Preliminares e Complementares
Abrange todos os melhoramentos e obras integradas aos terrenos, bem como os serviços e
instalações provisórias, necessários à construção e ao andamento das obras. Assim, engloba a limpeza do
terreno, serviços topográficos, sondagens de reconhecimento, terraplanagem, drenagens, estradas e
arruamento, pátios de estacionamento e manobra, urbanização, cercas, muros e portões, etc., além das
instalações provisórias, como galpões, instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias, no decorrer das obras.
2.3 Obras Civis
Engloba essa conta os edifícios que estão em operação, abrangendo prédio ocupado pela
administração, edifícios da fábrica ou setor de produção, armazenagem, expedição, etc., e os edifícios de
filiais, depósitos, agências de vendas, etc., de propriedade da empresa.
2.4 Instalações
Abrange essa conta os equipamentos, materiais e custos de implantação de instalações que, não
obstante integradas aos edifícios, devem ser segregadas das obras civis, como, por exemplo, as instalações
elétricas, hidráulicas, sanitárias, de vapor, de ar comprimido, frigoríficas, contra incêndio, de comunicação, de
climatização, para combustíveis, gases, de antipoluição, para cozinha, etc. Essa conta deve referir-se sempre
a tais equipamentos e materiais, com característica de serviços indiretos e auxiliares ao processo produtivo
principal. Se for fonte principal geradora de seu produto ou serviço, sua classificação deve ser na conta
Máquinas, Aparelhos e Equipamentos.
2.5 Máquinas, Aparelhos e Equipamentos
Tal conta envolve todo o conjunto dessa natureza utilizado no processo de produção da empresa.
2.6 Computadores e Periféricos
Nessa conta são contabilizados os equipamentos de processamento de dados (hardware) adquiridos
pela empresa.
2.7 Sistemas Aplicativos – Software
São contabilizados nessa conta o valor dos softwares (programas de computador) adquiridos ou
desenvolvidos pela empresa. Sua amortização deve ser em função da expectativa de períodos a serem
beneficiados.
2.8 Móveis e Utensílios
Essa conta abriga todas as mesas, cadeiras, arquivos, máquinas de somar e calcular, máquinas de
escrever e de contabilidade e outros itens dessa natureza que tenham vida útil superior a um ano.
2.9 Veículos
São classificados nessa conta todos os veículos de propriedade da empresa, sejam os de uso da
Administração ou de transporte de carga em geral. Os veículos de uso direto na produção, como
empilhadeiras e similares, podem ser registrados na conta Equipamentos.

3. Intangível
São Ativos não corpóreos, ou seja imateriais.
3.1 Contas
Marcas e Patentes, gastos com implantação de sistemas (diferido), etc.
2.2 Marcas, Direitos e Patentes Industriais
Envolve ativos intangíveis engloba os gastos com registro de marca, nome, invenções próprias, além
de desembolsos a terceiros por contratos de uso de marcas, patentes ou processos de fabricação
(tecnologia).

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C) Passivo Exigível
1. Avaliação e Conteúdo do Passivo
O art. 184 da Lei 6404/76 determina os critérios que devem ser observados para a avaliação dos
passivos:
“No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios:
I – as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive imposto de renda a pagar
com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço;
II – as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em
moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;
III – as obrigações sujeitas a correção monetária serão atualizadas até a data do balanço“.
Dessa forma, as obrigações classificáveis no Passivo Circulante são, normalmente, resultantes de:
Compra de matérias-primas a serem usadas no processo produtivo, ou mercadorias destinadas à
revenda;
Compra de bens, insumos e outros materiais para uso pela empresa;
Salários, comissões e aluguéis devidos pela empresa;
Despesas incorridas nas operações da empresa e ainda não pagas;
Dividendos declarados a serem pagos aos acionistas;
Impostos, taxas e contribuições devidos ao poder público;
Empréstimos e financiamentos obtidos de instituições financeiras;
Provisões, a qualquer título, referentes a obrigações já incorridas ou conhecidas e que possam ter
os seus valores estimados, etc.
O Passivo não Circulante resulta, entre outros, de:
Empréstimos e financiamentos por instituições financeiras, ou, às vezes, por fornecedores de
grandes equipamentos;
Emissão de debêntures;
Retenções contratuais;
Imposto de renda diferido para exercícios futuros;
Provisão para previdência complementar e outras obrigações a longo prazo.

1.1.3 Fornecedores
Nesse grupo é feita contabilização das compras devem ser feitas em função da data da transmissão
do direito de propriedade, que, usualmente, corresponde à data do recebimento da mercadoria. Há situações,
porém, em que, apesar da mercadoria não ter sido ainda recebida pela empresa, esta já adquiriu o direito
sobre elas. Nesse caso, deve-se contabilizar o estoque em trânsito e o passivo correspondente pelo valor
constante das notas fiscais ou faturas.
1.1.4 Obrigações Fiscais
As obrigações da companhia, com o Governo, relativas a impostos, taxas e contribuições são
registradas em contas específicas dentro desse subgrupo. As contas mais comuns são: ICMS a recolher, IPI
a recolher, Imposto de renda a pagar, Provisão para imposto de renda, Provisão para contribuição social,
Provisão para IOF, ISS a recolher, PIS a recolher, Cofins a recolher, CPMF a pagar, Retenções de impostos
a recolher, Outros impostos e taxas a recolher.
1.1.5 Outras Obrigações
Esse subgrupo deve englobar as obrigações da empresa para com empregados e respectivos
encargos sociais, além de outras obrigações definidas com terceiros não inclusas nos subgrupos anteriores.
As contas mais comuns são: Adiantamento de clientes, Contas a pagar, Arrendamento mercantil a pagar,

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Ordenados e salários a pagar, Encargos Sociais a pagar, FGTS a recolher, Comissões a pagar,
Retenções contratuais, Dividendos a pagar, Juros de empréstimos e financiamentos, Outras contas a pagar.
1.1.6 Provisões
No Passivo Exigível devem estar contabilizadas todas as obrigações, encargos e riscos conhecidos e
calculáveis. As provisões são normalmente encargos e riscos já conhecidos, e seus valores são calculáveis,
mesmo por estimativas. Normalmente, esse grupo é composto das seguintes contas: Dividendos propostos,
Gratificações e participações a empregados, Gratificações e participações a administradores,
Participações de Partes Beneficiárias, Férias, 13º salário, Comissões, Riscos fiscais e outros passivos
contingentes.
1.1.6.1 Gratificações e Participações a Empregados e Administradores
A Lei 6404/76, art, 187, item VI, estabelece que as participações no lucro a empregados e
administradores devem ser registradas como despesas.
Destaca-se de que as participações nos lucros atribuídos aos empregados são dedutíveis na
apuração do lucro sujeito ao IR. O mesmo não ocorre com as participações nos lucros concedidas a
administradores, que serão computadas no lucro real.
1.1.6.2 Participações de Partes Beneficiárias
Partes beneficiárias são títulos negociáveis com terceiros ou atribuídos a fundadores, acionistas ou
terceiros como remuneração por serviços prestados à companhia. Esses fatos deverão estar expostos no
Estatuto que fixará, ainda, o prazo de seu resgate, quando houver, devendo-se criar provisão especial
para tal fim.
A participação no lucro atribuível à Partes Beneficiárias deve, então, ser registrada no próprio
exercício da Demonstração de Resultado, cujo passivo correspondente deve figurar nessa conta de provisão
até o seu pagamento.
1.1.6.3 Provisão para Riscos Fiscais e Outros Passivos Contingentes
Em contabilidade, uma contingência é uma situação de risco já existente e que envolve um grau de
incerteza quanto à efetiva ocorrência e que, em função de um evento futuro, poderá resultar em ganho ou
perda para a empresa.
No entanto, para que a contingência passiva julgada provável em exercício futuro seja registrada em
contabilmente por meio de formação da provisão para riscos fiscais e outros passivos contingentes, deverá
ser possível estimar seu valor, caso contrário, apenas deverá ser mencionada nas notas explicativas,
descrevendo-se o tipo de contingência e explicando-se a impossibilidade de determinar seu montante.
Alguns exemplos de contingência são: multas previsíveis por quebra de contratos; autuações fiscais
que possam resultar em obrigação para a empresa; valores recebidos que deverão ser reclamados, podendo
tornar-se exigível; garantias concedidas para a cobertura de compromisso de terceiro e que possivelmente se
tornarão obrigações da empresa; possíveis devoluções feitas por clientes de mercadorias defeituosas
vendidas com garantia; acordos firmados para recompra de mercadorias vendidas; ações judiciais em
andamento contra a companhia; reclamações trabalhistas.
1.2 Resultados de Exercícios Futuros
Seu objetivo é abrigar receitas já recebidas que efetivamente devem ser reconhecidas em resultados
em anos futuros, sendo que já devem estar deduzidas dos custos e despesas correspondentes, incorridas ou
a incorrer.
Todavia, somente deve englobar tais receitas menos despesas, mas para os quais não haja qualquer
tipo de obrigação de devolução por parte da empresa. Nesse grupo, não devem ser registradas as
contrapartidas de eventuais faturamentos antecipados.
Exemplos: Aluguel recebido antecipadamente; Recebimento de comissão; Deságio contido em
Investimento; Atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis segundo a
legislação fiscal.

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D. Patrimônio Líquido
No Balanço Patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e o dos passivos e resultado de
exercícios futuros representa o Patrimônio Líquido, que é o valor contábil pertencente aos acionistas ou
sócios. De acordo co a Lei 6404/76 o PL é dividido em:
Capital Social, que representa valores recebidos pela empresa, ou por ela gerados,e que estão
formalmente incorporados ao Capital;
Reservas de Lucros, que representam lucros obtidos pela mesma empresa, retidos com finalidade
específica;
Reservas: são parcelas que representam a diferença entre o Patrimônio Líquido e o capital, se
positivas; correspondem a valores recebidos dos sócios ou de terceiros que não representam aumento de
capital e que não transitaram pelo Resultado como receita (Reservas de Capital), ou representam acréscimos
de valor de elementos do ativo (Reservas de Reavaliação), ou se originam de lucros não distribuídos aos
proprietários (Reservas de Lucros e Lucros Acumulados). São em suma, a explicação da diferença entre o
Capital Realizado e o Patrimônio Líquido. Não tem nenhuma característica de exigibilidade imediata ou
remota.

Esquema Básico

Ativo Passivo e Patrimônio Líquido


Ativo Circulante Passivo Circulante
São contas que estão constantemente em giro São obrigações exigíveis que serão
– em movimento – sendo que a conversão em liquidadas no próximo exercício social: nos
dinheiro será, no máximo, no próprio exercício próximos 365 dias após o levantamento do
social. Balanço.

Ativo Não Circulante Passivo não Circulante


Realizável a Longo Prazo São as obrigações exigíveis que serão
São Bens e Direitos que se transformarão em liquidadas com prazo superior a um ano –
dinheiro um ano após o levantamento do Balanço. Dívidas a longo prazo.

Patrimônio Líquido
Permanente
São Bens e Direitos que não se destinam a São os recursos dos proprietários
aplicados na empresa. Os recursos
venda e tem vida útil, no caso de Bens, longa.
significam o Capital mais o seu rendimento
• Investimentos Lucros e Reservas.
São as inversões financeiras de caráter
permanente que geram rendimentos que não são
necessários à manutenção da atividade fundamental
da empresa.
• Imobilizado
São itens de natureza permanente que serão
utilizados para a manutenção da atividade básica da
empresa.
• Intangível
São ativos não corpóreos.

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