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08
Problema
Projeto para descarte do lixo eletrônico na USP é pioneiro
Dia Mundial do
Meio Ambiente
Como hoje a USP
não tem uma
política definida
para a gestão do
e-lixo, algumas
unidades
simplesmente
“encostam” o que
já não funciona
mais, enquanto
outras doam para organizações não governamentais (ONGs), explica a diretora
do CCE. “Muitas vezes se doam dois ou três micros para uma ONG, cada um
com um defeitinho, e desses ela acaba montando um e jogando o resto fora.
Precisamos garantir que essa ação da doação seja também uma ação
sustentável, e não apenas uma transferência do problema do descarte para
terceiros”.
Solução
CEDIR - Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática
Lixo eletrônico da USP agora poder ter um destino sustentável
Descrição Financeira
22/02/2010 - 11h25 / Atualizada 22/02/2010 - 12h41
Reciclagem de lixo eletrônico na USP aproveita até
último parafuso de PCs antigos
JULIANA CARPANEZ||Do UOL Tecnologia
•
ÁLBUM DE FOTOS
No chamado Cedir (Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática), que conta com cinco funcionários
e teve investimento inicial de R$ 250 mil, três técnicos trabalham para desmontar toneladas de equipamentos.
Essas peças -- que vão desde cobiçadas placas com fios de ouro até parafusos -- serão utilizadas em
computadores remanufaturados ou vendidas para empresas de reciclagem de materiais específicos.
OPINE
• Para onde vai seu lixo eletrônico?
Para isso, é importante fazer uma triagem daquilo que ainda funciona, além de separar os diferentes tipos de
cabos, plásticos e metais, entre outros elementos que compõem um computador. As placas, por exemplo, têm
diferentes quantidades de metais (alguns deles preciosos), o que torna seu valor de mercado variável. Já os
cabos podem conter cobre, zinco, alumínio e até vidro, dependendo da função para a qual foram fabricados.
No meio desse lixo, o técnico de manutenção eletrônica André Rangel Souza monta computadores com peças
usadas. “É difícil conseguir uma memória RAM de 1 GB funcionando. Mas posso chegar a essa mesma
capacidade juntando quatro pentes de 256 MB”, exemplifica. Seu trabalho exige paciência. “Esse disco rígido
está bom, mas falta a placa. Até encontrá-la, o HD vai ficar parado aqui, neste pilha”, explicou ao UOL
Tecnologia. “Uma hora a gente encontra a placa certa."
Técnico de manutenção eletrônica André Rangel Souza, do Cedir, desmonta máquinas doadas e monta
computadores com peças usadas
Os PCs remanufaturados, que serão emprestados a ONGs até voltarem ao Cedir para o descarte, têm gravador
de DVD, placa de rede, de vídeo, 120 GB de capacidade de armazenamento, 512 MB de RAM, monitor, teclado
e mouse. Dez máquinas dessas já foram montadas no local e estão prontas para serem usadas em iniciativas
como as de inclusão digital.
Aqueles que quiserem levar seus eletrônicos usados para o centro, a partir de 1º de abril, devem antes agendar
a visita pelos telefones (11) 3091-6455 ou (11) 3091-6454 – os funcionários já respondem às dúvidas dos
interessados pelo e-mail cedir.cce@usp.br. A coleta refere-se apenas ao lixo eletrônico de pessoas físicas; não
serão aceitos equipamentos de empresas.
5 toneladas, R$ 1.200
A ideia da criação do centro de descarte surgiu depois que funcionários do Centro de Computação Eletrônica
(CCE) da USP fizeram a coleta do lixo eletrônico existente dentro do próprio CCE, em meados de 2008. Na
ocasião, os cerca de 200 funcionários do centro também levaram equipamentos de suas casas, e o resultado
foram 5 toneladas de produtos descartados.
Quando ofereceram esse lixo para empresas de reciclagem, eles se assustaram ao descobrir a quantia paga por
todo o montante: apenas R$ 1.200.
•
“As empresas de reciclagem trabalham com um único tipo de material. Se o foco for metais preciosos, ela não
vai se interessar em pagar por todo o plástico dos computadores descartados”, explica Tereza Cristina
Carvalho, diretora do CCE
Foi então que se pensou em montar um centro que separasse os componentes, para que eles fossem
reutilizados e vendidos de forma independente. Tereza afirma que um computador desmontado pode valer de
R$ 24 a R$ 40 (contra R$ 1,2 mil de 5 toneladas de equipamentos que não estavam adequadamente
separados). Completo, cada PC pesa cerca de 10 kg.
Quando o centro for aberto ao público, a estimativa é receber de 500 a 600 máquinas por mês, e o dinheiro
arrecadado com a venda será usado para a manutenção do próprio Cedir.
Tamanho do problema
A organização não governamental Greenpeace estima de 20 a 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são
geradas no mundo a cada ano. Ainda de acordo com a ONG, o chamado e-lixo (e-waste, em inglês) responde
hoje por 5% de todo o lixo sólido do mundo, quantia similar à das embalagens plásticas. Com a diferença de
que, quando descartados de maneira inadequada, os eletrônicos podem ser mais nocivos.
Esses equipamentos contêm centenas de diferentes materiais – um celular, exemplifica o Greenpeace, tem de
500 a 1 mil componentes diferentes. Na composição de muitos deles há metais pesados, como mercúrio,
cádmio e chumbo, que podem poluir o ambiente e prejudicar a saúde das pessoas. Para ficar longe do
problema, muitos países ricos exportam seu lixo eletrônico para nações pobres, como indica este mapa.