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Núcleo celular

Núcleo celular

Compreender o que é núcleo, conhecendo suas estruturas e funções, é


fundamental para entender o funcionamento da célula como um todo.

O núcleo é envolto por uma membrana e apresenta em seu interior os cromossomos


O núcleo celular é a região da célula eucarionte em que ocorre o controle das
atividades celulares. É nesse local que encontramos os cromossomos, estruturas
que consistem em DNA e em moléculas proteicas associadas. No núcleo,
também é feita a síntese de todos os tipos de RNA, os quais são posteriormente
transferidos para o citoplasma.

→ Estrutura do núcleo

O núcleo, que mede cerca de 5 µm de diâmetro, é constituído pelo envoltório


nuclear, pela cromatina, pelo nucléolo, pela matriz nuclear e pelo nucleoplasma.

● Envoltório nuclear: O envoltório nuclear, também chamado de carioteca, é


formado por duas membranas e garante a separação entre o conteúdo do
núcleo e o conteúdo do citoplasma. A membrana mais externa é contínua
com o retículo endoplasmático granuloso, apresentando ribossomos
aderidos. Entre uma membrana e outra, encontramos um espaço: a
cisterna perinuclear.
O envoltório nuclear apresenta poros e uma estrutura chamada de
complexo do poro, a qual funciona selecionando moléculas que entram e
saem do núcleo. Nos poros, as membranas interna e externa são contínuas.
● Cromatina: A cromatina é composta por filamentos de DNA associados a
proteínas, principalmente a proteína histona. É a cromatina que forma os
cromossomos. Dois tipos de cromatina podem ser identificados no núcleo:
a heterocromatina e a eucromatina. Nessa última, o DNA apresenta-se não
condensado, sendo possível transcrever os genes. Na heterocromatina, o
DNA está muito compactado.
● Nucléolos: Os nucléolos são regiões especializadas na produção de
ribossomos. Nesse local, encontram-se principalmente RNA ribossômico e
proteínas. O RNA ribossômico é sintetizado a partir do DNA.
● Matriz nuclear: A matriz nuclear funciona como um esqueleto que apoia os
cromossomos, os quais possuem estrutura fibrilar.
● Nucleoplasma: Componente que preenche o espaço entre as estruturas
presentes no núcleo, tais como o nucléolo e a cromatina.

Atenção: Apesar de o núcleo conter o DNA da célula, ele não é o único local onde
se observa material genético. É possível também verificar a presença de DNA
em mitocôndrias e cloroplastos.

→ Funções

Uma vez que o núcleo é uma estrutura complexa em que está localizado o
material genético, é possível destacar algumas funções. Primeiramente, o
envoltório nuclear desempenha uma função de proteção, ou seja, ele impede que
moléculas que poderiam causar efeitos deletérios entrem em contato com o
DNA. Em uma segunda análise, a estrutura nuclear é a responsável pela
coordenação das reações e das funções celulares. Existem diversas moléculas,
como proteínas, que regulam, desencadeiam ou medeiam algumas funções
celulares. Essas moléculas, muitas vezes, têm de ser sintetizadas pela célula e é,
justamente, no núcleo que as “receitas” de como produzi-las estão codificadas.

Sob outro aspecto, existe outra função de suma importância: a hereditariedade. A


hereditariedade é responsável pelo fato do indivíduo gerado compartilhar
características do individuo gerador. Isso ocorre porque, para gerar novos
indivíduos ou novas células, ocorre um processo denominado divisão celular.
Nesse processo, parte (no caso da meiose) ou todo (na mitose) o material
genético da célula geradora é passado à célula gerada. Vale ressaltar que a
possibilidade de herança genética é muito importante para a história evolutiva.
Isso acontece da seguinte forma: digamos que exista um gene que dá uma
característica vantajosa para um organismo. Somente por causa da
hereditariedade é que esse gene tem a possibilidade de ser passado para a
progênie.
De forma geral podemos dizer que o núcleo possui duas funções básicas: regular
as reações químicas que ocorrem dentro da célula e armazenar suas informações
genéticas.

Ciclo celular e Etapas da divisão celular


A divisão celular é o processo pelo qual uma célula-mãe origina células-filhas.

Através deste processo as células unicelulares se reproduzem e as multicelulares


se multiplicam.

A frequência de divisões celulares varia com o tipo e estado fisiológico de cada


célula.

No organismo humano, por exemplo, algumas células estão em constante


multiplicação. Um exemplo são as células da epiderme e da medula óssea, que se
multiplicam para repor as células que morrem.

Entretanto, alguns tipos de células mais especializadas como os neurônios,


hemácias e células musculares, nunca se dividem.

Ciclo Celular

É o período que se inicia com a origem da célula, a partir de uma divisão celular e
termina quando esta se divide em duas células-filhas.

O ciclo celular é dividido em duas etapas: a interfase e a divisão celular.

Nos eucariontes existem dois tipos de divisão celular: a mitose e a meiose.


Ciclo Celular: interfase e mitose
Interfase

É a fase em que a célula não está se dividindo.

É o período mais longo do ciclo celular, aproximadamente 95% do tempo.

Neste momento ocorrem diversos fatos que possibilitam a divisão celular, como: a
replicação do DNA, a divisão dos centríolos e a produção de proteínas.

A interfase é subdividida em três fases: G1, S e G2.

● G1 (gap, intervalo e inglês)- É a fase mais longa do ciclo. Nela a célula


aumenta de tamanho, sintetiza RNA e proteínas. Nesta fase existem dois
pontos de controle, que verificam se há sinais de DNA danificado, ou
algum sinal externo para que não haja divisão.

● S - S representa o que de fato ocorre na célula neste instante: síntese do


DNA, para que as células filhas tenham o mesmo material genético da
célula progenitora. Além disso, os centrossomas começam a ser duplicados
também.

● G2 (gap)- A célula continua sintetizando proteínas, duplicando organelas e


há um aumento rápido de tamanho. É o preparo da célula para fase M. Os
centrossomas de deslocam com o auxílio de dineínas e cinesinas. Há uma
intensa condensação de cromossomos, que marca o final desta fase, para o
início da fase M. Na fase G2 também há pontos de controle para que a
célula verifique o meio interno e externo e decida se a divisão celular
procederá.

Tipos de Divisão Celular


Mitose

É o tipo de divisão celular que a célula-mãe, haploide (n) ou diploide (2n), origina 2
células-filhas com o mesmo número de cromossomos da célula-mãe.

É uma divisão equacional.

A mitose é realizada quando há reprodução assexuada.

Funções da mitose

● Crescimento e regeneração de tecidos;


● Cicatrização;
● Formação de gametas em vegetais;
● Divisões do zigoto durante o desenvolvimento embrionário.

Meiose

É o tipo de divisão celular em que a célula mãe, sempre diploide (2n), com
cromossomos duplos, origina através de duas divisões sucessivas, quatro células
filhas com metade do número de cromossomos da célula mãe.

É uma divisão do tipo reducional.

Funções da Meiose

● Formação dos gametas em animais;


● Formação dos esporos nos vegetais.

Mitose
Mitose
Observe as etapas da mitose, um processo de divisão celular

Revisão rápida para entender mitose e meiose

Intérfase: é a fase da vida da célula em que ela não está se dividindo. A intérfase é
dividida em três fases: G1, S e G2.

– G1: Fase logo após a divisão celular. Apresenta grande produção de RNA e
proteínas. Nesta fase, a célula está suas funções vitais e cresce. O DNA se
encontra, em sua maior parte, desespiralizado no núcleo, em forma de cromatina.

– S: Essa é a fase que dá irá desencadear a divisão celular. “S” vem de síntese, pois
nesta fase o DNA está sendo duplicado para garantir que as células-filhas
resultantes da divisão celular recebam toda a carga genética necessária. Nesta
fase, cada cromonema (na célula humana, um dos 46 filamentos de DNA) será
duplicada, o que mais tarde formará as duas cromátides-irmãs de um
cromossomo.

Ciclo celular. Observe as fases da intérfase e da mitose.- G2: A célula voltará a


produzir RNA, proteínas e outras biomoléculas que serão utilizadas durante a
divisão celular. Nesta fase, se a célula for uma célula animal ela irá duplicar seus
centríolos e começar a organizar o fuso mitótico.

– G0: Algumas células dividem-se muito pouco. Sendo assim, elas passam a maior
parte do tempo apenas desempenhando suas funções celulares, sem se
prepararem para a divisão ou seja, não entram na fase S. Dizemos, então, que
estas células estão em G0.

Cromatina: este foi um dos primeiros nomes que o DNA recebeu. Isso porque quando os
cientistas coravam uma célula com certos corantes para uma melhor visualização ao
microscópio óptico, o DNA era uma das estruturas que mais corava. E, como ainda não se
sabia muita coisa sobre ele e suas funções, acabaram chamando de cromatina.
Hoje utilizamos o termo cromatina para nos referirmos ao DNA (juntamente com
algumas proteínas, como as histonas e pouco RNA) presente no núcleo de uma
célula enquanto ela não está se dividindo ou se preparando para se dividir. Neste
momento o DNA tem muitas partes desespiralizadas (chamadas de eucromatina)
que estão sendo “lidas” pelas células – correspondem aos genes ativos. Outras
partes aparecem mais condensadas (heterocromatina), pois contém genes que
não estão ativos naquela célula.

Cromossomo: quando a célula inicia sua divisão celular, um dos primeiros eventos
que acontecem na célula é a espiralização do DNA. Neste processo, o DNA (antes
formado de vários filamentos “soltos” no núcleo) começa a se enrolar sobre
proteínas (histonas) e sobre si mesmo, formando “novelinhos” chamados de
cromossomos. Isto organiza e facilita a divisão celular, uma vez que neste
processo o mais importante é que cada célula-filha receba os seus genes.

Os cromossomos são formados por dois filamentos idênticos de DNA, chamados


de cromátides (lembre-se que cada pedaço de DNA presente no núcleo da célula
foi copiado durante a fase S da intérfase). Como essas duas cromátides estão no
mesmo cromossomo, são chamadas de cromátides-irmãs. Unindo as duas
cromátides há uma região chamada de centrômero. Além de manter ambas as
cromátides unidas, é no centrômero que irão se fixar os fusos que irão participar
da divisão celular.

Representação esquemática da espiralização dos cromossomos


Gene: Gene corresponde a um trecho do DNA que possui uma sequência de
bases nitrogenadas capaz de codificar determinada proteína. É como se fosse a
“receita” para a fabricação desse tipo de molécula. A região onde se encontra
determinado gene no cromossomo é chamada de lócus gênico.

Cromossomos homólogos: São cromossomos que possuem genes para as


mesmas características. Possuem o mesmo tamanho e a mesma posição do
centrômero. Estão presentes nas células diploides. Para você entender melhor:
nas células somáticas (células que não são gametas) dos seres humanos há 46
cromossomos que formam 23 pares de homólogos. Cada par de cromossomo
homólogo é composto de um cromossomo que veio do pai e um que veio da
mãe.

Esses cromossomos trazem genes para as mesmas características, porém podem


trazer informações diferentes. Por exemplo, um dos genes que pode causar o
albinismo se encontra no cromossomo 11. Você pode receber um cromossomo 11
do seu pai sem gene para albinismo e um 11 da sua mãe com gene para
albinismo. Apesar de terem informação diferentes para uma mesma
característica, ambos são cromossomos homólogos, pois “falam sobre o mesmo
assunto”.

Células haploides: Também chamada de célula com “n” cromossomos, é a célula


que contém o número mínimo de cromossomos de uma espécie. As células
haploides nos humanos são os gametas – espermatozoide e ovulo.

Células diploides: Também chamadas de células “2n”. São células que possuem
dois conjuntos mínimos de cromossomos para uma espécie. Nos seres humanos
as células diploides correspondem às células somáticas humanas – ou seja, todas
aquelas que não são gametas.

Agora que já abordamos os conceitos fundamentais acima, vamos estudar o


assunto do post: mitose e meiose!

Como acontece a Mitose

A mitose é uma divisão celular praticada por organismos unicelulares para a


reprodução assexuada. Já os organismos pluricelulares realizam a mitose para a
renovação de tecidos, crescimento do organismo e cicatrização. Essa divisão
celular é caracterizada pela produção de duas células-filhas geneticamente
idênticas entre si e à célula que lhes deu origem.

Por isso, a mitose é considerada uma divisão equacional. Como eu disse acima,
normalmente o Enem não cobra maiores detalhes sobre as divisões celulares,
mas não custa dar uma revisadinha rápida nas suas fases, não é?

Fases da mitose
● Prófase: nesta fase, a célula inicia sua divisão. O DNA se espiraliza,
formando os cromossomos, a carioteca (membrana nuclear) se rompe e os
fusos mitóticos se organizam a partir dos centríolos.
● Metáfase: os cromossomos atingem o máximo de espiralização nesta fase.
Os fusos mitóticos puxam os cromossomos e os organizam bem no centro
da célula, em uma região que passa a ser chamada de placa metafásica.
● Anáfase: nesta fase, os fusos atuam como se fossem “cabos de guerra”. Eles
puxam as cromátides de cada cromossomo para polos opostos, rompendo
os centrômeros e arrastando cada cromátide irmã para um polo da célula.
● Telófase: os cromossomos que foram para cada polo da célula irão se
descondensar e em volta de cada grupo se formará uma nova membrana
nuclear. Além disso, na telófase ocorre a citocinese – divisão do citoplasma
e da membrana.

Se for uma célula animal, a citocinese será centrípeta, ou seja, a célula começará a
ser “estrangulada” de fora para dentro. Se for uma célula vegetal, a citocinese será
centrífuga, ou seja, de dentro para fora vesículas irão se juntar, formar uma lamela
e dividir a célula.

Esquema demonstrando as fases da mitose


→ Importância da mitose

A mitose é um processo de divisão celular que apresenta grande importância


para os organismos. Nos seres multicelulares, a mitose é importante para garantir
o crescimento desses indivíduos e também para a regeneração dos tecidos. Nos
unicelulares, a mitose tem a importante função de garantir a reprodução
assexuada.

Meiose
Meiose
A meiose é a divisão celular que ocorre na formação dos gametas, reduzindo o
número de cromossomos de uma espécie pela metade.

Assim, uma célula-mãe diploide origina 4 células-filhas haploides.

O processo ocorre por meio de duas etapas de divisões celulares sucessivas,


dando origem a quatro células:

● Meiose I: Etapa reducional, pois o número de cromossomos é reduzido pela


metade.
● Meiose II: Etapa equacional, o número de cromossomos das células que se
dividem mantém-se o mesmo nas células que se formam.

A meiose ocorre quando a célula entra em fase de reprodução, sendo o processo


essencial para a formação de gametas, esporos e nas divisões do zigoto.

Fases da meiose

Meiose I

Na interfase os cromossomos são finos e cumpridos. Ocorre a duplicação do DNA


e dos cromossomos, formando assim as cromátides.

Após a duplicação inicia-se a divisão celular.

Prófase I

A prófase I é uma fase bastante complexa, sendo dividida em cinco sub-fases


consecutivas:
● Leptóteno: cada cromossomo é formado por duas cromátides. Pode-se
notar a presença de pequenas condensações, os cromômeros.
● Zigóteno: inicia-se o emparelhamento dos cromossomos homólogos,
denominado de sinapse, que se completa no paquíteno.
● Paquíteno: cada par de cromossomos homólogos possui quatro
cromátides, constituindo uma bivalente ou tétrade, formada por
cromátides-irmãs: as que se originam de um mesmo cromossomo e as
cromátides homólogas: as que se originam de cromossomos homólogos.
Essas podem sofrer uma ruptura na mesma altura, e os dois pedaços
podem trocar de lugar, realizando uma permutação ou crossing over.
Como os cromossomos são portadores de genes, ocorre uma
recombinação gênica.
● Diplóteno: os cromossomos homólogos começam a se afastar, mas
permanecem ligados pelas regiões onde ocorreu a permutação. Tais
regiões constituem os quiasmas.
● Diacinese:continua ocorrendo condensação e separação dos cromossomos
homólogos. Com isso, os quiasmas vão escorregando para as pontas das
cromátides, processo denominado terminação dos quiasmas. À medida
que as fases evoluem, o nucléolo e a carioteca desaparecem.

Metáfase I

Na metáfase I, a membrana celular desaparece. Os pares de cromossomos


homólogos se organizam no plano equatorial da célula.
Os centrômeros do cromossomo homólogos se ligam a fibras que emergem de
centríolosopostos. Assim cada componente do par será puxado em direções
opostas.

Anáfase I

Na anáfase I, não ocorre divisão dos centrômeros. Cada componente do par de


homólogos migra em direção a um dos polos da célula.

Telófase I

Na telófase, os cromossomos desespiralizam-se, a carioteca e o nucléolo


reorganizam-se e ocorre a citocinese, divisão do citoplasma. Desse modo, surgem
duas novas células haploides.

Meiose II

A meiose II é extremamente semelhante à mitose. A formação de células


haploides a partir de outras haploides só é possível porque ocorre durante a
meiose II, a separação das cromátides que formam as díades.

Cada cromátide de uma díade dirige-se para um polo diferente e já pode ser
chamada de cromossomo-irmão. As fases da meiose II são as seguintes:

Prófase II

Ocorre a condensação dos cromossomos e a duplicação dos centríolos. O


nucléolo e a carioteca voltam a desaparecer.

Metáfase II

Os centríolos estão prontos para serem duplicados e os cromossomos


organizam-se na região equatorial.

Anáfase II

As cromátides-irmãs separam-se se migram para cada um dos polos da célula,


puxadas pelas fibras do fuso.

Telófase II

As fibras do fuso desaparecem e os cromossomos já encontram-se nos polos da


célula. A carioteca surge novamente e o nucléolo se reorganiza. Por fim, ocorre a
citocinese e o surgimento de 4 células-filhas haploides.
Diferenças entre a mitose e a meiose

A mitose e a meiose correspondem aos dois tipos de divisão celular. Porém,


algumas características diferenciam os dois processos:

● A mitose origina duas células-filhas idênticas à célula-mãe. Enquanto isso,


na meiose são geradas 4 células-filhas com material genético diferente ao
da célula-mãe. Além disso, as células-filhas ainda apresentam metade do
número de cromossomos da célula-mãe.
● A meiose reduz pela metade o número de cromossomos nas células-filhas.
Na mitose o número de cromossomos é mantido entre a célula-mãe e as
células-filhas.
● A mitose ocorre na maior parte da células somáticas do corpo. Já a meiose
ocorre somente nas células germinativas e esporos.

Fonte: https://cursoenemgratuito.com.br/mitose-e-meiose-biologia/

Mitose Meiose

Definição Processo de reprodução Tipo de reprodução celular em


assexuada em que a célula que o número de
se divide em duas, cromossomos é reduzido pela
produzindo uma réplica com metade através da separação
um número igual de de cromossomos, produzindo
cromossomos. 4 células haploides.
Divisão celular A célula somática divide uma Uma célula reprodutiva se
vez. divide duas vezes.

Tipo de Assexuada. Sexuada.


reprodução

Número de São produzidas 2 São produzidas 4


células-filhas células-filhas. Cada célula é células-filhas. Cada célula é
diploide (2n), contendo o haploide (n), contendo a
mesmo número de metade do número de
cromossomos. cromossomos da célula
original.

Composição As células-filhas resultantes As células-filas resultantes


genética da mitose são contêm diferentes
geneticamente idênticas. combinações de genes.

Fases da 1. Prófase 1. Prófase I


divisão 2. Metáfase 2. Metáfase I
3. Anáfase 3. Anáfase I
4. Telófase 4. Telófase I
5. Prófase II
6. Metáfase II
7. Anáfase II
8. Telófase II

Ocorre em Todos os organismos. Seres humanos, animais,


plantas, fungos.

Cruzamento Nenhuma recombinação ou Ocorre recombinação genética


genético cruzamento ocorre. pelo processo de cruzamento.

Emparelhame Não. Sim.


nto de
homólogos

Função Crescimento e regeneração Diversidade genética através


de tecidos, cicatrização, da reprodução sexual,
formação de gametas em formação dos gametas em
vegetais, divisões do zigoto animais, formação dos esporos
durante o desenvolvimento nos vegetais.
embrionário.
Número de 1 2
divisões

Número do Continua o mesmo. Reduzido pela metade.


cromossomos

Divisão dos Os centríolos dividem-se Durante a anáfase II.


centríolos durante a anáfase.

Citocinese Ocorre na telófase. Ocorre na telófase I e na


telófase II.

Cria Tudo, menos células sexuais. Apenas células sexuais: óvulos


ou espermatozoides.

Descoberto Walther Flemming. Oscar Hertwig.


por

Gametogênese
Gametogênese

A gametogênese é o processo no qual se formam os gametas masculinos e


femininos, células que se fundem no processo de fecundação e garantem nossa
reprodução.

A gametogênese é o processo no qual são formados os gametas masculinos e


femininos. A gametogênese que leva à formação dos espermatozoides é
denominada espermatogênese. Já a formação de ovócitos maduros ocorre pelo
processo denominado oogênese ou ovogênese.

→ Onde ocorre a gametogênese?

A gametogênese é um processo que ocorre nos sistemas reprodutores masculino


e feminino. A espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos, que estão
localizados nos testículos. Na mulher, a oogênese ocorre no interior dos ovários.
→ Tipos de gametogênese

Existem dois tipos de gametogênese: aquele que ocorre nos homens


(espermatogênese) e aquela que ocorre em mulheres (ovogênese ou oogênese).
A espermatogênese dá origem aos espermatozoides e ocorre nos testículos,
enquanto a ovogênese é responsável pela origem dos óvulos e ocorre no ovário.

Tanto a espermatogênese quanto a ovogênese envolvem processos de mitose e


meiose (processos de divisão celular). A meiose, processo que reduz a quantidade
de material genético, é fundamental para a manutenção da quantidade
adequada de cromossomos da espécie. Como os gametas masculino e feminino
fundem-se durante a fecundação, devem possuir a metade dos cromossomos da
espécie para garantir que a diploidia da espécie seja novamente reestabelecida.
Observe o processo de gametogênese em homens e mulheres.

→ Ovogênese ou oogênese

Ovogênese é o processo de formação dos gametas femininos, ou seja, leva à


formação do óvulo. Esse processo ocorre no interior dos ovários e demora anos
para se completar. Os ovócitos imaturos iniciam seu desenvolvimento ainda na
fase embrionária, porém seu completo desenvolvimento ocorre apenas na
puberdade, quando o ovócito secundário é liberado (ovulação).

A ovogênese inicia-se a partir das células germinativas, as quais irão dividir-se por
mitose, formando a ovogonia. As ovogonias iniciam sucessivas divisões mitóticas,
originando células que continuam a dividir-se por mitose e outras que iniciam a
meiose e interrompem sua divisão. Essas células, chamadas ovócitos primários,
mantêm-se em prófase I, completando sua maturação apenas na puberdade.
Estima-se que uma menina ao nascer possua em seus dois ovários de 1 a 2
milhões de ovócitos primários.

Na puberdade, iniciam-se os ciclos ovarianos, e um folículo começa a


desenvolver-se a cada ciclo. O ovócito primário, estimulado por fatores hormonais,
completa a meiose I, formando duas células-filhas de tamanho desigual (ovócito
secundário e o primeiro corpúsculo polar). O ovócito secundário inicia a segunda
divisão meiótica, a qual é interrompida na metáfase. O ovócito secundário será
liberado no momento da ovulação, e a meiose II somente será retomada caso
haja fecundação.

Caso não ocorra a fecundação, o ovócito secundário degenera-se cerca de 24


horas após a ovulação. Caso seja fecundado, o ovócito retoma a segunda divisão
meiótica, formando o segundo corpúsculo polar e o óvulo.

→ Espermatogênese

A espermatogênese é o processo de formação dos gametas masculinos, ou seja,


dos espermatozoides.Diferentemente da oogênese, a espermatogênese é
contínua durante a vida dos homens adultos. Esse processo ocorre nos túbulos
seminíferos, os quais estão enovelados no interior dos testículos.

Em média, o processo de espermatogênese dura sete semanas e inicia-se com a


mitose de células germinativas presentes nos testículos na puberdade do
homem. A mitose nessas células formará as espermatogônias, que vão se dividir
por mitose e formar espermatogônias do tipo A e do tipo B. As espermatogônias
do tipo A são aquelas que continuam dividindo-se, originando novas
espermatogônias. Já as espermatogônias do tipo B sofrem mitose e originam
espermatócitos primários. Os espermatócitos primários iniciarão o processo de
meiose, que levará à redução do número de cromossomos no final do processo.

Ao final do processo de meiose I, teremos dois espermatócitos secundários, cada


um com metade do número de cromossomos do espermatócito primário que o
originou. Os dois espermatócitos secundários originados no final da meiose I
realizam, então, a meiose II, dando origem a quatro espermátides.

As espermátides iniciam, então, o processo de espermiogênese, que levará à


formação do espermatozoide maduro. Na espermiogênese, ocorrem diversos
processos importantes, como:
● Formação do acrossoma: o acrossoma, vesícula especial localizada na
região da cabeça do espermatozoide, apresenta enzimas importantes para
garantir a penetração do espermatozoide no ovócito.
● Redução do citoplasma.
● Desenvolvimento do flagelo: processo que garantirá a movimentação
eficiente do espermatozoide.

Após a fase de espermiogênese, o espermatozoide é liberado no interior do


túbulo seminífero.

→ Diferenças entre espermatogênese e ovogênese

A espermatogênese e a ovogênese são processos que resultam na formação de


gametas, entretanto, ocorrem de maneiras distintas. Veja a seguir algumas
diferenças entre esses dois processos:

A gametogênese que ocorre em homens difere-se daquela que ocorre em mulheres.

● A espermatogênese ocorre no homem durante a adolescência e a vida


adulta. Já a ovogênese é interrompida na mulher por volta dos 50 anos de
idade.
● A meiose que ocorre na espermatogênese gera quatro espermatozoides,
enquanto a que ocorre na ovogênese origina apenas um gameta.
● A espermatogênese ocorre de maneira contínua, enquanto a ovogênese
apresenta grandes períodos de interrupção.

Mutações e Anomalias cromossômicas


O que é câncer?

Compreender o que é câncer e seu desenvolvimento é importante para


entendermos melhor como fatores, como nosso hábito de vida, podem levar ao
seu surgimento.

Câncer é o nome dado a um grupo de doenças que surgem devido a uma


multiplicação desordenada de células capazes de invadir tecidos e de espalhar-se
para outras partes do corpo. Diferentemente das células normais que possuem
uma divisão mais lenta, as células cancerosas podem dividir-se de maneira
indefinida e rapidamente. Em razão dessa divisão exagerada, essas células
acumulam-se, formando tumores, que também recebem o nome de neoplasias
malignas.

Tipos de câncer

O câncer pode ocorrer em qualquer parte do corpo e atingir pessoas de qualquer


faixa etária. Por alcançar várias partes do corpo, existem vários tipos de câncer,
sendo conhecidos mais de 100 tipos diferentes. Veja a seguir alguns deles:

● Anal
● Bexiga
● Boca
● Colo do útero
● Colorretal
● Corpo do útero
● Esôfago
● Estômago
● Fígado
● Intestino
● Laringe
● Leucemia
● Linfoma
● Mama
● Ovário
● Pâncreas
● Pele
● Pênis
● Próstata
● Pulmão
● Testículo
● Tireoide

Como surge o câncer

O câncer surge quando acontece alguma modificação que altera a estrutura


genética da célula, fazendo com que ela comece a multiplicar-se e a originar
várias células alteradas. Essa alteração acontece nos chamados proto-oncogenes,
que são ativados e passam a ser chamados de oncogenes. São os oncogenes os
responsáveis por fazer as células normais tornarem-se células cancerosas.

O processo que leva à formação do câncer é denominado carcinogênese ou


oncogênese. Esse processo pode demorar vários anos, até que um tumor visível
seja formado, daí a importância de realizar exames preventivos com frequência.
Se o câncer for descoberto precocemente, as chances de cura são
consideravelmente maiores.

O cigarro é um agente responsável pelo desenvolvimento de câncer.


→ Estágios da carcinogênese
A carcinogênese, como dito, é o processo que leva à formação do câncer.
Podemos identificar três estágios nesse processo: o estágio de iniciação, o estágio
de promoção e o último, que é o estágio de progressão.

No estágio de iniciação, ocorre modificações nos genes da célula, as quais se


tornam geneticamente alteradas, por agentes cancerígenos. No estágio de
promoção, observa-se a ação de agentes chamados oncopromotores que levam à
“iniciação” dessas células, as quais se tornam malignas. No último estágio, ou seja,
no estágio de progressão, a célula inicia sua multiplicação de maneira
descontrolada. Nessa última etapa, o câncer está instalado.

O que é metástase

Sabemos que o câncer apresenta como uma de suas características a capacidade


de espalhar-se para outras regiões do corpo. A metástase ocorre quando células
cancerosas desprendem-se do tumor original e iniciam um outro tumor (tumor
metastático) em outro local. Essas células podem ser levadas para outros locais
via corrente sanguínea.

Agentes causadores de câncer

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer pode ter várias causas, existindo fatores
internos e externos que podem contribuir para o seu desenvolvimento. Quando
falamos em fatores externos, estamos referindo-nos aos fatores relacionados com
o meio ambiente, já as causas internas incluem, por exemplo, fatores genéticos.

Vale destacar que a grande maioria dos casos de câncer associa-se a fatores
externos. Os fatores genéticos, muitas vezes, tornam algumas pessoas mais
suscetíveis à ação de agentes causadores de câncer presentes no ambiente,
sendo raros os casos de câncer que se desenvolvem apenas devido a eles.
HPV é um vírus que é responsável pelo desenvolvimento do câncer de colo de útero.
Alguns agentes são conhecidamente causadores de câncer. O câncer de pulmão,
por exemplo, aparece em resposta aos vários anos de exposição às substâncias
tóxicas do cigarro. Outro exemplo é o câncer de pele, que surge em virtude da
exposição frequente ao Sol. Não podemos esquecer-nos ainda do câncer de colo
do útero, o qual apresenta relação direta com a infecção pelo vírus HPV.

Veja a seguir alguns hábitos relacionados ao desenvolvimento de câncer:

● Uso de cigarro
● Uso de bebidas alcoólicas
● Alimentação inadequada
● Exposição ao Sol sem a devida proteção
● Relações sexuais desprotegidas

Tratamento do câncer
A quimioterapia é um dos tratamentos contra o câncer e apresenta, como um de seus possíveis
efeitos colaterais, a queda de cabelo.
Os tratamentos de câncer são variados e dependem da gravidade do câncer e da
condição em que se encontra cada paciente. Entre os principais tratamentos,
podemos citar a quimioterapia, a radioterapia, o transplante de medula óssea e a
cirurgia. Confira o que é cada um deles.

Tratamento de câncer

Quimioterapia Radioterapia Transplante de Cirurgia


medula óssea

Tratamento baseado Técnica que se Feito em Retirada do


no uso de baseia no uso pacientes que tumor por meio
medicamentos que de radiação possuem doenças cirúrgico. A
atuarão de modo a ionizante para que afetam as cirurgia visa
destruir as células destruir ou células retirar
cancerosas. Esses impedir o sanguíneas. Nesse completamente
medicamentos aumento das tratamento é feita o tumor.
podem ser células a substituição da
administrados por via cancerosas. medula óssea
oral, intravenosa, doente por células
intramuscular,
subcutânea, intratecal normais de
ou tópica. medula óssea.

É importante destacar ainda a existência dos cuidados paliativos. Estes são dados
às pessoas que possuem câncer que não apresenta possibilidade de cura e que
ameaça a vida delas. Nesse caso os tratamentos visam, principalmente, aliviar o
sofrimento do paciente tanto no aspecto físico, quanto no psicológico.

ATENÇÃO: É importante lembrar de sempre fazer exames periódicos, uma vez


que o diagnóstico precoce pode ser essencial para salvar uma vida. Além disso,
hábitos de vida saudáveis, como não fumar, não beber, comer alimentos
saudáveis, ter relações sexuais protegidas e proteger-se do Sol, são essenciais para
evitar diversas doenças.

Genes

O gene é um trecho da molécula de DNA que carrega a informação para cada


característica do organismo codificada por sequências de bases que irão
sintetizar proteínas específicas. Uma alteração nessa sequência de bases do DNA
é denominada MUTAÇÃO, e tal processo poderá acarretar o surgimento de novas
características no organismo.

As mutações são alterações permanentes e podem ser oriundas de um erro


durante a duplicação do DNA ou por fatores ambientais, como radioatividade,
raios UV, certos produtos químicos, dentre outros. A mutação é um evento raro,
que pode ser tanto neutra, prejudicial ou vantajosa para um ser vivo. As mutações
são classificadas como gênicas e cromossômicas.

Mutações gênicas

As mutações gênicas são pontuais e podem ter origem através da adição,


substituição ou perda de bases nitrogenadas em um trecho da molécula de DNA
(Figura abaixo). Um exemplo clássico de mutação gênica é o que ocorre na
anemia falciforme, onde a deformação da hemácia em forma de foice é oriunda
da troca do aminoácido glutâmico pela valina que forma a hemoglobina, o que
ocasiona um agrupamento dessa proteína. Além de alterar a morfologia da
hemácia, uma vez agrupados os glóbulos vermelhos, os mesmos bloqueando
vasos sanguíneos, diminuindo a oxigenação dos tecidos e, consequentemente,
provocar a morte do indivíduo.
Tipos de mutações gênicas
Mutações cromossômicas

Diferentemente das mutações gênicas, nas mutações cromossômicas ocorrem


alterações de partes inteiras de cromossomos, modificando a sequência de genes
de um cromossomo, denominado alterações estruturais ou até o número de
cromossomos, que são as alterações numéricas.

As mutações numéricas são divididas em:

Aneuploidias: há um aumento ou perda de um ou mais cromossomos tanto nos


autossômicos como nos sexuais, causando uma série de distúrbios, como por
exemplo, a síndrome de down provocada pela trissomia do cromossomo 21, a
síndrome de Turner, causada pela monossomia do cromossomo sexual X, a
síndrome de Klinefelter, provocada pela trissomia dos cromossomos sexuais,
síndrome de Patau, causada pela trissomia do 13, síndrome de Edwards, causada
pela trissomia do cromossomo 18.

Euploidias: quando todos os seus cromossomos são duplicados (diploidia –


condição normal), podendo formar indivíduos triplóides tetraploides, dentre
outros. A euploidia é comum em vegetais, como ocorre com o trigo, que há
variedades diploides, tretraplóides e hexaplóides.

As mutações estruturais provocam a quebra em pedaços dos cromossomos e o


pedaço quebrado pode se unir a outro cromossomo ou se perder. Em geral, essas
mutações causam câncer, infertilidade e doenças. As alterações estruturais
podem ser causadas pela deleção (uma parte do cromossomo simplesmente
perde-se com a quebra ), duplicação, inversão (quando o cromossomo tem uma
porção invertida), translocação (um trecho do cromossomo separa-se e se liga a
um outro cromossomo não homólogo), transposição (troca de segmentos de um
local do cromossomo para outro) e fusão das bases nitrogenadas.

Visão Geral da Genética

OBS.: Revise os conceitos relacionado com o dogma central da biologia molecular.


A Genética é a parte da Biologia que estuda os genes e os mecanismos que
garantem a hereditariedade.

Desde a antiguidade, o homem busca entender como ocorre a transmissão das


características de um ser para outro. As primeiras ideias sobre hereditariedade
eram bastante simples e apenas afirmavam que os filhos eram semelhantes aos
pais, sem entender o mecanismo por trás dessa constatação.

A Genética é a parte da Biologia que estuda a hereditariedade, ou seja, a forma


como as características são repassadas de geração para geração. Considera-se
que essa ciência iniciou-se com os experimentos e leis propostas por um monge
chamado Gregor Mendel, em um trabalho publicado em 1866.

Mendel esperava, com o desenvolvimento de seus trabalhos com ervilhas,


entender por que o cruzamento entre híbridos gerava descendentes tão
diferentes. Segundo alguns autores, com esses trabalhos, Mendel pretendia criar
formas de desenvolver plantas híbridas que conservassem características
importantes para a agricultura.

Para a realização de seus trabalhos, Mendel escolheu ervilhas e analisou sete


características: o tamanho da planta, textura da semente, cor da semente, forma
da vagem, cor da vagem, cor da flor e posição da flor. A escolha da planta foi
essencial para o sucesso de suas pesquisas, uma vez que a ervilha apresenta fácil
cultivo, várias sementes e ciclo reprodutivo curto.

Uma das leis propostas por Mendel em seu trabalho foi a segregação dos fatores,
conhecidos hoje por genes. Segundo o pesquisador, cada pessoa apresenta uma
par de fatores para cada característica que se separa no momento da formação
dos gametas. No momento da fecundação, os gametas do pai e da mãe
juntam-se, levando consigo suas características.

Mendel contribuiu de maneira grandiosa para os estudos da Genética e, por isso,


é considerado hoje o pai dessa ciência. Os trabalhos desse pesquisador, no
entanto, ficaram esquecidos por muitos anos, sem nenhuma utilização.
Entretanto, em 1900, os pesquisadores Correns, Tschesmak e De Vries
redescobriram independentemente os trabalhos de Mendel ao estudar plantas
híbridas. Esses três botânicos contribuíram para a aceitação das ideias de Mendel
e para o início dos estudos genéticos em humanos.

Outro trabalho que merece destaque é o de Morgan, que estudou a mosca


drosófila e compreendeu que a transmissão de algumas características era
determinada pelo sexo. Seu trabalho deu enfoque especial às mutações e sua
transmissão para os descendentes. Em 1926, esse pesquisador publicou o livro The
Theory of the Gene, no qual explicou que a hereditariedade está ligada a
unidades passadas de pais para filhos.
Anos depois, a Genética passou por um grande avanço com a descoberta de que
o DNA seria a estrutura-chave que carregava a informação genética. Entre os
vários trabalhos com essa molécula, destacou-se o de Watson, Crick, Wilkins e
Franklin, em 1953, que demonstrou a estrutura de dupla hélice do DNA.

Após a descoberta da estrutura do DNA, diversos outros trabalhos foram


realizados a fim de entender quem era responsável por produzir as proteínas. A
ideia de que o DNA seria responsável pela síntese de RNA e de que este, por sua
vez, seria responsável pela produção de proteínas foi postulada por Crick, em 1958,
e ficou conhecido como Dogma Central da Biologia Molecular.

A partir dessas descobertas, diversos avanços ocorreram na Biologia Molecular e


afetaram diretamente o desenvolvimento da Genética. Entre esses importantes
avanços, destaca-se a técnica do DNA recombinante, que se caracteriza pela
capacidade de isolar um trecho de DNA e colocá-lo em uma bactéria a fim de
produzir cópias desse trecho. Com isso, foi possível fazer com que organismos
produzam substâncias de interesse econômico.

O avanço da Genética modificou completamente o mundo atual, tornando


possível, por exemplo, criar clones, alimentos transgênicos resistentes às pragas,
realizar testes de paternidade e solucionar crimes, mapear doenças e realizar
aconselhamento genético.

→ Conceitos Básicos em Genética

● Alelo: Forma alternativa de um mesmo gene que ocupa o mesmo lócus em


cromossomos homólogos.
● Aneuploidia: Alteração cromossômica numérica que afeta um ou mais
tipos de cromossomos. O tipo mais comum de aneuploidia é a trissomia,
em que há um cromossomo extra, ou seja, a pessoa apresenta 47
cromossomos, mas o padrão é 46.
● Autossômico: Dizemos que os cromossomos são autossômicos quando não
são sexuais, ou seja, todos os cromossomos, exceto o X e o Y. No total,
temos 22 pares de cromossomos autossômicos.
● Cariótipo: É a constituição cromossômica de um indivíduo.
● Codominância: Quando dois alelos que estão em heterozigose
expressam-se.
● Cromossomos: sequências de DNA espiraladas que carregam os genes.
● Cromossomos homólogos: cromossomos que formam pares durante a
meiose I, apresentando formato e tamanho similares e mesmo loci.
● Dominância: Um gene exerce dominância quando ele se expressa mesmo
que em dose simples, ou seja, em heterozigose.
● Epistasia: Condição em que um alelo de um gene bloqueia a expressão dos
alelos de outro gene.
● Euploidia: Alteração cromossômica numérica em que todo o conjunto
cromossômico é alterado.
● Fenótipo: Características bioquímicas, fisiológicas e morfológicas
observáveis em um indivíduo. O fenótipo é determinado pelo genótipo e
pelo meio ambiente.
● Genes: Sequência de DNA que codifica e determina as características dos
organismos. É a unidade fundamental da hereditariedade.
● Genótipo: Constituição genética de uma pessoa.
● Heterozigoto: Indivíduo que apresenta dois alelos diferentes em um
mesmo lócus em cromossomos homólogos.
● Homozigoto: Indivíduo que apresenta o mesmo alelo em um mesmo lócus
em cromossomos homólogos.
● Locus gênico (plural loci): Posição que um gene ocupa em um
cromossomo.
● Recessividade: Um gene recessivo só se expressa em homozigose.

Hereditariedade

A hereditariedade é a transmissão de características de pais para filhos. Essas


informações genéticas e fenotípicas transmitidas são chamadas de hereditárias.

A fecundação garante a transmissão de características aos descendentes

Denominamos de hereditariedade o fenômeno em que os genes e as


características dos pais são transmitidas aos seus descendentes. As características
genéticas e fenotípicas transmitidas dessa forma, por sua vez, são chamadas de
hereditárias.

Nos seres humanos, a transmissão de características hereditárias é conseguida


graças à fusão dos gametas. O gameta masculino, o espermatozoide, e o gameta
feminino, o ovócito secundário, contêm 23 cromossomos cada. Quando ocorre a
fusão, os 23 cromossomos do pai juntam-se aos 23 cromossomos da mãe e
passam a compor o conjunto cromossômico daquela nova célula.

→ Conhecimento sobre hereditariedade

Apesar de hoje ser bem estabelecido como o material genético é herdado, a


hereditariedade não foi sempre compreendida de forma adequada. Por muito
tempo, não se entendia, por exemplo, por que algumas pessoas eram tão
parecidas com os pais e outras apresentavam diferenças tão acentuadas. Não se
sabia nem mesmo que existia material genético e que esse era transmitido.

Hipócrates, por volta de 410 a.C., propôs a ideia da pangênese, a qual afirmava
que o organismo produzia partículas de todas as partes do organismo e que essas
partículas eram transmitidas no momento da reprodução. Essa ideia permaneceu
bem aceita até o final do século XIX.

Aristóteles (384-322 a.C.) também possuía uma ideia sobre hereditariedade. De


acordo com ele, existia algum material no sêmen produzido pelos pais que
garantiam a transmissão de características. O termo sêmen, nesse caso, era usado
no sentido de gametas e não como a secreção eliminada no momento da
ejaculação.

Após Aristóteles, houve um grande período sem que essas questões fossem
levantas. Apenas depois do Renascimento, os estudos voltaram a ser realizados
com o objetivo de desvendar a hereditariedade, entretanto, pouco progresso foi
observado. Sendo assim, existem poucos trabalhos verdadeiramente inovadores
no período compreendido entre as ideias de Aristóteles e Gregor Mendel
(1822-1884).

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→ Gregor Mendel

Gregor Mendel é considerado o pai da Genética por causa dos resultados de seus
estudos envolvendo ervilhas. Sua teoria foi proposta antes mesmo de a estrutura
e o funcionamento dos cromossomos serem conhecidas, entretanto, Mendel
compreendeu de maneira acertada os princípios básicos da hereditariedade.

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