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549-41
PARTE
MATERIAL DE FÉRIAS2PREPARAENEM
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 02
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 1
Licensed to Bruna Novelo - brunovelo12@gmail.com - 099.923.549-41
02| É uma imagem verdadeiramente surreal, (ref. 5) 06| Pois assim como Amarildo é aquele que desa-
pareceu das vistas, e não faz muito tempo, Cláudia
Na argumentação desenvolvida pelo autor, a imagem é aquela que subitamente salta à vista, e ambos
do porta-malas do carro da polícia expressa sentidos soam, queira-se ou não, como o verso e o reverso
ambivalentes em relação à violência. do mesmo. (ref. 9)
Esses sentidos podem ser definidos como: Neste trecho, para aproximar dois casos recentemen-
A achar − perder te noticiados na imprensa, o autor emprega um re-
curso de linguagem denominado:
B socorrer − redimir
A antítese
C esconder − revelar
B negação
D orientar − desorientar
C metonímia
03| Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil,
de um certo Brasil que temos que lutar para que não D personificação
se transforme no carro alegórico do Brasil. (ref. 11)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES:
A sequência do emprego dos artigos em “de um Bra-
Medo e vergonha
sil” e “do Brasil” representa uma relação de sentido
entre as duas expressões, intimamente ligada a uma 3O medo é um evento poderoso que toma o nos-
preocupação social por parte do autor do texto. so corpo, nos põe em xeque, paralisa alguns e
atiça a criatividade de outros. Uma pessoa em
Essa relação de sentido pode ser definida como: estado de pavor é dona de uma energia extra ca-
A ironia paz de feitos incríveis.
B conclusão Um amigo nosso, quando era adolescente, apro-
veitou a viagem dos pais da namorada para ficar
C causalidade na casa dela. Os pais voltaram mais cedo e, pego
D generalização em flagrante, nosso Romeu teve a brilhante ideia
de pular, pelado, do segundo andar. Está vivo.
04| No início do texto, ao expressar sua indignação Tem hoje essa incrível história pra contar, mas
em relação ao tema abordado, o autor apresenta deve se lembrar muito bem da vergonha.
uma reflexão sobre o emprego de adjetivos. 4Me lembrei dessa história por conta de outra
Essa reflexão está associada à seguinte ideia: completamente diferente, mas na qual também
vi meu medo me deixar em maus lençóis.
A o fato exige análise criteriosa
Estava caminhando pelo bairro quando resolvi
B o contexto constrói ambiguidade explorar umas ruas mais desertas. 5De repente,
C a linguagem se mostra insuficiente vejo um menino encostado num muro. Parecia
um menino de rua, tinha seus 15, 16 anos e,
D a violência pede descrição cuidadosa quando me viu, fixou o olhar e apertou o passo
na minha direção. Não pestanejei. Saí correndo.
05| Ele está dizendo: seria uma morte anônima,
Correndo mesmo, na mais alta performance de
aplainada pela surdez da praxe, pela invisibilidade, minhas pernas.
uma morte não questionada, como tantas outras.
(ref. 2) No meio da corrida, comecei a pensar se ele iria
mesmo me assaltar. Uma onda de vergonha foi
Logo após citar a declaração do marido de Cláudia, o me invadindo. O rapaz estava me vendo correr.
autor a explica. E se eu tivesse me enganado? E se ele não fosse
fazer nada? Mesmo que fosse. Ter sido flagrada
Em relação a essa declaração, a explicação do autor
no meu medo e preconceito daquela forma já
produz o efeito de: me deixava numa desvantagem fulminante.
A enfatizar seu conteúdo Não sou uma pessoa medrosa por excelência,
B corrigir sua construção mas, naquele dia, o olhar, o gesto, alguma coi-
sa no rapaz acionou imediatamente o motor de
C enumerar seus detalhes minhas pernas e, quando me dei conta, já estava
D contrapor-se a sua simplicidade em disparada.
2 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
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Fui chegando ofegante a uma esquina, os mo- 09| A crônica é um gênero textual que frequente-
toristas de um ponto de táxi me perguntaram o mente usa uma linguagem mais informal e próxima
que tinha acontecido e eu, um tanto constrangi- da oralidade, pouco preocupada com a rigidez da
da, disse que tinha ficado com medo. Me con- chamada norma culta.
taram que ele vivia por ali, tomando conta dos
carros. Fervi de vergonha. Um exemplo claro dessa linguagem informal, presen-
te no texto, está em:
O menino passou do outro lado da rua e, perce-
bendo que eu olhava, imitou minha corridinha, A O medo é um evento poderoso que toma o nos-
fazendo um gesto de desprezo. Tive vontade de so corpo, (ref. 3)
sentar na 1guia e chorar. Ele só tinha me olha-
B Me lembrei dessa história por conta de outra
do, e o resto tinha sido produto legítimo do meu
completamente diferente, (ref. 4)
preconceito.
Fui atrás dele. Não consegui carregar tamanha C De repente, vejo um menino encostado num
2bigorna pra casa. “Ei!” Ele demorou a virar. Se muro. (ref. 5)
eu pensava que ele assaltava, 6ele também não D ele também não podia imaginar que eu pedisse
podia imaginar que eu pedisse desculpas. Insisti: desculpas. (ref. 6)
“Desculpa!” Ele virou. 7Seu olhar agora não era
mais de ladrão, e sim de professor. Me perdoou 10| Na última frase da crônica, a autora correlaciona
com um sinal de positivo ainda cheio de despre- dois episódios. Em ambos, aparece o atributo “pela-
zo. Fui pra casa pelada, igual ao Romeu suicida. do(a)”. No entanto, esse atributo tem significado di-
Denise Fraga
ferente em cada um dos episódios.
folha.uol.com.br, 08/01/2013
No texto, o significado de cada termo se caracteriza
1 guia − meio-fio da calçada por ser, respectivamente:
2bigorna − bloco de ferro para confecção de instru- A literal e figurado
mentos
B geral e particular
07| No primeiro parágrafo, apresentam-se algumas
C descritivo e irônico
características do medo, quase todas positivas, mas
se omite uma de suas características negativas, tema- D ambíguo e polissêmico
tizada no decorrer do texto.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES:
Esta característica negativa do medo é a de:
É MENINA
A basear-se em fatos
B ter vergonha do sentimento É menina, que coisa mais fofa, parece com o pai,
parece com a mãe, parece um joelho, upa, upa,
C reforçar um constrangimento não chora, isso é choro de fome, isso é choro
D ser motivado por preconceito de sono, isso é choro de chata, choro de meni-
na, igualzinha à mãe, achou, sumiu, achou, não
08| Seu olhar agora não era mais de ladrão, e sim faz pirraça, coitada, tem que deixar chorar, vo-
de professor. (ref. 7) cês fazem tudo o que ela quer, 2isso vai crescer
mimada, eu queria essa vida pra mim, dormir e
A frase deixa subentendida a ideia de que o menino mamar, aproveita enquanto ela ainda não enga-
foi capaz de ensinar, pelo exemplo, algo à autora. tinha, 3isso daí quando começa a andar é um in-
ferno, daqui a pouco começa a falar, daí não para
Esse ensinamento dado pelo menino está ligado à ca-
mais, ela precisa é de um irmão, foi só falar, olha
pacidade de: só quem vai ganhar um irmãozinho, tomara que
A perdoar seja menino pra formar um casal, ela tá até mais
quieta depois que ele nasceu, parece que ela cui-
B desprezar da dele, esses dois vão ser inseparáveis, ela deve
C desculpar-se morrer de ciúmes, ele já nasceu falante, menino
é outra coisa, desde que ele nasceu parece que
D arrepender-se ela cresceu, já tá uma menina, quando é que vai
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 3
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pra creche, ela não larga dessa boneca por nada, 13| O uso da expressão “é menina”, tanto para co-
já podia ser mãe, já sabe escrever o nomezinho, meçar quanto para finalizar o texto, adquire também
quantos dedos têm aqui, qual é a sua princesa um valor simbólico, pelo significado que assume no
da Disney preferida, quem você prefere, o papai contexto.
ou a mamãe, quem é o seu namoradinho, quem
é o seu príncipe da Disney preferido, já se ma- No contexto, esse recurso provoca um entendimento
quia nessa idade, é apaixonada pelo pai, cadê o de:
Ken, daqui a pouco vira mocinha, eu te peguei
A alteração previsível de juízos morais
no colo, só falta ficar mais alta que eu, finalmen-
te largou a boneca, já tava na hora, agora deve B reprodução indefinida de preconceitos sociais
tá pensando besteira, soube que virou mocinha,
ganhou corpo, tenho uma dieta boa pra você, a C rejeição possível de comportamentos familiares
dieta do ovo, a dieta do tipo sanguíneo, a die- D esperança vaga de novas atitudes das mulheres
ta da água gelada, essa barriga só resolve com
cinta, que corpão, essa menina é um perigo, 1vai 14| isso vai crescer mimada, (ref. 2)
ter que voltar antes de meia-noite, o seu irmão é
diferente, menino é outra coisa, vai pela sombra, isso daí quando começa a andar é um inferno, (ref. 3)
não sorri pro porteiro, não sorri pro pedreiro,
Os trechos acima são exemplos de pontos de vista
quem é esse menino, se o seu pai descobrir, ele
negativos acerca da menina.
te mata, esse menino é filho de quem, cuidado
que homem não presta, não pode dar confiança, Esses pontos de vista são reforçados pelo uso do pro-
não vai pra casa dele, homem gosta é de mulher nome isso, porque ele associa a criança a uma ideia de:
difícil, tem que se dar valor, homem é tudo igual,
segura esse homem, não fuxica, não mexe nas A negação
coisas dele, tem coisa que é melhor a gente não B coisificação
saber, não pergunta demais que ele te abando- C deseducação
na, o que os olhos não veem o coração não sen-
te, quando é que vão casar, ele tá te enrolando, D individualização
morar junto é casar, quando é que vão ter filho,
ele tá te enrolando, barriga pontuda deve ser
menina, é menina.
GABARITO
DUVIVIER, Gregorio. Folha de São Paulo, 16/09/2013. 01| C
11| A crônica de Gregorio Duvivier é construída em O autor reclama da necessidade de se ouvir com mui-
um único parágrafo com uma única frase. Essa frase ta atenção a “voz daqueles que nunca são ouvidos”,
começa e termina pela mesma expressão: é menina. o que sugere que há segmentos excluídos da popula-
ção cujos direitos nunca são levados em considera-
Em termos denotativos, a menina, referida no final ção. Assim, é correta a alternativa [C].
do texto, pode ser compreendida como:
A filha da primeira 02| C
B ideal de pureza Quando a tampa do porta-malas do carro da polícia
C mulher na infância se abre, acaba por revelar a violência a que são sub-
metidos determinados setores da população mais
D sinal de transformação
carenciada, o que normalmente é escondido do pú-
12| vai ter que voltar antes de meia-noite, o seu ir- blico. Assim, é correta a alternativa [C].
mão é diferente, menino é outra coisa, (ref. 1)
03| D
O fragmento reproduz falas que apontam uma dife-
rença entre meninos e meninas. Através dos artigos “um” e “o”, o autor refere-se a
Essa diferença se verifica em relação ao seguinte aspecto: duas formas de analisar o Brasil, no que diz respeito
a carências sociais e violência. O primeiro refere-se a
A beleza
uma parte específica do país em que a exclusão social
B esperteza e a violência são explícitas e constantes, e o segundo
C inteligência faz referência a todo o Brasil, que, de forma genérica,
é afetado também por esse tipo de violência. Assim,
D comportamento é correta a alternativa [D].
4 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 5