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OLIMPIADAS DE ATLANTA - 1996

Os Jogos de Atlanta marcaram os cem anos dos Jogos Olímpicos da


chamada “Era Moderna”. 

Em 1996 foram realizadas a XXVI Olimpíadas da Era Moderna na cidade de Atlanta


(Estados Unidos). Os jogos ocorreram entre os dias 19 de julho (cerimônia de abertura) e
4 de agosto de 1996 (cerimônia de encerramento). O evento marcou os 100 anos dos
Jogos Olímpicos da Era Moderna.
 
- Países participantes: 197
 
- Eventos disputados: 271 em 26 esportes olímpicos.
 
- Países que mais ganharam medalhas: 1º) Estados Unidos (44 de ouro, 32 de prata e 25
de bronze); 2º) Rússia (26 de ouro, 21 de prata e 16 de bronze); 3º) Alemanha (20 de
ouro, 18 de prata e 27 de bronze).
 
- Atletas participantes: 10.318 (3.512 mulheres e 6.806 homens).
 
- Colocação do Brasil no ranking: 25º com 15 medalhas (3 medalhas de ouro, 3 de prata e
9 de bronze).
 
- Atleta que mais se destacou: Amy Van Dyken, nadadora norte-americana que ganhou 4
medalhas de ouro (50 metros, 100 metros borboleta, 4x100 nado livre e 4x100 medley)
durante os jogos.

sofreu um acidente de carro em 2014 e infelizmente a deixou com as pernas paralisadas.

- As cerimônias de abertura e encerramento, assim como provas do atletismo foram


realizadas no Estádio Olímpico do Centenário (Centennial Olympic Stadium).
 
https://www.youtube.com/watch?v=8Yoj1oqmmrE

- A tocha olímpica foi acesa pela lenda do boxe internacional, o norte-americano


Muhammad Ali.

A mascote das Olimpíadas de Atlanta 96 chamava Izzy. Era um boneco azul, com olhos
grandes, criado exclusivamente para ser a mascote do evento. Foi criada em computador
pelo designer gráfico norte-americano John Ryan.
Alguns problemas dos jogos:

Por ser uma data simbólica, a comunidade olímpica internacional julgava ser
direito inquestionável de Atenas sediar os Jogos, em 1996. A capital grega era não
só o berço das olimpíadas, como também o berço da civilização. Credenciais não
faltavam a Atenas, portanto. Mas, na eleição realizada em Tóquio, seis anos antes,
os delegados do COI escolheram Atlanta. E a escolha gerou revolta e inúmeras
acusações de suborno aos integrantes do COI-Comitê Olímpico Internacional.
Além disso, o “espírito olímpico” foi substituído pelo “espírito comercial”.

Atlanta-96 apresentou alguns problemas sérios na organização. Como parte de


sua cultura, os americanos sempre evitaram “precisar” de qualquer tipo de ajuda
externa na realização dos eventos esportivos que sediaram/sediam. Mas, em
1996, eles exageraram e desrespeitaram inclusive algumas regras básicas dos
acordos comerciais – fato considerado grave. Um exemplo gritante foi ter
desconsiderado o acordo de que ambulantes vendendo produtos paralelos ligados
aos Jogos não seriam permitidos. Pelas ruas de Atlanta eram vistos centenas de
vendedores ambulantes oferecendo produtos e souvenirs com motivos relacionados
aos Jogos de Atlanta, sem qualquer tipo de organização ou controle. Na cidade-
sede da Coca-Cola, mandou quem tinha mais poder econômico.
Ao mesmo tempo, problemas de infra-estrutura mexeram com a cidade americana.
O trânsito ficou absolutamente caótico durante os dezessete dias de competição,
comprometendo a locomoção das delegações entre a Vila Olímpica e os locais das
provas. O sistema de informações sobre as provas (como escalações, atletas
inscritos e resultados das provas), via internet, anunciado como um salto
tecnológico e condizente com a “modernidade” apregoada pela própria cidade de
Atlanta, revelou-se lento e pouco ágil. E o  calor intenso naquela época do ano
(verão) acabou contribuindo para que essa edição das Olimpíadas não fosse lá
muito “tranquila”.

O ápice dessa intranquilidade se deu na madrugada de 27 de julho. Uma explosão,


no Parque Olímpico Centennyal (centro da cidade, onde se realizava um show de
música), deixou dois mortos e mais de 100 feridos, aumentando a indignação e as
críticas que vinham sendo feitas à organização dos Jogos. A ira dos críticos tinha
como base duas perguntas bastante incômodas para os organizadores: o que
faziam o FBI (polícia federal americana) e 35 mil soldados, responsáveis pela
segurança do evento, enquanto a bomba explodia? E para que serviu o montante
de dinheiro investido naquela edição comemorativa do centenário da era
moderna? Foram despejados cerca de 1 bilhão de dólares*, além de
aproximadamente 500 milhões de dólares de verbas públicas, que “auxiliaram” na
construção de estradas, ampliação do aeroporto da cidade (a “menina dos olhos”
municipal foi a criação da ligação rápida – Rapid Metropolitan Transit Authority –
entre o aeroporto e as áreas residenciais do norte de Atlanta, que ficou como
legado dos Jogos) e da melhoria no sistema de iluminação.
*valor não confirmado oficialmente

Depois da explosão no Parque Olímpico, a pergunta que se fez foi a mesma que
havia sido feita em Munique-72, após o atentado terrorista: “Os Jogos continuam?”
Dessa vez, os organizadores foram rápidos. Apenas algumas horas depois do
incidente, o Comitê Olímpico Internacional garantiu a sequência da olimpíada. E,
no dia seguinte, as competições foram disputadas normalmente. A diferença?
Antes de todas elas, foi observado um minuto de silêncio em homenagem às
vítimas.
Vários recordes de transmissão dos jogos olímpicos na tv

-principais feitos durante os jogos:

No Futebol, os nigerianos foram os responsáveis por duas façanhas: na semifinal,


perdiam por 3×1 para o Brasil e chegaram ao empate; na prorrogação, a “morte
súbita”/“gol de ouro” os premiou, com um gol de Kanu e a consequente eliminação
do Brasil (3×4), recheado de craques e de campeões mundiais (Bebeto, Ronaldo,
Rivaldo, o técnico Zagallo…). A soberba “canarinho” foi atropelada pela raça
africana. A outra façanha se deu na própria final, quando os nigerianos bateram a
forte Argentina, por 3×2. Com o título, transformaram-se nos primeiros atletas
africanos a conquistar uma medalha de ouro em esportes coletivos.

Na Ginástica, o russo Alexei Nemov conquistou duas medalhas de ouro, uma de


prata e três de bronze. Seu desempenho se tornaria espetacular quatro anos mais
tarde, na Austrália, quando repetiria exatamente o número e as mesmas
medalhas, totalizando doze – o que o transformaria no recordista de medalhas em
duas olimpíadas seguidas.

No Tênis, o americano André Agassi conquistou a medalha de ouro, enquanto o


brasileiro Fernando Meligeni, o “Fininho”, ficou em um honroso quarto lugar.

Hubert Raudaschi, velejador da Áustria, obteve uma marca simplesmente


invejável, em Atlanta-96: foi o primeiro atleta a competir em nove edições
olímpicas.

Naim Suleymanoglu, da Bulgária, conquistou o tricampeonato olímpico no


Levantamento de Peso (Seul-88, Barcelona-92 e Atlanta-96).

Na Natação, o russo Alexander Popov repetiu o mesmo desempenho e resultado


de Barcelona-92: medalha de ouro nos 50m e 100m livre. Transformou-se no
primeiro nadador a conquistar tal feito desde o “Tarzan” (John Weissmuller), que
disputou as Olimpíadas de 1924 e 28.

A modalidade que apresentou as maiores marcas foi, sem dúvida, o Atletismo. O


velocista americano Michael Johnson, por exemplo, ganhou as provas de 200m e
400m – nesta última, com uma vantagem de dez metros para o segundo colocado,
a maior margem em um século! Só não se transformou no primeiro atleta a fazê-lo
(ganhar as duas provas) porque as provas femininas foram realizadas antes. E a
francesa nascida em Guadalupe Marie-Jose Pérec fez exatamente a mesma coisa
(venceu nos 200m e nos 400m), ficando com o “título” de pioneira.

Svetlana Masterkova, da Rússia, venceu as provas de 800m e 1.500m.. A última


vez que isso ocorrera fora nos Jogos de Montreal-76.

A americana Gail Devers ganhou a medalha de ouro nos 100m feminino. Até aí,
nada de mais. O espetacular é que Devers disputaria ainda os Jogos de Sydney-
2000 e Atenas-2004, totalizando cinco olimpíadas e três medalhas de ouro na
prova mais rápida de todas.
Merlene Ottey, da Jamaica, é outra atleta que disputou várias olimpíadas – foram
sete edições no total (de Moscou-80 a Atenas-2004). Em Atlanta-96, Ottey levou a
medalha de prata nos 100m e 200m e bronze no Revezamento 4x100m.

Nas provas de fundo, Venuste Niyongabo (Burundi) venceu os 5 mil  metros,


enquanto Haile Gebrasselassie (Etiópia) foi ouro nos 10 mil metros.

Na Marcha Atlética, uma marca histórica para o Equador. Jefferson Perez


conquistou a primeira medalha olímpica do país – e foi de ouro.

O americano Carl Lewis, aos 35 anos, tornou-se o quarto atleta da história a


ganhar nove medalhas de ouro em Olimpíadas, ao vencer a prova do Salto em
Distância
BRASIL

Com sua maior delegação na história das Olimpíadas, o Brasil conseguiu em


Atlanta seu melhor desempenho nos Jogos, desde sua estreia, em 1920. Com 225
atletas, o Brasil conquistou 15 medalhas (três ouros, três pratas e nove bronzes).

Com direito a uma final nacional, Jacqueline e Sandra, do vôlei de praia, tornaram-
se as primeiras brasileiras a ganhar um ouro olímpico. Na decisão, a dupla venceu
Mônica e Adriana Samuel, medalhistas de prata. No vôlei de quadra, a equipe
feminina ficou com o bronze, ao derrotar a Rússia.

O esporte que mais rendeu pódios foi a vela: Robert Scheidt (Laser) e a dupla
Torben Grael/Marcelo Ferreira (classe Star) levaram o ouro, e  Lars Grael e Kiko
Pellicano terminaram em terceiro lugar na classe Tornado.

Pela terceira edição olímpica consecutiva, o Judô teve boa participação. Aurélio
Miguel, na categoria meio-pesado, e Henrique Guimarães, entre os meio-leves,
trouxeram dois bronzes.

No futebol, o time de Zagallo tinha Dida, Bebeto, Ronaldo, Aldair, Rivaldo e


Roberto Carlos. Era o grande favorito para levar o ouro. Mas, em campo, esse
favoritismo não encontrou eco. Na semifinal, a Seleção perdeu para a Nigéria, de
virada, por 4×3 (vencia por 3×1 e Dida defendeu um pênalti no 2º tempo). E, na
disputa do bronze, derrotou Portugal. Os nigerianos fizeram a final contra os
argentinos e os venceram, ficando com a medalha de ouro.

Foi a primeira vez em que a inclusão de três atletas com idades acima de 23 anos
foi aceita nos Jogos Olímpicos.

Dois quartetos completaram a lista de medalhas brasileiras. Robson Caetano,


André Domingos, Arnaldo de Oliveira e Édson Luciano puseram o atletismo
novamente no topo, depois da apagada atuação em 1992, e levaram o bronze no
revezamento 4 x 100 m. No hipismo, a equipe formada por Rodrigo Pessoa, Álvaro
Affonso de Miranda Neto (Doda), André Johannpeter e Luiz Felipe Azevedo
também ficou em terceiro lugar nos saltos

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