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ANSIEDADE, UMA AMEAÇA À NOSSA VIDA

Lucas 12.22-34
INTRODUÇÃO
1. Você é uma pessoa ansiosa? A ansiedade tem tomado conta da sua
vida nos últimos dias? Você é daquilo tipo de gente, que vive roendo as
unhas? Antecipando os problemas? Os problemas ainda estão longe e
você pensa que eles estão batendo à sua porta? Sofrendo antes dos
problemas e até criando problemas? Você sofre pensando no que vai
comer, no que vai vestir? Onde vai morar? Onde vai trabalhar? Onde seu
filho vai estudar? Como vai ser sua aposentadoria? E se você ficar
doente? E se alguém da sua família morrer?

2. A ansiedade é o mal deste século. Atinge a homens e mulheres,


jovens e velhos, doutores e analfabetos, religiosos e ateus. As pessoas
andam com os nervos à flor da pele. São como um vulcão prestes e
entrar em erupção. São como um barril de pólvora prontas para explodir.

3. Há várias causas de ansiedade:

a. Ameaça – Tem muita gente ansiosa pela ameaça de uma doença.


Ficam ansiosas só em pensar em ficar doentes. Outras têm medo de
morrer. Ficam perturbadas só em pensar em morrer. Um amigo meu
chorava muito e eu lhe perguntei: Por que você está chorando? Eu tenho
medo de perder minha mãe? Ela está doente? Não, mas eu choro só em
pensar que um dia ela vai morrer. Outras sentem-se ameaçadas pelo
medo da solidão. Outras sentem-se inseguras de perder o emprego.

b. Medo – O medo é mais do que um sentimento, é um espírito (2 Tm


1:7). Medo de não casar, medo casar e medo de divorciar; medo da vida
e medo da morte; medo da solidão e medo da multidão; medo do hoje e
medo do amanhã; medo do conhecido e medo do desconhecido.

4. Há vários efeitos da ansiedade:

a. Reações Físicas – Mais de 50% das doenças são psicossomáticas. As


pessoas estão buscando uma paz química. Vivemos o hoje o império do
calmantes. As pessoas dormem um sono artificial. A Bíblia diz que “o
ânimo sereno é a vida do corpo” (Pv 14:30).

b. Reações Espirituais – A ansiedade nos afasta de Deus. Onde começa


a ansiedade termina a fé. A ansiedade é o útero onde é gestada a
incredulidade.

I. O QUE NÃO É ANSIEDADE?


1. Não é desprezar as necessidades do corpo – Jesus nos ensinou a
orar: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Mas, o mundo está
adotando um conceito reducionista, degrando o homem ao nível dos
animais. Parece que o bem estar físico é o único objetivo da vida.

2. Não é proibir a previdência quanto ao futuro – A Bíblia aprova o


trabalho previdente da formiga. Também os passarinhos fazem provisão
para o futuro, construíndo ninhos e alimetando os filhotes. Muitos migram
para climas mais quentes antes do inverno. O que Jesus proíbe não é a
previdência, mas a preocupação ansiosa. O apóstolo Paulo aconselha:
“Não andeis ansiosos de coisa alguma…” (Fp 4:6-7). O apóstolo Pedro
exorta: “Lançai sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem
cuidado de vós” (1 Pe 5:7).

3. Não é estar isento de ganhar a própria vida – Não podemos esperar o


sustento de Deus assentados, de braços cruzados, dizendo
preguiçosamente MEU PAI CELESTE PROVERÁ. Temos de trabalhar.
Cristo usou o exemplo das aves e das plantas: ambos trabalham. Os
pássaros buscam o alimento que Deus proveu na natureza. As plantas
extraem do solo e do sol o seu sustento.

4. Não é estar isento de dificuldades – Estar livre de ansiedade e estar


livre de dificuldades não é a mesma coisa. Embora Deus vista a erva do
campo, não impede que ela seja cortada e queimada. Embora Deus nos
alimente, ele não nos isenta de aflições e apertos, inclusive financeiros.

II. O QUE É ANSIEDADE?


1. A ansiedade é destrutiva –
A palavra ansiedade (v. 22) significa RASGAR. A palavra inquietação (v.
29) signica CONSTANTE SUSPENSE. Essas duas palavras eram
usadas para descrever um navio surrado pelos ventos fortes e pelas
ondas encapeladas de uma tempestade. A palavra ansiedade vem de
uma velha palavra anglo-saxônica que significa ESTRANGULAR. Ela
puxa em direção oposta. Gera uma esquizofrenia existencial. Corrie Ten
Boon disse que a ansiedade não esvazia o amanhã do seu sofrimento,
ela esvazia o hoje do seu poder.

Ansiedade é ser crucificado entre dois ladrões: 1) O ladrão do remorço


em relação ao passado e 2) O ladrão da preocupação em relação ao
futuro – O apóstolo Paulo venceu esses dois ladrões da alegria:
“Esquecendo-me das coisa que para trás ficaram….Não andeis ansiosos
de coisa alguma…”.

2. A ansiedade é enganadora –
A ansidade tem o poder de criar um problema que não existe – Muitas
vezes sofremos não por um problema real, mas um problema fictício,
gerado pela nossa própria mente perturbada. Os discípulos olharam para
Jesus andando sobre as águas, vindo para socorrê-los e cheios de medo
pensaram que ele era um fantasma.

A ansiedade tem o poder de aumentar os problemas e diminuir nossa


capacidade de resolvê-los – Uma pessoa ansiosa olha para uma casa de
cupim e pensa que está diante de uma montanha intransponível. As
pessoas ansiosos são como os espias de Israel, só enxergam gigantes
de dificuldades à sua frente e vêem a si mesmos como gafanhotos. Davi
e os soldados de Saul. Todos vêem o gigante, Davi olha a vitória. Geazi
olhou os inimigos e ficou com medo, Eliseu olhou com outros olhos.

A ansiedade tem o poder de tirar os nossos olhos de Deus e colocá-los


nas circunstâncias – A ansiedade é um ato de incredulidade, de falta de
confiança em Deus. Onde começa a ansiedade termina a fé.

A ansiedade tem o poder de tirar os nossos olhos da eternidade e


colocá-los apenas nas coisas temporais – Uma pessoa ansiosa restringe
a vida apenas ao corpo e às necessidades físicas. Jesus disse que
aqueles que fazem provisão apenas para o corpo e não para a alma são
loucos. John Rockefeller disse que o homem mais pobre é aquele que só
tem dinheiro.

3. A ansiedade é inútil – v. 25
Côvado aqui não se refere a estatura (45 cm), mas prolongar a vida,
dilatar a vida. A preocupação, segundo Jesus, ao invés de alongar a
vida, pode muito bem encurtá-la. A ansiedade nos mata pouco a pouco.
Ela rouba nossas forças, mata nossos sonhos, mina a nossa saúde,
enfraquece a nossa fé, tira a nossa confiança em Deus e nos empurra
para uma vida menos do que cristã.

Os hospitais e as sepultas estão cheios de pessoas ansiosas. A


ansiedade mata! O sentido da palavra ansiedade é estrangular, é puxar
em direções opostas. Quando estamos ansiosos teimamos em tomar as
rédeas da nossa vida e tirá-las das mãos de Deus.

A ansiedade nos leva a perder a alegria do hoje por causa do medo do


amanhã. As pessoas se preocupam com exames, emprego, casas,
saúde, namoro, empreendimentos, dinheiro, casamento, investimentos…
mas os temores e as preocupações muitas vezes jamais acontecerão. A
ansiedade é incompatível com o bom senso. É uma perda de tempo.
Precisamos viver um dia de cada vez. Devemos planejar o futuro, mas
vivermos ansiosos por causa dele.
Preocupar com o amanhã não nos ajuda nem amanhã nem hoje. Se
alguma coisa nos rouba as forças hoje, significa que vamos estar mais
fracos amanhã. Significa que vamos sofrer desnecessariamente se o
problema não chegar a acontecer e vamos sofrer duplamente se ele
chegar.

4. A ansiedade é cega – v. 23
A ansiedade é uma falsa visão da vida, de si mesmo e de Deus. A
ansiedade nos leva a crer que a vida é feita só daquilo que comemos e
vestimos. Nós ficamos tão preocupados com os meios que nos
esquecemos do fim da vida, que é glorificar a Deus.

A ansiedade não nos deixa ver a obra da providência de Deus na


criação. Deus alimenta as aves do céu. Os corvos não semeiam, não
colhem, não têm despensa (provisão para uma semana) nem celeiro
(provisão para um ano).

Vejamos alguns dos argumentos de Jesus contra a ansiedade:

Do maior para o menor. Se Deus nos deu um corpo com vida e se o


nosso corpo é mais do que o alimenta e as vestes, ele nos dará
alimentos e vestes – v. 22-23 – Deus é o responsável pela nossa vida e
pelo nosso corpo. Se Deus cuida do maior (nosso corpo), não podemos
confiar nele para cuidar do menor (nosso alimento e nossas vestes?)

Do menor para o maior. As aves e as flores como exemplo – v. 24,27 –


Martinho Lutero disse que Jesus está fazendo das aves nossos
professores e mestres. O mais frágil pardal se transforma em teólogo e
pregador para o mais sábio dos homens, dizendo: Eu prefiro estar na
cozinha do Senhor. Ele fez todas as coisas. Ele sabe das minhas
necessidades e me sustenta. Os lírios se vestem com maior glória que
Salomão. Valemos mais que as aves e os lírios. Se Deus alimenta as
aves e veste os lírios do campo, não cuidará ele de seus filhos? O
problema não é o pequeno poder de Deus; o problema é a nossa
pequena fé (v. 28).

5. A ansiedade é incrédula – v. 30
A ansiedade nos torna menos do que cristãos. Ela é incompatível com a
fé cristã. Ela nos assemelha aos pagãos. A ansiedade não é cristã. Ela é
gerada no ventre da incredulidade, ela é pecado.

Quando ficamos ansiosos com respeito ao que comer, ao que vestir e


coisas semelhantes nós estamos vivendo num nível inferior aos dos
animais e das plantas. Toda a natureza depende de Deus e Deus jamais
falha. Somente os homens quando julgam depender do dinheiro se
preocupam e o dinheiro sempre falha.

Como nós podemos encorajar as pessoas a colocarem a sua confiança


em Deus com respeito ao céu, se nós não confiamos em Deus nem em
relação às coisas da terra. Um crente ansioso é uma contradição. A
ansiedade é o oposto da fé. É uma incoerência pregar a fé e viver a
ansiedade.

Peter Marshall diz que as úlceras não deveriam se tornar o emblema da


nossa fé. Mas geralmente, elas se tornam!

A ansiedade nos leva a perder o testemunho cristão. Jesus está dizendo


que a ansiedade é característica dos gentios e dos pagãos, daqueles que
não conhecem a Deus. Mas um filho de Deus, tem convicção do amor de
Deus e do cuidado de Deus (Rm 8:31-32).

IV. COMO VENCER A ANSIEDADE


1. Saber que Deus é nosso Pai e ele conhece todas as nossas
necessidades – v. 30
Vencemos a ansiedade quando confiamos em Deus (v. 28). A fé é o
antídoto para a ansiedade. Deus nos conhece. Ele nos ama. Ele é o
nosso Pai. Ele sabe do que temos necessidade. Se pedirmos um pão,
ele não nos dará uma pedra; se pedirmos um peixe, ele não nos dará
uma cobra. Nele vivemos e nele existimos. Ele é o Deus que nos criou.
Ele é o Deus que nos mantém a vida. Ele nos protege, nos livra, nos
guarda, nos sustenta.

O apóstolo nos ensinou a vencer a ansiedade orando a Deus (Fp 4:6-7).


A ansiedade é um pensamento errado e um sentimento errado. Quando
olhamos para a vida na perspectiva de Deus, a nossa mente é guardada
pela paz de Deus. Quando alimentamos nossos sentimentos com a
verdade de que Deus conhece as nossas necessidades e as supre,
então a paz de Deus guarda o nosso coração.

A paz é uma sentinela que guarda a cidadela da nossa alma.

Saiba que o nosso Deus é o Jeová Roí, Jeová Jirá, Jeová Shalom, Jeová
Shamá, Jeová Rafá, Jeová Nissi. Ele cuida de nós. Exemplo: George
Muller e o orfanato sustentado pela fé.

2. Saber que Deus já se agradou em nos dar o seu Reino – v. 32


Devemos saber que Deus já nos deu coisas mais importantes do que
bens materiais. Deus já nos deu tudo. Ele nos deu o seu Filho. Deu-nos a
salvação. Deu-nos o seu Reino. Nós somos ovelhas do seu rebanho,
filhos da sua família, servos do seu Reino. Se ele já nos deu o maior, não
nos daria o menor. “Aquele que não poupou ao seu próprio Filho,
porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rm
8:32).

Deus nos amou com amor eterno. Ele nos enviou seu Filho unigênito. Ele
provou o seu amor por nós quando enviou o seu Filho para morrer em
nosso lugar, para nos dar o Reino.

3. Saber que quando cuidamos das coisas de Deus, ele cuida das
nossas necessidades – v. 31
Aqui temos uma ordem e uma promessa. A ordem é buscar o governo de
Deus, a vontade de Deus, o reinado de Deus em nossos corações em
primeiro lugar. Deus e não nós, deve ocupar o topo da nossa agenda. Os
interesses de Deus e não os nossos devem ocupar a mente e o nosso
coração. Somos desafios a buscar o governo e o domínio de Cristo em
todas as áreas da nossa vida: casamento, lar, família, vida profissional,
lazer.

A promessa é que quando cuidamos das coisas de Deus, ele cuida das
nossas necessidades. “Todas as essas coisas vos serão acrescentadas”.
Ele faz hora extra em favor dos seus filhos. Ele trabalha em favor
daqueles que nele confiam.

4. Saber que devemos mudar o rumo dos nossos investimentos – v.


33-34
O nosso problema não é a busca do prazer, mas o contentamento com
um prazer muito pequeno. Deus deve ser o nosso maior prazer. Nada
menos do que Deus e seu Reino devem ocupar a nossa mente e o nosso
coração. O nosso problema não é fazer investimentos, mas fazer
investimentos errados. Somos desafiados a buscar uma riqueza que não
perece. A ajuntar tesouros não na terra. A colocarmos nosso dinheiro,
nossos bens, nossa vida a serviço de Deus e do seu Reino, em vez de
vivermos ansiosos ajuntando tesouros para nós mesmos.

No Reino de Deus você tem o que você dá e perde o que você retém. No
Reino de Deus há ricos pobres e pobres ricos. A grande questão é onde
está o nosso tesouro. Se ele estiver nas coisas, então iremos fazer um
investimento errado e vivermos ansiosos. Mas o nosso tesouro estiver no
céu, no Reino de Deus, então, buscaremos esse Reino em primeiro lugar
e viveremos livres de ansiedade para nos alegrarmos em Deus e
deleitarmo-nos nele para sempre.

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