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Técnicas de
Pesquisa
Robson Braga de Andrade
Presidente da Confederação Nacional da Indústria - cni
Ficha Catalográfica
__________________________________________________________________
C583m
ISBN
CDU: 001.8
___________________________________________________
Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe de
mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu futuro
profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em oferecer
um modelo de educação atual e de qualidade.
É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos. Todos
os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções colaborati-
vas dos professores mais qualificados e experientes, e contam com ambien-
te virtual, miniaulas e apresentações, muitas com animações, tornando a
aula mais interativa e atraente.
Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte des-
te universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria do
Conhecimento.
Orientações
Lembre-se de que você não está sozinho nesta caminhada, pois a equipe do
SENAI estará sempre à sua disposição.
Você está iniciando mais uma disciplina do seu curso superior que tem o
objetivo de despertar em você o gosto pela pesquisa e pela produção e de-
senvolvimento de conhecimento. Muitos professores ouvem reclamações
de seus acadêmicos quando lhes solicitam que produzam um trabalho aca-
dêmico. Não são raras as reclamações e inseguranças apresentadas pelos
estudantes, porque pouco se tem feito nas séries iniciais e secundárias da
educação brasileira no sentido de ensinar o jovem a pesquisar e a escrever.
Bom estudo!
Índice de Ilustrações
Referências· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · 123
Tipos de
1
conhecimento e de
pesquisa
1.1 Ciência
Quando o homem enfrenta um problema ou uma dificuldade, ele sem-
pre busca de uma forma ou outra encontrar uma solução, não é mes-
mo? Ou seja, o ser humano é curioso por natureza e aprende com as
suas experiências e a de outros. Você já ouviu uma pessoa dizer que
vai chover quando o dia amanhece com o céu avermelhado? Você se
pergunta: como ele sabe isso? Ora, ele sabe porque observou por vários Empírico
anos o mesmo cenário e o resultado sempre era o mesmo: chuva! Então, Que se apoia exclusivamente
a conclusão é que se o dia amanhece com o céu avermelhado, choverá! na experiência e na observação.
Mas isso pode falhar, não é mesmo? Claro que pode porque essa infor- Relativo às coisas que as
mação é fruto de um conhecimento empírico, ou seja, da observação. pessoas aprendem vivendo.
Shutterstock (2012)
Você já parou para pensar sobre como foi descoberta a cura de várias
doenças? Você deve ter estudado na escola sobre a “peste negra” que
assolou a Europa no século XIV, não é mesmo? Esse é o nome com que
ficou conhecida a peste bubônica.
Naquela época, essa doença não tinha cura e milhares de pessoas mor-
riam em função da falta de um medicamento capaz de eliminar a bac-
Shutterstock (2012)
Segundo Cervo, Bervian e Silva (c2007), a ciência atual é fruto de mui- Ciência
tas descobertas ocasionais feitas pelo homem ao longo de sua existên-
É o conjunto organizado de
cia. Com o passar dos anos, as pesquisas se tornaram mais metódicas e
conhecimentos relativos a
cada período histórico assimilou os resultados científicos das gerações certas categorias de fatos ou
anteriores, desenvolvendo e ampliando aspectos novos. fenômenos.
18 Métodos e técnicas de pesquisa
Ficou claro por que a pesquisa científica é muito importante para o de-
senvolvimento e manutenção de nossa sociedade, desde que feita den-
tro de certos limites e parâmetros? Vamos então seguir em frente e com-
preender que existem vários tipos de conhecimento.
Dica!
A palavra conhecer deriva do latim cognoscere, que
significa ter a ideia, a noção mais ou menos precisa de
alguma coisa.
Dessa forma, para que o conhecimento possa ser gerado pelo sujeito é
preciso que haja uma série de atividades mentais como reflexão, pes-
1 Tipos de conhecimento e de pesquisa 19
a) conhecimento empírico;
b) conhecimento científico;
c) conhecimento filosófico;
d) conhecimento teológico.
Shutterstock (2012)
que é preciso para que um grão de feijão germine?
Se você realizou essa experiência, seu professor que-
ria que você descobrisse que um pouco de água, um
pouco de algodão para manter a umidade e a ação
do sol promovem a germinação dos grãos de feijão.
Então, o que você fez foi, de forma simples, uma
pesquisa. Paralelamente à experiência prática, provavelmente seu pro-
fessor realizou algum tipo de debate e trouxe alguns textos sobre o as-
sunto para que você pudesse ler, na teoria, o que estava experimentando
na prática. Além disso, talvez ele tenha solicitado que você escrevesse um
pequeno relatório sobre o que você observou. Então, você percebeu como
a pesquisa faz parte de nossa vida e como ela é importante para nós por-
que o seu objetivo é descobrir as respostas para as nossas indagações.
22 Métodos e técnicas de pesquisa
Shutterstock (2012)
Você percebeu que a sua pesquisa com o grão de feijão levou em con-
sideração a experiência realizada na prática, o estudo teórico, a refle-
xão sobre os acontecimentos e a anotação de suas conclusões. Portanto,
a pesquisa “é um procedimento formal, com método de pensamento
reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no cami-
nho para se conhecer alguma coisa ou para descobrir verdades parciais.”
(MARCONI; LAKATOS, 2006, p. 15).
Fique atento!
Uma pesquisa sempre parte de uma pergunta ou dúvi-
da em que são aventadas várias hipóteses que a mesma
pode ou não confirmá-las.
Shutterstock (2012)
No Brasil, em função da organização do ensino, podem-se relacionar al-
guns tipos de pesquisa de acordo com o grau de complexidade, sem que
isso se configure necessariamente uma pesquisa científica. Acompanhe!
Além disso, esses mesmos autores apontam que existem ainda a pes-
quisa pura e a aplicada. Na pesquisa pura busca-se o saber e na pesqui-
sa aplicada o investigador procura encontrar soluções para problemas
concretos. Gil (2002) classifica as pesquisas segundo razões de ordem
intelectual e de ordem prática. As pesquisas por razões de ordem inte-
1 Tipos de conhecimento e de pesquisa 25
Fique atento!
Note que esses dois tipos de pesquisa não se opõem
nem se excluem, se complementam. Cabe ressaltar que
ambos são imprescindíveis para o progresso do ser
humano e do conhecimento.
Resumindo
Você encerrou o primeiro capítulo de estudos da disciplina de Métodos e
Técnicas de Pesquisa. Aqui teve a oportunidade de aprender que ciência é um
conjunto organizado de conhecimentos relativos a certas categorias de fatos ou
fenômenos e que a ciência atual é fruto das descobertas ocasionais feitas pelo
homem ao longo de sua existência.
Por meio do estudo deste material didático, você também identificou que, com o
passar do tempo, as pesquisas se tornaram mais metódicas e cada período his-
tórico assimilou os resultados científicos das gerações anteriores, desenvolvendo
e ampliando aspectos novos. Além disso, você aprendeu que, para desenvolver
conhecimento, é preciso que ocorra uma série de atividades mentais como a re-
flexão, a pesquisa, o entendimento e a assimilação sobre o objeto, fenômeno ou
fato, gerando assim uma teoria ou uma doutrina. Por fim, você ainda compreen-
deu que, para gerar conhecimento, é preciso que sejam realizadas pesquisas
científicas e elas podem ser classificadas segundo os seus objetivos, sua nature-
za, seus procedimentos e seu objeto.
Gostou do assunto deste capítulo? Que tal agregar ainda mais conhecimento?
No próximo capítulo você vai conhecer os vários métodos, técnicas e instrumen-
tos empregados no desenvolvimento de uma pesquisa e como eles são relevantes
para a produção do conhecimento.
Métodos, técnicas
2
e instrumentos de
pesquisa
Shutterstock (2012)
Fique atento!
Note que a verdade pode ser validada pela ciência, en-
tretanto, a verdade absoluta jamais será alcançada, uma
vez que se surgir um resultado contrário ao que foi afir-
mado até então, essa teoria científica será derrubada.
32 Métodos e técnicas de pesquisa
Shutterstock (2012)
• Observação: manifestações da realidade, espontâneas ou
provocadas.
• Hipóteses: tentativa de explicação.
• E xperimentação: observa-se a reação de causa-efeito, imaginada na
etapa anterior.
• Comparação: classificação, análise e crítica dos dados recolhidos;
• Abstração: verificação dos pontos de acordo e de desacordo dos
dados recolhidos.
• Generalização: consiste em estender a outros casos, da mesma espé-
cie, um conceito obtido com base nos dados observados. (ANDRA-
DE, 2003, p. 132).
Dica!
Dialética é a arte do diálogo, ou seja, de argumentar e
contra-argumentar sobre um determinado assunto que
não pode ser demonstrado.
Karina Silveira (2012)
Shutterstock (2012)
porque trabalha com elementos de caráter mate-
mático. As conclusões obtidas a partir do empre-
go desse método de pesquisa “apresentam grande
probabilidade de ser verdadeiras, embora admitam
certa margem de erro.” (ANDRADE, 2003, p. 134).
O emprego desse método permite ao pesquisador
quantificar matematicamente os inúmeros fatos, que reduzidos a nú-
meros “permitem o estabelecimento de relações e correlações existentes
entre eles, prestando-se tanto para que sejam inferidas como deduzidas
as consequências dos fatos analisados.” (CANTINI, [200-?], p. 12).
d) canções folclóricas;
e) vestuário;
f) folclore.
Shutterstock (2012)
Por outro lado, Marconi e Lakatos (2006, p. 33) acrescentam às técnicas
anteriormente mencionadas outras, como segue:
a) coleta documental;
b) observação;
d) entrevista;
e) questionário;
f) formulário;
g) medidas de opinião e de atitudes;
h) técnicas mercadológicas;
i) testes;
j) sociometria;
k) análise de conteúdo;
l) história de vida.
2 Métodos, técnicas e instrumentos de pesquisa 39
Fique atento!
Nesse tipo de entrevista o entrevistador não tem liber-
dade para adaptar as perguntas, fazer novas pergun-
tas e tão pouco, alterar a ordem dos tópicos a serem
questionados.
Fique atento!
Nesse tipo de entrevista o pesquisador precisa estar
muito bem preparado, ter segurança e mais presença
de espírito, ou seja, mais competência para conduzi-la
adequadamente e obter os dados de que necessita.
Fique atento!
“A linguagem empregada deve ser compreensível, clara,
objetiva e adequada ao nível cultural da população,
objeto da pesquisa.” (CÁS, 2008, p. 121).
2 Métodos, técnicas e instrumentos de pesquisa 41
( ) sim
( ) não
( ) Flamengo
( ) Vasco
( ) Fluminense
( ) São Paulo
( ) Grêmio
Fique atento!
É importante observar que o questionário não pode ser
nem muito extenso nem muito curto, pois se for longo,
pode causar fadiga e desinteresse do entrevistado e, se
for muito curto, pode não oferecer informações sufi-
cientes para alcançar o objetivo da pesquisa.
Resumindo
Como você estudou, o homem, curioso por natureza, procura respostas para
suas indagações e, como só pela observação não consegue obter todas as
respostas, precisa lançar mão de métodos de pesquisa para descobrir como as
coisas acontecem. Os principais métodos desenvolvidos pelo homem são os mé-
todos de abordagem e o de procedimentos, além disso, as técnicas de pesquisa e
os instrumentos são bastante variados e devem ser escolhidos de acordo com as
necessidades de cada situação.
Por meio dos conhecimentos repassados neste capítulo você entendeu que entre
os métodos de abordagem estão: o dedutivo, que baseia-se no raciocínio lógico
com o objetivo de confirmar as hipóteses consideradas pelo pesquisador; o mé-
todo indutivo, que parte de constatações particulares para levar a teorias e leis
gerais; o método hipotético-dedutivo, que procura evidências para tornar falsas
as consequências deduzidas das hipóteses visando à comprovação ou não das
hipóteses levantadas para o problema estudado; e, por fim, o método dialético,
que é a arte do diálogo, permite ao pesquisador verificar a validade da tese por
meio da confrontação das hipóteses a fim de encontrar possíveis contradições.
Os métodos de procedimentos subdividem-se em: método histórico, que investi-
ga os acontecimentos passados para compreender e explicar a influência sobre a
sociedade atual; o método comparativo, que faz comparações visando encon-
trar as semelhanças e discrepâncias entre os fenômenos para construir modelos
e explicar as generalizações desses fenômenos sociais; o método estatístico, que
permite quantificar matematicamente os inúmeros fatos, que reduzidos a núme-
ros, permitem estabelecer relações e correlações entre os fenômenos estudados;
o método funcionalista, que estuda a cultura de uma sociedade do ponto de vis-
ta da função de cada unidade da cultura no contexto global; o método estrutu-
ralista, que tem o objetivo de analisar toda a diversidade do mundo levando em
conta tanto os aspectos lógico como empíricos; e, por fim, o método monográ-
fico, que tem o objetivo de estudar grupos pequenos para fazer comparações e
generalizações com grupos mais abrangentes.
Quanto às técnicas de pesquisa, elas se subdividem em pesquisas de documen-
tação direta, que são feitas com base na observação direta intensiva ou extensi-
va (pesquisa de campo em laboratório), e de documentação indireta, feitas por
meio da pesquisa bibliográfica e a documental.
Os instrumentos de pesquisa mais empregados para coletar dados e embasar
sua pesquisa são a observação, a entrevista, os questionários e os formulários,
e cada um desses instrumentos têm características e aplicações distintas que
precisam ser observadas para que os dados coletados sejam relevantes para o
assunto da pesquisa.
Ficou claro até aqui? No próximo capítulo você vai identificar como interpretar e
apresentar os dados de uma pesquisa.
Interpretação de dados
3
e apresentação de
resultados de pesquisa
Fique atento!
Antes de aplicar o instrumento para toda a população
ou amostra escolhida para a pesquisa, sugere-se que
o instrumento seja testado, ou seja, que um pequeno
grupo de voluntários responda às questões propostas
para verificar se ele está adequado e se as informações
a se obter serão as esperadas.
Fique atento!
As pesquisas bibliográficas serão estudadas detalhada-
mente no próximo capítulo e, por isso, neste momento
nos deteremos ao estudo da coleta e tabulação de
dados obtidos diretamente dos informantes.
Gráfico 2: Influência
Fonte: Da autora (2012).
FabriCO (2012)
Figura 3: Página da web para criação de pesquisas eletrônicas
Fonte: Google.
Seleção: “[...] visa à exatidão das informações obtidas. Caso seja verifi-
cada alguma falha ou discrepância, torna-se indispensável averiguar se
houve lapso ou inabilidade do pesquisador ao coletar os dados” (AN-
DRADE, 2003, p. 152). E, se assim o for, faz-se necessário reaplicar o
instrumento de pesquisa.
Dica!
Os dados em si não têm muita importância, porque
a sua relevância está na possibilidade de se chegar a
conclusões.
Uma vez que foram feitas todas as análise e interpretações, deve-se or-
ganizar os resultados para que os mais relevantes sejam apresentados.
Cabe ressaltar que “[...] as conclusões devem estar vinculadas às hipóte-
ses de investigação, cujo conteúdo foi comprovado ou refutado.” (MAR-
CONI; LAKATOS, 2006, p. 38).
Análise: exame minucioso de uma coisa em cada uma das suas partes.
Shutterstock (2012)
3.3 Apresentação dos dados
Os dados coletados podem ser apresentados por meio de
tabelas, quadros ou gráficos. As tabelas permitem que os
dados sejam apresentados em colunas verticais e fileiras horizontais.
Quanto melhor for a apresentação dos dados, mais fácil será a com-
preensão e interpretação dos mesmos, por isso quanto mais simples for
a tabela ou quadro, mais claros e objetivos eles o serão. Para alguns
autores há uma distinção entre quadros e tabelas. Segundo Marconi
e Lakatos (2006 p. 37), a tabela “[...] é construída utilizando-se dados
obtidos pelo próprio pesquisador em números absolutos e/ou percen-
tagens. Quadro é elaborado tendo por base dados secundários, isto é,
obtido de fontes como o IBGE e outros. Inclusive revistas etc.”
Saberes Conceituações
Saber agir Saber o que e por que faz. Saber julgar, escolher e decidir.
Saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros, materiais, criando
Saber mobilizar
sinergia entre eles.
Compreender, processar, transmitir informações e conhecimentos,
Saber comunicar
assegurando o entendimento da mensagem pelo outro.
Trabalhar o conhecimento e a experiência. Rever modelos mentais.
Saber aprender
Saber desenvolver-se e propiciar o desenvolvimento dos outros.
Saber engajar-se e comprometer-se com os objetivos da
Saber comprometer-se
organização.
Saber assumir Ser responsável, assumindo riscos e as consequências de suas ações,
responsabilidades e ser, por isto, reconhecido.
Conhecer e entender o negócio da organização, seu ambiente,
Ter visão estratégica
identificando oportunidades e alternativas.
Quadro 2: Competências do profissional
Fonte: Fleury; Fleury (2001, p. 5).
Dica!
A melhor ferramenta para elaboração de gráficos é o
Excel. Aprenda a utilizá-la e seu trabalho será facilitado.
Denis Pacher (2012)
Resumindo
Conforme você estudou neste capítulo, o processo de coleta de dados exige o
emprego de um instrumento de pesquisa, que deve ser testado antes de ser apli-
cado para verificar sua efetividade. Uma vez que isso foi checado, procede-se à
aplicação do instrumento pelo pesquisador ou por seus auxiliares, que devem ser
devidamente capacitados para que não ocorram inconsistências nos resultados.
A tabulação dos dados coletados pode ser feita de forma manual, com dupla
entrada ou de forma eletrônica, e a elaboração dos dados possui três fases: a
seleção, a categorização e a tabulação. Uma vez que os dados foram tabulados,
é preciso que eles sejam representados em forma de tabelas, quadros ou gráfi-
cos. Lembre-se de que os dados em si não têm muita importância porque a sua
relevância reside na possibilidade de se chegar a conclusões.
Após a tabulação procede-se à análise e interpretação dos dados de forma que
se possa organizar, classificar e extrair os dados necessários para responder às
indagações que deram origem à pesquisa. Nessa fase também se deve procurar
estabelecer relações entre os dados encontrados e as hipóteses, comprovando-
-as ou refutando-as. Os resultados devem ser apresentados porque uma pesqui-
sa sem a publicação de seus resultados não serve para nada.
Preparado para agregar ainda mais conhecimento? No próximo capítulo você
estudará as etapas de uma pesquisa bibliográfica. Prepare-se!
Pesquisa bibliográfica
4
e suas etapas
Shutterstock (2012)
a) escolha do tema;
b) levantamento bibliográfico preliminar;
c) formulação do problema;
62 Métodos e técnicas de pesquisa
• Escolha do tema
A partir dessa definição, você sabe bem o que pesquisar, não é verdade?
Você não vai pesquisar sobre os modelos de carros esportivos ou então
sobre os modelos produzidos desde a década de 1900 até os dias atuais.
Sua pesquisa estará focada e o tema poderá ser explorado em profundi-
dade. Além disso, é preciso levar em conta a sua “relevância e exequibi-
lidade, isto é, a possibilidade de desenvolver bem o assunto, dentro dos
prazos estipulados [...].” (ANDRADE, 2003, p. 59).
• Formulação do problema
precisa e objetiva?
g) O pesquisador dispõe de tempo e outras
condições de trabalho necessárias ao de-
senvolvimento da pesquisa?
64 Métodos e técnicas de pesquisa
• E
laboração do plano provisório de
assunto
• Busca de fontes
Uma vez que o plano provisório de assunto foi elaborado, faz-se necessá-
rio identificar as fontes capazes de fornecer as respostas ao problema pro-
posto para a pesquisa. Uma parte dessa tarefa já foi desenvolvida no le-
vantamento bibliográfico preliminar, entretanto, agora é preciso definir
com clareza quais são as fontes bibliográficas adequadas para a pesquisa
que podem ser artigos científicos, livros, normas, leis, patentes, dicioná-
4 Pesquisa bibliográfica e suas etapas 65
rios, enciclopédias, índices. Além disso, Gil (2002) afirma que existem
muitas fontes de interesse para a pesquisa bibliográfica além dos livros,
tais como: obras de referência, teses e dissertações, periódicos científicos,
anais de encontros científicos e periódicos de indexação e de resumo.
• Leitura do material
• Fichamento
Shutterstock (2012)
4 Pesquisa bibliográfica e suas etapas 67
Fique atento!
Não adianta nada anotar os assuntos em fichas se não
souber usá-las e organizá-las. Por isso, as fichas devem
ter indicações precisas do conteúdo, obra e finalidade.
a) identificar as obras;
b) conhecer seu conteúdo;
c) fazer citações;
d) analisar o material;
e) elaborar críticas (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 51).
Fique atento!
Para que o desenvolvimento do texto seja mais fácil,
é preciso que os textos, recortes de revistas e jornais,
fichas de anotações estejam devidamente organizados e
disponíveis.
• Redação do texto
Leia e reflita
Você sabia que existe uma Lei do Direito Autoral? Sim, é
verdade! É a Lei nº 9.610/98! O artigo 22 dessa lei afirma
que “pertencem ao autor os direitos morais e patri-
moniais sobre a obra que criou.” (BRASIL, 1998, p. 6).
Você pode consultar essa lei no site <http://www.bn.br/
portal/arquivos/pdf/Lei%209.610%20de%2098.pdf> e
conhecer em detalhes o que essa lei preconiza.
Como você pôde ler, o direito autoral está assegurado e aquele que des-
cumprir a lei sofrerá as sanções cabíveis, portanto, além de ser consi-
derado crime, é antiético. Diniz (2008) ainda destaca que conhecer as
regras de difusão do conhecimento é relativamente fácil e que o desafio
76 Métodos e técnicas de pesquisa
Modalidade Característica
Reunião ou encontro de entidades de classe ou associações para a apresenta-
Congresso
ção de conferências. Os congressos podem ser científicos ou técnicos.
Reunião de um grupo de estudos que centraliza debates de assuntos expos-
tos pelos participantes. Trata-se de uma exposição oral para participantes que
Seminário
possuam algum conhecimento prévio do assunto a ser debatido. A sessão divi-
de-se em três partes: fase de exposição, fase de discussão, fase de conclusão.
Conjunto de matérias ou lições ministradas em aulas, conferências
Curso
ou palestras.
4 Pesquisa bibliográfica e suas etapas 77
Resumindo
Concluímos aqui mais um capítulo de estudos, que se dedicou a relacionar as
etapas de uma pesquisa bibliográfica e as principais estratégias empregadas
para realizá-la. Agora você já sabe que é preciso localizar, identificar, selecionar,
ler e interpretar adequadamente boas fontes de informação para que seus traba-
lhos acadêmicos tenham qualidade.
Além disso, tivemos a oportunidade de refletir sobre a ética na pesquisa e a
qualidade da informação disponibilizada na rede mundial de computadores,
ficando evidente que existem leis e regras que precisam ser respeitadas para que
não incorramos em crime ou ato antiético. Aqui você também conheceu quais
são os principais eventos técnicos e científicos existentes e sua importância para
a difusão do conhecimento produzido.
Interessante o assunto discutido neste capítulo, não é mesmo? No próximo você
estudará como elaborar um projeto de pesquisa. Siga em frente!
Elaboração de projeto
5
de pesquisa
Shutterstock (2012)
Mas o que vem a ser um projeto de pesquisa? Pare e pense: se você pre-
tende construir uma casa, qual a primeira coisa que você faz? Faz um
desenho da casa que você sonha, certo? Apesar de ser apenas um esbo-
ço, deixa claro o tipo de casa que você quer: quantos quartos, banhei-
ros, sala, cozinha, área de serviço, um ou dois pavimentos etc. Somente
a partir dessa definição é que você iniciará a construção, não é verda-
de? Claro, porque você não saberia nem por onde começar nem quan-
to tempo ou dinheiro precisaria. Então, como o próprio nome sugere,
projeto de pesquisa é a descrição detalhada de um assunto que você
pretende estudar.
PARTE EXTERNA
As informações devem ser apresentadas na seguinte ordem: nome
da entidade para o qual o projeto será submetido, nome do(s)
Elemento
Capa autor(es), título e subtítulo (se houver), número do volume (se
opcional
houver), local (cidade) da entidade onde o projeto será apresenta-
do e ano de depósito (da entrega).
Elemento
Lombada Elaborada conforme a ABNT NBR 12225.
opcional
PARTE INTERNA: Elementos pré-textuais
As informações devem ser apresentadas na seguinte ordem: nome
do(s) autor(es), título e subtítulo (se houver), número do volu-
Folha de Elemento me (se houver), tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade
rosto obrigatório a que deve ser submetido, nome do orientador, coorientador ou
coordenador(se houver), local (cidade) da entidade onde deve ser
apresentado, ano de depósito (da entrega).
Elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, desig-
Listas de Elemento
nado por seu nome específico, travessão, título e respectivo núme-
ilustrações opcional
ro da folha ou página.
Lista de Elemento Elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, com o
símbolos opcional devido significado.
Elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, desig-
Lista de Elemento
nado por seu nome específico, acompanhado do respectivo núme-
tabelas opcional
ro da folha ou página, abreviaturas e siglas e símbolos.
Lista de Consiste na relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas
Elemento
abreviaturas no texto, seguidas das palavras ou expressões correspondentes
opcional
e siglas grafadas por extenso.
Elemento
Sumário Deve ser elaborado conforme a ABNT NBR 6027.
obrigatório
PARTE INTERNA: Elementos textuais
O texto deve ser constituído de uma parte introdutória, na qual de-
vem ser expostos o tema do projeto, o problema a ser abordado, a(s)
hipótese(s), quando couber(em), bem como o(s) objetivo(s) a ser(em)
Elemento obrigatório
atingido(s) e a(s) justificativa(s). É necessário que sejam indicados o
referencial teórico que o embasa, a metodologia a ser utilizada, assim
como os recursos e o cronograma necessários à sua consecução.
5 Elaboração de projeto de pesquisa 83
Fique atento!
Caso exista alguma dúvida ainda, consulte novamente o
capítulo 4, que abordou esse assunto detalhadamente.
Dica!
Na redação do problema, além de escrever a pergun-
ta à qual você quer responder, é importante relatar
sinteticamente como chegou ao tema objeto da
investigação, ou seja, qual a origem do problema, as
conjunturas que interferiram nesse processo e por que
fez tal opção.
Shutterstock (2012)
Uma vez que essas questões foram elaboradas, deve-se desenvolver o re-
ferencial teórico apresentando uma revisão geral da literatura. Segun-
do Medeiros (c2009, p. 192), “se o pesquisador não domina a área de
conhecimento em que pretende atuar, sua investigação não poderá re-
dundar em progresso da ciência. Por isso, é necessário que o referencial
teórico seja consistente, exaustivo e atual.” Além disso, no desenvolvi-
mento do referencial teórico faz-se necessário apresentar os principais
conceitos sobre o tema objeto da pesquisa descrevendo-se a relação que
existe entre os conceitos com os problemas ou hipóteses arroladas. No
desenvolvimento dessa etapa usam-se citações diretas e indiretas. Nes-
sa etapa é preciso ser capaz de responder à pergunta: Quais os princi-
pais conceitos e seus autores?
Tabela 2: Orçamento
Verba
Etapa (R$)
Pesquisa dos boletins 100,00
Entrevista com os pais 1.000,00
Entrevista com diretor, professores e coordenação
250,00
pedagógica
Total 1.350,00
Fonte: Do Autor (2012).
Tabela 3: Cronograma
Resumindo
Você teve a oportunidade de compreender como elaborar um bom projeto de
pesquisa. Você descobriu que antes de começar a fazer uma pesquisa, é preciso
planejá-la e que existe uma estrutura mínima que deve ser respeitada. Além disso,
você aprendeu como desenvolver um projeto de pesquisa, formatando o texto e o
documento dentro de certos padrões estabelecidos pelas normas da ABNT.
Outro aspecto que foi apresentado neste capítulo foi a redação do texto do
projeto de pesquisa. Você viu que a linguagem deve ser simples, direta e objetiva,
respeitando sempre a coerência e a coesão. Portanto, aprimore a sua capaci-
dade de redigir bons textos para que suas pesquisas alcancem os resultados
esperados.
No próximo capítulo você vai aprender a elaborar um trabalho acadêmico. Siga
em frente com determinação e persistência visando à apreensão dos conheci-
mentos disponibilizados.
Elaboração de
6
trabalho acadêmico
Capa (obrigatório)
Parte externa
Lombada (opcional)
Folha de rosto (obrigatório)
Errata (opcional)
Folha de aprovação (obrigatório)
Dedicatória (opcional)
Agradecimentos (opcional)
Epígrafe (opcional)
Elementos
Resumo da língua vernácula (obrigatório)
pré-textuais
Resumo da língua estrangeira (obrigatório)
Lista de ilustrações (opcional)
Lista de tabelas (opcional)
Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
Parte interna Lista de Símbolos (opcional)
Sumário (obrigatório)
Introdução
Elementos
Desenvolvimento
textuais
Conclusão
Referências (obrigatório)
Glossário (opcional)
Elementos
Apêndice (opcional)
pós-textuais
Anexo (opcional)
Índice (opcional)
Figura 9: Estrutura de um trabalho acadêmico
Fonte: ABNT (2011, p. 9).
Fique atento!
Lembre-se de que todo parágrafo é composto por
introdução, desenvolvimento e conclusão, assim como
qualquer outro texto. Portanto, ao escrevê-lo você
precisa atentar para essa estrutura para que seu texto
tenha coerência e coesão. Além disso, é preciso que os
parágrafos possuam articulação entre si, onde cada um
contém ideias que evoluíram do parágrafo anterior e
que preparam para o seguinte.
Características de conteúdo:
a) objeto do trabalho e sua delimitação (estabelecimento claro
dos limites da pesquisa);
b) estágio de desenvolvimento do assunto;
c) objetivo;
d) problema/problematização;
e) hipóteses e variáveis;
f) justificativa;
g) metodologia utilizada na pesquisa;
h) destaque de fontes bibliográficas utilizadas;
i) referências às partes do trabalho;
j) possibilidade de contribuição da pesquisa desenvolvida, sem
anunciar conclusões ou soluções.
Características formais e de redação:
a) brevidade;
b) uso de apenas uma pessoa gramatical (em geral terceira pessoa);
c) correção gramatical.
96 Métodos e técnicas de pesquisa
Dica!
A introdução é a última parte do trabalho a ser escrita
pelo pesquisador, pois ele só poderá apresentar nesse tex-
to o que será detalhado no desenvolvimento do mesmo.
a) brevidade;
b) espontaneidade;
c) reafirmação das ideias principais;
d) restrição ao corpo da exposição. (MEDEIROS, c2009, p. 227).
6.1.1 Citações
Uma pesquisa científica só tem credibilidade se ela for embasada por
bons referenciais teóricos, por isso no corpo de um trabalho é preciso
fazer citações de autores renomados na sua área de pesquisa, embasan-
do dessa forma os conceitos apresentados por você. Entretanto, fazer ci-
tações no corpo de um trabalho sem seguir algumas regras de apresen-
tação podem se configurar em plágio ou desleixo do autor da pesquisa.
”
6 Elaboração de trabalho acadêmico 99
Além dos vários tipos de citações, podem-se citar obras fazendo o uso
da paráfrase, que nada mais é do que a interpretação de um texto com
as próprias palavras, mantendo-se, entretanto, a ideia original do au-
tor. Parafrasear é a arte de transcrever, com outras palavras, as ideias
centrais de um texto incluindo comentários e interpretações de quem a
parafraseia. Veja o exemplo:
Caso você ainda tenha dúvidas sobre como citar alguma obra consul-
tada durante a sua pesquisa, consulte a NBR 10520:2002, disponível
6 Elaboração de trabalho acadêmico 101
6.1.2 Referências
Todas as obras consultadas e mencionadas no corpo de um trabalho
acadêmico devem ser referenciadas ao final da obra. Para que elas não
fiquem incompletas ou sem organização, a ABNT NBR 6023:2002 de-
termina “a ordem dos elementos das referências e estabelece conven-
ções para transcrição e apresentação da informação originada do docu-
mento e/ou outras fontes de informação” (ABNT, 2002, p. 1). É muito
importante que o pesquisador conheça essa norma porque o leitor, ao
ler sua obra, pode querer consultar a obra original mencionada no cor-
po do trabalho para se aprofundar mais no assunto citado por você.
E você sabe quais são os elementos básicos que compõem uma referên-
cia? Não? Então acompanhe as explicações a seguir!
Fique atento!
Atente para a formatação e a pontuação empregada
no exemplo citado acima, porque todas as referências
devem seguir esse padrão básico.
102 Métodos e técnicas de pesquisa
Dica!
A expressão [S.I.] significa sine loco e é empregada quan-
do não foi possível determinar o local da publicação.
“Quando houver uma indicação de edição, esta deve ser transcrita utili-
zando-se abreviaturas dos numerais ordinais e da palavra edição, ambas
na forma adotada na língua do documento” (ABNT, 2002, p. 16). Obser-
ve que após o número coloca-se um ponto final e o mesmo ocorre após a
abreviatura da palavra edição, que deve ser escrita em letras minúsculas.
O local da publicação das obras deve ser incluído na referência tal como
aparece no documento original, entretanto quando a cidade não apa-
rece no documento, mas pode ser identificada, coloca-se a mesma entre
colchetes. E, como já mencionado anteriormente, quando não for pos-
sível determinar o local, emprega-se a expressão [S.l.] entre colchetes.
O nome da editora deve ser indicado tal como aparece “no documen-
to, abreviando-se os prenomes e suprimindo-se palavras que designam
a natureza jurídica ou comercial, desde que sejam dispensáveis para
6 Elaboração de trabalho acadêmico 107
Leia e reflita
Apesar de a ABNT NBR 14724 (2011, p. 10) mencionar
que as referências “devem ser separadas entre si por
um espaço simples em branco,” deve-se seguir o que
preconiza a ABNT NBR 6023:2002 porque é ela que
define como deve ser feita a formatação de referências.
Caso você ainda tenha dúvidas sobre como referenciar alguma obra
consultada durante a sua pesquisa, verifique a NBR 6023:2002, dispo-
nível na biblioteca da sua escola.
6.1.3 Resumos
O resumo é uma das atividades acadêmicas mais importantes, pois é soli-
citado com muita frequência pelos docentes nas mais diferentes discipli-
nas e serve de base para a elaboração de resenhas, artigos, relatórios etc.
Muitos textos que aparecem em diversas situações de comunicação apre-
sentam informações selecionadas e resumidas de outros textos, e cada um
possui características distintas. (LOUSADA, ABREU-TARDELLI, 2004).
Nesta seção você receberá uma série de dicas que permitirão a elabora-
ção de bons resumos. Antes de iniciarmos o estudo, faz-se necessário
6 Elaboração de trabalho acadêmico 109
Percorrendo a casa
Os dois garotos correm até a entrada da casa.
– Veja, eu disse a você que hoje era um bom dia para brincar aqui – disse Eduardo. – Mamãe nunca está em
casa na quinta-feira – acrescentou.
Altos arbustos escondiam a entrada da casa; meninos podiam correr no jardim extremamente bem cuidado.
– Eu não sabia que sua casa era tão grande – disse Marcos.
– É, mas ela está mais bonita agora, desde que meu pai mandou revestir com pedras essa parede lateral e
colocou uma lareira.
Havia portas na frente e atrás e uma porta lateral que levava à garagem, que estava vazia, exceto pelas três
bicicletas com marcha guardadas aí. Eles entraram pela porta lateral. Eduardo explicou que ela ficava sem-
pre aberta para suas irmãs mais novas entrarem e saírem sem dificuldade.
Marcos queria ver a casa... Então, Eduardo começou a mostrá-la pela sala de estar. Estava recém-pintada,
como o resto do primeiro andar. Eduardo ligou o som: o barulho preocupou Marcos.
– Não se preocupe, a casa mais próxima está a meio quilômetro daqui – gritou Eduardo. Marcos se sentiu
mais confortável ao observar que nenhuma casa podia ser vista em qualquer direção além do enorme jardim.
110 Métodos e técnicas de pesquisa
A sala de jantar, com toda a porcelana, prata e cristais, não era lugar para brincar: os garotos foram para a
cozinha, onde fizeram um lanche.
Eduardo disse que não era para usar o lavabo, porque ele ficara úmido e mofado, uma vez que o encana-
mento arrebentara.
– Aqui é onde o meu pai guarda suas coleções de selos e de moedas raras – disse Eduardo, enquanto eles
davam uma olhada no escritório. Além do escritório, havia três quartos no andar superior da casa.
Eduardo mostrou a Marcos o closet de sua mãe cheio de roupas e o cofre trancado onde havia joias. O
quarto de suas irmãs não era tão interessante, exceto pela televisão com o Atari. Eduardo comentou que o
melhor de tudo era que o banheiro do corredor era seu, desde que um outro fora construído no quarto de
suas irmãs. Não era tão bonito como de seus pais, que estava revestido de mármore, mas para ele era a me-
lhor coisa do mundo (traduzido e adaptado de PITCHERT, J. & ANDERSON, R. Taking different on a story.
Journal of Psychology, n. 69, 1977. In: KLEIMAN, A. 1989. Texto e leitor. Campinas: Pontes Editores.
Agora que você já compreendeu como proceder para fazer bons resumos,
vamos conhecer a ABNT NBR 6028 (2003), que estabelece os requisitos
para redação e apresentação de resumos. Segundo essa NBR, um resu-
mo é a “apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento”
(ABNT, 2003). Ou seja, em um resumo devem-se apresentar as princi-
pais ideias do autor de um texto. Medeiros (c2009, p. 128) afirma que “o
resumo abrevia o tempo dos pesquisadores; difunde informações de tal
modo que pode influenciar e estimular a consulta do texto completo”.
Dica!
O resumo é a última coisa a ser elaborada em um tra-
balho acadêmico porque só pode apresentar informa-
ções que estão citadas no corpo do trabalho.
k) títulos que não possuem indicativo numérico devem ser cen-
tralizados: errata, agradecimentos, listas de ilustrações, lista de
abreviaturas e siglas, lista de símbolos, resumos, sumário, refe-
rências, glossário, apêndices, anexos, índices;
m) todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem ser contadas se-
quencialmente, entretanto a numeração deve aparecer somente
a partir da primeira folha da parte textual;
Resumindo
Encerramos aqui o último capítulo de estudos, cujo foco foi apresentar a estru-
tura de um trabalho acadêmico e seus elementos constitutivos. Você teve a opor-
tunidade de conhecer que um trabalho acadêmico possui elementos pré-tex-
tuais, textuais e pós-textuais e que cada um deles possui regras específicas para
sua elaboração. Além disso, você aprendeu a fazer resumos e o que deve constar
na introdução, no desenvolvimento e na conclusão de um trabalho acadêmico.
Outro aspecto apresentado foi a formatação de citações, referências e aparência
geral de um trabalho acadêmico. Seguindo as regras aqui mostradas, seus tra-
balhos acadêmicos atenderão às exigências escolares e de produção científica,
elevando ainda mais a sua competência e conhecimentos porque aquele que lê,
escreve e produz conhecimento tem mais chances de se destacar no mercado de
trabalho. Bom trabalho!
Palavras da Autora
Caro estudante!
Chegamos ao final de mais uma disciplina, que se dedicou exclusivamente a
conduzi-lo na arte do desenvolvimento de uma pesquisa para produção de
conhecimento técnico-científico. Neste livro didático estão postadas uma
gama de informações capazes de dar suporte para você adentrar no mun-
do da pesquisa técnico-científica, visando o desenvolvimento do saber e da
produção de conhecimento.
Sabemos que o caminho é longo e que para desenvolver a competência
para pesquisar e produzir conhecimento é necessário muito treino e horas
de estudo. Entretanto, aqui está um norte para você se sentir mais seguro
quando tiver que desenvolver um trabalho acadêmico. Além das informa-
ções aqui contidas, não deixe de consultar outras obras e de trocar ideias
com seus professores e colegas, porque o assunto é vasto e não se encerra
somente nestas poucas páginas.
Desejo a você um bom trabalho e que você desenvolva o gosto pela pesqui-
sa e produção do conhecimento, pois aquele que lê, assimila, interpreta e
se apropria do conhecimento é capaz de produzir novos a partir de experi-
mentos para provar hipóteses ou responder a indagações. Seja você tam-
bém um profissional capaz de alavancar o desenvolvimento da indústria
brasileira com a produção de novos conhecimentos, contribuindo dessa
forma para o fortalecimento do nosso país.
Um forte abraço!
Lilian
Sobre a Autora
Daiani Machado
Coordenação de Desenvolvimento de Recursos Didáticos
FabriCO
Design Educacional, Ilustrações e Tratamento de Imagens, Diagramação
FabriCO
Revisão Ortográfica e Gramatical e Normatização