Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
E sexualidade, o que é?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, sexualidade é uma energia que
motiva para encontrar amor, contato, ternura, e intimidade; integra-se no modo como
nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ser-se sexual. A
sexualidade influencia pensamentos e a saúde física e mental (OMS, 2001);
Forma de expressão presente em todas as fases da vida do ser humano – infância,
adolescência, idade adulta e idade adulta tardia ou terceira idade. É forma de
expressão e, expressão não tem idade, é mais do que um corpo apto para procriar.
Apresentar desejos sexuais inclui as dimensões fisiológicas, psicológicas e sociais dos
indivíduos;
Por acreditar que seu corpo está fora dos padrões de beleza, o idoso não se vê como
pessoa atraente e isso repercute em sua autoestima.
Sexualidade do idoso
Considerando o aumento do número dessa população é necessário que a sexualidade do idoso também seja
abordada e, por conseguinte, tratada com maior atenção;
A sexualidade também se transforma com o passar dos anos, uma vez que o corpo muda e se transforma e, ao se
recusar o processo natural do envelhecimento, a vivência da sexualidade é negada;
A vivência da sexualidade não está exclusivamente baseada na relação sexual, é necessário compreender que
existem outros comportamentos ou práticas igualmente promotoras de prazer;
Desconhecimento, preconceito e discriminação fazem com que o comportamento sexual dos idosos seja visto como
inadequado, imoral, e até mesmo anormal, até pelos próprios idosos, pois a relação sexual é considerada uma
atividade própria dos jovens, com boa saúde e fisicamente atraentes;
A ideia de que os idosos também possam manter relações sexuais não é culturalmente muito aceita, preferindo-se
ignorar e fazer desaparecer do imaginário coletivo a sexualidade da pessoa idosa. Apesar desses tópicos culturais, a
velhice conserva a necessidade sexual, não havendo, pois, idade na qual a atividade sexual, os pensamentos sobre
sexo ou o desejo se esgotem;
A crença de que o avançar da idade e o declinar da atividade sexual estejam inexoravelmente ligados pode ser um
dos fatores responsáveis pela forma negligenciada om que lidamos com a qualidade de vida nesta população;
Atualmente, são fatores que estimulam o prolongamento da atividade sexual: maior expectativa de vida saudável,
incremento da vida social e, consequentemente, da vida sexual, em decorrência de novas drogas para a disfunção
erétil, medicamentos que minimizam os efeitos da menopausa, lubrificantes vaginais, próteses, correção e
prolongamento peniano, cirurgias plásticas estéticas, exames preventivos de câncer de próstata, crescente difusão
da prática de exercícios físicos (musculação, hidroginástica, yoga etc), turismo direcionado para esse segmento,
dentre outros recursos.
Sexualidade do idoso
Estudos mostram que 74% dos homens e 56% das mulheres casadas mantêm vida sexual
ativa após os 60 anos;
Alguns problemas comuns podem afetar o desempenho sexual: artrites, diabetes,
fadiga, medo de infarto, efeitos colaterais de fármacos e álcool;
Embora a frequência e a intensidade da atividade sexual possam mudar ao longo da
vida, problemas na capacidade de desfrutar prazer nas relações sexuais não devem ser
considerados como parte normal do envelhecimento;
As mulheres após a menopausa, principalmente, após os 60 anos, normalmente
apresentam algum desconforto nas relações sexuais com penetração vaginal, devido
às condições de hipoestrogenismo e, consequentemente, hipotrofia dos tecidos genitais.
A utilização de um creme vaginal à base de estriol, 2ml, uma a duas vezes por semana,
permite uma manutenção do trofismo do epitélio (mucosa), favorecendo uma melhoria
nas condições genitais para o exercício pleno da sexualidade. Para o início de sua
utilização, é necessário a realização dos exames preventivos para o câncer
ginecológico e mamário, conforme protocolos vigentes, recomendados nessa faixa
etária.
Envelhecimento e sexualidade
Avaliação das vulnerabilidades individuais, sociais e programáticas nas quais os sujeitos estão inseridos. O
profissional pode conduzir um processo de de aconselhamento, testagem e orientações de prevenção
para que o usuário dos serviços possa incorporá-las em sua vida cotidiana;
As intervenções de prevenção dirigidas aos idosos devem focar:
• Estímulo ao acesso e utilização correta dos preservativos masculino e feminino e a lubrificantes.
• Testagem, diagnóstico e tratamento com procedimentos que levem em consideração as necessidades
desse grupo populacional.
• Inclusão da prevenção de DST-HIV/AIDS focando as especificidades desse grupo, na rede de Atenção
Básica.
• Fomento da mobilização de organizações da sociedade civil e do protagonismo, para a realização de
trabalhos preventivos específicos para idosos.
• Articulação intra e intersetoriais para a garantia de ampliação e continuidade das ações.
O serviço de saúde deve garantir confidencialidade e acesso humanizado para o usuário que deseja
realizar o teste para o HIV e para o portador de DST/HIV/aids. A pessoa idosa deve se sentir acolhida sem
discriminação, independente de sua atividade profissional, orientação sexual ou estilo de vida. É importante
e necessário reforçar o acolhimento destes segmentos populacionais no serviço como um direito de
cidadania.
Aconselhamento e testagem
O aconselhamento desempenha um papel importante no diagnóstico da infecção pelo HIV/outras DST e na qualidade da
atenção à saúde. Contribui para a promoção da atenção integral, possibilitando avaliar riscos com a consideração das
especificidades de cada usuário ou segmento populacional. Inclui cuidar dos aspectos emocionais, tendo como foco a saúde
sexual, a saúde reprodutiva, avaliação de vulnerabilidades e Direitos Humanos;
É estratégia que se insere em vários momentos do atendimento e em diversos contextos dos serviços no SUS: Centro de
Testagem e Aconselhamento (CTA);
Se fundamenta na interação e na relação de confiança que se estabelece entre o profissional e o usuário. O papel do
profissional sempre é da escuta das preocupações e dúvidas do usuário, desenvolvendo habilidade em perguntar sobre a
vida íntima, com a finalidade de propor questões que facilitem a reflexão e a superação de dificuldades, adoção de práticas
seguras, na busca da promoção da qualidade de vida. Para que todos esses objetivos sejam alcançados, é fundamental que,
durante todo o atendimento, a linguagem utilizada seja acessível ao usuário.