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Autoria e ilustrações: Vanessa Maia de Oliveira

Ano: 2021

Sobre a autora

Vanessa tem 25 anos e é formada em Ciências


Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP),
no campus de Piracicaba (ESALQ). Com experiência
na área de Botânica e Sistemática, Plantas
medicinais, Plantas ornamentais e Paisagismo,
também desenvolveu atividades com ilustrações e
desenhos, dentro e fora da universidade. Encantada
pelas artes e pela natureza, desenvolve trabalhos
de Ilustração Botânica, os mais recentes, voltados
para espécies de plantas suculentas.
Introdução
. O verde mais próximo!
As “selvas urbanas”
CaracterÍsticas do estilo, dicas e combinações
BenefÍcios
Diferentes ambientes
Inspirações x Realidade

. As plantas para interiores


Os grupos de plantas no paisagismo
Plantas tóxicas
As queridinhas das urban jungles

. Como criar a sua...


3.1. Primeiro passo: estudo
3.2. Mãos à obra
Os moradores
A sua casa
O que é um anteprojeto?
Escolhendo as espÉcies
Composições, cores e texturas
3.3. Sua urban jungle...
A linguagem das plantas
Cuidados gerais e manutenções
Introdução

Nas últimas décadas, o aumento da preocupação com os impactos e questões


ambientais têm se tornando um movimento mundial em prol da sustentabilidade,
influenciando muitos seguimentos da sociedade e da indústria.
Da mesma forma, vem crescendo a busca pelo resgate das relações com a natureza,
perdidas ao longo do desenvolvimento das civilizações. Hoje, vivemos em uma sociedade
“acelerada”, na qual temos menos tempo e com o crescimento das áreas urbanas,
consequentemente, menos espaço e menos verde.
A proximidade com a natureza, tem influência direta na qualidade de vida das
pessoas, proporcionando benefícios físicos e mentais. Aprendendo sobre as plantas,
entendemos que cultivá-las não é privilégio exclusivo para aqueles que tem áreas
externas.
Dessa forma, o estilo conhecido como ‘Urban jungle”, surgiu na tentativa de trazer as
plantas e os elementos naturais para dentro das residências, independentemente do
tamanho do espaço.
Atualmente, as plantas se tornaram indispensáveis na composição de decorações,
trazendo vida e naturalidade aos ambientes internos. Mas, muito mais do que um objeto
decorativo, as plantas são seres vivos, em constante desenvolvimento.
O clima no Brasil favorece o cultivo de espécies em ambientes internos, sem
necessidade de luzes artificiais, diferentemente do que ocorre na maioria dos países no
hemisfério norte. Nossa flora nativa é rica, principalmente em folhagens, adaptadas ao
cultivo em ambientes sombreados.
Muitas pessoas associam a presença de plantas dentro de casa com algo “trabalhoso”,
contudo, as manutenções e a necessidade de cuidados excessivos, indicam que as espécies
escolhidas não estão de acordo com o seu perfil e com o ambiente. Como todos os seres
vivos, elas precisam de cuidados, mas ter plantas em casa pode ser prático, sim!

Nesse trabalho, estão reunidas informações a respeito dos principais conceitos que
envolvem esse estilo, as espécies mais apreciadas e cultivadas, além de um pequeno
“manual”, contendo os pontos mais relevantes de: antes, durante e depois de criar a sua
(ou de seu cliente).
. O verde mais próximo!

O estilo de decoração “Urban jungle” busca incluir nos ambientes internos as plantas
e elementos ligados a natureza, inserindo o verde como parte central da decoração.
O objetivo vai além da estética e está relacionado com aproximar a natureza do
cotidiano, dentro do contexto urbano, proporcionando um ambiente aconchegante que
transmite tranquilidade e sensação de bem-estar.
Assim como o movimento mundial relacionado a sustentabilidade, a necessidade da
proximidade e resgate das relações com as plantas vêm crescendo, principalmente entre
as gerações mais novas.

Antes de mais nada é importante ressaltar que: o ambiente e os elementos não-vivos


presentes nele, são tão importantes quanto as plantas e, eles devem conversar entre si.
O estilo “urban jungle” tem como característica central o uso dos tons de verde, não
somente nas folhagens, mas como parte fundamental da decoração.
O verde pode ser usado nas paredes, revestimentos e elementos isolados,
proporcionando uma unidade entre as composições. Além disso, essa cor dá uma
sensação de maior profundidade aos espaços.
Para locais pequenos, uma técnica muito empregada é a do jardim vertical, podendo
ser composta por: apenas vasos pendurados ou placas para plantio vertical (nesse caso,
os tons escuros no fundo, auxiliam na sensação de profundidade).
Além da cor, o uso de outros elementos que remetem à natureza ajuda a compor o
ambiente, como: estampas, quadros, ilustrações e móveis feitos de materiais naturais
(palha, madeira ou bambu).
Assim como no ambiente natural, a diversidade é uma característica marcante, por
isso escolher espécies que possuam diferentes alturas e texturas, confere naturalidade a
composição.

Ao longo dos anos, alguns estudos relacionados as plantas em ambientes internos,


apontaram a melhoria do desempenho nos locais de trabalho, redução dos níveis de
estresse e ansiedade, além de promover alterações comportamentais e redução de
sintomas de algumas doenças.
Os efeitos curativos e benéficos, podem também se relacionar com a simples
visualização de cenários naturais, os quais vem sendo comprovados em ambientes como:
hospitais, estações espaciais, residências e até zonas de conflito armado.

A falta de quintal ou áreas abertas não deve ser um impedimento para quem quer ter
plantas em casa. Num pequeno apartamento ou casa, numa sala ampla ou pequena, na
sacada ou próximo a uma janela, ... São muitas as possibilidades de lugares para cultivá-
las.
É importante entender as características do espaço que deseja cultivar, para poder
escolher as espécies que melhor se encaixam nas condições oferecidas. Algumas dessas
condições são fundamentais para o desenvolvimento dos vegetais, podendo ser
fornecidos de maneira natural ou artificial, como: luminosidade, temperatura, umidade
do solo e ar.

Talvez uma das dúvidas mais frequentes seja... “E os quartos?”

Antigamente, acreditava-se que ter plantas dentro do quarto “fazia mal”, pois assim
como nós, elas respiram e, portanto, “roubariam” o nosso oxigênio. Mas isso não passa de
um mito.
Ter uma planta no seu quarto, seria a mesma coisa de dormir no mesmo cômodo que
seu animal de estimação ou outra pessoa. Algumas espécies, na verdade, são benéficas,
agindo como purificadoras dos resíduos do ar ou exalando aromas suaves que auxiliam
no sono, pois possuem propriedades medicinais.

Para cultivar plantas no quarto é importante levar em consideração alguns pontos,


como em qualquer outro cômodo:
O local deve ter disponibilidade de luz e circulação de ar suficiente para o
desenvolvimento, então aposte em locais próximos a janela;
A espécie escolhida não deve afetar a sua saúde ou permanencia no quarto, dessa
forma evite plantas que exalem fortes odores, por exemplo;
Tudo que é demais faz mal, ou seja, encher o quarto com muitas plantas e
dispostas de uma maneira errada, podem atrapalhar o seu dia a dia;
As folhas das plantas também podem pegar poeira, então prefira espécies com
folhas lisas, evitando o acúmulo de pó sobre elas.
Em uma simples pesquisa sobre essa nova tendência, é comum encontrar muitas fotos
e ideias, que nos inspiram belas composições, mas que nem sempre são funcionais.
Conhecendo minimamente sobre algumas espécies, pode-se observar que foram
posicionadas apenas para a foto, assim, quando tentamos reproduzir a ideia elas acabam
não sobrevivendo.
Além do ambiente não fornecer as condições necessárias, muitas vezes as disposições
ficam bonitas numa foto, mas você se imaginaria vivendo naquele lugar? Não estariam
atrapalhando a passagem ou perdendo folhas sobre o sofá?
O segredo para o sucesso de qualquer “jardim” é que ele seja adaptado para você, sua
casa e sua rotina.

. As plantas para interiores

Chamamos de plantas ornamentais as espécies cultivadas pela sua beleza, geralmente


empregadas em decoração de interiores e paisagismo de espaços externos. Essas plantas
podem ser divididas em grupos conforme a sua morfologia, forma de crescimento ou usos
mais frequentes, levando em consideração a característica mais apreciada.
A classificação das plantas ornamentais pode ser muito variável, mas basicamente são
agrupadas em: árvores, arbustos, palmeiras, suculentas, floríferas, folhagens, forrações,
aquáticas, entre outras.
Nas florestas brasileiras, podemos encontrar uma infinidade de espécies nativas de
sob bosques, acostumadas a crescer sob a sombra das plantas mais altas, apreciando o
calor e a umidade.
Devido as características do estilo “Urban Jungle”, o grupo mais utilizado é o das
folhagens, as quais tem a sua principal característica ornamental atribuída as folhas. Mas
outros grupos como: palmeiras, bromélias, orquídeas e até árvores, são utilizadas nas
composições.
Ao criar uma composição, não há necessidade de se limitar ao verde ou a presença de
flores para colorir o seu espaço, já que, as folhagens podem proporcionar um grande
espetáculo de cores, formas e texturas. As flores também são bem-vindas e são geralmente
empregadas como pontos de cor, sem exagero.

Antes de mais nada, vale lembrar que só porque uma planta é considerada tóxica, não
quer dizer que conviver com ela lhe fará mal. A toxidade das plantas está relacionada às
substâncias produzidas por elas, que podem fazer mal de alguma forma, mas muitas vezes
estão restritas aos “fluidos” internos.
Os cuidados devem ser tomados na hora da manipulação e manutenção, evitando o
contato com seivas, por exemplo. A atenção deve ser maior para aqueles que tem animais
de estimação e crianças em casa.
Na natureza, os animais convivem em harmonia com espécies que podem ser
tóxicas, mas quando estão entediados ou não gastam energia, eles tendem a descontar a
frustração de outras maneiras, como: destruindo móveis, calçados ou atacando as plantas.

✓ ENTRETENHA SEU PET


Se seu animalzinho tiver brinquedos, espaço e atenção, ele demonstrará menos
interesse pelas plantas.

✓ DIFICULTE O ACESSO
Eles só podem comer o que podem alcançar! Então, dificulte o acesso as plantas
“perigosas”, construindo algumas barreiras físicas ou suspendendo os vasos.

✓ PLANTE ALGUMAS “AMIGAS”


Os animais muitas vezes gostam de se alimentar de algumas folhas, que auxiliam nos
processos digestivos. Tente fornecer uma planta que ele possa comer, como aquelas
vendidas nos petshops.

Dentre as espécies mais conhecidas pela sua toxidade, estão as da familia ARACEAE
(filodendros, jiboia, costela-de-adão, lírio-da-paz, antúrio, café-de-salão, comigo-
ninguém-pode), EUPHORBIACEAE (jatropha, mandioca) e outras.
Também se incluem: os fícus (Ficus spp.), os trevos, as samambaias, as plantas
bulbosas, entre outras.

A maioria das espécies procuradas para ambientes internos, são adaptadas aos locais
sombreados, mas existem outras que precisam de um pouco mais de luz.
Abaixo, estão listadas algumas das plantas mais apreciadas para cultivo dentro de
casa; as que apresentam alguma toxidade marcadas por e as que necessitam de mais
atenção em relação a quantidade de luz (+), por ☼.
OBSERVAÇÃO: As espécies da composição da capa estão marcadas por *.

Samambaias e parentes
Asplênios Asplenium spp. 💀
Avencas Adiantum spp. 💀
Chifre-de-veado Platycerium bifurcatum 💀
Renda-portuguesa Davallia fejeerensis 💀
Samambaia-prateada Pteris cretica 💀
Samambaia-amazonas * Plebodium decumanum 💀
Samambaia-havaiana Nephrolepsis spp. 💀
Samambaia-americana * Nephrolepsis spp. 💀

Aráceas (família Araceae)


Café-de-salão Aglaonema spp. 💀
Joia-da-amazônia * Alocasia x amazonica 💀
Pulmão-de-aço * Alocasia cuprea 💀
Antúrio Anthurium andreanum 💀
Antúrio-cristal Anthurium crystallinum 💀
Antúrio-clarinervium Anthurium clarinervium 💀
Tinhorão * Caladium x hortulanum 💀
Yantia Caladium lindenii 💀
Jiboia * Epipremnum pinnatum 💀
Monstera-do-amazonas Monstera adansonii 💀
Costela-de-adão * Monstera deliciosa 💀
Pacová Philodendrum martianum 💀
Filodendros * Philodendrum spp. 💀
Xanadu Philodendrum xanadu 💀
Lírio-da-paz Spathiphilyllum wallisii 💀
Zamioculca Zamioculca zamiifolia 💀
Outras folhagens e
forrações
Hera Hedera spp. 💀 ☼
Heliconia Heliconia spp. 💀 ☼
Calatéias Calathea spp.
Calatéia-prateada Calathea argyraea
Maranta-cascavel Calathea lancifolia
Maranta-franjada Calathea louisae
Calatéia-pena-de-pavão Calathea makoyana
Calatéia-redonda * Calathea orbifolia
Calatéia-zebra Calathea zebrina
Maranta-burle-marx Ctenanthe burle-marxii
Marantas Maranta spp.
Maranta-bigode-de-gato Maranta leuconeura 'Erythroneura'
Maranta-pena-de-pavão Maranta leuconeura var. kerchoveana
Maranta-triostar * Stromanthe thalia 'Triostar'
Peperomias * Peperomia spp. 💀
Tapete-ingles Persicaria capitata
Begônias Begonia spp. 💀
Begonia maculata Begonia maculata 💀
Begonia rex * Begonia rex 💀

Suculentas
Espada-de-são-jorge Sansevieria spp. 💀
Lança-de-são-jorge Sansevieria spp. 💀
Outras suculentas ☼
Cactos ☼

Palmeiras
Palmeira-rafis Phapis excelsa ☼
Camedoria Chamaedoria elegans ☼
Palmeira-leque Licuala grandis

Árvores e arbustos
Árvore da felicidade Polyscias fruticosa
Fícus-lyrata * Ficus lyrata 💀 ☼
Fícus-elastica Ficus elastica 💀 ☼
Cróton Codiaenum variegatum 💀 ☼
. Como criar a sua...

3.1. Primeiro passo: estudo


Muitas pessoas associam a presença de plantas dentro de casa com o desgaste e
dificuldade em cuidar, isso está relacionado com o fato de, muitas vezes, não escolherem
as espécies que condizem com a sua rotina ou as características do ambiente.
Como qualquer outro projeto paisagístico, é importante seguir algumas etapas para
evitar problemas e as plantas se desenvolvam bem.

As 3 principais etapas de um projeto, tanto para você como para um cliente são:
I- análise do perfil pessoal e necessidades;
II- estudo do ambiente e;
III- o que chamamos de anteprojeto, no qual são detalhados os aspectos estéticos
e funcionais, composições e espécies escolhidas.

3.2. Mãos à obra

A etapa I, consiste em entender as necessidades e expectativas com o resultado do


projeto, como a preferência por cores e estilos.
Além disso, é importante ter em mente que alguns fatores interferem na sua dinâmica
e execução, como por exemplo a rotina e os habitantes do local.
Na sua casa, as plantas serão muito mais do que uma decoração, são seres vivos em
constante desenvolvimento e por isso requerem alguns cuidados. Dessa forma, a rotina e
disponibilidade de tempo, devem estar de acordo com as necessidades das espécies que
escolher.

✓ PARA NÃO ESQUECER!


Inclua as plantas na rotina da casa e determine horários para irrigar.

✓ TEM ANIMAIS?
Cuidado com as tóxicas e tente deixá-las fora do alcance dos pets.
✓ PASSA O DIA TODO FORA?
Dê preferência para as plantas mais rústicas e que não demandam tanto cuidado.

A etapa II, consiste em conhecer os locais, levantando informações como:


temperatura, iluminação, tamanho do espaço, umidade, além de outras características
físicas e estéticas do local, como arquitetura, móveis etc.
Dessa forma, poderá escolher as espécies que vão se desenvolver melhor sob as
condições que o ambiente proporciona.
Algumas questões importantes são:

TAMANHO DO ESPAÇO
Vai determinar o porte das espécies e a quantidade de plantas, além de fazer-se
pensar na possibilidade do uso de suportes e criação de jardins verticais, por exemplo.

LUMINOSIDADE, TEMPERATURA, UMIDADE E CIRCULAÇÃO DE AR


Os vegetais precisam da luz do sol para se desenvolverem, ou seja, não é porque uma
planta não pode ficar no sol direto, que ela deve ficar sem nenhuma luminosidade em um
ambiente fechado.
As plantas cultivadas em interiores podem ser nativas de regiões quentes e úmidas
ou, até as secas e áridas, por isso, cada espécie tem uma necessidade diferente,
principalmente com relação a luminosidade e umidade.
A baixa umidade relativa do ar nos ambientes internos pode fazer com que algumas
espécies de folhagens percam a sua beleza, pois são sensíveis aos ambientes secos, como
por exemplo as samambaias e as marantas.

Dicas:
✓ Observe o lado em que o sol nasce e como ele se movimenta na sua casa, pelo
menos por um dia inteiro.
✓ Aproveite espaços da sua casa como sacadas e janelas, sempre próximo a uma
entrada de luz, que também facilita a circulação do ar e mantém a planta mais
saudável.

Dentro dessa etapa, com base nas informações obtidas anteriormente, é possível
definir aspectos estéticos e funcionais, criar combinações e escolher as melhores espécies.
No capítulo 2, foram apresentadas algumas plantas mais conhecidas para o cultivo em
ambientes internos, geralmente divididas em 3 grupos:

As plantas que precisam de muita luz, suportando algumas horas de sol nos
períodos menos quentes do dia, ou seja, precisam estar sempre muito perto
das janelas, como: crótons e heras.
As plantas que precisam de uma boa quantidade de luz, podem suportar
poucas horas de sol nos períodos menos quentes do dia e podem estar um
pouco mais distantes das janelas, como: dracenas e samambaias.
As plantas que precisam de pouca luz (chamadas de plantas de sombra),
suportam luz difusa e podem estar mais distantes ainda das janelas, como:
filodendros e espadas-de-são-jorge.

Quando falamos sobre o cultivo de plantas de interiores, automaticamente pensamos


em folhagens, mas esse estilo de decoração vai muito além de um cenário monocromático
(Figura 1).
Algumas dicas importantes para começar a sua composição, estão relacionadas com
a diversidade que confere naturalidade ao conjunto, como:

✓ PROCURE DIFERENTES ALTURAS E PORTES!


Divida o ambiente em camadas, como nos extratos vegetais de uma floresta, incluindo
espécies mais altas, médias, pequenas, pendentes ou ascendentes.
Para garantir que as plantas sempre recebam luz, disponha-as em ordem de tamanho,
organizando as mais altas no fundo e as menores mais a frente.

✓ ADICIONE DIFERENTES CORES E TONS!


A diversidade de tons, traz harmonia a composição e não é preciso ter flores para ter
um “jardim” colorido. Grande parte das plantas das regiões tropicais e subtropicais, são
ideais e oferecem inúmeras possibilidades de cores.

✓ OBSERVE AS FORMAS E TEXTURAS!


Existe uma infinidade de formas e texturas de folhas: pontudas, redondas, longas,
curtas, lisas, lustrosas, pacas, enrugadas ou pilosas, é só escolher.
Figura 1.

3.3. Sua urban jungle...


A sua pequena “selva” precisa de cuidados, mas mais importante do que as ações, ela
deve ter a sua atenção diária. Dessa forma, você poderá perceber as necessidades das
plantas e garantir a sobrevivência delas.

Como todo ser vivo, quando algo não está certo as plantas começam a apresentar
sintomas, como manchas estranhas, perda de beleza, folhas amareladas ou crescimento
lento demais. Essa é a forma como elas nos dizem sobre as suas necessidades ou
problemas que estão enfrentando, por isso é tão importante observá-las.

A seguir estão listados: cuidados, pontos a serem observados e outras informações


sobre algumas manutenções gerais.

Verifique se a planta está satisfeita com a luminosidade do local ou se precisa ser


movida para outro espaço.
Deficiência de luz: planta cresce esticada, com folhas velhas desbotadas e não
surgem novas folhas.
Excesso de luz: planta não cresce, apresenta folhas amareladas, queimadas ou
murchas, que caem.
OBSERVAÇÃO: Quando a luz vem de uma única direção, a planta tende a se
desenvolver apenas em direção a ela. Nesse caso, basta que vire o vaso com regularidade
e permita que a luz chegue aos outros lados da planta.

Observe se o ambiente está muito seco:


Falta de umidade: planta apresenta as bordas das folhas secas e/ou enroladas.

Para contornar o problema da falta de umidade, você pode:


✓ Borrifar, levemente, água em temperatura ambiente sobre as folhas.
✓ Colocar um pratinho com areia grossa ou cascalho com água próximo às
plantas.
✓ Agrupá-las, pois elas ajudam a manter a umidade umas das outras.

OBSERVAÇÃO: Correntes de ar e ar-condicionado, tornam o ambiente mais seco.

Entenda qual a necessidade hídrica, como e quando regar:


✓ De manhã é o melhor período para irrigação, assim o substrato não passa a
noite toda úmido.
✓ O uso de instrumentos adequados, como os regadores de bico fino e longo,
é essencial para evitar respingos indesejados.
✓ A qualidade da água pode influenciar na beleza de algumas plantas, que
preferem água da chuva ou filtrada.
✓ A drenagem do vaso e o substrato são importantes para a sobrevivência da
planta, assim as raízes não apodrecem.
✓ Deixe que o substrato seque antes de regar novamente.

As podas e remoção de folhas secas ou doentes, devem ser feitas regularmente, o que
proporciona uma melhor circulação do ar entre as folhas, prevenindo a instalação de
doenças e pragas.
As plantas nos dão sinais muito claros quando necessitam de um espaço maior para
se desenvolverem. Alguns deles são mais perceptíveis, como:
Folhas novas não se desenvolvem.
As folhas existentes começam a amarelar e/ ou cair.
A planta parece estar transbordando do vaso.

OBSERVAÇÃO 1: Para ter certeza da necessidade, retire delicadamente a planta do


vaso e examine as raízes, se estão crescendo umas sobre as outras e tomando a forma do
vaso.

OBSERVAÇÃO 2: As plantas rasteiras e forrações costumam se alastrar com facilidade,


necessitando de replantios, por isso é importante plantá-las em vasos e espaços maiores,
diminuindo a necessidade de manutenções excessivas.

As plantas precisam de substratos adequados para que possam se fixar e se


desenvolver de maneira satisfatória. Assim como as suas demais necessidades, o tipo de
substrato varia para cada espécie de acordo com suas características, mas no geral são
uma mistura de compostos orgânicos e areia.
Elas também precisam de nutrientes, podendo ser fornecidos através de adubos e
fertilizantes: orgânicos, como esterco, bokashi, torta de mamona e húmus; ou minerais,
como as formulações de NPK (podendo ser em pó ou grânulos).

OBSERVAÇÃO 1: Para mantê-las saudáveis, sem ter muito trabalho, o ideal é adubar
os vasos periodicamente, dependendo do tipo de fertilizante.

OBSERVAÇÃO 2: Para quem tem animais de estimação, o mais recomendado são os


adubos minerais, pois alguns dos orgânicos podem ser tóxicos se ingeridos, além de
exalarem cheiro forte.
Bibliografia consultada

BARGOS, D. C., MATIAS, L. F. 2011. Áreas verdes urbanas: um estudo de revisão e proposta
conceitual. REVSBAU, Piracicaba – SP.

LORENZI, H. Plantas para jardim no Brasil: herbáceas, arbustivas e trepadeiras. 2ª ed. Nova
Odessa– SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2015.1120p.

LORENZI, H.; MELLO FILHO, L.E. de. As plantas tropicais de R. Burle Marx. – The tropical
plants of R. Burle Marx. Nova Odessa– SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2001.
488p.

ROMAHN, V. Grande Enciclopédia Natureza de Plantas para o Jardim: trepadeiras, cactos,


suculentas, ervas e temperos. São Paulo: Editora Europa, 2019. v.4, 631p.

SOUZA, V.C., LORENZI, H., Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação das
famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG IV. 4ª ed. Nova
Odessa -SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2019. 768p.

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