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Universidade de Brasília
Departamento de Engenharia Mecânica – Faculdade de Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Ciências Mecânicas

Resumo do livro
Mechanical Behavior or Materials – Norman E. Downling
Capitulo 1 ao 3

Anne Caroline de Paula Nascimento

Brasília, abril de 2019.


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1 CAPITULO 1 – INTRODUÇÃO
Elementos de maquinas e estruturas devem ser bem dimensionados e projetos a fim
de que se garanta parâmetros como durabilidade, segurança e eficiência. E para isso é
importante conhecer bem a mecânica dos materiais.
É importante identificar o tipo de falha, para uma análise apropriada afim de prever
futuros comportamentos. Os tipos de falha de materiais são:
 Falha por deformação: há uma mudança na geometria e dimensão física do material;
 Falha por fratura: O material quebra em 2 ou mais partes;
 Falha por corrosão: O material por meio de ação química perde suas propriedades;
 Falha por erosão: há um desgaste no material causado por um fluido.
1.1 TIPOS BÁSICOS DE DEFORMAÇÃO E FRATURA
1. Deformação: As deformações são quantificadas em termos de tensão normal e de
cisalhamento na mecânica dos materiais. O efeito cumulativo das deformações em um
componente é uma deformação, como uma dobra, torção ou alongamento.
a. Independente do tempo
i. Elástica: a deformação elástica é recuperada imediatamente após o
descarregamento. Onde esta é a única deformação presente, o estresse e
a tensão são geralmente proporcionais.
ii. Plástica: quando descarregada, a deformação plástica não é recuperada,
ou seja, essa deformação é permanente. Os materiais que se comportam
de maneira dúctil, são os que suportam grandes quantidades de
deformação plástica, em contrapartida, os que fraturam com pouca
deformação, são materiais frágeis.
b. Dependente do tempo
i. Fluência: esse é o tipo de deformação que se acumula com o tempo
devido a sua deformação lenta e dependo do quanto se acumula, da
magnitude do estresse, o componente não pode mais executar sua
função. Este é o tipo de problema que se encontra com frequência em
locais de alta temperatura.
2. Fratura
a. Carregamento estático: são cargas que não variam com o tempo ou muda
muito lentamente.
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i. Frágil: fratura acompanhada de pouca deformação plástica ou se a


carga for aplicada muito rapidamente. Pode ocorrer também esse tipo
de fratura se houver rachadura ou outro tipo de falha no material,
mesmo em aços dúcteis.
ii. Dúctil: Esse tipo de fratura, ao contrário da frágil, é acompanhada de
deformação plástica significativa e pode ocorrer lentamente.
iii. De meio ambiente: pode ocorrer devido a resultados de uma
combinação de estresse e efeitos químicos. Por exemplo, alguns aços
de baixa resistência são suscetíveis a rachaduras em produtos químicos
cáusticos, como NaOH.
iv. Ruptura por fluência: a fratura por fluência é semelhante a fratura
dúctil, exceto pelo fato do processo depender do tempo.
b. Fadiga sob carregamento cíclico: uma causa comum de fratura é a fadiga, que
ocorre devido a carregamentos repetitivos. No geral, uma pequena fratura se
inicia no material e elas crescem até o momento da fratura.
i. Ciclo alto: número de repetições grande, por exemplo, milhões de
ciclos. Esse tipo de falha está associado a deformações pequenas, que
são principalmente elásticas.
ii. Ciclo baixo: ao contrário do ciclo alto, pode ocorrer a falha como
pequenos ciclos, dezenas, centenas ou milhares. A fadiga de baixo
ciclo, geralmente, é acompanhada de significativas deformações
plásticas.
iii. Crescimento de trincas por fadiga: alguns materiais podem apresentar
rachaduras inicialmente presentes em sua fabricação, ou podem
começar cedo na vida útil, isso pode levar a uma fratura frágil ou dúctil,
uma vez que as rachaduras são suficientemente grandes, a ênfase deve
então ser colocada no possível crescimento dessas rachaduras por
fadiga.
iv. Fadiga de corrosão
Os efeitos de falha descritos anteriormente podem agir de forma associada, causando
efeitos maiores que o esperado, efeito chamado de sinérgico. Por exemplo, a fluência e a
fadiga podem produzir um efeito aprimorado onde há carga cíclica em alta temperatura. O
desgaste devido a pequenos movimentos entre as peças montadas pode combinar com a carga
cíclica para produzir danos na superfície, seguidos de rachaduras, o que é chamado de fadiga
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por atrito. Isso pode causar falhas em níveis de tensão surpreendentemente baixos para certas
combinações de materiais.
Por isso é tão importante seguir a certos requisitos na engenharia, tais como
viabilidade e economia, padrões de estética de acordo com o uso, poluição ambiental
minimizada com materiais que possam ser reciclados, o item deve ser seguro e durável.
1.2 FATORES DE SEGURANÇA
estresse causando falha
X1=
estresse em serviço
Valores para fatores de segurança no intervalo X1 = 1,5 a 3,0 são comuns. Se a
magnitude da carga for bem conhecida e se houver poucas incertezas de outras fontes, os
valores próximos da extremidade inferior dessa faixa podem ser apropriados. Quando várias
causas de falha são possíveis, é necessário calcular um fator de segurança para cada causa, e a
mais baixa delas é o fator de segurança final. Por exemplo, fatores de segurança podem ser
calculados não apenas para produção, mas também para fadiga ou fluência. Se rachaduras ou
falhas afiadas são possíveis, um fator de segurança para fratura frágil é necessário também.
Fatores de segurança no estresse são às vezes complementados ou substituídos por fatores de
segurança na vida. Esse fator de segurança é a relação entre a vida esperada e a falha até a
vida útil desejada.
vidade falha
X1=
vidaútil desejada
1.3 IMPORTANCIA ECONOMICA DO ESTUDO DA FRATURA
Deformação e fratura são questões de grande importância econômica, especialmente
nos setores de veículos automotores e aeronaves. Os custos envolvidos na prevenção de
fraturas e no pagamento de suas consequências em todos os setores da economia são da ordem
de 4% do PIB.

2 CAPITULO 2 – ESTRUTURA E DEFORMAÇÃO DOS MATERIAIS


Alguns materiais como metais e ligas, polímeros, cerâmicas e vidros e compostos são
conhecidos por materiais de engenharia e são amplamente utilizados onde a resistência a
carga mecânica é necessária. Contudo, há diferenças entre as classes dos materiais quanto a
ligação química e microestrutura que afetam o comportamento mecânico, e isso deve ser
levado em consideração a fim de que se possa escolher o melhor material para aquela
finalidade.
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Há três tipos de ligações químicas primarias, que são fortes e rígidas e não se fundem
facilmente com o aumento da temperatura, essas ligações que mantem átomos e moléculas
juntos e sólidos, as ligações iônicas, covalentes e as metálicas. São responsáveis pelas
ligações de metais e cerâmicas, e fornecem o módulo de elasticidade relativamente elevado
(E). Van der Waals e ligações de hidrogênio, são as ligações secundárias e são relativamente
fracas. Estes são importantes na determinação do comportamento de líquidos e como ligações
entre as moléculas da cadeia de carbono nos polímeros.
A ligação iônica envolve a transferência de um ou mais elétrons entre átomos de
diferentes tipos. A ligação covalente tem a propriedade de serem fortemente direcionais, e
envolve o compartilhamento de elétrons quando camadas externas estão com mais da metade
cheias. As ligações covalentes estreitas tornam essas moléculas simples relativamente
independentes umas das outras, de modo que as coleções delas tendem a formar líquidos ou
gases à temperatura ambiente, ou um arranjo contínuo de ligações covalentes pode formar
uma rede tridimensional para formar um sólido, como por exemplo o carbono que com
ligações entre átomos, forma o diamante.
A ligação metálica para metais, a camada externa de elétrons está, na maioria dos
casos, menos da metade cheia; cada átomo doa seus elétrons de camada externa a uma
"nuvem" de elétrons. Esses elétrons são compartilhados em comum por todos os átomos de
metal, que se tornaram íons carregados positivamente como resultado da liberação de
elétrons. Os íons de metal são mantidos juntos pela atração mútua pela nuvem de elétrons.
No entanto podem ocorrer as ligações mistas e essas são bem comuns, por exemplo
sólidos, como SiO2 e outras cerâmicas, possuem ligações químicas que possuem um caráter
misto iônico-covalente. Metais de mais de um tipo podem ser fundidos juntos para formar
uma liga. Ligação metálica é o tipo dominante em tais casos.
Além das ligações primarias, há também as ligações secundarias que ocorrem devido
à presença de um dipolo eletrostático, que pode ser induzido por uma ligação primária. Onde
a ligação secundária envolve hidrogênio, como no caso da água, ela é mais forte que outras
ligações dipolares e é chamada de ligação de hidrogênio.
Downlin (2013) explica que “metais e cerâmicas são compostos de agregações de
pequenos grãos, cada um dos quais é um cristal individual. Em contraste, os vidros têm uma
estrutura amorfa ou não cristalina. Polímeros são compostos de moléculas em forma de
cadeia, que às vezes são organizadas em matrizes regulares de maneira cristalina. ”
Para um dado tipo de célula unitária, vários arranjos de átomos são possíveis e cada
arranjo desse tipo é chamado de estrutura cristalina. Existem sete tipos básicos de célula
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unitária: Cubico, tetragonal, hexagonal, ortorrômbicos, romboédricos, monoclínicos e


triclínicos. E ainda há, três estruturas cristalinas que podem ser formadas com uma célula
unitária cúbica são as estruturas cúbica primitiva (PC), cúbica centrada no corpo (BCC) e
cúbica de face centrada (FCC). A estrutura cristalina hexagonal compacta (HCP) também é
comum em metais.

No entanto, devido à necessidade de acomodar mais de um tipo de átomo e ao


aspecto direcional de até mesmo ligações parcialmente covalentes, os compostos formados
por ligações iônicas ou covalentes, como sais iônicos e cerâmicas, possuem estruturas
cristalinas mais complexas que materiais elementares. No entanto, a estrutura pode ser vista
como uma elaboração de uma das estruturas básicas de cristal.
Os materiais poli cristalinos são compostos de grãos cristalinos que são separados
por limites de grão, os tamanhos dos grãos variam amplamente, desde 1μm até 10mm,
dependendo do material e do seu processamento. Mesmo dentro dos grãos, os cristais não são
perfeitos, com defeitos ocorrendo que podem ser classificados como defeitos pontuais,
defeitos de linha ou defeitos superficiais. Ambos os limites de grãos e defeitos de cristal
dentro de grãos podem ter grandes efeitos no comportamento mecânico.

Figura 2.13 Quatro tipos de defeito pontual em um sólido cristalino.


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2.1 DEFORMAÇÃO ELÁSTICA E FORÇA TEÓRICA


Se uma tensão externa é aplicada a um material, a distância entre os átomos muda
em uma pequena quantidade que depende do material e dos detalhes de sua estrutura e
ligação. Essas mudanças de distância, quando acumuladas sobre um pedaço de material de
tamanho macroscópico, são chamadas de deformações elásticas. Vamos expressar força em
uma base de área unitária como tensão, σ = P / A. Onde σ é a tensão externa, P é a carga
aplicada e A é a área da seção transversal. O modulo de elasticidade representado pela letra E
é a inclinação da relação tensão-deformação, então temos:

Um valor para a resistência coesiva teórica de um sólido pode ser obtido usando a
física de estado sólido para estimar a tensão de tração necessária para quebrar ligações
químicas primárias, que é a tensão σb, esses valores são da ordem de σb = E / 10 para vários
materiais. Em vez de os laços serem simplesmente separados em tensão, outra possibilidade é
a falha de cisalhamento. A tensão de cisalhamento τ requerida primeiro aumenta rapidamente
com o deslocamento x, depois diminui e passa pelo zero à medida que os átomos passam
opostos um ao outro na posição de equilíbrio instável x = b / 2. A tensão muda a direção além
disso, pois os átomos tentam se encaixar em uma segunda configuração estável em x = b.
Uma estimativa razoável é uma variação sinusoidal.
2.2 DEFORMAÇÃO INELASTICA
A deformação inelástica ocorre quase instantaneamente à medida que o estresse é
aplicado é chamada de deformação plástica, diferentemente da deformação por fluência, que
ocorre somente após a passagem do tempo sob estresse. Essa grande discrepância pode ser
explicada pelo fato de que a deformação plástica ocorre pelo movimento das luxações sob a
influência de uma tensão de cisalhamento, à medida que um deslocamento se move através do
cristal, a deformação plástica está, com efeito, prosseguindo um átomo de cada vez, em vez de
ocorrer simultaneamente sobre um plano inteiro. O plano no qual a linha de deslocamento se
move é chamado de plano de escorregamento e, quando o plano de escorregamento intercepta
uma superfície livre, um degrau de escorregamento é formado. Uma vez que as luxações em
cristais reais são geralmente curvas e, portanto, têm o caráter de aresta e parafuso, a
deformação plástica realmente ocorre por uma combinação dos dois tipos de movimento de
deslocamento. A deformação plástica é muitas vezes concentrada em bandas chamadas
bandas deslizantes.
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2.3 DEFORMAÇÃO POR FLUÊNCIA


Há uma deformação elástica inicial e, a seguir, a deformação aumenta lentamente
enquanto a tensão é mantida. Se a tensão for removida, a tensão elástica é rapidamente
recuperada, e uma parte da tensão de fluência pode ser recuperada lentamente com o tempo; o
resto permanece como deformação permanente. Em materiais cristalinos - isto é, em metais e
cerâmicas - um importante mecanismo de fluência é o fluxo difusional de vagas. A formação
espontânea de vagas é favorecida perto dos limites de grãos que são aproximadamente
normais ao estresse aplicado e é desfavorável aos paralelos. Isso resulta em uma distribuição
desigual de vagas e em vagas que se difundem ou se movem de regiões de alta concentração
para regiões de baixa concentração, como ilustrado na Figura 2.26. Como indicado, o
movimento de uma vaga em uma direção é equivalente ao movimento de um átomo na
direção oposta. O efeito geral é uma mudança na forma do grão, contribuindo para uma
deformação de fluência macroscópica.

3 CAPITULO 3 - UMA PESQUISA DE MATERIAIS DE ENGENHARIA


Na engenharia o metal amplamente utilizado é o ferro, que é o principal constituinte
das ligas a base de ferro, os aços. Alguns outros metais estruturais também são utilizados
como o alumínio, cobre, titânio e outros.
Uma liga de metal é uma combinação de dois ou mais elementos químicos, onde a
maior parte ou todos são metais. Os detalhes da liga e processamento são escolhidos de modo
que o material tenha resistência a temperatura, resistência a corrosão, ductilidade e outras
características necessárias ao projeto. Lembrando que a deformação plástica é devida ao
movimento de deslocamentos, a força de escoamento de um metal ou a liga que geralmente
pode ser aumentada pela introdução de obstáculos à deslocação movimento. Tais obstáculos
podem ser emaranhados de deslocamentos, limites de grãos, estrutura cristalina distorcida
devido a átomos de impureza, ou pequenas partículas dispersas na estrutura cristalina.
3.1 FERROS E AÇOS
Os aços contem em sua composição principalmente ferro, contendo também
manganês e outras ligas adicionais. Ferro puto é bastante fraco, mas pode ser fortalecido
como adição de carbono. Liga adicional com pequenas quantidades de nióbio, vanádio, cobre
ou outros elementos permite o fortalecimento por refinamento de grãos, precipitação ou
efeitos da solução sólida. Se for adicionado carbono suficiente para a têmpera e revenimento
para ser eficaz, um grande aumento na força é possível.
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O ferro fundido é usado há mais de dois mil anos e ainda continuam sendo materiais
relativamente baratos e úteis, o ferro quando extraído na natureza não é altamente refinado,
sendo necessário assim serem feitos tratamentos nele. Há vários tipos de ferro fundido, todos
contem grandes quantidades de carbono, de 2 a 4% em peso, e também 1 a 3% de silício.
Os aços carbono contêm, como elemento de liga que controla as propriedades,
carbono em quantidades geralmente inferiores a 1%. Eles também contêm quantidades
limitadas de manganês e impurezas, como enxofre e fósforo. Os termos de aço de baixo
carbono e aço carbono são frequentemente usados para indicar um teor de carbono inferior a
0,25%, como o aço AISI 1020. Estes aços têm força relativamente baixa, mas excelente
ductilidade.
Aços de médio carbono, com teor de carbono em torno de 0,3 a 0,6%, e aços de alto
carbono, com teor de carbono em torno de 0,7 a 1% e maior, têm maiores resistências que os
aços de baixo carbono, resultado da presença de mais carbono. Além disso, a força pode ser
aumentada significativamente pelo calor tratamento utilizando o processo de têmpera e
têmpera, cada vez mais para maiores teores de carbono. Entretanto, altas forças são
acompanhadas por perda de ductilidade - isto é, por comportamento mais frágil.
Aços com alto teor de carbono são limitados a usos onde sua alta dureza é benéfica e
a baixa ductilidade não é uma desvantagem séria, como no corte de ferramentas e molas.
3.1.1 Aços de baixa liga
Em aços de baixa liga pequenas quantidades de elementos de liga, não mais que
cerca de 5%, são adicionados para melhorar várias propriedades ou a resposta ao
processamento. Como exemplos dos efeitos da liga, o enxofre melhora a usinabilidade, e o
molibdênio e o vanádio promovem refinamento de grãos. A combinação de ligas utilizadas no
aço AISI 4340 proporciona maior resistência - isto é, resistência ao fracasso devido a uma
rachadura ou falha afiada.
3.1.2 Aços Inoxidáveis
São aços que possuem boa corrosão resistência, pois contêm pelo menos 10% de
cromo. Esta liga também tem frequentemente resistência melhorada a altas temperatura.
3.1.3 Aços para ferramentas e outros aços especiais
São aços especialmente ligados e processados para ter alta dureza e resistência ao
desgaste, a maioria contém uma porcentagem considerável em cromo, alguns têm um teor de
carbono bastante elevado na faixa de 1 a 2%, e alguns contêm porcentagens razoavelmente
altas de molibdênio e/ou tungstênio. O fortalecimento geralmente envolve extinguir e moderar
ou relacionado tratamentos térmicos.
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3.2 METAIS NÃO FERROSOS


Os metais não ferrosos de maior resistência empregam endurecimento por
precipitação. Um reforço adicional é possível pelo endurecimento por precipitação, que é
conseguido por várias combinações de elementos de liga e tratamentos de envelhecimento. O
alumínio é, no entanto, um metal não ferroso, que é amplamente utilizado, como em
aplicações aeroespaciais, onde seu peso leve e resistência à corrosão são grandes vantagens
que compensar a desvantagem de menor resistência do que alguns aços.
Incluem nos metais não ferrosos ligas de alumínio e ligas de titânio. As ligas de
alumínio atingem parte de sua força a partir de efeitos de solução solida e pode ser fortalecida
além da condição recozida pelo trabalho frio. As ligas de titânio têm densidade
consideravelmente maior que a do alumínio, mas apenas cerca de 60% da do aço. Além disso,
a temperatura de fusão é um pouco maior que a do aço e muito maior que a do alumínio.
Além das ligas de alumínio e titânio, há também outras ligas de metais não ferrosos,
como por exemplo as ligas de cobre, que tem sido empregada em diversas aplicações devido
sua boa condutividade, resistência a corrosão e atratividade. O cobre quando combinado com
10 % de estanho é chamado de bronze. Embora o termo também seja usado para descrever
várias ligas com alumínio, silício, zinco e outros elementos. As ligas de cobre com zinco,
alumínio ou níquel são fortalecidas pelos efeitos da solução sólida. Adições de berílio
permitem o endurecimento por precipitação e produzem as ligas de cobre de maior
resistência.
3.3 POLÍMEROS
São materiais que consistem em moléculas de cadeia longa formada primariamente
por carbono-carbono. Exemplos incluem todos os materiais comumente chamados de
plásticos, a maioria das fibras sintéticas, borrachas e celulose e lignina em madeira. Polímeros
que são produzidos ou modificados pelo homem para uso como materiais de engenharia e
podem ser classificados em três grupos: termoplásticos, plásticos termoendurecíveis e
elastômeros.
Termoplásticos, quando aquecidos, amolece e derrete, mas se resfriado retorna a sua
condição original, o processo pode ser repetido várias vezes. Muitos termoplásticos têm uma
estrutura molecular relacionada à do gás etileno hidrocarboneto, C2H4. Os termoplásticos
baseados em etileno são de longe os plásticos mais utilizados, com PE, PVC, PP e PS,
representando mais da metade do peso do uso de plásticos. No entanto, outras classes de
termoplásticos que são usadas em quantidades menores são mais adequadas para aplicações
de engenharia onde é necessária alta resistência. Os plásticos de engenharia incluem os
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nylons, as aramidas como Kevlar, polioximetileno (POM), polietileno tereftalato (PET), óxido
de polifenileno (PPO) e policarbonato (PC). Suas estruturas moleculares são geralmente mais
complexas do que os dos termoplásticos baseados em etileno.
No entanto, um plástico termoendurecivel, quando aquecido muda quimicamente
durante o processo, em um determinado ponto, não vai derreter após o aquecimento, mas em
vez disso, decompor, por carbonização. A estrutura molecular de um plástico
termoendurecivel consiste em uma rede tridimensional. Alguns outros polímeros
termoendurecíveis comuns são os adesivos epóxi e as resinas de poliéster usados para fibra de
vidro.
Elastômeros são materiais com comportamento emborrachado, podem ser
deformados por grande tensão, contudo a maior parte desta deformação será recuperada após
remoção do estresse. Elastômeros são tipificados pela borracha natural, mas também incluem
uma variedade de polímeros sintéticos com comportamento mecânico similar. Alguns
elastômeros, como os elastômeros de poliuretano, se comportam uma maneira termoplástica,
mas outros são materiais termoendurecíveis.
Uma das características dos polímeros é o seu peso leve, que a maioria tem uma
densidade semelhante à da água e pouco excedem essa densidade. Dessa forma os polímeros
são tipicamente tão pesados quanto o alumínio (ρ = 2,7 g / cm3) e muito mais leve que o aço
(ρ ≈ 7,9 g / cm3). A maioria dos polímeros em forma não modificada são relativamente
fracas, com forças de tensão finais tipicamente na faixa de 10 a 200MPa.
3.4 CERAMICAS E VIDROS
Cerâmica e vidros são sólidos que não são metálicos nem orgânicos. A cerâmica
inclui produtos de argila, como porcelana, porcelana e tijolo, e também pedra natural e
concreto. Cerâmicas usadas em aplicações de alta tensão, chamadas cerâmicas de engenharia,
são frequentemente compostos simples de metais, ou o metalóide silício ou boro, com não-
metais como o oxigênio, carbono ou azoto. Carbono em suas formas de grafite ou diamante
também é considerado uma cerâmica. As cerâmicas são predominantemente cristalinas,
enquanto os vidros são amorfos. A maioria dos vidros é produzida por sílica de fusão (SiO2),
que é areia comum, juntamente com outros óxidos metálicos, tais como CaO, Na2O, B2O3 e
PbO. Cerâmicas de engenharia têm várias vantagens importantes em comparação com metais.
Eles são altamente resistentes à corrosão e ao desgaste, e as temperaturas de fusão são
tipicamente bastante altas. A cerâmica também é relativamente rígida (alta E) e leve em peso.
Além disso, eles são muitas vezes baratos, como os ingredientes para sua fabricação são
tipicamente abundantes na natureza. Deslizamento de planos cristalinos não ocorre
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prontamente em cerâmica, devido à força e natureza direcional da mesma ligação


parcialmente covalente e as estruturas cristalinas relativamente complexas. Muitas vezes há
um grau apreciável de porosidade em cerâmica, e tanto as cerâmicas quanto os vidros
geralmente contêm fissuras microscópicas. Estas descontinuidades promovem craqueamento
macroscópico e, portanto, também contribuem para o comportamento frágil. O processamento
e os usos da cerâmica são fortemente influenciados por sua fragilidade.
3.5 MATERIAIS COMPÓSITOS
Um material compósito é feito pela combinação de dois ou mais materiais que são
mutuamente insolúveis misturando ou ligando-os de tal maneira que cada um mantenha sua
integridade. Muito materiais compósitos consistem em uma matriz de um material que
envolve partículas ou fibras de um segundo material. Materiais compósitos têm uma ampla
gama de usos, e seu uso está aumentando rapidamente. Os compósitos podem ser adaptados
para atender necessidades especiais, como alta resistência e rigidez combinadas com peso
leve. Os materiais resultantes de alto desempenho (e caros) estão sendo cada vez mais usado
em aplicações de aeronaves, espaço e defesa, e também para equipamentos esportivos de alta
eixos do clube de golfe e varas de pesca. Compósitos mais econômicos, como plásticos
reforçados com fibra de vidro, continuamente encontram novos usos em uma ampla gama de
produtos, como componentes automotivos, cascos de barcos, equipamentos esportivos e
móveis. Madeira e concreto, é claro, continuam a ser importantes materiais de construção, e
novos compostos envolvendo esses e outros materiais também entraram em uso recente na
indústria da construção.
3.5.1 Compósitos particulados
Tipo de compósito que tem vários efeitos em um material de matriz, dependendo das
propriedades dos dois constituintes. Partículas dúcteis adicionadas a uma matriz frágil
aumentam a tenacidade, como rachaduras tem dificuldade em passar pelas partículas.
3.5.2 Compósitos fibrosos
Fibras fortes e rígidas podem ser feitas de materiais cerâmicos que são difíceis de
usar como materiais a granel, como vidro, grafite (carbono), boro e carboneto de silício (SiC).
Quando estes são incorporados em uma matriz de um material dúctil, como um polímero ou
um metal, a resultante é um composto pode ser forte, rígido e resistente. As fibras carregam a
maior parte do estresse, enquanto a matriz mantém-los no lugar.
3.5.3 Compósitos Laminados
Um material feito pela combinação de camadas é chamado de laminado. As camadas
podem diferir quanto à fibra, a orientação, ou podem consistir em materiais diferentes. A
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madeira compensada é um exemplo familiar de um laminado muito utilizado, as camadas


diferem quanto à direção dos grãos e talvez também quanto ao tipo de madeira.
3.6 SELEÇÃO DE MATERIAIS PARA COMPONENTES DE ENGENHARIA
Um componente de engenharia, como uma viga, eixo, membro de tensão, coluna ou
parte da máquina, não podem deformar excessivamente ou falhar por fratura ou colapso. Ao
mesmo tempo, o custo e muitas vezes o peso não deve ser excessivo. A consideração mais
básica para evitar deformação excessiva é limitar a deflexão devido à deformação elástica.
Para uma dada geometria de componente e carga aplicada, a resistência a deflexão elástica -
isto é, a rigidez - é determinada pelo módulo elástico E do material. Quanto à força, o
requisito mais básico é evitar que o estresse exceda a força de falha do material, tal como a
força de rendimento σo de um teste de tensão. Muitas vezes é possível em tais situações
realizar uma análise sistemática que fornecerá uma classificação de materiais para cada
requisito de desempenho, proporcionando estrutura organizada para fazer a escolha final.
Para isso um procedimento sistemático pode ser seguido afim de permitir que o
material ideal seja escolhido. Para começar, classifique as variáveis que inserem o problema
em categorias como:
1. Requisitos: tais como comprimento, carga ou fator de segurança.
2. Variável de geometria: raio da seção ou medidas das arestas
3. Propriedades do material: densidade do material, modulo de elasticidade e outros.
4. Quantidade a ser minimizado ou maximizado do feixe

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