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Sífilis 
Infecções Sexualmente transmissíveis 
Autor: Lucas Braga de Andrade 
 

Introdução:  Sífilis  é  uma  doença  sexualmente  transmissível  crônica  com  manifestações 


clínicas e patológicas variadas em cada estágio da doença.  

Agente  causador:  Treponema  pallidum  (bactéria  espiroqueta  gram-negativa,  em  forma  de 
saca-rolha e muito delgadas para serem visualizadas em coloração Gram). 

Transmissão:  Pode  ser  transmitida  verticalmente,  por transfusão sanguínea e por contato 


direto com sangue contaminado. 

Patogenia:  A  Sífilis  não  congênita  é  dividida  em três estágios com manifestações clínicas e 


patológicas  distintas.  E  muito  da  patologia  pode  ser  atribuída  a  isquemia  causada  pelas 
lesões vasculares.  

Sífilis Primária (aproximadamente 3 semanas após a infecção) 

  Apresentação:  Cancro  duro  (pápula  avermelhada,  não  dolorosa,  levemente 


elevada,  firme,  com  até  vários  cm  de  diâmetro,  que  erode  para  criar  uma  úlcera  rasa  de 
base  limpa).  Localizada  no  sítio  de  invasão  pelo  treponema  no  pênis,  colo  uterino,  parede 
vaginal  ou  ânus,  sendo  que  nos  homens  70%  ocorre  no  pênis  ou  escroto  e  nas  mulheres 
50% na vulva ou colo uterino.  

 

 

 
 

  O cancro duro cura com ou sem terapia e espiroquetas são abundantes 
dentro  do  cancro  e  de  lá  se  disseminam por todo corpo de forma hematogênica ou 
de forma linfática.  

Sífilis Secundária 

    Ocorrem  2  a  10  semanas  após  cancro  primário  em  aproximadamente  70%  dos 
pacientes não tratados.  

  Esse  estágio  é  marcado  por  lesões  superficiais  e  indolores  na  pele  e  superfícies 
mucosas  (mucocutâneas  maculopapulares,  escamosas  ou  pustulares,  disseminadas  que 
envolvem cavidade oral, palma das mãos e solas dos pés). 

  Condilomas planos: Placas elevadas de base ampla em áreas úmidas como região 
anogenital, parte medial da coxa e axilas.  

  Neurossífilis  assintomática  (8%  a  40%)  e  Neurossífilis  sintomática  (1%  a  2%)  com 


alterações visuais, meningite e alterações auditivas. 

Linfadenopatias, febre-branda, mal-estar e perda de peso também são comuns. 

tágio de Latência 

Período latente de 5 anos ou mais. 

 

 

 
 

Sífilis Terciária 

Um terço dos pacientes não tratados 

  Três  manifestações  principais  que  podem  andar  juntas  ou  isoladas:  Sífilis 
cardiovascular, Neurossífilis e Sífilis Terciária Benigna.  

- Sífilis  cardiovascular  (80%  dos  casos  de doença terciária) : Aortite sifilítica causada 


pela  endarterite  dos  vasa  vasorum,  sua  oclusão  resulta  em  cicatrização  da  túnica 
média  da  parede  aórtica  proximal,  causando  perda  da  elasticidade.  Leva  a  uma 
dilatação  lentamente  progressiva  da  raiz e arco aórticos o que causa insuficiência da 
valva aórtica e aneurisma de aorta proximal.  
- Neurossífilis  assintomática  (33%  dos  casos  de  neurossífilis)  :  Suspeitada  na 
detecção  de  anormalidades  no  LCR  como  pleocitose  (aumento  do  número  de 
células  inflamatórias),  níveis  elevados  de  proteína  e  é  confirmada  pela  detecção  de 
anticorpos no LCR.  
- Neurossífilis sintomática (10% dos indivíduos com infecção não tratada) :  

  Neurossífilis  meningovascular:  meningite  crônica  envolvendo  a  base  do 


encéfalo, enderarterite obliterativa associada acompanhada por reação inflamatória 
perivascular.  E  pode  apresentar  Gomas  Cerebrais  nas  meninges  (lesões  expansivas 
ricas em plasmócitos). 

  Neurossífilis  parética:  Invasão  do  T.pallidum  no  encéfalo,  clinicamente 


manifestada  como  prejuízo  cognitivo  insidioso,  mas  progressivo,  associado  a 
alterações  de  humor  que  evoluem  para  demência  grave.  Comumente  lesões  em 
lobo  frontal  associada  a  perda  de  neuronios,  proliferação  de  microglia,  gliose  e 
depósitos de ferro.  

  Tabes dorsalis: Danos aos axônios e mielina sensoriais nas raízes dorsais. 
Leva  a  um  comprometimento  da  sensação  de  posição  articular  e  ataxia,  perda  da 
sensação  de  dor,  levando  a  danos  na  pele  e  articulações  (Charcot)  e  ausência  de 
reflexos profundos. 

 

 

 
 

- Sífilis  terciária  benigna:  Formação  de  gomas  no  osso,  pele  e  membranas  mucosas 
da  via  aérea  superior  e  boca. São lesões nodulares relacionada a hipersensibilidade 
tardia às bactérias. Causam dor, edema e fraturas patológicas.  

  

Sífilis congênita  

  Ocorre  durante  a  Sífilis  primária  ou  secundária,  onde  os  espiroquetas  são  mais 
numerosos. 

  A morte intra uterina e a morte perinatal ocorrem, cada uma, aproximadamente 
25% dos casos de sífilis congênita não tratada.   

- Sífilis  infantil  (primeiros  dois  anos  de  vida)  :  Exantema,  Osteocondrite,  Periostite  e 
Fibroses hepáticas e pulmonar. 
- Sífilis escolar: Ceratite intersticial, Dentes de Hutchinson e Surdez do oitavo nervo 

  

 

 

 
 

Resumindo:  

  Sífilis  e  Imunologia:  A  resposta  imune  ao  agente  reduz  a  carga  bacteriana  e  pode  levar  a 
resolução  das  lesões  locais,  mas  não  elimina  a  infecção  sistêmica.  Os  sítios  de  infecções 
como  cancros  e  erupções  contém  um  intenso  infiltrado  com  cel.  Th1,  plasmócitos  e 
macrofagos que cercam as bactérias.  

A  membrana  externa  do  agente  possui  uma  proteína,  TprK, que acumula uma diversidade 


estrutural durante a infecção através de recombinação genética e isso pode contribuir para 
a diversidade antigênica, que permite que o organismo persista.  

Testes  Sorológicos  para  Sífilis:  Divididos  entre anticorpos não treponêmicos e anticorpos 


antitreponema, é a base do diagnóstico da sífilis.  

- Não  treponêmicos:  medem  os  anticorpos  anticardiolipina  (fosfolipideo  presente  nos 


tecidos  do  hospedeiro  e  na  bactéria)  e  são  detectados  nos  testes  de  reagina 
plasmática rápida (RPR) e pelo Veneral Disease Research Laboratory (VDRL). 

 

 

 
 

- Treponêmicos:  Anticorpos  que reagem especificamente com o T.pallidum (Fluorescent 


treponemal antibody absorption test - FTA-ABS) 

Observações:  

- Ambos  os  testes  são  moderadamente  sensíveis  para  sífilis  primária  (aprox.  70%), 
não podendo excluir em caso de resultado negativo. 
- > 95% de sensibilidade para sífilis secundária. 
- Os treponêmicos são sensíveis à fase latente. 

Tratamento 

  

   

   

 

 

 
 

   

    

 

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