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"Regra Matriz de Incidência" (PBC)

Temos:

- (a) hipótese - identifica o fato jurídico exclusivamente (fato gerador), e nada mais. Seus elementos são:

- critério material
- critério espacial
- critério temporal

- (b) conseqüente - identifica os elementos da obrigação tributária - compreende normas obrigatórias,


proibitivas ou permissivas. Seus elementos são:

- critério subjetivo - identifica os sujeitos passivos e ativos.


- critério quantitativo - identifica os elementos da obrigação tributária referentes à base de calculo e à
alíquota.

Todos esses elementos devem vir previamente identificados na lei tributária. Pelo critério material e
pela base de cálculo se diferencia o tributo entre imposto, taxa e contribuição.

Pelo lançamento (norma tributária in concreto), a autoridade tributária institui a obrigação/crédito


tributário. Prevê o fato jurídico tributário (fato gerador - hipótese) e a relação jurídica tributária
(conseqüente) coberta pela norma tributária. Após o lançamento, vem a fase da publicação/notificação.
Depois, o vencimento, a mora e a inscrição na dívida ativa, para fins de execução administrativa. Aqui,
suspende-se o prazo de prescrição por 180 dias. Por último, a administração pública pode promover a
execução fiscal (certidão da divida ativa).

25.08.04 - faltei

Elementos da hipótese tributária (critérios material, espacial e temporal)

Teorias da norma tributária

1) O tributo decorre exclusivamente do poder emanado do chefe do Estado.

2) Teoria das Relações jurídicas complexas - há mais de um vínculo jurídico entre os sujeitos - Estado x
sujeito (o prestador de serviços, além de pagar o ISS ao Estado, é obrigado a elaborar talonários de nota
fiscal, fazer declarações, etc.).

3) Dinâmica Tributária (decorre da anterior) - contrapõe o direito subjetivo do estado ao credito tributário x
estado de sujeição do individuo ao controle fiscal. Aqui, está negado o principio de relação entre estado e
contribuinte baseado na Constituição.

4) Relação simples - leva em conta as relações jurídicas entre o Estado e o sujeito de forma individual, uma
por uma. É a teoria que se adota no sistema tributário brasileiro.

Elementos do "conseqüente"

- (i) critério subjetivo


- sujeito ativo: o Estado
- sujeito passivo: o contribuinte
A lei deve identificar ambos os sujeitos, mas não meramente a qualificação de cada um, mas uma
qualificação para atribuir direitos (sujeito ativo - direito subjetivo - exigir a prestação, multa pelo
descumprimento, execução fiscal - suporte institucional do Estado para fazer valer o direito de crédito) e
deveres (sujeito passivo - dever jurídico - cumprir a obrigação objeto da relação jurídica: tributo).

A relação entre sujeito ativo e sujeito passivo é marcada por um liame, uma relação jurídica, onde
situam-se num mesmo plano (não há relação de submissão, a não ser de ambos perante ao ordenamento
jurídico). Esta relação pode de obrigatoriedade, permissividade, ou proibição. No caso do direito ao credito
do Estado perante o sujeito, a relação que predomina é a de obrigatoriedade do sujeito de pagar o tributo.

- (ii) critério quantitativo


- base de calculo:
- alíquota:

Prestam-se à determinação do objeto da prestação, que é o tributo (entrega da patrimonialidade do


sujeito ao Estado).

A norma jurídica tributária não limita-se exclusivamente a descrever os diversos critérios


subjetivos, quantitativos, materiais, etc.. Pode ser assim identificada:

- preceito primário - estabelece a conduta


-- hipótese
-- conseqüente

- preceito secundário - contém a norma sancionadora


-- hipótese
--conseqüente

Existem 3 modalidades de obrigação tributária:

- (i) cobrança de tributos


- (ii) sanções pelo descumprimento de obrigações principais ou acessórias
- (iii) deveres formais ou instrumentais - não tem natureza patrimonial (preenchimento de livros fiscais,
sujeição à fiscalizações, etc.)

Tratam-se de figuras totalmente autônomas. Os fatos jurídicos que originam cada uma dessas
obrigações são distintos. Estas obrigações definem-se sempre como normas (preceitos) primárias.

Obrigação tributária principal é aquela de caráter patrimonial, que define a obrigação do


contribuinte de pagar o tributo ao Estado, que tem o direito de crédito.

Obrigação tributária acessória (deveres formais) se traduz em se fazer, não fazer ou tolerar algo por
parte da Administração Pública. São obrigações que não possuem caráter patrimonial. Não se submetem a
todos os princípios constitucionais tributários, como o da anterioridade, mas somente a alguns, como o de
vedação ao impedimento do trafico de pessoas e bens. Cumprem papel fundamental, de realizar a produção
de provas a Adm. Publica - notas fiscais, relação do patrimonio do individuo - principio da veracidade.

08.09.04 - faltei
13.09.04 - faltei

Elementos do conseqüente – critério subjetivo – sujeito ativo e sujeito passivo (1ª parte)
Classificação da responsabilidade tributária

Podemos separar os sujeitos passivos tributários em 2 ordens (Prof. Rubens):

- diretos - contribuintes, por manterem uma relação direta com o fato gerador da obrigação principal.

- indiretos - mantém uma relação indireta com o fato gerador da obrigação tributária - ver artigo 128 CTN
(um dos motivos pelos quais o Heleno não concorda com esta classificação). Trata-se da substituição e da
responsabilidade. Esta subdivide-se em solidariedade e transferência, por sucessão ou de terceiros.

Para o prof. Heleno, a classificação dos sujeitos passivos é a seguinte:

a) contribuintes - já foi falado

- unitários

- solidários

b) responsáveis

- (i) por imputação legal - a obrigação tributária (o sujeito passivo) vem indicado pela própria lei que
institui o tributo - art. 128 CTN. Pode ser:

- pura - tem relação direta com o fato gerador da obrigação principal. O responsável deve recolher o
tributo em nome do contribuinte. O sócio de uma empresa, por exemplo, é obrigado a recolher os tributos
em nome dela (ICMS, ISS). Se não o faz, os bens da empresa podem ser executados, e em seguida, os bens
do responsável tributário (mas não se trata de responsabilidade solidária!!!).

- solidária - tem mero efeito de garantia, não se tratando de forma de responsabilidade autônoma. É o caso,
por exemplo, dos agentes de retenção com dever de tributação definitiva na fonte, quando o contribuinte
deixa de cumprir com sua obrigação. Não se confunde com os casos de antecipação da obrigação tributária
(substituição). Apenas retém o valor do tributo para depois repassá-los ao Estado.

- (ii) sucessores - a obrigação tributária transfere-se a outro sujeito, por razoes que não guardam relação
com o fato gerador da obrigação tributária principal. São fatos estranhos à matéria tributária - art. 129
CTN. Comporta as seguintes modalidades:

- imobiliária - art. 130 CTN - o fundamento desta regra é o de que qquer bem imobiliário, uma vez
alienado, opera-se a transferência do patrimônio do antigo proprietário ao adquirente, inclusive das
obrigações tributárias (aquelas que não foram cumpridas pelo antigo proprietário). O adquirente só se
exime de pagar tais tributos se constar quitação no instrumento de transcrição do imóvel. Os serventuários
de oficio qdo inserem quitação falsa no instrumento de transcrição, tornam-se responsáveis tributários
(inciso IV). A certidão negativa fraudulenta responsabiliza pessoalmente aquele que a expediu (art. 208
CTN).

- transferência de bens (por alienação ou remissão do bem em execução fiscal) - art. 131 CTN - o
adquirente dos bens (móveis) responde pelas obrigações tributárias a estes relacionadas.

- causa mortis - art. 131, II e III CTN - os sucessores e o meeiro respondem pelos tributos relacionados
com o “de cujus” nos limites do legado, quinhão ou meação. Ainda, o espólio é responsável pelos tributos
do “de cujus” até a abertura da sucessão.
- responsabilidade empresarial – subdivide-se em:

-- reorganização/extinção da PJ - art. 132 CTN (não faz referencia à cisão pq ainda não tinha disciplina
jurídica no Brasil). Todos os fatos tributários ocorridos anteriormente transferem-se ao sucessor.

-- alienação - art. 133 CTN - Todos os fatos tributários ocorridos anteriormente transferem-se ao sucessor.
Integralmente se o alienante cessar suas atividades. Subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na
exploração da atividade ou iniciar outra no mesmo ou em outro ramo de comercio, industria ou profissão,
dentro de 6 meses a contar da data da alienação.

- (iii) terceiros – art. 134 CTN - tb não nasce de relação direta com o fato gerador da obrigação tributária
principal. Podem ser obrigações legais (administrador de bens, vínculos societários, pais com relações aos
filhos). Deve haver (a) impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte (b) nos atos que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. A responsabilidade
é solidária!

Art. 134 CTN

I - os pais pelos tributos devidos por sue filhos menores


II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos pelo tutelado e curatelado;
III - administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espolio (e não pelo de cujus);
V - o sindico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou concordatário (em virtude da
administração da universalidade de bens);
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de oficio, pelos tributos devidos sobre os atos praticados
por eles, ou perante eles, em razão de seu oficio;
VII - os sócios, nos casos de liquidação de sociedade de pessoas.

Art. 135 CTN

Traz a responsabilidade pessoal pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes


de atos praticados com excesso de poder ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Há direito de
regresso das pessoas definidas no artigo 134, pelos atos de seus responsáveis tributários (o patrimonio do
tutelado responde pelo tributo, mas tem direito de regresso contra o tutor).

c) substitutos (substituição tributária - analisar a substituição tributária na Lei Complementar 87/96 -


arts 6/10) - É o mecanismo que permite antecipar o pagamento do tributo devido em operações sucessivas
e posteriores. É o que se depreende da analise do §7º do artigo 150 CF/88. O foco central da idéia de
substituição é o fato gerador presumido, pq deve ocorrer posteriormente. A partir dele forma-se uma
relação jurídica tributária, em face de um certo sujeito passivo de obrigação tributária (responsável
tributário), de pagar imposto ou contribuição. Só se aplica qdo se trata de impostos plurifásicos - ICMS (a
industria vende o produto ao atacado, que o repassa ao varejo, que o vende ao consumidor). Assim,
antecipa-se o pagamento do tributo, por exemplo, pela industria, antes mesmo dela ter distribuído o
produto, ou antes de o consumidor tê-lo adquirido. O substituto será posteriormente ressarcido pelo
substituído. Para o efeito do valor a ser transferida ao Estado (antecipação do pagamento do imposto ou
contribuição pelo substituto), deve-se considerar a base de cálculo e alíquota a ser aplicada ao substituído
qdo do ressarcimento do substituto.

Relações jurídicas

1ª) o substituto antecipa o pagamento do tributo ao Estado.


2ª) o substituído ressarci o substituto. Não há aqui extinção da obrigação tributária.
3ª) verificando-se o fato gerador presumido, extingue-se a obrigação tributária. Fato gerador a maior, gera
debito tributário; fato gerador a menor gera direito de crédito tributário.
4ª) não se realizando o fato gerador presumido, o substituído, que ressarciu o substituto, é sujeito ativo em
relação com o Estado.

d) responsabilidade por infrações - arts. 136 e 137 CTN - se o contribuinte ou responsável descumprir
obrigação principal ou acessória, independentemente de haver dolo ou da efetividade , natureza e extensão
dos efeitos de seu ato, surge a responsabilidade por infrações, através de multas, onde haverá a entrega do
dinheiro ao fisco de forma objetiva (e não subjetiva, por livre e espontânea vontade). Os terceiros só
respondem por penalidades de caráter moratório (artigo 134, parágrafo único CTN). A responsabilidade é
pessoal, não se transferindo a sucessores e tampouco a terceiros nos casos do artigo 137 CTN. É excluída
pela denuncia espontânea da infração, afastando a aplicação da multa e dos juros de mora (art. 137 CTN).
A denuncia deve ser feita antes do inicio de qquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização,
relacionados com a infração (parágrafo único art. 137 CTN).

Estudo do critério quantitativo da obrigação tributária - alíquota e base de calculo.

a) base de cálculo - cumpre, basicamente, 3 funções especificas:

- função comparativa, que se presta à qualificação dos tributos, afirmando, confirmando ou infirmando o
critério material da hipótese - as taxas, impostos e contribuições devem prever na lei tributária a sua
respectiva base de cálculo;

- função de quantificação do débito tributário;

- função de medida das proporções reais do fato jurídico tributário, em termos patrimoniais.

b) alíquota - guarda natureza proporcional, que pode ser (i) progressiva ou (ii) regressiva.

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