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Prefácio
Destaque (rosa) - Posição 58
Quando se compreende que a linguagem pode se constituir como um
fazer- dizer, ou seja, como uma situação na qual o seu fazer seja
simultaneamente o seu dizer, abandona- se a fala da dança como a arte
do indizível. Ela não somente se torna dizível, como passa a ser vista
como dizendo- se no seu fazer. Ao atar o fazer ao dizer, coloca o fazer
ligado às informações que estão no mundo e, assim, ao vincular dança
e mundo, politiza o seu discurso.
Apresentação
Destaque (rosa) - Posição 76
Em algumas oportunidades essas percepções se dão no imediato
contato com o fazer artístico - como uma fala que se reconhece.
457.Sua fala está nos modos de fazer dança que ecoam o fazer- dizer
materializado como ações corpóreas que apresentem traços, vestígios e
características de inúmeras informações que são grudadas, trocadas e
negociadas através da relação sujeito- mundo. Organizada
performativamente a dança, produz atos de fala performativos.
513. Desse mesclado vai surgir uma informação, que carrega traços das
outras, mas que se apresenta como informação singular. No interstício
se dá, então, o trânsito de idéias, informações, proposições.
569. Parece que há uma fronteira clara entre o fazer e o dizer. Porque o
dizer está pronto antes do fazer.
Esse sujeito é visto sob uma perspectiva intersticial. Não uno e sim
múltiplo, está disponível para revisitar e reconfigurar modelos históricos,
sociais, políticos e culturais e, nesse movimento, reconfigurar- se
também.
Além disso, faz refletir sobre como as falas do corpo são organizadas e
enunciadas institucionalmente e sobre a existência da possibilidade do
exercício da "agência" 22 (que não é soberania do sujeito) em vez do
exercício de restauração de noções convencionais de dominação.
[...] não é o consenso que faz surgir o corpo social, mas a materialidade
do poder se exercendo sobre o próprio corpo dos indivíduos [...] O
domínio, a consciência de seu próprio corpo só puderam ser adquiridos
pelo efeito do investimento do corpo pelo poder: a ginástica, os
exercícios, o desenvolvimento muscular, a nudez, a exaltação do belo
corpo [...] o poder penetrou no corpo, encontra- se exposto no próprio
corpo [...] (FOUCAULT, 1979, p. 146).
Forma- se então uma política das coerções que são um trabalho sobre o
corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos,
de seus comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de
poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe.
Teoria da multiplicidade