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OS PROFESSORES E A TECNOLOGIA EDUCACIONAL1

Marcos Gonçalves Rodrigues2

Blanca Martín Salvago3

RESUMO

O estudo pretende apresentar quais são as principais influências tecnológicas no ensino superior, o que
auxiliou, influenciou e de que maneira os alunos as utilizam. Até que ponto os docentes se preparam
para esta mudança. Sendo assim, podemos observar os seguintes objetivos como: Em que
contribuíram para o ensino superior? De que maneira é utilizada por professores e alunos e a
resistência dos docentes para esta nova adaptação e abordará também as dificuldades que os
professores enfrentam por serem considerados ultrapassados e por não pertencerem a esta nova
geração que já nasceram em meio à tecnologia, os chamados Nativos Digitais. Suas dificuldades em se
apropriar do novo, inserir velhos conceitos através de novas tecnologias à formação em sala de aula, a
formação docente para que suas aulas se tornem mais atraentes para seus alunos. A pesquisa
bibliográfica demonstra a resistência dos professores a esta tecnologia e o quanto se podem incluir a
inovação a seu método de trabalhos, traçando um objetivo entre diferenciar o que temos de tradicional
e como usar de uma nova maneira de ensinar o tradicional.

PALAVRAS-CHAVE: 1 Imigrantes digitais. 2 Tecnologias de Informação e Comunicação. 3


Educação Superior. 4 Formação Docente.

_________________________

INTRODUÇÃO

Este trabalho foi desenvolvido de acordo com as necessidades de demonstrar as


dificuldades que muitos docentes enfrentam em desenvolver e aprimorar as habilidades com
ferramentas tecnológicas em sala de aula ou em ambientes diversos. A tecnologia educacional
em vários aspectos vem se apresentando cada vez mais efetiva, porém muitos professores não
a usam adequadamente. Os professores que conhecem e sabem utilizar as ferramentas

1
Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-graduação em Docência no Ensino Superior da Universidade Católica
Dom Bosco.
2
Graduado em Pedagogia pela Faculdade Anhanguera de Jacareí-São Paulo (2012), Professor de ensino
fundamental. E-mail: marcosrodrigus@msn.com
3
Professora Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso. Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia
de Granada (Espanha). Licenciada em Letras pela Universidade Católica Dom Bosco (Campo Grande – MS).
Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália). Coordenadora Pedagógica da
UCDB Virtual. E-mail: blanca@ucdb.br
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tecnológicas devem se servir delas de maneira efetiva e também interagir com os demais
colegas de profissão auxiliando a sua equipe como um facilitador para que os demais sintam a
importância de se aprender e de continuar se aprofundando, vivenciando e facilitando a
aprendizagem dos alunos.
O estudo procura demonstrar que o docente pode não ser o principal personagem
do conhecimento dos alunos em aprender com as novas tecnologias, pois a tecnologia, o
aprendizado tecnológico não é limitado ao ambiente escolar, mas que o professor se torna um
incentivador para a continuidade dos estudos. Por isso este artigo descreve a necessidade em
que os professores têm de serem espelho a seus alunos e fazer com que os alunos sintam-se
seguros em obter tal formação e prontos para participar da sociedade efetivamente.
Os professores precisam desenvolver de maneira prática sua formação, pois
quando falamos de teoria tudo se torna prático, mas não é assim que acompanhamos a
educação nos últimos anos. O objetivo do estudo e verificar as possibilidades de mudar a
qualidade de trabalho dos docentes, os professores precisam aprender que ao invés de
lutarmos contra a tecnologia, precisamos incluí-las em nosso ambiente de trabalho, não
deixarmos que somente façamos uso em pequenos detalhes como uma ida ao banco, digitar
uma senha ou utilizar aplicativos sem função educativa, ou fazer de alguns aplicativos
instrumentos de correção e aprendizado.
A pesquisa desenvolvida por meio de uma revisão bibliográfica busca desenvolver
a criticidade sobre as mudanças ocorridas na nossa educação, traçar um comparativo entre os
professores que são considerados Imigrantes Digitais e os alunos nascidos na era digital
chamados de Nativos Digitais e até que ponto estas mudanças são aceitas pelos docentes e
compreendidas pelos alunos. Desta maneira podemos discutir as diferenças para o
enriquecimento da formação continuada no sistema educacional do Brasil e para a formação
superior, ampliando assim a necessidade do entendimento das novas tecnologias e as novas
contribuições que esta modalidade pode nos oferecer.

1 IMIGRANTES E NATIVOS DIGITAIS

1.1 IMIGRANTES DIGITAIS


Marc Prensky (2001) há alguns anos já classificava os professores e alunos como
Imigrantes e nativos digitais. Os imigrantes digitais são os professores que não nasceram na
era digital, que com o tempo tiveram que se habituar e introduzir a tecnologia ao meio em que
vivem, seja profissional e pessoal, acreditando que os alunos aprenderiam da mesma forma
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que eles, professores, aprenderam. Muito destes professores pensam que os aprendizes são os
mesmos e que os métodos que funcionavam com eles funcionarão agora. Eles acreditavam
que seus alunos não conseguem desenvolver seu aprendizado ouvindo som, assistindo a TV,
acreditam que o aprendizado não pode ser divertido.

1.2 NATIVOS DIGITAIS

São considerados os que já nasceram na era digital. Possuem uma maneira


diversificada e mais ágil de acesso às informações e possuem capacidade de realização de
várias tarefas ao mesmo tempo, possuem apreciação por novas habilidades, acreditam que as
aulas expositivas já não possuem o mesmo efeito do que uma aula interativa. A maioria são
jovens de classe média e classe media alta, com fácil acesso a internet, diferente dos jovens de
classe media baixa que têm o acesso mais restrito e os que conseguem acessar, acessam na
escola ou em Lan House, dificultando assim o acesso e uso destas ferramentas.

2. TECNOLOGIA EDUCACIONAL

O Brasil a cada dia mais está desenvolvendo métodos e funcionalidades para


mudar os níveis na aprendizagem. Um deles que são os mais significativos e não menos
importantes estão dispostos através das novas regras estipuladas através da LDB (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação) nº 9394/96 provocando assim uma mudança e reestruturando
o sistema do ensino nacional.
Para desenvolver e inserir estes mecanismos no ambiente educacional, o docente
precisa se preparar para exercer com autonomia sua própria capacidade em trabalhar com
estas ferramentas. O ensinamento que o docente precisa desenvolver deve ser aceito de acordo
com o que lhe é oferecido, pois muitos ainda não se interessam em participar de cursos de
pós-graduação, não costumam participar de formação fora de seus horários de trabalho e são
contrários aos que as instituições de ensino superior oferecem para melhora do
desenvolvimento pessoal e profissional.
O que precisa ser entendido é que apesar de ser inserida esta nova tecnologia é
preciso ter o estímulo, Paulo Freire (1970) já propunha a educação reflexiva, o ato de ensinar
do docente deve fazer com que o aluno se torne um ser crítico ao mundo que o rodeava, não
somente o que o professor transmitia era válido, ou seja, o professor não era o único detentor
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do saber, o que era dito por ele não devia ser a regra, era preciso fazer com que a realidade do
aluno, o ambiente em que vivia, sua forma de viver também fosse um instrumento de
aprendizagem, de reflexão, e com o tempo o ato de ser crítico, de questionar o professor fosse
respeitado “O saber é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber”
(FREIRE, 1970, p. 33). Hoje passamos pelo mesmo processo, porém tecnológico, muitos
professores não respeitam ou não procuram saber o que os alunos sabem ou o que ele mesmo
sabe como professor para poder melhorar e oferecer estímulo digital a seus alunos, portanto
fica a reflexão em melhorar e desenvolver suas habilidades.
O docente precisa entender que através de seu aperfeiçoamento, e de sua formação
docente ele se torna um facilitador para seus alunos os incentivando a serem criativos. O
professor preocupado com sua tutoria faz com que o universitário que está do outro lado da
rede consiga desenvolver suas capacidades, mesmo que seja á distância ou em encontros
semipresenciais, sentindo-se sempre amparado em ter sanado suas duvidas com coerência e
comprometimento do docente.

3. RESISTÊNCIA DO PROFESSOR ÀTECNOLOGIA EDUCACIONAL

Tecnologia é o conhecimento que nos leva a interpretar e aprimorar o estudo ao


longo de toda nossa vida profissional e abrange tanto os conhecimentos específicos como
científicos, auxilia o ser humano a desenvolver maneiras praticas para solucionar problemas.
O ensino tradicional faz com que o aluno apenas receba informações que o
professor transmite, ou seja, o aluno só é mero espectador e ouvinte de conteúdos, só que é
preciso que o professor quebre esta barreira e faça seus alunos aprenderem a usar estas
importantes ferramentas.
Mas até quando o professor é resistente a estas tecnologias? É preciso que os
professores desmistifiquem este processo para que, com o tempo, todo este processo seja
válido, pois o professor que não pretende desenvolver o seu lado profissional eficiente não
conseguirá fazer com que estas informações que são importantes cheguem aos alunos de
maneira clara e objetiva. Muitos professores por mera falta de vontade não se interessam em
validar estas novas formas de ensinar a seus alunos, pois o que se espera do professor e que
seja competente e saiba com confiança se comunicar com seus alunos e motiva-los.
De acordo com a LDB 9394/96 Art. 62 § 2º, a formação continuada e a
capacitação dos profissionais de magistério poderão utilizar recursos e tecnologia de educação
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a distância. Com o tempo cada profissional docente deve desenvolver suas habilidades de
docente ao buscar novas tecnologias, segundo Moran, que diz:

Cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias
tecnologias e os muitos procedimentos tecnológicos. Mas também é
importante que amplie que aprenda a dominar as formas de comunicação
interpessoal/grupal e as de comunicação audiovisual/telemática. (MORAN,
2000, p. 32).

Portanto, há muitos professores que não são adeptos a estas novas tecnologias,
atitudes que fazem com que o docente fique ultrapassado com o passar do tempo. Muitos não
participam das formações proporcionadas pelas instituições em que trabalham, não dando a
mínima importância à formação. A LDB 9394/96 descreve em seu artigo 87 e reforça a
necessidade de elevar o nível de formação dos profissionais, determinando que "cada
Município e, supletivamente, o Estado e a União, deverá (...) realizar programas de
capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos
da educação a distância".

4 PROFESSOR X INOVAÇÃO

É preciso incentivar os professores a utilizar as novas mídias tecnológicas, ensiná-


los a operar, porém de nada valerá se os próprios professores não se apropriarem do seu
conhecimento, a resistência ainda é infinitamente contínua. Na educação superior o professor
não é um simples orientador e sim a referência do aluno, portanto, a instituição de ensino
superior deve ter e oferecer múltiplas ferramentas tecnológicas juntamente com o professor,
esta ferramenta acadêmica é um recurso no auxílio do aprendizado, o professor precisa passar
a entender sobre seu uso no próprio desenvolvimento pessoal e profissional.

O desenvolvimento profissional envolve formação inicial e contínua


articuladas a um processo de valorização identitária e profissional dos
professores. Identidade que é epistemológica, ou seja, que reconhece a
docência como um campo de reconhecimentos específicos configurados a
quatro grandes conjuntos, a saber: conteúdos das diversas áreas do saber e do
ensino, ou seja, das ciências humanas e naturais, da cultura e das artes;
conteúdos didáticos pedagógicos; conteúdos relacionados a saberes
pedagógico mais amplo e conteúdos ligados á explicitação do sentido da
existência humana. (LIBÂNEO & PIMENTA, 1999, p. 260).

Assim a necessidade de representar e reconhecer a consolidação dos novos


recursos demonstra um reconhecimento dos professores de que precisam se adaptar à
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tecnologia educacional também no ensino superior. Os professores capacitados se destacam


entre os demais que não se adaptam ao uso destas ferramentas tecnológicas em sala de aula.
Claro que em muitos casos os alunos já nasceram com esta concepção tecnológica, eles já
nascem e começam a frequentar o ambiente escolar amparados por toda uma tecnologia, ou
seja, podemos considerá-los “nativos digitais”, geração que já cresceu rodeada por estas
tecnologias enquanto os professores estão se adaptando, estes são considerados os “imigrantes
digitais”, aqueles que precisam se adaptar a uma nova maneira de se comunicar, interagir,
pois os mesmos não nasceram rodeados por tanta tecnologia.
Portanto, estes que não nasceram na era digital, como devem se comportar-se?
Nossos educadores acreditam que a maneira de se ensinar no passado é válida ainda hoje,
porém podemos destacar que os métodos e avaliações usadas no passado podem ser usados
nos dias atuais, desde que os professores consigam inseri-los de uma maneira eficaz para que
os alunos se interessem pelos conteúdos despertando o interesse e a possibilidade de
aprendizagem significativa. Porém, como dito anteriormente o professor deve ser o próprio
mediador para que o aluno se interesse pelo que esteja estudando.

É preciso formar o professor numa ambiência de pesquisa, a fim de


favorecer um processo de interação com a atividade investigativa,
incorporando, assim, a pesquisa como princípio formativo desde a sua
formação profissional. (FERRAZ, 2000, p.61).

Portanto, o professor em sua formação que desempenha seu papel voltado à


construção do conhecimento está interagindo com o meio social e político construindo seu
conhecimento de forma comprometida, reflexiva e crítica desenvolvendo assim a sua própria
disciplina capacitando-se e realizando suas próprias atividades de investigação para melhoria
profissional.
Por muitas vezes o aluno está sem o ânimo adequado ao seu aprendizado, e cabe
ao professor, à instituição como um todo, oferecer o devido apoio para seus alunos. O próprio
curso de Pedagogia faz com que o profissional interessado esteja preparado para os estudos
contínuos e as formações que hão de vir em sua caminhada. Há professores que com o tempo
procuram desenvolver suas habilidades de outra forma, mas acabam se esquecendo de que o
estudo é constante para determinar o caminho e capacitação que pretende desenvolver ao
longo de sua carreira docente, sejam por meios tecnológicos ou não.
Verdade que há alunos que possuem também dificuldades em aprender através
destes meios tecnológicos e digitais que são oferecidos pelas instituições e pelos professores.
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Mesmo em Ambientes Virtuais de Aprendizagem o professor precisa ser o que dá atenção e o


estimulador para que o aluno que está do outro lado não desanime, construindo assim um
trabalho em conjunto com seu aluno.
Portanto, estudos direcionados pelo CGI (Comitê Gestor de Internet no Brasil)
mostram o avanço com relação ao uso destas ferramentas por conta dos professores para
atividades pedagógicas. O importante é investir mais em formação docente do que na própria
estruturação dos ambientes educacionais do ensino fundamental, médio e superior. Para
promover o uso eficaz das novas tecnologias em sala de aula, os professores precisam
desenvolver habilidades para essa prática. Nesse sentido, os investimentos em formação e
capacitação de docentes são tão importantes ou mais que os investimentos na própria
infraestrutura tecnológica, e contribuem não somente para a incorporação das ferramentas
disponíveis nas atividades, mas também para o desenvolvimento de práticas transformadoras
de ensino e aprendizagem (UNESCO, 2014).
Muitos professores acabam desenvolvendo tais habilidades sozinhas e em casa
mostrando assim o aumento da pro atividade, mas temos também os que pagam e realizam
essa formação por conta própria, enfim temos os professores que buscam essa formação e
temos também os que não são motivados e não possuem esta motivação.
É fato que temos que avançar, infelizmente ainda é baixa a formação dos
professores com a perspectiva desta competência. Os professores que são efetivamente
inseridos em sala de aula precisam adquirir tal competência para proporcionar a seus alunos a
oportunidade de aprender através do uso da tecnologia. Mais do que estar preparados,
precisam dar autonomia e mostrar as vantagens que a mesma pode oferecer, vantagens que
podem oportunizar grandes chances no mercado de trabalho, pois as práticas tradicionais já
não oferecem as mesmas oportunidades.

5 LECIONAR, APRENDER E ENSINAR

Trabalhar com as tecnologias de forma comprometida com os alunos requer uma


responsabilidade de aperfeiçoamento constante sobre a cultura em que estão inseridos e onde
os alunos podem chegar e compreender a diferença entre o mundo natural e cultural. Estamos
falando até agora sobre o comprometimento do professor, mas também temos que enfatizar o
compromisso do aluno que precisa aprender, e que sempre espera que o professor seja o
sujeito principal que fará com que eles sejam inseridos através das novas tecnologias para
serem mais bem analisados em seu contexto educacional e entender inteiramente o que estão
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aprendendo e quando se trabalha com esta adequação de maneira correta chegamos à mesma
conclusão que Kenski (1996):

(...) a aprendizagem pode se dar com o envolvimento integral do indivíduo,


isto é, do emocional, do racional, do seu imaginário, do intuitivo, do
sensorial em interação, a partir de desafios, da exploração de possibilidades,
do assumir de responsabilidades, do criar e do refletir juntos. (KENSKI,
1996, p.146).

Assim observamos que a estruturação em sala de aula acontece em ambientes que


possam possibilitar o desenvolvimento do aluno; o professor se valendo do uso das
tecnologias, pode facilitar o processo de aprendizagem de seus alunos. Mas, o professor deve
ser capacitado para ensinar corretamente o aluno, ao invés de instigar somente seu aluno o
professor deve ser curioso, deve se instigar a oferecer conhecimento ao seu aluno, cobrar e
desenvolver-se como profissional através de formações que já foram propriamente
formalizadas pela LDB (Lei de Diretrizes Bases da Educação) e MEC.

O papel da educação é formar esse profissional e para isso, esta não se


sustenta apenas na instrução que o professor passa ao aluno, mas a
construção do conhecimento pelo aluno, e no desenvolvimento de
novas competências, como: capacidade de inovar, criar o novo á partir
do conhecido, adaptabilidade ao novo, criatividade, autonomia,
comunicação. (MERCADO, 1999, p.30).

O conhecimento operacional se iguala ao conhecimento intelectual, pois de nada


valerá se o professor tiver o conhecimento intelectual e não praticar o operacional. Portanto
devemos enxergar a educação como um todo no papel de ensinar e formar profissionais e
alunos em seu todo. Chega-se à conclusão de que “os professores não precisam mudar o
significado do que é importante, mas aprimorar a maneira de como transmitir a informação
mais rápida e dinâmica, ou seja, aprender novas maneiras para fazer algo antigo”.
(PRESNKY, 2001, p.4).
Portanto a discussão toma um rumo sobre como utilizar as ferramentas de
aprendizado e muitos professores comentam que, dependendo do que for ensinar, os seus
conteúdos não se encaixam em outra maneira de ser a não ser a tradicional. O sucesso só
dependerá de como o professor ira desenvolver este conteúdo com seus alunos. Chega de
apresentar objeções, este é um pensamento preguiçoso que representa que alguns educadores
são realmente imigrantes digitais. Esta é a maneira errada dos educadores racionalizar a ideia
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de que o jeito de ele ensinar e o único correto, desprezando os “nativos”, no caso seus alunos
de serem incapazes de expor suas próprias ideias e habilidades.

6. PROFISSÃO E FORMAÇÃO

Muitos professores (as) ainda não seguem este caminho que é preciso formação
continuada e estudos sempre atualizados, e ainda com as novas tecnologias vários
profissionais na educação buscam estas formações. Cada ano se percebe a importância da
formação, e a exigência do século XXI onde o professor precisa buscar métodos e inovações
para transmissão de seus conhecimentos aos alunos, a reflexão é a principal ferramenta para o
professor aprimorar, desenvolver e aplicar metodologias diversificadas. A velocidade da
tecnologia ultrapassou a velocidade da sala de aula, se não for inserida os alunos perdem o
interesse e as aulas normalmente não ficarão mais atraentes somente com giz e voz, por isso é
preciso que fiquemos atentos ao que podemos proporcionar no aprendizado e entendimento
dos nossos alunos para instigá-los a desenvolver seu conhecimento sobre determinado tema.

6.1 FORMAÇÃO DOCENTE NA EAD

O Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2001) já orientava sobre os cursos de


formação que deveriam contemplar “o domínio das novas tecnologias de comunicação e
informação, a capacidade para integra-las à prática do magistério” (p.99). Ressalta também
que se deveria “assegurar a melhoria da infraestrutura física das escolas, generalizando
inclusive as condições para a utilização das tecnologias educacionais em multimídias [...]”
(p.50) e incentivar “programas de educação a distância em todos os níveis e modalidades de
ensino” (p.77).

É preciso ampliar o conceito de educação a distância para poder


incorporar todas as possibilidades que as tecnologias de comunicação
possam propiciar a todos os níveis e modalidades de educação, seja
por meio de correspondência, transmissão radiofônica e televisiva,
programas de computador, internet, seja por meio dos mais recentes
processos de utilização conjugada de meios como a telemática e a
multimídia. (BRASIL, 2001, p.77)

O texto ainda afirma que as novas tecnologias não devem ficar restritas apenas
para os cursos a distância e sim para os demais ambientes de aprendizado e formação, para
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que a educação seja transmitida de maneira eficaz e de grande enriquecimento no ensino


presencial, afirmando assim que,

Elas constituem hoje um instrumento de enorme potencial para o


enriquecimento curricular e a melhoria da qualidade do ensino
presencial. Para isto, é fundamental equipar as escolas com
multimeios, capacitar os professores para utilizá-los, especialmente na
Escola Normal, nos cursos de Pedagogia e nas Licenciaturas, e
integrar a informática na formação regular dos alunos. (BRASIL,
2001, p.78)

Ou seja, de tudo que estamos falando implica também que as instituições sejam
responsáveis por favorecer estes ambientes aos professores, não podemos somente falar que
os professores não se interessem por isso, mas podemos sim, incorporar esta prática e
continuar incentivando os professores através das formações e cursos extensivos fornecidos
por várias instituições para que os mesmos sejam inseridos a este novo ambiente educacional
e aprendam a trabalhar com elas. Podemos afirmar que o Ministério da Educação tem feito
sua parte, mas ainda há muito a ser feito durante anos o MEC desenvolve programas de
treinamento tais como o ProInfo para promover o uso da tecnologia e informática na educação
e também o Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional
(ProInfo Integrado), este projeto faz parte do esforço do governo em disponibilizar conteúdos
aos professores e demais interessados nas escolas também pelo portal do professor, mídias
digitais, TV escola e também pelo Domínio Público e pelo Banco Internacional de Objetos
Educacionais.
São ofertados vários cursos como Introdução à Educação Digital e a inclusão de
Novas Tecnologias que possibilitam ao professor Compreender o potencial pedagógico de
recursos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no ensino e na aprendizagem
em suas escolas planejar estratégias de ensino e de aprendizagem, integrando recursos
tecnológicos disponíveis e criando situações para a aprendizagem que levem os alunos à
construção de conhecimento, ao trabalho colaborativo, à criatividade e resultem efetivamente
num bom desempenho acadêmico, utilizar as TIC nas estratégias docentes, promovendo
situações de ensino que focalizem a aprendizagem dos alunos e resultem numa melhoria
efetiva de seu desempenho.
Com esta informação nota-se que o pensamento dos alunos mudou de acordo com
o ambiente em que vivem e de que os professores comecem a entender que a tecnologia pode
auxiliar muito o aprendizado. De acordo com esta colocação, vejamos um exemplo: um atlas
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geográfico antes era impresso e hoje se podem utilizar aplicativos mais atrativos e funcionais;
os mapas antigos não proporcionavam visualizar o relevo, população, ruas de outros países
antes nunca vistos por alunos e até os próprios professores. Porém muitos professores não
conseguem inserir os novos recursos em suas práticas pedagógicas.
O papel dos professores tem que mudar também, e os cursos superiores precisam
preparar esses novos docentes para não perderem o controle das tecnologias digitais que são
requeridas ou se dispõem a usar em suas salas de aulas. Os professores precisam aprender a
manusear as novas tecnologias, deixar os costumes dos imigrantes digitais e ajudar os alunos
e a eles também, dizendo no sentido de se adaptar a uma nova linguagem, uma nova situação
para aprenderem como manipulá-las e não se permitirem serem manipulados por elas. Mas
para tanto, precisam usá-las para educar, saber de sua existência, aproximar-se das mesmas,
familiarizar-se com elas, apoderar-se de suas potencialidades, e dominar sua eficiência e seu
uso, criando novos saberes e novos usos, para poderem estar, no domínio das mesmas e
poderem orientar seus alunos a “lerem” e “escreverem” com elas.
Os professores não devem substituir as “velhas tecnologias” pelas “novas
tecnologias”, devem, antes de tudo, se adequar das novas para aquilo que elas são únicas e
resgatar os usos das velhas intercalando com as novas, isto é, usar cada uma naquilo que ela
tem de peculiar e, portanto, melhor do que a outra.
O uso e influência das novas tecnologias devem servir ao docente não só em
relação à sua atividade de ensino, mas também na sua atividade de pesquisa continuada. E a
pesquisa com as novas tecnologias tem características diferentes que estão diretamente ligadas
à procura da constante informação.

7 PROFESSORES, SALA DE AULA E TECNOLOGIAS

A educação é o avanço da sociedade tanto que uma sociedade sem educação e


uma sociedade que não avança, desta maneira transmite-se ideias, conhecimento e
consequentemente influências das mais diversas partes da sociedade. Portanto, o desafio se
mantém em evidência por se tratar de utilizar ferramentas tecnológicas sem se esquecer da
maneira tradicionalista de aprendizagem. A escola ainda é o ponto inicial para a formação de
projetos para fazer crescer uma sociedade.
Há algum tempo, a educação enfrenta um problema: nossos instrutores e
professores procuram usar uma linguagem ultrapassada para alunos que adquiriram uma
linguagem totalmente nova. Os alunos “nativos” trabalham melhor conectados a redes,
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recebem informações instantâneas, aprenderam a utilizar a realizar mais de uma tarefa por
vez. Mas os “imigrantes digitais” têm pouco apreço por estas novas habilidades, o
ensinamento vai passo-a-passo e individual algo que para os demais alunos “nativos” não
agrada e acaba se tornando para os mesmos como uma aula chata e sem graça.
Os professores não podem ser os únicos responsáveis por esta formação, a
sociedade como um todo também se faz importante, pois é através dela que se pode
concretizar ou não o sucesso deste projeto, aprendendo e interagindo para o aumento do
conhecimento. Porém o professor mal preparado, o aluno desmotivado faz com que a
educação não evolua, pois o professor que prepara como nunca seus conteúdos e encontra um
aluno desmotivado com certeza ele não renderá o esperado. Muitos possuem grande domínio
de conteúdos, do que ensina, mas não tem controle de sua sala. Outro aspecto que não faz a
diferença mesmo utilizando as ferramentas tecnológicas são os professores que não
conseguem avaliar seus alunos em outros aspectos, só conseguem da maneira tradicional, ou
seja; procuram poupar-se para não sucumbir, realizando o mínimo de atividades para diminuir
o tempo de correção, preparam superficialmente suas aulas se incorporam estes modelos que
se tornam hábitos cada vez mais enraizados. (MORAN, 2007, p.18).
Além de lutar contra os alunos desmotivados que não se apropriaram destes
saberes tecnológicos, o professor deve fazer com estes alunos também leiam e escrevam com
as máquinas, mesclando assim o aprendizado das novas tecnologias com o que temos de
tradicional em aprendizado. Os alunos têm a necessidade de escrever e copiar da lousa ou do
quadro branco, pois se não for assim não é considerado uma aula, sendo assim, contudo temos
também os alunos que pedem para ir á sala de informática, fazendo com que os professores
não sejam somente instrutores de informática, mas sim fazer com que a ida a sala de
informática seja uma aula agradável e com sentido.
Nas escolas que possuem lousas interativas e projetores os trabalhos são bem mais
específicos, onde o professor diretamente faz com que o aluno se envolva na aula, por isso a
importância do professor não dominar apenas a máquina, mas escolher os conteúdos
apropriados e domina-los para prender a atenção destes alunos que são na maioria alunos que
gostam de copiar da lousa. Enfim, percebemos que mesmo nestas ocasiões é preciso que
também os professores saibam e tenham uma atenção especial para o uso destas ferramentas
tecnológicas.
A sala de aula deve ser composta também por alunos conscientes de que o sucesso
de seu aprendizado também depende dele mesmo, onde de que adiantam o professor buscar
inovações, novos métodos de incentivo para que ele aprenda de maneira correta e ate de
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maneira simples se não houver o seu foco no que se propõe. Isso serve para os alunos que
partem inicialmente do nível fundamental, chegando até a faculdade e principalmente em
cursos EAD.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fica claro que com o passar dos anos, muitos são os fatos que aconteceram, a
tecnologia invadiu espaços na casa de cada um de nós, incluindo de alguma maneira os
ambientes educacionais, as lojas, supermercados e a cada dia mais vem se valorizando na
educação. Porém, é preciso usá-la de maneira correta e responsável, as políticas educacionais
através de suas instituições vêm se preocupando aos poucos com esta inovação através do
incentivo ao professor com os cursos presenciais e semipresenciais e EAD.
Os professores precisam entender a importância que tem a formação continua e
constante para formação própria e de seus alunos. A velocidade da informação vem como um
apagar ou acender de luzes, não há mais como não permitir que a tecnologia faça parte de
nossa vida docente, não há como deixarmos de usufruir desta ferramenta. É certo que há
professores que são resistentes ao máximo em não usá-las, e certo que há alunos que não
acompanham porque não querem, mas o professor tem o dever de auxiliá-lo no que for
preciso. Os professores precisam procurar maneiras diferenciadas de ensinar, de se atualizar, e
que seja totalmente ligada à realidade do aluno. Os professores na maioria das vezes não
entendem a falta de interesse do aluno por aulas expositivas e tratam isso como desinteresse
do aluno, faz com que suas expectativas sejam direcionadas aos alunos, transferindo assim
responsabilidades.
A tecnologia nos permite acessar tutoriais que auxiliam em vários conteúdos, por
que não passar estas oportunidades aos alunos? Mas, é claro que antes de passar aos alunos é
preciso se apropriar destes saberes. É fato que não podemos de maneira alguma substituir o
professor como elemento essencial da construção do saber, mas é fato também que um
professor pode ser substituído por outro professor que possua esta habilidade em usar as
ferramentas tecnológicas educacionais. Cada um de nós pode fazer nossa parte, o Governo
com suas políticas de valorização, construção e inserção das novas tecnologias, as instituições
como descrito acima participando e se comprometendo a engajar nestas novas propostas da
educação e não mais importante os professores que diretamente ainda são os responsáveis por
exercer parte fundamental no início educacional de muitos alunos.
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A pesquisa proporcionou o conhecimento em registrar o quanto a informatização e


a tecnologia em suas diferentes formas ajudam a aproximação entre o que o aluno pode obter
de aprendizado e o que o docente pode ser capaz de ensinar, se capacitando, instigando a
pesquisa de seus alunos. Sendo que as instituições de Ensino Superior precisam se organizar e
estabelecer sua posição neste novo mundo onde a informação e conhecimento são obtidos de
diferentes formas e que façam com que seus docentes, além de mediadores, sejam
incentivadores de seus alunos.
Portanto, não importa que o tempo passe, o professor precisa ter a consciência de que as
novas tecnologias não ensinam por completo, um professor não ensina sozinho, e sim juntamente com
a instituição, a comunidade, os coordenadores e o próprio aluno que precisa entender que a ferramenta
tecnológica em sala de aula precisa ser elaborada e aprimorada para os conteúdos e que o professor
deve e estará pronto para estas melhorias constantes.
As utilizações destas ferramentas continuarão se inovando cabendo que este mesmo
tempo se encarregue de nos tornar mais efetivo o uso delas ou deixar de fazer com que nossos alunos
aprendam sem fundamento e direção. Faz se assim que os professores primeiramente entendam que
precisam mesclar metodologia e tecnologia, realizar projetos que a tecnologia se enquadre com a
metodologia do professor em sala de aula, estudar metodologia de aprendizagem enfatizando o
professor como mediador e trabalhar com seus alunosos apectos positivos e negativos da tecnologia da
informação sem deixar de lado a discussão e o debate da mesma em sala de aula para o entendimento
e fundamentação do aluno.

REFERÊNCIAS

BARROS, Fernando França Monteiro de. Capacitação de professores para utilização de


Novas tecnologias. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/82338/194823.pdf?
sequence=1educador.brasilescola.uol.com.br/.../formacao-continuada-atualizacao-
professor.htm> . Acesso em: 31 jul. 2016.

BRASIL. Plano Nacional de Educação. PNE / Ministério da Educação. Brasília: Inep, 2001.
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