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Dissertação do MIEM
Julho de 2010
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À Carla e à minha família
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Resumo
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Abstract
This dissertation aims to analyze the properties of viscoelastic materials, which initially
addressed a brief introduction to viscoelastic materials, alluding to its insertion in the
industrial market and its evolution over the last century. Later we analyze the various
configurations of viscoelastic treatment and its implementation thereof, being also discussed
the factors that influence the properties of viscoelastic material, such as the effect of
temperature, the effect of frequency, the effect of cyclic stress and the environment. This
work includes determining the properties of a viscoelastic material (determination of the
complex modulus) experimentally obtained by means of a frequency response function of the
type transmissibility, through their validation of the results, as well as theoretical support for
the information. Is also discussed various ways of representing the complex modulus as a
function of temperature, frequency, module gain and loss factor.
This work contains several data acquired in the experimental analysis, which are
analyzed with the commercial program CADA, and the methods "Circular Curve Fitting" and
the characteristic response function, which make possible the identification module gain and
loss factor in accordance with the norm ASTM E705-56. It is also made an adjustment with
the method of derived fractional to the module of gain and consequently the loss factor,
allowing an effective comparison with the values provided by the company that distributes the
material analyzed in this dissertation.
In short, it was concluded that the procedures adopted throughout the work allowed
the identification of dynamic properties of viscoelastic material. The experimental setup used
appears to be simpler than that of ASTM E705-56. Finally, the constitutive model identified
for the viscoelastic material allows simulation analysis and / or project components and
structures in viscoelastic treatments.
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Agradecimentos
Primeiro de tudo gostaria de agradecer ao meu orientador, José Dias Rodrigues pelo apoio
dado ao longo do semestre.
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Índice
Capítulo 1 – Introdução ................................................................................................................. 1
1.1. Introdução ............................................................................................................................... 1
1.2. Motivação................................................................................................................................ 2
1.3. Objectivos................................................................................................................................ 2
1.5. Estrutura da dissertação ......................................................................................................... 3
Capitulo 2 – Algumas Considerações teóricas .............................................................................. 5
2.1. Tratamentos viscoelásticos ..................................................................................................... 5
2.2. Considerações sobre os materiais viscoelásticos .................................................................... 5
2.3. Configurações de tratamento viscoelásticos .......................................................................... 6
2.4. Descrição dos espécimes......................................................................................................... 6
2.5. Vigas com tratamento ............................................................................................................. 6
2.5.1. Viga com tratamento superficial sem restrição .................................................................. 7
2.5.2. Viga de Von Oort ................................................................................................................. 8
2.5.3. Viga Sandwich ................................................................................................................... 10
2.6. Efeitos da temperatura e da frequência nas propriedades dos viscoelásticos..................... 12
2.6.1. Efeito da Temperatura ...................................................................................................... 12
2.6.2. Efeito da frequência .......................................................................................................... 13
2.6.3. Efeito das tensões cíclicas ................................................................................................. 15
2.6.4. Efeito do meio envolvente ................................................................................................ 15
2.7. Considerações na caracterização dos materiais viscoelásticos com a frequência................ 16
2.8. Módulo Complexo ................................................................................................................. 17
Capitulo 3 – Determinação do módulo complexo ...................................................................... 20
3.1. Medição do Módulo Complexo ............................................................................................. 20
3.2. Sistema discreto com um grau de liberdade......................................................................... 22
3.2.1. Configuração do sistema de medição ............................................................................... 22
3.2.2. Medição da resposta do sistema....................................................................................... 24
3.2.3. Medição da transmissibilidade do sistema ....................................................................... 26
3.2.4. Considerações sobre os sistemas discretos ...................................................................... 28
3.3. Validação da caracterização experimental e análise de resultados...................................... 29
3.4. Representação dos resultados experimentais ...................................................................... 30
3.4.1. Representação Wicket Plot ............................................................................................... 30
3.4.2. Princípio da correspondência frequência – temperatura ................................................. 32
3.4.3. Equação Williams-Landel-Ferry ......................................................................................... 34
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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3.4.4. Equação de Arrhenius........................................................................................................ 35
3.5. Representação do módulo complexo ................................................................................... 36
3.5.1. Nomograma de frequência reduzida ................................................................................ 37
Capitulo 4 – Método da viga de Oberst Modificado ................................................................... 38
4.1. Considerações iniciais ........................................................................................................... 38
4.2. Construção do sistema de base ............................................................................................ 39
4.3. Modelo Analítico ................................................................................................................... 41
Capitulo 5 – Analise experimental - Resultados.......................................................................... 46
5.1. Análise das vigas de base ...................................................................................................... 46
5.2. Analise das vigas Sandwich ................................................................................................... 53
5.2.1. Análise através do programa CADA .................................................................................. 55
5.2.2. Análise através do método FRC ........................................................................................ 67
5.2.3. Análise pelo método CCF .................................................................................................. 81
Capitulo 6 – Determinação de G e η ........................................................................................ 84
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Índice de Figuras
Figura 1 – Viga de Oberst ........................................................................................................................ 7
Figura 2 - Viga de Von Oort ..................................................................................................................... 9
Figura 3 - Viga Sandwich ....................................................................................................................... 10
Figura 4 - Variação do módulo de ganho e do factor de perda com a temperatura [1] ....................... 13
Figura 5 - Efeito da frequência no módulo complexo comportamento; (a) plástico típico, (b)
elastómero típico [2] ............................................................................................................................. 14
Figura 6 - Configuração Ideal para deformação extensional ................................................................ 20
Figura 7 - Configuração Ideal para aplicação de forças de harmónicas (deformação extensional) [1] 21
Figura 8 - Sistema de Configuração Extensional ................................................................................... 23
Figura 9 - Sistema com um grau de liberdade....................................................................................... 24
Figura 10 - Sistema com um grau de liberdade - Medição da transmissibilidade ................................ 27
Figura 11 - Representação hipotética do Wicket Plot ........................................................................... 31
Figura 12 - Princípio da correspondência frequência - temperatura .................................................... 33
Figura 13 - Modelos de representação dos factores de translação ...................................................... 35
Figura 14 – Nomograma do material viscoelástico ISD 112 .................................................................. 37
Figura 15 – a),b) e c) mostram o equipamento utilizado no sistema de base. .................................... 39
Figura 16 – Esquematização do sistema de base .................................................................................. 40
Figura 17 - Sistema de medição ............................................................................................................ 41
Figura 18 – Transmissibilidade teórica e experimental para a viga de 180mm .................................... 44
Figura 19 – Transmissibilidade teórica e experimental para a viga de 220mm .................................... 44
Figura 20 – Transmissibilidade teórica e experimental para a viga de 260mm .................................... 45
Figura 21 – Transmissibilidade teórica e experimental para a viga de 300mm .................................... 45
Figura 22 - Espécimes para medição das frequências de base ............................................................. 47
Figura 23 – Shaker ................................................................................................................................. 48
Figura 24 - Função resposta em frequência para a viga com 180mm (D 1.1)....................................... 50
Figura 25 - Função resposta em frequência para a viga com 220mm (C 1.2) ....................................... 51
Figura 26 - Função resposta em frequência para a viga com 260mm (B 1.1) ....................................... 52
Figura 27 - Função resposta em frequência para a viga com 300mm (A 1.2) ....................................... 53
Figura 28 - Espécimes na configuração ................................................................................................. 54
Figura 29 – FRF global da Viga Sandwich com 180mm ......................................................................... 55
Figura 30 - Zoom da primeira forma para a Viga Sandwich de 180mm................................................ 56
Figura 31 - Zoom da segunda forma para a Viga Sandwich de 180mm ................................................ 57
Figura 32 – FRF global da Viga Sandwich com 220mm ......................................................................... 58
Figura 33 - Zoom da primeira forma para a Viga Sandwich de 220mm................................................ 59
Figura 34 - Zoom da segunda forma da Viga Sandwich com 220mm ................................................... 60
Figura 35 – FRF global da Viga Sandwich com 260mm ......................................................................... 61
Figura 36 - Zoom da primeira forma da Viga Sandwich com 260mm ................................................... 62
Figura 37 - Zoom da segunda forma da Viga Sandwich com 260mm ................................................... 63
Figura 38 – FRF global da Viga Sandwich com 300mm ......................................................................... 64
Figura 39 - Zoom da primeira forma da Viga Sandwich com 300mm ................................................... 65
Figura 40 - Zoom da segunda forma da Viga Sandwich com 300mm ................................................... 66
Figura 41 - Viga Sandwich de 180mm: análise à primeira forma segundo o Método FRC ................... 68
Figura 42 - Viga Sandwich de 180mm: análise ao Zoom da primeira forma segundo o Método FRC .. 69
Figura 43 - Viga Sandwich de 180mm: análise ao Zoom à segunda forma segundo o Método FRC .... 70
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Figura 44 - Viga Sandwich de 180mm: análise à terceira forma segundo o Método FRC .................... 71
Figura 45 - Viga Sandwich de 220mm: análise à primeira forma segundo o Método FRC ................... 72
Figura 46 - Viga Sandwich de 220mm: análise ao Zoom da primeira forma segundo o Método FRC .. 73
Figura 47 - Viga Sandwich de 220mm: análise à segunda forma segundo o Método FRC ................... 74
Figura 48 - Viga Sandwich de 220mm: análise à terceira forma segundo o Método FRC .................... 75
Figura 49 - Viga Sandwich de 260mm: análise à primeira forma segundo o Método FRC ................... 76
Figura 50 - Viga Sandwich de 260mm: análise ao Zoom da primeira forma segundo o Método FRC .. 77
Figura 51 - Viga Sandwich de 260mm: análise ao Zoom da terceira forma natural de frequência
segundo o Método FRC ......................................................................................................................... 78
Figura 52 - Viga Sandwich de 300mm: análise à primeira forma natural de frequência segundo o
Método FRC........................................................................................................................................... 79
Figura 53 - Viga Sandwich de 300mm: análise ao Zoom da primeira forma natural de frequência
segundo o Método FRC ......................................................................................................................... 80
Figura 54 - Viga Sandwich de 300mm: análise à terceira forma natural de frequência segundo o
Método FRC........................................................................................................................................... 81
Figura 55 - Comparação dos resultados para o módulo de corte obtidos pelos vários métodos e os
valores fornecidos pela 3M ................................................................................................................... 85
Figura 56 - Comparação dos resultados para o Factor de perda obtidos pelos vários métodos e os
valores fornecidos pela 3M ................................................................................................................... 86
Figura 57 - Comparação dos resultados para o módulo de corte obtidos pelos vários métodos e os
valores fornecidos pela 3M ................................................................................................................... 87
Figura 58 - Comparação dos resultados para o Factor de perda obtidos pelos vários métodos e os
valores fornecidos pela 3M ................................................................................................................... 88
Figura 59 - Comparação dos resultados para o Módulo ao Corte obtidos pelos vários métodos e os
valores fornecidos pela 3M ................................................................................................................... 89
Figura 60 - Comparação dos resultados para o Factor de Perda obtidos pelos vários métodos e os
valores fornecidos pela 3M ................................................................................................................... 89
Figura 61 – Conjugação dos valores do Módulo de corte obtidos para a primeira e segunda forma
natural de vibração ............................................................................................................................... 90
Figura 62 – Conjugação dos valores do Factor de perda obtidos para a primeira e segunda forma
natural de vibração ............................................................................................................................... 91
Figura 63 - Valores obtidos para o Módulo de Corte nas suas componentes reais e imaginárias ....... 92
Figura 64 - Ajustamento ao primeiro e segundo modo natural de frequência .................................... 95
Figura 65 - Ajustamento ao primeiro modo natural de frequência ...................................................... 96
Figura 66 - Ajustamento ao segundo modo natural de frequência ...................................................... 96
Figura 67 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o
primeiro e segundo modo natural de vibração..................................................................................... 97
Figura 68 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o
primeiro modo natural de vibração ...................................................................................................... 98
Figura 69 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o
segundo modo natural de vibração ...................................................................................................... 98
Figura 70 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o
primeiro e segundo modo natural de vibração..................................................................................... 99
Figura 71 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o
primeiro modo natural de vibração .................................................................................................... 100
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Figura 72 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o
segundo modo natural de vibração .................................................................................................... 100
Figura 73 – Comparação dos vários “fitting’s” para o primeiro e segundo modo natural de vibração
com os valores retirados da 3M para o ISD112 .................................................................................. 101
Figura 74 – Comparação dos vários “fitting’s” para o primeiro modo natural de vibração com os
valores retirados da 3M para o ISD112 ............................................................................................... 102
Figura 75 – Comparação dos vários “fitting’s” para o primeiro modo natural de vibração com os
valores retirados da 3M para o ISD112 ............................................................................................... 102
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Parâmetro p para a viga encastrada-livre............................................................................ 11
Tabela 2 – Designação dos provetes ..................................................................................................... 46
Tabela 3 - Tabela referente às pesagens e às respectivas massas volúmicas ....................................... 46
Tabela 4 - Frequências teóricas calculadas ........................................................................................... 48
Tabela 5 - Frequências obtidas.............................................................................................................. 49
Tabela 6 – Designação dos provetes Sandwich..................................................................................... 54
Tabela 7 - Valores obtidos para os vários comprimentos das vigas Sandwich através do método CADA
............................................................................................................................................................... 54
Tabela 8 - Frequências obtidas para o método FRC.............................................................................. 67
Tabela 9 – Valores obtidos através do método CCF ............................................................................. 82
Tabela 10 - Valores ajustados para os vários métodos utilizados para o 1º/2º modo natural de
vibração (MNV) ..................................................................................................................................... 94
Variáveis
𝑓0𝑛 frequência de ressonância da viga de base para cada modo com n=1,2,3,4
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Capítulo 1 – Introdução
1.1. Introdução
Nas últimas décadas, a engenharia tem dado passos cada vez maiores em direcção ao
desenvolvimento e inovação do produto. O desenvolvimento da engenharia estrutural
conduziu à construção de estruturas cada vez mais eficientes sobre o ponto de vista estrutural,
levando à concretização de desafios nunca antes alcançados.
A evolução da engenharia tem sido acompanhada e dirigida pela introdução de novas
formas estruturais, pela aplicação de processos de produção e montagem mais eficientes e
versáteis, em especial, pelo desenvolvimento e utilização de novos materiais mais leves e
resistentes. Para esta evolução se concretizar, todas as áreas da engenharia tiveram de
acompanhar o seu desenvolvimento e a área de Vibrações não foi excepção.
Desde da década dos anos 50 que a área de Vibrações tem ganho importância no que toca
ao desenvolvimento de estruturas, uma vez que estas estão cada mais são mais exigentes e
sujeitas a inúmeras solicitações provocadas quer por acções exteriores (ambientais), quer por
acções interiores (máquinas, veículos). Esta área visa o estudo e criação de soluções viáveis,
de forma a evitar que vibrações excessivas se transmitam às estruturas em causa, pois este
tipo de solicitação está geralmente associado à avaria por fadiga.
Um dos parâmetros inerentes a esta área é o amortecimento, que tem sido e continua a ser
com bastante frequência um requisito invisível para um bom desempenho mecânico. Com a
necessidade de obter amortecimentos eficazes na indústria surgiram os materiais
viscoelásticos. Estes materiais são dotados de uma capacidade de amortecimento bastante
superior às ligas metálicas, sendo capazes de dissipar grandes quantidades de energia. Existe
uma vasta gama de materiais viscoelásticos, como polímeros industriais ou até mesmo
borrachas, quer de origem natural quer de origem sintética. Estes materiais oferecem um leque
de possibilidades, permitindo produzir os desejados níveis de amortecimento nas estruturas e
máquinas, podendo evitar acidentes como o da ponte Tahoma, a ponte de Mississipi e a ponte
Millenium. Mas, não é só em estruturas, como as pontes, que os amortecimentos que têm
importância. Os veículos terrestres necessitam de elementos capazes de grande dissipação, por
exemplo, a suspensão de um automóvel inclui as molas (conferindo rigidez) e o elemento de
dissipação, o amortecedor. Outro caso onde o amortecimento ganha ainda mais relevância, é o
caso do equipamento militar, pois estes são extremamente sensíveis à qualidade dos processos
dinâmicos. Por exemplo, se pensarmos por um instante podemos facilmente concluir como
seria difícil para um tanque de guerra efectuar um disparo com precisão, enquanto este se
move numa certa direcção, se as vibrações transmitidas ao canhão não fossem suficientemente
dissipadas. O amortecimento acaba por ter uma elevada relevância, nas estruturas e/ou
máquinas, como se pode constatar ao longo da história da engenharia.
De forma a compensar a reduzida capacidade de amortecimento de certas estruturas,
torna-se necessário desenvolver mecanismos dissipativos adicionais. Estes mecanismos
podem ser introduzidos nas mais diversas formas, desde a aplicação de simples elementos
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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1.2. Motivação
A área de vibrações por norma é uma área desconhecida, ou por outra, passa despercebida
à maioria das pessoas. A primeira vez que olhei para algo relacionado, a reacção foi bastante
recíproca, mas apesar da reacção comecei a dar me conta que havia muito mais por trás da
suposta “cortina”. Foi então que um dia visitei a o laboratório de vibrações, o qual me
despertou muito interesse e vontade de descobrir mais sobre o assunto. Deste modo decidi
fazer a tese na área de Vibrações e Ruído. Foram me apresentados três trabalhos, todos com o
seu devido potencial, embora um me desperta-se mais. Esse trabalho, foi o que deu origem à
minha tese de final de curso. Este trabalho revelou-se interessante e ao mesmo tempo
desafiante, uma vez que desconhecia por completo a existência de matérias viscoelásticos e as
próprias capacidades deles. Começando por estudar os referidos materiais, descobri um
mundo novo, tendo este estudo recaído sobre a identificação das propriedades do material
viscoelástico. O processo de identificação revelou-se desafiante uma vez que a norma
adoptada não foi rigorosamente seguida, tendo sido realizadas algumas modificações para
uma implementação mais simples do modelo. Sem mais a dizer, segue-se o trabalho realizado
este semestre.
1.3. Objectivos
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Algo a ter conta sobre os materiais viscoelásticos é que estes exibem um factor de perda
considerável, a qual representa a capacidade de amortecimento, e que esta por sua vez
depende essencialmente da temperatura e da frequência de deformação.
A aplicação destes materiais está confinada a uma gama de temperaturas e de frequências
a que estes podem estar sujeitos, existindo uma relação entre o módulo de ganho, que
representa a capacidade de armazenamento de energia elástica, e o factor de perda, que
representa a capacidade de dissipação de energia. Em suma a temperatura e a frequência são
pontos-chave para a determinação das propriedades dinâmicas do material em causa.
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Estas matérias costumam estar em simbiose (como já foi referido), com uma viga de
alumínio ou de aço inoxidável, isto porque quer o alumínio quer o aço inoxidável revela um
amortecimento desprezável.
Uma vez que esta dissertação visa a identificação das propriedades dinâmicas de materiais
viscoelásticos, é necessário que se possa criar modelos, para ser possível uma análise a nível
experimental. Por norma estes modelos ou espécimes tem a forma de uma viga ou de uma
placa, a qual permite facilidade nas medições das propriedades dinâmicas, embora nesta
dissertação apenas se tenha trabalhado com vigas. A utilização de vigas também permite uma
simulação aproximada da situação real com algum rigor, isto é, torna-se fácil de recriar as
condições de fronteira em que a estrutura está inserida, embora esta simplicidade possa ser de
certo modo fazer com que o modelo teórico não se corresponda com o modelo original, uma
vez que podem aparecer variáveis não lineares, com bastante facilidade.
Como já foi referido na secção 2.3., os tratamentos costumam ser aplicados segundo três
configurações.
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
do trabalho realizado, esta norma não foi seguida rigorosamente, uma vez que se adoptou uma
configuração alternativa.
Esta configuração é designada também por viga de Oberst (fig1). Esta é obtida pela
aplicação de uma camada de material viscoelástico sem restrição sobre a viga (alumínio ou
aço inoxidável). Inicialmente caracterizamos a viga base, de forma a identificar as frequências
naturais ωr0, sendo em seguida aplicada a camada de material viscoel ástico sobre a viga, a
qual é ensaiada novamente de forma a obter as novas frequências naturais ωr e os
correspondentes factores de perda η r .
Material Viscoelástico
Viga de base
A razão entre a rigidez de flexão da viga amortecida e não amortecida é calculada através
da seguinte expressão [4]:
2
EI ρ 2 ωr
R= =1 + h2 (1 + iηr ) (1)
E1 I1 ρ1 ωr 0
=R 1
(1 + iηr ) (2)
( ρ1bLH 1 + 4 m A ) ω r 0
( )
2
− h + h + 4h22 R − 1
E 2 = E1 2
(3)
2h
2
Onde o parâmetro auxiliar h é definido:
( )
h = 4 − R + 4h22 + 6h2 (4)
48ρ1π 2 L4 ( f 0 n ) 2
E1 = (5)
H1 (ξ n ) 4
E2 = Re E 2 ( ) (6)
Im( E2 )
η2 = (7)
Re ( E2 )
O único inconveniente na utilização da viga de Oberst é que esta, por vezes, devido a
diferentes temperaturas entre a viga de base e o provete viscoelástico, pode resultar na flexão
do provete compósito. No entanto, note-se que a temperatura tem de ser relativamente elevada
para afectar o provete.
A viga de Von Oort é facilmente identificável uma vez que este tipo de viga tem duas
camadas de material viscoelástico idênticas de cada lado da viga de base (fig. 2).
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Material Viscoelástico
Viga de base
Esta viga, contrariamente à viga de Oberst, não tem o mesmo inconveniente, uma vez que
esta é simétrica. Esta montagem também usufrui de outra vantagem, isto é, o eixo neutro da
viga compósita permanece inalterado relativamente à posição inicial da viga não amortecida,
o que simplifica a equação que define a rigidez de flexão da viga compósita.
2
ρ ω
R= 1 + 2 2 h2 r (8)
ρ1 ωr 0
Considerando a massa do acelerómetro, a equação anterior pode ser escrita de outra forma:
R = 1 (9)
( ρ1bLH1 + 4mA )
ωr 0
R −1
E2 = E1 (10)
(1 + 2h2 )
3
−1
Onde o factor de perda do material viscoelástico pode ser calculado a partir da seguinte
equação:
ηn R
η2 = (11)
( R − 1)
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Como se pode ver na equação referente ao módulo extensional, esta denota uma maior
simplificação relativamente a viga de Oberst. A configuração segundo Von Oort é
frequentemente utilizada quando pretendemos analisar a viga experimentalmente dentro de
um espectro de temperaturas largo, uma vez que o efeito da temperatura é mínimo.
Material Viscoelástico
Viga de base
Para obter a equação de rigidez de flexão da viga sandwich, procede-se à utilização das
equações de RKU (Ross-Kerwin-Ungar). Estas equações foram desenvolvidas para um
conjunto de considerações. A primeira a ter em conta é que estas equações foram
desenvolvidas, considerando que as condições de fronteira da viga simplesmente apoiada.
Mas realizar uma montagem experimental que permita obter as condições de fronteira de viga
simplesmente apoiada pode revelar-se complicado de realizar na prática. A montagem de
vigas encastradas-livres, permite simplificar a montagem do equipamento de excitação e de
medida. Deste modo é necessário proceder a um processo de correcção aos valores obtidos na
caracterização do material viscoelástico.
A aplicação das equações de RKU para o caso da viga de sandwich podem ser
simplificadas desprezando o efeito da rigidez de flexão do núcleo viscoelástico, isto é,
considera-se que o seu módulo extensional é nulo. O erro relativo a esta simplificação é
insignificante uma vez que estes materiais revelam um módulo de ganho reduzido, permitindo
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Como etapa inicial neste processo identificam-se as frequências naturais da viga de base,
tal como nos casos anteriores. Em seguida, usando o mesmo processo anteriormente referido,
obtêm-se as frequências naturais ωr e os correspondentes factores de perda η r .
Nesta configuração a razão de rigidez de flexão da viga compósita é definida pela seguinte
equação [4]:
2
EI ρ 2 ωr
R= = 2 + h2 (1 + iηr ) (12)
E1 I1 ρ1 ωr 0
R −2
g= (13)
12(1 + h2 ) 2 − 2R + 4
g E1 H 2 H 3π 2
=G2 = g p 2 E1 H 2 H 3 (14)
λn 2
𝒓 𝒑𝟐
𝟏 3.516⁄𝐿2
𝟐 22.035⁄𝐿2
𝟑 61.697⁄𝐿2
𝟒 120.90⁄𝐿2
𝟓 199.86⁄𝐿2
⋮ ⋮
𝒎 (2𝑚 − 1)2 𝜋 2⁄4𝐿2
𝑳: Comprimento da viga exposta
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Uma vez que os materiais viscoelásticos aplicados nos tratamentos de amortecimento são
de origem polimérica, o que lhes incute uma factor de perda considerável, responsável pela
curva elíptica do ciclo de histerese, cujo este depende essencialmente da temperatura e da
frequência de deformação. Compreender como se dá a variação das propriedades do
amortecimento com o meio envolvente é essencial, para um controlo eficiente do ruído e da
vibração, já que a gama de funcionamento é bastante restrita. O facto de as propriedades
serem afectadas pelo meio pode à primeira vista ser uma desvantagem, mas a verdade é que
esta variação permite uma maior flexibilidade na escolha do material viscoelástico a utilizar.
Deste modo é importante saber como é que o meio envolvente afecta as propriedades.
12
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
13
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Zona
Gama de Funcionamento
Amorfa
Transição
Módulo Complexo
Zona Vítrea
Gama de Funcionamento
Módulo Complexo
Zona
Zona Vítrea
Amorfa
Transição
Figura 5 - Efeito da frequência no módulo complexo comportamento; (a) plástico típico, (b) elastómero
típico [2]
14
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
baixas temperaturas, uma vez que pode demorar bastante tempo até o material atingir
o estado de equilíbrio.
Os efeitos das tensões cíclicas no módulo complexo são difíceis de medir, isto
porque, tensões elevadas resultam numa grande dissipação de energia e
consecutivamente esta dissipação faz com que a temperatura aumente rapidamente, e
deste modo vemo-nos com dois efeitos conjugados, a temperatura e a tensão. Esta
conjugação observa-se especialmente se estivermos a medir os efeitos de uma tensão
cíclica na zona de transição, que por sua vez o material demonstra uma capacidade de
amortecimento extremamente elevada. Por outro lado na zona amorfa, onde o módulo
complexo e o factor de perda variam de forma muito mais lenta com a temperatura,
tornando o efeito da temperatura secundário ao da tensão, daí a maior parte das
análises serem realizadas na região referida e eventualmente estarem limitadas a essa
mesma.
molecular (como referido está esta seriamente relacionada com os outros efeitos) de
um modo irreversível, sendo esta alteração observada no comportamento do módulo
complexo.
ε (t )
ε ( t ) ε 0 sin (ωt − δ ) ∴ sin (ωt=
= −δ ) (16)
ε0
σ (t ) σ 0 sin (ωt − δ=
= + δ ) σ 0 sin(ωt − δ ) cos(δ ) + σ 0 cos(ωt − δ ) sin (δ ) (17)
d
(ε ( t ) )
d
dt
=( ε ( t ) ) ε 0ω cos (ωt − δ ) ∴ cos(ω
= t − δ ) dt
ε 0ω
(18)
Substituindo em σ ( t ) :
ε (t ) (ε ( t ) ) d
=σ (t ) σ 0 cos(δ ) + dt σ 0 sin(δ ) (19)
ε0 ε 0ω
σ0
Substituindo cos (δ ) pelo módulo de ganho extensional E ' vem:
ε0
d
(ε ( t ) )
σ ( t ) ε ( t ) E '+
= dt E ' tg (δ ) (20)
ω
G ' dγ (t )
τ ( t ) G 'γ ( t ) +
= tg (δ ) (21)
ω dt
ε ( t ) = ε 0 e( jwt ) (22)
σ (ω ) =
E ' (ω ) ε (ω ) + jE ' (ω )η (ω ) ε (ω ) =
E (ω ) ε (ω ) (23)
17
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
onde E (ω ) representa o módulo extensional complexo. E ' representa a parte real do módulo
η = 2ξ (24)
σ (ω ) = E (ω ) ε (ω )
E ' (ω ) + jE '' (ω ) ε (ω ) = (25)
τ (t ) = G (ω ) γ (ω )
G ' (ω ) + jG '' (ω ) γ (ω ) = (26)
d ε (ς )
t
( t ) E ( t ) ε ( 0 ) + ∫E ( t − ς )
σ= dς (27)
0
dς
σ ( s ) = sE ( t ) ε ( s ) (28)
18
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
=
E (ω ) ( jw ) E ' (ω ) + jE '' (ω )
jwE= (29)
19
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
𝒇(𝒕)
𝑻𝒓𝒂𝒏𝒔𝒅𝒖𝒕𝒐𝒓
𝒙(𝒕) 𝒅𝒆 𝑭𝒐𝒓ç𝒂
𝑴𝒂𝒔𝒔𝒂
𝑬𝒙𝒕𝒆𝒏𝒔𝒐𝒎é𝒕𝒓𝒐
𝑴𝒂𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑽𝒊𝒔𝒄𝒐é𝒍𝒂𝒔𝒕𝒊𝒄𝒐
20
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
𝑭𝒆(𝒊𝒘𝒕)
𝑻𝒓𝒂𝒏𝒔𝒅𝒖𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆
(𝒊𝒘𝒕)
𝒙𝒆
𝑭𝒐𝒓ç𝒂
𝑴𝒂𝒔𝒔𝒂
𝑨𝒄𝒆𝒍𝒆𝒓𝒐𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐
𝑴𝒂𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍
𝑽𝒊𝒔𝒄𝒐é𝒍𝒂𝒔𝒕𝒊𝒄𝒐
Figura 7 - Configuração Ideal para aplicação de forças de harmónicas (deformação extensional) [1]
21
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
• O espécime tem de ser longo e ter baixa espessura, para que o módulo medido seja o
módulo de Young, caso contrário deverá ser aplicado uma correcção devido à geometria do
espécime;
• O espécime não pode sofrer deformação devido à massa do acelerómetro e da célula
de carga;
• Os instrumentos de medida devem medir o desfasamento;
• A massa do acelerómetro, da célula de carga e do espécime é finita, e deve ser tomada
em conta para o cálculo do módulo complexo, particularmente quando a frequência é elevada.
Como se pode constatar, obter medições válidas pode revelar-se desafiante.
O sistema com um grau de liberdade é o mais simples para obter o módulo complexo,
embora este sistema quando aplicado experimentalmente possa ficar longe do modelo teórica.
Os métodos baseados na impedância, são os mais usuais, embora estes dependam da precisão
da resposta medida, que deve incluir a amplitude e a fase. Esta tarefa pode-se relevar difícil a
até mesmo dispendiosa.
22
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
𝑴𝒂𝒔𝒔𝒂 𝑴ó𝒗𝒆𝒍
𝑴
𝑴𝒂𝒕𝒆𝒓𝒊𝒂𝒍 𝑽𝒊𝒔𝒄𝒐é𝒍𝒔𝒕𝒊𝒄𝒐
AE
K=E (30)
L
23
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
𝑓(𝑡)
𝑥(𝑡)
�
𝐾
Mx ( t ) + K x ( t ) =
f (t ) (31)
sistema será também harmónica (como já foi referido) do tipo x ( t ) = Xe jωt , sendo possível
−ω 2 M + K X =
F (32)
24
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
X 1 F
α (ω ) = = 2 Ζ (ω ) = =−ω 2 M + K (33)
F −ω M + K X
jω X jω F −ω 2 M + K
(ω )
Y= = (ω )
T= = (34)
F −ω M + K
2
jω K jω
ω2 X ω2 F ω 2M − K
(ω )
A= = 2 ( )
M =ω = (35)
F ω M −K −ω 2 X ω2
IM( K )
ganho do material viscoelástico, e o factor de perda, η = , torna-se mais simples
RE( K )
utilizando directamente as inversas das funções de resposta em frequência (rigidez dinâmica,
impedância mecânica e massa aparente). Tal possibilita determinar a rigidez complexa em
função das inversas das funções de resposta em frequência através das seguintes expressões:
K ω 2 M + Ζ
= (36)
IM ( Ζ )
K (ω ) = ω 2 M + RE ( Ζ ) η (ω ) = (37)
ω RE
2
M+ ( Ζ)
25
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
=K ω 2 M + jω T (38)
RE(𝔗)
𝐾(𝜔) = 𝜔[𝜔𝑀 − IM(𝔗)] 𝜂(𝜔) =
𝜔𝑀 − IM(𝔗)
=K ω
2
M +ω 2M (39)
IM ( M )
K (ω ) =
ω 2 M + RE ( M ) η (ω ) =
− (40)
M + RE ( M )
Quando estamos perante um sistema com um grau de liberdade este pode ser
modificado para uma configuração de base móvel (Figura 10), a qual descreve um movimento
harmónico, x0 ( t ) = X 0 e jωt , sendo a caracterização do material viscoelástico realizada através
( t ) + K ( x ( t ) − x0 ( t ) ) =
Mx 0 (41)
26
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
𝑥(𝑡)
�
𝐾
𝑥0 (𝑡)
Uma vez que o movimento da base móvel é do tipo harmónico, a massa concentrada
M descreve um movimento harmónico com a mesma frequência, embora desfasado da
oscilação da base em resultado do amortecimento viscoelástico, do tipo x ( t ) = Xe jωt . Deste
ω 2 M + K X =
K X0 (42)
X K
=
T = (43)
X 0 −ω M + K
2
�:
Obtêm-se a seguinte equação se resolvermos a equação anterior em ordem a K
T
K (ω ) = ω 2 M (44)
T − 1
27
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
RE (T ) ( RE (T ) − 1) + (IM ( t )) 2
K (ω ) = ω M
2
(45)
(RE (T ) − 1) + (IM (T ))
2 2
−IM(T )
η (ω ) = (46)
RE (T ) ( RE (T ) − 1) + (IM (T )) 2
Como se viu anteriormente torna-se relativamente mais simples obter a rigidez complexa a
partir da inversa, como se verificou na medição da resposta do sistema, e neste caso também
se verifica, pois a inversa da função transmissibilidade apresenta uma formulação mais
simples. Deste modo a inversa da função transmissibilidade é definida por:
K − ω 2M
T −1 = (47)
K
ω 2M
K (ω ) = (48)
1 − T −1
K (ω ) = ω M2 ( )
RE T −1 − 1
(49)
( ) ( )
(RE T −1 − 1) 2 + (IM T −1 ) 2
IM (T −1 )
η (ω ) = (50)
( )
RE T −1 − 1
28
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
e aos parâmetros dimensionais do sistema, nomeadamente aos valores das massas móveis.
Apesar da dificuldade inerente à montagem experimental, este método de caracterização, quer
recorrendo à medição da resposta do sistema quer recorrendo à medição da transmissibilidade,
é bastante utilizado na determinação experimental das propriedades de um vasto leque de
materiais viscoelásticos, incluindo fibras finas viscoelásticos e espumas poliméricas rígidas.
29
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
A representação gráfica Wicket Plot constitui uma das formas mais simples de verificar a
qualidade dos resultados medidos e identificar os valores afectados por erros sistemáticos e
aleatórios. Nesta representação, o factor de perda (também conhecido por módulo de perda)
está em função do módulo de ganho, estando ambos representados numa escala logarítmica.
30
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
𝐶𝑢𝑟𝑣𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙
𝐿𝑜𝑔 (𝐹𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 (𝜂))
𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚á𝑡𝑖𝑐𝑜
𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑎𝑙𝑒𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜
Regra geral nos materiais viscoelásticos o módulo de ganho e o factor de perda são
descritos por funções únicas em relação ao par frequência – temperatura, é obvio que estas
duas componentes sejam também relacionadas por uma única função. Assim, os pontos
representados no gráfico devem supostamente descrever uma curva única e contínua,
independentemente da frequência e da temperatura de cada um dos pontos. A maioria dos
pontos deverá descrever a curva principal, todos os outros pontos que se desviarem serão
considerados contaminados, quer por erros aleatórios quer por erros sistemáticos. Deste modo
o conjunto de valores deve ser filtrado, de modo a que todos os pontos que se desviem
significativamente da curva principal sejam retirados.
31
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
= 1α T ( T1 )
f R f= f 2αT (T2 ) (51)
Onde αT designa-se por factor de translação, sendo única e exclusivamente uma função
da temperatura. A determinação do factor de translação baseia-se na observação de que é
possível construir uma única curva de módulo de ganho e de factor de perda por simples
translação horizontal dos conjuntos de pontos medidos a diferentes temperaturas, como se
pode ver na figura 12.
32
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
33
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
A relação entre o factor de translação e a temperatura, a qual pode ser observada na figura
13, pode ser expressa através de um modelo não-linear de Williams-Landel-Ferry (WLF),
através da seguinte expressão:
T − T0
log αT (T ) = −C1 (52)
B1 + T − T0
34
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
1 1
(T ) TA −
log α T = (53)
T T0
De forma geral, a linearidade apresentada pela distribuição dos pontos experimentais não
justifica a aplicação do modelo não-linear WLF, sendo a aplicação do modelo de Arrhenius
bastante mais simples. A independência entre o parâmetro TA e a temperatura de referência
35
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
n
N
1 1
T (T )
log α= ∑Tn − (54)
n =1 T T0
36
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Em 1978 Jones [4] a partir do gráfico da frequência reduzida, propôs uma forma expedita
de representar num único gráfico a distribuição do módulo de ganho e do factor de perda em
função da frequência, conjuntamente com o factor de translação. Esta representação é
designada frequentemente por nomograma de frequência – temperatura ou nomograma de
frequência reduzida (Anexo I). Este gráfico permite determinar o valor da frequência reduzida
correspondente ao par frequência - temperatura, através da intersecção entre a linha horizontal
definida pela escala logarítmica de frequência e da linha isotérmica correspondente à
temperatura desejada. A intersecção entre a linha vertical que passa pelo ponto de intersecção
e as curvas do módulo de ganho e do factor de perda permite determinar directamente o valor
dos mesmos.
37
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
38
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Para a realização dos ensaios foi construído um sistema de base, onde os equipamentos
utilizados e o esquema de funcionamento estão nas figuras 14 e 15 respectivamente:
2 1
4
10 9
Legenda:
7
8 1. Shaker
2. Provete
3. Acelerómetro
4. Vibrómetro Laser
5. Amplificador de
Excitação
6. Analisador Espectral
7. Controlador do
Vibrómetro
8. Programa de Análise
9. Peça de Acoplamento
6
10. Bloco (Massa)
5
39
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Amplificador
Shaker
𝑠(𝑡)
Provete
Encastramento
Acelerómetro 𝑥(𝑡)
PC
Vibrómetro Laser
Condicionador
Analisador Condicionador
Gerador
40
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Para se compreender melhor o sistema assim como o tipo de resposta que foi obtido foi
realizado um modelo analítico. O esquema do modelo segue-se:
v(l , t )
Vibrómetro
Shaker
= cos ωt Ye jωt
y (t ) Y=
Sabe-se que para uma viga simples com um determinado comprimentos l , a equação para
a flexão é dada pela seguinte expressão:
d 2v d 4v
ρA + EI =
0 (55)
dt 2 dx 4
d 2v d 4v
ρA + EI ( v( x, t ) − y (t ) ) =
0 (56)
dt 2 dx 4
Z=
( x, t ) v( x, t ) − y (t ) (57)
d 2v d 2 Z d 2 y
= + 2 (58)
dt 2 dt 2 dt
41
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
d 2Z d 2Z d2y
ρA + EI =
− ρ A (59)
dt 2 dx 4 dt 2
d2y
= −ω 2Ye jωt (60)
dt 2
∂2Z ∂4Z
ρA + EI ρ Aω 2Ye jωt
= (61)
∂t 2 ∂x 4
l l
ηi + ωi2ηi
= ∫ ρ Aω=Y φi ( x)dxe jωt ρ Aω 2Y ∫ φi ( x)dxe jωt (62)
2
0 0
l
ρ Aω Y ∫ φi ( x)dx
2
ηi (t ) = 0
e jωt (63)
ω −ω i
2 2
Deste modo, utilizando a sobreposição modal, o deslocamento relativo pode ser dado:
∞ ∞
ρ Aω Y ∫ φi ( x)dx
2
=
Z ( x, t )
i i
=i 1 =i 1
∑=
φ ( x)η (t ) ∑ φ ( x) i
ω −ω 2
0
2
.e jωt (64)
i
Sabe-se que:
v( x=
, t ) y (t ) + Z ( x, t ) (65)
l
∞
ρ Aω ∫ φi ( x)dx
2
) 1 + ∑ φi ( x)
v ( x, t = 0 Ye jωt (66)
i =1 ωi2 − ω 2
42
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
l
ρ ω ∫ φ
2
∞
A i ( x ) dx
v(=
x, t ) jω 1 + ∑ φi ( x) 0 Ye jωt (67)
i =1 ωi − ω
2 2
jωt
v( x, t ) = Ve (68)
Deste modo obtemos a expressão que representa a amplitude da velocidade obtida pelo
Vibrómetro:
l
ρ ω ∫0 φi ( x)dx
2
∞
A
V
= jω 1 + ∑ φi (e) Y (69)
i =1 ωi − ω
2 2
Para concluir o modelo analítico falta apenas obter a expressão para a aceleração y (t ) imposta
pelo shaker. Sabemos:
y (t ) = Ye jωt (70)
y (t ) = jωt
−ω 2Ye jωt =
Ye (71)
Assim, tem-se:
Y = −ω 2Y (72)
l
ρ ω ∫ φ
2
A ( x ) dx
V ∞ i
1
TR = − j 1 + ∑ φi (l )
= 0
(73)
Y ω i =1 ωi2 − ω 2
A equação 73 garante-nos que sempre que a frequência de excitação do sistema é igual a uma
das frequências naturais de vibração, a equação tende para ∞ , correspondendo a uma
ressonância. Assim, os picos da função transmissibilidade correspondem às frequências de
ressonância.
43
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
44
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
45
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Numa primeira abordagem foi adquirida uma chapa de alumínio com 2x1m com 1mm de
espessura, a qual foi cortada através de uma guilhotina, com 1mm de espessura, 10mm de
largura e com comprimentos de 180mm, 220mm, 260mm e 300mm (figura 21), os quais estão
especificados na tabela 2. Uma vez definidos os comprimentos das vigas a utilizar, as mesmas
foram devidamente pesadas e medidas de forma, a calcular a massa volúmica para que erro
nas medições possa ser minimizado relativamente às frequências teóricas. Os valores obtidos
na pesagem e posteriormente para a massa volúmica estão na tabela 3:
Tabela 2 – Designação dos provetes
Provete A B C D
L [mm] 300 260 220 180
46
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Uma vez identificadas as massas volúmicas de cada uma das vigas, foram escolhidas 4
dessas 8 vigas, para medir as frequências de base. As quais se colocaram no shaker (figura 22)
para obter as frequências naturais, as frequências teóricas e as frequências obtidas
experimentalmente estão na tabela 3 e na tabela 4 respectivamente. As frequências teóricas
foram obtidas segundo a equação 55:
( βi l )2 EI
fi = (74)
2π ρ Al 4
1,8751
4,6941
7,8548
10,9955
14,1372
17,2288
(𝟐𝒏 − 𝟏)𝝅
𝟐
47
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 23 – Shaker
A 1.2 B 1.1
48
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
56,11 75,03
157,11 210,10
307,87 411,70
508,94 680,58
760,26 1016,67
C 1.2 D 1.1
As frequências obtidas não foram exactamente iguais às frequências teóricas, sendo o erro
máximo observado no espécime D 1.1, na terceira frequência natural com um erro percentual
de 1,78%. As frequências obtidas seguem-se na tabela abaixo:
A 1.2 B 1.1
49
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
A figura acima representa a FRF para a viga de 180mm, as três primeiras formas naturais
de frequência notam-se perfeitamente, embora exista uma ligeira perturbação entre os 220Hz
e os 350Hz, esta gera-se devido à suspensão do shaker embora não interfere
significativamente quer com a segunda forma, quer com a terceira forma. Nos 4Hz
50
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
aproximadamente existe uma ressonância, a qual não pertence à viga em causa, mas sim ao
amortecedor do shaker.
51
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Na FRF obtida para a viga de 260mm, já se pode ver o inicio da quarta forma natural, a
ressonância devida ao amortecedor do shaker está ligeiramente despercebida, pois com o
aumento do comprimento das vigas, as frequências às quais se dão as respectivas ressonâncias
começam a baixar, tal pode ser constatado pela equação 74. Também é de salientar que as
próprias perturbações variam com o comprimento da viga uma vez que a frequência a que se
dão baixa.
52
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
A FRF obtida para a viga de 300mm é sem dúvida a mais crítica, pois entre cada forma
natural existe perturbação, apesar de tudo as 4 formas obtidas na gama de frequências, estão
bem definidas.
53
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Provete A B C D
L [mm] 300 260 220 180
Tabela 7 - Valores obtidos para os vários comprimentos das vigas Sandwich através do método CADA
54
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
uma vez que se encontraram várias perturbações ao longo das medições efectuadas e a
medição aos 26,6 ° C permitia uma melhor identificação das frequências de ressonância. O
primeiro processo a ser utilizado foi o CADA (CCF) [8], este permite definir uma gama
valores e a partir da FRF, conseguindo identificar nessa a gama a ressonância, com base na
máxima amplitude, como igualmente identifica o amortecimento.
A primeira viga a ser analisada foi de 180mm, a FRF obtida, segue-se na figura 28:
Este método apenas foi possível determinar as duas primeiras frequências de ressonância,
conforme está na tabela 5, a primeira e a segunda ressonância localizam-se aos 43,625Hz
224,000 Hz respectivamente, sendo igualmente os amortecimentos de 7,47% e 15,08%.
Foram efectuados dois zoom’s na primeira e na segunda forma na tentativa de se encontrarem
valores mais “confiáveis”, as correspondentes figuras seguem-se:
55
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Como se pode verificar na figura 29 revela uma primeira forma bem definida, assim como
na baseband (figura 28), o que permitiu obter valores bastante confiáveis e precisos. Já na
segunda forma o mesmo não possível, como podemos ver na figura 30:
56
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Como podemos ver acima a segunda forma, revela uma perturbação onde supostamente
está o pico da amplitude, o que fez com que a análise retirada deste zoom fosse pouco
confiável, uma vez que ao seleccionar uma zona de valores quer à direita do pico, quer à
esquerda do pico, os valores obtidos são seriamente influenciados pela perturbação,
originando coeficientes de amortecimento abaixo de 1%, sendo que este varia muito conforme
a gama de valores escolhida.
Nesta análise não foi possível identificar a terceira forma uma vez que as perturbações
visíveis na figura23 a seguir da segunda forma, aparecem sem excepção em todos os
espécimes analisados.
A análise à viga Sandwich de 220mm foi razoável, a FRF corresponde segue-se na figura
31:
57
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Igualmente à viga Sandwich de 180mm a primeira e a segunda forma estão bem definidas,
como foi referido acima as perturbações a seguir da segunda forma mantêm-se, repare-se que
se dão à mesma frequência. Neste caso a primeira e segunda forma dão aos 31,250Hz e
160,000Hz respectivamente sendo que os respectivos amortecimentos são 7,35% e 15,13%.
58
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Neste zoom igualmente à viga de 180mm a primeira forma está bem definida, existe uma
ligeira perturbação aos 18Hz aproximadamente.
59
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Nesta FRF poucos ou mesmo nenhuns foram os dados que se conseguiram retirar, uma
vez que existe novamente uma perturbação no máximo de amplitude, deteriorando qualquer
valor retirado.
60
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
61
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
A primeira forma não está tão bem definida com na figura 35, pois existe uma pequena
perturbação muito próxima da respectiva ressonância, embora esta não tenha grande
influência sobre a primeira forma como se pode verificar na tabela 6, uma vez que o valor do
amortecimento tem uma variação bastante ligeira relativamente à viga de 180mm e 220mm.
62
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
A figura 36 representa a FRF respectiva à segunda forma, como se pode constatar pela
figura acima, a perturbação é muito significativa o que explica o amortecimento de 10,52%
quando este devia estar num valor próximo de 15%, isto acontece devido à perturbação como
é claro e consequentemente faz com que a mínima alteração na gama de valores selecionada,
faz com que o amortecimento varie radicalmente o valor do amortecimento, sendo que o valor
conseguido foi o mais alto.
63
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
De todas as vigas analisadas, esta é sem dúvida a que tem as perturbações mais
significativas, aliás algo que facilmente retira das FRF analisadas anteriormente
comparativamente a esta e à de 260mm, é que as perturbações vão aumentando conforme o
comprimento da viga aumenta. A perturbação presente na segunda forma, elimina qualquer
possibilidade de obter um valor confiável, alias como se pode ver na tabela 6, o
amortecimento tem o valor de 8,52 sendo o pico máximo aos 90,312Hz.
64
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Como se pode ver a primeira forma está perfeita, não apresentando qualquer perturbação,
sendo o pico da magnitude identificado aos 16,937Hz, com um amortecimento de 6,71%.
65
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
A Função de Resposta Característica (FRC) é uma função que depende apenas dos
parâmetros globais, característicos da estrutura, e não dos locais (constantes modais
complexas) que dependem das coordenadas escolhidas para a realização dos ensaios. A
utilização da FRC na análise de um conjunto de funções de resposta em frequência do tipo
transmissibilidade (caso presente), tem à priori algumas vantagens tais como [6]:
Procedendo à análise das mesmas vigas pelo método FRC, segue-se a tabela respectiva às
frequências obtidas e as imagens correspondentes:
67
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 41 - Viga Sandwich de 180mm: análise à primeira forma segundo o Método FRC
No método FRC foi possível obter resultados mais viáveis que o método CADA, isto
porque ao escolhermos uma gama de valores, podemos verificar facilmente qual é o máximo
de amplitude, tal acontece quando a componente real (Real (1/FRC)) tem o valor nulo e
quando a recta (assinalada a azul na imagem) tem um ângulo de cerca de 45⁰. Esta gama além
de ser escolhida em torno da componente real, a parte imaginária também é levada em conta,
uma vez que é importante escolher um patamar onde o factor de perda η seja relativamente
constante. Para cada caso, foram realizadas três medições os quais se podem verificar no
anexo III na sua íntegra, embora a tabela 8 mostre os valores em sumário adquiridos para os
vários casos. Como se pode ver na figura 40, estamos perante a primeira forma da viga
68
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
sandwich de 180mm, onde se obteve uma valor de 42,11Hz com um desvio padrão de +/- de
0,93Hz, sendo o respectivo factor de perda 20,22%. Igualmente ao método CADA podemos
mais uma vez referir que a primeira forma para a viga de 180mm está bem definida o que nos
permitiu obter um resultado bastante coerente, aliás repara-se que no método CADA tínhamos
os amortecimentos para os vários casos e neste caso temos factor de perda, o qual se relaciona
através da seguinte equação: η = 2ζ. Neste caso temos um factor de perda com 20,22% e pelo
método CADA 7,47%, ou seja, cerca de 14,94%. Segue-se a figura correspondente ao zoom
da primeira forma:
Figura 42 - Viga Sandwich de 180mm: análise ao Zoom da primeira forma segundo o Método FRC
Como se pode constatar pela figura 41, temos ao nosso dispor uma resolução muito maior,
apesar de uma maior resolução o valor máximo da magnitude encontra-se aos 42,25Hz com
um desvio padrão de +/- de 1,01Hz, sendo o respectivo valor do factor de perda 20,05%. Os
valores obtidos pouco diferem dos anteriores, embora neste zoom podemos facilmente
escolher uma gama de valores onde o factor de perda é relativamente constante com muito
mais facilidade.
69
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 43 - Viga Sandwich de 180mm: análise ao Zoom à segunda forma segundo o Método FRC
Como se pode verificar na figura 42, a obtenção de um valor viável foi mais complicado
que a primeira forma, como seria de esperar, pois se repararmos, não existe uma zona que se
releve com clareza, onde a componente real corta o zero, já na parte imaginária damo-nos
conta da presença de um patamar bastante curto, pois o simples facto de aumentar mos a gama
de valores em 0,02Hz já irá variar significativamente os valores adquiridos. No entanto o
valor da máxima amplitude obtido foi de 233,90Hz com um desvio padrão significativo, cerca
de +/- 5,48Hz, resultado da curta gama de valores escolhida. O factor de perda obtido é cerca
de 23,60%.
70
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 44 - Viga Sandwich de 180mm: análise à terceira forma segundo o Método FRC
Como se pode ver acima, foi possível encontrar uma terceira forma cujos valores obtidos
para a frequência e para o factor de perda são viáveis, como se pode ver o pico da amplitude
dá-se aos 580,30Hz com um desvio padrão menor que o caso da segunda forma, tendo um
valor de +/- 3,36Hz. A componente imaginária releva mais uma vez como a altas frequências
as perturbações são cada vez mais acrescidas, como se pode ver numa gama de 60Hz a
variação do factor de perda é extremamente alta, apesar da imensa instabilidade foi possível
encontrar um valor aceitável: 39,54%, o valor é elevado mas como se pode ver a frequência
também o é, uma vez que estamos perante altas frequências é perfeitamente natural que os
respectivos amortecimentos também o sejam.
71
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 45 - Viga Sandwich de 220mm: análise à primeira forma segundo o Método FRC
Tal como o método CADA, este método também não fica atrás, encontramos uma
primeira forma bem definida onde se nota perfeitamente o zero da parte real, embora o
patamar correspondente ao factor de perda seja relativamente inconstante na gama escolhida,
apesar de uma gama pequena a frequência obtida: 31,21Hz tem um desvio padrão pequeno
cerca de +/- 0,96Hz, sendo o respectivo factor de perda cerca de 20,41%. Este valor está
coerente com o valor obtido para a primeira forma do caso de 180mm, pois este pouco
diferencia do anterior. Segue-se a figura 45 qual mostra a um zoom da primeira forma:
72
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 46 - Viga Sandwich de 220mm: análise ao Zoom da primeira forma segundo o Método FRC
Neste zoom podemos ver com maior clareza a variação do factor de perda e ponto o se
encontra o zero na parte real. Comparativamente ao caso anterior onde tínhamos uma gama de
valores com cerca de 4Hz, neste caso temos cerca de 2Hz, os valores obtidos são muito
próximos relativamente ao pico da amplitude, já no caso do factor de perda deparamo-nos
com uma redução de 7% relativamente ao valor anterior, que já é um a valor significativo,
repara-se que o desvio padrão variou menos de 0,1Hz.
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 47 - Viga Sandwich de 220mm: análise à segunda forma segundo o Método FRC
No caso da viga sandwich só foi possível realizar análise à segunda forma obtida na
“baseband”, na figura 44, na componente real foi possível encontrar o ponto correspondente à
máxima amplitude, consequentemente como seria de esperar, com maiores frequências
maiores perturbações e mais uma vez tal é salientado pela componente imaginária como
podemos ver acima, existe uma enorme instabilidade no factor de perda, mesmo o patamar
escolhido revela alguma variação, de qualquer modo o valor do factor de perda está em
coerência com o valor da frequência, com isto quer se dizer, que seria de esperar valores de
cerca de 30% pelo menos para o factor de perda, neste caso temos 34,52% o que não muito
mau, o próprio desvio padrão também é pequeno trazendo confiança no valor obtido.
Na viga de 220mm também foi possível encontrar a terceira forma natural, a respectiva
figura segue-se:
74
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 48 - Viga Sandwich de 220mm: análise à terceira forma segundo o Método FRC
Tal como no caso anterior a terceira forma natural foi encontrada na “baseband”, embora
os valores encontrados sejam problemáticos, uma vez que temos um amortecimento bastante
próximo do que seria para o caso de uma segunda forma natural de vibração, mas não para
este caso, levando a querer que o valor obtido está bastante aquém que seria presumível. Algo
a salientar é o facto de na gama de valores observada no gráfico (424,264Hz-479,583Hz) a
parte real corta duas vezes o zero, tal como foi referido atrás sabe-se que o pico da amplitude
dá-se quando a parte real é nula e esta corta o eixo com cerca de 45⁰. A gama acima foi
escolhida tendo em conta principalmente a componente imaginária, pois como podemos ver
existe um conjunto de valores onde esta é estável.
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 49 - Viga Sandwich de 260mm: análise à primeira forma segundo o Método FRC
Como se pode ver acima, a componente real está perfeitamente definida, repara-se que tal
como aconteceu com o método CADA as funções em resposta vai piorando com conforme o
comprimento aumenta, tal é perceptível a partir da componente imaginária pois este tem uma
variação significativa numa gama de valores pequena, embora o valor obtido seja aceitável,
cerca de 19,25% com um frequência de 21,40Hz sendo o respectivo desvio padrão +/-
0,89Hz. Segue-se a análise ao zoom da primeira forma:
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 50 - Viga Sandwich de 260mm: análise ao Zoom da primeira forma segundo o Método FRC
Na análise à viga de 260mm não foi possível encontrar valores aceitáveis para a segunda
forma, sendo que os valores encontrados não foram considerados, devido à falta de confiança
nos mesmos. Deste modo procede-se a análise da terceira forma natural de frequência:
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 51 - Viga Sandwich de 260mm: análise ao Zoom da terceira forma natural de frequência segundo o Método FRC
Tal como o caso da viga de 220mm encontrar a terceira forma natural de frequência
tornou-se complicado, pois mais uma vez temos várias situações onde a componente real
corta tem valor nulo, tal como anteriormente o pico escolhido foi tendo em conta uma gama
de valores para o factor de perda relativamente constantes, embora o valor encontrado quer
para a frequência natural de vibração quer para o factor de perda são questionáveis, uma vez
que para uma frequência relativamente alta o valor do factor de perda também deveria ser
elevado, este deveria ser pelo menos o dobro do obtido, também é de realçar que para uma
gama de valores escolhida, a qual tem de cerca de 10Hz, o valor da frequência natural de
vibração tem um desvio padrão bastante elevado.
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 52 - Viga Sandwich de 300mm: análise à primeira forma natural de frequência segundo o Método FRC
Como seria de esperar, a primeira forma para a viga de 300mm está bem definida, embora
repara-se que a oscilação do factor de perda é cada vez maior para gamas de 2Hz, apesar da
gama de valores escolhida a função estar bem definida, o valor encontrado para o factor de
perda deixa a “desejar”, pois este relativamente aos anteriores é bastante mais baixo, sendo
que o valor obtido para o pico da magnitude, tem um desvio padrão bastante baixo. Na viga
de 300mm foi possível adquirir um zoom da primeira o qual se segue na figura 52:
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 53 - Viga Sandwich de 300mm: análise ao Zoom da primeira forma natural de frequência segundo o Método FRC
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 54 - Viga Sandwich de 300mm: análise à terceira forma natural de frequência segundo o Método FRC
À excepção dos casos anteriores, componente real apenas é nula uma única vez na gama
de valores considerada, sendo que o valor da frequência, 241,20Hz com desvio padrão de +/-
0,81Hz, é bastante aceitável, o valor encontrado para o factor de perda, 34,69% é um valor
aceitável mas mais uma vez este é muito provável que se encontre relativamente abaixo do
valor que seria correcto.
O método “circular curve fitting” é um dos métodos mais importantes para análise modal.
Este método tira partido das características do diagrama de Nyquist, onde este por sua vez,
representa de uma forma detalhada a banda de frequência de ressonância, daí o interesse em
utilizar o diagrama de Nyquist para a identificação da razão de amortecimento ξ . Assim o
algoritmo de identificação consiste no ajustamento de uma circunferência aos pontos da
função mobilidade representada no plano complexo. Este algoritmo identifica a frequência
natural ωn , a partir da qual é estimada a razão de amortecimento de qualquer ponto da função
mobilidade. A estimação da razão de amortecimento também pode ser realizada utilizando
81
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
dois pontos, correspondentes a frequências distintas, sendo uma desta superior e a outra
inferior a ωn , a equação seguinte representa a razão de amortecimento:
ωB − ω A
ξ= (75)
2ωn
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
83
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Capitulo 6 – Determinação de G e η
2π Cn EHH1
l2
G1 = [ A − B − 2( A − B ) 2 − 2( Aη s ) 2 ] (76)
{
(1 − 2 A + 2 B) + 4( Aη s )
2 2
}
( Aη S )
η1 = (77)
A − B − 2( A − B) 2 − 2( Aη S ) 2
Sendo os parâmetros:
=A ( f S / f n ) 2 (2 + DT )( B / 2);
=B 1/ [6(1 + T ) 2 ];
ρ1 Rácio de densidade;
D= ,
ρ
84
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
l , Comprimento da viga;
H1
T= , Rácio de espessura;
H
η S = ∆f s / f s , Factor de perda;
Figura 55 - Comparação dos resultados para o módulo de corte obtidos pelos vários métodos e os valores fornecidos pela
3M
de perda, como é o caso da viga de 260mm no método CCF. Prosseguindo para a comparação
dos valores do factor de perda para a primeira forma natural de vibração:
Figura 56 - Comparação dos resultados para o Factor de perda obtidos pelos vários métodos e os valores fornecidos pela
3M
A situação presente é bastante semelhante à da figura 49, isto porque, como já foi referido
existe uma relação bem definida entre o módulo de corte e o factor de perda, embora neste
caso os valores encontrados pelos vários métodos estejam em redor dos da 3M, de salientar
que os valores para a viga de 220mm (aproximadamente aos 200rad/s) adquiridos pelo
método FRC e pelo CCF estão bastante próximos dos valores reais, na viga de 260mm os
valores também estão bastante próximos. Nesta situação o método CADA tem apenas uma
aproximação bem sucedida que acontece para a viga de 300mm.
86
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 57 - Comparação dos resultados para o módulo de corte obtidos pelos vários métodos e os valores fornecidos pela
3M
Fazendo uma análise geral à figura 51 é possível perceber logo de imediato que os valores
adquiridos pelos vários métodos, estão muito aquém dos valores da 3M, isto deve-se ao facto
de as perturbações na segunda forma natural de vibração já começarem a ser perceptíveis, o
que fez uma discrepância considerável entre os valores obtidos e os valores da 3M. Esta
discrepância também é observada no factor de perda correspondente:
87
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 58 - Comparação dos resultados para o Factor de perda obtidos pelos vários métodos e os valores fornecidos pela
3M
Como foi referido, de um modo geral os valores obtidos para as duas vigas mais
pequenas, estão mais próximos dos valores da 3M, e para as duas vigas maiores estão
ligeiramente mais afastados à excepção do valor obtido pelo método FRC.
Por último temos a terceira forma natural de vibração que se segue nas duas figuras
seguintes:
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 59 - Comparação dos resultados para o Módulo ao Corte obtidos pelos vários métodos e os valores fornecidos pela
3M
Figura 60 - Comparação dos resultados para o Factor de Perda obtidos pelos vários métodos e os valores fornecidos pela
3M
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Como se poder ver nas figuras 53 e 54, as quais apresentam os valores respeitantes ao
módulo de corte e ao factor de perda respectivamente. Este é sem dúvida o pior caso, pois se
verificarmos os valores para o módulo ao corte, estes encontram-se extremamente longe dos
valores esperados, tal pode ser explicado no que se observa nas figuras do capítulo 4
respeitantes ao terceiro modo natural de vibração, repare-se que as zonas respeitantes aos
vários picos de ressonância revelam uma frequência que não está coerente com o factor de
perda encontrado, resultado do imenso ruído presença na identificação da ressonância, aliás os
valores representados para o factor de perda, na sua globalidade, estão cerca de 40% acima do
valor real. Uma vez que os valores encontrados para o terceiro modo estão muito aquém dos
da 3M, não irão ser referidos novamente. Deste modo prossegue-se à comparação de todos os
valores obtidos para o módulo de corte e para o factor de perda:
Figura 61 – Conjugação dos valores do Módulo de corte obtidos para a primeira e segunda forma natural de vibração
A figura 60 permite-nos ter uma visão global dos resultados, como também permite
observar as diferenças obtidas entre a primeira e segunda forma. Como se pode ver os valores
para a primeira forma estão muito mais consistentes que os da segunda forma, já nas
frequências referentes à segunda forma, os valores estão muito menos consistentes, repare-se
que ao contrário do que seria de esperar o método CADA para a primeira forma natural de
vibração é o que tem o os piores resultados e na segunda forma natural de frequência este é o
que tem os valores mais próximos. Observando os valores na mesma situação para o factor de
perda:
90
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 62 – Conjugação dos valores do Factor de perda obtidos para a primeira e segunda forma natural de vibração
Como se pode observar na figura 61, as variações observadas são deveras maiores no
primeiro modo natural de vibração, do que no segundo modo, embora haja alguns resultados
bastante consistentes, neste caso o método CADA, obteve os piores resultados, de um modo
geral os piores resultados foram obtidos para a primeira forma natural de vibração na viga de
180mm e para a viga de 300mm no segundo modo de natural de vibração à excepção do
método FRC, como já se observou anteriormente.
Uma vez que o módulo de corte tem uma componente real e uma componente imaginária
procede-se à montagem de um gráfico na configuração Rea lvs Imag:
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 63 - Valores obtidos para o Módulo de Corte nas suas componentes reais e imaginárias
Resumindo neste capitulo até agora foram abordados os vários métodos e comparados
entre si e os valores da 3M.
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Agora através do método das derivadas fraccionárias, iremos ajustar os valores adquiridos
pelos vários métodos a uma lei do tipo:
G0 + G1 ( jω )α
G ( jω ) = (78)
1 + b1 ( jω ) β
Tabela 10 - Valores ajustados para os vários métodos utilizados para o 1º/2º modo natural de vibração (MNV)
G0 G1 b1 α β
CADA 13820,000 158000,000 0,96729 0,59074 0,32107
1º MNV FRC 13820,000 158000,000 0,97781 0,57198 0,32037
CCF 13820,000 158000,000 0,98155 0,57777 0,31352
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Como foi referido acima foi realizado o ajustamento utilizando os valores do módulo de
corte e as respectivas frequências, no eixo real e imaginário, como se pode observar, os
valores encontrados estão coerentes, principalmente na parte real. Levando este caso mais ao
pormenor, foi realizado um ajustamento ao primeiro modo e ao segundo, as respectivas
imagens seguem-se:
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Im(G )
η= (79)
Re(G )
Partindo para as imagens correspondentes ao ajustamento dos valores para o método CCF:
Figura 67 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o primeiro e segundo
modo natural de vibração
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 68 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o primeiro modo
natural de vibração
Figura 69 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o segundo modo
natural de vibração
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Como se pode ver nas figuras acima de um modo geral o “fitting” realizado é bastante
semelhante ao do método CADA. Por fim temos o “fitting” realizado com o método FRC:
Figura 70 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o primeiro e segundo
modo natural de vibração
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 71 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o primeiro modo
natural de vibração
Figura 72 – Ajustamento obtido para o módulo de ganho, módulo de perda e factor de perda para o segundo modo
natural de vibração
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Para se compreender melhor o que foi feito anteriormente, foram colocados todos os
“fitting’s” realizados num único a gráfico com os valores da 3M para o primeiro e segundo
modo natural de vibração juntos e separados:
Figura 73 – Comparação dos vários “fitting’s” para o primeiro e segundo modo natural de vibração com os valores
retirados da 3M para o ISD112
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Figura 74 – Comparação dos vários “fitting’s” para o primeiro modo natural de vibração com os valores retirados da 3M
para o ISD112
Figura 75 – Comparação dos vários “fitting’s” para o primeiro modo natural de vibração com os valores retirados da 3M
para o ISD112
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Como se pode observar os últimas seis imagens, os “fitting’s” realizados de uma forma
geral, estão bastante próximos uns dos outros, de todos o “fitting” com o método CCF e FRC
são os mais próximos entre, e sem dúvida os mais próximos da 3M. Como seria de esperar os
“fitting’s” para a primeira forma natural de vibração estão relativamente próximos neste caso
o FRC é o que se sobressai mais. Relativamente aos factores de perda para os vários casos, a
situação é comum a todos eles, como se sabe o cálculo para o factor de perda tem uma
sensibilidade enorme relativamente à frequência, mesmo esta tendo até uma variação nas
casas das centésimas, o factor de perda já ira ressentir essa variação assim como o módulo ao
corte. Resumindo, uma vez identificados os parâmetros do modelo de derivadas fraccionárias
para o material viscoelástico 3MISD112 a 26⁰C, dispõe-se agora de um modelo para o
material no domínio da frequência que pode ser utilizado em análises de projecto e simulação
de tratamentos.
103
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
104
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Capítulo 8 - Conclusões
Por fim ficam aqui algumas sugestões para supostos trabalhos futuros:
105
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Referências
[1] David L. G. Jones. Handbook of Viscoelastic Vibration Damping: John Wiley & Sons, Ltd, 2001.
[2] Ahid D. Nashif, David I.G. Jones, John P. Henderson. Vibration Damping: John Wiley & Sons, Ltd,
1985.
[5] Apontamentos de Vibrações de Sistemas Mecânicos: José Dias Rodrigues, Janeiro de 2009
[6] Filipe Vieira, Identificação modal baseada na função de resposta caracterisitica, Feup, 2003.
[7] Norma ASTM E756-05, Standard test method for measuring vibration-damping properties of
materials.
106
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
Anexos
107
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
108
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst Modificado
109
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst Modificado
110
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst Modificado
111
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
112
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
113
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
114
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst Modificado
115
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst Modificado
116
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
117
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst
Modificado
118
Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst Modificado
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Identificação do módulo complexo de materiais viscoelásticos pelo método da viga de Oberst Modificado
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