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ACAUÃ SORRENTINO AMOEDO – RA 3017109031

EDUARDO FLORENTINO – RA 3017109070


GABRIEL DA SILVA FERREIRA - 3017108663
HÉLIO CARDEAL PASCHOAL – RA 3017101149
HERNANDES PAIXÃO DA SILVA – RA 3017101126
JULIO CÉSAR MATOS FERRARETO – RA 3017104317
LUCAS REZENDE SOARES – RA 3017100780
YASMIN JACOBINA MARIANO – RA 3016201439

EQUAÇÕES DE MAXWELL

São Paulo
2019
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RESUMO

Nesse artigo será demonstrado de forma sucinta a vida e a obra do grande homem
que foi James Clerk Maxwell, tense como base deste artigo as 4 equações que
ficaram conhecidas como de Maxwell e de onde elas se originaram, para que são
usadas e suas formas diferenciais. O domínio de tal assunto é de suma importância
para todos aqueles que pretendem se aprofundar nos estudos da engenharia
elétrica e principalmente no eletromagnetismo.
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1. INTRODUÇÃO

Alguns homens devido a sua inteligência e capacidade de percepção, modificam o


ambiente a sua volta facilitando as suas vidas e das pessoas que o rodeiam, outros
homens por sua inteligência e feitos modificam o mundo de tal forma que a
humanidade passa a enxergar o seu ambiente de maneira diferente e dá um grande
passo a caminho da maior descoberta que pode haver, que é a nossa origem e
destino diante da vastidão do universo.
James Clerk Maxwell é um desses homens, que através de sua inteligência e
estudos mudou toda a percepção da humanidade a respeito do eletromagnetismo.
Nascido em 1831 e falecido jovem em 1879 (mesmo ano de nascimento de Albert
Einsten). Se formou na universidade de Cambridge em 1854 e começou seu intenso
trabalho estudando os mistérios da natureza no campo magnético e elétrico, em
uma época aonde não era comum usar equações para expressar esses fenômenos
ele estudou todas as experiências realizadas por seus antecessores comparando as
suas similaridades entre os fenômenos envolvidos.
Em 1867 apresentou para o mundo sua obra de arte, um conjunto de equações
conhecidas como “Equações de Maxwell” nesses estudos continha uma informação
que revolucionária todo o conhecimento da época. Chegou a conclusão que toda
perturbação elétrica viaja na velocidade da luz e que a própria luz era constituída de
campos elétricos e magnéticos que viajavam a 3,10 m/s.
Além disso, conceitos que não existiam como potencial, vetor, gradiente, circuitação,
divergente, rotacional são incluídos ao trabalho de estudos de Maxwell, sendo que
muitos desses só foram comprovados após a sua morte com o desenvolvimento de
pesquisadores que o seguiam.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Primeira equação de Maxwell.


Essa equação foi desenvolvida através do trabalho de Faraday realizado sobre a
Indução magnética e a Lei da indução magnética de Faraday sérvio como alicerce
para a construção de sua primeira equação.
Faraday concluiu que a f.e.m. induzida em um contorno fechado sujeito a um campo
magnético indutivo variável no tempo é dada por:
𝑑𝜆
𝑒=
𝑑𝑡
(2.1)
Que pode ser expressa em termos do vetor campo elétrico através do trabalho
realizado por esse campo para arrastar uma carga elétrica unitária no contorno:

𝑒 = ∮ 𝐸. 𝑑𝑙
𝑐

(2.2)
O fluxo magnético indutivo no contorno pode ser expresso por:
𝜆 = ∫ 𝐵. 𝑑𝑠
(2.3)
Nesse contorno com um único plano os campos magnético e indutivo se confundem,
portanto, substituindo essas expressões em 2.1, tem-se:

𝑑
∮ 𝐸. 𝑑𝑙 = − ∫ 𝑠𝐵. 𝑑𝑠
𝑑𝑡
𝑐

(2.4)
Como S e t são variáveis independentes, não estão se expandindo ou retraindo,
pode-se escrever:

𝜕𝐵
∮ 𝐸. 𝑑𝑙 = −∫ 𝑠 . 𝑑𝑠
𝜕𝑡
𝑐

(Essa é a forma integral da primeira equação de Maxwell)


(2.5)
Podemos representar também pela forma diferencial da expressão que é:
∆ 𝜕𝐵
→𝑥 𝐸 = −
𝜕𝑡
(2.6)
Ambas as formas expressam a relação entre as mesmas grandezas, porém, na forma
diferencial estamos analisando em um determinado ponto do espaço e na forma integral
dentro de uma área com parâmetros definidos.
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2.2 Segunda lei de Maxwell
2.2.1 Corrente de deslocamento
Um princípio universalmente aceito era o de conservação das cargas de Faraday,
porém ao fazer a contabilidade das cargas essa conta não fechava. A diferença
geométrica deveria ser considerada e para tal Maxwell partiu da expressão da
corrente que cruza uma superfície expressa em termos do vetor densidade de
corrente.
Partindo da hipótese de uma superfície S fechada se sabia que a corrente total que
a cruza era nula como a lei dos nós (Kirchoff) estabelece. Mas essa verdade vale
apenas para fenômenos constantes no tempo, de modo que admitindo que a
superfície S seja fechada, escrevemos:

∫ 𝐽. 𝑑𝑆 = 𝑖

(2.8)
A corrente só será diferente de zero se estiver ocorrendo uma variação da
quantidade de cargas no interior da superfície. Assim podemos reescrever 2.8:

𝑑𝑄
∫ 𝐽. 𝑑𝑆 = −
𝑑𝑡

(2.9)
Q nesse caso representa a quantidade de cargas interna a superfície e o sinal de
negativo é para relacionar a corrente maior que zero saindo da superfície implica em
taxa de variação temporal de cargas internas a superfície negativa.
A lei de Gaus no entanto diz que a quantidade de cargas internas a superfície pode
ser escrita em função do vetor deslocamento D:

∫ 𝐷. 𝑑𝑆 = 𝑄

(2.10)
Fazendo a substituição na equação anterior:

𝑑
∫ 𝐷. 𝑑𝑆 = − [∮ 𝐷. 𝑑𝑠]
𝑑𝑡
∑ ∑

(2.11)
Devido aos parâmetros Σ serem fixos, podemos introduzir a derivada em relação ao
tempo no segundo membro, além disso as variáveis de integração dos dois
membros são iguais de forma que podemos junta-las em uma única integral:

𝜕𝐷
∮ (𝐽 + ) . 𝑑𝑆 = 0
𝜕𝑡

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(2.12)
O termo D/t deve ter a dimensão de densidade de corrente. O vetor densidade de
corrente J associa-se ao vetor campo elétrico pela lei de ohm. Essa densidade de
corrente corresponde aos elétrons da última camada dos materiais condutores que
estão ligados fracamente ao núcleo, de forma que esse tipo de corrente elétrica
independe do campo elétrico e nomeia-se corrente de condução.
A densidade de corrente está associada ao deslocamento da nuvem eletrônica dos
átomos quando submetidos a um campo elétrico variável no tempo. A corrente de
deslocamento só não é nula enquanto o campo elétrico variar no tempo.
Nos condutores quando submetidos a campos variáveis no tempo, esse tipo de
corrente ocorre nas camadas inferiores da nuvem eletrônica que estão fortemente
presos ao núcleo, nesse caso os elétrons da última camada se movimentam de um
átomo para outro gerando a corrente de condução enquanto os das camadas
inferiores se agitam gerando a corrente de deslocamento. Sendo nos bons
condutores a corrente de condução muito maior do que a de deslocamento.
2.2.2 Corrente total sob uma superfície
Após descobrir a corrente de deslocamento, Maxwel atribuiu a ela as mesmas
propriedades que se dá a corrente de condução no que se refere a produção de
campos magnéticos.
Assim, em uma superfície convexa imersa em um campo elétrico variável no tempo
tem a corrente dada por:
𝜕𝐷
𝑖 = ∫ (𝐽 + ) . 𝑑𝑆
𝑆 𝜕𝑡

(2.13)
Maxwel concluiu que as propriedades que se aplicam a corrente de condução se
aplicam também a corrente de deslocamento, sendo necessário reescrever a lei
circuital de Ampère contemplando ambas as correntes e essa é a forma integral da
segunda lei de Maxwell:
𝜕𝐷
∮ 𝐻. 𝑑𝑙 = ∫ (𝐽 + )
𝐶 𝑆 𝜕𝑡

(2.14)
Aplicando-se o teorema de Stokes em 2.7 e realizando um trabalho matemático ele
chegou a forma diferencial de sua 2° equação que é:
𝜕𝐷
𝛻𝑥𝐻 = 𝐽 +
𝜕𝑡
(2.15)
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2.3 Terceira lei de Maxwell
No desenvolvimento dessa lei foram analisados os comportamentos das linhas de
campo magnético por observações experimentais, onde Maxwell verificou que essas
linhas são sempre fechadas, ou seja, campos dessa natureza nunca ocorrem de
forma pontual como por exemplo no campo elétrico, nesses casos um polo Norte
sempre terá um polo sul.
Levando em conta que as linhas dos campos magnéticos são sempre fechadas,
então a quantidade que entra é igual a quantidade que sai, fazendo com que o fluxo
magnético seja nulo, convertendo essas palavras em soluções matemáticas temos a
forma integral da 3° lei de Maxwell:
∮ 𝐵. 𝑑𝑆 = 0
(2.16)
A partir do teorema de Gauss iremos obter a forma diferencial da 3° lei, o teorema é
dado por:
∫ 𝛻. 𝑉. 𝑑𝑡 = ∮ 𝑉. 𝑑𝑆
(2.17)
Aplicando esse teorema na terceira equação de Maxwell na forma integral, obtemos:
∫ 𝛻. 𝐵. 𝑑𝑡 = 0
(2.18)
Como Ɫ é um volume qualquer, o integrando de 2.18 resulta na forma diferencial da
3° lei:
𝛻. 𝐵 = 0
(2.19)
2.4 Quarta lei de Maxwell
Essa equação é proveniente da lei de Gauss da eletrostática, que indica que o fluxo
do vetor deslocamento D sobre uma superfície fechada é igual ao da carga interna a
essa superfície, isto é:

∮ 𝐷. 𝑑𝑆 = 𝑄

(2.20)
Entretanto essa carga pode ser expressa pela densidade volumétrica de cargas do
volume dessa superfície fechada, assim temos a forma integral da quarta lei de
Maxwell:

∮ 𝐷. 𝑑𝑆 = ∫ 𝜌𝑣. 𝑑𝑡
∑ 𝑡

(2.21)
Para obter a forma diferencia dessa equação, Maxwell aplicou o teorema de Gauss
ao primeiro membro da equação, dessa forma:
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∫ 𝛻. 𝐷. 𝑑𝑡 = ∫ 𝜌𝑣. 𝑑𝑡
𝑡 𝑡

(2.22)
Como as variáveis de integração dos dois membros são as mesmas, podemos
identificar os integrandos obtendo:
𝛻. 𝐷 = 𝜌𝑣
(2.23)
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3. CONCLUSÃO

Pode-se concluir que a contribuição de Maxwell para o entendimento dos


fenômenos dos campos magnéticos é sem precedentes na história, mesmo
que outros pensadores já tivessem desenvolvido equações que nos
possibilitassem a análise de tais fenômenos de formas separadas.
Além de ser muito perspicaz no trabalho eletromagnético Maxwell foi sem
dúvida um dos homens que mais contribuiu para o avanço da matemática
analítica, descobrindo conceitos que nos possibilitam analisar áreas de
formas irregulares e esféricas com o uso de princípios até então não
conhecidos como por exemplo potencial, vetor, gradiente, circuitarão,
divergente e rotacional.
Isso sem falar na descoberta que revolucionou todo o conhecimento da época
dizendo que toda perturbação elétrica viaja na velocidade da luz e que a
própria luz é constituída por campos elétricos e magnéticos viajando no
espaço a 3,10 m/s.
Com certeza podemos afirmar que essas descobertas serviram e servem
como alicerces para tudo que se sabe hoje e que se é desenvolvido sobre
fenômenos eletromagnéticos.
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4.REFERÊNCIAS

[1] Cardos o, J. R. Engenharia Eletromagnética – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.


[2] Edminister, J. A. Eletromagnetismo. 3ed. São Paulo: Bookman,2013.

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