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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

Acauã Sorrentino Amoedo

Hernandes Paixão da Silva

Lucas Lossaço da Silva

Pedro Henrique Teixeira de Moura

Wilson José Mazza

DESENVOLVIMENTO DE UM RÁDIO GALENA

São Paulo
2021
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

Acauã Sorrentino Amoedo

Hernandes Paixão da Silva

Lucas Lossaço da Silva

Pedro Henrique Teixeira de Moura

Wilson José Mazza

DESENVOLVIMENTO DE UM RÁDIO GALENA

Projeto Integrado do Módulo – Livre – à


Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como
requisito parcial para obtenção da nota de
Projetos. Prof: Bosco/Kelly - Orientadores

São Paulo
2021
RESUMO

O tema abordado neste projeto trata-se de uma pesquisa baseada no funcionamento


e na elaboração de um circuito de rádio galena. Para tal elaboração, buscou-se
realizar uma revisão de literatura sólida em livros e artigos conceituados, além do
corpo docente da instituição. O objeto de estudo consiste no processamento de sinais
eletromagnéticos gerados por um transmissor de rádio comercial até a recepção pelo
equipamento rádio Galena. O presente trabalho é elaborado com o intuito de
comprovar o funcionamento desse tipo de rádio, para tal, utiliza-se um circuito onde
observa-se graficamente as diferenças de ondas para cada faixa de frequência e,
além disso, é possível fazer uma comparação entre as frequências desejadas e as
frequências obtidas. Dessa forma, verifica-se se o circuito montado atende as
expectativas. Ilustrou-se essa comparação através de uma tabela e ao longo do
trabalho, encontra-se uma lista de materiais com os respectivos custos de cada
componente, assim, é possível informar o custo aproximado para a construção de um
protótipo e quais são os componentes necessários.

Palavras-chave: Rádio; Galena; PROTEUS®.


ABSTRACT

The theme addressed in this project is a research based on the functioning and the
elaboration of a Galena radio circuit. This equipment consists of processing
electromagnetic signals generated by a commercial radio transmitter. The present
work is elaborated with the intention of proving the functioning of this type of radio. For
this project a circuit is used where it is possible to graphically observe how the waves
differ for each frequency range and, in addition, it is possible to make a comparison
between the desired frequencies and the previous frequencies. Thus, it was possible
to verify that the assembled circuit meets the expectations. This comparison is
illustrated using a table. Throughout the work, a list of materials will be presented with
the respective costs of each component, in this way, it is possible to inform the
approximate cost for the construction of a prototype and which components will be
included.

Keywords: Radio; Galena; PROTEUS®


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................6
1.1. OBJETIVO .............................................................................................. 6

2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 7


2.1. RÁDIO GALENA..................................................................................... 7

2.2. ORIGEM DO RÁDIO GALENA................................................................7


2.3. PROPAGAÇÃO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS............................8
3. METODOLOGIA...................................................................................... 9
3.1. SOFTAWARE UTILIZADO......................................................................9
3.2. CIRCUITO...............................................................................................9
3.3. COMPONENTES DO CIRCUITO..........................................................11
3.3.1. ANTENA..........................................................................................11
3.3.2. DIODO DE GERMÂNIO..................................................................12
3.3.3. INDUTOR........................................................................................13
3.3.4. CAPACITOR...................................................................................13
4. RESULTADOS ...................................................................................... 14
4.1. DIMENSIONAMENTO DO CIRCUITO.................................................14
4.2. SIMULAÇÃO E CIRCUITO FINAL........................................................16
4.3. TABELA DE RESULTADOS................................................................16
4.4. GRÁFICOS..........................................................................................17
4.5. MATERIAIS UTILIZADOS E ORÇAMENTO.........................................18
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................20
CRONOGRAMA DO PROJETO......................................................................21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................22
1. INTRODUÇÃO

O rádio de Galena é um rádio a cristal, sendo que o cristal utilizado na


montagem é a Galena, ou sulfeto de chumbo. O interessante é que não é necessário
o uso de pilhas e nem de baterias para o funcionamento, pois a energia para o
funcionamento é a energia transmitida pela onda do rádio (ALMENDROS, 2008).
Segundo Sampaio (1971) o rádio, no Brasil, surgiu, fazendo vibrar as agulhas
que arranhavam pedrinhas de galena. O receptor de galena era a principal tecnologia
utilizada nos primeiros anos de rádio brasileiro, utilizando óxido de chumbo que se
apresenta em forma de cristal (LOPEZ, 2009).
A primeira versão do rádio galena era ainda uma engenhoca precária e de uso
limitado. Mais uma curiosidade e extravagância tecnológica que um recurso de
comunicação social (NOVAIS, 1998)
Com o passar dos anos muitos materiais ficaram obsoletos e não são mais
encontrados com facilidade hoje em dia, como, por exemplo, a própria Galena.
Os próximos capítulos serão organizados da seguinte forma: Capítulo 2 –
Referencial Teórico, em que abordada-se os conceitos sobre o rádio Galena. Capítulo
3 – Desenvolvimento, dentro deste capítulo explica-se o funcionamento do circuito,
além da simulação feita no software PROTEUS®. Capítulo 4 – Resultados, neste
capítulo explana-se os resultados obtidos através da simulação, além de alguns
resultados de cálculos teóricos. Por último, apresenta-se as considerações finais

1.1 OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo comprovar a eficácia do rádio Galena


através de simulações utilizando o PROTEUS® e sem a elaboração de um protótipo.

6
2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. RÁDIO GALENA

O rádio Galena é um dispositivo de simples construção, mas, de complexa


explicação, ele funciona por que ao receber ondas eletromagnéticas que estão
espalhadas no ar e colidem com um condutor (antena), que por sua vez induz uma
corrente elétrica no circuito (RUZZA, 2014). O rádio Galena foi construído e
amplamente usado no século XX. Este rádio capta ondas AM. O termo Galena refere-
se ao sulfeto de chumbo, minério com uma grande concentração de chumbo, um dos
primeiros semicondutores utilizados para construção do circuito. O semicondutor
permite a passagem de corrente elétrica em apenas um sentido. No momento da
montagem do rádio Galena ele funcionará como um filtro reduzindo a interferência de
outras ondas (FERNANDES, 2018).
A corrente elétrica irá procurar o neutro elétrico, ou um aterramento, assim,
atravessa o circuito que está ressonante com uma determinada frequência, e vai filtrar
a corrente elétrica senoidal que está naquela frequência, então seguindo a análise
nós teremos, um circuito sem fonte, com um resistor (o fone), um indutor fixo e um
capacitor variável, sendo que o capacitor variável altera as frequências adjacentes e
envia para a resistência somente a frequência que o circuito está ressonando, que
tem a maior potência no circuito (ALMENDROS, 2008).
Como o intuito do rádio é escutar a voz gravada e modulada, usa-se um diodo
que permite somente a passagem do semi ciclo positivo da corrente senoidal,
sobrando apenas a voz gravada e modulada que pode ser reproduzida por um fone
de ouvido ou uma caixa de som (RUZZA, 2014)

2.2. ORIGEM DO RÁDIO GALENA

Os primeiros rádios eram denominados “de galena” ou “de cristal”, pois tinham
como elemento principal um cristal de galena (um derivado do chumbo), este
equipamento tinha, na época, uma estranha propriedade de detectar sinais de rádio.
Através desta propriedade era possível extrair das ondas de rádio a informação
sonora do remetente (BRAGA; INSTITUTO NBC, 2013).
7
Este rádio surgiu em 1906, quando H.H.C. Dunwoody, patenteou o detector de
metal. Todo o som transmitido pelo transmissor e captado pelo receptor (antena) era
ouvido através de um par de auriculares. A pedra de Galena tinha a função de separar
a radiofrequência da parte de modulação, ou seja, a pedra era responsável por levar
a pessoa somente a informação sonora. Quando se tinha somente uma estação
transmitindo não havia necessidade de sintonizar a frequência. Contudo,
posteriormente, foi acrescentado um capacitor variável e uma bobina que conseguiam
sintonizar mais de uma emissora (CAROS OUVINTES, 2011).

2.3. PROPAGAÇÃO DE ONDAS ELETROMAGNÉTICAS

As ondas eletromagnéticas são utilizadas em diversas aplicações pela


humanidade, como por exemplo: transmissão de sinais de TV, telefone, internet, GPS,
diagnósticos médicos, aquecimento, astronomia e etc. para tantas aplicações
padronizou-se as faixas de frequência para cada utilidade (CARDOSO, 2011). São
elas:
EHF: extremely high frequency;
SHF: super high frequency;
UHF: ultra high frequency;
VHF: very high frequency;
HF: high frequency;
MF: medium frequency;
LF: low frequency;
VLF: very low frequency;
ULF: ultra low frequency;
SLF: super low frequency;
ELF: extremely low frequency;
As ondas eletromagnéticas utilizadas no nosso estudo de um rádio galena,
atuam na região MF (medium frequency). Todas as ondas eletromagnéticas se
propagam com a mesma velocidade, que é a velocidade da perturbação elétrica no
meio, no caso de o meio ser o ar, a velocidade é a de propagação da luz no ar, que é
𝑐 = 3𝑥108 m/s. (CARDOSO, 2011). Além disso, é importante calcular o comprimento
da onda, para isto se usa a equação 2.1:

8
𝑐
𝜆= (2.1)
𝑓

3. METODOLOGIA

Após as pesquisas do referencial teórico serem realizadas, montou-se o


esquema do rádio Galena no PROTEUS®, dessa forma, possibilitou-se a realização
de simulações necessárias e viu-se que o circuito atendia o tema proposto.
Após a montagem do escopo do circuito, definiu-se quais seriam os
componentes necessários para realização das simulações. Para isso, foram feitos
cálculos para dimensionar os componentes e, dessa maneira, escolher aqueles que
mais se encaixavam para o projeto.
Após ser feita a simulação do rádio Galena no PROTEUS®, foi montada uma
lista com os materiais necessários para a construção. Nesta lista, é apresentada a
quantidade de cada material e seus respectivos valores, dessa maneira, o custo para
a construção do rádio Galena fica muito próximo do descrito neste projeto. O presente
trabalho não teve a construção de protótipo, contudo a lista serve de grande auxílio
para aqueles que estejam dispostos a fazer.

3.1. SOFTWARE UTILIZADO

O PROTEUS® é um software de desenho e simulação bastante útil para


estudantes e profissionais que almejam melhorar suas habilidades de
desenvolvimento analógico e digital.
O programa possibilita o desenho de circuitos empregando um entorno gráfico
no qual é admissível colocar os símbolos representativos dos componentes e realizar
simulações de seu funcionamento sem o risco de gerar danos aos circuitos
(BERMÚDEZ, 2016).

3.2. CIRCUITO

O circuito da figura 1 trata-se basicamente do circuito de um rádio Galena,


entretanto houve algumas melhorias com a tecnologia de fácil acesso que existem
9
atualmente. Por exemplo, utilizou-se um diodo de germânio como detector, ao invés
do uso do cristal de galena na simulação.
A figura 01 traz o circuito do rádio. Neste circuito o sinal é captado por uma
antena e a partir daí é levado ao circuito de sintonia que é formado pelo indutor L1 e
pelo capacitor de sintonia VC1. Neste circuito se faz a seleção de qual faixa/estação
se deseja ouvir (BRAGA; INSTITUTO NBC, 2013).
A partir daí, o sinal é levado ao detector que corresponde ao cristal (usou-se o
díodo no lugar). Após ocorrer a detecção, vem o capacitor de filtro que tem a função
de eliminar a alta frequência utilizada para o transporte do sinal de alta frequência,
que nesse momento não interessam mais. Com isso, o circuito fica apenas com o sinal
de baixa frequência que corresponde aos sons que serão ouvidos (BRAGA;
INSTITUTO NBC, 2013). Isso se deve ao simples fato de o diodo deixar apenas a
parte positiva do sinal passar para a saída do circuito e também só deixa passar sinais
com amplitude que estejam acima de um certo valor de tensão. Por fim o fone
transforma um sinal elétrico em um sinal audível, como qualquer outro fone (PUC
MINAS, 2018).
O aterramento não é obrigatório, pois o circuito funciona sem ele. Contudo se
for feito um bom aterramento, a recepção do sinal melhora e consequentemente a
qualidade dele também. Uma vez que a corrente elétrica busca voltar a fonte de
origem, o que não é possível nesse caso pois a fonte são as ondas eletromagnéticas.
Com o aterramento ele encontra um caminho para seguir e não causa ruídos no sinal.
Teoricamente, o aterramento pode ser uma peça metálica, o neutro da rede elétrica
ou, o mais recomendado, um aterramento propriamente projetado (SOUZA, 2018).

Figura 01: Circuito genérico rádio Galena

10
Fonte: Autores, 2021

3.3. COMPONENTES DO CIRCUITO

3.3.1. ANTENA

As antenas são utilizadas tanto para transmissão, quanto para a recepção de


ondas eletromagnéticas. Na recepção, quando uma onda eletromagnética entra em
contato com a antena (que nada mais é do que um condutor lançado no ar), é induzida
uma corrente elétrica, que por sua vez pode ser modulada pelo restante do circuito
para que se alcance apenas uma determinada faixa de amplitude da frequência na
sua saída. De maneira inversa, quando um transmissor manda um sinal elétrico para
a antena ela emite esse sinal em forma de ondas eletromagnéticas que se propagam
pelo ar levando a energia até que outra antena receptora possa capta-las converte-
las novamente para um sinal elétrico (SOUZA, 2018).
Dessa maneira, qualquer condutor capta as ondas eletromagnéticas,
entretanto, não o fazem da melhor maneira sempre, para isso é necessário ajustar o
seu formato mecânico e seu material de modo que possamos captar as ondas que
desejamos apresentando características de polaridade e diretividade (BRAGA;
INSTITUTO NBC, 2013).
Essa diferenciação ocorre, devido ondas de diferentes frequências terem
comprimentos diferentes, que podemos calcular com a expressão 3.1:
v
λ= (3.1)
f
Na figura 02 pode-se verificar os comprimentos de ondas para cada frequência:

Figura 02: Comprimentos de onda por faixa de frequência

Fonte: Instituto Newton Braga, 2013


11
Para a construção e instalação correta da antena, são necessários avaliar
alguns fatores:
Diretividade: Se trata da capacidade que a antena terá de captar o sinal que
vem de uma certa direção (CORRERA, 2017).
Ganho: é a qualidade de uma antena captar melhor um determinado sinal ou
outro, ou no caso de uma transmissora está ligado a qualidade do sinal emitido no
espaço. Sua unidade é medida em dB (decibel) (CORRERA, 2017).
Região da instalação: O sinal chega com maior intensidade em uma
determinada região próxima da sua geração do que em outras, diversos fatores
podem influenciar isso, como por exemplo relevos, prédios e a própria curvatura da
terra. Desse modo, sua antena deverá estar mais alta ou mais baixa para captar o
sinal (CORRERA, 2017).

3.3.2. DIODO DE GERMÂNIO

O diodo semicondutor um componente eletrônico muito conhecido no mundo


da eletrônica, um componente fabricado com um cristal semicondutor de Germânio
onde suas faces são dopadas com determinados materiais quando em processo de
formação e com isso ocorre o efeito da polarização das extremidades. (MUNDO
PROJETADO, 2018).
No circuito utiliza-se o diodo de germânio principalmente como retificador, por
ter uma queda de tensão mais baixa que os diodos de silício, atuando como um
detector de sinais, ao receber os sinais ele realiza uma filtragem, permitindo a
passagem somente dos sinais com amplitude acima de um determinado valor de
tensão mantendo significativamente a intensidade dos sinais. O diodo de silício possui
uma queda e tensão de 0,7 V, enquanto o diodo de germânio possui uma queda de
tensão de 0,2 V, desta forma ele possui uma queda de tensão 0,5 V menor com
relação ao diodo de silício. O diodo de germânio é utilizado quando há necessidade
de uma alta precisão e atuar em baixas tensões por possuir as características de
terem menor perda energética permitindo uma eficácia elétrica muito maior. (MUNDO
PROJETADO, 2018).

Figura 02: Queda de tensão do diodo

12
Fonte: Instituto Newton Braga,2011

3.3.3. INDUTOR

A indutância é representada pela letra L e tem a característica de armazenar


energia em forma de campo magnético, sendo abastecido pela corrente elétrica
quando passa pelo componente. Por se tratarem de várias espiras em série, há uma
interação magnética entre elas durante a passagem da corrente. A capacidade do
indutor de armazenar energia é a indutância e é medida em Henry (H).
Dentro de um circuito o indutor oferece um certo tipo de resistência, que é a
reatância indutiva, sendo que, ela varia de acordo com a frequência e com a indutância
do componente. Para calcularmos a reatância indutiva usamos a fórmula 3.3.1:
XL = 2 ∗ π ∗ f ∗ L (3.2)
No rádio de Galena, o indutor é responsável, junto com o capacitor, de criar a
frequência de sintonia, que seria o momento em que há a maior potência útil no
circuito, pois a reatância indutiva é exatamente igual a capacitiva, de modo que os
dois componentes estejam oferecendo a mesma reatância. A frequência de sintonia é
calculada através da equação 3.3.2:
1
f= (3.3)
2∗π∗√LC

Ao alterar a frequência do capacitor ou do indutor altera-se a frequência de


rádio AM que irá fornecer maior potência ao circuito.

3.3.4. CAPACITOR

13
O capacitor tem funções variadas, mas uma das principais é de armazenar
energia elétrica. Essa energia pode ser calculada pelo trabalho que é necessário para
carregá-lo. O capacitor pode fornecer esta energia ao sistema em um momento de
maior demanda. (pico de consumo) ou quando há uma falha na fonte. (IFSC – USP,
2017)
Quando existe oposição a passagem de corrente tem-se o que é chamado de
reatância capacitiva. Tal reatância pode ser calculada através da fórmula 3.3.1
1
𝑋𝐶 = 2 . (3.4)
𝜋. 𝑓. 𝐶

No caso do rádio Galena o capacitor é usado de duas maneiras diferentes: A


primeira é o capacitor variável, atuando juntamente com o indutor variando sua carga
e sintonizando em ondas AM. A segunda seria como um filtro do circuito, onde ele
“descarta” as ondas de alta frequência que não se deseja ouvir no fone de alta
impedância. Nessa utilização o capacitor tem valor fixo, ou seja, ele não é variável.

4. RESULTADOS

Este capítulo irá abordar os resultados obtidos no dimensionamento do circuito


e nas simulações feitas no PROTEUS®. Os resultados referentes as simulações serão
apresentadas através de uma tabela comparando os resultados obtidos.

4.1. DIMENSIONAMENTO DO CIRCUITO

Para dimensionar o circuito, definiu-se que a antena utilizada seria uma antena
quadrada, com lados de 36 cm, profundidade de 6 cm e perímetro de 144 cm.
Sabendo-se que a antena deve trabalhar dentro da frequência das ondas AM, que vão
de 560 kHz até 1,07 MHz, calcula-se o comprimento de onda como demonstrado em
(3.1), desse modo (PUC MINAS, 2018):
3 𝑥 108
λ= = 280 𝑚 (4.1)
1,07 𝑥 106

O comprimento do fio da bobina é igual a 1/8 do comprimento de onda, desse


modo:
280
𝐶𝑏 = 8
= 35 𝑚 (4.2)

14
Para conseguir achar o número de voltas necessárias, divide-se o comprimento
da bobina pelo perímetro em metros. Com isso se tem a equação 4.3:
35
𝑁° 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 24 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠 (4.3)
1,44

Com todos os dados já calculados, é necessário calcular a indutância que a


antena fornecerá para o circuito. Para este cálculo, utiliza-se a equação 4.4.
𝐾2𝑥𝐴𝑁 𝐾4(𝑁+1)𝐵
𝐿𝑢ℎ = 𝐾1𝑥𝑁 2 𝑥𝐴 [𝐿𝑛 ((𝑁+1)𝐵) + 𝐾3 + ( )] (4.4)
𝐴𝑁

Onde:
LµH é a indutância do loop em microhenry
A é o tamanho do lado do loop em centímetros
B é a profundidade do loop em centímetros
N é o número de voltas
K1, K2, K3 e K4 são fatores descritos na Tabela (figura 3)
Ln é a função log natural (Nepper)
Ao realizar-se o cálculo descrito na equação 4.4 usa-se “N” igual à 24 e conclui-
se que a indutância fornecida para o circuito será no valor de 370,31 uH. Com a
indutância calculada, é possível calcular quais capacitores adequam-se melhor na
montagem do circuito.

Figura 3: Parâmetros importantes de frequência

Fonte: Desenvolvimento de um Rádio Galena – PUC Minas, 2018

Definiu-se que a frequência em que o rádio irá atuar é entre 520 kHz e 1065
kHz. Utilizou-se esses valores, pois utiliza o começo da faixa de frequência do rádio
de Amplitude modulada e um valor próximo a média da faixa completa de atuação.
Com isso, calcula-se entre quais faixas o capacitor variável terá que trabalhar. Este
cálculo utilizou a equação 3.4, com isso obteve-se os seguintes valores:
Para frequência de 520 kHz
1
C = (2∗π∗520∗103 )2 ∗370,31∗10−6 = 253 pF (4.5)
15
Para frequência de 1065 kHz
1
C = (2∗π∗1065∗103 )2 ∗370,31∗10−6 = 60,3 pF (4.6)

Na parte de retificação normalmente se usa o diodo modelo 1N60. O capacitor


fixo que se utiliza como filtro, é na faixa de 1 nF

4.2. SIMULAÇÃO E CIRCUITO FINAL

Após o dimensionamento do circuito, montou-se a versão final no PROTEUS®


com o intuito de observar os gráficos de acordo com as variações do circuito. A figura
04 ilustra a versão final utilizada para simulação.

Figura 04: Circuito Final Rádio Galena

Fonte: Autores, 2021

4.3. TABELA DE RESULTADOS

Após serem realizadas simulações no circuito ilustrado na figura 4, é possível


chegar aos resultados expostos na tabela 01:

Tabela 01: Resultados obtidos


Capacitor variável Frequência desejada Frequência obtida
63 pF 560 kHz 562,113 kHz
103,6 pF 812,5 kHz 819,67 kHz

16
253 pF 1062 kHz 1063,83 kHz

Fonte: Autores, 2021

4.4. GRÁFICOS

Após as simulações serem realizadas, obteve-se gráficos que ilustram os


valores que estão na tabela 01
Utilizando o circuito demonstrado na figura 4, com o capacitor variável em 63,3
pF, obtêm-se o seguinte gráfico com valores de frequência demonstrados na tabela
01 e ilustrado na figura 05

Figura 05: Gráfico de Frequência de 562,113 kHz

Fonte: Proteus®, 2021

Após feita a simulação com o valor de 63,3pF, mudou-se o valor do capacitor


para 103,6 pF para observar qual seria a resposta do circuito. A figura 06 representa
o gráfico referente a frequência 819,67 kHz, valor obtido na simulação e descrito na
tabela 01.

Figura 06: Gráfico de frequência de 819,67 kHz

17
Fonte: Proteus®, 2021

Logo após a simulação ser concluída, alterou-se o valor do capacitor para


253pF e foi obtido o gráfico ilustrado na figura 07, representando a frequência de
1063,83 kHz, descrita na tabela 01.

Figura 07: Gráfico de frequência de 1063,83 kHz

Fonte: Proteus®, 2021

4.5. MATERIAIS UTILIZADOS E ORÇAMENTO

18
Após a elaboração dos gráficos ilustrados nas figuras 05, 06 e 07, foi elaborada
a tabela 02 contendo quais materiais são necessários para a construção de um
protótipo e seus respectivos custo. Desse modo, obtém-se os valores aproximados
para a construção do rádio.

Tabela 02: Custo de construção do protótipo


Valor
Produto Quantidade Valor total
unitário
Diodo 1N60 1 R$ 1,80 R$ 1,80
Capacitor Variável de Rádio AM 1 R$ 20,00 R$ 20,00
Buzzer de micro-ondas (Usado como fone de alta impedância) 1 R$ 9,50 R$ 9,50
Rolo fio de cobre (15m) 2 R$ 14,90 R$ 29,80
Capacitor 1nf 1 R$ 0,40 R$ 0,40
Total R$ 61,50

Fonte: Autores, 2021

19
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do tema proposto, foi elaborado a simulação de um Rádio Galena no


software PROTEUS®, onde foi possível compreender o funcionamento do circuito e a
importância de cada componente
Ao decorrer do projeto foi possível adquirir um vasto conhecimento em geração,
transmissão e recepção de ondas eletromagnéticas, assim como, pode-se consolidar
conceitos de eletrônica que outrora foi-se visto dentro do conteúdo do curso, desse
modo, todas essas informações podem ser utilizadas em outras aplicações que sejam
semelhantes as que foram trabalhadas neste projeto.
Contudo, o projeto foi feito de maneira simples, com objetivo de alcançar o
desafio proposto neste semestre e facilitar o entendimento do tema pelo leitor. No
entanto, em futuros projetos, será possível a tentativa de construir fisicamente este
protótipo, além de tentar fazer algumas melhorias que forem possíveis.

20
CRONOGRAMA DO PROJETO

Figura 08: Cronograma do projeto

LEGENDA
PREVISTO
REALIZADO
EM ANDAMENTO
EM ATRASO

Fonte: Autores, 2021

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEDROS, Felipe. Projeto: Rádio Galena. São Paulo. UNICAMP 2008.

BRAGA, Newton. Rádio de Galena ou Cristal (ART031). Disponível em:


<https://www.newtoncbraga.com.br/index.php/artigos/65-artigos-e-projetos-
para-iniciantes/491-radio-de-galena-ou-cristal-art031.html>. Acesso em: 14 de
março 2021

ELECTOLAB. Rádio Crista Galena – O que é e como funciona, sem pilhas


ou baterias! Youtube. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=ynfrzcn5sgs>. Acesso em: 21 de março
2021

ELI, Jose. O Galena e os primeiros sons do rádio. Disponível em: <


http://www3.carosouvintes.org.br/o-galena-e-os-primeiros-sons-do-radio/>.
Acesso em: 13 de março 2021

FERNANDES, Renato. Sequência didática na física escolar: Rádio de


Galena e o ensino de ondas e eletromagnetismo. Minas Geras. UFU, 2018

RUZZA, Flavio; ADREOLLA, Clementina. Recepção de ondas


eletromagnéticas com rádio Galena. Disponível em: <
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/117445/Educa%c3%a7
%c3%a3o%20-
%20RECEP%c3%87%c3%83O%20DE%20ONDAS%20ELETROMAGNETIC
AS%20COM%20R%c3%81DIO%20GALENA%20%281%29.pdf?sequence=1
&isAllowed=y>. Acesso em: 13 de março 2021

SOUZA, Fábio et. al. Desenvolvimento de um rádio Galena. Minas Gerais.


PUC, 2018

Cardos o, J. R. Engenharia Eletromagnética – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011

22

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