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2.1. INTRODUÇÃO
Uma antena quando excitada por meio de uma linha de transmissão transmite potência sob a
forma de ondas eletromagnéticas. Em uma antena ideal, toda a potência entregue em seus
terminais é irradiada. Entretanto, em antenas reais, isso não é possível devido às perdas por
efeito Joule nos condutores da antena.
Do ponto de vista da linha de transmissão que alimenta a antena, esta pode ser encarada como
uma impedância, denominada impedância da antena ou impedância de entrada da antena.
Desta forma, a sua parte resistiva é composta pela resistência de irradiação Ri e pela
resistência de perdas Rp. Assim, se ela for puramente resistiva, isso não significa que ela é um
elemento resistivo real, mas uma resistência equivalente, que se fosse ligada no lugar da
antena dissiparia a mesma potência entregue a ela.
Os efeitos indutivos e capacitivos em uma antena podem ser representados por uma
indutância equivalente Leq e uma capacitância equivalente Ceq. Considerando as resistências
definidas acima bem como seus componentes reativos, uma antena pode ser representada pelo
seu circuito equivalente apresentado na Figura 2.1.
Uma vez que a antena possui uma impedância complexa, a irradiação máxima ocorrrerá
quando a antena apresentar comportamento puramente resistivo. A freqüência de operação
onde isso ocorre é chamada de freqüência de ressonância da antena f0. Abaixo de f0 a antena
apresenta comportamento capacitivo e acima de f0 a antena apresenta comportamento
indutivo. Assim, a potência irradiada depende da freqüência de operação e seu
comportamento é ilustrado na Figura 2.2.
Ri
Linha de transmissão
Rp Circuito
∿ equivalente de
uma antena
Leq
Ceq
Potência irradiada
Ressonância
Pi (máx)
Freqüência
f0
Apesar da Figura 2.1 apresentar o circuito equivalente de uma antena transmissora, uma
antena é um dispositivo recíproco e como tal, suas características não mudam se ela está
sendo usada como uma antena transmissora ou uma antena receptora. Desta forma a Figura
2.2 poderia estar mostrando a curva da potência recebida em função da freqüência, pois o
comportamento do nível do sinal recebido nos terminais da antena seria o mesmo.
Impedância;
Eficiência;
Largura de faixa.
Diagrama de irradiação
Largura de feixe
Diretividade
Ganho
Relação frente/costa
Polarização
2.2.1. IMPEDÂNCIA
Além disso, para que haja a máxima transferência de potência entre a linha de transmissão e a
antena é necessário que a impedância da linha de transmissão seja igual a da antena, o que
quer dizer que ambas deverão estar casada. No entanto, uma antena é especificada para
funcionar em uma determinada faixa de freqüência, o que implica que a antena pode operar
para valores diferentes de impedância para a faixa de freqüência especificada, ainda que essas
diferenças sejam pequenas.
Por este motivo, além das imperfeições construtivas e inevitáveis dispersões de parâmetros,
geralmente a impedância de uma antena não é especificada em termos de seu valor, mas sim
de quanto ela pode estar afastada de um valor nominal. Os parâmetros mais utilizados para
isso são a relação de onda estacionária e a perda de retorno.
Quando uma fonte de sinais com impedância Z0 (ou uma linha de transmissão) está conectada
a uma carga com impedância ZL (ou uma antena) e Z0 ≠ ZL, uma parte da potência fornecida
pela fonte é refletida pela carga de volta para a fonte. O módulo do coeficiente de reflexão |Γ|
é definido como sendo o módulo da relação entre a tensão refletida pela carga Vref, e a tensão
incidente Vinc, ou seja, [4][5]
Vref Z − ZL
Γ= = 0 (2.1)
Vinc Z0 + Z L
1+ | Γ |
ROE = (2.2)
1− | Γ |
Por sua vez, a perda de retorno, em dB1, é definida como sendo a relação entre a potência
incidente Pinc e a potência refletida Pref, isto é,
Pinc
PR = 10 log = −20 log Γ (2.3)
Pref
1
A definição de dB como uma unidade de medida bem como as operações básicas com o dB são apresentadas
no Anexo 2.1.
SRD-2V2011PG - Geraldo G. R. Gomes 2.3
2. Antenas para Radioenlaces Ponto-a-Ponto
_________________________________________________________________________________
Quando especificadas em termos de ROE ou da PR, o valor fornecido pelo fabricante refere-
se à uma impedância nominal, que para sistemas de radioenlaces ponto-a-ponto é Z0 = 50 Ω.
Geralmente, estes valores são os valores limites para a toda a faixa de passagem especificada
para a antena.
EXEMPLO 2.1
Solução:
A perda de potência por descasamento Ad, em dB, ocorre pelo fato de que uma parcela
da potência incidente é refletida de volta para a linha. Assim, a perda por descasamento
é a relação entre a potência incidente e a potência entregue à antena, que em dB resulta
em
Pinc P − Pref Pref
Ad = 10 log = −10 log inc
P
= −10 log 1 −
P −P P
inc ref inc inc
(
Ad = −10 log 1 − Γ 2 )
De (2.2), obtém-se
ROE − 1
Γ=
ROE + 1
ROE Ad
1,5 ≅ 0,18 dB
2,0 ≅ 0,51 dB
2,5 ≅ 0,88 dB
Esses resultados mostram que as perdas por descasamento podem ser desprezadas, em
termos práticos, para valores de ROE menores do que 1,5.
* * *
2.2.2. EFICIÊNCIA
Pi Ri
ηA = = (2.4)
Pi + Pp Ri + R p
A largura de faixa de uma antena está relacionada com a faixa de freqüência em que a
potência irradiada é máxima, ou muito próxima da máxima, conforme mostrado na Figura 2.3.
É muito comum especificar a largura de faixa de uma antena em conjunto com uma ROE ou
PR nos limites da faixa de passagem.
Potência irradiada
Pi (máx)
Freqüência
f1 f0 f2
BW
f 2 − f1
BW f =
f0
(2.5)
f
BWr = 2
f1
Irradiador
isotrópico
y z
x x
Em antenas reais é muito comum que os diagramas de irradiação em planos diferentes sejam
também diferentes. A Figura 2.5 apresenta o diagrama de irradiação de um dipolo curto [1].
(a)
z z
x x
(b)
(c)
Na Figura 2.5(a) tem-se uma representação em três dimensões do diagrama de irradiação com
corte no quadrante formado pela interseção dos planos xy e xz. Em (b) e (c) tem-se os
diagramas polares nos planos xy e xz respectivamente.
Além da forma com que os diagramas de irradiação foram apresentados na Figuras 2.4 e na
Figura 2.5, os diagramas de irradiação podem ser desenhados também em função de outras
coordenadas, conforme mostrado na Figura 2.6 (b).
y |x|
90o
180o θ
x
0o
-180o -90o 0o 90o 180o θ
o
270
Figura 2.6 - Diagramas de irradiação: (a) na forma polar e (b) em coordenadas retangulares.
Emáx -3dB
Emáx
ϕ
2.2.6. DIRETIVIDADE
A diretividade de uma antena, considerada sem perdas, é definida como a relação entre a
potência irradiada na direção em que o diagrama de irradiação apresenta o seu valor máximo e
a que seria irradiado por uma antena isotrópica ideal em uma direção qualquer, admitindo-se
que ambas irradiam a mesma potência total em todas as direções. A Figura 2.8 ilustra o
conceito de diretividade.
z
z
P1 P0
x x
(a)
(b)
Figura 2.8 - Conceito de diretividade.
Na Figura 2.8 os diagramas de irradiação (a) e (b) apresentam a mesma área. Isto significa
que ambas as antenas irradiam a mesma potência total. Entretanto, no diagrama (a) o nível de
potência P1 é maior do que o nível de potência P2 do diagrama (b), da antena isotrópica. A
partir destes diagramas a diretividade da antena cujo diagrama está apresentado em (a) é:
P1
D= (2.6)
P0
Para o dipolo de meia onda, uma antena elementar, a diretividade é D = 2,15 dB.
2.2.7. GANHO
O ganho de uma antena nada mais é do que o produto da diretividade com a eficiência da
antena. Ou seja:
G =ηAD (2.10)
Em dB o ganho torna-se
P
G = 10 log 1 (2.11)
P0
P1
RFC = 10 log (2.12)
P'
P' P1
2.2.9. POLARIZAÇÃO
Existem sistemas em que as duas polarizações são usadas simultaneamente. Tais sistemas são
conhecidos como sistemas de dupla polarização ou sistemas de polarização cruzada como, por
exemplo, sistemas com polarização horizontal e vertical e sistemas com a polarização circular
à direita e circular à esquerda.
A antena Yagi-Uda foi apresentada pela primeira vez em 1926 em um artigo de autoria de S.
Uda. Entretanto, seu maior divulgador no mundo ocidental foi o Dr. H. Yagi e por este motivo
esta antena é mais comumente conhecida como antena Yagi.
Diretores
Refletor
Dipolo
Máxima irradiação
Normalmente a antena Yagi possui um dipolo, vários diretores e um refletor apoiados sobre
um suporte comum. O dipolo é o elemento ativo que é alimentado por meio de uma linha de
transmissão, enquanto os diretores e o refletor são os elementos parasitas responsáveis por
dirigir as ondas eletromagnéticas em uma direção preferencial, conforme ilustrado pela Figura
2.10. A característica diretiva de uma antena Yagi pode ser observada através de seu diagrama
de irradiação. A Figura 2.11 apresenta um diagrama de irradiação de uma antena Yagi com 9
elementos.
Figura 2.11 - Diagrama de irradiação de uma antena Yagi com ganho igual a 12 dBi em 2,4
GHz [7].
As antenas Yagi são utilizadas desde a faixa de HF até algumas centenas de MHz, ou seja,
UHF baixo. Entretanto, a faixa em que é mais utilizada é a faixa de VHF, onde encontra
aplicações nos sistemas de comunicações públicas e alguns sistemas de telefonia de baixa
capacidade (telefonia rural).
Uma antena do tipo dipolo com refletor de canto consiste de um dipolo, geralmente de meio
comprimento de onda, colocado como elemento excitado no plano bissetor do diedro formado
por duas superfícies refletoras. A Figura 2.13 ilustra em (a) a geometria da antena e em (b)
uma antena do tipo dipolo com refletor de canto [10]. Esta antena é bastante empregada nas
faixas de VHF e UHF para enlaces operando com freqüências de 100 MHz a 1 GHz. Estas
antenas possuem características diretivas e uma boa relação frente/costa, além de serem leves
e de baixo custo. A Figura 2.14 mostra o diagrama de irradiação da antena apresentada na
Figura 2.13.
Refletor
Dipolo
(a)
(b)
Figura 2.13 - (a) Geometria e (b) antena dipolo com refletor de canto [9].
Conforme mostrado na Figura 2.15, a geometria de uma antena helicoidal é descrita pelo
diâmetro ∅ da hélice e pelo comprimento do passo S. Um parâmetro importante na análise
das propriedades de irradiação dessa antena é o ângulo do passo α, definido como:
S S
tan α = = (2.13)
πφ C
Diretividade em dB
15 NSC 2
D ≅ 10 log (2.14)
λ3
18
16
Diretividade (dB) 14
12
10
2 4 6 8 10 12
Número de espiras
Figura 2.16 - Diretividade em função do número de espiras para C = λ, α = 15o, f = 900 MHz.
A Figura 2.17, apresenta uma antena helicoidal dimensionada para operação em torno de 2,5
GHz. Note que a hélice desta antena está protegida por uma capa (radomo) [11].
Antenas helicoidais podem ser combinadas em redes, conforme mostrado na Figura 2.18, com
o propósito de se obter um conjunto altamente diretivo, pela combinação adequada dos
diagramas de irradiação das antenas [12].
Uma antena corneta nada mais é do que uma seção de guia de ondas, cuja área da seção
transversal muda ao longo de seu comprimento, como por exemplo, uma seção cônica ou
piramidal, conforme mostrado na Figura 2.19 (a) e (b). Essa transição proporciona o
casamento de impedâncias entre o guia e o espaço livre. Uma antena corneta pode ser
utilizada como antena ou como elemento de excitação de outra antena, como por exemplo, as
antenas com refletores parabólicos.
(a) (b)
a
10 A
G = 10 logη 2 (2.17)
λ
Para a corneta piramidal, a largura de feixe vertical e horizontal, em graus, pode ser
determinada, respectivamente, por;
51λ
ϕV = (2.18)
b
70λ
ϕH = (2.19)
a
Antenas com refletores e em particular as que possuem refletores com perfil parabólico são
muito usadas em microondas devido aos pequenos valores de comprimentos de ondas
envolvidos, que em última instância, resultam em antenas com dimensões aceitáveis para
radioenlaces terrestres. A grande vantagem de uma antena parabólica é a sua alta diretividade,
muito conveniente para radioenlaces ponto-a-ponto.
Conforme mostrado na Figura 2.20(a), em uma antena com dipolo com refletor de canto uma
parcela da onda irradiada pelo dipolo é refletida na direção desejada, entretanto, como o
refletor é plano, os raios são refletidos também em outras direções. No entanto, se a superfície
de reflexão possuir um perfil parabólico, então todos são refletidos paralelamente na mesma
direção, desde que o elemento de excitação esteja posicionado no foco do parabolóide,
conforme mostrado na Figura 2.20(b). Essa antena é conhecida como antena parabólica
excitada no ponto focal, Figura 2.20(c).
As antenas com excitação no ponto focal são constituídas basicamente pelo refletor, que pode
ser uma superfície condutora sólida, de grade ou de tela, e de um elemento de excitação,
chamado de alimentador. Os alimentadores mais comuns, por sua vez, são constituídos por
um dipolo com refletor, uma antena helicoidal ou uma corneta. A Figura 2.21 apresenta duas
antenas parabólicas, uma com refletor de grade (a) e a outra com refletor sólido (b). A
desvantagem das antenas com alimentação pelo ponto focal é o bloqueio provocado pelo
alimentador que pode comprometer a eficiência da antena, particularmente, em antenas de
pequenos diâmetros.
φ F
(a) (b)
_
Refletor parabolóide
(c)
Figura 2.20 - (a) Dipolo com refletor de canto; (b) Geometria da antena parabólica e (c)
antena parabólica com alimentação no ponto focal.
(a)
(a) (b)
Figura 2.21 - Antenas parabólicas (a) com refletor de grade e (b) com refletor sólido [13].
O ganho de uma antena parabólica depende de diversos fatores, sendo, entretanto, mais
sensível ao diâmetro do refletor (área da seção do parabolóide), da precisão do parabolóide e
da iluminação produzida pelo alimentador. O conjunto refletor/alimentador deve ser projetado
de tal forma que o alimentador não produza uma iluminação que exceda a área do refletor
(transbordamento) nem uma iluminação que seja inferior à área do refletor (sub-iluminação).
O ganho de uma antena parabólica pode ser determinado por:
πφ 2 πφ f 2
G = 10 log η = 10 log η (2.20)
λ c
50
φ = 4,6 m
45
φ = 2,4 m
40
φ = 1,2 m
35
Ganho (dBi)
30
25
20
15
1 2 3 4 5 6 7 8
Freqüência (GHz)
Figura 2.22 - Ganho da antena parabólica em função da freqüência para valores diferentes de
diâmetro (η = 0,55).
A largura de feixe, em graus, para uma antena parabólica convencional pode ser obtida, de
forma aproximada, por:
λ c
ϕ ≅ 70 = 70 . (2.22)
φ fφ
20
15
φ = 2,4 m
5
φ = 4,6 m
0
1 2 3 4 5 6 7 8
Freqüência (GHz)
Figura 2.23 - Largura de feixe em graus em função da freqüência para freqüência para valores
diferentes de diâmetro.
Para antenas parabólicas de grandes diâmetros é difícil a obtenção de uma boa eficiência com
o alimentador colocado no ponto focal devido à dificuldade de se conseguir um bom
desempenho do conjunto refletor/iluminado. Uma forma de contornar este problema é o uso
da geometria apresentada na Figura 2.24, que é conhecido como antena Cassegrain. Nessa
antena o alimentador, colocado no vértice do parabolóide, ilumina um refletor secundário com
formato hiperbolóide. Um dos focos do hiperbolóide coincide com o foco F do parabolóide da
mesma forma que o segundo foco F1 do hiperbolóide coincide com a posição do alimentador.
Com essa geometria, o refletor secundário produz iluminação adequadamente sobre refletor
principal.
Refletor principal
(parabolóide)
F1
Alimentador F
Refletor secundário
(hiperbolóide)
Outros tipos de antenas parabólicas são as antenas parabólicas assimétricas como as antenas
off-set e a corneta com refletor, cujas geometrias são apresentadas na Figura 2.25. Ambas são
utilizadas para pequenos diâmetros como uma forma de diminuir o bloqueio apresentado pelo
alimentador evitando assim o comprometimento da eficiência da antena. No caso da corneta
com refletor, tem-se ainda a vantagem da redução da irradiação de lóbulos secundários devido
às paredes da corneta.
Refletor parabolóide
Antena off-set
Corneta com refletor
(a) (b)
Figura 2.25 - (a) Geometria da antena off-set; e (b) antena corneta com refletor parabólico.
Antenas parabólicas alimentadas pelo ponto focal também podem ser dotadas de blindagens
para minimizar a irradiação de lóbulos secundários, conforme mostrado na Figura 2.26. A
antena mostrada nesta figura possui ainda um radomo (capa), cujo objetivo é proteger o
alimentador e a superfície parabólica de danos provocados por intempéries, insetos e pássaros.
Figura 2.26 - Antena parabólica alimentada pelo ponto focal com blindagem e radomo [13].
A tabela mostrada a seguir apresenta as principais características das antenas Yagi, dipolo
com refletor de canto, helicoidal, corneta e parabólica.
ANEXO 2.1
O DECIBEL COMO UNIDADE DE MEDIDA [2]
O decibel, abreviada por dB, é empregada para se indicar uma relação entre potências, sendo,
portanto, uma mediada relativa. Dadas duas potências P1 e P2 em valores absolutos e na
mesma unidade, ou seja, ambas em W (ou mW, ou kW, etc), a relação entre P1 e P2 em dB é
definida como
P1 P
= 10 log 1 (A2.1)
P2 dB P2
Logo, o dB é uma unidade de comparação de níveis de potência. Não faz sentido dizer que
uma potência vale X dB e sim que esta potência é maior ou menor X dB em relação a outra
potência. Alguns exemplos de grandezas que, geralmente, são expressas em dB são:
A Tabela A2.1 apresenta alguns valores típicos em dB e seu valor correspondente em escala
linear.
P(W)
P dBm = 10 log (A2.2)
1×10 −3
Evidentemente, uma potência de 1 mW corresponde a 0 dBm, pois o dBm nada mais é do que
o nível de potência acima de 1 mW.
P(W)
P dBW = 10 log (A2.3)
1
As únicas operações possíveis entre dois valores expressos em dB são a soma e a subtração,
sendo o resultado também expresso em dB. Como o dB é um resultado de uma função
logarítmica, a soma de grandezas em dB corresponde a multiplicação dessas grandezas em
escala linear da mesma forma que a subtração de grandezas em dB corresponde à divisão
dessas grandezas em escala linear.
Com o dBm ou o dBW pode-se fazer soma e subtração com o dB, ou seja, dada uma potência
em dBm ou dBW é possível somá-la com dB e isso tem o sentido de ganho ou subtraí-la com
dB e isso tem o sentido de atenuação. Naturalmente que o resultado desta operação, dBm ±
dB ou dBW ± dB resulta em um novo nível de potência em dBm ou dBW, respectivamente.
Outra operação possível é a subtração entre valores expressos em dBm ou em dBW. Esta
operação tem o sentido de desnível ou relação entre potências e seu resultado é, obviamente o
dB. A Tabela A2.2 resume as principais operações possíveis e as operações proibidas com o
dB, o dBm e o dBW.
EXEMPLO A2.1
Determine:
a) O ganho do amplificador.
b) O ganho total do sistema.
c) A potência entregue à antena em dBm.
d) A relação sinal/ruído entregue à antena.
A3 = 0,7 dB
A1 = 0,7 dB A2 = 1,6 dB
Pin = 10 mW
Amplificador Filtro
P = 39,3 dBm N = 10 µW
Solução:
Pin (mW) 10 mW
Pin dBm = 10 log = 10 log
1mW 1mW
Pin dBm = 10 dBm
* * *
ANEXO 2.2
Diâmetro
Ganho no Largura de feixe - (o) Relação
o
Tipo N centro da faixa frente/costa ROE
(m) Vertical Horizontal
(dBi) (dB)
KP6F-403B 2,0 16,3 19,3 22,9 20 1,35
KP8F-403 2,4 17,5 16,3 19,7 20 1,35
KP10F-403B 3,0 19,6 14,0 14,0 22 1,35
KP13F-403C 4,0 22,2 13,0 13,0 24 1,35
* * *
EXERCÍCIOS
2.1. Determine as perdas por descasamento de impedâncias (em dB, entre uma linha de
transmissão e uma antena para valores de perda de retorno iguais 10 dB, 15 dB e 20 dB.
2.2. Considere uma antena cuja impedância é puramente resistiva e que apresenta uma perda
de retorno igual a 20 dB em relação à uma impedância de referência de 50Ω. Determine
os possíveis valores para a impedância desta antena a partir do valor da perda de retorno.
Determine:
A3 = 0,3 dB
A1 = 0,3 dB A2 = 1,1 dB
Amplificador Filtro
G = 30 dB P = 15 dBW N = 100 pW
2.4. Considere que um radioenlace com extensão igual a 63 km em visada direta sem
obstrução que opera em uma freqüência igual a 930 MHz. Suponha que as antenas de
transmissão e de recepção sejam Yagis com 13 dB de ganho em relação à antena
isotrópica, para cada uma. Desprezando-se as perdas em linhas de transmissão e outros
componentes, determine qual deve ser a potência de transmissão que resulta em uma
potência de recepção igual a -50 dBm.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ESTEVES, L. C. Antenas - teoria básica e aplicações. São Paulo: McGraw-Hill, 1980,
708 p.
[2] SILVA, G.; BARRADAS, O. Sistemas radiovisibilidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros
Técnicos e Científicos S.A. 1978. 848 p.
[5] CARR, J. J. Microwave & wireless communications technology. Newton, MA: Newnes.
1997. 436 p.